A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DE CIÊNCIAS DOS...

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ISSN 2176-1396 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DE CIÊNCIAS DOS ANOS INICIAIS: UMA ESTRATÉGIA NA PREVENÇÃO ÀS PARASITOSES INTESTINAIS Raissa Mirella Meneses Alves 1 - UEPB Márcia Adelino da Silva Dias 2 - UEPB Maria Simone Medeiros de Araújo 3 - UEPB Maria José Rodrigues de Farias 4 - UEPB Grupo de Trabalho Educação, Saúde e Pedagogia Hospitalar Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O ensino de ciências naturais nas séries iniciais apresenta inúmeros desafios, considerando os muitos objetivos a serem alcançados. Dentre esses objetivos destaca-se a abordagem da temática saúde como um tema transversal, deste modo, no ensino de ciências naturais, atenta- se para a problemática das parasitoses intestinais, visto que acometem um grande número de indivíduos, principalmente crianças e adolescentes, tornando a educação em saúde como uma estratégia importante de prevenção, uma vez que esta oferece informações para o cuidado com o corpo e para o desenvolvimento de um senso crítico e reflexivo a respeito da saúde. Desta maneira, objetivou-se com este trabalho avaliar a utilização de metodologias voltadas para a educação em saúde na mudança de concepção de estudantes do ensino fundamental I a respeito da transmissão e profilaxia de doenças enteroparasitárias. Com esta perspectiva, primeiramente, foi aplicado um questionário composto por questões abertas acerca das parasitoses intestinais. Posteriormente, foram realizadas atividades educativas, que consistiram em aulas expositivas e dialogadas e da realização de um jogo pedagógico. Por fim, ocorreu a reaplicação do questionário (pós-teste) mencionado anteriormente. As atividades foram realizadas em duas turmas do 5° ano de uma escola municipal de ensino fundamental localizada em um bairro periférico da cidade de Campina Grande (PB). Após análise dos dados, o pré-teste evidenciou 1 Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba. Mestranda no Programa de Pós- Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEPB. E-mail: [email protected]. 2 Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professora titular da Universidade Estadual da Paraíba. Docente Permanente no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEPB. E-mail: [email protected]. 3 Graduada em Biologia pela Universidade Estadual da Paraíba, especialista em Botânica pela Universidade Federal da Paraíba. Mestranda no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEPB. E-mail: [email protected]. 4 Graduada em Ciêncas Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba. Mestranda no Programa de Pós- graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEPB. E-mail: [email protected].

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ISSN 2176-1396

A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ENSINO DE CIÊNCIAS DOS ANOS

INICIAIS: UMA ESTRATÉGIA NA PREVENÇÃO ÀS PARASITOSES

INTESTINAIS

Raissa Mirella Meneses Alves1 - UEPB

Márcia Adelino da Silva Dias2 - UEPB

Maria Simone Medeiros de Araújo3 - UEPB

Maria José Rodrigues de Farias4 - UEPB

Grupo de Trabalho – Educação, Saúde e Pedagogia Hospitalar

Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

O ensino de ciências naturais nas séries iniciais apresenta inúmeros desafios, considerando os

muitos objetivos a serem alcançados. Dentre esses objetivos destaca-se a abordagem da

temática saúde como um tema transversal, deste modo, no ensino de ciências naturais, atenta-

se para a problemática das parasitoses intestinais, visto que acometem um grande número de

indivíduos, principalmente crianças e adolescentes, tornando a educação em saúde como uma

estratégia importante de prevenção, uma vez que esta oferece informações para o cuidado com

o corpo e para o desenvolvimento de um senso crítico e reflexivo a respeito da saúde. Desta

maneira, objetivou-se com este trabalho avaliar a utilização de metodologias voltadas para a

educação em saúde na mudança de concepção de estudantes do ensino fundamental I a respeito

da transmissão e profilaxia de doenças enteroparasitárias. Com esta perspectiva, primeiramente,

foi aplicado um questionário composto por questões abertas acerca das parasitoses intestinais.

Posteriormente, foram realizadas atividades educativas, que consistiram em aulas expositivas e

dialogadas e da realização de um jogo pedagógico. Por fim, ocorreu a reaplicação do

questionário (pós-teste) mencionado anteriormente. As atividades foram realizadas em duas

turmas do 5° ano de uma escola municipal de ensino fundamental localizada em um bairro

periférico da cidade de Campina Grande (PB). Após análise dos dados, o pré-teste evidenciou

1 Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba. Mestranda no Programa de Pós-

Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEPB. E-mail: [email protected]. 2 Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Professora titular da Universidade

Estadual da Paraíba. Docente Permanente no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação

Matemática da UEPB. E-mail: [email protected]. 3 Graduada em Biologia pela Universidade Estadual da Paraíba, especialista em Botânica pela Universidade

Federal da Paraíba. Mestranda no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da

UEPB. E-mail: [email protected]. 4 Graduada em Ciêncas Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba. Mestranda no Programa de Pós-

graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da UEPB. E-mail: [email protected].

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que os estudantes conheciam algo a respeito da transmissão e prevenção das parasitoses

estudadas, porém a maioria apresentou concepções errôneas que foram desmistificadas ao

longo do processo, o que pôde ser percebido na análise do pós-teste. Desta forma, destaca-se a

extrema importância da Educação em Saúde em junto à sociedade, tornando-se explicito que

tal educação deve ser estabelecida dentro da escola desde as primeiras fases do processo de

ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Educação em Saúde. Ensino de Ciências. Parasitoses intestinais.

Introdução

O ensino de ciências nas séries iniciais apresenta inúmeros desafios, tendo em vista os

muitos objetivos a serem alcançados. Além dos conteúdos de ciências naturais, existem os

temas transversais estabelecidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino

Fundamental – PCN (BRASIL, 1998), que devem ser abordados no ensino fundamental, sendo

considerados de suma relevância na formação de um sujeito crítico, social e cultural.

Um dos objetivos do ensino fundamental é abordar a temática saúde e, de acordo com

os PCN (BRASIL, 1998, p. 6) uma das capacidades que devem ser desenvolvidas no aluno é a

de “conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um

dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua

saúde e à saúde coletiva”.

Neste contexto, destaca-se a necessidade da educação em saúde no ensino de ciências

das séries iniciais, como um meio de informar a população a respeito de doenças que podem

ser prevenidas através da adoção de determinados hábitos, bem como sobre questões sociais,

políticas e econômicas que envolvem a temática saúde. Acredita-se que isto contribuirá não só

para a construção do conhecimento em conteúdos científicos, mas também para uma melhor

qualidade de vida à medida que o indivíduo percebe a necessidade da adoção de tais hábitos e

desenvolve um senso crítico a respeito deste tema.

Desta maneira, atenta-se para a problemática das parasitoses intestinais, visto que

acometem um grande número de indivíduos, principalmente crianças e adolescentes, como

afirmado por Neves (2010) ao inferir que o maior índice de ocorrência das parasitoses

intestinais é observado em indivíduos numa faixa etária de 1 a 12 anos, devido, principalmente,

ao contato entre crianças portadoras e crianças susceptíveis no domicílio ou na escola, aliado

ao fato de apresentarem hábitos que podem levar à infestação parasitária como, por exemplo,

levar a mão suja à boca. Como demonstrado nos resultados deste trabalho, o conhecimento a

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respeito destas doenças se priva ao senso comum, e, geralmente, são informações incorretas

que devem ser desmistificadas.

A transmissão destas parasitoses geralmente se dá pela ingestão de ovos ou cistos que

contaminam água e alimentos, por exemplo; assim, hábitos como não lavar os alimentos, como

frutas e verduras, antes da ingestão, tomar água que não tenha sido fervida ou não seja tratada,

ou roer unhas, podem promover a infestação por parasitas intestinais, caso estes veículos

estejam contaminados. Verifica-se assim, que a carência de informações a respeito da

transmissão e profilaxia destas doenças aumenta a probabilidade de sua ocorrência.

De acordo com Barbosa et al. (2009) é imprescindível a prática de medidas preventivas

às parasitoses intestinais no contexto familiar, adotando hábitos adequados no armazenamento

e preparo dos alimentos e no consumo da água e, primordialmente, o conhecimento acerca deste

agravo, adquirido, preferencialmente, através de medidas educativas que possibilitam a

construção do conhecimento para a adoção de hábitos saudáveis.

Justifica-se a necessidade da educação voltada para a saúde ainda nos anos iniciais do

ensino fundamental, em função da associação da educação em saúde à aprendizagem de

conteúdos de ciências naturais. Desta maneira, objetivou-se com este trabalho avaliar a

utilização de metodologias voltadas para a educação em saúde na mudança de concepção de

estudantes do ensino fundamental I a respeito da transmissão e profilaxia de doenças

enteroparasitárias.

Problemática das Parasitoses Intestinais

A relação de parasitismo é descrita por Neves (2010, p. 4) como “[...] a associação entre

seres vivos, na qual existe unilateralidade de benefícios”, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo

parasito, pois fornece alimento e abrigo para este, deste modo, apenas o parasita obterá

benefícios desta relação, prejudicando o organismo hospedeiro. Este tipo de relação ecológica

se dá porque as espécies parasitárias dependem de um hospedeiro para consolidar determinadas

ações, como reprodução e nutrição, por exemplo. Desta maneira, de acordo com a sua

necessidade ele utiliza o organismo que tem as condições favoráveis para o seu

desenvolvimento.

As espécies parasitas podem habitar no interior do corpo do hospedeiro, sendo

classificados como endoparasitas, ou permanecerem na parte externa do corpo, configurando

uma relação denominada de ectoparasitismo. Desta maneira, nosso foco está no primeiro tipo

de relação referido, considerando os helmintos e protozoários que apresentam o ser humano

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como hospedeiro intermediário ou definitivo, vivendo parte do seu ciclo de vida no sistema

gastrointestinal do indivíduo, sendo caracterizado como um parasita intestinal.

As parasitoses intestinais configuram um problema de saúde pública, afetando,

principalmente, populações residentes em países subdesenvolvidos, que apresentam condições

socioeconômicas precárias e um baixo nível de escolaridade. Estas populações apresentam

maior susceptibilidade à infestação por parasitas visto que habitam em locais onde há privação

em relação ao saneamento básico e educação (ANDRADE et al., 2010).

Deste modo, em relação à transmissão das parasitoses intestinais deve-se considerar o

contexto social, cultural e econômico no qual o indivíduo está inserido, como corroborado por

Orlandini e Matsumoto (2010) quando afirmam que as parasitoses intestinais ocorrem

principalmente em regiões menos desenvolvidas e sua ocorrência varia de acordo com o clima,

condições socioeconômicas, educacionais e sanitárias da região, podendo chegar a índices de

90% em países subdesenvolvidos, aumentando à medida que piora o nível socioeconômico.

Neves (2010) acentua que a alteração do meio ambiente, a concentração populacional e

as precárias condições higiênicas e alimentares, podem criar condições propícias para a

multiplicação das parasitoses junto a uma população susceptível, sendo a transmissão e a

manutenção das doenças parasitárias na população humana resultantes da interação entre o

agente, o meio ambiente e o hospedeiro humano.

Desta forma, nota-se a fundamental importância da Educação em Saúde em relação ao

controle das doenças enteroparasitárias, principalmente na infância, fase em que o indivíduo

encontra-se mais susceptível, pois utilizando métodos adequados, será possível a exposição de

informações necessárias para a construção do conhecimento referente ao modo de transmissão

e às medidas preventivas das parasitoses intestinais, além de outras informações que contribuem

para um controle eficaz.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (BRASIL,

1997), durante a infância e a adolescência, épocas decisivas na construção de condutas, a escola

passa a assumir papel de destaque devido à sua função social e por sua potencialidade para o

desenvolvimento de um trabalho sistematizado e contínuo, devendo assumir a responsabilidade

pela Educação em Saúde.

A Educação em saúde no Ensino Fundamental

O ambiente escolar caracteriza-se como um local de integração de diferentes sujeitos

sociais, sendo um lócus privilegiado no que se refere à formação de sujeitos autônomos, críticos

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e reflexivos de sua realidade, o que inclui os aspectos relacionados à saúde. Diante deste

contexto, a Educação em Saúde apresenta um papel de destaque na promoção da saúde, sendo

o meio pelo qual obtêm-se conhecimento para a valorização da saúde no contexto social, ou

seja, a qualidade de vida dos cidadãos (SILVA; SOUSA, 2013).

De acordo com Barbosa et al. (2009), a Educação em Saúde deve ampliar seu enfoque

à criança, pois, ao se trabalhar o indivíduo nessa fase do desenvolvimento, aumentam-se as

possibilidades de se tornarem, na idade adulta, pessoas com uma maior qualidade de vida, com

consciência crítica e com domínio sobre as questões de saúde, pois segundo Neves (2010) a

Educação em Saúde destinada às crianças é uma importante medida para o controle da

ocorrência de parasitoses intestinais humanas.

As práticas educacionais, quando bem desenvolvidas, levam as pessoas a adquirirem os

conhecimentos para a prevenção às parasitoses, alcançando objetivos propostos e evidenciando

o valor da orientação pedagógica para a conscientização da população (FERREIRA;

ANDRADE, 2005).

Sob esse ponto de vista, é notável a necessidade da abordagem da Educação em Saúde

desde as primeiras fases do processo de ensino-aprendizagem. Segundo as Diretrizes

Curriculares Nacionais – DCN (BRASIL, 2010), a escola deve assumir seu papel em relação à

Educação em Saúde, visto que as políticas educacionais só surtirão efeito se articuladas a outras

políticas públicas, como por exemplo, a saúde, uma vez que essas políticas dependem umas das

outras, mantendo um estreito relacionamento entre si.

É necessário, também, considerar o contexto socioeconômico no qual o estudante está

inserido, bem como os conhecimentos relacionados ao senso comum, o que permitirá identificar

os problemas que permeiam a sala de aula e desenvolver atividades que realmente serão

significativas no processo de ensino-aprendizagem. Sob esse ponto de vista, Furman (2009)

defende a utilização do conhecimento de senso comum por parte do educador como plataforma

sobre a qual serão construídas ferramentas de pensamento que permitam aos estudantes

desenvolver competências que possam prepará-los para a vida.

Assim, a abordagem da Educação em Saúde deve ocorrer em uma perspectiva de ensino

na qual o professor permita a participação ativa do estudante em sala de aula, levando em conta

o conhecimento prévio que os mesmos possuem sobre o conteúdo a ser abordado para, a partir

daí, procurar problematizar o assunto e instigar os estudantes a refletirem sobre determinadas

questões. Sob este ponto de vista, Neto e Oliveira (1993) enfatizam que somente um ensino

suficientemente organizado, com o objetivo de aprender e produzir determinados

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conhecimentos, desenvolver habilidades intelectuais e psicomotoras e formar atitudes pode

orientar para uma ressignificação do conhecimento.

O ensino dos temas relacionados à saúde desde os anos iniciais do Ensino Fundamental

tem a potencialidade de propiciar aos alunos condições de compreender que a saúde está

relacionada a diversos determinantes e que pode ser considerada como um direito de qualquer

cidadão, desenvolvendo um senso crítico em relação a esta temática, perpassando por questões

sociais, políticas e econômicas. (MONTEIRO; BIZZO, 2011).

Neste intuito, os PCN (BRASIL, 1997) destacam que a Educação em Saúde cumprirá

seus objetivos ao conscientizar os estudantes para o direito à saúde, sensibilizá-los para a busca

permanente da compreensão de seus determinantes e capacitá-los para a utilização de medidas

práticas de promoção, prevenção e recuperação da saúde.

Processo Metodológico

Este texto apresenta uma pesquisa de caráter qualitativo com uma análise descritiva

baseada nos dados obtidos (BOGDAN; BIKLEN, 1994). As atividades foram realizadas em

uma escola municipal de ensino fundamental localizada em um bairro periférico da cidade de

Campina Grande (PB), com duas turmas de alunos do 5° ano, do ensino fundamental I, contando

com a participação de 25 integrantes com a faixa etária entre 10 a 12 anos. A escolha do público-

alvo se deu pelo fato de serem crianças na faixa etária com a qual tem sido relatada maior

incidência das doenças parasitárias (DE CARLI et al, 1989; FERRI et al, 2009; BENCK, 2011;

LUDWIG et al., 1999; NEVES, 2010).

Anteriormente ao início das atividades, para cumprir com princípios éticos, foi enviado

o projeto de pesquisa ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba,

recebendo o parecer de aprovado. No primeiro contato com os integrantes da pesquisa, foram

encaminhados aos seus responsáveis o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

com a finalidade de obter a autorização para realização das atividades. Assim, incluíram-se

nesta pesquisa, os estudantes que entregaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

devidamente assinado por seus responsáveis, sendo excluídos aqueles que não preenchessem

este requisito e/ou declarassem não querer participar das atividades.

Primeiramente, foi aplicado um questionário composto por questões abertas acerca das

parasitoses intestinais, com o intuito de verificar o conhecimento prévio dos estudantes a

respeito desta problemática. Posteriormente, foram realizadas as atividades de intervenção

educativa que consistiram em aulas expositivas e dialogadas e da realização de um jogo

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pedagógico. Os conteúdos abordados consistiram na profilaxia, transmissão e sintomas das

parasitoses intestinais humanas. Também foram enfocados os respectivos agentes etiológicos e

suas principais características, como morfologia, hospedeiros e formas evolutivas presentes em

seus ciclos de vida. As parasitoses abordadas foram: Ascaridíase, Amebíase e Ancilostomose,

as quais possuem uma alta prevalência no público infantil (VASCONCELOS et al, 2011;

ANDRADE et al, 2010).

Após a realização das aulas foi aplicado o jogo com os estudantes, que consistiu em um

jogo da forca que tratou dos mesmos assuntos abordados nas aulas expositivas e dialogadas.

Cada turma foi dividida em dois grupos, e o jogo foi realizado na forma de uma competição,

em que as crianças descobriam a(s) palavra(s) adivinhando as letras que elas possuíam, tendo a

própria pergunta como dica. A última etapa consistiu na reaplicação do questionário (pós-teste)

mencionado anteriormente, permitindo verificar se as atividades realizadas contribuíram para a

mudança considerável da concepção dos estudantes a respeito das enteroparasitoses.

A análise dos dados foi feita a partir da análise temática proposta por Bardin (1977), na

qual se considera a frequência de temas extraídos dos discursos, considerados como dados

comparáveis, o que permite a construção de categorias de análise.

Para tanto, as perguntas e repostas dos questionários, foram transcritas para uma

planilha do Excel 2010, as perguntas postas em colunas e as respostas em linhas subsequentes,

após esse procedimento a planilha foi enviada para o software Modalisa 4.5, o qual nos permite

a interpretação qualitativa, a partir de dados quantitativos e favorece a elaboração de categorias

teóricas de análise (DIAS, 2010).

As questões guias utilizadas para a construção das categorias apresentadas neste

trabalho foram: “Como podemos nos infestar com parasitas intestinais?” e “Cite três medidas

de prevenção contra doenças parasitárias”.

Resultados e Discussão

Através da análise dos questionários foram obtidos os dados expressos nos itens 5.1 e

5.2, nos quais ficou demonstrado, através da análise do pré-teste, que os estudantes conheciam

algo a respeito da transmissão e prevenção das parasitoses estudadas, como destacado por

Campos e Nigro (1999) ao considerar que todo aluno pensa, tem concepções e tem algo a dizer

sobre qualquer conteúdo passível de aprendizagem, porém os participantes da pesquisa também

apresentaram concepções errôneas que foram desmistificadas ao longo do processo, o que pôde

ser percebido na análise do pós-teste.

13033

Resultados obtidos a partir da questão: “como podemos nos infestar com parasitas

intestinais?”

Ao estabelecer a análise dos questionários aplicados anteriormente à realização das

atividades, evidenciou-se que os estudantes apresentaram respostas que estão de acordo com a

literatura e que, portanto, são consideradas um meio de transmissão das doenças aqui discutidas,

porém, também apresentaram concepções errôneas que não estão relacionadas ao contágio por

essas parasitoses.

Como representado no gráfico 1, as categorias obtidas a partir dos questionários pré-

teste se apresentam da seguinte maneira: contato cutâneo com o solo 57%; má alimentação

19%; ignora 15%; uso de medicamentos 9%.

Gráfico 1 - Categorias estabelecidas a partir da questão “como podemos nos infestar com

parasitas intestinais?” dos questionários pré-teste.

Fonte: As autoras.

Como observado, a maioria dos estudantes (57%) inferiram corretamente ao afirmar que

o contato cutâneo com o solo pode promover a infestação por parasitas intestinais, uma vez que,

como afirma Andrade et al. (2010), a Ancilostomose, doença causada pelo Ancylostoma

duodenale, acomete o sujeito através da penetração da larva na pele. Isto ocorre quando um

indivíduo acometido defeca em locais inadequados, ocorrendo à liberação dos ovos do parasita

nas fezes e, ao entrarem em contato com o solo em condições favoráveis a seu desenvolvimento,

passam à forma larvária; tais larvas, na forma filarióde, podem penetrar no hospedeiro humano

através da pele conjuntiva, alcançando a circulação sanguínea e passando por vários órgãos até

chegar ao intestino delgado, onde fixam a cápsula bucal no duodeno passando a exercer o

parasitismo hematófago.

57%19%

15%

9%

Transmissão das Parasitoses Intestinais (Pré-teste)

Contato cutâneo com o

solo

Má Alimentação

Ignora

Uso de medicamentos

13034

A categoria má alimentação encontra-se com um total de 19% dentre as medidas citadas,

sendo estabelecida a partir de respostas consideradas errôneas, nas quais os estudantes inferiram

que o consumo de gorduras e açúcares e a abstinência de frutas e verduras acarretam a

infestação por parasitas. Esta concepção parte de uma ideia de senso comum de que quando a

criança não ingere alimentos saudáveis e tem o hábito de comer guloseimas como pipocas, balas

etc. é acometida por determinados ‘vermes’.

Esta concepção também foi observada no trabalho de Siqueira e Fiorini (1999) que, ao

estudarem o conhecimento de estudantes do Ensino Fundamental em relação às verminoses,

obtiveram respostas que ressaltam a crendice popular de que a ingestão de doces e açúcares ou

de “alimentos estragados” podem promover a infestação por parasitos. Deste modo, inseriram-

se nesta categoria respostas como “comendo doces”, “comendo gorduras” e “comendo pipoca”.

A infestação através da ingestão de alimentos ocorre quando eles estão contaminados

por ovos ou cistos de parasitas, não estando relacionada ao tipo de nutrientes presentes. O que

pode levar a tal infestação é o consumo sem uma higiene adequada como, por exemplo,

comendo-os sem lavar as mãos. Cantos et al. (2004) consideram que a manipulação de

alimentos em condições precárias de higiene, como as mãos e depósitos subungueais, pode ser

um fator de transmissão, além disso, é considerado a relevância de insetos que podem atuar

como vetores mecânicos.

A terceira categoria representada refere-se às respostas de estudantes que afirmaram não

saber como ocorre a transmissão destas doenças, representando 15% das respostas obtidas.

Um total de 9% dos estudantes citou o uso de medicamentos como modo de transmissão,

provavelmente este grupo se confundiu e apresentou uma forma de cessar a infestação por

parasitas. Obviamente, a utilização de medicamentos não promove a transmissão destas

doenças e sim uma maneira de tratamento para os indivíduos afetados, devendo ser obtida a

partir da recomendação médica.

Após a análise do pós-teste foram estabelecidas as categorias representadas no gráfico

2, sendo possível perceber a mudança de concepção que ocorreu em relação ao pré-teste, uma

vez que todas as categorias podem ser consideradas como um modo de transmissão das

parasitoses intestinais.

13035

Gráfico 2 - Categorias estabelecidas a partir da questão “como podemos nos infestar com

parasitas intestinais?” dos questionários pós-teste.

Fonte: As autoras.

O contato cutâneo com o solo permaneceu como o mais citado no pós-teste, em seguida,

na categoria ausência de higiene inseriram-se respostas como “roer as unhas”, “não lavando as

mãos” ou “não cortar as unhas”. As mãos podem estar contaminadas com formas evolutivas do

ciclo biológico dos parasitas intestinais e ao ser levadas a boca pode ocorrer à infestação dos

indivíduos. Portanto, não lavar as mãos antes das refeições ou após o uso do banheiro ou roer

unhas, por exemplo, pode promover a ingestão de ovos ou cistos destes parasitas, atingindo a

saúde do indivíduo.

Do mesmo modo, os alimentos como frutas e verduras podem estar contaminados,

assim, não lavar estes alimentos da maneira devida antes do consumo, pode promover a

infestação, destarte a categoria ausência de higienização dos alimentos é considerada um modo

de transmissão. Mesquita et al. (1999) ressaltam que as hortaliças são um importante veículo

de parasitos intestinais e sua contaminação se dá, principalmente, através da água contaminada

por material fecal de origem humana, utilizada na irrigação das hortas ou pelo solo adubado

com materiais orgânicos com dejetos fecais. Cantos et al. (2004) também colocam que

alimentos como as hortaliças podem estar contaminados com parasitos intestinais, afirmando

que na transmissão das parasitoses intestinais destaca-se a má higienização de verduras

considerando, também, que a ingestão de vegetais crus é um fator de risco tratando-se da

infestação por tais parasitos.

Outro veículo dos parasitas intestinais é a água, a qual quando não tratada ou fervida,

pode ser ingerida por indivíduos e promover a infestação, além disso, quando utilizada na

agricultura contamina os alimentos; portanto, o consumo de água contaminada é um fator de

37%

33%

22%

8%

Transmissão das Parasitoses intestinais (Pós-teste)

Contato cutâneo com o

solo

Ausência de higiene

Ausência de higienização

dos alimentos

Consumo de água

contaminada

13036

risco, sendo provável a infestação por parasitas. O que é corroborado por Manfroi (2009) ao

apresentar a água como um importante veículo de parasitoses, caso esta não esteja tratada o que

ocorre, principalmente, em locais com precárias condições de saneamento básico, deste modo

sua ingestão ou seu uso na higienização de alimento ou higiene pessoal é um fator de risco.

Deste modo, a categoria consumo de água contaminada, representando 8% das medidas citadas,

insere-se como um modo de transmissão das parasitoses intestinais.

Resultados obtidos a partir da questão: “Cite três medidas de prevenção contra doenças

parasitárias”

No gráfico 3 estão representadas as categorias estabelecidas a partir das respostas dos

questionários pré-teste, referentes à profilaxia das enteroparasitoses, nas quais a maioria dos

estudantes inferiu que o uso de medicamentos seria uma medida de prevenção, o que se deve a

ideia de senso comum de que na infância deve-se medicar-se com “remédios para vermes”

mesmo sem um diagnóstico que afirme que as crianças estejam parasitadas. Deste modo, nesta

categoria foram inseridas respostas como “tomando remédio de verme” e “tomando o remédio

dos 6 meses”. Segundo Boeira et a. (2010) o uso de antiparasitários como prevenção é muito

comum, sendo aplicado principalmente por pais ou responsáveis acreditando-se que eliminará

os “vermes” que estão infestando as crianças; porém a medicação é ineficaz na prevenção.

Gráfico 3 - Categorias estabelecidas a partir da questão “cite três medidas de prevenção contra

doenças parasitárias” dos questionários pré-teste.

Fonte: As autoras.

As categorias hábito alimentar e uso de calçados apresentam-se em uma mesma

porcentagem, na primeira os estudantes inferiram que o não consumo de doces, comidas

33%

24%

25%

10%

8%

Prevenção às Parasitoses Intestinais (Pré-teste)

Uso de medicamentos

Hábito alimentar saudável

Uso de calçados

Ignora

Ir ao médico

13037

enlatadas e frituras e o consumo de frutas e verduras, seria um modo de prevenção às parasitoses

intestinais, porém, como dito anteriormente, o hábito alimentar não infere na transmissão das

parasitoses, portanto não pode ser considerado como uma medida profilática. Em relação ao

uso de calçados é considerado como medida de prevenção, pois, como apresentado nas vias de

transmissão, há parasitas intestinais capazes de penetrar no hospedeiro através da pele, portanto,

o uso de calçados, principalmente em locais com terra ou areia, mostra-se de fundamental

importância.

Ainda no gráfico 3, é demonstrado que 10% dos estudantes afirmaram não conhecer as

medidas profiláticas às parasitoses intestinais e 8% afirmaram que ir ao médico seria uma

medida preventiva, porém a procura de um médico é aconselhável quando o indivíduo apresenta

sintomas característicos das parasitoses intestinais, como dores abdominais, náuseas, disenteria,

anemia etc. Portanto, a ida ao médico se dá, geralmente, quando o sujeito já está infestado por

parasitas, não sendo considerada uma medida preventiva. Vasconcelos (1998) afirma que

muitas vezes o indivíduo só é levado ao médico ao ultrapassar determinado tipo de tolerância.

Cabe ao médico diagnosticar a doença e prescrever o tratamento específico.

No gráfico 4 estão representadas as categorias estabelecidas a partir das respostas do

pós-teste referentes a profilaxia das parasitoses intestinais, apresentando-se nas seguintes

porcentagens: Uso de calçados 33%; Higiene pessoal 33%; Higienização dos alimentos 25% e

Consumo de água tratada 9%; sendo todas consideradas como medidas profiláticas às

parasitoses intestinais.

Gráfico 4 - Categorias estabelecidas a partir da questão “cite três medidas de prevenção contra

doenças parasitárias” dos questionários pós-teste.

Fonte: As autoras.

33%

33%

25%

9%

Prevenção às Parasitoses intestinais (Pós-teste)

Uso de calçados

Higiene Pessoal

Higienização dos

alimentos

Consumo de água tratada

13038

O uso de calçados apresenta-se com 33% das medidas citadas e, como já discutido,

auxilia na prevenção às parasitoses intestinais. Na categoria higiene pessoal os estudantes

inferiram que hábitos como lavar as mãos antes das refeições e cortar e limpar as unhas seriam

considerados como medidas preventivas, o que está correto, pois como já mencionado, as mãos

podem estar contaminadas com ovos ou cistos e ao serem levadas à boca promovem a infestação

por parasitas. Assim, destaca-se a importância da lavagem das mãos várias vezes ao dia, além

de hábitos como cortar e limpar as unhas, as quais podem ser um importante veiculo de ovos

ou cistos dos parasitas.

A categoria higienização dos alimentos (25% dentre as medidas citadas) apresenta

respostas como “lavar as frutas e verduras” ou “lavar os alimentos antes de comê-los”, é sabido

que os alimentos como frutas e verduras podem ser contaminados durante o seu cultivo, por

exemplo, pela água ou o solo contaminado com ovos ou cistos. Neves (2010), ao descrever a

profilaxia de parasitoses intestinais, aponta como principais medidas a higiene pessoal, como

lavar as mãos, e a lavagem e proteção dos alimentos.

A última categoria apresentada no gráfico 4 é o consumo de água tratada, com um total

de 9%; como exemplo de respostas inseridas na mesma pode-se citar “tomar água filtrada” ou

“não pegar em água suja”, o que pode ser considerado correto, pois a água pode estar

contaminada com formas evolutivas de parasitos intestinais, principalmente em locais com

condições precárias de saneamento básico. Barroso (2007) destaca a importância do

saneamento básico em relação à saúde da população, afirmando que 80% das doenças e mais

de 1/3 da taxa de mortalidade em todo o mundo decorrem da má qualidade da água utilizada

pela população e a falta de tratamento de esgotos. Neves (2010) ressalta que a água pode ser

contaminada durante a sua distribuição à população, destacando a importância da mesma ser

tratada ou fervida antes do consumo e utilização.

É notório nos resultados expostos acima, que após as atividades de intervenção

envolvendo métodos lúdicos e permitindo que os estudantes atuem como um sujeito ativo da

aprendizagem obteve-se respostas corretas acerca das questões estudadas, principalmente

referentes à profilaxia. Ferreira e Andrade (2005) apresentaram resultados semelhantes ao

realizar oficinas e dinâmicas com escolares e pais/responsáveis, que abordavam conhecimentos

relacionados ao ciclo biológico, vias de transmissão e medidas profiláticas de parasitos

comumente encontrados. Com a aplicação de um questionário após as práticas educativas, os

autores constataram que houve ampla assimilação do conhecimento refletindo na mudança de

conceitos e hábitos apontados antes da realização das atividades.

13039

Considerações Finais

Os resultados obtidos a partir das questões estudadas dos questionários pré-intervenção,

demonstram a carência de informação sobre as parasitoses intestinais, explicitando a

importância da realização de atividades educativas junto à população. Infere-se que o

conhecimento em relação às referidas parasitoses não é satisfatório o que influencia o aumento

da prevalência das mesmas. Ludwig et al. (1999) ressalta que em relação à problemática das

parasitoses intestinais as crianças são as mais acometidas, principalmente pelo fato de

desconhecerem os princípios básicos de higiene, bem como outras medidas profiláticas.

Percebe-se, também, conhecimentos de senso comum que devem ser considerados

durante o processo de ensino-aprendizagem, pois baseando-se em colocações de Rios et al.

(2007) não se deve conceber como conhecimento apenas o que é cientificamente comprovado

e o que a literatura afirma como verdade, negando ou tendo como erro o saber popular.

Não obstante, Laville e Dionne (1999) ressaltam que o senso comum produz saberes

que, como os demais, colaboram na compreensão do nosso mundo e da sociedade, porém deve-

se desconfiar de tais explicações, uma vez que podem ser um obstáculo à construção do saber

adequado. Desta forma, é necessário considerar as ideias de senso comum, aprimorando o

conhecimento ou desmistificando algumas ideias distorcidas.

Esta reconstrução do conhecimento ocorrerá através de medidas educativas voltadas

para a temática saúde a partir de métodos diversificados que permitam a participação do sujeito

de maneira autônoma e reflexiva. Como afirma Amorim et al. (2008) as crianças apresentam-

se como grupo relevante dentre os parasitados, portanto a realização de atividades educativas é

indispensável no controle das parasitoses em questão, tendo como contexto principal a

profilaxia das mesmas. Como demonstrado nos resultados desta pesquisa, ocorreu uma ampla

assimilação dos conteúdos abordados, sendo possível perceber a mudança de concepção em

relação à transmissão e profilaxia das parasitoses intestinais.

Desta forma, destaca-se a extrema importância da Educação em Saúde em relação à

sociedade, tornando-se explicito que tal educação deve ser estabelecida dentro da escola desde

as primeiras fases do processo de ensino-aprendizagem e, se tratando das parasitoses intestinais,

destaca-se que é indispensável à realização de atividades educativas junto a crianças, visto que

este público é o mais acometido, principalmente por desconhecerem informações referentes ao

assunto. Destarte, explicita-se que a partir da construção do conhecimento sobre as parasitoses

13040

intestinais os estudantes, possivelmente, adotarão os hábitos necessários à prevenção, o que

pode corroborar na diminuição da prevalência destas doenças.

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