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AVALIAÇÃO DO CLIMA
ORGANIZACIONAL PERCEBIDO PELA
CLASSE TÉCNICO ADMINISTRATIVA
DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR PÚBLICA
wendel roberto martel dos santos (UEAP)
Brendon Machado Monterrrozo (UEAP)
Yane da Silva Pereira (UEAP)
Ygor Kauko Waldez Costa dos Santos (UEAP)
Este estudo teve por objetivo avaliar o clima organizacional percebido
por uma categoria de profissionais, os técnicos administrativos da
Universidade do estado do Amapá. Foi usado um questionário baseado
nos trabalhos de Rizzatti (2002), contendo doze dimensões que
possuem um total de vinte e oito questionamentos, ficou constatado que
das doze dimensões, sete obtiveram conceitos positivos de aceitação e
as outras cinco obtiveram conceitos negativos de aceitação.
Palavras-chave: Clima organizacional, técnicos administrativos,
Universidade do estado do Amapá.
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
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1. Introdução
A necessidade de estudar o ambiente de trabalho e verificar até que ponto este pode
influenciar no comportamento e no empenho do colaborador na organização foram algumas
necessidades percebidas por parte dos pesquisadores nos estudos de clima organizacional.
Como Frederick Taylor que foi um dos pioneiros a desenvolver teorias para o
desenvolvimento do estudo do clima organizacional. Para ele, o gestor tem como função o
estudo do comportamento do trabalhador, suas habilidades e dificuldades para que se tenha
maior facilidade em se tratar e criar mecanismos para o desenvolvimento e capacitação para
melhor aproveitamento das competências do trabalhador.
Bergamini e Coda (1997) afirmam que o clima organizacional nada mais é que o nível de
satisfação ou insatisfação experimentado pelos empregados no trabalho. É uma forma de
identificar e corrigir práticas da organização que possam influenciar negativamente a
produtividade dos membros da empresa, assim como incentivar técnicas para o melhor
aproveitamento dos recursos humanos.
O êxito e o sucesso das instituições estão diretamente relacionados ao grau de
comprometimento dos colaboradores para com suas atividades organizacionais, diante disso
avaliar o clima organizacional de ambientes de trabalhos tornou-se algo essencial para
diagnosticar falhas e propor sugestões de aperfeiçoamento da qualidade laboral e melhoria
dos serviços prestados. Lacombe (2005) afirma que o clima organizacional reflete o grau de
satisfação do pessoal com o ambiente interno e a qualidade do ambiente de trabalho percebida
pelas pessoas da organização. Interferindo assim diretamente na colaboração, no trabalho em
equipe e na qualidade das atividades exercidas.
Este trabalho tem por objetivo buscar a avaliação e a analise do clima organizacional de uma
instituição de ensino superior, A Universidade do estado do Amapá – UEAP, através da
percepção dos servidores lotados nesta IES. A universidade do estado do Amapá possui duas
classes de profissionais, que são: Técnicos administrativos e Docentes, este trabalho tem por
objetivo avaliar o clima organizacional percebido pelo corpo técnico administrativo.
2. Administração de instituições públicas
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A administração pública brasileira teve seu começo no século XIX, com um marco divisório
em 1930, momento em que se iniciou a chamada Burocratização do Estado Nacional. Foi
instituída a modernização da administração pública através do estabelecimento de um padrão
de eficiência no serviço público federal, que sufocou o Estado patrimonial, defensor da falta
de qualificação dos servidores, devido ao nepotismo.
Durante a ditadura militar que aconteceu de 1964 a 1985, a administração pública passou por
transformações como a ampliação da função econômica do Estado com a criação de várias
empresas estatais, facilitando a implantação de políticas e o aprofundamento da divisão da
administração pública: para administração direta e indireta. A reforma do período militar
também teve relevância na padronização e normatização nas áreas de pessoal, compras e
execução orçamentária, instituindo ainda os cinco princípios estruturais da administração
pública: planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competências e controle.
Na busca pela eficiência, a administração contemporânea tenta desburocratizar o andamento
dos processos, dando agilidade sempre que possível e suprimindo medidas ineficazes, que só
servem para dar morosidade e complexidade aos resultados. A nova administração deve
estimular o compromisso de interagir com grupos sociais diversos. O novo serviço público
requer pessoas preparadas para detectar problemas complexos e oferecer assessoramento para
a sua solução. A Constituição Federal Brasileira de 1988 no seu artigo 37 estabelece os
princípios a serem obedecidos na administração pública, tanto na direta como na indireta, na
esfera de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
sendo eles: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
Grandes mudanças, por ocasião da transição para a democracia, ocorreram na administração
pública com o surgimento de muitas expectativas de modernização, sem, contudo, conseguir
remover muitas características tradicionais. Entre elas, estão a padronização dos
procedimentos e as formas de abordar o usuário, como características que deveriam fazer
parte das instituições públicas de modo geral. A modernização do Estado acontece a passos
lentos, devido principalmente à cultura arraigada de concentração de poder.
As idéias de reforma administrativa são sempre vistas como atraentes pelos cidadãos, tão
acostumados a sofrer dificuldades em tratar de seus interesses em qualquer organização
pública, que muitas vezes ficam somente com as promessas de eficiência imediata. Os
questionamentos são sempre sobre a ineficiência e não a respeito da administração pública em
si, culpando a inadequação das estruturas, dos procedimentos e a falta de habilidade dos
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servidores. Atualmente, com o nível de conhecimento que é exigido para se inserir nos
quadros do funcionalismo público, a impressão de má prestação do serviço público será
transformada em uma visão mais flexível, com possibilidades de mudanças, pois ao analisar
os antecedentes históricos, percebe-se que gradualmente têm ocorrido melhorias no sistema.
3. Fundamentação teórica
3.1. Cultura organizacional
Segundo Chiavenato (2012) cultura organizacional é um padrão de assuntos básicos
compartilhados, que um grupo aprendeu como maneira de resolver seus problemas de
adaptação externa e de integração interna e que funciona bem, a ponto de ser considerado
válido e desejável para ser transmitido aos novos membros como forma correta de perceber,
pensar e sentir em relação aos seus problemas.
Já para Hofstede (1991), o conceito de cultura organizacional representa um fenômeno em si
mesmo, diferenciando-se em muitos aspectos da cultura nacional. As culturas nacionais têm
como elemento central os valores, os quais são adquiridos na família, na comunidade e na
escola. Já as culturas organizacionais diferenciam-se pelas práticas, aprendidas a partir da
socialização no ambiente de trabalho.
A cultura organizacional influencia de forma direta o clima organizacional, segundo Luz
(2003) a cultura organizacional pode ser considerada a causa do clima organizacional.
Segundo Robbins (2010) a cultura dominante expressa os valores essenciais compartilhados
pela maioria dos membros da organização. Quando falamos na cultura de uma organização
nos referimos a sua cultura dominante, que lhe confere uma personalidade distinta. As
subculturas tendem a ser desenvolvidas nas grandes organizações para refletir problemas,
situações ou experiências comuns a alguns de seus membros pertencentes a determinados
departamentos ou regiões geográficas. O departamento de compras, por exemplo, pode ter
uma subcultura que inclui os valores essenciais da cultura dominante acrescido dos valores
específicos daquele departamento.
Não é fácil dizer quando uma cultura organizacional é criada, mas Robbins (2010) afirma que
os costumes, as tradições e a maneira usual de fazer as coisas em uma organização dependem
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muito do que já foi feito antes e do grau de sucesso que foi então alcançado. Isso nos leva à
fonte primordial da cultura organizacional: os fundadores da empresa.
3.2. Clima organizacional
Segundo Chiavenato (2012) o clima organizacional constitui o meio interno de uma
organização, a atmosfera psicológica e característica que existe em cada uma. O clima
organizacional é o ambiente humano dentro do qual as pessoas de uma organização executam
seu trabalho. O clima pode se referir ao ambiente dentro de um departamento, de uma fábrica
ou de uma empresa inteira. O clima não pode ser tocado ou visualizado, mas pode ser
percebido psicologicamente.
No entanto Tachizawa (2001) afirma que o clima organizacional é o ambiente interno em que
convivem os membros da organização, estando, portanto relacionado com seu grau de
motivação e satisfação.
A motivação está intimamente ligada ao conceito de clima organizacional, quanto melhor o
clima melhor será a motivação do individuo perante a organização, como preceitua
Chiavenato (2012) as pessoas esperam certas recompensas, satisfações e frustações na base se
suas percepções do clima organizacional. Essas expectativas - quando positivas – tendem a
aumentar a motivação das pessoas.
O chefe imediato (gestor) tem um papel importantíssimo na criação e desenvolvimento de um
bom clima organizacional, é o que diz Chiavenato (2012) o gestor pode criar e desenvolver
um clima organizacional com intervenções no seu estilo de liderança, no seu sistema de
administrar pessoas, na questão da reciprocidade, na escolha do pessoal, no projeto de
trabalho e no treinamento e avaliação da equipe, nos esquemas de motivação e, sobretudo, nos
sistemas de recompensas e remuneração.
3.3. A proposta de Rizzatti como modelo de estudo do clima organizacional
O autor desenvolveu um modelo para o estudo de clima organizacional em universidades, em
sua tese de doutorado formulada por Rizzatti (2002), “Categorias de análise de clima
organizacional em universidades federais brasileiras”, ele apresentou um modelo composto de
doze dimensões, com 33 componentes de indicadores para a análise do clima em
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universidades, estas categorias foram estabelecidas a partir de uma pesquisa aprofundada na
literatura especializada sobre modelos utilizados para o estudo do clima organizacional.
A pesquisa de campo para validar o instrumento, ou seja, para verificar a
adequabilidade das categorias identificadas pelo autor, foi realizada em três universidades do
sul do Brasil: Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal de Santa Maria e
Universidade Federal do Paraná, a análise dos dados da pesquisa permitiu compatibilizar a
proposta inicial do pesquisador com a percepção dos pesquisados, ratificando a importância e
a adequabilidade dos componentes identificados para a constituição das categorias de análise
do clima organizacional nas universidades federais.
Quadro 1- As doze dimensões de Rizzatti
1. Imagem institucional;
2.Política de Recursos Humanos
3.Sistema de assistência e benefícios
4.Estrutura organizacional
5.Organização e condições de trabalho
6.Relacionamento interpessoal
7.Comportamento das chefias
8.Satisfação pessoal
9.Planejamento institucional
10.Processo decisório
11.Autonomia universitária
12.Avaliação institucional
Fonte: Adaptado Rizzatti (2002)
4. Metodologia
4.1. Objeto de estudo
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A Universidade do Estado do Amapá (UEAP) foi criada através da Lei nº. 0969, de
31/03/2006, que autoriza a sua criação, e da Lei nº. 0996, de 31/05/2006, que a institui. É
regida pelos instrumentos normativos: Estatuto; Projeto Político Pedagógico (PPP); Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI); Regimento Geral; Projetos Pedagógicos de Cursos.
Sua missão é promover o acesso ao conhecimento, estimulando a produção, integração e
divulgação dos saberes, com a responsabilidade de formar cidadãos comprometidos com a
ética, o desenvolvimento humano e sustentável dos recursos naturais, que possam contribuir
para a geração de uma sociedade justa e democrática.
Seus principais objetivos são:
A promoção do ensino superior, desenvolvendo o conhecimento universal, com
especial atenção para o estado do Amapá e para a Amazônia;
Realizar pesquisa e estimular atividades criadoras, valorizando o indivíduo em
seu processo evolutivo, incentivando o conhecimento científico relacionado ao homem
e ao meio ambiente;
Participar e colaborar com as políticas de desenvolvimento do estado do
Amapá.
A UEAP possui dois campus: Campus I que está localizado na Av. Presidente Vargas, nº 650
– Centro e o Campus II que fica na Avenida Procópio Rola, 1346 - Centro, Além de um
núcleo tecnológico para os cursos de engenharias localizado na Rua General Rondon, 1207 -
Centro, todos no município de Macapá, Estado do Amapá.
Atualmente a UEAP tem cerca de treze cursos de graduação (Ciências Agrárias, Engenharia
Ambiental, Engenharia Florestal, Engenharia de Pesca, Engenharia da Produção, Engenharia
Química, Licenciatura em Ciências Naturais, Licenciatura em Filosofia, Licenciatura em
Letras, Licenciatura em Música, Licenciatura em Pedagogia, Licenciatura em Química e
Tecnologia em Design) e dois cursos de pós-graduação: Lato Sensu em Gestão de Arranjos
Produtivos Locais e Lato Sensu em Economia e Meio Ambiente.
Os cargos efetivos do corpo técnico administrativos foram recentemente preenchidos através
de um concurso público que foi realizado no ano de 2014 onde foram oferecidas 122 vagas. O
corpo técnico dividi-se em três sub-grupos, que são: Técnico - nível médio, Técnico -
Profissionalizante e Técnico - superior. A UEAP tem sua estrutura administrativa organizada
de acordo com a Figura 1, sendo formada por 96 técnicos administrativos.
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Figura 1 – Organograma da UEAP
Fonte: Regimento Geral da UEAP
3.2. Procedimento Metodológico
O presente estudo se classifica, quanto aos fins, como exploratório e descritivo. Considera-se
como descritivo porque descreveu as sensações e percepções e sentidas quanto ao tema clima
organizacional pelo corpo técnico administrativo da UEAP. É também considerada
exploratória devido ao seu fito de investigar através da aplicação de questionários e da
pesquisa empírica. Quanto aos meios classifica-se como pesquisa de campo e bibliográfica. É
de campo, pois foi aplicado questionário na população amostral, que são os técnicos
administrativos da UEAP, e também é considerada bibliográfica, pois foi feito todo um
levantamento teórico sobre o tema em questão para a elaboração de uma boa base teórica.
O questionário foi elaborado seguindo as doze dimensões que Rizzatti (2002), cita em sua tese
de doutorado e que podem ser visualizadas na imagem I, apenas a dimensão dois foi alterada
para melhor enquadrar-se no objetivo do trabalho.
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Os questionários foram aplicados nos dois campi da UEAP nos dias 01,04 e 05 ambos do mês
maio do ano de 2015. A UEAP possui um corpo técnico com 96 profissionais, sendo esse o
espaço amostral da pesquisa, do qual se pretendeu avaliar a percepção do clima
organizacional da instituição.
Segundo FORZA (2002) é imprescindível a padronização dos instrumentos de coleta de dados
- os questionários - os quais são aplicados diretamente às pessoas de uma população
específica, cujo comportamento e características desejam-se conhecer. Este tipo de pesquisa é
adequado para testar hipóteses, modelos e proposições teoricamente fundamentadas.
Do total de 96 técnicos administrativos que a UEAP possui, cerca de 81,25% responderam ao
questionário, ou seja, 78 pessoas participaram da pesquisa. O Instrumento de coleta contém
doze dimensões que indagam quesitos como: 1. Imagem Institucional; 2.Políticas
Institucionais; 3.Sistema de Assistência e Benefícios; 4.Estrutura Organizacional;
5.Organização e Condições de Trabalho; 6.Relacionamento Interpessoal; 7.Comportamento
das Chefia; 8.Satisfação Pessoal; 9.Planejamento Institucional; 10.Processo Decisório;
11.Autonomia Universitária; 12.Avaliação Institucional. Essas doze dimensões se desdobram
em 28 perguntas as quais podem ser visualizadas no anexo I, que é o questionário que foi
utilizado.
O instrumento, estruturado e auto-preenchível, foi respondido em uma escala qualitativa de
concordância, com quatro opções de respostas, mensurados em uma escala de Excelente,
Bom, Regular e Ruim. Os resultados foram analisados de forma quantitativa e qualitativa.
A tabulação dos dados, foi realizada toda em um Software de planilha eletrônica juntamente
com o tratamento estatístico e a construção dos gráficos, posteriormente esses dados tabulados
foram passados para um software de edição de texto para a compilação com os dados
bibliográficos do estudo.
5. Resultados
A pesquisa foi realizada nos campi I e II DA UEAP, abrangendo 78 dos 96 Técnicos
administrativos lotados no local. Para tanto, resgata-se os objetivos da pesquisa: avaliar o
clima organizacional percebido pela referida classe de profissionais. Caracterizando a
amostra, foram levantadas as seguintes variáveis: Sexo, Grau de escolaridade, Faixa etária,
Tempo de serviço e Cargo. Os resultados foram os seguintes: 74% são do sexo masculino e
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26% do feminino, quanto ao grau de escolaridade constatou-se que 3% possuem o ensino
médio, 34% superior incompleto, 31% superior completo e 32% são pós-graduados. Em
relação à faixa etária observou-se que 49% possuem entre 18 e 25 anos e que 46% possuem
entre 26 e 42 anos e apenas 5% possui acima de 42 anos. No quesito tempo de serviço todos
os entrevistados possuem menos de 5 anos de trabalho e quanto aos cargos notou-se que 42%
são técnicos nível médio, 10% técnicos profissionalizantes e cerca 48% são técnico superior.
O contexto organizacional foi avaliado em doze dimensões sendo a sua primeira dimensão,
Imagem institucional, a qual foi dividida em três quesitos que são: I) Qual o grau de satisfação
em fazer parte deste departamento?, II) Mensure o grau com que você se identifica com o
departamento, bem como com a instituição e o desejo de continuar participando do seu
desenvolvimento, III) Qual o grau de satisfação que sinto por ser reconhecido pela sociedade
pelo fato de trabalhar como técnico desta Instituição de Ensino Superior?, os resultados estão
demonstrados na tabela 1 a seguir.
Tabela1b - Resposta da dimensão um
Quesito/Resposta Excelente Bom Regular Ruim
I 47% 38% 14% 1%
II 30% 53% 13% 4%
III 14% 57% 24% 5%
Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
A dimensão dois, Políticas institucionais, foi dividida em dois quesitos, que são: I) Qual o
grau de satisfação que as políticas institucionais trazem para que eu me sinta valorizado
profissionalmente? e II) Mensure a qualidade com que as políticas institucionais promovem a
integração do corpo técnico, os resultados podem ser visualizados na tabela 2.
Tabela 2 – Respostas da dimensão dois
Quesito/Resposta Excelente Bom Regular Ruim
I 0% 26% 53% 21%
II 0% 23% 51% 26%
Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
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A dimensão três, Sistema de assistências e benefícios, foi dividida em dois quesitos, que são:
I) Qual o grau dos benefícios oferecidos pela instituição que trazem qualidade para a
realização do meu trabalho? e II) Qual o grau de satisfação que sinto com as recompensas
financeiras que recebo e com os fatores motivacionais para a realização do meu trabalho?, a
tabela 3 apresenta os resultados.
Tabela 3 – Resposta da dimensão três
Quesito/Resposta Excelente Bom Regular Ruim
I 0% 22% 42% 36%
II 0% 20% 48% 32%
Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
A dimensão quatro, Estrutura organizacional, foi dividida em três quesitos, que são: I) Qual a
qualidade da comunicação entre os níveis hierárquicos do seu departamento?, II) Como você
avalia as condições tecnológicas oferecidas pela UEAP para a realização do seu trabalho?, III)
Mensure o grau de conhecimento das suas tarefas e das responsabilidades do seu cargo, a
tabela 4 a segui mostra os resultados.
Tabela 4 – Respostas da dimensão quatro
Quesito/Resposta Excelente Bom Regular Ruim
I 14% 43% 27% 16%
II 6% 22% 51% 21%
III 17% 68% 14% 1%
Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
A dimensão cinco, Organização e condições de trabalho, possui apenas um quesito que é:
Qual o grau de satisfação com as condições ergonômicas oferecidas pela UEAP, tais como:
temperatura, ventilação, iluminação, limpeza e mobiliário?, e os resultados estão apresentados
na figura 1 a seguir.
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Figura 2 – Respostas da dimensão cinco
Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
A dimensão seis, Relacionamento interpessoal, possui dois quesitos sendo que o primeiro, I)
Conheço as estruturas de chefias existentes e identifico o papel de cada uma no dia-a-dia?,
possui uma resposta objetiva que pode ser sim ou não. Já o segundo quesito, II) Avalie o grau
de cooperação existente entre as áreas que compõem os Departamentos Administrativos da
UEAP, segue o padrão dos anteriores. Nas respostas 66% disseram sim e 34% disseram não
ao primeiro quesito. Em relação ao segundo 4% respondeu excelente, 47% bom, 41% regular
e 8% ruim.
A dimensão sete, Comportamento das chefias, possui quatro quesitos, que são: I) Qual o grau
de Confiança que você tem no trabalho realizado pelas chefias de departamentos, pró-reitorias
e reitoria?, II) Mensure o grau com que as chefias proporcionam os recursos adequados para
o desenvolvimento do trabalho, III) Mensure o grau de acompanhamento do seu trabalho que
é realizado pelas chefias, IV) Mensure o grau de aceitação e aplicação, por parte das chefias,
das sugestões dadas pelos colaboradores no seu Departamento. As respostas podem ser
visualizadas na tabela 5 a seguir
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Tabela 5 – Resposta da dimensão sete
Quesito/Resposta Excelente Bom Regular Ruim
I 5% 48% 43% 4%
II 4% 45% 42% 9%
III 5% 57% 27% 11%
IV 18% 52% 25% 5%
Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
A dimensão oito, Satisfação pessoal, possui apenas um quesito que é: I) Qual o grau de
satisfação com o seu trabalho? e os resultados podem ser visualizados na imagem 2 a seguir.
Figura 3 – Respostas da dimensão oito
Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
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A dimensão nove, Planejamento institucional, esta dividida em dois quesitos que são: I) Qual
o grau de satisfação que sinto para ser motivado a participar do planejamento institucional? e
II) Mensure a qualidade das informações Recebidas e das atualizações sobre o planejamento e
pretensões institucionais. Os dados obtidos em decorrência dos quesitos podem ser
visualizados na tabela 6 a seguir.
Tabela 6 – Respostas da dimensão nove
Quesito/Resposta Excelente Bom Regular Ruim
I 0% 22% 42% 36%
II 0% 20% 48% 32%
Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
A dimensão dez, Processo decisório, possui apenas um quesito que é: Mensure o grau de
satisfação que você sente em relação à sua participação nos processos decisórios do seu
departamento, e os dados obtidos foram os seguintes: 19% Excelente, 42% Bom 25%
Regular, 14% ruim.
A dimensão onze, Autonomia universitária, possui, assim como a dimensão dez, apenas um
quesito que é: I) Como você avalia a autonomia da UEAP em relação ao governo do estado?,
e os resultados estão demonstrados na imagem 3 a seguir.
Figura 4 – Respostas da dimensão dez
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Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
A ultima dimensão, a dimensão doze, que faz referência à avaliação institucional, possui
também apenas um quesito que é: I) Mensure o grau com que à avaliação institucional
vigente identifica os problemas do seu Departamento, os dados obtidos quanto a essa
dimensão podem ser visualizados na imagem 4 a seguir.
Figura 4 – Respostas da dimensão doze
Fonte: Coleta de dados realizada pelos autores
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6. Considerações
Observou-se que o corpo técnico administrativo é constituído predominantemente por
profissionais que seguem um perfil de: Homens, jovens, que possuem um alto grau de
escolaridade e com menos de cinco anos de serviço na UEAP.
Para saber se uma dimensão obteve um grau satisfatório ou não de avaliação por parte do
corpo técnico, utilizou-se o seguinte critério: se à maiorias das respostas da dimensão foram
excelente, bom ou sim, a mesma recebe o conceito Positivo; e se a maioria das respostas
foram regular ou ruim, a dimensão recebe o conceito negativo.
Em relação ao objetivo de avaliar o clima organizacional percebido pelo corpo técnico
administrativo da UEAP, tem-se que, através da análise dos gráficos e das tabelas, das doze
dimensões avaliadas, cinco obtiveram conceitos negativos: "Políticas institucionais", "Sistema
de assistências e benefícios", "Planejamento institucional", "Autonomia universitária" e
"avaliação institucional". Sete dimensões obtiveram conceitos positivos, que são: “Imagem
institucional”, “Estrutura organizacional”, “Organização e condições de trabalho”,
“Relacionamento interpessoal”, “ Comportamento das chefias", " Satisfação pessoal" e "
Processo decisório".
7. Referências
LACOMBE, F. J. M. Recursos humanos: princípios e tendências – São Paulo: Saraiva,
2005.
RIZZATTI, G. Categorias de análise de clima organizacional em universidades federais
brasileiras. 2002. 307f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
ARENHARDT, L. D; FRANCHI, T. S. Percepção do Clima Organizacional no Serviço Público: Um
Estudo de com servidores e técnico-administrativos da Universidade Federal de Santa Maria.
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CHIAVENATO, I. Administração geral e pública - 3. ed. – Barueri, SP: Manole, 2012.
TACHIZAWA, T.; FERREIRA, V. C. D.; FORTUNA, A. M. Gestão com pessoas: uma
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LUZ, R. Gestão do clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.
HOFSTEDE, G. Cultures and organizations: software of the mind. McGraw-Hill, London,
1991.
NUNES, B. M.; QUEIROZ, J. V.; QUEIROZ, F. C. B. P.;QUEIROZ, A. F.S. Gestão para
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Conhecimento, v. 7, n.1, jan./jun. 2013.
ALMEIDA, D. M.; BRUM, G. M.; FRAGA L. S.; LOPES, L. F. D.; IBDAIWI, T. K. R.;
COSTA, V. M. F. Clima organizacional: um estudo de caso na unidade da cooperativa
Sicredi de São Sepé/RS, Convibra, 2010.
MELO, J. A.; GONÇALVES, J. C. S. Clima organizacional: uma avaliação do ambiente
de trabalho na biblioteca da Favip, Convibra administração,