Brasil de Fato RJ - 031

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Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013 | ano 11 | edição 31 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Barragem em Cachoeiras do Macacu Projeto pode prejudicar produção e aumentar preços de alimentos no estado Pablo Vergara Ana Yumi kajiki “Protestos são o principal jeito de reagir” Uso de agrotóxicos e monopólio da mídia são criticados por David Harvey entrevista | pág. 4 cidades | pág. 7 Dez anos de transgênicos no Brasil Modificação genética não aumentou produtividade nem rentabilidade do produtor No sábado, carioca embarca no Trem do Samba Trens saem da Central do Brasil com destino a Oswaldo Cruz brasil | pág. 9 cultura | pág. 11 Reprodução Divulgação Domingo é dia de “Farofaço” em Ipanema “Nós vamos invadir a NOSSA praia”. Com este lema, coletivos de favelas estão organizando um “Farofaço” no próximo domingo (8). Principal crítica é a nova abordagem da PM contra moradores do subúrbio: a revista em ônibus nos finais de semana. A prática está sendo adotada após arrastões. Pablo Vergara cidades | pág. 5

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1 | mundo

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013 | ano 11 | edição 31 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato

Barragemem Cachoeirasdo MacacuProjeto pode prejudicar produção e aumentar preços de alimentos no estado

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“Protestos são o principal jeitode reagir”Uso de agrotóxicos emonopólio da mídia são criticados por David Harvey

entrevista | pág. 4cidades | pág. 7

Dez anos de transgênicos no BrasilModificação genética não aumentou produtividade nem rentabilidade do produtor

No sábado, cariocaembarca no Trem do SambaTrens saem da Central do Brasil com destino a Oswaldo Cruz

brasil | pág. 9 cultura | pág. 11

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Domingo é dia de “Farofaço” em Ipanema“Nós vamos invadir a NOSSA praia”. Com este lema, coletivos de favelas estão organizando um “Farofaço” no próximo domingo (8). Principal crítica éa nova abordagem da PM contra moradores do subúrbio: a revista em ônibus nos finais de semana. A prática está sendo adotada após arrastões.

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Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 201302 | opinião

editorial | Rio de Janeiro

editorial | Brasil

O EsCânDalO da espiona-gem eletrônica praticada pelosEstados Unidos (EUa), reve-lado pelo ex-analista de inteli-gência estadunidense Edwardsnowden, deixou clara a vio-lação da soberania dos princi-pais países, empresas e cida-dãos de todo o mundo.

Desde então, uma intensabatalha diplomática vem sendotravada e EUa e seus aliadostentam frear uma iniciativaapresentada pelos governos doBrasil e da alemanha. Os EUatemem o isolamento, caso aproposta seja aprovada na as-sembleia Geral das nações Uni-das (OnU).

Brasil e alemanha apresen-

taram na OnU, no início denovembro, uma iniciativa vol-tada para a criação de nova ar-quitetura de controle da inter-net. a proposta gerou a apro -va ção de uma resolução sobredireito à privacidade. Foi umavitória expressiva no cenáriointernacional.

a resolução estimula os paí-ses membros da OnU a toma-rem medidas concretas para aproteção do direito à privaci-dade de seus cidadãos. Os

EUa foram formalmente con-vidados pelo governo brasi-leiro para uma conferência in-ternacional em 2014 paradiscutir uma nova governançapara a internet.

Enquanto isso, o ministrodas Relações Exteriores “luizalberto” Figueiredo foi a mos-cou para convidar a Rússia econstruir uma declaração con-junta contra a espionagem. aRússia já declarou seu apoio aproposta apresentada na OnU

pelo Brasil e pela alemanha. O ministro da Defesa Celso

amorim se reuniu com o co-lega argentino agustin Rossi,para o estabelecimento de umacordo Bilateral de Defesa Ci-bernética. O assunto será tra-tado na próxima reunião doConselho de Defesa da amé-rica do sul e a União das na-ções sulamericanas (Unasul)deve estabelecer uma estraté-gia conjunta nessa área.

é preciso enfrentar essa es-pionagem mundial. Quandoqual quer pessoa, mesmo a pre-sidenta da República usa umamáquina equipada com o pro-grama Windows, foi dado um"consentimento" para os ter-

mos de uso da microsoft. assim, autoriza uma empre -

sa que em sua "política deprivacidade" diz que eles têmaces so a tudo que está insta-lado na máquina.

as denúncias efetuadas porsnowden revelam relação di-reta com o poder concentradoem grandes companhias da in-ternet e sua cumplicidade como governo estadunidense.

O enfrentamento com a es-pionagem mundial praticadapelos EUa e Reino Unido exi-girá investimentos em tecnolo-gia digital e no projeto de de-senvolvimento de satélites quegarantam ao Brasil a coordena-ção da internet.

• Ed

Para anunciar:

Redação Rio:[email protected]

• Ed

Enfrentamento à espionagem mundial exige investimentos em tecnologia e desenvolvimento de satélites“

EssE é lEma do Bom sensoFutebol Clube, um movimentodos artistas do espetáculo, osjogadores de futebol, em defesade um calendário que pre-serve sua integridade física emental e zele pela qualidadedas partidas Dá gosto ver osjogadores sentados no grama -do antes das jogos por umacausa coletiva.

Idealizado e organizado porlideranças como Paulo andré,zagueiro do Corinthians, Rogé-rio Ceni, goleiro do são Paulo,e alex, meia do Coritiba, o Bomsenso luta para romper com atradição de subserviência dacategoria à insanidade ganan-

ciosa da cartolagem e à dita-dura da TV Globo.

além de um calendário ra-cional, os atletas cobram daCBF a adoção do chamado fairplay financeiro, instrumentoque pune até com o afastamen -to dos campeonatos os clubesque atrasam os salários dos jo-gadores. a força e o ineditismodo movimento começam a aba -lar inclusive o auto rita rismo daconfederação, que fala em aten -der às reivindicações.

Essa mudança de postura daentidade é consequência da dis -posição do Bom senso de defla-grar uma greve na última roda -da do Campeonato Brasileiro.

Pelo visto, está com os dias con-tados o conluio que sempre deuas cartas no nosso “nobre espor -te bretão”, formado por uma car-tolagem da pior espécie, empre -sários inescrupulosos e a Globo.

O craque sócrates, doutorda bola e da cidadania, ergue-ria os punhos de satisfação seainda estivesse entre nós. E nãoé para menos. Pela primeira vez,um movimento classista de jo-gadores entra em campo pararesgatar o papel do futebol co -mo traço cultural marcantedo povo brasileiro, lazer demas sas, paixão popular, fatorde mobilidade social e identi-dade nacional.

O Espião do Mundo

Por um futebol melhorpara todos

CONSELHO EDITORIAL RIO DE JANEIRO: Ana Penido, Antonio Neiva, Aurélio Fernandes,Joaquin Pinerof, Mario Augusto Jakobiskind, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti ADMINISTRAÇÃO:Carla Guindani e Valdinei Siqueira DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO: Stefano FigaloEDITOR-CHEFE: Nilton Viana (MTb 28.466) EDITORA REGIONAL: Vivian Virissimo (MTb 13.344)REPÓRTERES: Gilka Rezende, Bruno Porpetta, Bepe Damasco. ESTAGIÁRIA: Mariane MatosFOTÓGRAFO: Pablo Vergara ILUSTRADOR: Latuff

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente emtodo o país e agora com edições regionais em SãoPaulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Queremoscontribuir no debate de ideias e na análise dos fatosdo ponto de vista da necessidade de mudançassociais em nosso país e no nosso estado(21) 4062 7105

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Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013 opinião | 03

Latuff Frei Betto

Eleição ou meracompetição?

Altamiro Borges

Globo apoia fraudadores de Honduras

Os PROTEsTOs contra asfraudes nas eleições de Hondu-ras, realizadas no dia 24 de no-vembro, ganharam importantereforço. O ex-juiz espanhol Bal-tazar Garzón, famoso por ter le-vado à prisão o ditador augustoPinochet, con firmou o roubo.Ele acompanhou o pleito comoobservador e afirma: “Há clarosindícios de manipulação efraude eleitoral”. mesmo assim,a mídia colonizada do Brasil jáparabeniza os fraudadoreshon durenhos. O Globo é oporta-voz dos golpistas.

segundo o Tribunal supre -mo Eleitoral de Honduras, JuanHernández obteve 36% dos vo-

tos e venceu Xiomara Castroque teve 29%. Vale lembrar queo poder judiciário local deu to-tal apoio ao golpe militar de ju-nho de 2009, orquestrado pelosEUa e pela oligarquia nativa. To-das as legendas que disputaramas eleições questionaram o re-sultado do pleito.

apesar das suspeitas de frau -de, a mídia brasileira já mani-festou total apoio ao ‘presiden -te’ Hernández. Em edito rial, ojornal da famiglia mari nho fes-tejou: “Chavismo sai derrotadoem Honduras”. Para o diário,“com a derrota de Xiomara quemperde é o chavis mo, ao qual Ze-laya aderira; e, por tabela, o ex-

presidente lula, que apoiou acandidata... mais uma vez, lulanão se furta à ingerência em as-suntos internos de outro paíspara ajudar ‘companheiros’”.

Contra as forças progressis-tas e populares da américa la-tina – sempre rotuladas de “cha -vistas”–, O Globo prefere me smoa “ingerência” dos EUa, os gol-pes militares e as fraudes elei-torais! num recente editorial, ojornal fez “autocrítica” do seuapoio ao golpe militar de 1964no Brasil. Como se observa, erapura falsidade.

Altamiro Borgesé jornalista

O "golpe de mestre” de marina silva ao aderir ao PsB deEduardo Campos comprova o quanto o Brasil necessita, ur-gente, de profunda reforma política.

as manifestações de rua, em junho, demonstraram queexpressiva parcela da população, sobretudo jovens, não confiaem partidos políticos. Estes se desgastaram devido à falta defidelidade a seus princípios estatutários e programáticos.

mais do que rezam as cartas fundadoras dos partidos, naprática valem a fome de poder, o "toma lá, dá cá”, as aliançase coligações, ainda que espúrias, promíscuas e seladas pelovil metal da corrupção.

a eleição presidencial de 2014 está fadada a se reduzir auma competição de "caciques” políticos. nos bastidores, ascoligações partidárias, de olho em maior tempo de TV na pro-paganda eleitoral gratuita, serão armadas à base de pro-messas na distribuição dos ministérios, caixa dois, lotea-mento de cargos e funções.

ainda que os candidatos proclamem maravilhas aos elei-tores, no frigir dos ovos, anunciado o resultado da eleição,terão importância apenas os acordos de bastidores firmadosno decorrer do processo eleitoral.

Como é difícil suscitar esperanças nos jovens, incutir uto-pia, convencê-los da importância de não ficarem indiferen-tes ao processo eleitoral, quando se constata que nenhumcandidato coloca o projeto Brasil acima de seu projeto depoder! as opiniões dos marqueteiros terão sempre mais im-portância que as reivindicações dos eleitores.

Desde 1980, quando foi fundado, até 2002, quando lulase elegeu presidente pela primeira vez, o PT defendeu, comoimprescindível ao Brasil, a reforma agrária. após 10 anos nopoder, pouco se fez nesse sentido. ao contrário, os latifúndiosse ampliaram, grandes extensões de terra têm sido apro-priadas por estrangeiros, o agronegócio avança sobre a ama-zônia e trata os povos indígenas como estorvo ao progresso.

Enquanto não se convoca uma Constituinte exclusiva paraa reforma política, resta ao eleitor manifestar-se nas ruas, de-monstrar a sua indignação, organizar a esperança, e fazer deseu voto recurso de aposentadoria compulsória do caci-quismo e promoção daqueles candidatos que, comprovada-mente, estão dispostos a quebrar o ferrenho tabu de que asestruturas brasileiras são intocáveis.

Como alertou Cazuza, muitas de nossas ilusões estão per-didas, nossos sonhos foram vendidos, e de nada vale ficarem cima do muro. Precisamos todos de uma ideologia queimprima sentido às nossas vidas e à nossa política.

Caso contrário, seremos todos ludibriados pelo neolibera -lismo, que busca fazer de todos nós consumistas, e não cidadãos;pelo fundamentalismo religioso, que insiste em negar a laici-dade do Estado; pelos partidos que, como descreveu lam pe -dusa, pregam mudanças para que tudo permaneça como está.

Frei Betto é escritor

Enquanto não se convoca uma Cons-tituinte exclusiva para a reforma po-

lítica, resta ao eleitor manifestar-se nas ruas_____________________________________“

Thalles Gomes

À sombra das arquibancadasO sOl do meio dia é sempre

sol do meio dia. mesmo numaquarta-feira nublada em sãoPaulo. E eles procuraram abrigona sombra da arquibancada.Barriga pesada do almoço e aroupa grudando no corpo de-pois de mais uma manhã de tra-balho, cochilavam. sonhavam?

Cerveja gelada? mega-senaacumulada? Férias no Ceará?não se sabe. Às doze horas e cin -quenta minutos, o guindasteque instalava o último móduloda cobertura do Itaquerão tom-bou e esmagou os sonhos deFábio e Ronaldo.

Fábio luiz Pereira era moto-rista. Ronaldo Oliveira dos san-tos, montador. Peões terceiriza-

dos da arena Corinthians, o es-tádio de R$ 1 bilhão que sediaráa abertura da Copa do mundoem 2014.

Fábio e Ronaldo serão home-nageados com faixas, placas egritos da torcida. suas famíliasdevidamente indenizadas. maseles não voltarão. nem eles,nem o José afonso e o Rai-mundo nonato que morreramnas obras do mané Garrinha eda arena amazônia.

Fábio, Ronaldo, José e Rai-mundo não são exceções nopaís onde um peão morre pordia nos canteiros de obra. se-gundo o ministério da Previ-dência social, entre 2009 e 2011foram registradas 1.334 mor-

tes de trabalhadores na cons-trução civil. Uma taxa 3,8 vezesmaior do que a média geral dosoutros setores.

Uma pena, dirão cartolas,donos de construtora, presiden-tes da CBF e secretários geraisda FIFa. mas é preciso cons-truir. modernizar. Investir. é avida. Peões morrerão. Constru-toras lucrarão. E a Copa vai serum sucesso.

Restam os minutos de silên-cio. Façamos então. Porque nu -ma quarta nublada, à sombradas arquibancadas, Fábio e Ro-naldo cochilam.

Thalles Gomesé jornalista

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Com a usual camisa vermelha,o sorriso miúdo e uma calmaque contrasta com sua densateoria crítica, o geógrafo britâ-nico marxista David Harvey sepreparava para uma palestraque lotaria o Teatro Rival, noCentro, no último dia 23 de no-vembro. Considerado um dosmaiores pensadores da atuali-dade, Harvey esteve no Brasilpara o lançamento do livro “Oslimites do capital” em portu-guês, pela Boitempo.

No�Brasil,�o�go�verno�tem�feitoalianças�com�transnacionais,que�têm�usa�do�e�abusado�doterritório�bra�sileiro.�Um�dossetores�onde�isso�é�mais�graveé�a�mineração.�Como�a�socie-dade�civil�pode�reagir�a�isso?David�Harvey – O principal jei -to de reagir é por meio de pro-testos. Eu fico abismado quepaíses como o Brasil ainda abrammão de seus recursos naturaispara multinacionais. E há outrasformas de exploração, como é ocaso das plantações de soja. Em-presas como a nor te-americanamonsanto (líder mundial de ven -da de sementes transgênicas eagrotóxico) e outras líderes doagronegócio to mam conta deterritórios. a ter ra no Brasil vemsendo constantemente degra-dada por esse processo. E o cicloé maior. é preciso lembrar que oprincipal mercado do agronegó-cio brasileiro é a China. De umlado, são os Estados Unidos ven-dendo a semente e o agrotóxicoe, de outro, a China comprando.Um problema que se agrava é ocontrole chinês de terras naamérica latina.

As�obras�de�urbanização�nasfavelas�do�Rio� têm�como�ca-racterística�a�falta�de�diálogocom�as�populações�e�a�parali-sação� dessas� intervenções.

Ocorreu�com�um�projeto�cha-mado�Favela�Bairro�e�agora�serepete�com�um�Programa�deAceleração� do� Crescimento.Para�não�legitimar�a�perma-nência�dos�moradores�de�fa-velas,�as�obras�são�interrom�-pidas� sempre.�Qual�a�avalia-ção�do�senhor�sobre�isso?se há populações de baixa ren -da em terras de alto valor, umadas estratégias é dar títulos depropriedade aos moradores des-sas áreas, sob o argumento daregularização fundiária e da ga-rantia da moradia. não sei co -mo isso ocorre no Brasil, masum dos projetos em favelas, pe-

riferias e outras áreas pobrestem sido essa concessão de tí-tulos de propriedades. Porquepropriedade o capital podecomprar. assim começa um processo dereocupação dessas áreas e suaconsequente gentrificação (eli-tização). Por outro lado, umaforma de manter os preços bai-xos em determinadas comuni-dades é ter projetos incom -pletos. Então, o estado ofereceintervenções, mas não as ter-mina. E, desse jeito, os morado-res vendem a terra a um preçobaixo e saem do local. Quandoa oferta chega, a infraestrutura

ainda não está lá.

Em�quais�outros�países�isso�écomum?Essa estratégica é típica nos Es-tados Unidos, onde se com-pram propriedades e as levamà decadência à força. Desse jei -to, desvalorizam um bairro in-teiro e, num período de dez anos,é possível reocupá-lo compran -do propriedades no entorno.Como o estado está envolvidonisso? Depende de lugar paralugar. Às vezes, é apenas in-competente e não sabe o queestá fazendo. nesse caso, o es-tado pode começar uma obra e

simplesmente parar no meio.não necessariamente é uma es-tratégia deliberada. mas em al-guns casos é. E responde aosinteresses privados.

Qual� é� sua� reflexão� sobre� opapel�do�grandes�veículos�decomunicação?Claramente, o controle da mí -dia é uma ameaça para a demo-cracia popular. a questão éco mo se faz uma cobertura e oque é coberto. Os jornalistasque querem cobrir os aconteci-mentos de uma forma mais realtêm vivido tempos difíceis. éuma luta pela liberdade de ex-pressão.

O caminho passa pela mídia al-ternativa, e a tecnologia, com ainternet, abre possibilidades. Oproblema é que a mídia alter-nativa pode ser absorvida e dis-ciplinada pelo mer cado. é umadisputa que está sendo travada.mas é importante lembrar quevivemos sob monopólios dosmeios de comunicação nomundo. a desinformação podeser espalhada tão facilmentecomo a informação. E há mo-nopólio inclusive nas mídiassociais. ainda há muitas per-guntas a serem respondidassobre o papel das mídias sociaise sua diferença em relação àsmídias convencionais. (Canal Ibase)

04 | entrevista Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013

DAVID HARVEY“Protestos são o principal jeito de reagir”CAPITALISMO Pesquisador condena uso abusivo de agrotóxicos no Brasil e critica monopólio da mídia

Camila�Nobregae�Rogério�Daflon

do Rio de Janeiro (RJ)

Ana Yumi kajiki

Controle da mídia pelos grandes veículos é uma ameaça para a democracia, diz Harvey

“Empresas como amonsanto (lídermundial de ven da desementes transgêni-cas e agrotóxico) eoutras líderes doagronegócio to mamconta de territórios_________________

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Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013 cidades | 05

“nós vamos invadir anOssa praia”. Este é olema do Farofaço, eventoque será promovido nopróximo domingo (8) naPraça General Osório, emIpanema. Organizado porcoletivos de favelas, o en-contro vai reunir morado-res do subúrbio que sedeslocam rumo à zonasul nas linhas 483 quevem da Penha, 484, deOla ria e 455, do méier.

no melhor estilo ca-rioca, será um dia com fu-tebol, samba e muita fa-rofa. “levem seus iso po- res com cerveja e guaranáe o pandeiro pro pagodãono fim de tarde. Frangocom farofa ou sanduíchenatural, também estão va-lendo!”, recomendam osorganizadores na páginado evento no Facebook

que, até o final desta edi-ção, já contava com maisde 1300 confirmados.

O principal objetivo doFarofaço é protestar con-tra a revista de ônibus vin -dos da zona norte, práticaadotada pela Polícia mi-litar (Pm) desde que ocor -reram arrastões no feria -do do Dia da Consciêncianegra, em 20 de novem-bro. O anúncio do “poli-ciamento intensivo” foifeito pelo secretário de se-gurança José marianoBeltrame no dia 22.

“me sinto, particular-mente, muito ofendidocom as revistas em ôni-bus”, desabafou Thainãde medeiros, 30 anos,morador do Complexodo alemão. “Quando elesanunciaram esta medidade ram a entender queuma parte grande da po-pulação é suspeita. Issonão dá pra engolir”, criti-cou. Os principais alvos

são os passageiros deônibus que saem das re-giões do méier, da marée de Olaria.

ainã é integrante do

Ocupa alemão, um doscoletivos que organizaa iniciativa ao lado do Fa-vela não se Cala e daRede de Comunidades e

movimentos Contra a Vio - lência, entre outros. “Oambiente da praia nuncafoi o mais democrático domundo, ela sempre foi

bastante dividida. a ver-dade é que sem pre foimuito incômodo o po-bre estar na praia”, des-tacou Thainã.

Jornais dos anos 1930já registravam a reclama-ção de moradores da zonasul em relação à suposta“invasão da praia”. Car-men Diniz, que mora naPraça General Osório há16 anos, compara a situa-ção vivida hoje com a daépoca do governo de leo-nel Brizola, nos anos 1980,quando ônibus vindos da

Penha, abolição e Com-plexo do alemão começa-ram a ter Ipane ma comoponto final. “Quan do osônibus chegaram, a rea-ção dos moradores maisricos foi péssima”, conta.

Para ela, a repercussãoda chegada do metrô aoarpoador, no dia 21 de de -zembro de 2009, nãotrou xe tantas polêmicas.“não foi tão ruim comofoi com a chegada dosônibus, pois o Posto 8 já

era mais popular. a rea-ção mais dramática seráquando o metrô chegarao Posto 9, na Praça nos -sa senhora da Paz. lá,

mu lheres de salto alto,que nunca vão à praia,fazem protesto contra aestação do metrô”, desta-cou Carmen. (VV)

Farofaço em Ipanema criticarevista em ônibus

Vivian�Virissimodo Rio de Janeiro (RJ)

ARRASTÕES Encontro vai criticar a revista em ônibus vindo do subúrbio que chegam às praias da zona sul

Após arrastão do dia 20 de novembro, Secretária de Segurança aumentou repressão nas praias

a retomada dos arras-tões provocou uma rá-pida reação da polícia.além da polêmica me-dida de revistar ônibus, asecretaria de segurançaanunciou delegacias mó-veis nas praias e o efetivosaltou de 140 para 600policiais.

Outra novidade da vi-gilância, desde 25 de no-

vembro, é o uso de umcaminhão com 14 câme-ras no arpoador. Do alto,elas captam o que acon-tece com um giro de 360graus e um alcance deoito quilômetros. as ima-gens podem ser aumen-tadas 43 vezes. Compra -do para ser usado emgran des eventos, o equi-pamento funciona à noi -te e é capaz de detectaruma pessoa atrás de umcoqueiro. (VV)

Polícia reage à nova onda dearrastões

Ônibus só chegou à praia no governo Brizola

do Rio de Janeiro (RJ)

do Rio de Janeiro (RJ)

TRANSPORTE Chegada do Metrô noPosto 9 é alvo de nova polêmica

REPRESSÃO Delegacias móveis, aumentodo efetivo e câmeras nas praias

Pablo Vergara

Pablo Vergara

Efetivo na orla subiu de 140 para 600 policiais

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na noite desta terça-feira (3) foi anunciado oresultado do Urban AgeAward, um concurso in-ternacional que avaliou170 projetos da Regiãometropolitana do Rio. Oprojeto vencedor foi oPlano Popular da Vila au-tódromo, elaborado pormoradores com a asses-soria técnica de especia-

listas da UFRJ e da UFF. Oplano prevê a permanên-cia da comunidade, amea -çada de remoção pe la Pre-feitura do Rio. Tam bémpropõe a urbanização e amelhoria das condiçõesde vida dos moradores.

Histórico de resistência no mesmo dia 3, foi

realizada na Câmara dosVereadores uma audiên-cia pública sobre as remo-ções no Rio. Ela foi con -

vocada pela Comissão deDefesa dos Direitos Hu-manos. “Em nossa cida -de, grandes investimen-tos financeiros, articu -la dos com empreiteiras,resultaram na remoçãode comunidades inteiraslocalizadas em regiõesvalorizadas. nesse pro-cesso não há diálogo nemparticipação dos morado-res”, afirmou o vereadorRenato Cinco (Psol/RJ).

Um dos principais exem-

plos citados de resistênciaa esse processo de exclu-são e afastamento dosmais pobres foi a Vila au-tódromo. Como destacouo professor Carlos Vainer,da UFRJ, não é de agoraque a comunidade estána mira das remoções. asjustificativas já forammuitas: poluição e riscoambiental, garantir a se-gurança na época do Pa-namericano, construçãode Centro de mídia Inde-

pendente e estaciona-mento, construção deanel viário que ligariaTransolímpica à Trans-carioca, alargamento deave nidas etc. “O Plano Po -pular é mais democrático,mais barato e mais ade-quado social e ambien-talmente. Dá para perce-ber que a prefeitura nãoquer alternativas, querpretextos para as remo-ções”, disse Vainer du-rante a audiência.

nos próximos dias 9 e10 de dezembro, o movi-mento dos TrabalhadoresRurais sem Terra (msT),irá realizar a quarta edi-ção da Feira Estadual daReforma agrária, no Riode Janeiro. O evento acon -tece no largo da Carioca,no Centro. Uma grandetenda receberá cerca de100 camponeses e cam-ponesas, que trarão os fru-tos da luta pela terra para

o centro da cidade.Este ano, o evento re-

cebe o nome de CíceroGuedes, militante do msTassassinado em janeiro,no município de Camposdos Goytacazes. Cícerofoi uma referência naprodução de alimentossaudáveis, e foi o grandeidealizador da feira. Emuma de suas últimas en-trevistas, Cícero falou so-bre o significado da feira:“é de grande importânciapara nós dialogar com asociedade, mostrar ospro dutos da reforma agrá-

ria e falar com a popula-ção sobre o que significaessa luta”.

a expectativa é de quesejam comercializadas 25toneladas de produtos,entre frutas, legumes everduras in natura, pro-dutos processados, fitote-rápicos, mudas, receitascaseiras e camisetas. Qua -tro cooperativas do msTestarão presentes, alémdos camponeses e cam-ponesas vindos de acam-pamentos e assentamen-tos das regiões norte esul do estado, da baixadafluminense e da Regiãodos lagos.

as cooperativas domsT de outros estadostambém participam doevento. serão vendidossuco de uva, arroz, feijãoe leite, vindos do RioGrande do sul e santa Ca-tarina. além do msT, par-ticipam da feira agricul-tores ligados à articu -lação de agroecologia doRio de Janeiro e ao mo-vimento dos Pequenos

agri cultores. a Campa-nha Permanente Contraos agrotóxicos e PelaVida também estará pre-sente para dialogar com

os visitantes sobre os mo-tivos que levam nossopaís a ser o maior consu -midor de agrotóxicosdo mundo.

Alan�tygeldo Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 201306 | cidades

FATOS EM FOCO

Detido emprotesto écondenadoRafael Braga Vieira pe-gou 5 anos e 10 meses deprisão. Ele, que vive emsituação de rua, é oúnico detido em protes-tos a ser condenado. asentença aponta que ojovem de 26 anos foi en-contrado com dois fras-cos de substância infla-mável e pedaços de panono bocal. Isso teria ocor-rido na maior das mani-festações no Rio, em 20de junho. Vieira conti-nuou preso desde então.ainda cabe recurso à de-cisão, divulgada nestaquarta-feira (4).

EducaçãotremeDessa vez, não tem aver com a luta dos pro-fessores por direitos. Oedifício da secretaria deEducação tremeumesmo, tendo que seresvaziado nesta quarta-feira (4). O episódiopode ter sido provo-cado pela trepidação demáquinas em obras nosanto Cristo, próximasao local. após vistoria, aDefesa Civil afirmounão ter ocorrido abalosestruturais. as ativida-des foram retomadas.

Mais duasUPPsas novas bases ficam noComplexo do lins e emCamarista méier. ape-sar da cerimônia tersido nesta segunda-feira (2), as forças mili-tares ocupam 13 favelasda região desde 6 de ou-tubro. as críticas aoprojeto crescem juntocom o número de uni-dade, que chegam a 36.segundo o Instituto desegurança Pública(IsP), entre 2007 e 2012,foram registrados 553casos de desapareci-mento em áreas de UPP.

MORADIA No mesmo dia, audiência pública abordou situação de comunidades removidas no Rio

Sheila�Jacobdo Rio de Janeiro (RJ)

REFORMA Assentamentos de reforma agrária expõem produtos nesta segunda (9) e terça-feira (10)

Pablo Vergara

O� CAlçAmENtO� de pedra portuguesa dolargo da Carioca, no centro da capital fluminense,amanheceu nesta terça-feira (3) com desenhos dasilhueta de 4 mil corpos. a ação faz parte da cam-panha "Juventude marcada para Viver", da orga-nização não governamental (OnG) Observatóriode Favelas. O ato chama a atenção da sociedadepara o número de assassinatos cometidos por anono estado e exige do Poder Público ações para di-minuir a morte de jovens negros no Rio de Janeiro.De acordo com a diretora do Observatório de Fa-velas Raquel Willadino, em 2012 foram registrados4.043 homicídios.

Largo da Carioca recebe feirada reforma agrária

Alan Tygel

Expectativa é de que sejam comercializadas 25 toneladas

Plano Popular da Vila Autódromo ganhaPrêmio Internacional

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Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013 cidades | 07

CUT debatecomunicaçãonesta sexta (6) das 9h às17h, acontece na sede daCUT no Rio de Janeirodebate sobre democrati-zação das comunicaçõesno Brasil, com a partici-pação do secretário deComunicação, Edisonmunhoz, e do assessorda pasta, Jean Oliveira.Em debate o marco Civilda Internet e o Canal daCidadania. a CUT-RJfica na avenida Presi-dente Vargas, 502.

Comlurb em campanha salarialOs funcionários daComlurb reúnem-se emassembleia no dia 11para aprovar pauta doacordo Coletivo de Tra-balho 2014. será reali-zada no sindicato dosEngenheiros do Rio deJaneiro, que fica na ave-nida Rio Branco, 277,17º andar – Centro.

SintrasefO Departamento Jurí-dico do sintrasef in-forma que o prazo paraservidores civis aposen-tados e pensionistas doPlano Geral de Cargosdo Poder Executivo(PGPE) entrarem comação para receberem aparidade pela Gratifica-ção de Desempenho é odia 6 de janeiro de 2014.Informações: (21) 2272-4200 | [email protected]

UniverCidadeOs professores da Uni-verCidade continuamem estado de greve epodem cruzar os braçosna próxima semanacaso a instituição nãoatenda às suas reivindi-cações. Eles fazem as-sembleia na segunda-feira (9), às 14h, na sededo sinpro-Rio.

SINDICAL

Em Cachoeiras de ma-cacu, na região serranado Rio, o fantasma dacons trução de uma barra-gem no rio Gua piaçu geratemor entre moradores.Organizações e sindicatosde agricultores locais semostram contrários aoempreendimento, que es -tá ligado ao Complexo Pe -troquímico do Rio de Ja-neiro (Comperj), da Pe -trobras. Entre denúnciasde futuros impactos, ale-gam falta de transparên-

cia do poder público.“Essa maldita barra-

gem está sendo empur-rada goela abaixo. nin-guém pergunta se que -remos que alague tudo. Eas famílias? Para ondeiriam? a gente se sentedesrespeitado”, afirmoualmir Dias, 57 anos, dosindicato dos Trabalha-dores na agricultura Fa-miliar (sintraf). Ele lem-bra que o tema é de inte-resse de todo o estado, jáque a região é um grandepolo agrícola.

“a área gera R$ 23 mi-lhões ao ano. Então, nafalta dessa produção, isso

também pode cau-sar um aumento nospreços dos alimen-tos”, confirmou Ro-drigo aguiar, secre-tário municipal deagricultura de Ca-choeiras de maca -cu. Ele esteve à fren -te de uma reuniãorealizada na sededa administraçãomunicipal, nes tasegunda-feira (2),que reuniu cerca 50pessoas.

Diante da cobran ça deuma posição mais firmedo governo local, o pró-prio prefeito alegou de-

sinformação “não sei na -da além do pouco quevocês sabem. Parece quetudo já estava decidido

quando assumi a prefei-tura”, tentou se justificarCica machado (PsC),eleito em 2012.

na sexta-feira (29), en-tidades da sociedade civillocais, regionais e nacio-nais protocolaram denún -cias junto ao núcleo deTerras da Defensoria Pú-blica do Estado do Rio.Entre outros pontos, des-tacam que, mesmo sem aapresentação do Estudode Impacto ambiental(EIa-Rima), o governadorsérgio Cabral (PmDB)publicou decretos queapontam a área “como deinteresse público parafins de desapropriação”.

Em entrevista ao VivaRio Socioambiental, con-tratado pelo governo pa -ra fazer projetos sociaiscompensatórios na re-gião, o subsecretário deestado do ambiente an-

tônio da Hora argumentaque a barragem serviriapara solucionar a faltad’água em municípios doentorno, cuja população“deve dobrar” justamentepor causa do Comperj.

no entanto, o texto le-vado à Defensoria apre-senta uma alternativa pa -ra a questão hídrica, pro -pondo a construção depequenas barragens nolugar de uma grande. “Is -

so poderia evitar remo-ções e gerar menos im-pactos à natureza. mas ogoverno está fechado aodebate”, aponta sergioRicardo, um dos que as-sinam o documento. Ovalor estimado para o pa -gamento das desapro-

priações, como constaem um dos decretos, éde R$ 5 mil por hectare.“Uma quantia baixíssi ma”,avalia o ambientalista.

“Caso existam proces-sos de licenciamento am-biental e um plano exe-cutivo, que deve apre -sentar quantas moradiasseriam atingidas, vamossolicitar cópias. Cobrare-mos informações ao Inea[Instituto Estadual doambiente] e à secretariaEstadual de Habitação”,afirmou o defensor ale-xandre angeli. (GR)

Barragem em Cachoeirasde Macacu gera polêmicas

Gilka�Resendedo Rio de Janeiro (RJ)

HABITAÇÃO Governador declara intenção em desapropriar terras de alta produção agrícolaPablo Vergara

Empresa contratada já mede variação de águas no rio Guapiaçu

De acordo com levan-tamento da Empresa deassistência Técnica e Ex-tensão Rural do Rio de Ja-neiro (Emater-Rio), cercade 360 famílias poderãoser afetadas caso ocorrao alagamento. a regiãoinundada corresponde-ria a 2 mil hectares, ouseja, mais ou menos 2 milcampos de futebol. amaioria das proprieda-des, segundo o sintraf,pertence a agricultoresfamiliares.

“Peço a Deus que issonão venha a se confirmar.Prejudica muito quemtrabalha na terra. Queromuito ver meus bisnetoscrescerem aqui”, disseemocionado armandoRibeiro, de 85 anos. Oagricultor, dono de 3 milhectares, explica quequer ficar porque aquela

terra “significa tudo”, es-tando muito “acostu-mado” para se mudar.

Ele, que sonhou a vidainteira em ter seu pró-prio “pedaço de chão”, foiassentado em 2011 emum processo de reformaagrária. “Todas as minhaseconomias estão aqui.Hoje a gente colhe, pormês, umas 170 caixas degoiaba, 240 de limão e100 de tangerina”, relatouseu armando, que juntoa um ajudante tambémcultiva aipim, quiabo,pimentão, entre outrosalimentos. (GR)

Mais de 350 famíliasseriam diretamenteafetadas

Denúncias sobre violaçõeschegam à Defensoria Pública

do Rio de Janeiro (RJ)

MOBILIZAÇÃO Relatório que critica projeto é assinadopor 19 organizações e movimentos sociais

IMPOSIÇÃO Nenhuma audiênciapública foi realizada

“Entidades propõem peque-nas barragens no lugar de uma grande___________

Pablo Vergara

Seu Armando, de 85 anos

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Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 201308 | brasil

O Brasil realizou na se-mana passada a 12ª Ro-dada de leilão do Petró-leo e Gás, promovida pelaagência nacional do Pe-tróleo (anP), a primeiraincluindo amplas áreaspara exploração do polê-mico gás de xisto. se, porum lado, sobretudo paraa economia dos EstadosUnidos (EUa), o xisto évisto co mo a grande saí -da para a crise econô-mica; por outro, é o terrordos am bientalistas, po-dendo, dentre inúmerosmales, destruir irreversi-velmente mananciais deágua potável.

Petroleiros, ambienta-listas e demais movimen-

tos sociais em luta contraos leilões do petróleobem que tentaram impe-dir. não foram os únicos.a comunidade científicatambém se manifestou,através da sociedade Bra-sileira para o Progresso daCiência (sBPC) e da aca-demia Brasileira de Ciên-cias. O renomado físicoluiz Pinguelli Rosa, emevento realizado pelo Clu -be de Engenharia, no Rio,afirmou:

“as informações atéagora reunidas indicamque o leilão de xisto éuma precipitação. nadaindica que o gás de xistoserá de baixo custo, comoé nos EUa, pois a reali-dade brasileira é dife-rente. nosso país não temsequer uma rede de dis-tribuição de gás como lá.

Trata-se de um leilãorealizado por imitação aoque é feito nos EUa. Doponto de vista ambiental,é grande o risco de atin-gir os aquíferos. seria ne-cessário, antes de qual-quer leilão, fazer uma

profunda análise técni -c o-eco nômica e ambien-tal da questão”.

O caso chegou ao mi-nistério Público Federal(mPF), que recomendoua suspensão da rodadaaté que fosse avaliado o

real impacto ambientalda prospecção do xisto.

O primeiro parecerdo mPF foi dirigido aoministro das minas eEner gia Edson lobão eà presidência da anP,em setembro. Em outu-bro, a agência pediuque o órgão reconside-rasse a sua posição.mas o ministério Pú-blico ratificou o pareceranterior, duas semanasantes do leilão, insis-tindo que nem do pon -to de vista econômicoe mui to me nos am-

biental havia qualquerjustificativa pa ra manterno leilão.

O parecer técnico in-dicava um amplo debatecom a sociedade. mas arecomendação foi solene -men te ignorada.

Leilão de Xisto: vale a penatrocar água por gás?RECURSOS NATURAIS Ambientalistas advertem: xisto pode atingir aquíferos

Fátima�lacerdado Rio de Janeiro (RJ)

FATOS EM FOCO

Saúde cariocaO ministério Público do Rio apresenta nestaquinta-feira (5) os re-sultados completos deuma fiscalização em 50unidades públicas desaúde na cidade. asprincipais irregularida-des têm a ver com otempo de espera por in-ternação. as mais lon-gas são nas especialida-des ortopedia, 9 dias,oncologia, 12 dias, e infectologia, 16 dias. aaudiência ocorre, das12h às 19h, no auditóriodo órgão, Centro.

Direito à comunicaçãoa associação Brasileirade Imprensa (aBI) rea-lizará, na quarta-feira(11), o 3º semináriolivre pela “Democrati-zação da mídia”. Estarãoem debate o projeto delei de iniciativa popularpelo fim da concentra-ção de veículos nasmãos de poucos, as mí-dias alternativas, a re-gulação de publicida-des, dentre outros. Oevento é gratuito eacontece, das 17h às21h, na Rua araújoPorto alegre, 71, 7º andar, Centro.

Porto do Açunesta segunda-feira (2),a Câmara de são Joãoda Barra debateu emaudiência os impactosdo Porto do açu, deEike Batista. Entre ostemas, a salinização daágua para consumo eempregabilidade nomunicípio. O evento,proposto pela alerj,contou com parlamen-tares, empresários e sociedade civil. Foramabordadas medidascompensatórias paraagricultores e pescado-res afetados. Essa popu-lação se diz desrespei-tada pela llX.

O fraturamento hi-dráulico é um método deextração do gás de xistoconhecido desde 1940.mas só se tornou econo-micamente viável nos

últimos anos, em decor-rência do aumento doscustos da exploração dopetróleo e gás.

O sistema consiste naabertura de poços subter-râneos para trazer à su-perfície os combustíveisdo xisto. Perfura-se o solo

no sentido vertical, emgeral até 3 mil metros deprofundidade. Quando seatinge a camada deseja -da, entra em cena a per-furação horizontal, numaextensão que costumavariar de 300 a 2 mil me-tros. Por um duto hori-zontal são injetadas tone-ladas de água, em altís -sima pressão misturadacom areia e centenas deprodutos químicos. a ma-nobra causa fraturas nasrochas, por onde é libe-rado o combustível. Estesobe com a água para tan -ques, onde os produtos

são separados.Porém, além dos vaza-

mentos, a maioria dos de-jetos e gases fica retida nosubsolo, contaminando osolo e água. a explosãodas rochas pode provocar

abalos sísmicos. no Es-tado do Texas, pelo me-nos 30 municípios já es-tão completamente semágua, segundo matériapublicada em Carta Ca-pital. (FL)

a exploração do gásde xisto já está proibidana França, Bulgária, emregiões da alemanha, Es-panha, Holanda e Irlan -da. Também em Quebec,no Canadá, e em novaIorque, maryland e Ohio,nos Estados Unidos. aproibição foi resultado defortes mobilizações po-pulares, depois da divul-

gação das assustadorasimagens que revelaramos impactos ambientais.

sua produção é per-mitida no Reino Unido,Polônia e em vários esta-dos dos EUa, como noTexas e Pensilvânia. noBrasil, não existe umalegislação que regula -men te a exploração doxisto. (FL)(Agência Petroleira deNotícias do Sindipetro-RJ)

Exploração já está proibida em vários países

Extração de xisto trazrisco de desastre ambiental

do Rio de Janeiro (RJ)

do Rio de Janeiro (RJ)

CONTAMINAÇÃO No Texas, 30 municípios já estãocompletamente sem água

Samuel Tosta

Manifestantes protestam contra o leilão

Sindpretro Minas

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Década dos transgênicosmostra resultados negativos

a indústria de alimen-tos deve informar os con-sumidores sobre a pre-sença de mais de 1% dein gredientes transgêni-cos em qualquer tipo deproduto para o consumohumano ou animal. as-segurado pelo Código deDefesa do Consumidor(CDC), o decreto federal4.680/2003 regulamentouo direito à informação.

no entanto, as empre-sas que desenvolvem osalimentos transgênicos

ten tam, por meio de pro-jeto de leis, acabar com aobrigatoriedade de rotu-lagem dos produtos quecontenham esse tipo desubstância em sua com-posição. as empresas ale-gam que a letra ‘T’ emama relo alarma as pes-soas desnecessariamente.

Para o pesquisador doInstituto Brasileiro de De-fesa do Consumidor (Idec)João Paulo amaral, essainformação é crucial, umavez que não há uma regu-lamentação clara e pes-quisas que comprovemos impactos desses pro-

dutos à saúde. “Os consu-midores precisam saber oque estão comprandopara tomar a decisão”, ar-gumenta.

Esse símbolo está setornando cada vez maiscomum à população. Umapesquisa realizada peloIdec apontou que as pes-soas querem saber se osalimentos que consomemtêm ou não transgênicos.“a pesquisa mostra que aspessoas não só estão maisatentas e preocupadascom o que se consomem,mas também mais críti-cas”, observa. (LFA)

na lista de cultivos já liberados para plantiocomercial no país - soja, milho e algodão - todossão produzidos por apenas seis grandes empresastransnacionais: monsanto (Estados Unidos), syn-genta (suíça), Dupont (EUa), Basf (alemanha),Bayer (alemanha) e Dow (EUa).

Essas empresas controlam 59,8% do mercadomundial de sementes comerciais e 76,1% do mer-cado de agroquímicos, além de 76% de todo in-vestimento privado no setor pertencer a elas, se-gundo dados da entidade internacional GrupoETC. (LFA)

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013 brasil | 09

Luta indígenaCerca 1300 indígenasprotestaram nestaquarta-feira (4), emBrasília, contra altera-ções do processo dedemarcação de terrastradicionais. Houveconflito com a polícia e,segundo o Conselhomissionário Indígena(Cimi), ao menos trêsficaram feridos. Os in-dígenas criticam o go-verno por submissãoao latifúndio e ao agro-negócio. Eles, queficam em Brasília até

sexta-feira (6), exigemuma reunião com o ministério da Justiça.

Direito de greveO ministro luiz Fux, dosupremo Tribunal Fe-deral (sTF) afirmou,nesta segunda-feira (2),que permitir greves deservidores públicos é"demagogia" e "desa-tino". Em entrevista aojornal O Dia, Valter no-gueira alves, presi-dente do sindicato dosservidores das JustiçasFederais do Rio (sise-jufe), avaliou a posturacomo incoerente, jáque o próprio supremoreconhece esse direitoaos trabalhadores.

Faltam médicosDe acordo com a pes-quisa Cidades em mo-vimento: Desafios e Po-líticas Públicas,lançada pelo Institutode Pesquisa Econômicaaplicada (Ipea) nestasegunda-feira (2), opaís tem mais enge-nheiros que médicos.Proporcionalmente,são cerca de 270 habi-tantes para cada enge-nheiro. Já para cadamédico, são 700. O es-tudo teve como base osdados do Censo 2010.

FATOS EM FOCO

ao pegar o óleo de sojana prateleira do mercado,luzia Venzel, de 53 anos,não sabia que se tratavade um produto transgê-nico. “Já ouvi falar muito,mas não sei direito o queé. mas não devem fazerbem”, comenta a dona decasa, desconfiada. Em 2014,se completam 10 anos daentrada das sementes ge-neticamente modificadasno Brasil. Depois de umadécada, pouco se conhecee muito se desconfia.

Para o engenheiro agrô -nomo e especialista emdesenvolvimento agrícolapela Fundação GetúlioVargas (FGV/RJ), GersonTeixeira, os transgênicosnão cumpriram as pro-

messas de aumentar apro dutividade agrícola,dar maior rentabilidadeao produtor e diminuir ouso de agrotóxicos.

“Foi simplesmente umatecnologia que vinculou ouso de sementes comagrotóxicos, sem aumen-tar em nada a produtivi-dade”, avalia. segundo ele,a produtividade da sojano Brasil entre as safras de1992 e 2003 cresceu 31%,enquanto depois da en-trada dos transgênicos au-mentou apenas 4%.

Os problemas relacio-nados aos transgênicos,entretanto, não se resu-mem apenas aos impac-tos na agricultura ou navida de quem trabalhano campo.

a falta de pesquisasde médio e longo pra zodeixa dúvidas sobre suas

consequências para a saú -de humana.

“sempre se defendeu orespeito ao princípio daprecaução. se não há es-tudo, não tem como fazerum esclarecimento decau sa e efeito, colocandoem risco à população e in-

viabilizando outras possi-bilidades de agricultura,já que tudo está contami-nado”, afirma Teixeira.

na única pesquisa demaior fôlego realizadasobre o tema, liderada pe -lo cientista francês Gilles-Eric séralini, professor

da Universidade de Caen,na França, foi identifica -do que ratos alimentadoscom um milho transgê-nico da empresa esta -dunidense mon santo apre -sentaram maior propen -são ao desenvolvimentode tumores.

luiz�Felipe�Albuquerquede são Paulo (sP)

de são Paulo (sP)

Empresas querem acabar com rotulagem nas embalagensLEGISLAÇÃO Decreto obriga a identificação dos produtostransgênicos; a maior parte das empresas descumpre

Seis empresas controlam 59,8% do mercado

Produção de alimentos geneticamente modificados completa uma década

Divulgação/IBGE

AGRICULTURA Modificação genética não cumpriu promessas de aumentara produtividade e rentabilidade do produtor

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O esforço para reduzira fome na américa latinae no Caribe foi elogiadopela Organização das na-ções Unidas para alimen-tação e agricultura (FaO).segundo o órgão, a quan-tidade de pessoas quepassa fome na região di-minuiu de 65,7 milhõesem 1990-1992, para 47milhões em 2011-2013. Oque representa uma que -da de 14,7% da populaçãopara 7,9%.

Porém, a FaO advertiuque a obesidade afeta23% da população adultada região, uma porcenta-gem que sobe para 61%se forem contabilizadastambém as pessoas comsobrepeso. "a obesidade

é grave porque se vinculaa doenças cardiorrespira-tórias ou diabetes", assi-nalou o chefe regional depolíticas da FaO, adoni-ram sanches.

no relatório "Panora -ma da segurança alimen-tar e nutricional da amé-rica latina e do Caribe2013", apresentado nestasemana em santiago (Chi -le), a FaO enalteceu osavanços na luta contra afome. Oito países da re-gião conseguiram erradi-car o problema: Cuba, ar-gentina, Venezuela, Chile,méxico, são Vicente eGranadinas, Barbados eDominica. Já o Brasil, Co-lômbia, Guiana, Hondu-ras, nicarágua, Panamá,Peru e República Domi-nicana conseguiram re-duzir pela metade.

apesar da melhora,ainda há 47 milhões depessoas desnutridas naregião e 66 milhões quevivem em situação de in-digência. a realidade é

pior no Haiti, onde 49,8%da população passa fome,seguido pela Guatemala(30,5%), Paraguai (22,3%),nicarágua (21,7%) e Bolí-via (21,3%).

da Redação

a ultradireitista Frentenacional (Fn) anunciouna terça-feira (03) a ex-pulsão de uma ex-candi-data do partido, após elater comparado a ministrafrancesa de Justiça, Chris-tiane Taubira, que é ne-gra, com um macaco. aFn é presidida por ma-rine le Pen, que foi can-didata à presidência daFrança em 2012.

Rethel anne-sophieleclere, ex-candidata daFn em um municípiofrancês, publicou em no-vembro, em sua conta doFacebook, uma fotomon-tagem que comparava a

ministra a um macaco. apostagem era acompa-nhada por uma frase ra-cista: "Prefiro vê-la apósos galhos de uma árvoreque no governo".

a ministra, única pes-soa negra no governo,reagiu. "sabemos bem oque a Fn pensa: os ne-gros pendurados em ga-lhos, os árabes no mar, oshomossexuais no sena,os judeus nos fornos. Es-ses são os pensamentosprofundos desse parti -do", declarou.

no último sábado (30),milhares de pessoas mar -charam em toda Françacontra a chamada "derivaracista" no país. (Comagências de notícias)

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 201310 | mundo

O editor-chefe do jor-nal britânico e Guar-dian, alan Rusbridger,con firmou que apenas 1%das revelações contidasnos documentos do ex-analista da CIa Edwardsnowden foi publicadoaté agora. Ele fez a decla-ração ao depor na terça-feira (3) na Câmara dosComuns do Reino Unido.

Os parlamentares de-batiam sobre a publica-ção de notícias relativas àespionagem em massa dansa (agência de segu-rança nacional dos EUa)

e, em menor escala, deagências britânicas.

O editor lembrou queos documentos secretos

de snowden foram leva-dos para quatro partes di-

ferentes do mundo: umaao Reino Unido, em possedo Guardian; uma aos Es-tados Unidos, para o jor-nal Washington Post; umaà alemanha, para a re-vista Der Spiegel; e umaúltima ao Rio de Janeiro,no Brasil, para o jornalistaGlenn Greenwald, ante-riormente colunista doGuardian. segundo ele, ojornal britânico tem umarquivo partilhado com oNew York Times.

O posicionamento dojornal Guardian em pu-blicar os materiais foi de-fendido por Rusbridger.Ele afirmou ainda que arevelação dos documen-

tos vazados pelo ex-ana-lista da CIa Edward snow-den havia gerado um de -bate global sobre o poderdas agências estatais e asfraquezas de suas leis.

Durante a sessão deuma hora perante os de-putados, Rusbridger tam-bém disse que o Guar-dian consultou autori -dades governamentais eagências de inteligência,incluindo o FBI, a GCHQ(agência de espionagembritânica), a Casa Brancae o gabinete do governodo Reino Unido, mais de100 vezes antes de publi-car as matérias. (Opera Mundi)

Apenas 1% dos documentos deSnowden foi publicadoESPIONAGEM O editor do jornal The Guardian depôs na Câmara dos Comuns do Reino Unido

ALIMENTAÇÃO Segundo a FAO, 7,9% da população é afetada pela fome e 23% pela obesidade

FRANÇA "Prefiro vê-la após osgalhos de uma árvore que no governo",declarou

da Redação

O jornal The Gardian é um dos quatro locais do mundo que possui os documentos secretos

da Redação

Reprodução

América Latina reduz fome, massofre com alta de obesidade

Ex-candidata que compa-rou ministra a um macacoé expulsa do partido

Trokilinochchi/CC

Apesar da melhora, ainda há 47 milhões de pessoas desnutridas

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a semana é de celebra-ção para o samba. Desdea segunda-feira, 2 de de-zembro, quando é come-morado o Dia nacionaldo samba, o bairro de Os-waldo Cruz, na zona nor -te do Rio, vi rou o destinodo mais genuinamentebrasileiro estilo musical.a extensa programaçãodo Trem do samba vai atéo sába do (7) com showsde “bam -bas”, rodas desam ba, e apresentaçõesde agremia - ções carna-valescas.

Este ano, os trens espe-ciais saem no último diado evento com destino aoreduto do samba, momen -to considerado o auge da

festa. Quatro trens e 32carros da superVia estãoreservados para levar opúblico ao bairro. Em sua18ª edição, o Trem dosam ba deve reunir maisde 400 mil pessoas.

“são mais de 50 showsgratuitos num evento quepretende fazer as pessoasentrarem em contato coma ancestralidade, esta es-sência cultural que fazparte do repertório de to -

do brasileiro”, afirma mar -quinhos Oswaldo Cruz,sambista idealizador doTrem do samba.

a programação come -ça às 15 h no sábado, comas apresentações da Ve -

lha Guarda das escolas desamba mangueira, sal -gueiro e Vila Isabel. láos passageiros poderãotrocar sua passagem porum quilo de alimento nãoperecível e seguir destinoà zona norte, onde osshows e rodas de sambaacontecem.

a semana começoucom um flashmob naCen tral do Brasil, que ser-viu como convite para queo carioca embarcasse notrem, na segunda-fei ra (2).Dan çarinos caracteriza-vam algumas das facetasdos cariocas: um servidorda Comlurb, um bombei -ro, um malandro, umapas sista, entre outros. Elesmobilizaram muitos dospassageiros que estavamna Central para sambar.

no mesmo dia, acon-

teceu o lançamento damúsica “2 de Dezembro”,de marquinhos OswaldoCruz e serginho Procó-pio, uma alusão à data,cuja comemoração teveorigem na Bahia. O diaem que é rememorada aprimeira visita de aryBarroso a salvador, foi na-cionalizado e hoje é cele-brado em todo o país.

Em Oswaldo Cruz, ase mana começou comshows de almir Guineto,leandro Fregonesi e Ro-drigo Carvalho, no palcoque leva o nome do sam-bista Candeia. a progra-mação terá, até sábado,shows de Jorge aragão,mar tnália, ana Costa, som -brinha, Casuarina, DonaIvone lara, arlindo Cruz,moacyr luz e Paulinho daViola, entre outros.

a primeira viagem, do quehoje se conhece como o Tremdo samba, aconteceu em 1991,ainda com o nome de Pagodedo Trem. Foi marquinhos Os-waldo Cruz, por influência daconvivência com sambistas co -mo manacéia e argemiro, daPortela, que resolveu fazer aviagem de trem que hoje setornou um dos maiores festi-vais populares do país.

“a ideia inicial era chamar aatenção da população de Os-waldo Cruz para a riqueza cul-tural daquele bairro. é umpatrimônio formado há sécu-los que não pode se perder”,

enfatiza o músico.sem querer ele acabou re-

produzindo os passos de PauloBenjamin de Oliveira, mais co-nhecido como Paulo da Por telaque, no início do século XX, co-

meçou a tradição do sambanas viagens de trem. O sam-bista, que é um dos fundadoresda escola de samba Porte la, uti-lizava os trens como estratégiapara escapar da perseguiçãoque sofria esta manifes taçãocultural à época. (GA)

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013 cultura | 11

Carioca vai de trem comemoraro Dia do Samba

Marquinhos Oswaldo Cruz refazviagem de Paulo da Portela

BAMBAS Comemoração se estende até sábado, quando saem os trens da Central do Brasil com destino a Oswaldo Cruz

Gabriel�Araujodo Rio de Janeiro (RJ)

do Rio de Janeiro (RJ)

ROTA DE FUGA Samba era perseguido no início do século XX

Almir Guineto participa da festa

Divulgação

Divulgação

Em que pese a tradição aque o samba remete, a moder-nidade também está presenteno Trem do samba. Este ano,os usuários de smartphonescom sistema operacionaliOs e android poderão fazerdown load gratuito do aplica-tivo iTrem dosamba que servirácomo guia de bolso do projeto.

Entre as funcionalidadesdo aplicativo estão a possi bi -lida de do usuário definir suaagen da com a seleção de shows

favori tos, o mapa de OswaldoCruz por pontos de interesseentre palcos, rodas de sambae Tenda do saber, e a possibi-lidade de compartilhar fotos ecomentários via redes sociaisFacebook e Twitter.

Outra novidade é a Tendado saber, que durante a se-mana toda, levará filmes epalestras sobre o gênero mu-sical e a cultura negra brasi-leira. a programação de to dosos palcos, rodas de sambae vagões do Trem do sam -ba está disponível no site.(GA)

Aplicativo para celularcom programação doTrem do SambaTENDA DO SABER Filmes e palestrassobre cultura negra

do Rio de Janeiro (RJ)

Trem do SambaLocal: Central do Brasil

Quanto: Um quilo de alimento não perecível

Quando: Até sábado

SERVIÇO

Trem do Samba deve reunir 400 mil pessoas

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SARAU�VPrimeira sexta-feira do mês é dia de sarau V em nova Iguaçu.

a edição de dezembro, além de celebrar a arte e a cultura

popular, trará muito calor humano, varal poético, escambo

“coisístico”, maracatu e microfone aberto. Contará também

com um bate-papo sobre “O que é ser mulher e negra?”.

Entrada gratuita. sexta-feira (6), às 19h. Praça dos Direitos

Humanos, Via light – nova Iguaçu.

O museu Internacionalde arte naïf (miam) es -tá le vantando o projeto“miam de cara nova”. Pa -ra ajudar na manuten-ção do espaço, o museuinternacional se rende aoprocesso de “crowdfun-ding”, ou seja, financia-mento coletivo.

nascido em 1995 dapaixão de lucien Finkels-tein pela arte naïf brasi-leira, tem como um dosprincipais objetivos pro-mover a democratizaçãode uma arte ainda poucoconhecida pelo público. a

arte naïf é famosa pela suaexpressa ingenuida de que,fora das formalidades aca -dêmicas, quebra as fron-teiras do traço e volta àpureza típica da infância.

a espécie de “vaqui-nha online” busca primor - dial mente a restauraçãoda fachada do casarãoque abriga o museu háquase 20 anos, no bairroCosme Velho.

além disso, para a ge-rente executiva Tatianalevy, é também uma for -ma de convidar o públicoa entender a importânciado lugar. “acreditando nopoder da coletividade,chamamos o público pa -ra participar desse espaço

e ser tam bém coautordele”, ressalta.

O projeto convida vizi-nhos, visitantes e simpa-tizantes para aju daremnesta causa. O museu foireaberto em 2012, depoisde cinco anos fechado. acampanha visa do mes -mo modo divulgar a rea-bertura da casa de arte.

Recebendo uma mé-dia de 1700 visitantes pormês, possui um acervode mais de 6 mil peças. éo maior museu de arte naïfdo mundo e reúne obrasde 120 países e de todosos estados brasileiros.são três andares de expo-sição e, ainda, um char-moso ca fé.

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 201312 | cultura

mariane�matosdo Rio de Janeiro (RJ)

Museu de Arte Naïf de cara novaARTE Aberta vaquinha virtual para restaurar o casarão que abriga o maior museu deste tipo no mundo

Reprodução

FEiRA�RiO�ANtiGOTodo primeiro sábado do mês acontece na lapa a Feira do lavradio.

Realizado há mais de 15 anos é um dos eventos mais tradicionais

da cidade. nesta edição, o Grupo scenarium musical prestará uma

homenagem à Emilinha Borba, que completaria 90 anos em 31 de

agosto. Entrada gratuita. sábado (7), a partir das 10h. Rua do lavradio,

s/n, lapa.

DEVOçãO�POPUlARÚltimo mês da exposição que reúne os santos brasileiros mais celebrados. a mostra

“santos e Devoções Populares” conta com 40 obras inspiradas no impulso artístico e

na fé. Em cartaz até 31/12. De terça a sexta-feira, das 10h às 18h. sábados e domingos,

das 10h às 17h. Entrada gratuita. museu Internacional de arte naïf - Rua Cosme Velho,

561, Cosme Velho .

SAmBA�DE�lEina semana do samba nada melhor que o tradicional samba de

lei da Pedra do sal. a roda conta com muito samba e

descontração, embalado pelos clássicos do ritmo. Entrada

gratuita. sexta-feira (6), às 19h.  largo João da Bahiana, s/n,

zona portuária.

AGENDA

Sarau V ocorre na Praça dos Direitos Humanos em Nova Iguaçu

Emilinha Borba será homenageada pela feira

Maria Buzanovsky

Divulgação

Museu Internacional deArte Naïf do Brasil– MIAN

Horário de Funcionamento: De terça a sexta, de 10hàs 18h. Sábados e do-mingos, de 10h às 17h.

Local: Rua Cosme Velho, 561Cosme Velho, Rio de Janeiro - RJ

SERVIÇO

Financiamento coletivo quer angariar recursos para manutenção

CAPOEiRA�Em�SãOCRiStóVãOa Feira de são

Cristóvão recebe o 1º

Encontro Cultural de

Capoeira. Com muito

ritmo, música e alegria

o evento contará com a

participação do mestre

Farmácia e do

Professor Fantasma.

Ingressos a R$3,00.

Quinta-feira (5), às

10h. Feira de são

Cristóvão - Campo de

são Cristóvão, s/n,

Pavilhão de são

Cristóvão.

Page 13: Brasil de Fato RJ - 031

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013 variedades | 13

Áries(21/3 a 20/4)

Câncer(21/6 a 22/7)

Libra(23/9 a 22/10)

Capricórnio(22/12 a 20/1)

Touro(21/4 a 20/5)

Leão(23/7 a 22/8)

Escorpião(23/10 a 21/11)

Aquário(21/1 a 19/2)

Gêmeos(21/5 a 20/6)

Virgem(23/8 a 22/9)

Sagitário(22/11 a 21/12)

Peixes(20/2 a 20/3)

Mudanças repentinas de humor podem surgir.Porém, ainda há discernimento para avaliar as si-tuações de fora e se tranquilizar. A sorte é quevocê estará exercendo fascínio sobre outras pes-soas e pode se beneficiar com isso.

Intuição aguçada, charme e magnetismo pessoalcontagiam sua semana. Os sentimentos pedirãopara serem reavaliados neste momento, o ideal émanter-se introspectivo e observar, tanto ex-terna, como internamente.

Você sentirá que o desejo de se relacionar e teralgo firme com alguém especial entra em con-flito com a necessidade de liberdade, indepen-dência e redescobrimento individual. Avalie qualárea é mais importante no momento.

Se por um lado sua aparência demonstra serie-dade, frieza e responsabilidade em demasia, nassuas relações profissionais se portará como umverdadeiro chefe. Haverá muita iniciativa, cora-gem, determinação e estratégia.

Alto poder de atração! Há possibilidade de boasfaíscas com paqueras ou mesmo aquele amorplatônico pode se tornar real agora. Tome cui-dado apenas com os intensos sentimentos, paranão assustar ou sufocar seu pretendente.

Ideias brilhantes, ousadas e originais podem lhedar destaque. Sua postura será de um típico leo-nino: generoso, aberto, caloroso e altruísta.Porém, pode demonstrar arrogância e achar quesabe o que é melhor para os outros.

Reviravoltas benéficas na área profissionalpodem surgir. Seus sentimentos estarão combi-nados com a sensibilidade, o que pode fornecersinais valiosos baseados na intuição, que ajuda-rão a descobrir qual caminho tomar.

A saúde está favorecida, te protegendo contraenfermidades. Há grande vitalidade e amor pelavida. Você estará mais caloroso e menos distante,mais físico e menos mental. A vontade de mu-danças também é forte nesta semana!

O campo das ideias está fortalecido e estrutu-rado. Poderá ter insights repentinos e benéficos,que contribuirão para o sucesso pessoal / profis-sional. Fique atento à intuição, mas sem perder olado prático das coisas.

A mente virginiana tradicional, prática e caute-losa recebe a influência de astros rebeldes, impe-tuosos e intensos. Portanto, poderá soltar coisasguardadas há muito tempo ou se expressar rispi-damente. Equilibre-se.

A capacidade de raciocínio prático e ponderadoinfluencia sua semana. Aproveite para organizarquestões que necessitem de concentração e re-sistência mental. Porém, sua energia sentimentalpode ir contra as ideias lógicas.

Pensamentos ilusórios ou confusos, tendência adivagações, criar fantasias e vivê-las mental-mente; mantenha os pés no chão. Por outrolado, está receptivo às energias dos outros e po-derá ajudá-los com sua sensibilidade.

HORÓSCOPO 06 a 12 de dezembro de 2013 Keka Campos, astróloga | [email protected]

Page 14: Brasil de Fato RJ - 031

no masculino, concor-rem athur Zanetti (ginás-tica artística), Cesar Cielo(natação) e Jorge Zarf (ve -l a). Entre as mulheres, adisputa será entre Polia -na Okimoto (maratonaaquá tica), Rafaela silva(judô), e Yane marques(pentatlo moderno). Paravotar, bas ta acessar o sitedo prêmio (www.pbo.cob.org.br).

a solenidade de en-trega do prêmio será rea-lizada em são Paulo, noTeatro Bradesco, no dia17 de dezembro. Um júriformado por jornalistas,

dirigentes, ex-atletas epersonalidades do espor -te escolheu os melhoresatletas em cada modali-dade, bem como os trêsdas categorias masculi -na e feminina que con-correrão ao Troféu me lhor

atle ta do ano. Esse voto te-rá peso de 50% na eleiçãofinal. antes, serão con ta -dos os votos do públicopela internet. só durantea cerimônia se rá encer-rada a votação popular.

serão premiados tam-

bém pelo Comitê Olím-pico Brasileiro (COB) osmelhores em 43 modali-dades. O evento marcaráos 50 anos da primeira edi-ção dos Jogos Paname ri -ca nos realizado no Brasil,em são Paulo, em 1963.

Este ano a entrega do Os -car do esporte brasileirovolta para são Pau lo, de-pois de anos sendo reali-zado no Rio de Janeiro.

Veja alguns resultadosimportantes dos concor-rentes em 2013: PolianaOki moto (ouro, prata ebron ze no mundial, emBarcelona, em julho); Ra-faela silva (em agosto, ou - ro no mundial, no Rio);Ya ne marques (vice-cam-peã mun dial em Taiwan,em agosto); arthur Za-netti (ouro no mundial daantuérpia); Cesar Cielo(ouro nos 50m livre, nomundial de Barcelona);Jorge Zarf (ouro na cate-goria open, no mundialda Estônia, em agosto).(Com informações do COB)

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 201314 | esporte

FATOS EM FOCO

Judô tem seletiva paraa Olimpíadanos dias 13 e 14 de dezembro, no ginásiodo Flamengo, acontecea segunda etapa da seletiva Rio 2016. Estãoautomaticamente clas-sificados os campeõesdas edições de 2013 doTroféu Brasil Interclu-bes, do CampeonatoBrasileiro sub 21, doBrasileiro sub-23, doBrasileiro sênior, alémdos atletas que partici-param do mundial sub-21 deste ano. a co-missão técnica da CBJtambém indicou no-mes. Estão dispensados,porém, todos os meda-lhistas olímpicos e osque disputaram os Jo-gos Olímpicos de lon-dres 2012. não precisamparticipar da seletivatambém os judocas queestiveram no mundialIndividual Rio 2013.

Emanuel é omaior vence-dor na praiaTanto na quadra comona praia o vôlei do Bra-sil não para de colecio-nar conquistas. Hoje oBrasil é uma potênciareconhecida no mundointeiro nesse esporte.Desde que venceu oCircuito BrasileiroOpen 2013/2014, Emanuel se tornou omaior vencedor da his-tória do vôlei de praia.Ele superou o estaduni-dense Karch Kiraly, quetinha inclusive seu feitoincluído no GuinnessBook, o livro dos recor-des. agora é a vez de oatleta brasileiro ser reconhecido pelo Guin-ness. Emanuel iniciousua carreira há 23 anos.De lá para cá, o “Es-peto”, como era conhe-cido, marca presençanos pódios de todo o mundo.

VOTAÇÃO População escolherá o melhor atleta do ano

Prêmio Brasil Olímpico seráentregue em dezembro

Divulgação/CBR

Os melhores em 43 modalidades serão premiados

a partir de 2014, a Con -federação Brasileira deTênis implementará o Pro -grama de Transição, umprojeto inédito para auxi-liar jovens tenistas que seencontram entre o juve-nil e o profissional. O pro-jeto foi idealizado pelosduplistas Bruno soares emarcelo melo, juntamen -te com o treinador Danielmelo. Os tenistas juvenisselecionados viajarão comos profissionais que par-ticipam dos torneios daaTP.

“a ideia é encurtar essafase de mudança não só

em nível nacional, masmundial. Hoje em dia eue o marcelo (melo) temos

uma abertura muito ba-cana no circuito e esta-mos nos juntando para

conseguir levar os me-lhores juvenis se aproxi-mar do circuito profissio-

nal, treinar, conviver econhecer a rotina dosatle tas de alto nível”, dizBruno soares.

na temporada de 2013,o Departamento de altoRendimento da CBT e osCorreios já financiaram aida dos tenistas marceloZormann, Rafael matos,João menezes, Gabriel Ho-cevar, João Walendowsky,Orlando luz, Beatriz maiae Carolina alves parajogar partidas internacio-nais na américa do sul,américa do norte e Eu-ropa. agora quem se des-tacar no juvenil terá aoportunidade de acom-panhar os profissionaisem torneios da aTP. (BD)

CBT lança programa parajovens tenistasPARCERIA Bruno Soares e Marcelo Melo estão à frente do projeto

do Rio de Janeiro (RJ)

Bepe�Damascodo Rio de Janeiro (RJ)

Rafael Matos/ProTenis Divulgacão

Tenista Rafael Matos será financiado pelo projeto

Page 15: Brasil de Fato RJ - 031

a novidade no calen-dário do futebol brasilei -ro no ano que vem é a Co -pa Verde, criada com oobjetivo de valorizar a in-tegração regional. a com-petição organizada pelaCon fe deração Brasileirade Futebol (CBF) contarácom 16 clubes, dos esta-dos do norte, Centro-Oe -ste (exceto Goiás) e maiso Espírito santo.

O jogos do torneio es-tão marcados para o pe-ríodo entre 9 de fevereiroe 12 de abril. O formatoserá o mesmo da Copa doBrasil, com jogos de ida evolta. a ideia é repetir osucesso de público daCo pa do nordeste, com-petição que emplacouem definitivo no calendá-rio, já que caiu no gosto

do torcedor nordestino.Três estádios construí-

dos para a Copa do mun -do receberão jogos dacom petição: arena Pan-tanal, em Cuiabá, manéGarrincha, em Brasília,e arena da amazônia,

em manaus.Estão confirmadas as

presenças do Payssandu,Paragominas e Clube doRemo (Pará); Brasiliensee Brasília (Distrito Fede-ral); mixto e Cuiabá (matoGrosso); nacional e Prin-

cesa dos solimões (ama-zonas); Plácido de Castro(acre); Cene (mato Gro ssodo sul); Interporto (Tocan-tins); santos (ama pá); Vi-lhena (Rondônia); náutico(Roraima); e Ferroviária(Espírito santo).

segundo o jornal espor -tivo espanhol “as”, o za-gueiro brasileiro Davidluiz, atualmente no Chel-sea de londres, está ne-gociando sua transferên-cia para o Barcelona. asprimeiras sondagens doclube catalão, ainda deacordo com diário, teriamsido bem recebidas pelotreinador José mourinho,do clube inglês.

O jogador da seleçãobrasileira é um antigo so-nho do Barcelona. na úl-tima janela de transferên-

cia, sua contratação che -gou a ser tentada, mas apedida do Chelsea paraliberar o zagueiro assus-tou o Barça: 50 milhõesde euros (R$ 157,8 mi-lhões). Contudo, os pro-blemas na sua zaga leva-ram o Barcelona a fazernova investida por David.

O setor defensivo éapon tado como o pontovulnerável do Barcelona.Enquanto Puyol vive àsvoltas com contusões, oargentino mascheranovem sendo improvisadocomo zagueiro, ao ladode Piqué. só que o rendi-mento da dupla ainda não

convenceu a torcida e aimprensa. Daí a decisão

de contratar um zagueirodo nível do brasileiro. (BD)

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 2013 esporte | 15

opinião | Bruno Porpetta

Fé cega, faca amoladaagora é certo. Pelo me -

nos um carioca não es-capa da degola. Vasco eFluminense jogam suasvidas em campo no do-mingo (8), e a diferençae stá nisso. mais nisso doque na qualidade dasequipes. Quem jogará avida em campo?

é evidente que issonão basta. ambos os ti-mes dependem de ou-tros resultados. mas de-pendem muito mais dosseus próprios resultados.

Ou seja, dois elemen-tos são fundamentaispara permanecer na pri -meira divisão: raça e fé!

até porque, se consi-derarmos outros ele-mentos, o caminho ficaain da mais difícil.

senão, vejamos. Osdois jogam fora de casa,e mesmo que o Flumi-nense enfrente um Ba-hia aliviado, quem pa-rece não querer aliviar éa torcida do Bahia, queexige a vitória.

Para o Vasco, o ate -

nuan te é o tal “fator ca -sa” do atlético-PR, quenão jogará em Curitiba,mas sim em Joinville, ea promessa é de maioriavascaína nas arquiban -ca das. De resto, enfren -ta um time que precisada vitória para não des -per diçar a segunda chan - ce de ir a libertadoresem 10 dias.

Os dois terão que co-mer grama no domingo.superar toda a objeti vi -da de dos analistas.

Para isso, a técnica émenos relevante. O fatorde cisivo é a vontade depermanecer, e esta podese manifestar no campoe fora dele.

aos que acreditam,não custa nada carregarseu patuá. Fazer suaoração.

a decisão de quemvai ou quem fica podeestar no frango da en-cruzilhada e na faca dosdentes.

porpetta.blospot.com

DISPENSA Técnico do Chelsea teria concordado com saída

do Rio de Janeiro (RJ)

Bepe�DamascoRio de Janeiro (RJ)

Copa Verde é a novidadedo futebol em 2014MOTIVAÇÃO Campeão do torneio terá vaga na Copa Sulamericana

Estádio Mané Garrincha será um dos palcos da Copa Verde

Danilo Borges/Portal da Copa

brasileirão | 38ª rodada

Flamengo CruzeiroSáb. |7/12|17h| Maracanã

Náutico CorinthiansSáb. |7/12|17h| A. Pernambuco

Botafogo CriciúmaDom. |8/12|17h| Maracanã

São Paulo CoritibaDom. |8/12|17h| Novelli Júnior

Bahia FluminenseDom. |8/12|17h| Fonte Nova

Inter Ponte PretaDom. |8/12|17h| Centenário

Goiás SantosDom. |8/12|17h| Serra Dourada

Atlético-MG VitóriaDom. |8/12|17h| Independência

Atlético-PR VascoDom. |8/12|17h| Arena Joinville

Portuguesa GrêmioDom. |8/12|17h| Canidê

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David Luiz na mira do Barça

Jogador brasileiro é antigo sonho do Barcelona

Wikipedia

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Depois de um primei -ro tempo muito truncado,onde tanto a Ponte Pretaquanto o lanus preferiramnão correr muitos riscos,os gols acabaram saindoapenas na segun da etapa.

O time argentino abriuo placar, aos 13 minutosdo segundo tempo, emboa cobrança de faltado zagueiro Goltz. O go-leiro Roberto nada pôdefazer, além de observara bola morrer no fundodas redes.

a Ponte, com a forçade um Pacaembu combom público, partiu paracima do adversário e con-seguiu o empate aos 35minutos, também emcobrança de falta de Fel-

lipe Bastos.Com este resultado, a

Ponte garante o títulovencendo ou empatandopor mais de um gol em laFortaleza, na província deBuenos aires. (BP)

Rio de Janeiro, 5 a 11 de dezembro de 201316 | esporte

ATRASO Está prevista para janeiro a inauguração das arenas de Cuiabá, Natal e Manaus

na sexta-feira (6), en-quanto os executivos daFIFa e representantes das32 seleções classificadaspara a Copa participamdo sorteio das chavespara a competição naCosta do sauípe, ativistasrealizam um “sorteio-en-cenação” no maracanã.

a partir das 16h, osmanifestantes denuncia-rão a elitização dos está-dios da Copa, além dosprejuízos à comunidadeque usufruía do com-

plexo esportivo e hoje en-contra equipamentos, co -mo o estádio de atletismoCélio de Barros, ainda fe-chados às vésperas dasOlimpíadas.

“Cabral e Paes não re-solveram a questão do com -plexo do maracanã, muitopelo contrário. Estamos hámenos de três anos dasOlimpíadas e a única pistapública de atletismo aptapara treinamento dos atle-tas está fechada” afirmoumário Campagnani, inte-grante do Comitê Popularda Copa e das Olimpía-das. (BP)

Protesto encena “sorteio”para Copa

do Rio de Janeiro (RJ)

Ponte Preta fica no1 a 1 com Lanus, no PacaembuSULAMERICANA Na semana que vem, time brasileirodecide o título na Argentina

MARACANÃ Comitê Popular da Copa faz manifestação em frente ao Bellini

do Rio de Janeiro (RJ)

Ministro não confirma entrega de três estádios da Copa

•�O�mEiA Bernardodeve ganhar umachance entre os titu-lares do Vasco para ojogo decisivo contra oatlético-PR, em Join-ville. no treinamento,Bernardo ocupou avaga de Thalles. OVasco precisa da vitó-ria, além de torcerpor pelo menos umresultado negativo deseus adversários diretos na luta contrao rebaixamento.

•�OSVAlDO�DE�OliVEiRA, que estápraticamente certono santos em 2014,escalou Renato, lo-deiro e Bruno men-des como titulares nocoletivo do Botafogo.a tendência é que osdois primeiros sejamefetivados na equipeno lugar de marcelomattos e Hyuri, enquanto a dúvidapermanece entreElias e Bruno men-des. O Botafogo pre-cisa vencer o Cri-ciúma em casa etorcer pelo Vascocontra o atlético-PR.Outra possibilidade évencer o time catari-nense e torcer contraa Ponte Preta na finalda Copa sulamericana.

•�PROPAGANDA daboate Wood’s, em Curitiba: “a casa ser-taneja mais badaladado Brasil para prínci-pes, princesas e tam-bém para o ‘impera-dor’”. Falar o que?

•�FRED�E�PEtERsiemsen preferem esperar o desfecho do Brasileirão paravoltar a discutir a renovação de con-trato do atacante doFluminense.

TOQUES CURTOS

Marcelo Camargo/Abr

Às vésperas do sorteiodos grupos da Copa, oministro dos Esportes,aldo Rebelo, concedeuentrevista coletiva naCosta do sauípe, ondeafir mou que nenhum es-tádio será inaugurado atéo prazo inicial de 31 dedezembro.

segundo Rebelo, ainau guração das arenasde Cuiabá, natal e ma-naus foi remanejadapara janeiro, visando ga-rantir a presença da Pre-sidenta Dilma Rousseffnos eventos.

“Esses três estádios eupedi para entregar em ja-

neiro por conta da agen -da da presidente porquedepois do dia 20 de de-zembro, teremos uma sé-rie de festejos natalinose de fim de ano”, disse oministro.

Os demais estádios (Cu-ritiba, Porto alegre e sãoPaulo), não tiveram dataestipulada para entrega.

apenas o secretárioExecutivo do ministério,luis Fernandes, confir-mou a entrega da arenada Baixada, em Curi-tiba, para fevereiro. Oatraso na capital para-naense deveu-se a pro -ble mas no repasse de ver -bas para a obra.

O caso mais compli-cado é o de são Paulo, on -de um acidente com uma

peça metálica que fazparte da cobertura do se-tor norte do Itaquerão, nasemana passada, matou

dois operários.Os prazos em são Paulo

estão submetidos aoslaudos das perícias reali-

zadas no estádio e, se-gundo Fernandes, definirdatas para a entrega seria“prematuro”.

Bruno�Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Estádio de abertura da Copa, em São Paulo, ainda não tem previsão de entrega

São Paulo | Pacaembu | 4/12 | 21h50

FICHA TÉCNICA

Ponte Preta Lanus

1 X 1