Caderno de resumos

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I SEMINÁRIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFU CADERNO DE RESUMOS 06 a 09 de dezembro de 2010

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I SEMINÁRIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFU

CADERNO DE RESUMOS

06 a 09 de dezembro de 2010

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Caderno de resumos 2 PPG - FIL - UFU

I Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFU

06 a 09 de dezembro de 2010

CADERNO DE RESUMOS

PPG – FIL – UFU Uberlândia, MG

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Caderno de resumos 3 PPG - FIL - UFU

Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais

Programa de Pós-Graduação em Filosofia

Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Prof. Dr. Alcimar Barbosa Soares

Diretora da Faculdade de Artes, Filosofia e Ciências Sociais Profª. Drª. Renata Bittencourt Meira

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia Profª. Drª. Georgia Cristina Amitrano

Comissão Organizadora Amélia Cristina Silva Machado Prieto

Antônio Corrêa de Paiva Neto Bianca Kelly de Souza

Henrique Florentino Faria Custódio Leila Cristina Rosa

Mariana Spacek Alvim Vanilda Honória dos Santos

http://www.posgrad.fil.fafcs.ufu.br/ [email protected]

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Caderno de resumos 4 PPG - FIL - UFU

APOIO

Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFU Departamento de Filosofia da UFU

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Caderno de resumos 5 PPG - FIL - UFU

SUMÁRIO

Apresentação 6 Programação do evento 7 Resumos 11

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Caderno de resumos 6 PPG - FIL - UFU

APRESENTAÇÃO

O I Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de

Uberlândia é um evento organizado pelos próprios estudantes do Programa de Pós-

Graduação em Filosofia. Seu objetivo consiste em proporcionar o debate em torno dos

trabalhos de pesquisa e a interlocução interinstitucional, fomentando, desse modo, maior

criticidade na atividade de pesquisa.

O evento irá ocorrer entre os dias 6 e 9 de dezembro no anfiteatro F do bloco 5O

do Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia, estando abertas as

inscrições para a apresentação de trabalhos a todos os pós-graduandos em Filosofia até

o dia 14 de novembro, sendo a programação do evento divulgada no site a partir do dia

28 de novembro. O caderno de resumos será disponibilizado no site do evento em

formato digital. Os certificados dos comunicadores serão distribuídos logo após as

apresentações de trabalho.

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Caderno de resumos 7 PPG - FIL - UFU

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

Todas as apresentações de comunicações e palestras foram realizadas no Anfitea-tro F do Bloco 5O do Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlân-dia.

Segunda-feira dia 06/12/2010 Mesa 1: 13:30 às 15h Coordenador da mesa: Antônio Corrêa de Paiva Neto a) A contribuição da reflexão metodológica weberiana para a construção conceitual

da adequação causal

Henrique Florentino Faria Custódio (UFU)

b) Max Weber: o pathos da ciência moderna

Thiago Tavares Reis (UFU)

c) Sobre a Especificidade Expositiva (dialética) do Discurso de Karl Marx: uma

análise do primeiro capítulo de “O Capital”

Antônio Corrêa de Paiva Neto (UFU)

Mesa 2: 15:20 às 16:50h

Coordenador da mesa: Rodrigo Cássio Oliveira a) A dissonância de Schönberg: Sob o efeito descentralizador da alteridade em

Adorno

Felício Ramalho Ribeiro (UFMG)

b) Adorno e a crítica à pretensão de totalidade da filosofia tradicional

Rafael Reis Pombo (UFU)

c) Adorno e o novo cinema

Rodrigo Cássio Oliveira (UFMG)

19h – Palestra de abertura: Nem tragédia, nem comédia: apenas mais um dos pastiches de Platão.

Apontamentos para uma leitura dramática do "Eutífron"

Fábio Amorim de Matos (UFG)

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Caderno de resumos 8 PPG - FIL - UFU

Terça-feira dia 07/12/2010 Mesa 1= 13:30 às 15h Coordenador da mesa: Amélia Cristina Silva Machado Prieto a) A crítica de Nietzsche à filosofia transcendental Kantiana

Anderson Manuel de Araújo (UFMG)

b) Vida social, individualidade e liberdade nas concepções de Simmel e Nietzsche:

uma análise comparada

Eric Arantes Corrêa (UFU)

c) Aproximações entre David Hume e Immanuel Kant

Raimundo José Barros Cruz (Universidade de Passo Fundo)

Mesa 2= 15:20 às 16:50h

Coordenador da mesa: Fernando Martins Mendonça a) Platão e a ginástica filosófica do diálogo Parmênides

André Luiz Braga da Silva (UFU)

b) Considerações sobre a Lógica de Hegel e o Princípio da Não-Contradição

Fábio Baltazar do Nascimento Júnior (UFU)

c) Aristóteles e os quatro argumentos para a solução das aporias acerca da acrasia

em EN VII.

Fernando Martins Mendonça (UFU)

19h – Palestra:

Horizontes da filosofia do exílio: As Américas de Horkheimer e de Flusser

Sertório Amorim Silva Neto (UFU)

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Caderno de resumos 9 PPG - FIL - UFU

Quarta-feira dia 08/12/2010 Mesa 1= 13:30 às 15h Coordenadora da mesa: Leila Rosa a) Michel Foucault e o problema da produção histórica de subjetividades

Bianca Kelly de Souza (UFU)

b) Análise do princípio sintético da liberdade em Kant

Marco André de Freitas Hipolito (UFU)

c) VALOR INTRÍNSECO: A concepção de “valor intrínseco” de Moore, em uma

análise de Darlei Dall”Agnol

Leila Rosa (UFU)

Mesa 2= 15:20 às 16:50h

Coordenadora da mesa: Angélica Silva Costa a) Considerações sobre a liberdade sartreana: entre a angústia de escolher e a ação

autêntica

João Paulo Henrique (UFU)

b) O nada e a irrealidade de acordo com a teoria da consciência sartreana

Kátia da Silva Cunha (UFU)

c) A noção de engajamento no pensamento de Jean-Paul Sartre

Angélica Silva Costa (UFU)

19h – Palestra:

Quando a filosofia reencontra a poesia: o conceito de filosofia depois das 3 Críticas

Luciene Torino (UFU)

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Caderno de resumos 10 PPG - FIL - UFU

Quinta-feira dia 09/12/2010 Mesa 1= 13:30 às 15h Coordenadora da mesa: Vanilda Honória dos Santos a) Da Moral à Política

Ana Gabriela Colantoni de Matos (UFU)

b) A relação entre a identidade narrativa de Paul Ricouer e a identidade política de

Hannah Arendt

Edilene Maria da Conceição (UFU)

c) A crítica de Giambattista Vico à Teoria das Formas de Governo de Jean Bodin

Vanilda Honória dos Santos (UFU)

Mesa 2= 15:20 às 16:50h

Coordenadora da mesa: Ana Carolina Gomes Araújo a) Pragmatismo. Uma crítica a metafísica e a epistemologia

Helson de Sousa Neto (UFU)

b) O conceito de síntese afirmativa de disjunção e a dialética do cálculo em Gilles

Deleuze

Juarez Humberto Ferreira (UFU)

c) Deleuze e os pressupostos na filosofia

Ana Carolina Gomes Araújo (UFU)

19h – Palestra de encerramento:

A Neurociência Afetiva e suas implicações filosófico-científicas: mecanismos

operativos emocionais do cérebro e comportamento moral

Leonardo Ferreira Almada (UFG)

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Caderno de resumos 11 PPG - FIL - UFU

RESUMOS

Ana Carolina Gomes Araújo ......................................................................................................... 12

Ana Gabriela Colantoni de Matos ................................................................................................. 13

Anderson Manuel de Araújo .......................................................................................................... 14

André Luiz Braga da Silva ............................................................................................................ 15

Angélica Silva Costa ..................................................................................................................... 16

Antônio Corrêa de Paiva Neto ....................................................................................................... 17

Bianca Kelly de Souza .................................................................................................................. 18

Edilene Maria da Conceição .......................................................................................................... 19

Eric Arantes Corrêa ....................................................................................................................... 20

Fábio Baltazar do Nascimento Júnior ............................................................................................ 21

Felício Ramalho Ribeiro ............................................................................................................... 22

Fernando Martins Mendonça ......................................................................................................... 23

Helson de Sousa Neto ................................................................................................................... 24

Henrique Florentino Faria Custódio .............................................................................................. 25

João Paulo Henrique ..................................................................................................................... 26

Juarez Humberto Ferreira .............................................................................................................. 27

Kátia da Silva Cunha ..................................................................................................................... 28

Leila Rosa ..................................................................................................................................... 29

Marco André de Freitas Hipolito ................................................................................................... 30

Rafael Reis Pombo ........................................................................................................................ 31

Raimundo José Barros Cruz .......................................................................................................... 32

Rodrigo Cássio Oliveira ................................................................................................................ 33

Thiago Tavares Reis ...................................................................................................................... 34

Vanilda Honória dos Santos........................................................................................................... 35

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Caderno de resumos 12 PPG - FIL - UFU

Deleuze e os pressupostos na filosofia

Ana Carolina Gomes Araújo UFU - Mestrado em Filosofia

Jacques Rancière questiona se Deleuze não teria reunido o fragmentado do

romance moderno proustiano com vista a uma nova imagem do pensamento, por sua vez unificadora. Ora, Deleuze ao problematizar o pensamento representativo questiona sobre o novo no pensamento, nesse sentido sua empreitada vislumbra combater um princípio apresentado como universal para toda forma de pensar; daí a frase de Diferença e Repetição “não falamos desta ou daquela imagem do pensamento, variável segundo as filosofias, mas de uma só imagem em geral, que constitui o pressuposto subjetivo da filosofia em seu conjunto”. A filosofia da representação é retomada como ponto central familiarizando três títulos de capítulos em três diversas obras: 'Nova Imagem do Pensamento' em Nietzsche e a Filosofia (1962); 'A Imagem do Pensamento' em Proust e os Signos (1964) e; também 'A Imagem do Pensamento' em Diferença e Repetição (1968). O aprendizado desses diferentes momentos é a necessidade de combate ao mundo da representação para libertar a diferença do princípio de identidade. Em „Diferença e Repetição‟ Deleuze esmiúça a imagem do pensamento expondo oito postulados que a sustentam: i) o pensamento como exercício natural para o verdadeiro; ii) o pensamento como elemento puro do senso comum que deriva como sendo de direito; iii) a recognição cujas faculdades operam em concordância no reconhecimento do mesmo; iv) a raiz quádrupla de aprovação da representação; v) o erro com equívoco negativo do pensamento; vi) a designação como indicadora formal do verdadeiro; vii) as soluções como possíveis formais que sustentam a veracidade do problema, e; viii) o saber com fim do aprendizado. Assim, pergunto: Deleuze teria construído uma nova imagem do pensamento? E ainda, teria ou não o universal um lugar nessa nova imagem?

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Caderno de resumos 13 PPG - FIL - UFU

Da Moral à Política

Ana Gabriela Colantoni de Matos UFU/Mestrado em Filosofia

Hare mostra que a universalidade é necessária para que o relativismo moral seja evitado. Assim, o autor aponta para um caminho de como atingi-la teoricamente: pelo “pensamento crítico”, em que o indivíduo se propõe a examinar padrões encontrados em certa cultura e a julgar se podem ser defendidos, na busca de uma racionalidade moral. Dessa forma, Hare retoma o prescritivismo universal kantiano. Percebe-se, então, que o “pensamento crítico” nos permite pensar uma moral universal. Porém, a universalidade precisa ser alcançada na prática, ou seja, é preciso alcançar o consenso de todos que se propõe ao discurso moral. De qualquer modo, pela teoria do próprio Hare, observamos que o pensamento moral não pode estar desvinculado da ação moral. Assim, defendemos que, a partir desse autor, o pensamento ético universal exige uma prática universal. Queremos mostrar que a única via, na busca de uma moral universal, que une pensamento e prática, é a política, entendida aqui em um sentido estrito, enquanto forma de discussão. A política tem o objetivo de orientar uma conduta única por todos. E nesse sentido, não se pode excluir a função persuasiva da moral, embora Hare não queira admiti-la.

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Caderno de resumos 14 PPG - FIL - UFU

A crítica de Nietzsche à filosofia transcendental kantiana

Anderson Manuel de Araújo UFMG/Programa de Pós-Graduação em Filosofia (Mestrando)

Nota-se que o percurso filosófico de Nietzsche é marcado pela crítica à história da

filosofia, sobretudo à tradição metafísica. Neste contexto, destaca-se a crítica nietzschiana à filosofia transcendental kantiana. Para Nietzsche os juízos sintéticos a priori de Kant são apenas erros necessários à conservação da vida. Na mesma direção pode-se afirmar que os conceitos de causalidade, tempo e espaço são ficções regulativas que visam à sobrevivência humana. Como Kant, Nietzsche também afirma que o homem esquematiza o mundo. Mas, diferentemente de Kant, não explica esta capacidade humana como um dado constitutivo da racionalidade; para Nietzsche trata-se apenas de um modo de conservação da vida. Pretendo defender que Nietzsche substitui a doutrina das categorias de Kant por uma teoria dos erros e das ficções. Para este fim, examino alguns parágrafos de duas obras que compõem o período intermediário (1876-1882) de Nietzsche, a saber, Gaia Ciência e Humano Demasiado Humano.

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Caderno de resumos 15 PPG - FIL - UFU

Platão e a ginástica filosófica do diálogo Parmênides

André Luiz Braga da Silva

Programa de Pós-Graduação em Filosofia – UFU

No diálogo Parmênides, Platão levanta problemas fundamentais no seio de sua própria Teoria das Idéias. O jovem personagem Sócrates, um rapaz de cerca de vinte anos, não vê saída para responder tais problemas e chega a cogitar o abandono da Teoria. O personagem Parmênides, então um mestre de filosofia já em idade avançada, faz o rapaz desistir da desistência, dizendo que Sócrates não vê as respostas porque ainda está despreparado para tanto: antes, seria necessário exercitar-se numa ginástica (gymnasía) do pensamento. Tal programa de treino consistiria no exercício do método filosófico por hipóteses de Zenão, acrescido de duas modificações fundamentais: a primeira faz das Idéias o campo de aplicação do exercício; a segunda, faz o método de hipóteses debruçar-se não só sobre as hipóteses positivas como também sobre as negativas. Nossa comunicação então pretende ser uma análise desta ginástica – verdadeira errância (planés) por caminhos duplos – que, segundo o condutor do diálogo, é a chave para solucionar os viscerais problemas epistemológicos-ontológicos da Teoria das Idéias.

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Caderno de resumos 16 PPG - FIL - UFU

A noção de engajamento no pensamento de

Jean-Paul Sartre

Angélica Silva Costa Mestrado em Filosofia UFU/ FAPEMIG

A comunicação pretende elucidar os antecedentes históricos que culminaram no debate sartreano acerca da situação intelectual, artístico-cultural francês em meados do início do século XX. Especialmente, uma descrição sobre a contraposição pública de Jean- Paul Sartre (1905-1980) ao surrealismo, considerando tal discussão como ponte para a fundamentação do conceito de engajamento. Para tal, pretende-se trazer uma descrição sucinta dos principais conceitos da ontologia fenomenológica e uma articulação sobre o diálogo ético-estético, estabelecendo assim, uma estreita ligação entre filosofia, literatura e o teatro de situações.

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Caderno de resumos 17 PPG - FIL - UFU

Sobre a Especificidade Expositiva (dialética) do Discurso de Karl Marx: uma análise do primeiro capítulo de “O Capital”

Antônio Corrêa de Paiva Neto. Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Uberlândia

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

Considerando o escrito “Introdução à Crítica da Economia Política” e, sobretudo, o primeiro capítulo do livro I de “O Capital”, tenho como objetivo demonstrar como a especificidade expositiva (dialética) do discurso de Karl Marx representa não apenas a negação do procedimento metodológico da economia política burguesa, mas, ainda, a negação do próprio modo de produção capitalista, detendo, portanto, significado revolucionário. Marx negaria o procedimento metodológico da economia política burguesa ao compreender a riqueza das sociedades capitalista como uma totalidade passível de entendimento ao ser apresentada em suas múltiplas determinações, o que deve ser realizado a partir de um método de exposição (dialético) que tenha como ponto de partida a apresentação da sua determinação mais simples, direcionando-se, gradualmente, às suas determinações mais complexas, e isso, até ser alcançada a totalidade em questão. Mas Marx também negaria o procedimento metodológico da economia política burguesa ao compreender e apresentar a totalidade “riqueza das sociedades capitalistas”, assim como as categorias da economia burguesa que a representam, como realidades históricas. Desse modo, Marx negaria o caráter absoluto da sociedade produtora de mercadorias, apontando seu aspecto transitório e a possibilidade de sua superação pela sociedade comunista.

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Caderno de resumos 18 PPG - FIL - UFU

Michel Foucault e o problema da produção histórica de subjetividades

Bianca Kelly de Souza Programa de Pós-Graduação em Filosofia/ UFU-MG

Departamento de Filosofia/ UNIMONTES-MG

Levando em consideração, a relevância do conceito de subjetividade e o modo co-mo este é entendido por Michel Foucault. O presente trabalho tem como objetivo investi-gar aquilo que constitui o fio condutor do pensamento foucaultiano, ou seja, uma preocu-pação que o acompanha em toda a sua trajetória filosófica: a problemática do sujeito, que segundo nosso autor, só se torna pertinente a partir do momento que pudermos pensá-la em termos de uma problemática da constituição do sujeito. Em clara oposição a uma tra-dição filosófica que pensa o sujeito como uma instância fundadora, como uma consciên-cia solipsista e a-histórica, auto-constituída e absolutamente livre. O tema do sujeito em Foucault está relacionado às análises críticas do positivismo, marxismo e fenomenologia, entendidas como filosofias do sujeito, analíticas da finitude que desembocam nos impas-ses do antropologismo. Para melhor compreendermos a evolução dessa problemática do sujeito, devemos ter presente que se trata de uma abordagem histórica da questão da subjetividade. O problema da produção histórica de subjetividades pertence ao mesmo tempo, à descrição arqueológica da constituição de certo número de saberes sobre o su-jeito, à descrição genealógica das práticas de dominação e das estratégias de governo às quais se pode submeter os indivíduos, e à análise das técnicas por meio das quais os in-divíduos, trabalhando a relação que os liga a si mesmos, se produzem e se transformam. Sendo assim, a subjetividade deve ser entendida como parte integrante de uma grande maquinaria moderna correlativa às mais variadas práticas sociais, sejam as de ordem dis-cursiva, sejam aquelas presentes no campo dos dispositivos, sejam as que se dão pelos processos de subjetivação.

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Caderno de resumos 19 PPG - FIL - UFU

A relação entre a identidade narrativa de Paul Ricouer e a identidade política de Hannah Arendt

Edilene Maria da Conceição

UFU/ Pós-graduação em Filosofia CAPES

Compreender o homem e sua relação com a História que ele constrói de si mesmo e do mundo tem sido uma questão importante analisada pela corrente neoaristotélica. Como identificar o homem e sua alteridade dentro da pluralidade do espaço público? Compreender a história e a narração de quem a faz, é compreender o homem e sua relação com o mundo. Tanto Ricouer, quanto Arendt acreditavam que qualquer postura do sujeito no mundo e diante de si é comprometimento, é ação ética, é identidade. E o outro é condição sine qua non da identidade do sujeito. Não existe ética se não existe o outro, figura absoluta da alteridade. O problema filosófico da identidade narrativa é analisado neste trabalho de forma a apresentar a solução às principais aporias do problema filosófico tradicional da identidade pessoal, na qual se questiona sobre o critério essencial no reconhecimento de nós próprios ao longo do tempo. A maneira de definir a identidade pessoal pode fracassar. Mas, o elemento do caráter da permanência da personalidade, a maneira de determinar o que fica na maneira de ser da pessoa tem sua dualidade e objetividade, e tem também, caráter reflexivo. A questão da identidade narrativa e da identidade política terá como ponto de partida, neste trabalho, a questão do conceito de identidade narrativa em Paul Ricouer. Segundo, a mesma problemática será abordada, de forma a ressaltar a questão da pluralidade e da eticidade no pensamento de Ricouer e Hannah Arendt. Por fim, a temática central se fechará com a questão da promessa sobre a ótica dos dois pensadores.

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Caderno de resumos 20 PPG - FIL - UFU

Vida social, individualidade e liberdade nas concepções de Simmel e Nietzsche: uma análise comparada.

Eric Arantes Corrêa

UFU/PPGCS (Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais)

Certamente, Simmel e Nietzsche possuem, além do brilhantismo e da relevância como pensadores do século XIX e início do século XX, algumas tantas análises teóricas convergentes. Não obstante, a reflexão de ambos os autores é frequentemente marginalizada no meio acadêmico e igualmente objeto de um tratamento por vezes caricatural. No que tange à análise proposta neste artigo, interessa-nos essencialmente evidenciar uma série de articulações entre o pensamento de Simmel e Nietzsche, de forma a acentuar as consonâncias e dissonâncias teóricas entre os dois pensadores, especialmente no que diz respeito às noções de indivíduo e sociedade, enfatizando, por intermédio de uma análise comparada, as similitudes e diferenciações analíticas sobre as concepções de indivíduo e sociedade em ambos os autores, assim como os seus desdobramentos, tangenciando a questão da autodeterminação e da liberdade em face do conflito entre indivíduo e sociedade.

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Caderno de resumos 21 PPG - FIL - UFU

Considerações sobre a Lógica de Hegel e o Princípio da Não-Contradição

Fábio Baltazar do Nascimento Júnior UFU/POSFIL

O trabalho a ser apresentado sintetiza alguns resultados da nossa pesquisa em

andamento. A partir da separação entre princípio da não-contradição (PNC) em sua formulação ontológica e em sua formulação lógica, procuraremos discutir os limites da crítica hegeliana ao princípio, mostrando de que modo o próprio Hegel o obedece em sua Ciência da Lógica. Nosso trabalho tem como objetivo rediscutir a tradição histórica, que em geral postula uma incompatibilidade entre PNC e lógica de Hegel. Para tanto, faremos considerações acerca de como Hegel compreende o princípio que Aristóteles chamou de “o mais seguro de todos”, mostrando que a formulação lógico-formal do PNC – que Hegel não considera – é compatível com ontologias da “contradição”. Tomaremos o “começo absoluto” da Ciência da Lógica – a saber, a discussão acerca de “ser, nada e devir” – como objeto de análise, por razões que procuraremos expor, e mostraremos como o princípio da não-contradição em sua formulação lógica é obedecido por Hegel. Por fim, faremos algumas considerações sobre a ontologia da “contradição”, proposta pela dialética hegeliana.

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Caderno de resumos 22 PPG - FIL - UFU

A dissonância de Schönberg: Sob o efeito descentralizador da alteridade em Adorno

Felício Ramalho Ribeiro

UFMG/Programa de Pós-graduação em Filosofia CAPES/REUNI

O intuito de nosso trabalho é compreender como a música dodecafônica de

Schönberg propicia uma descentradora experiência estética ao indivíduo na sociedade administrada. O aglomerado dissonante de Schönberg dispõe o indivíduo à reflexão sobre a realidade e sobre si mesmo, em sua radical alteridade pulsional, ao apontar de modo sincero, porém enigmático, para a angustiante configuração sócio-histórica do capitalismo tardio. A turbulenta sonoridade da música do compositor provoca um deslocamento do habitual modo autoconservativo de percepção por meio de seu contraste enfático em relação à segurança das convicções adquiridas em base de um domínio do mundo empírico com o concurso de uma razão instrumental no decorrer do processo civilizatório. Como figura musical protagonista nesse processo, a dissonância é o elemento da música de Schönberg responsável por trazer a verdade à consciência do indivíduo, mediante o afloramento simbólico e, mesmo, efetivo de instâncias da realidade ofuscadas pela lógica identitária do esclarecimento. Para a realização de nossa tarefa, nos nutriremos, principalmente, da Filosofia da nova música e da Teoria estética.

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Caderno de resumos 23 PPG - FIL - UFU

Aristóteles e os quatro argumentos para a solução das aporias acerca da acrasia em EN VII.

Fernando Martins Mendonça Universidade Federal de Uberlândia

Programa de Pós-Graduação em Filosofia Bolsista Capes

Pretendo mostrar a função cumprida por cada um dos quatro passos argumentativos que Aristóteles usa para resolver a questão da acrasia no livro VII da Ética a Nicômaco, estabelecendo uma relação explicativa entre eles e justificando suas presenças no texto, especialmente no que se refere à presença do quarto passo, chamado physikos, que é notoriamente distinto dos outros três e é onde Aristóteles insere o silogismo prático ao tratar da acrasia. Como consequência, alguns esclarecimentos sobre a dialética como método da ética serão expostos.

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Caderno de resumos 24 PPG - FIL - UFU

Pragmatismo. Uma crítica a metafísica e a epistemologia.

Helson de Sousa Neto Universidade Federal de Uberlândia/Programa de pós-graduação em Filosofia.

Capes.

O objetivo desta comunicação é apresentar o pragmatismo como uma corrente essencialmente filosófica e que possui como principal característica a crítica ao caráter fundacionista e representacionista da metafísica e epistemologia. O pragmatismo é uma corrente filosófica originalmente nascida dos filósofos norte-americanos, e que contribuiu decisivamente para os desdobramentos da filosofia contemporânea. Deve-se atribuir a origem da filosofia pragmatista a três pioneiros: Charles S. Peirce (1839-1914), William James (1841-1910) e John Dewey (1859-1952), que representam a origem do pragmatismo clássico. Outros dois nomes importantes durante a transição do pragmatismo americano clássico para o pragmatismo contemporâneo foram: Hilary Putnam (1926-) e Richard Rorty (1931-2007). Esta corrente é caracterizada por criticar o caráter representacionalista e fundacionista dos dualismos presentes na metafísica e epistemologia como tentativa de adquirir e fundamentar o conhecimento. A preocupação dos filósofos pragmatistas em criticar tanto a metafísica quanto a epistemologia, é a busca pela “verdade”, mas não com natureza ou essência da verdade, mas sim, como podemos afirmar, a partir de uma prática social comunicativa, se algo, ou uma afirmação é verdadeira ou falsa. Necessariamente, o cerne desta discussão está na questão da verdade e da justificação, ou seja, se algo é dado como verdadeiro este algo precisa ser justificado? Qual a relação necessária entre verdade de algo e sua justificação? Até que ponto o contexto social de uma determinada sociedade influencia na justificação de uma verdade? O uso acautelador do predicado verdade seria uma saída para tentarmos conciliar verdade e justificação?

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Caderno de resumos 25 PPG - FIL - UFU

A contribuição da reflexão metodológica weberiana para a construção conceitual da adequação causal

Henrique Florentino Faria Custódio Universidade Federal de Uberlândia/Programa de Pós-Graduação em Filosofia

Bolsista Capes

Propomos como objeto de estudo desta apresentação um modo possível de se proceder com os juízos de possibilidade na metodologia weberiana. Esta exposição auxilia na compreensão de um importante fundamento da ciência, que é basicamente a relação de causa e efeito aplicada às ciências da ação. Pretendemos assim, demonstrar: a) A relação entre a imputação histórica e a imputação jurídica estabelecida por Max Weber; b) As diferenças entre o juízo de necessidade e os juízos de possibilidade na metodologia weberiana; c) A construção metodológica do “cálculo de probabilidades” na análise weberiana. Portanto, nosso objetivo com esta pesquisa é problematizar, a partir da análise do conceito de possibilidade objetiva, a contribuição metodológica weberiana para a compreensão e a fundamentação da existência de causalidade entre aqueles elementos “essenciais” da cadeia causal e outros elementos que acidentalmente se situam entre os infinitos momentos que compõem a determinação de um evento.

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Caderno de resumos 26 PPG - FIL - UFU

Considerações sobre a liberdade sartreana: entre a angústia de escolher e a ação autêntica

João Paulo Henrique

Mestrando/Programa de Pós-Graduação em Filosofia (UFU) Bolsista CAPES

O artigo apresenta algumas considerações sobre a filosofia de Sartre, a partir da questão ética, tendo em vista a noção de liberdade nesse autor e a relação entre a escolha e a angústia de escolher e a possibilidade da ação autêntica. Desde a publicação de La Nausée, em 1938, o tema da liberdade já aparece como fundamental na filosofia existencialista de Sartre. Não é difícil perceber que o romance traz a questão do paradoxo da escolha, misto de necessidade e possibilidades, e apresenta a discussão sobre as relações entre a angústia e ter que escolher, o vazio dos significados da escolha, e a possibilidade da ação autêntica. Na conferência O Existencialismo é um Humanismo, Sartre, buscando esclarecer os pontos fundamentais de sua filosofia, retoma a questão moral, e faz apontamentos a respeito da condição humana, sua situação no mundo, a necessidade da escolha, a responsabilidade da ação, a sensação de angústia e a possibilidade da ação autêntica. Tentaremos compreender a situação contraditória da condição humana e a importância do caráter ético na filosofia existencialista de Sartre, a partir do paradoxo da escolha, da sensação de angústia e da possibilidade da ação autêntica.

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I Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFU

Caderno de resumos 27 PPG - FIL - UFU

O conceito de síntese afirmativa de disjunção e a dialética do cálculo em Gilles Deleuze

Juarez Humberto Ferreira Programa de Pós-Graduação em Filosofia - UFU

Em 1997, dois anos após a morte de Gilles Deleuze, surge o livro de Alain Badiou, Deleuze: o clamor do Ser. Tomando por eixo a certeza de que “(...) Deleuze está, em muitos pontos cruciais (...), menos afastado de Heidegger do que se imagina habitualmente, e talvez do que ele próprio pensava”, o livro causa polêmica imediata. Em 1998, os epígonos de Deleuze como Eric Alliez, Arnauld Villani e o português José Gil respondem ao livro de forma contundente em dossiê da revista Futur Antérieur. Nosso interesse, entretanto, não é retomar esta conhecida polêmica tomando partido por um dos lados. Pelo contrário, queremos pensar uma alternativa em relação à “querela ontológica” que se estabeleceu no deleuzismo a partir de então – “ontologia vitalista” segundo Badiou, “ontologia do virtual” segundo Alliez e várias outras ontologias “de Deleuze”. O conceito de síntese afirmativa de disjunção (ou disjunção inclusiva), conceito que François Zourabichvili afirma em O Vocabulário de Deleuze ser “o conceito deleuziano assinado entre todos”, surge como uma solução dialética. Afinal, tal conceito define duas repetições, uma repetição de elementos como exterioridade da relação e, ao mesmo tempo, uma repetição de casos como princípio de determinação recíproca enquanto primeiro aspecto da razão suficiente. A disjunção inclusiva define, portanto, aquilo que Deleuze denomina em Diferença e Repetição de “dialética do cálculo”.

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Caderno de resumos 28 PPG - FIL - UFU

O nada e a irrealidade de acordo com a teoria da consciência sartreana

Kátia da Silva Cunha Programa de Pós-Graduação em Filosofia - UFU

Bolsista Fapemig

Esta comunicação tem o propósito de apresentar conceitos importantes para compreender a teoria da consciência sartreana a partir da obra O Imaginário – Psicologia fenomenológica da imaginação (1940). Nela, Sartre (1905-1980) apresenta a imaginação como uma estrutura constitutiva da essência da consciência. Neste estudo, analisamos conceitos como o nada e a irrealidade por se tratarem de temas que nos permitem ter uma melhor compreensão sobre diversas obras do autor. Refletimos também sobre o papel da consciência na formação de imagens mentais porque é por meio dessa capacidade de imaginar que não somos absorvidos pelas intuições do real, e com isso construir um mundo diferente daquele que vivemos ou mesmo novos significados para nossas vivências.

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Caderno de resumos 29 PPG - FIL - UFU

VALOR INTRÍNSECO: A concepção de “valor intrínseco” de Moore, em uma análise de Darlei Dall”Agnol.

Leila Rosa Universidade Federal de Uberlândia

Programa de Pós-Graduação em Filosofia

O objetivo principal deste artigo é discorrer sobre a questão do conceito de valor intrínseco. Para tal, concentramo-nos na abordagem de Darlei Dall”agnol em sua obra Valor intrínseco (2005). Especificamente, ao exame realizado pelo autor acerca da teoria ética de G.E. Moore, sobre o que diz respeito a primeira questão da ética – “o que é bom” – valor intrínseco. Em Principia Ethica (1903), precisamente, no artigo O conceito de valor intrínseco, publicado originalmente em 1922 e, posteriormente adicionado a obra, Moore chama-nos a atenção sobre a questão do que queremos dizer quando afirmamos que determinado tipo de valor é intrínseco. Para Moore “bom” é objeto do pensamento simples, indefinível e não-analisável. Segundo Darlei, a tese de Moore sustenta-se sob um equívoco, a de não distinção de análise e definição. Evidente na afirmação de Moore, de que não podemos definir nada senão através de uma análise. Ademais, para Darlei, os portadores de valor intrínseco identificados por Moore – bens puros e mistos - são, grosso modo, inadequados para justificação da vida moral. A finalidade do autor de Valor intrínseco (2005) é a busca por bases sólidas, capazes de sustentar que “valor intrínseco” é não-analisável, como afirmado por Moore. Desse modo, propusemo-nos a apresentar a investigação de Darlei presente nos primeiros três capítulos de “Valor Intrínseco”. Nos quais, respectivamente, há a discussão acerca de: Se “bom”, no sentido de “valor intrínseco”, é analisável; neste sentido Darlei discorda de Moore. Apresentar-mos-emos análise sobre “valor intrínseco”, primeira, segundo a concepção própria de Moore, e segunda, a compreensão de Moore de bondade no sentido de Aristóteles. Concluir-mo-emos com a análise do autor se valor intrínseco é ou não indefinível, bem como, a análise sobre a questão-em-aberto, a qual parece a Darlei, não fornecer base sólida capaz de mostrar que “bom”/”valor intrínseco” é indefinível.

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Caderno de resumos 30 PPG - FIL - UFU

Análise do princípio sintético da liberdade em Kant

Marco André de Freitas Hipolito Universidade Federal de Uberlândia

Programa de Pós-Graduação em Filosofia

Tenho a pretensão, por meio deste trabalho, analisar porque Kant concebe que o princípio da liberdade deve ser sintético e não deve ser analítico. E, também, de que maneira o princípio sintético da liberdade pode ser o fundamento da moralidade. Analisar o princípio sintético da liberdade implica analisar também os conceitos da obrigação, ou seja, do imperativo categórico, do conceito do dever em si mesmo e do incondicionado. Dentro deste contexto devem ser levados em consideração os conceitos de a priori e da lei universal. Neste emaranhado de conceitos nos parece que um conceito explica o outro, mas a este respeito Kant afirma, categoricamente, que um conceito não explica o outro, eles são apenas correlatos. Por isto, surge a necessidade de analisar cada conceito, com o intuito de obter um melhor esclarecimento sobre a questão do princípio sintético da liberdade.

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Caderno de resumos 31 PPG - FIL - UFU

Adorno e a crítica à pretensão de totalidade da filosofia tradicional

Rafael Reis Pombo Universidade Federal de Uberlândia/Mestrado em Filosofia

Ao negar a ordem intrínseca da realidade, o projeto filosófico adorniano se coloca como uma crítica ao ponto de partida do pensamento filosófico tradicional, tal como predominantemente concebido: a crença numa absoluta capacidade do pensamento para a cognição da realidade. Assumindo essa capacidade, os homens se lançaram à tentativa de explicar racionalmente toda a realidade, como o fez a filosofia desde suas origens ao lançar a pergunta pelo Ser. Para Adorno, a ontologia é menos importante, atualmente, do que a consciência do impulso que levou ao seu estabelecimento. Ao afirmar que o pensamento não é capaz de abarcar toda a realidade, contrapõe a sua nova filosofia à filosofia tradicional, à velha filosofia. A absoluta capacidade do pensamento é, portanto, uma ilusão, que não pode mais servir de ponto de partida para a filosofia, pois a própria configuração da realidade garante a absurdidade dessa pretensão. Na nova filosofia é a própria caracterização da realidade que vai determinar uma nova maneira de se a abordar, bem mais singela e consciente de suas limitações do que a abordagem da realidade levada a cabo pela velha filosofia. E esses dois modelos filosóficos não poderiam deixar de incidir de forma diferente sobre objetos tão díspares como os que lhes aparecem em decorrência de suas opostas concepções da realidade. Aquela filosofia que divisa uma ordem na realidade, e que busca compreender racionalmente essa ordem, procede pela abstração, porque não pretende ater-se ao particular, mas sim compreender a realidade como um todo, a partir dos traços parciais desta. Para a nova filosofia, o modo adequado de incidir sobre os seus objetos – os momentos particulares da realidade – é a crítica imanente, que não descarta o objeto, pois não o usa na procura por uma realidade imaterial, mais verdadeira e superior.

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Caderno de resumos 32 PPG - FIL - UFU

Aproximações entre David Hume e Immanuel Kant

Raimundo José Barros Cruz Universidade de Passo Fundo/IFCH

O projeto filosófico de Hume implica na análise interna sobre o funcionamento do

entendimento humano. Para o filósofo, a crítica ao entendimento humano exige o abandono da metafísica clássica e a aproximação com o método das ciências da natureza. O ceticismo humeano gerou, portanto, a dúvida que auxiliou na fundação de uma ciência humana, pondo em destaque as capacidades mentais possíveis de serem percebidas e distinguidas. Hume tomou como base a concepção newtoneana de natureza. Procurou criticar o entendimento humano a partir de uma ciência que usasse como alicerce o método experimental com base na observação. Somente a partir do método das ciências da natureza é que se faria possível a compreensão da estrutura do entendimento humano. Hume buscou delinear uma “geografia da mente humana” com princípios da nova ciência. A primeira etapa foi a descrição do funcionamento da mente humana (geografia mental), tendo sempre como ponto de partida a experiência. A segunda etapa buscou descobrir princípios subjacentes que comandam a disposição dos fatos que encontramos na experiência. Dessa forma, a novidade apresentada por Hume no século XVIII constitui-se na ideia de que para se aprender quem é o ser humano, como ele se comporta e age, é necessário uma análise a partir do método da ciência do experimento. Por isso, Hume foi considerado por Kant o principal filósofo da modernidade. A crítica da razão pura de Kant nasce a partir da crítica do entendimento humano de Hume, na qual o conceito central é o de mente (mind). A intenção principal é explicar o que é a mente, como ela se constitui e como funciona, pois é ela que dá origem ao pensamento e que possibilita o entendimento.

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Caderno de resumos 33 PPG - FIL - UFU

Adorno e o novo cinema

Rodrigo Cássio Oliveira Doutorando em Filosofia (UFMG)

Bolsista da Fapemig

Em 1966, ao publicar o artigo Transparências do filme, Adorno tomou partido em uma disputa que marcava o cinema alemão. De um lado, os jovens diretores que lideravam o cinema novo no país, na esteira dos movimentos de ruptura que despontaram em diferentes lugares do mundo nos anos 1960 (inclusive no Brasil). De outro, os envolvidos na realização do cinema industrial, para quem a ascensão do cinema novo representava uma ameaça ao modelo estabelecido, e, por isso, deveria ser rechaçada. Posicionando-se decididamente a favor dos cinemanovistas, Adorno chega a afirmar que as características que os funcionários da indústria tomavam como defeitos nos filmes do cinema novo acenavam para a possibilidade de que os meios de comunicação se tornassem qualitativamente distintos. Comparando a postura de Adorno no artigo de 1966 às proposições sobre o cinema de décadas anteriores – sobretudo na Dialética da Esclarecimento, de 1944, em que os filmes são apontados como carros-chefes da manipulação ideológica – pode-se acender uma linha de reflexão, fundamentada pela teoria crítica, sobre o cinema como um produto da indústria cultural tanto quanto um medium de potencial emancipatório (isto é, apto a oferecer obras de arte autênticas). O cinema emancipado, se possível, envolve a recusa da funcionalidade a que é submetido enquanto carro-chefe da ideologia, substituindo a participação enfática na reprodução do mundo pela subjetividade criadora que assume o universo das imagens como mote das próprias criações. Na passagem dos anos 1940 para os anos 1960, a distinção entre um cinema clássico (da indústria cultural) e um cinema moderno (como o do cinema novo alemão) equaciona problemas e encaminha a discussão como um dos tópicos em aberto e ainda pouco apreciados da teoria crítica.

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Caderno de resumos 34 PPG - FIL - UFU

Max Weber: o pathos da ciência moderna.

Thiago Tavares Reis Mestrando/Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFU)

Bolsista FAPEMIG

Max Weber, pensador alemão cujas análises histórico-sociológicas continuam a nos interpelar – 2020 será o ano do centenário de sua morte –, imprimiu à ciência, em seu ensaio Ciência como Vocação, caminhos modestos e pouco auspiciosos. O ensaio desdobrou-se de uma conferência pública proferida por Weber, em 8 de novembro de 1917, aos alunos de uma faculdade alemã. A conferência dirigia-se aos estudantes que haviam organizado uma série de debates relacionados à escolha vocacional. A princípio, o escopo contemplaria tanto a ciência quanto a educação, ambas relacionadas à escolha de uma carreira universitária; todavia, ao final, Weber acaba por nos legar uma meditação filosófica sobre o destino do racionalismo ocidental. Por outro lado, os alunos são exortados a praticarem a neutralidade valorativa e a se pautarem pela probidade intelectual. Weber pulsa os sentidos imputados à ciência ao longo das marchas e contramarchas da história ocidental. Na Grécia Antiga, tínhamos a ciência imbricada na filosofia, ambas em busca da “verdade”, da “idéia” verdadeira e imutável contrária à mutabilidade do mundo humano. Os gregos criaram o conceito, ferramenta heurística capaz de classificar e explicar o cosmo. O conceito depura a essência verdadeira da ingerência das aparências mutáveis do mundo humano. A alegoria da caverna presente na filosofia platônica mostra-nos a imponência do conceito helênico de verdade. A ciência medieval imbricou-se na teologia, tornando-se uma ciência dos desígnios de Deus, uma ciência teológica que ao evocar a razão, não estava livre de pressupostos. Por outro lado, a ciência renascentista engendrou a experimentação racional. No desfecho da conferência, Weber ensina-nos que, num mundo desencantado pela ciência e pela religião, apetece (só) à ciência especializada a nobre tarefa de encarar as suas próprias limitações. Não é à toa que o pensador alemão a vislumbre como limitada frente à complexidade da realidade. Perscrutar os sentidos weberianos imputados à ciência moderna, eis o nosso mote.

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Caderno de resumos 35 PPG - FIL - UFU

A crítica de Giambattista Vico à Teoria das Formas de Governo de Jean Bodin

Vanilda Honória dos Santos

Universidade Federal de Uberlândia Programa de Pós-Graduação em Filosofia

O trabalho visa explicitar a crítica de Giambattista Vico à teoria das formas de governo de Jean Bodin, o que se apresenta como uma crítica a toda a Filosofia Política a ele contemporânea. Em A Ciência Nova, Vico se empenha na investigação acerca da origem do mundo das nações. Seu método se pauta na relação necessária entre Filologia e Filosofia, e afirma que o estudo das coisas humanas possui caráter científico. O que diferencia Vico dos demais filósofos políticos modernos é o novo método, este, que se fundamenta nos estudos mitológicos, uma vez que para ele, todos os estudos sobre as origens do mundo, os primeiros homens e suas instituições devem se pautar na mitologia. Segundo Vico, o conhecimento das coisas humanas e divinas resulta em um novo sistema de direito natural, sendo que seu objeto de estudo começa quando o homem sai do estado ferino e solitário, e estabelece o primeiro laço social, isto é, o primeiro matrimônio. O pensamento espantoso da existência de uma divindade, os matrimônios e os sepultamentos deram origem à religião primitiva, e são a base do estado de família, governadas pelos pais (paterfamílias). O mundo civil surgiu a partir da associação dos pais de famílias para se protegerem das revoltas dos fâmulos, passando assim, a ter um governo aristocrático, pois os descendentes dos pais (heróis) é quem detinham o poder de governar. Entretanto, os eruditos, dentre eles, Jean Bodin, interpretaram de forma equivocada as narrativas poéticas, e se enganaram acerca das formas de governo, afirmando que o primeiro regime político do mundo civil foi a monarquia. Desse modo, Vico se empenhará em refutar essa tese.