Caderno resumo pedagogia artigo
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- 1. VIII SEMINRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS Histria, Sociedade e Educao no Brasil Tema Geral: Histria, Educao e Transformao: tendncias e perspectivas De 30 de junho a 03 de julho de 2009 UNICAMP Faculdade de Educao Campinas - SP- Brasil CADERNO DE RESUMOS Eixo Temtico: Historiografia e questes terico-metodolgicas da Histria da Educao HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 1
- 2. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 2
- 3. A ABORDAGEM TERICO-METODOLGICA E A HEURSTICA DA PESQUISA SOBRE O ENSINO DE HISTRIA DA EDUCAO NA FORMAO DE PROFESSORES NORMALISTAS EM UBERABA-MG (1928 A 1971) ROSNGELA MARIA CASTRO GUIMARES* Universidade Federal de Uberlndia [email protected] Trata-se de algumas reflexes sobre dois importantes aspectos da investigao cientfica na Histria das disciplinas escolares: as questes metodolgicas que norteiam a pesquisa e a constituio das fontes. A temtica central da investigao diz respeito histria e aos contornos do ensino da disciplina Histria da Educao na formao de normalistas em duas instituies: uma escola pblica estadual a Escola Normal Oficial - e uma escola confessional crist o Colgio Nossa Senhora das Dores - dirigida pelas Irms Dominicanas. Ambas localizadas na cidade de Uberaba, contando com alguns pontos de aproximao e outros de distanciamento, pois foram fundadas no perodo Imperial, respectivamente, em 1881 e 1885; a primeira marcada por descontinuidades em seu funcionamento, mas a segunda funcionou de forma ininterrupta, ocorrendo entre elas certa complementaridade, pois nos perodos de interrupo no funcionamento da instituio estadual, a particular monopolizava a oferta do ensino normal na cidade. O questionamento norteador da investigao traduz-se na pergunta: Quais os contornos, assumidos pela disciplina Histria da Educao no perodo de 1928 a 1971, nas duas instituies de ensino normal? O interstcio compreendido por este recorte est delimitado em sua fase inicial pelo ano de incorporao da disciplina Histria da Educao no currculo do curso normal em Minas Gerais, o marco final consiste no ano em que esta modalidade de ensino foi transformada em curso profissionalizante sob a denominao de Habilitao Especfica para o Magistrio, atravs de Lei 5692/71, durante a ditadura militar. Objetiva-se investigar a trajetria e compreender o significado da disciplina Histria da Educao, na formao de normalistas nas duas escolas, visando tecer anlises finais sob um vis comparativo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cuja heurstica est em processo de constituio, e de antemo j foi detectada a insuficincia dos documentos escritos, provenientes dos arquivos escolares, da imprensa local e/ou Oficial e outras como a legislao federal e estadual. Dadas s especificidades do tema e principalmente, dos questionamentos a serem respondidos, se faz necessria constituio dos dados, no dizer de Certeau, tambm por meio da histria oral, ou do uso do testemunho da memria viva, declarada, como nomeia Ricoeur quele que pode, por meio entrevistas, narrar prticas, acontecimentos, vivncias passadas, por ter participado diretamente, estando presente naquele lugar e naquele tempo. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 3
- 4. A HISTRIA DA EDUCAO NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL (1977-2007): CONTRIBUIES PARA O ESTADO DA ARTE. NILCE APARECIDA DA S. F. FEDATTO * Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul [email protected] O estudo da histria da educao fundamental para se compreender as relaes de poder e os mecanismos de relao entre Estado e sociedade civil, o papel do Estado e sua representatividade, alm de possibilitar o entendimento de que a educao no uma atividade neutra, mas se desenvolve no sentido de atender s necessidades de determinados grupos. Parte de pesquisa em andamento cuja proposta sistematizar e recuperar o percurso da histria da educao em Mato Grosso do Sul o texto em tela passa em revista a produo intelectual referente Histria da Educao do Estado. O recorte temporal balizado pelo ano de 1977 no qual se deu a criao do estado de Mato Grosso do Sul e pelo ano de 2007, por razes bvias, dentre elas, os primeiros anos do novo milnio. Adotando referencial terico-metodolgico histrico, o estudo tem como fontes as teses e dissertaes defendidas no perodo em estudo e as reflexes publicadas nos dois peridicos educacionais que circulam no Estado desde 1995, trata-se da Revista InterMeio do Programa de Estudos Ps-Graduados em Educao da UFMS e a Revista Srie-Estudos do Programa de Mestrado em Educao da UCDB. O texto que no pretende ser exaustivo intenta estimular o interesse para a investigao educacional pblica regional visto que ordena uma quantidade de informaes sobre a educao sul-mato-grossense que permanecia mais ou menos dispersa facilitando, com isso, a consulta aos estudiosos do tema. Elaborado sob a forma de state of the art, o estudo analisou 11 Teses e 56 Dissertaes. Quanto aos peridicos a Revista InterMeio publicou 17 nmeros, nestes identificamos 09 trabalhos que tm como tema a educao em Mato Grosso do Sul. Por seu lado a Srie-Estudos publicou 21 nmeros. Nesses constatamos 04 artigos que abordam a educao de Mato Grosso do Sul. Desses, 02 discutem a poltica educacional; 01 trata da formao de professores e o ltimo do ensino superior. O estudo revela que a educao estadual no tem chamado muito a ateno dos pesquisadores e tambm que a poltica educacional a mais abordada certamente por tratar-se de um processo o sobre o qual deve ser inferido uma srie de intenes, aes e comportamentos na busca das funes legtimas de governo. Conclusivamente possvel afirmar que estudos e investigaes tm cada um em sua perspectiva enfocado a educao produzido no Estado sua configurao como objeto de garantia e proteo pelo Estado, a gesto da educao, todavia, no se verifica a existncia de conhecimento acumulado sobre o assunto. Finalmente, importa destacar que com este estudo no pretendeu dar conta de tudo o que se produziu sobre a educao em Mato Grosso do Sul nesses 30 anos, nem de todas as causas que a determinaram, mas dos fios condutores que, a nosso ver, permitem entender sua evoluo histrica, no perodo compreendido entre 1977-2007. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 4
- 5. A INFLUNCIA DA IGREJA CATLICA NA EDUCAO PBLICA BRASILEIRA ATRAVS DO ENSINO RELIGIOSO (1889-1937) PATRICIA LOPES FERNANDES * Universidade Estadual de Campinas [email protected] O presente trabalho buscou demonstrar a influncia da Igreja Catlica na educao pblica brasileira no perodo de 1889 - 1937. Para tanto, fez-se um significativo levantamento e anlise bibliogrfica, procurando responder as seguintes questes: Qual a histria do ensino religioso nas escolas pblicas brasileiras, no perodo de 1889 a 1937? Como a Igreja Catlica influenciou a educao pblica brasileira atravs do ensino religioso, em especial, nesse perodo? De 1889-1937 foi possvel perceber que a Igreja Catlica, mesmo se separando do Estado em 1890, influenciou as decises do pas. Tal influncia se verificou, principalmente, atravs da legislao do perodo, pois para fazer valer suas idias, e preceitos, a Igreja se organizou politicamente para estar presente na elaborao das Constituies de 1934 e 1937, re-introduzindo o ensino religioso nas escolas pblicas. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 5
- 6. A PRODUO EDUCACIONAL BRASILEIRA DE INSPIRAO MARXISTA DAS DCADAS DE 1970-1980 RICARDO PEREIRA * Universidade Estadual de Campinas [email protected] Em meados da dcada de 1970, desponta uma produo educacional no Brasil cuja tnica a sua forte insero histrica, marcada inicial e fundamentalmente pela crtica aos governos militares que se sucederam ao golpe de abril de 1964. O presente estudo tem por objetivo analisar a presena do pensamento marxiano e da tradio marxista nesta produo, em meio ao processo de rearticulao das foras oposicionistas. Faz relato contextualizado sobre a politizao e participao do meio acadmico no perodo de redemocratizao do pas, tecendo consideraes sobre a tradio marxista no Brasil e sua influncia na produo educacional especificamente voltada para a educao. Embora no fosse a nica matriz terico-poltica a enformar tal elaborao intelectual, um fato notvel a presena de grupos e autores que fazem em suas anlises das questes educacionais referncias a tericos vinculados tradio marxista. no interior desse movimento que, em meio ao processo de abertura poltica, extrapola o mbito da contestao ao regime militar, assumindo um ntido carter anticapitalista, que situa-se o objeto deste nosso trabalho. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 6
- 7. A RENOVAO HISTORIOGRFICA E AS CONTRIBUIES PARA A HISTRIA DA EDUCAO: NOVOS MTODOS E NOVAS FONTES DE PESQUISA. SIRLENE CRISTINA DE SOUZA * UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA [email protected] ADILOUR NERY SOUTO Prefeitura Municipal de Ibi [email protected] BETNIA OLIVEIRA LATERZA RIBEIRO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLNDIA [email protected] Este trabalho resultado de estudos realizados na rea da histria da educao e contempla o processo de renovao historiogrfica, com o intuito de compreender como os diferentes mtodos e fontes de pesquisa contribuem no processo de construo e reconstruo da histria. Busca-se no movimento de renovao historiogrfica perceber como a histria oral pode ser utilizada dentro de um novo contexto de produo do conhecimento, que enfatiza uma anlise mais intensa dos acontecimentos histricos. Nessa perspectiva, o debate historiogrfico tem profundas implicaes para a pesquisa educacional uma vez que o significado da educao est entrelaado ao significado da histria. Assim, toda essa renovao historiogrfica possibilitou novas investigaes, ampliou o campo de pesquisa, desenvolveu outras vertentes da histria, como a Histria da Educao. Contudo, para o desenvolvimento desse estudo realizamos um amplo levantamento bibliogrfico pertinente ao estado da arte acerca da histria e da historiografia nacional e estrangeira. Para tanto, mediante novas condies de pesquisa permitido ao historiador ampliar, no s a viso que se tinha das relaes sociais, como tambm buscar junto a outras cincias ferramentas tericas necessrias para uma nova compreenso do processo da escrita da histria. Dessa maneira, para permitir o acesso s atitudes, mentalidades e s experincias cotidianas, as fontes documentais se alargaram e passaram a oferecer um leque infindvel de possibilidades pesquisa. Aos documentos oficiais, foram incorporadas inmeras outras fontes, como as cartas pessoais, os dirios, a fotografia, a entrevista e outros tantos indcios. Essa nova abordagem refere-se a novas formas de construo da histria, propondo o uso de novos mtodos, novas fontes, aprofundando o dilogo com outras cincias humanas. A partir de uma nova narrativa histrica, em que a descrio densa, a anlise e a interpretao se somam num retorno poltica e o apoio fundamental da antropologia social, sem, no entanto, desconsiderar a histria do cotidiano, das mentalidades, da micro-histria regional ou local. Levando o historiador a compreender que no existe uma nica forma de conceber e produzir o conhecimento histrico. Nesse sentido, a procura dos significados da vida cotidiana auxiliada de maneira significativa atravs da histria oral. Assim ao reconstruir histrias, situaes e acontecimentos subsidiados pela voz do outro o pesquisador toma conscincia que preciso aprender a observar, registrar e analisar as interaes entre o social e o pessoal, relacionando o todo s partes. Nesse contexto, os historiadores precisam estar atentos para a interpretao dos significados, as ambigidades do mundo simblico e a multiplicidade de representaes sociais que so produzidas. Nessa perspectiva, os historiadores da educao trazem a tona aspectos antes ignorados ou secundarizados, descortinando um universo de possibilidades de anlise HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 7
- 8. historiogrfica. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 8
- 9. ARQUIVOS HISTRICOS ESCOLARES: DESCRIO E POSSIBILIDADES DE CRIAO DE BANCO DE DADOS DE FONTES DOCUMENTAIS PARA A HISTRIA DA EDUCAO BRASILEIRA ELISABETE GONALVES SOUZA * Universidade Estadual de Campinas [email protected] O presente trabalho discute a importncia dos arquivos histricos escolares como fontes para a Histria da Educao Brasileira. Identifica como documentos arquivsticos os registros escolares e documentos administrativos e pedaggicos gerados pelas instituies no decorrer de suas atividades. Mostra que os cuidados com os documentos no devem se restringir preservao e conservao dos mesmos, destacando a importncia do tratamento, organizao e recuperao da informao para a acessibilidade aos seus contedos. Destaca a necessidade de tratamento arquivstico da massa documental permanente guardadas nas instituies escolares, pblicas e privadas, de modo que os documentos possam ser identificados, descritos e inventariados gerando instrumentos de recuperao das informaes, tais como: ndices, catlogos, guias, repositrios, etc. Para que a descrio seja feita de forma padronizada, de modo a permitir que os documentos sejam acessados, inclusive por outros sistemas de informao, principalmente quando disponibilizados em bases de dados, deve-se usar a NOBRADE (Norma Brasileira de Descrio Arquivstica) para a descrio fsica dos documentos. A padronizao da descrio e o uso de descritores na indexao alm de facilitar o acesso aos documentos potencializam suas buscas em bancos de dados em meio eletrnico ou digital. Ressalta que o tratamento da informao contida nos arquivos histricos escolares de forma normalizada permite a acessibilidade e a recuperao das informaes por parte dos historiadores e outros pesquisadores, ampliando-se assim as possibilidades de compreenso da realidade educacional brasileira, pois os arquivos escolares so fontes de informaes historiogrficas imprescindveis para os estudos no s da poltica educacional como tambm das prticas pedaggicas das diferentes instituies. Mostra que os avanos no campo da gesto de documentos em meio eletrnico permitiro que os dados dos arquivos escolares sejam disponibilizados em de bancos de dados, que dependendo do formato de descrio, podero ser acessados na Web, proporcionando a criao de centros de documentao escolar. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 9
- 10. AS ESCOLAS E O QUILOMBO -CORES E IDADES DA INFNCIA ESCOLARIZADA EM IGUASS (1850-1870) JORDANIA ROCHA GUEDES * Universisade do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Examinando os relatrios dos Presidentes e Vice-Presidentes da Provncia do Rio de Janeiro e fontes historio grficas sobre o Municpio de Iguass a partir da segunda metade do Sculo XIX,estabeleceu-se como finalidade explicitar neste trabalho as origens raciais e sociais dos meninos e meninas que compunham as escolas iguassuanas de primeiras letras. Com um vasto territrio distribudo em quatro principais Freguesias, de acordo com as estatsticas oficiais do Governo Imperial que se encontram nos documentos pesquisados,a comuna iguassuana contava com cerca de 60% de sua populao compostos por pretos e pardos livres, possua cinco escolas pblicas de primeiras letras e um nmero considervel de escolas particulares. A heterogeneidade da malha escolar, o nmero de escolas pblicas e particulares,suas distribuies geogrficas, e a presena de um famoso quilombo na regio, so pontos essenciais para pensarmos sobre as cores e idades da infncia alcanada pela instruo em Iguass. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 10
- 11. AULAS NOTURNAS NA PROVNCIA DO PARAN (1853 -1889) VIVIAN VILLA * Pontifcia universidade Catlica do Paran [email protected] MARIA ELISABETH BLANCK MIGUEL Pontifcia Universidade Catlica do Paran [email protected] O presente trabalho tem por objetivo estudar a questo das aulas noturnas no perodo provincial no Paran (1853 1889) procurando aprofundar neste contexto, a educao de jovens e adultos. Para tal, o estudo da legislao educacional serviu como fonte, bem como os relatrios da instruo pblica. Seguindo a perspectiva terica apontada em Vieira Pinto (1985), procurou-se interpretar os dados luz da concepo materialista-histrica tendo-se como pressuposto que o modo de produo da vida material (contexto econmico) determinante para as conformaes scio- polticas e culturais da sociedade, dentre as quais a educao. Buscou-se tambm, perceber as contradies manifestas na presena de indivduos de classes sociais mais pobres, dentre eles os escravos, nas escolas noturnas, enquanto a lei proclamava a educao como direito de todos os cidados, mas deixava explcito que nem todos teriam acesso a ela, incluindo neste universo, os escravos. Deste modo, reflete-se sobre o contexto paranaense no perodo de 1853 a 1889 e a questo da legislao educacional, tendo como objeto de anlise, as aulas noturnas. Observou-se a histria da criao da Provncia do Paran, destacando fatores econmicos e polticos que afetaram diretamente o ensino pblico, especialmente tomando como material, o conjunto de leis. Buscou-se estabelecer a relao com o contexto nacional. Verificou-se que, no perodo destacado, a educao de jovens e adultos no Paran tinha por objetivo dotar a populao dos rudimentos da leitura e da escrita. No havia ainda, uma poltica de formao dos professores para essa modalidade de ensino, tanto que no se exigia especificamente formao desse profissional. Porm, pode-se perceber claramente um ideal de professor para esse tipo de ensino: o professor era um voluntrio, cabendo- lhe seguir as orientaes delimitadas pelo Estado. As leis apontam unicamente a abertura das escolas noturnas, de forma que os Relatrios da Instruo Pblica informam a grande procura da populao pelas aulas e a boa frequncia dos alunos que tinham acesso educao. A inteno era tornar apenas obrigatria a instruo pblica, porm o trabalho do professor era visto como misso e dedicao. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 11
- 12. CONSIDERAES ACERCA DA IMPRENSA E DE SUA UTILIZAO COMO FONTE DE PESQUISA PARA A HISTRIA DA EDUCAO CRISTIANE SILVA MLO * Universidade Estadual de Maring [email protected] MARIA CRISTINA GOMES MACHADO Universidade Estadual de Maring [email protected] SIMONE BURIOLI IVASHITA Universidade Estadual de Maring [email protected] Este texto aborda a imprensa como fonte de pesquisa para a histria da educao ao discutir a definio de imprensa e suas funes no social. Discute-se a utilizao da imprensa como fonte de pesquisa e objeto de estudo de pesquisadores do campo da Histria da Educao. A imprensa um elemento cultural, pode ser entendida como expresso e produto do modo como os homens percebem e refletem sobre uma determinada realidade social. Uma vez tomada como objeto investigativo contribui para o conhecimento, interpretao e reflexo acerca dos saberes histricos e culturais produzidos pela humanidade nas variadas reas de conhecimento. A imprensa, compreendida como produo humana em um dado contexto social, reflete as condies histricas da sociedade na qual est inserida e/ou elaborada. Sua produo em geral pensada no mbito das exigncias sociais, nesse sentido, a imprensa consiste em um significativo material que contribui no desvendar, anlise e reflexo de acontecimentos e assuntos para a Histria e a Historiografia da Educao. No mbito da pesquisa educacional tem-se percebido que nos ltimos anos houve aumento na quantidade de pesquisas que abarcam a imprensa jornalstica, a imprensa de educao e a de ensino como objetos de estudo no campo da educao, a educao pela imprensa tem sido um tema de interesse tanto dos que buscam compreender e acompanhar o desenvolvimento das discusses sobre a educao no decorrer dos tempos quanto dos que procuram analisar a educao pela mdia na contemporaneidade. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 12
- 13. EDUCAO E CULTURA POPULAR NA PRIMEIRA METADE DA DCADA DE 1960: OS CENTROS POPULARES DE CULTURA E O MOVIMENTO DE EDUCAO DE BASE JEFERSON ANIBAL GONZALEZ * Universidade Estadual de Campinas [email protected] Neste trabalho apresentamos o projeto de pesquisa que estamos desenvolvendo junto ao Programa de Ps-graduao em Educao da Faculdade de Educao da Universidade Estadual de Campinas, sob orientao do Prof. Dr. Jos Luis Sanfelice. Em nossa pesquisa, pretendemos analisar as formulaes dos Centros Populares de Cultura (CPCs) e do Movimento de Educao de Base (MEB) visando compreender suas concepes de educao, cultura popular e transformao social elaboradas nos primeiros anos da dcada de 1960. Para isso, procuraremos: compreender o contexto histrico-poltico, social e econmico no qual surgiram o CPCs e o MEB; explicitar o momento terico-filosfico e suas influncias nas formulaes dos dois movimentos; analisar o debate terico presente nos dois movimentos sobre os procedimentos metodolgicos de trabalho junto s massas. Ao que nos parece, as formulaes dos CPCs e do MEB so conflitantes em relao ao papel da cultura popular na educao das massas para a transformao da sociedade. As formulaes dos CPCs traziam a idia de educao e cultura revolucionria, criticada como doutrinria pelo MEB, que entendia os processos de transformao a partir do dilogo e conscientizao das camadas populares. Em relaes aos nossos pressupostos terico- metodolgicos, buscaremos trabalhar em nossa pesquisa tendo por base um referencial terico- metodolgico que se contraponha estreiteza de horizontes da perspectiva novidadeira; que busque compreender a essncia do fenmeno educativo, suas contradies, mediaes e determinaes; que nos proporcione uma maior compreenso da realidade e que ao mesmo tempo nos aponte uma estratgia poltica para a transformao dessa mesma realidade. Por fim, ao esclarecer as questes que colocamos, esperamos contribuir com o aprofundamento sobre as concepes de educao popular e cultura popular que mesmo produzidas em um perodo histrico determinado, podem servir ao enfrentamento terico das concepes que atualmente delimitam a relao entre educao e cultura a partir do multiculturalismo e do referencial ps-moderno, que parecem perder de vista a determinao poltica da educao e da cultura e a relao dialtica destas com a sociedade. Neste sentido, com a realizao do nosso trabalho pretendemos contribuir para a compreenso das contradies que permeiam diferentes propostas de educao popular que se prestam construo da luta contra-hegemnica no sentido da superao dialtica da sociedade de classes. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 13
- 14. ENFOQUES TERICO-METODOLGICOS DA PESQUISA EM EDUCAO ESPECIAL: ANLISE EPISTEMOLGICA DAS PRODUES DA ANPED 2007 SINARA POLLOM ZARDO * Universidade de Braslia [email protected] O presente artigo objetiva verificar os mtodos cientficos predominantes nas investigaes publicadas no Grupo de Trabalho GT Educao Especial, dos Anais da 30 Reunio Anual da ANPED Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Educao, de 2007, utilizando como base terica os estudos de Gamboa (2007) e Esteban (2003). O estudo se caracteriza por seguir uma vertente epistemolgica construcionista, de cunho terico interpretativista, utilizando como tcnica e procedimentos de coleta de dados a anlise documental. A pesquisa teve como corpus de anlise as quinze produes componentes dos Anais 2007 do GT Educao Especial da ANPED. Como resultados indica-se a necessidade dos pesquisadores da rea da educao especial atentarem para a questo metodolgica das suas publicaes cientficas, no que tange coerncia entre teoria e mtodo de pesquisa e a diferenciao entre estes e os procedimentos de coleta e anlise de dados. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 14
- 15. ESCOLAS MULTISSERIADAS: DADOS PRELIMINARES MARIA ANGELICA CARDOSO * Universidade Estadual de Campinas [email protected] MARA REGINA MARTINS JACOMELI Universidade Estadual de Campinas [email protected] Este trabalho parte integrante da pesquisa de doutorado em educao, em andamento. No visamos, nesse momento, apresentar dados analticos, mas apresentar os primeiros levantamentos relativos produo cientfica acerca das escolas multisseriadas. Historicamente consideradas como de segunda categoria, parece que os educadores e os gestores optaram por esquec-las, esperando que desapaream como conseqncia natural do processo de desenvolvimento das sociedades. Porm, o desaparecimento natural no existe na histria, trata-se, sempre, de funes sociais que cumprem ou deixam de cumprir para desaparecerem ou para recriarem. Tema de meu interesse, o projeto nasceu, em 2006, a partir da relao que fiz entre a minha prtica docente, em classes multisseriadas, e a organizao do trabalho didtico em escolas primrias de ensino mtuo. Para sua elaborao, efetuamos um levantamento inicial sobre o tema com a finalidade de averiguar o volume real de estudos e pesquisas relacionados s escolas multisseriadas. O resultado confirmou nossa hiptese: poucas eram as pesquisas abordando tal objeto. O tema, pouco explorado, instigou- me a propor o projeto de investigao, aprovado no final de 2007, para ingresso em 2008. Com o objetivo de mapear a produo referente s escolas multisseriadas iniciamos a primeira fase investigativa com o levantamento do estado da arte. Delimitamos a abordagem por rea, linha temtica, regio e perodo. Os trabalhos de identificao e quantificao, ainda que incompletos, permitiram a apresentao de alguns dados preliminares: na produo cientfica sobre as escolas multisseriadas prevalece a rea da educao e suas subreas; privilegiam-se os temas relativos prtica e formao docentes; h uma diviso de domnio, quanto produo, entre as regies sul teses e dissertaes e norte pesquisas docentes; poucos foram os pesquisadores que deixaram sua regio para realizar suas pesquisas. Salientamos que esse levantamento parcial e que o estamos terminando, com a pretenso de torn-lo pblico, na ntegra, brevemente. Porm, certo que o interesse pelas escolas multisseriadas muito recente, data dos ltimos dezesseis anos: as centenrias escolas multisseriadas, no passam de adolescentes objetos de pesquisas. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 15
- 16. ESCOLA TCNICA ESTADUAL PAULINO BOTELHO (1980 - 1996):PESQUISANDO A TRAJETRIA DOS ALUNOS. PATRCIA POLIZEL CULHARI * Universidade Federal de So Carlos [email protected] Este trabalho parte da pesquisa de mestrado em andamento, que tem como interesse a realizao de um estudo histrico-sociolgico sobre o processo de desenvolvimento do ensino tcnico na atual Escola Tcnica Paulino Botelho, antiga Escola Profissional de So Carlos. Interessa-me saber os que l entram, porque e para onde vo. E com esta investigao, sobre uma instituio educacional, que pretenderei revelar o papel de seus diferentes atores para que possa interpretar a evoluo histrica dessa instituio luz de seu modelo educacional. Procurarei apresentar como o recurso metodolgico trajetria dos ex-alunos poder trazer as respostas necessrias para traar as evolues e transformaes ocorridas na ETE Paulino Botelho durante este perodo de 1980-1996, delimitados pela disponibilidade dos arquivos dos ex-alunos encontrados na Escola e pelo tempo significativo para se traar suas trajetrias de vida. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 16
- 17. FONTES PARA ESTUDOS HISTRICOS DA EDUCAO ESCOLAR NA REGIO DO VALE DO GUAPOR/RO ANSELMO ALENCAR COLARES * Universidade Federal de Rondnia [email protected] MARIA LLIA IMBIRIBA SOUSA COLARES Universidade Federal de Rondonia [email protected] O trabalho aborda a utilizao de fontes orais, fontes documentais e fontes iconogrficas na perspectiva da escrita da histria da educao. Trata-se de uma pesquisa de campo, na qual se utiliza a abordagem histrico-educacional e na perspectiva de anlise a partir dos referenciais terico-metodolgicos do materialismo histrico e dialtico. A pesquisa tem como propsito o levantamento, a sistematizao e a anlise de diferentes fontes, com vistas a escrita da histria da educao escolar da Regio do Vale do Guapor, no Estado de Rondnia. Objetiva contribuir para o debate historiogrfico, na medida em que as fontes estudadas possam fornecer novas explicaes relativas ao percurso histrico educacional. O texto ora apresentado traz resultados parciais da pesquisa, e as informaes dizem respeito apenas do municpio de Guajar-Mirim/RO, o mais importante aglomerado populacional da Regio objeto do estudo. A reconstruo histrica do passado mais remoto e mais recente permite a construo de indicadores crticos para melhor entender a dinmica atual da educao e suas perspectivas futuras. O trabalho de levantamento, sistematizao e preservao de fontes, portanto, lana as bases fundamentais para a produo de outros trabalhos relevantes sobre a educao escolar. Com as informaes j obtidas est sendo possvel vislumbrar uma parte considervel e esquecida do desenvolvimento histrico-educacional do municpio de Guajar-Mirim e isto permitir a escrita de uma histria que possa dar vez e voz aos que a protagonizaram efetivamente. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 17
- 18. GRUPOS ESCOLARES NO INTERIOR DO HISTEDBR: UM MAPEAMENTO DAS PESQUISAS DESENVOLVIDAS E PUBLICADAS NOS SEUS EVENTOS ALESSANDRA DE SOUSA DOS SANTOS * Faculdade de Educao/UNICAMP [email protected] MARA REGINA MARTINS JACOMELI Universidade Estadual de Campinas [email protected] O presente trabalho resultado de anlise bibliogrfica disponvel no acervo do HISTEDBR referente aos eventos: Jornadas e Seminrios, realizados por esse Grupo de Pesquisas, buscando identificar e mapear as pesquisas apresentadas nos mesmos sobre a histria das instituies escolares, mais precisamente quelas referentes aos Grupos Escolares. O interesse por realizar esse levantamento se justifica pela necessidade de compreender como vem sendo realizadas as pesquisas referentes aos Grupos Escolares, para tanto, nos propomos a analisar os resumos das publicaes do grupo ao qual pertencemos: o HISTEDBR. A pesquisa procura identificar os trabalhos que vem sendo desenvolvidos por todo o pas, quais regies abrangem e como essas pesquisas esto sendo realizadas. Apresentamos aqui dados numricos e um panorama dos resultados encontrados em nossa investigao. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 18
- 19. HISTRA DA EDUCAO: O TEMA DA ESCOLA PBLICA NO MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAO NOVA JOO CARLOS DA SILVA SILVA* Universidade Estadual do Oeste do Paran [email protected] HISTRA DA EDUCAO: O TEMA DA ESCOLA PBLICA NO MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAO NOVA RESUMO Este artigo discute o Manifesto dos Pioneiros da Educao Nova (1932), que ao completar 77 anos, continua sendo documento citado de maneira recorrente nos estudos historiogrficos sendo colocado como parmetro para analisar o atual contexto educacional, como se tivssemos deixado no passado s solues e os caminhos ideais para a superao da crise que se abate sobre a escola pblica. Os estudos historiogrficos acerca da Primeira Repblica identificam-na como um perodo de instabilidade econmica, poltica e social caracterizada por uma sociedade agrria, ainda com fortes resqucios da tradio escravocrata, a partir de um sistema de dominao do latifndio, controlada pelos donos do poder. Por outro lado, este perodo caracterizou-se como instante de debate e disputa em torno de um projeto educacional para o Brasil, Xavier (1990), Ribeiro (1995). Lanando bases de um projeto acerca da valorizao da escola pblica na construo do Brasil moderno, reafirmou o que j se configurava desde o incio da Repblica, ou seja, uma forte oposio chamada escola tradicional. Pretendemos a partir desses elementos oferecer algumas contribuies ao trabalho de pesquisa sobre a histria da educao brasileira desenvolvido no mbito grupo de pesquisa HISTEDBR-GT Cascavel. Visa compreender o tratamento que o tema da escola pblica teve no documento escrito por Fernando de Azevedo (1894-1974) e seus signatrios, momento em que a educao colocada como elemento decisivo no processo de desenvolvimento social no Brasil. Considerado um marco na educao brasileira, os pioneiros elegeram a escola pblica, laica, gratuita como responsabilidade do Estado, servindo muitas vezes de modelo a ser seguindo pelas aes educativas, abrindo uma nova na histria das idias pedaggicas no Brasil. Assumindo posies filiadas aos princpios da Escola Nova, o Manifesto marcado por contradies, sendo seu texto caracterizado como ecltico e heterogneo (SAVIANI, 2007). No se trata de reivindicar a atualidade do documento, mas entend-lo no seu tempo, ainda que muitos dos desafios atuais apresentem caractersticas muito prximas daqueles enfrentadas na poca, ao relacionar o tema da escola pblica ao campo das demandas sociais. Os pioneiros colocaram a educao, em particular escola pblica, como instrumento de democratizao da sociedade brasileira. Favorveis a uma educao pblica, gratuita, mista, laica e obrigatria, os pioneiros entendiam que o Estado deveria se responsabilizar pelo dever de educar o povo, responsabilidade esta que era muitas vezes atribuda famlia. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 19
- 20. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 20
- 21. HISTRIA DA CRIANA NA BAHIA DURANTE O IMPRIO: APONTAMENTOS SOBRE O PAPEL DAS INSTITUIES DE EDUCAO INFANTIL ISABEL CRISTINA DE JESUS BRANDO * Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia [email protected] Neste trabalho analiso a histria da criana na Bahia no perodo Imperial na tentativa de compreender os fatores que determinaram a sua configurao; como o pensamento desenvolvido em outros pases, especialmente na Europa, influenciaram as discusses do atendimento criana no Brasil e qual o papel das instituies de acolhimento neste processo. importante destacar que este trabalho fruto da pesquisa desenvolvida durante o perodo de doutorado. A pesquisa constitui um estudo documental por meio da qual analisei os relatrios dos Presidentes da Provncia da Bahia, bem como jornais e revistas do perodo pesquisado. Durante o Imprio havia, na Bahia, um nmero muito grande de registros de crianas abandonadas e que, em muitos casos, se transformavam em refeies de bichos, crianas rfs, crianas que morriam por maus-tratos etc. Neste contexto as instituies de acolhimento desempenhavam um papel bem definido, que era o de cuidar e educar dessas crianas que, por diversos fatores, no tinham um adulto que se responsabilizasse por elas. A Bahia possua grande quantidade dessas instituies e a grande maioria estava sob responsabilidade da Igreja Catlica, a qual, por muitas vezes, trouxe irmandades de outros pases, como a Frana, para desempenharem aqui o papel de protetoras e educadoras dessas crianas. importante destacar que o papel dessas instituies vai alm do que, geralmente, consideramos como cuidado, ou seja, aes voltadas somente para o atendimento das necessidades bsicas do ser humano. Elas configuraram como principal veculo de instruo das crianas acolhidas, atendendo, inclusive, as determinaes legais sobre o programa de instruo primria implementado no perodo Imperial. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 21
- 22. HISTRIA DA PSICOLOGIA: INFLUNCIAS DO ESCOLANOVISMO NO CONTEXTO EDUCACIONAL EM GOIS ANDERSON BRITO RODRIGUES * Universidade Federal de Gois [email protected] A presente pesquisa encontra-se situada no mbito da historiografia da psicologia e da educao, e tem por objetivos compreender alguns dos sentidos que a psicologia em Gois assumiu em seu processo de constituio, bem como apreender as influncias que essa rea do conhecimento recebeu nas primeiras dcadas do sculo XX. O histrico da psicologia no Brasil revela que em seu processo de desenvolvimento essa rea ultrapassa as fronteiras do psicolgico e estabelece vinculaes com outros campos epistemolgicos, tais como medicina e educao. No terreno educacional a psicologia encontrou um enorme espao para seu desenvolvimento, contribuindo para o entendimento de novos mtodos pedaggicos no interior das Escolas Normais, principalmente os que se referem Escola Nova, de certa forma como possibilidade de atribuio de status e legitimidade cientfica s prticas educacionais. Os conhecimentos psicolgicos foram na primeira dcada do sculo XX importantes na formao de uma nova compreenso de educao, de sociedade e de criana, compreenso essa idealizada pelos projetos de modernizao da cultura goiana. Em Gois, verifica-se o florescimento de ideais pedaggicos entrelaados aos conhecimentos oriundos da psicologia. Foi possvel, a partir desse estudo, perceber a confluncia da psicologia e da educao em Gois que constituram um saber pedaggico que predominou no campo das prticas e polticas educacionais no referido perodo. Em Gois, a partir dos anos 1930, foram implementadas polticas educacionais que passaram a contribuir com o avano do capitalismo no estado. O pensamento psicolgico predominante nas primeiras dcadas do sculo XX, tanto em Gois como no Brasil, so indicativos de uma nova demanda de formao que tomava o escolanovismo por princpio pedaggico. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 22
- 23. HISTRIA E HISTORIOGRAFIA DA EDUCAO: A MESORREGIO OESTE DO ESTADO DO PARAN. DENISE KLOECKNER SBARDELOTTO * Universidade Estadual de Ponta Grossa [email protected] O presente artigo teve por objetivo analisar a historiografia paranaense referente educao na atual mesorregio Oeste do estado do Paran. Dividido em trs partes, o trabalho inicia com alguns apontamentos sobre a histria e historiografia da educao brasileira e define um posicionamento em relao s pesquisas em histria regional. Na segunda parte so apresentadas e analisadas algumas obras sobre a histria paranaense, buscando detectar de que forma e se estes trabalhos fazem meno histria do Oeste paranaense. Por fim, buscando projetar perspectiva em relao historiografia sobre a mesorregio Oeste do Paran, o trabalho apresenta um levantamento das produes mais recentes em histria da educao (monografias, dissertaes e teses) e analisa a incidncia ou no do Oeste do Paran no mbito desta produo. Foi utilizada a anlise bibliogrfica das obras selecionadas e dos ttulos e resumos dos trabalhos disponveis nos stios dos Programas de Ps-Graduao em Educao das principais Universidades paranaenses. O trabalho permitiu observar que h uma escassez de anlises sobre a histria e histria da educao da atual mesorregio Oeste do Paran, tanto na historiografia positivista quanto no mbito das pesquisas recentes realizadas no interior das Universidades. Percebe-se que este movimento faz parte de uma tendncia nacional do registro histrico que, alm do ponto de vista dos vencedores, costuma privilegiar os fatos ocorridos nas regies a leste e litoral em detrimento das regies de interior. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 23
- 24. HISTORIOGRAFIA DA EDUCAO BRASILEIRA COLONIAL JESUTICA SNIA MARIA FONSECA * Universidade Estadual de Campinas [email protected] HISTORIOGRAFIA DA EDUCAO BRASILEIRA COLONIAL JESUTICA Este trabalho tem como objeto de anlise uma historiografia brasileira, mais precisamente da educao e, mais ainda, circunscrita ao perodo colonial e restrita ao jesutica, centrada na anlise de estudos clssicos e de trabalhos mais recentes, privilegiando obras publicadas em edies singulares e que foram reproduzidas e citadas por geraes de historiadores, e outras, que apesar do potencial, ainda, no lograram fortuna crtica. No tocante a uma historiografia centrada na ao jesutica no Brasil, esta principia com Azevedo (1943) e sua polmica acerca da educao jesutica ser humanista o que acarretou nossa cultura uma deformao intelectual, tese contestada por estudiosos, mas sempre lembrada e citada em crculos e trabalhos acadmicos. O tom laudatrio que h na obra Histria da Companhia de Jesus no Brasil, do padre Serafim Leite, cronista e historiador oficial da Companhia de Jesus, publicada sob os auspcios da prpria ordem religiosa, no nos impede de reconhecer que ponto de partida para qualquer pesquisa que tenha como objeto a ao jesutica no Brasil. H um manancial de fontes e bibliografia ali que pode passar despercebido s vistas dos historiadores. Luiz Alves de Matos, em sua obra Primrdios da Educao no Brasil: o perodo herico (1549 a 1570) cunha a expresso perodo herico, que compreende os primrdios da ao jesutica, referindo-se aos anos de 1549 o da chegada dos primeiros jesutas capitaneados por Nbrega juntamente com o primeiro governador geral Tom de Souza, a 1570, ano da morte daquela que comps com Jos de Anchieta e Azpilcueta Navarro, a trade dos jesutas que deram o tom da ao evangelizadora daqueles tempos. Em Colonizao e Catequese (1982), Jos Maria Paiva se empenhou em estabelecer os motivos culturais e doutrinrios da catequese contrarreformista imposta pelos jesutas, analisando-a a partir de categorias weberianas, mas bastante prximo ao que hoje se configura como histria cultural. A obra tornou-se um marco para a historiografia brasileira da educao, cuja abordagem era indita entre seus contemporneos. Dermeval Saviani, por sua vez, estabelece pelo vis terico-metodolgico do materialismo histrico, uma abordagem das ideias pedaggicas em sua recente obra Histria das Idias Pedaggicas no Brasil (2007). A Historiografia da Educao Brasileira Colonial, enquanto produo acumulada reflete a limitao deste subcampo no campo maior da Historiografia Brasileira, o que deriva da prpria limitao da Historiografia do Brasil Colonial - as evidncias disso esto nos espaos destinados educao colonial em duas coletneas publicadas na dcada recente: 500 anos de Educao o Brasil, organizada por Eliane Lopes (2000) e Histrias e Memrias da Educao no Brasil, obra em 3 volumes, organizada por Maria Stephanou e Maria Helena Camara Bastos (2004). HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 24
- 25. IDERIO REPUBLICANO NOS CAMPOS GERAIS: A CRIAO DO GRUPO ESCOLAR JESUNO MARCONDES (1907) LUCIA MARA DE LIMA PADILHA * Universidade Estadual de Ponta Grossa [email protected] MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTO Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR misabel[email protected] O presente trabalho de pesquisa traz resultados parciais da pesquisa de mestrado em desenvolvimento no programa de Ps-Graduao da Universidade de Ponta Grossa-Pr, que tem como foco central compreender o processo de criao do primeiro Grupo Escolar Conselheiro Jesuno Marcondes, na cidade de Palmeira nos Campos Gerais Paran. Tem como objetivo realizar a reconstruo histrica do processo de constituio do Grupo Escolar no incio do perodo republicano 1907, de forma a contribuir para a ampliao do conhecimento na rea da Histria da Educao Brasileira. Trata-se de uma instituio regional de ensino, a partir da qual se procurar estabelecer a totalidade das relaes entre a diviso da sociedade em classes e, por conseguinte a diviso social do trabalho, procurando compreender a gnese da instituio escola e seu papel na sociedade, bem como compreender o processo de instituio da escola pblica e gratuita e quais foram os fatores polticos, econmicos e sociais que propiciaram a criao da mesma e dos primeiros Grupos Escolares no Brasil e no Paran. Por ser uma instituio criada numa regio com vrias colnias de imigrantes, procurar-se- tambm compreender o contexto europeu no perodo que marca o incio da imigrao europia para o Brasil, assim como, verificar as questes mais gerais no contexto da sociedade, do Estado, da organizao das classes e grupos sociais dominantes que influenciaram nas relaes de adaptao desses imigrantes no pas. Para alcanar os objetivos propostos nessa pesquisa, que o resgate do processo histrico de constituio e institucionalizao do Grupo Escolar Conselheiro Jesuno Marcondes, est sendo realizada a reviso bibliogrfica referente criao da escola pblica bem como s instituies escolares no Brasil e no Paran; analisados os documentos particulares, documentao dos imigrantes e de seus descendentes, que moram na regio de Palmeira - PR; catalogadas e digitalizadas leis, pareceres, projetos e relatrios que tratam da educao pblica no Brasil no final do sculo XIX e incio do sculo XX. As fontes e locais delimitados para o estudo foram: Escola Jesuno Marcondes, Museu da Cidade de Palmeira, Casa da Memria de Ponta Grossa, Arquivo Pblico do Paran PR e Museu Campos Gerais PR. Todo esse material est sendo catalogado e digitalizado em um banco de dados especfico, para que no final da pesquisa possa estar sendo armazenado em um CD-ROM e disponibilizado na pgina on-line do Grupo de Pesquisa HISTEDBR, de modo a colaborar com outras pesquisas em Histria da Educao. Do ponto de vista das pesquisas em Instituies Escolares a sua realizao se justifica, pois no h estudos que abordem o processo histrico de constituio e de institucionalizao da escola pblica na regio de Palmeira no Paran, durante a primeira metade do sculo XX. Entende-se assim a relevncia desse estudo, de modo que venha a contribuir para as pesquisas em Histria da Educao Brasileira. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 25
- 26. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 26
- 27. LA ESCUELA MODERNA DE BARCELONA: EXPERINCIA ESPANHOLA EM EDUCAO LIBERTRIA JULIANA GUEDES DOS SANTOS MARCONI * Universidade Federal de So Carlos [email protected] LUIZ BEZERRA NETO Universidade Federal de So Carlos [email protected] Criada em 1901 pelo educador Francisco Ferrer y Guardia, La Escuela Moderna de Barcelona foi um marco para a educao se se pensar o contexto histrico no qual foi criada: uma Espanha em sua maioria fervorosamente catlica que, assim como outros pases ocidentais, presenciava desde o fim do Sculo XIX, o fortalecimento das teorias iluministas, o crescimento e consolidao do modo de produo capitalista e a necessidade de expanso educacional devido as exigncias do crescente operariado fabril, agora organizado em sindicatos e associaes de classe. Apoiada nas teorias libertrias de educao, a Escuela Moderna, est entre as experincias que marcaram o perodo de transio entre os sculos XIX e XX assinalado por Giampietro Berti como um perodo mudana fundamental para a histria do educacionismo anarquista, porque se assiste a uma dupla dialtica: na medida em que tende a fechar-se a fase do pensamento anarquista clssico, abre-se aquela de sua possvel traduo na concreta experincia pedaggica. Neste texto, fez-se uma exposio acerca dos fundamentos libertrios que nortearam a criao da Escuela Moderna; discutiu-se um pouco da trajetria do idealizador associada criao, desenvolvimento e fechamento da instituio; e foram abordadas algumas caractersticas da Escuela Moderna que inspiraram outras iniciativas. Apresentamos ainda que de forma preliminar, uma sistematizao de dados importantes para o estudo da histria da educao libertria e de sua aplicao no campo educacional considerado, pelos anarquistas, um dos que mais demandam intervenes para que uma nova sociedade seja possvel. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 27
- 28. LEVANTAMENTO DE FONTES PARA A HISTRIA DA EDUCAO EM IRATI. CLAUDIA MARIA PECHAK ZANLORENZI * Universidade Centro - Oeste do Paran [email protected] O presente texto visa expor o projeto de extenso Levantamento de fontes para a histria da educao em Irati, envolvendo Centro de Documentao e Memria, Departamento de Histria, Departamento de Pedagogia, todos da Universidade do Centro Oeste do Paran ( UNICENTRO), campus de Irati, e instituies escolares desse Municpio. O referido projeto de extenso tem por objetivo evitar a perda definitiva das fontes documentais escolares mais antigas, bem como criar condies para que a pesquisa na rea de Histria da Educao possa se desenvolver a partir desses acervos, reunidos no Centro de Documentao e Memria da UNICENTRO/I (CEDOC/I), atendendo um pblico diversificado constitudo principalmente por alunos e professores dos cursos de Histria, Pedagogia e demais interessados da rea de Cincias Humanas. O trabalho que iniciou em agosto de 2008, com trmino em julho de 2009, est sendo desenvolvido junto s direes do Colgio Estadual Nossa Senhora das Graas, primeiro jardim de infncia e primeira Escola Normal da cidade, e Escola Estadual Duque de Caxias, sendo esse o primeiro grupo escolar de Irati. Para apresentao desse projeto que est em desenvolvimento, primeiramente ser discutido a importncia de iniciativas desse cunho, em virtude da falta de polticas pblicas de preservao da memria escolar, principalmente na cidade de Irati-PR e os primeiros impasses, para em seguida ser exposto o trabalho j realizado e a aes futuras at o trmino do mesmo. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 28
- 29. MEMRIA E HISTRIA DA EDUCAO EM GOIS JAQUELINE VELOSO PORTELA ARAJO * Universidade Federal de So Carlos [email protected] A questo a ser problematizada por este trabalho refere-se constituio de uma memria histrica da educao em Gois referente primeira metade do sculo XX. O trabalho circunscreve-se s discusses travadas por ocasio da realizao de pesquisa de doutoramento que vem sendo realizada pela autora no Programa de Ps-Graduao em Educao, rea de concentrao Fundamentos da Educao, na Universidade Federal de So Carlos (UFSCar). A exposio envolve uma discusso terica acerca dos conceitos memria e histria, e traz ainda referncias acerca da produo historiogrfica que toma a educao como objeto de pesquisa no Estado de Gois. A problematizao do tema em questo, bem como a formulao das questes principais da pesquisa, encontra sustentao na discusso corrente sobre a abordagem historiogrfica na pesquisa educacional. A constituio do objeto de pesquisa passa pela leitura de fontes referentes educao, objetivando a apreenso do modelo formativo proposto pelo governo do Estado de Gois, durante a primeira metade do sculo XX, expresso em documentos: leis, decretos, regulamentos da instruo pblica, peridicos locais e anais de eventos educacionais. A tese defendida a partir da referida pesquisa de que as polticas voltadas para a formao do homem do campo em Gois, durante o perodo que se inicia na Repblica Velha e se estende at a metade do sculo XX, foram marcadas por uma dualidade entre ruralismo e escolanovismo, dualidade esta inerente relao campo-cidade no processo de capitalizao da agricultura no Estado durante esse interregno. Porm, o recorte ora apresentado expressa alguns fatos ocorridos na histria da educao goiana, destacando a atuao da Misso Pedaggica Paulista na constituio do campo educacional em Gois na primeira metade do sculo XX. Com base em estudos realizados at o presente momento possvel inferir que por um lado a educao em Gois era influenciada pelo movimento da Escola Nova, por outro havia uma tendncia poltica em considerar a necessidade de articulao do escolanovismo ao ruralismo pedaggico. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 29
- 30. METODOLOGIAS DA HISTRIA E EDUCAO QUESTES PERTINENTES CONSTRUO DE UMA NOVA UTOPIA HISTRICA: APONTAMENTOS. GUILHERME PONTIERI LIMA * Faculdade de Educao - UNICAMP [email protected] RESUMO: O debate acadmico contemporneo sobre a Historiografia e questes terico-metodolgicas em Histria da Educao tem sido profundamente marcado por posies analticas que indicam, explicita ou implicitamente, embates contundentes com relao concepo histrica. Parte significativa dos trabalhos tem utilizado pressupostos terico-metodolgicos que ignoram, consciente ou inconscientemente, questes inerentes s opes. O presente estudo um esforo de insero neste debate, um campo relativamente novo que, por este motivo, figura ainda um espao de disputas em aberto. Partindo da premissa da no neutralidade cientfica e que as opes tericas e metodolgicas apontam tambm opes polticas, este trabalho analisa algumas destas opes do ponto de vista histrico, apresentando elementos do debate sobre a importncia da concepo histrica, suas intencionalidades e impacto na histria da educao. Desta maneira, neste artigo, apresentamos e discutimos alguns questionamentos, objetivando a defesa da necessidade de maior rigor na pesquisa em Histria da Educao. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 30
- 31. O JORNAL CORREIO BRAZILIENSE (1808-1822): A EDUCAO E O DESENVOLVIMENTO MATERIAL DO BRASIL MARCLIA ROSA PERIOTTO * Universidade Estadual de Maring [email protected] O JORNAL CORREIO BRAZILIENSE (1808-1822): A EDUCAO E O DESENVOLVIMENTO MATERIAL DO BRASIL uma pesquisa sobre as idias apresentadas no jornal Correio Braziliense, publicado por Hiplito da Costa em Londres nos anos de 1808 a 1822, perodo em que viveu em exlio fugindo da Igreja que o prendeu por divulgar as idias da maonaria. Presume-se que essas idias contriburam na educao poltica da elite brasileira nas dcadas iniciais do sculo XIX. Ao travar combate pela penetrao do pensamento liberal no Brasil, j vitorioso na Inglaterra e no mundo em desenvolvimento, o Correio Braziliense marcaria o processo que culminou na separao entre o Brasil e Portugal, influenciando os brasileiros a adotar uma nova posio frente aos portugueses e a postularem tratamento mais compatvel com a riqueza que produziam. A proposta feita por Hiplito da Costa de adoo do ensino mtuo, largamente discutida nas pginas do jornal, guardava o propsito de se criaram condies de difuso do saber trazido pelos imigrantes estrangeiros que indicava ao governo portugus arregimentar, em substituio aos braos escravos. Ensinar um pouco de tcnicas de produo coadjuvadas pelas letras e escrita visava preparar no somente os brasileiros, mas estimular os estrangeiros para uma etapa de desenvolvimento imperativa condio de civilizado e de fazer jus s riquezas naturais que abundavam no Brasil. O projeto de desenvolvimento ali defendido inclua a educao de todos a todos como um dos pilares do progresso nacional e em conjunto entrada de imigrantes. Estes, ao chegarem, seriam estimulados a trocar os conhecimentos que dominavam num movimento que emularia o intercmbio entre as diversas nacionalidades, construindo assim um sentimento de ptria entre aqueles que haviam por fora das circunstncias e necessidades, abandonado a ptria-me. um estudo inscrito no eixo Historiografia e questes terico-metodolgicas da Histria da Educao, realizado sob a perspectiva da cincia da histria que possibilita aliar as idias de Hiplito da Costa ao movimento feito pelas relaes burguesas na direo dos novos territrios, que se apresentavam extremamente promissores nas colnias ultramarinas. A educao, embora no fosse prioridade no conjunto das idias apresentadas por Hiplito da Costa, no deixou de ser chamada a desempenhar papel importante na consolidao das novas foras hegemnicas. Definiu-se este eixo em razo do entendimento de que a Histria da Educao no Brasil deve ser entendida estabelecendo-se a devida vinculao com as foras mundiais existente poca, na medida em que essas se encontravam em profunda transformao e determinavam, nesse movimento, o contedo necessrio ao estgio de desenvolvimento do capital. Decifrar o projeto de desenvolvimento proposto por Hiplito da Costa vinculando-o ao mtodo do ensino mtuo que queria ver espalhado entre os brasileiros uma das formas que se dispe de entender o processo histrico da educao no Brasil. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 31
- 32. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 32
- 33. OS JORNAIS DO SCULO XIX E A PESQUISA EM HISTRIA DA EDUCAO CELINA MURASSE MIZUTA * Faculdade de Artes de Paran [email protected] Trata-se de uma pesquisa documental e bibliogrfica de carter histrico que demonstra a importncia dos jornais enquanto fonte de pesquisa para a Histria da Educao. Parte-se da premissa que o estudo dos peridicos pode servir de via de acesso aos fenmenos mais gerais do passado e assim revelar mais da histria do Brasil do sculo XIX que os livros de histria. Por isso, eles se tornam aliados preciosos dos documentos oficiais, pois muitas vezes estes se mostram insuficientes para a construo historiogrfica. Ao jornal O Auxiliador da Indstria Nacional coube a tarefa de difundir os conhecimentos teis necessrios ao melhoramento e prosperidade da indstria e, ao mesmo tempo, educar e moralizar a populao brasileira. Ele possibilitou uma troca mtua e rpida de noticias, descobertas e invenes entre todos os industriosos do Brasil no perodo oitocentista e incentivou a adoo de hbitos civilizados. Utiliza como fonte primria a coleo microfilmada do jornal O Auxiliador da Indstria Nacional. Espera-se que o estudo contribua para ampliar e aprofundar a compreenso do desenvolvimento da Histria da Educao no sculo XIX. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 33
- 34. RECONSTRUO HISTRICA DAS INSTITUIES ESCOLARES PBLICAS DOS CAMPOS GERAIS - PR (1904-1950) MARIA ISABEL MOURA NASCIMENTO * Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR [email protected] CLARISSA BORBA PRIETO Universidade Estadual de Ponta Grossa [email protected] O presente projeto de pesquisa tem o propsito de contribuir para a produo do conhecimento na rea da Histria da Educao Brasileira, atravs da reconstruo histrica das Instituies Escolares Publicas na Regio dos Campos Gerais, no Estado do Paran. O projeto de pesquisa enfoca o perodo compreendido entre o incio da Repblica at a metade do sculo XX, que foi muito importante para o desenvolvimento do Estado do Paran e para a Histria da Educao Brasileira. Neste perodo ocorreu a criao dos primeiros grupos escolares pblicos na regio dos Campos Gerais - PR, como concretizao do importante papel da educao no processo de desenvolvimento e modernizao a sociedade brasileira. O problema objeto da investigao proposta neste projeto diz respeito, essencialmente, ao resgate de fontes primrias das Instituies Escolares Pblicas, e a partir destas fontes reconstruir a Histria da Educao. Esta proposta de pesquisa parte de nossa preocupao com a recuperao, manuteno e registro da documentao das Instituies Escolares, que esto em precrias condies de conservao. So fontes primrias fundamentais para a compreenso da institucionalizao, constituio e implantao das primeiras escolas na regio e para a reconstruo histrica. Com este trabalho junto s escolas das cidades participantes do projeto estaremos contribuindo para desvelar parte da histria da cidade e da regio atravs de um trabalho cientfico, com o compromisso de promover o fortalecimento dos laos de pertencimento. Os resultados da pesquisa sero disponibilizados em um catlogo com o acervo de fontes coletadas e os verbetes produzidos sobre cada Instituio Escolar, para ser disponibilizado na forma impressa em papel, e na forma digitalizada em CD-Rom. Desta forma, espera-se que este material constitua-se em fonte de informaes para as atividades de ensino, pesquisa e extenso das vrias Instituies de Ensino Superior, em especial do Paran. Ele fornecer comunidade cientfica, especificamente da rea da educao, elementos para o avano do conhecimento sobre a Histria da Educao na Regio, bem como, as condies necessrias que possibilitaro o surgimento de novas pesquisas na rea. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 34
- 35. UMA ANLISE DA EDUCAO E DO PROFESSOR A PARTIR DO LIBERALISMO E DO MARXISMO. HLIO CLEMENTE FERNANDES * Universidade do Oeste do Paran [email protected] PAULINO JOS ORSO Universidade Estadual do Oeste do Paran [email protected] Este artigo tem por finalidade apresentar uma discusso sobre a educao e o trabalho do professor a partir dos embates tericos travados entre o liberalismo e o marxismo. A grosso modo, pode-se dizer que estas so as duas grandes correntes filosficas que travam disputas pelo controle terico e ideolgico, digamos, cultural que, por sua vez, acarretam implicaes sociais, polticas e econmicas diversas. Partimos do pressuposto de que a classe que detm o poder econmico tambm busca dominar poltica, social e culturalmente e, como a escola faz parte da totalidade histrica em que imperam as relaes de classe, as contradies existentes nas relaes sociais tambm se fazem presentes nela. Sendo assim, ela tambm se torna um espao de luta e de contradio. Neste sentido, entend-la na perspectiva das lutas de classes exige uma tomada de posio do trabalhador que atua no campo da educao, pois, do contrrio, assumir uma suposta neutralidade, por si s, j implica num posicionamento. Este artigo pretende chamar a ateno para o fato de que uma vez que os fins ltimos da educao no transcendem os limites da sociedade e, sendo o liberalismo e o marxismo duas concepes em disputa no interior da mesma, precisamos compreend-los para entender suas diferentes implicaes e conseqncias. Da mesma forma, faz-se necessrio entender os debates em torno dos mesmos, para compreender a funo que se atribui educao e, por conseguinte, tambm ao professor. Alm disso, apresentamos algumas elementos que podem contribuir para a superao dos problemas produzidos pela sociedade vigente, que tem no Estado um forte aliado em vista de sua reproduo em contraposio s possibilidades de se ter uma educao emancipada, juntamente com um trabalho docente emancipado. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 35
- 36. Eixo Temtico: Histria, polticas pblicas e educao HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 36
- 37. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 37
- 38. A AMPLIAO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE 8 PARA 9 ANOS: UMA REFLEXO NECESSRIA SIMONE DE FTIMA FLACH * Universidade Federal de So Carlos [email protected] Este texto procura oferecer subsdios para a reflexo sobre a ampliao da escolaridade obrigatria de 8 para 9 anos, tendo em vista a realidade poltico-educacional brasileira. Sob a luz do materialismo histrico-dialtico, mtodo que oferece o suporte necessrio para entender os interesses hegemnicos e ideolgicos existentes na prtica poltica, o texto apresenta a constituio histrica da educao brasileira, os pressupostos legais do ensino fundamental e exemplifica a temtica apresentada atravs da exposio de algumas contradies ocorridas no Estado do Paran e no municpio de Ponta Grossa, a partir do ano de 2001, quando iniciou o processo de ampliao naquele contexto. Ao final, conclui-se que a medida poltico-educacional de ampliao do ensino fundamental precisa contribuir para o avano no exerccio da cidadania, requerendo um esforo coletivo para assegurar o direito educao tanto no ensino fundamental quanto na educao infantil. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 38
- 39. A ATUAO DE FERNANDO DE AZEVEDO NA CONSTRUO DA POLTICA EDUCACIONAL NOS ANOS 1920 MAGNA MARIA SILVA * Universidade Estadual de Maring [email protected] AMLIA KIMIKO NOMA Universidade Estadual de Maring [email protected] Este artigo focaliza a participao de Fernando de Azevedo (1894-1974) na elaborao e coordenao do Inqurito da Instruo Pblica por solicitao do jornal O Estado de S. Paulo em 1926. O objetivo analisar o modo de atuao e o papel assumido por Fernando de Azevedo na condio de formulador de polticas para a educao nacional. Por adotar a abordagem do materialismo histrico, a anlise do objeto articulada ao processo de transformao da sociedade brasileira no contexto de transio do modelo agrrio-exportador para uma configurao social de base urbano-industrial e ao ambiente social, poltico, intelectual e cultural em presena. O referido Inqurito, realizou um diagnstico da situao do ensino no Estado de So Paulo, visando fomentar o debate pblico, expor as opinies dos tcnicos, definir princpios e fins da educao e propor um determinado grupo social para ser o dirigente do processo. So analisadas as polticas propostas para o Ensino Primrio e o Ensino Normal, o Ensino Tcnico e Profissional, o Ensino Secundrio e o Ensino Superior. O Inqurito foi portador de uma poltica que requeria a constituio de um sistema de ensino que abrangesse todas as instituies educativas, desde a escola primria at a universidade, como uma unidade graduada e integrada, regulada por um corpo nico de lei que normatizasse a atividade educacional em qualquer de seus nveis e modalidades. Esteve articulado a um projeto poltico amplo de transformao da sociedade, do qual o grupo do jornal O Estado de S. Paulo foi portador. Realizou a crtica educao existente, divulgou iniciativas visando a uma modernizao da educao e fez coro s idias que defendiam a educao como motor da transformao social, poltica e econmica do pas. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 39
- 40. COMO EM SONHO CORRER NUMA ESTRADA?DESLIZANDO NO MESMO LUGAR? MELNIA MENDONA RODRIGUES * Universidade Federal de Campina Grande [email protected] Buscando articular histria e polticas educacionais, o trabalho aborda a temtica da democratizao da gesto educacional, tratando, mais especificamente, da instaurao de mecanismos de participao da sociedade civil na gesto de sistemas de ensino. Adotando uma abordagem histrico-dialtica, o artigo apresenta relatos de experincias de implementao, por governos subnacionais, de mecanismos de participao popular na tomada de decises referentes poltica educacional, em dois momentos histricos distintos os primeiros anos de 1980 e o perodo constitudo pelo final da dcada de 1990 e pelo princpio dos anos 2000. Evidenciando as fragilidades das experincias pioneiras e analisando a implementao do Frum Municipal de Educao de Joo Pessoa-PB, luz das categorias de mudana pelo alto e transformismo, o trabalho considera que a regresso observada nesse Frum indica a pertinncia da discusso acerca das potencialidades da ao poltica no mbito da sociedade burguesa, assim como a atualidade das formulaes gramscianas relativas guerra de posies. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 40
- 41. A CONCEPO DE GESTO ESCOLAR NO REGIMENTO UNIFICADO DAS ESCOLAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE VITRIA DA CONQUISTA NO PERODO DE 1996 - 2005. WILSON DA SILVA SANTOS * Universidade do Estado da Bahia [email protected] Este artigo tem como objetivo perquirir a constituio documental da gesto escolar da Rede Municipal de Ensino do Municpio de Vitria da Conquista no perodo de 1996 a 2005. Partindo de uma anlise documental sustentada no regimento interno da escola e no estatuto do magistrio do Municpio citado, procura-se mostrar a concepo de gesto colegiada a partir dos conceitos autonomia e democracia. Esta investigao se deu mediante formulaes de questes analticas e detalhamento da reviso de literatura que trata sobre a temtica estudada e do referencial terico gramsciano em que a pesquisa se apia. Com um procedimento hermenutico, a pesquisa concluiu que as ambigidades dos conceitos autonomia e democracia nos documentos em foco podem ser ressignificados atravs de acordos polticos e, por conseguinte, normatizados juridicamente, ou ainda pela prpria contextualizao da prtica educativa ao longo dos anos. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 41
- 42. A CONFIGURAO DAS POLTICAS PBLICAS SOCIAIS DA EDUCAO NO BRASIL NA DCADA DE 1990. SHEILA GRAZIELE ACOSTA DIAS * Universidade Estadual de Maring [email protected] ANGELA MARA DE BARROS LARA Universidade Estadual de Maring [email protected] O objeto do presente texto a configurao do neoliberalismo nas polticas pblicas e sociais no Brasil durante a dcada de 1990. O objetivo analisar os fundamentos do neoliberalismo, seu histrico, suas caractersticas e sua implantao no Brasil, bem como suas decorrentes polticas pblicas e sociais implementadas no pas. Baseado numa concepo materialista da histria, o problema desse artigo voltado para a seguinte questo: Qual as conseqncias do modelo neoliberal nas polticas pblicas e sociais no perodo determinado? Essa discusso articulada com o contexto histrico presente, vinculado ao movimento maior de reestruturao capitalista, mundializao do capital, reestruturao produtiva e redefinio do papel do Estado com os ajustes macroeconmicos orientados pelas instituies financeiras internacionais. A partir do Estado neoliberal instaurado no pas so desencadeadas as polticas neoliberais e as aes do governo na prtica da poltica educacional como uma poltica social. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 42
- 43. A CONSTITUIO DE 1988 E AES AFIRMATIVAS: POLTICAS PBLICAS IGUALITRIAS DE ACESSO EDUCAO SILVIA MARIA PINHEIRO BONINI PEREIRA * Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro [email protected] Diante do advento da Constituio Federal de 1988 e frente opo do legislador constituinte por garantir a igualdade de condies, tornou-se impossvel negar a conquista obtida pela sociedade brasileira na superao da desigualdade racial. A Constituio Cidad tambm teve o mrito de promover o reconhecimento e a reparao histrica de grupos historicamente excludos. Outra significativa influncia da Constituio da Repblica foram as aes afirmativas, consubstanciadas no Princpio Fundamental da Dignidade da Pessoa Humana. Ante as mudanas de paradigmas, tornou-se relevante examinar noes como: cidadania, dignidade humana, igualdade formal e material e incluso social, para uma melhor compreenso do que representam as aes afirmativas, em especfico, as situadas no campo educacional. A cidadania incide no pleno desenvolvimento dos sujeitos sociais, atravs da valorizao da dignidade humana, do tratamento igualitrio, da no- discriminao, do acesso aos valores institucionalizados, do respeito s diferenas e, acima de tudo, da incluso e aceitao dos diferentes grupos que integram a sociedade pluralista brasileira. J o Princpio da Isonomia, cingido ao Princpio da Dignidade da Pessoa Humana, representa um dos pilares das polticas afirmativas. Nesse diapaso, a educao ocupa um lugar histrico para a construo de uma sociedade igualitria e, na seara educacional elas se apresentam como o arcabouo fundamental de acesso plena cidadania. Logo, luz do ordenamento jurdico constitucional, percebe-se que o Direito brasileiro abriga todas as modalidades de aes afirmativas. Neste sentido, a pessoa humana tutelada, a quem as polticas afirmativas se destinam, a pessoa concreta, ou seja, determinados grupos, cuja excluso histrica enseja a elasticidade da ordem vigente, para, de um lado, romper o equilbrio do sistema e, do outro, equilibrar a ordem social. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 43
- 44. A CONSTRUO DA POLTICA EDUCACIONAL DE NITERI: CONFLITOS EM TORNO DA PROPOSTA ESCOLA DE CIDADANIA ARMANDO DE CASTRO CERQUEIRA AROSA* UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO [email protected] Este trabalho reflete sobre a implantao da Proposta Escola de Cidadania, implantada, entre 2005 e 2008, pela Fundao Municipal de Educao de Niteri FME. Busca-se compreender que concepes e prticas poltico-pedaggicas e poltico-administrativas esto em conflito nesse processo de reforma da poltica educacional. Para tal, alm da anlise de aes docentes e gestoras observadas, foram examinados os documentos produzidos pela Rede Municipal, inclusive alguns emitidos pela nova gesto em 2009, com vistas ao aprofundamento de questes relativas ao funcionamento do Sistema de Ciclos que foi implantado em 1999, tendo como base a Proposta Pedaggica denominada Escola do Nosso Tempo. Desse modo, foram visitados, alm das referidas propostas, diversos outros documentos que constam dos arquivos da FME. A organizao escolar em ciclos traz ao debate no s elementos de carter poltico-pedaggico, mas tambm questes sobre o processo gestor e a relao deste com os processos produtivos globais. Assim, avaliao, currculo, planejamento, formao de professores, mas tambm gesto pblica e poltica educacional foram temas tratados na perspectiva dos conflitos estabelecidos na formulao e na implantao da referida Proposta. A partir da anlise realizada possvel dizer que os elementos que constituem os processos gestores, e pedaggicos, tambm se constituem, na Escola, como prticas sociais que expressam, reafirmam ou desafiam as relaes de produo. Com base em Sander, pode-se dizer que visvel, no processo de implantao da Proposta aqui analisada, o embate entre a tradio funcionalista do consenso e a tradio interacionista do conflito. Igualmente, no campo da gesto pblica nota-se a tendncia ao gerencialismo ainda, que carrega, em muitos momentos, fortes traos burocrticos. Por fim, na medida em que na escola se estabelea um modelo de gesto, administrativa e pedaggica, em que sejam fortalecidos os processos de participao e controle social, com espaos socializados de deciso e engajamento; que se garanta a todos o direito ao conhecimento, que se consolide a dimenso scio-poltica dos processos gestores, estar-se- contribuindo para a consolidao das instituies polticas e para a construo de polticas pblicas voltadas para as necessidades dos cidados. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 44
- 45. A CRIAO DO CURSO DE PEDAGGIA NO BRASIL - DCADA 1930: UM OLHAR A PARTIR DE SUA BASE MATERIAL PRODUTIVA JOS BARRETO DOS SANTOS* Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul [email protected] O presente texto tem como objetivo, mesmo que sucintamente, refletir sobre a criao do Curso de Pedagogia no Brasil (Decreto N. 1.190, de 04 de Abril de 1939), no contexto da industrializao tardia, o Projeto Nacional Desenvolvimentista iniciado pelo Governo Nacionalista de Getlio Vargas. Para tanto, em termos terico-metodolgicos fez-se necessrio fundamentar a minha investigao a partir da obra de Karl Marx e em outros autores contemporneos brasileiros que debruam suas anlises na sociedade capitalista, acerca do movimento imanente a categoria de totalidade. Nesse sentido, so analisadas as fontes bibliogrficas e documentais produzidas sobre a temtica scio-econmica e poltica da poca, da primeira fase do capitalismo imperialista para fase do capital monopolista, a fim de entender de que forma sedimentaram as condies materiais e polticas necessrias para sua criao, bem como a estrutura organizacional do trabalho docente e a sua formao profissional. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 45
- 46. A EDUCAO, A ESCOLA E O SEU PAPEL NA MANUTENO OU TRANSFORMAO SOCIAL CLARICE ZIENTARSKI * UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA [email protected] ANA PAULA COLARES FLORES MORAES UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA [email protected] DANIELE RORATO SAGRILLO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA [email protected] NEILA PEDROTTI DRABACH Universidade Federal de Santa Maria [email protected] OSIAS SANTOS DE OLIVEIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA [email protected] SUELI MENEZES PEREIRA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA [email protected] Resumo Este trabalho vincula-se ao Grupo de Estudos em Polticas Pblicas e Gesto Educacional, da Universidade Federal de Santa Maria RS, trata da escola brasileira como instituio social e do papel que a educao tem exercido ao longo dos tempos, como elemento constitudo e constituinte de luta hegemnica. Para o desenvolvimento do trabalho utiliza-se a metodologia de carter qualitativo, atravs de pesquisa bibliogrfica. Na tentativa de ampliarmos as compreenses sobre a temtica utilizamos os conceitos de hegemonia e contra-hegemonia, referendados por Gramsci e o de educao como possibilidade de transformao social conforme proposta defendida por Paulo Freire. Isto leva-nos a busca das origens das idias que se produziram e se estabeleceram para manter ou modificar a ordem vigente. O dilogo com os autores permite que se pense a escola e a educao como prtica social capaz de produzir e reproduzir relaes sociais, mas, que pode ainda, num contexto favorvel s reflexes e prticas libertrias e emancipatrias, representar uma possibilidade de superao e/ ou transformao da sociedade. A discusso proposta a partir de momentos distintos: inicialmente analisa os conceitos de hegemonia, contra-hegemonia, educao e escola. A seguir trata das categorias educao e escola e a reproduo da dominao de classe, avanando na compreenso de alguns momentos da Histria da Educao no Brasil com o objetivo de situar o autor e contextualizar os momentos vividos pela escola e pela sociedade brasileira e servir como um fio condutor para futuras anlises. A proposta educacional emancipadora fundamentada em Paulo Freire discutida num enfoque que prope alternativas para a mudana na maneira de ser e fazer da escola. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 46
- 47. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 47
- 48. A EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS E O ANALFABETISMO ENTRE IDOSOS NO SEMI- RIDO NORDESTINO: VELHICE E EXCLUSO EDUCACIONAL NO CAMPO MARCOS AUGUSTO CASTRO PERES* Universidade Federal Rural do Semi-rido [email protected] Este artigo trata da excluso de idosos dos programas de educao de jovens e adultos (EJA) na regio do semi-rido nordestino, particularmente no interior do Estado do Rio Grande do Norte. Essa regio, na qual est localizada a Universidade Federal Rural do Semi-rido (UFERSA), apresenta srios problemas sociais decorrentes das condies climticas desfavorveis (clima seco), pela precariedade da infra-estrutura urbana dos municpios e pela condio de pobreza e excluso vivida pela maioria da populao. Verificam-se nessa regio ndices bastante elevados de analfabetismo, particularmente na parcela da populao com 60 anos e mais de idade, o que revela tanto a precariedade do sistema educacional de uma poca em que esses idosos se encontravam na idade escolar, como tambm a inexistncia, na atualidade, de polticas educacionais voltadas populao idosa. Isso porque, mesmo nos programas de EJA, que se destinam aos jovens e adultos trabalhadores, os idosos so excludos, especialmente porque no se inserem mais na categoria de trabalhadores, o pblico-alvo principal desses programas. Tal fato revela a excluso da velhice do projeto educacional brasileiro, que, de forma coerente ao que ocorre nas demais sociedades capitalistas, coloca a condio de trabalhador (restrita) frente da de cidado (abrangente), no reservando ao que no trabalhador, ao ex-trabalhador aposentado, ou, mesmo, ao trabalhador rural, qualquer alternativa de educao formal. possvel notar o desrespeito ao idoso como cidado e sujeito de direitos no Brasil, que se estende ao idoso na condio de (ex-) trabalhador rural, no-alfabetizado e residente das regies rurais, precrias em infra-estrutura, como a do semi- rido nordestino, que j teve seu drama social e humano exaustivamente retratado/denunciado por inmeros romances da literatura brasileira, bem como por outras produes artsticas e cinematogrficas, tornando-se com isso conhecido no s no Brasil, mas tambm no exterior. Contudo, continua, pelo que parece, sendo tratado mais como obra de fico do que como problema social real e emergencial. Por outro lado, podemos ver em certas iniciativas de educao popular, particularmente na chamada educao do campo, formas alternativas de educao, que procuram contemplar a universalizao e a diversidade dos participantes das (e nas) aes educativas. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 48
- 49. A EDUCAO DIANTE DA CRISE DO CAPITAL: ESTADO, TERCEIRO SETOR E MERCANTILIZAO DA ESCOLA MARCO ANTONIO OLIVEIRA GOMES* Universidade Federal de Rondnia [email protected] Este artigo discute os reflexos da crise do capitalismo e do processo de reestruturao produtiva em um perodo histrico marcado pela hegemonia das polticas neoliberais no mbito da educao escolar. Neste cenrio, a ofensiva do capital apresenta alternativas paliativas para a excluso social com a difuso da ideologia do voluntariado e do Terceiro Setor, alm de propostas vinculadas ao ps-modernismo, que na prtica, esvaziam a funo social da educao e reforam ao mesmo tempo a mercantilizao do processo escolar. No caso brasileiro, tal projeto confirma uma das caractersticas de nossa cultura poltica: o moderno se constitui por meio do arcaico, recriando nossa herana histrica ao atualizar aspectos persistentes e, ao mesmo tempo, transformando-os no contexto da globalizao. Por fim, apontamos para a necessidade urgente de proposio de novas estratgias de luta, com vistas criao de uma sociedade emancipada, onde ser possvel a existncia de uma educao integral, segundo a concepo marxiana. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 49
- 50. A EDUCAO ESPECIAL NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CAMPO GRANDE MS: UM ESBOO DE POLTICA PBLICA EM TEMPOS DE INCLUSO ESCOLAR CELI CORRA NERES * Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul [email protected] NESDETE MESQUITA CORRA Universidade Federal de Mato Grosso do Sul [email protected] A histria da educao especial na Rede Municipal de Ensino (REME), de Campo Grande MS, recente. Teve seu incio no final da dcada de 1970, na forma de atendimento itinerante s escolas, como parte integrante do Servio de Apoio ao Estudante, decorrente da necessidade de interveno da Secretaria Municipal de Educao frente s dificuldades de aprendizagem encontradas e do grande nmero de evaso e repetncia, na primeira srie, em algumas escolas municipais. Na REME, a educao especial se constituiu como uma poltica educacional a partir do final da dcada de 1990, com a ampliao do nmero de matrculas no ensino fundamental. Essa iniciativa resultou na expanso dos servios e no nmero de atendimentos aos alunos com deficincia na Rede. Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo registrar a trajetria da educao especial nesse municpio, desde a sua implantao at os dias atuais, oferecendo uma contribuio para o estudo e a difuso do conhecimento sobre a poltica local de educao especial, inserida no movimento de incluso escolar em nosso pas. Para tanto, recorreu-se releitura de dois relatrios de pesquisa que se debruaram sobre o registro da histria da educao especial no mbito da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande, tendo como fontes: documentos, entrevistas com pessoas que participaram da implantao dos servios de educao especial no municpio e no estado de Mato Grosso do Sul e, coleta de informaes na Secretaria Municipal de Educao. Buscou-se na articulao com a poltica nacional da educao especial, analisar o processo da implantao e o oferecimento dos servios da educao especial para os alunos com deficincia, matriculados na educao bsica do sistema municipal de ensino. Os resultados indicam que a organizao da educao especial na REME revela a tentativa da gesto municipal em adequar-se s atuais polticas educacionais, fundamentadas no paradigma da incluso, diante das constantes mudanas na reestruturao dos servios. Cabe indagar se essas mudanas tm-se traduzido em melhores condies de acesso, permanncia e sucesso para a educao das pessoas com deficincia, considerando-se que em sua trajetria a racionalizao de recursos ficou evidenciada na dinmica dos servios oferecidos a essa populao. Conclui-se que a sustentabilidade de um projeto de incluso escolar para alunos com deficincia exige investimentos na construo de um novo projeto de escola que considere as diferenas como parte fundamental do projeto pedaggico. HISTEDBR - VIII Seminrio Nacional de Estudos e Pesquisas Histria, Sociedade e Educao" pg. 50
- 51. A EDUCAO NA DESORDEM ROSANA AREAL CARVALHO * Universidade Federal de Ouro Preto [email protected] FABIANA OLIVEIRA BERNARDO Universidade Federal de Ouro Preto [email protected] GABRIELA ALMEIDA CRUZ Universidade Federal de Ouro Preto [email protected] A dcada de 20 representa um momento de grande efervescncia e reformas importantes que remodelaram os caminhos da educao brasileira, segundo as intenes do governo republicano. Em Minas Gerais, Sandoval Azevedo e Francisco Campos reformaram o ensino primrio e normal mudando o cotidiano das escolas. Pensando nesta vertente, este trabalho busca mostrar as influncias destas reformas e como estas aes polticas ditavam a realidade do Grupo Escolar Gomes Freire, em Mariana-MG. Para entender os traos destas polticas, buscamos investigar a cultura e os sujeitos escolares, suas representaes, e os fatos relevantes que fizeram parte deste ambiente. Pela pesquisa bibliogrfica, mostramos o contexto regional e l