Dezembro 2008

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1 CIDADE, Dezembro de 2008

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Notícias do interior do estado do Rio de Janeiro, Cabo Frio, Búzios,

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Dezembro, 2008 Número 32

www.revistacidade.com.br

Ensinando a pescar Prominp abre mais 748 vagas para 12 cursos em Macaé ................ 12

NutriçãoAlho é um alimento que faz muito bem a saúde ..............................15

CARAS NOVASRenovação nas Câmaras Municipais ............................... 16

ELITE do Vôlei visita Cabo Frio ..............................17

Ângela Barroso ..................23

O que elas têm em comum?Cidinha Campos, Maria Elvira e Andréa Zito, recebem títulos de cidadãs buzianas ...................... 24

10 perguntasEisenhower Dias Mariano responde ...................................38

Gente .....................................41

Rugby Time de Búzios já foi campeão .. 42

Darwin esteve aqui ........ 45

Livros .....................................47

Uma casa portuguesacom certeza

O maior projeto turístico da Região dos Lagos começa a se tornar realidade

RESERVA PERÓ

Você tem idéia de quanto os municípios

fl uminenses desembolsaram em 2006 com gastos nas Câmaras Municipais?

EspecialVELAS na lagoa

CapaO AZUL VOLTOULagoa de Araruma começa a mostrar sinais de recuperação

Capa: Ponta da Peça (São Pedro da Aldeia) - Foto de Cesar Valente

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UM NOVO CENARIOA violência dos grandes centros urbanos presente nas ruas das cidades da região

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1310Quanto custa?

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Segurança

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ENTREVISTA R i c a r d o A m a r a l

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PapiPress

Hoje o Projeto Peró é um peso bastante importante para nós, e chegamos até aqui à base do entusiasmo de fazer um negócio correto, diferente, e tomara que essa também seja a percepção das pessoas em geral

empresário e jornalista por forma-ção acadêmica, Ricardo Amaral, começou sua carreira aos 16 anos na cidade de São Paulo, no jornal Última Hora, passando depois para o rádio e entrando em seguida para a TV Record, “que, na época, era

como uma Globo”, diz. Problemas com o governador de São Paulo na época, Ademar de Barros, o forçaram a se mudar para o Rio, “a minha presença em São Paulo era indese-jável”, comenta. No Rio de Janeiro, continuou sua atividade de jornalista na TV Excelsior, mas durante a revolução, com quase todos os dirigentes da emissora cassados, e a TV Excel-sior fechada, Ricardo precisou buscar outras alternativas empresariais. E foram muitas, a partir da primeira delas, a RenTV. O primeiro cinema drive in do Estado do Rio, o Teatro da Lagoa, o Sucata, a Estação do Corpo, o Metropolitan, entre outros, e o mais famoso deles, o badalado Hipopotamus, cujo sucesso durante 18 anos levou o empresário a romper fronteiras e levar sua marca e seu carisma de “Rei da Noite”, como fi cou conhecido no Brasil, para Nova York e Paris, onde implantou seus clubes noturnos com igual sucesso. Há apenas 8 anos, no ramo imobiliário de hotelaria, Ricardo Amaral confi rma sua voca-ção para Midas, e apresenta seus sucessos: o Hotel Sheraton em Macaé, o Macaé Palace e a Vila do Pan. Isso, e mais o Projeto Reserva Peró em início de implantação, que promete modi-fi car o eixo turístico do sudeste do Brasil.

Niete MartinezRICARDO AMARALEmpresário

O

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R i c a r d o A m a r a lENTREVISTA

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Ambientalistas e críticos do projeto Reserva Peró afi rmam que o Plano de Manejo da Apa do Pau Brasil foi pago pelo senhor para atender às exigências do empreendimento. O que existe de verdade nisso?

Esta afi rmação é, entre outras coisas, leviana. Nós quando tivemos a decretação da Apa do Pau Brasil, nós procuramos a secretaria do Estado para saber quais seriam os caminhos para a aprovação de um projeto lá. Nós fomos obrigados a refazer cada pedaço do projeto depois que as regras foram ditadas, a ponto de achar-mos que o projeto fosse fi car inteiramente inviável. Nós tivemos que nos adaptar ao novo projeto. Na verdade o projeto foi feito para se adequar ao Plano de Manejo, e não o contrário.

A legislação coloca as Dunas e Restingas como Área de Preservação Permanente (APP). A escolha justamente dessas áreas para a implantação de um projeto de ocupação, qualquer que seja, não abre uma discussão sem fi m com os ambientalistas?

A discussão não é sem fi m, porque existem regras e as regras estão sendo cumpridas absolutamente na risca. Existe legislação para duna. Existe uma legisla-ção que diz que se pode construir, não sei bem se 10 ou 15 %, em cima de dunas, e nós não estamos usando isso. Nós não estamos infringindo nada. Nós cumprimos todos os protocolos. Estamos fazendo um projeto, muito pelo contrário, que garante a preservação da área. Para não acontecer o que aconteceu com Massambaba, que é uma reserva ambiental invadida por fave-las. Mais de duzentas vezes nós tivemos que acionar a polícia para retirar gente que queria invadir a área. Se amanhã nós sair-mos daqui, você não tenha dúvida que este espaço, que pode ter um aproveitamento turístico com preservação do ambiente, seria invadido.

As alterações feitas durante a fase de licenciamento mexeram muito no projeto original?

Claro que mexeu bastante, dentro da quantidade de lotes, principalmente. Em relação aos hotéis não mexeu. Hoje nós temos 6 operações hoteleiras, mas se você calcular que aqui nós temos mais ou me-nos o tamanho de Copacabana, 6 hotéis é pouco. De qualquer maneira o que mexeu muito foi na quantidade de lotes.

Em que fase está o licenciamento?O que nós obtivemos agora para todo o

empreendimento foi a LP, que é a licença

prévia, e quando você recebe esta LP vêm os encargos para obtenção da LI que é a licença de instalação. Para se obter esta LI você tem que cumprir cada item que ali está transcrito. Um dos itens que tem que estar cumprido é a aprovação dos projetos específicos. Acontece que os projetos específi cos são muito caros para serem realizados na sua totalidade. Então, os projetos que nós temos hoje prontos são os da primeira fase. A LP é para todo o empreendimento e as LI para cada lote. Nós temos a LP de todo o empreendimento

empreendedor até agora se submeteu. Os órgãos ambientais, hoje, são muito exigen-tes, e nós só chegamos aqui em função da nossa determinação de cumprir as regras. Vou te dar um exemplo: Foi levantado que existe na região uma espécie de árvore chamada Jacquinia brasiliensis, e que não podia ser transplantada. Nós trouxemos uma especialista de Minas Gerais, que trabalhou no projeto para saber se era possível fazer o replantio. Conclusão, hoje as Jacquinia brasiliensis estão todas lá, grandes, todas as mudas transplantadas pegaram. Ou seja, nós paramos de respirar a nossa vida do dia-a-dia durante quase um ano em função da Jacquinia, para resolver este problema.

Nós monitoramos os ventos aqui duran-te um ano e ainda estamos monitorando. Então a gente está cuidando do detalhe do detalhe do detalhe para poder cumprir tudo. Nós trazemos os melhores especialistas para que eles nos apontem os problemas para que a gente possa resolver. Nós não damos um jeito, se na área não pode, então não pode e ponto.

O que a cidade de Cabo frio precisa fazer para fortalecer a sua marca turística?

A percepção do público é muito agu-çada e eu acho que este processo já está acontecendo. Que é o de recolocar Cabo Frio no seu devido lugar, de destino turísti-co importante. Eu acredito que este projeto vai ser muito importante para isso. Ele vai trazer um desenvolvimento, sob o aspecto turístico para a zona, incalculável. Um equipamento muito importante que vai nos auxiliar muito neste trabalho é o aeroporto de Cabo Frio. Esse modismo de Búzios vai começar a dividir com Cabo Frio.

Como o senhor vê a Região? Não estaria faltando uma maior integração entre os municípios?

Sem dúvida. Essa integração está acontecendo naturalmente, é claro que existem interesses locais que às vezes prejudicam este entrosamento. Mas esse tipo de empreendimento vai ajudar muito esta integração. Nós vamos estar a 500m do município de Búzios. As duas cidades também têm vocações diferentes, a pesca, por exemplo, de alto mar, que é um item importantíssimo para a região, isso é Cabo Frio. Eu tenho certeza que os restaurantes das duas cidades vão ter um incentivo mui-to grande porque os consumidores estarão aqui na região. Tomara que o Projeto Peró seja o grande elemento de ligação entre as duas cidades.

absolutamente dentro das regras, nós não estamos utilizando nenhuma área para casas que sejam áreas de preservação, nenhuma delas.

Ainda existem questionamentos, ou essa fase está superada?

Questionamentos sempre existem, mas a licença master do empreendimento é a LP e depois a LI e isso nós temos. Esse projeto é citado pela secretaria do Meio Ambiente, pelo governador do Estado e também pelas pessoas que mergulharam mais profunda-mente nele, como um exemplo ambiental. O que nós nos submetemos a fazer nenhum

A gente está cuidando do detalhe para poder cumprir tudo

O Club Med em si é totalmente inviável sozinho

Nós não damos um jeito, se na área não pode, então não pode e ponto

e temos a LI dos acessos e do Club Med. Num primeiro momento nós vamos fazer os acessos, o Club Med, os loteamentos e o Bora Bora, que também é administrado pelo Club Med.

Os ambientalistas dizem que querem os hotéis, mas não os loteamentos. Como fi ca essa questão?

O Club Med em si é totalmente invi-ável sozinho. Estes questionamentos não me dão medo porque nós estamos agindo

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A chegada do Breezes e do Club Med abrem uma temporada de investimentos em infra-estrutura turística para a região?

Eu não tenho dúvida disso. Esse dois empreendimentos abrem uma nova di-mensão proporcionando inclusive, pela própria dinâmica dos negócios, que a gente tenha um encalhe do negócio de verão. Eu acompanhei muito, mundo afora, esse tipo de empreendimento e pode ter certeza que quando se desenvolve um projeto como este não se pode encarar ele como o ponto fi nal. Ele é o embrião de todo um desenvolvimen-to para a região. E aí outros investidores vi-rão. Os economistas fazem previsões muito interessantes e que eu olho sempre com certa desconfi ança, mas eu sei que é uma coisa muito importante porque este tipo de empreendimento turístico movimenta tudo: o serviço, o advogado, o contador, o artesão criando uma coisa social, a mão de obra so-bre todos os aspectos desde a construção até a operação, fora as fábricas e confecções de biquíni e muito mais. Por exemplo, o Club Med vai montar uma escolinha para sele-cionar pessoas aqui da região e só o Club Med vai empregar mais de 300 pessoas locais. Isso é um motor importantíssimo. Eu queria dizer o seguinte: é inviável, em virtude de várias coisas, deslocar pessoas de outros lugares. O grosso dessa operação será feito pelo pessoal local. Isso mexe com a economia em geral.

Qual é o ponto forte da região para atrair esses investimentos?

Eu acho que é um conjunto de coisas, o clima, a beleza natural, a proximidade com o Rio, é um buquê de coisas. As coisas ruins é que as cidades não foram desenvol-vidas de uma maneira interessante do ponto de vista arquitetônico e urbanístico. Essas coisas estão sendo feitas e é o que eu já falei, Cabo Frio deu um salto, a própria orla de Cabo Frio é mais bonita que a orla do Rio de Janeiro. Búzios vai ser empurrada pela própria dinâmica.

O senhor acha que a crise mundial pode afetar o Turismo no Brasil?

A crise mundial na verdade é um mo-mento de pânico. As crises são adminis-tráveis e o pânico não. As conseqüências daquilo que nós estamos vivendo são ab-solutamente impossíveis de ser avaliadas. Em relação a este empreendimento, eu temo que a velocidade de concretização possa ser prejudicada um pouco, ou seja, que tenham um processo de desacelera-ção no sentido de tempo. Quem sabe se

este projeto poderia ser realizado em 4 anos e agora vai demorar 7 ou 8, mas é impossível prever. Eu temo que outros empreendimentos que estejam começando agora sejam até suspensos. Mas como eu sou otimista de formação, acredito que as coisas vão se recompor e o meu sentimento é que o mundo, depois da nova eleição do novo presidente americano, que virá com medidas de acalmar os mercados, dentro de 4, 5 ou 6 meses já consiga respirar um novo ar de otimismo. Isso é uma coisa de longo prazo e nós não podemos ser imediatistas. Se nós fossemos imediatistas esse projeto já teria sido abandonado há muito tempo.

Onde o senhor se inspirou para criar o projeto?

Eu me inspirei muito em um projeto feito no México, construído em área de preservação ambiental e que está em um lugar que se chama Punta Mita. Quando eu vi aquele empreendimento eu me apaixonei

que podem falar sobre o menor detalhe de tudo isso. Mas, o que eu mais vejo são discussões muito superfi ciais. Então, fi ca no imaginário das pessoas coisas que são mui-to profundas. Por exemplo, o EIA/RIMA do Projeto Peró são três pastas de arquivo cada uma com mais ou menos 25 cm de altura cada. Enfi m, a coisa foi feita com tanto detalhe que às vezes dá pena ver ser tratada assim, de uma forma tão superfi cial.

Esse projeto não é um projeto político. Ele é feito exclusivamente com idealismo de querer fazer na região uma coisa muito importante para ela, uma coisa séria. Obje-tiva-se lucro? Claro que sim, seria ridículo eu dizer que não. Mas ele é feito com tanto cuidado, ele trás tantos benefícios, que eu adoraria me aliar com essas pessoas no sentido de que eles entendessem que nós abrimos mão de tantas coisas, nós fomos tão generosos na nossa forma de encarar o projeto, ou seja, em nenhum momento fomos aqueles turrões teimosos, tentando passar por cima de regras intransponíveis, de regras duvidosas. Eu espero que essas pessoas que são contra acabem sendo sedu-zidos pelos méritos do projeto e caminhem com a gente nisso.

Como foi seu primeiro contato com a região?

Eu estou fazendo um livro e acabei de escrever esta história. Eu trabalhava na TV Excelsior cujo dono, Wallinho Simonsen, também era o dono da Panair do Brasil, que era a grande companhia aérea brasi-leira internacional. Um dia o Wallinho me telefona, ou melhor, naquela época não era nem telefone, era telex, ele passou um telex de Paris para mim dizendo que tinha dado duas passagens de presente para o Bob Zaguri, que era amigo nosso aqui do Brasil de muitos anos, e que o Bob estava namorando a Brigitte Bardot e que ia trazê-la para o Brasil, e me disse que nós tínha-mos que aproveitar isto na nossa televisão e me pediu para eu fazer uma reportagem dentro do avião. Então embarquei para Paris e viemos para o Rio de Janeiro no avião junto com a Briggite Bardot. E daí, eu continuei acompanhando ela, e foi aí que eu vim para Búzios pela primeira vez na minha vida, isso foi em 1964.

Mas tarde eu vim me instalar aqui na praia dos Ossos e nesse momento eu me apaixonei por Búzios, e fi zemos um em-preendimento imobiliário aqui. O primeiro empreendimento imobiliário da minha vida foi feito aqui em Búzios, que foi o Village de Búzios.

e me perguntei por que o Brasil não pode ter uma coisa daquela magnitude, daquele bom gosto, daquele espírito de conviver com a natureza e com o turismo de maneira tão elegante, tão harmoniosa. Então foi uma fonte inspiradora grande.

Todos esses grandes projetos mundiais desenvolvidos dentro de áreas de preserva-ção sempre benefi ciam muito o lugar. As pessoas que comprarem uma casa dentro do Reserva Peró sabem que jamais sofre-rão com um desenvolvimento imobiliário arrasador. Sabem que as regras são de pre-servação. Quem for para ali sabe que vai ter o prazer de estar vivendo num paraíso. Isso foi o que nos levou a gastar tanto tempo, tanto dinheiro, tanta energia.

Como o senhor vê toda essa discussão sobre o Reserva Peró?

Hoje o Projeto Perós é um peso bastante importante para nós e chegamos até aqui à base do entusiasmo de fazer um negó-cio correto, diferente, e tomara que essa também seja a percepção das pessoas em geral. Eu fi co muito triste, às vezes, de ver o projeto ser discutido superfi cialmente. E nós temos técnicos da melhor qualidade

Eu espero que essas pessoas que são contra acabem sendo seduzidos pelos méritos do projeto e caminhem com a gente nisso

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A Petrobras realizou no dia 6 de novembro último, o II Encontro com a Imprensa 2008, evento no qual foram anunciados os vencedores da segunda edição do Prêmio Pe-trobras de Jornalismo - Bacia de Campos. Os vencedores receberam troféu, certifi cado e foram contemplados com uma viagem com direito a um acompanhante a Salvador.

Os premiados:- Categoria Jornal Impres-

so: repórteres Marcelle Reid e Simone Noronha, do jornal Energia e Negócios, com a re-portagem “Energia para Todos os Gostos”.

- Categoria Site: repórter Tathiana Campolina, do site Macabu News, com a série de reportagem “O Crescimento do Gás”.

- Categoria Revista: repór-ter Gustavo Araújo, da Revista CIDADE, com a reportagem “Vocação Energia”.

- Categoria Fotografi a: fo-tógrafo João Caldas, do jornal Diário da Costa do Sol, com a fotografi a “Vôos Offshore”.

- Categoria Televisão: re-pórter Juliano Medeiros, cine-grafi sta Alcimar Costa e produ-tor Ivan Lemos, da TV Record, com a reportagem “Bioenergia: a Força da Natureza”.

- Categoria Rádio: repórter Mário Luiz Machado, da Rá-dio 101 FM, com a reportagem “Petróleo Verde”.

- Categoria Responsabili-dade Social: repórter Renata Monteiro, produtora Adriana Correia e cinegrafi sta Natan Moreira, da Inter TV, com a reportagem “Preservação Ambiental”.

II Prêmio Petrobras de Jornalismo

YAZIGI apresenta Cantata de Natal

Famílias portuguesas recebem comenda Feitoria do Brasil

Como parte dos eventos da Festa Portuguesa de Cabo Frio, a secretaria de Turismo presta uma homenagem à famílias de imigrantes portugueses que em Cabo Frio viveram, formaram sua famílias e ajudaram no progresso da cidade. A comenda recebeu o nome de Feitoria do Brasil e é concedida aos fa-miliares desses primeiros imigrantes.

Este ano as famílias homenageadas foram: da esquerda para a direita:Maria do Carmo Gago - Família Gago, José Antônio Dias e esposa - Família Dias, João Guilherme - Família Bar-bosa, Ilda Agualusa e seu esposo Fernando - Família Agualusa e Núbia Azevedo - Família Azevedo.

Será no dia 11 de dezembro, a partir das 19:30 horas a apresentação da tradicional Cantata de Natal do Yazigi. Como faz todos os anos, o curso usa a frente da escola para alojar o seu coral, que apresenta canções natalinas e outras canções populares em Inglês. O evento já uma tradição na pequena Rua Silva Jardim, bem no centro de Cabo Frio, que fi ca lotada para ouvir e se emocionar com as canções natalinas.

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Oito usinas de cana-de-açúcar, dentre elas a Companhia Açu-careira Paraíso, a Usina Pureza Indústria e Comércio Ltda. e a Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool, assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta, onde se comprometem a tomar medidas de controle para reduzir a poluição do ar. E a primeira delas será a implantação de um setor de gerenciamento ambiental dentro da Feema. O TAC foi assinado também pela presidente e pelo vice-presidente da Feema, Ana Cristina Henney e Luiz Martins Heckmaier, por representantes do Sindicato Fluminense de Produtores de Açúcar e Álcool e por promotores de Justiça do Ministério Público do Estado.

H O M E N A G E M

N A T A L

M E I O A M B I E N T E

Usinas assinam TAC

I M P R E N S A

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P a n o r a m a

D I R E I T O S H U M A N O S

As primeiras 18 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do Estado do Rio de Janeiro foram certifi -cadas no dia 14 de novembro em solenidade no Palácio Guanabara. As reservas vão proteger 697,43 hectares de Mata Atlântica em oito municípios (Silva Jardim, Piraí, Seropédica, Rio Claro, Saquarema, Magé, Nova Friburgo e Resende).

As RPPN são uma ca-tegoria de unidade de con-servação criada em terras particulares e administrada pelos seus proprietários sob supervisão dos órgãos am-bientais.

De acordo com o presi-dente do IEF/RJ, André Ilha, a expectativa é a de que sejam instituídas pelo órgão, nos próximos dois anos, reser-vas estaduais que, no total, protegerão área superior a 5 mil hectares:

As RPPN permitem a

isenção de Imposto Territorial Rural (ITR) para os proprie-tários e o acesso a fundos de apoio à implantação e gestão, além do apoio de instituições de conservação e pesquisa. A criação de RPPNs favorece os municípios como um todo, contribuindo para elevação do repasse do ICMS Verde para as prefeituras.

Previstas na legislação ambiental há oito anos, as RPPN até então só podiam ser criadas em nível federal. A lei 9.985/2000, no entanto, previa que o processo de cer-tifi cação poderia ser realizado pelos estados que fizessem uma regulamentação espe-cífi ca. As normas do estado do Rio foram estabelecidas através do Decreto Estadual 40.909/2007 e da Resolução SEA 038/2007. Uma das prin-cipais alterações em relação à legislação federal é a de consi-derar as RPPN como unidades de proteção integral.

Projeto desenvolvido pela Uenf junto às escolas estaduais de todo o Norte e Noroeste Fluminense é fi nalista na disputa pelo Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos. Intitulado “Contribuições da Educação Continuada na Formação do Profes-sor-Pesquisador para a Vanguarda da Pesquisa em Educação”, o projeto é um dos dois fi nalistas na categoria dedicada à Extensão Universitária. Dos 350 projetos inscritos, 99 concorreram nesta categoria.

Reservas Particulares

Galiotto participa da Feira do Livro de Porto Alegre

O empresário e ambien-talista Ernesto Galiotto par-ticipaou, como convidado, da Feira do Livro de Porto Alegre, onde fez o lança-mento da obra “Natureza Inatcta & Agredida - 30 Anos de luta ambiental”, de sua autoria. O gaúcho Ga liotto participou de noites de autógrafos, fez palestras na Feira de Porto Alegre e na sua cidade natal, Flores da Cunha, onde a prefeitura comprou um exemplar do livro para cada escola do mu ni cípio.

Alvo da mídia, o empre-sário fez mais de 20 entrevis-

tas para rádios, jornais e TVs (na foto com a apresentadora da TVE de Porto Alegre), contando as aventuras vividas como ambientalista e mos-trando em fotos a degradação ambiental sofrida por diver-sos municípios do interir de estado Rio de Janeiro.

Divulgação

A assessoria do deputado estadual Alcebíades Sabino (PSC/RJ), pediu espaço para publicação de uma correção à matéria publicada na edi-ção número 31, com o título “Troca-troca na Alerj”.

A reportagem cita o pro-cesso de cassação do deputa-

do, sem mencionar os recursos impetrados pelo mesmo em sua defesa. Segundo nota da assessoria , “a ação ainda não foi concluída no TSE, pois ainda cabem vários recursos e que certamente a verdade prevalecerá sendo o deputado cabalmente inocentado”.

SABINO

Uma realização dos cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolog-nesi, o Cine Tela Brasil, projeto patrocinado pelo programa CCR Cultura nas Estradas, da Companhia de Concessões Rodoviárias, chega à região, levando cinema de graça para os bairros das cidades, numa cortesia da ViaLagos e Ponte S/A

Uma tenda abriga uma sala de cinema completa, com 225 cadeiras, telão, projeção 35 mm em Cinemascope, som surround e ar condicionado. O Cine Tela Brasil já realizou mais de duas mil sessões e exibiu 54 diferentes longas-metragens nacionais para um público que ultrapassa 440 mil espectadores.Mais de 180 cidades cortadas pelas rodovias do Grupo CCR já receberam o projeto. Trata-se de maior taxa de ocupação de cinema do País, com a média de 87% dos lugares ocupados em cada sessão.

O Cine Tela Brasil passou por Cabo Frio e Búzios no fi nal de novembro, seguindo para Rio Bonito, nos dias 3, 4 e 5 de dezembro.

Cinema de graça nos bairros

Uenf é fi nalista

J U S T I Ç A

C I N E M A M E I O A M B I E N T E

L I V R O S

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uando falamos em valores abso-lutos, Macaé aparece em quarto lugar na lista de gastadores, com uma despesa de R$ 16.326.547,00 com o Legislativo. Campos

dos Goy tacazes está em sétimo com R$ 12.152.115,00. Cabo Frio em 11º com R$ 7.033.572,00. Rio das Ostras em 18º com R$ 4.365.800,00. Araruama em 20º com R$ 3.590.666,00. Quissamã em 27º com um gasto de R$ 3.303.792,00. Armação dos Búzios em 31º com R$ 2.803.647,00.

Estes e os seguintes dados fazem parte

Segundo dados do relatório Finaças dos Municípios Fluminenses, os municípios do Estado do Rio de Janeiro desembolsaram, em 2006, um total de R$ 629 milhões com gastos nas Câmaras Municipais. O valor é 11,4% maior que o registrado em 2005. Entre os municípios com aumentos mais intensos, destacam-se Cabo Frio (23,3%) e Macaé (19%). Já os maiores gastos per capta foram realizados em Quissamã (R$ 206).

Quanto custa?

de um Raio X dos 92 municípios fl uminen-ses lançado recentemente. Com o aval do governador Sérgio Cabral (PMDB), que assinou o texto de apresentação, o primeiro número de Finanças dos Municípios Flu-minenses traz um resumo detalhado dos principais dados fi nanceiros do Estado. As fontes de coleta são a Secretaria do Tesouro Nacional e o Tribunal de Contas do Estado.

Educação, gastos com pessoal e royal-ties foram alguns itens estudados por Cida-de. Ao todo, 144 páginas trazem valiosas informações e tem todos os requisitos para se tornar o livro de cabeceira dos prefeitos recentemente eleitos e reeleitos.

Em 2006 a receita das cidades flu-minenses totalizou R$ 19,76 bilhões, um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior. Quem mereceu destaque mesmo foram as cidades do interior do Estado por alcançarem um crescimento de 10,8%. Vale destacar que a grande alavanca deste impulso foram os royalties de petróleo, há dois anos eles representavam R$ 2,68 bilhões.

Campos dos Goytacazes, Cabo Frio, Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu e Rio de Janeiro foram as seis cidades que mais cresceram economicamente. Casi-miro e Cabo Frio também aparecem no seletíssimo grupo de cidades que — graças

PapiPress

Câmara Municipal de Cabo Frio

A d m i n i s t r a ç ã o

Juliana Vieira

Q

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As 10 maiores despesas com pessoal no Estado em 2006 (em R$ milhões)

1º - Rio de Janeiro – R$ 4.626,9 2º - Campos dos Goytacazes – R$ 487,03º - Duque de Caxias – R$ 404,54º - Niterói – R$ 332,75º - Macaé – R$ 308,96º - Nova Iguaçu – R$ 206,57º - Cabo Frio – R$ 181,98º - Volta Redonda – R$ 179,89º - Petrópolis – R$ 161,910º - Angra dos Reis – R$ 179,3

Os 10 maiores investimentos/per capta no Estado em 2006 (em RS milhões)

1º - Rio de Janeiro – 704,82º - Rio das Ostras – 251,63º - Campos dos Goytacazes – 232,64º - Duque de Caxias – 108,15º - Macaé – 101,16º - Cabo Frio – 70,47º - Itaguaí – 49,48º - Angra dos Reis – 45,29º - Nova Iguaçu – 43,110º - Magé – 38,3

aos royalties — aumentaram suas receitas entre os anos de 2005 e 2006. Casimiro fi cou em primeiro lugar com taxa de 31% e Cabo Frio em segundo com 25%.

Quando o assunto é renda per capta, os seis municípios que lideram o ranking no Estado do Rio são: Rio das Ostras (R$ 8.791,00), Quissamã (R$ 8.465,00), Carapebus (R$ 5.171,00) , Macaé (R$ 4.984,00), Casimiro de Abreu (R$ 4.927,00) e Armação dos Búzios (R$ 4.445,00). Coincidência ou não, todas elas pertencentes à Bacia de Campos.

Os royalties do petróleo não são a única peça nesta engrenagem que é a economia fl uminense. Para quase 70% dos municí-pios do Estado do Rio o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Ser-viços) representa a maior fonte de receita. Porém, nos últimos anos um fraco desem-penho foi detectado. No Brasil, entre 2005 e 2006, o ICMS repassado aos municípios aumentou em 19,7%. No Estado do Rio este índice não passou de 6,1%.

Mesmo com este resultado pífi o, Macaé conseguiu uma vaga entre os municípios que, no mesmo período, obtiveram os maiores aumentos percentuais do ICMS. Macaé esteve acompanhada de Manga-ratiba, Itaguaí, Paraty, Niterói, Angra dos Reis, Japeri e Petrópolis.

Gastos com pessoal “Pessoal é a maior despesa dentre os

gastos municipais e representou cerca de 50% do total dos gastos dos municípios fl u-minenses”, garante o Finanças. A notícia

vem de encontro à constatação do estudo divulgado no início do ano pelos profes-sores da Universidade Cândido Mendes de Campos dos Goytacazes.

De acordo com o Finanças, só em 2006 foram gastos R$ 9,45 bilhões. Um crescimento considerável se compararmos com o ano anterior, R$ 8,74 bilhões. Outra curiosidade: municípios com menos de 300 mil habitantes apresentaram taxas de cres-cimento de gastos com pessoal superiores à média estadual.

Neste contexto de aumentos expressi-vos encontramos Campos dos Goytacazes (R$ 487,0 milhões), Macaé (R$ 308,9 milhões) e Cabo Frio (R$ 181,9 milhões) entre as 10 maiores despesas com pessoal no Estado no ano de 2006.

Baseado em dados da Secretaria do Tesouro Nacional e estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatís-tica) chegou-se a conclusão que Quissamã ocupou, em 2006, o primeiro lugar gastan-do R$ 2.915,00 per capta com contratação de pessoal. Seguida de Carapebus com R$ 2.334,00, Armação dos Búzios com R$ 2.066,00, Macaé com R$ 1.922,00 e Rio das Ostras com R$ 1.622,00.

Dos 92 municípios, 11 reduziram os gastos com pessoal no mesmo período, dentre eles Cantagalo (-26,8%), São Gon-çalo (-20,9%), Miracema (-13,9%), Carmo (-11,1%), São José do Vale do Rio Preto (-11%) e São João de Meriti (-10,6%).

Nota baixa na educaçãoDe acordo com a Constituição, pelo

menos 25% da receita proveniente de im-postos devem ser aplicados na educação de cada município. O levantamento mostrou que em 2006 as cidades do Estado do Rio aplicaram pouco mais de R$ 4 bilhões na educação, o valor supera em 10,4% o aplicado em 2005.

Entre os dois anos os municípios que, em termos absolutos, direcionaram os maiores recursos para a educação foram Rio de Janeiro (R$ 49,6 milhões), Macaé (R$ 36,1 milhões), Rio das Ostras (R$ 32,2 milhões), Belford Roxo (R$ 25,9 milhões), Duque de Caxias (R$ 25,1 milhões), Se-ropédica (R$ 24,6 milhões) e Cabo Frio (R$ 23,7 milhões).

Um cruzamento do gasto anual por aluno com o IDEB (Índice de Desenvolvi-mento da Educação Básica) de 2005 para a primeira fase do ensino fundamental (4ª série) detectou uma fraca correspondência entre os dois lados da moeda.

O IDEB avalia o rendimento escolar, é um índice com valores de 0 a 10 que sinteti-za informações sobre aprendizagem e fl uxo dos ensinos fundamental e médio.

Campos dos Goytacazes — quinto lugar no ranking do gastos por aluno — ganhou um destaque nada agradável, o de pior nota entre os municípios fl uminen-ses na primeira fase do IDEB. No boletim ganhou 2,9. A nota também foi vermelha na avaliação da segunda fase (8ª série), levou 2,7.

Entre os 10 municípios que mais inves-tiram em educação por aluno estão também Quissamã, que mesmo assim não obteve boa nota na avaliação. Rio das Ostras, terceira na lista de gasto por aluno, foi a única a aparecer na segunda fase com nota superior a 4.

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12 CIDADE, Dezembro de 2008

obram candidatos na fi la do desem-prego nos balcões de mão-de-obra de todo o estado. Por outro lado, também sobram vagas nas empresas

ligadas à cadeia produtiva de petróleo e gás, que cresce a olhos vistos na costa fl uminen-se. Essas empresas querem contratar, mas não encontram trabalhadores qualifi cados para funções como de caldeireiro, pintor e cozinheiro. Nada mais simples, portanto, do que capacitar os desempregados para ocupar as vagas que existem. Foi pondo em prática esta fórmula tão óbvia que o gover-no federal lançou em dezembro de 2003 o Programa de Mobilização da Indústria Na-cional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). Em abril deste ano, o Prominp chegou à Bacia de Campos, através do 3º ciclo do Plano Nacional de Qualifi cação Profi ssio-nal, oferecendo 788 vagas para 19 cursos em Macaé. Deu tão certo que um novo ciclo se abriu — desta vez, disponibilizando 748 vagas em 12 opções de cursos, cujas aulas acontecerão no Senai ou no Senac.

Para fazer um dos cursos, é preciso ter idade mínima de 18 anos e primeiro se submeter a um processo seletivo, cujas inscrições se encontram abertas até o dia

19 de dezembro pelo site www.prominp.com.br. Quem tem nível básico de instru-ção poderá tentar uma vaga nos cursos de auxiliar de movimentação de cargas (48 vagas), caldeireiro offshore (64), pintor (64), ajudante de cozinha (48), saloneiro (16) e taifeiro (60). Quem concluiu o nível médio pode se candidatar a uma vaga nos cursos de instrumentista reparador (160 vagas), operador de movimentação de cargas (160), profi ssional de suprimento (32), comissário (64), cozinheiro (16) e padeiro (16). A inscrição custa de R$ 22 (nível básico) a R$ 38 (nível médio), e as provas acontecerão no dia 18 de janeiro de 2009. Os alunos selecionados que esti-verem desempregados terão uma ajuda de custo de R$ 300 a R$ 600.

“O programa não garante emprego, mas aumenta muito a chance de trabalho”, ga-rante a coordenadora executiva do Prominp na Bacia de Campos, Eliete Rosado, que está percorrendo as cidades da região para divulgar o plano de qualifi cação. As pales-tras, realizadas com o apoio das prefeituras, costumam ser concorridas — uma prova de que a fórmula vem dando certo. Segundo Eliete, a grande maioria dos candidatos são pessoas desempregadas, que vêem no setor de petróleo e gás uma boa oportunidade de

trabalhar e mudar de vida. Rafael Tavares de Souza, 18 anos de idade, encaixa-se neste perfi l. Sem trabalho fi xo, morando em Iguaba Grande, ele conseguiu uma vaga no curso de saloneiro no Senac de Macaé. Depois de um mês e meio de aulas, já com o diploma na mão, foi contratado por uma empresa do setor de serviços para trabalhar embarcado. “O curso foi ótimo para mim, abriu várias portas”, comemora o rapaz, que até então só havia conseguido emprego temporário numa sorveteria.

Capacitar-se para o mercado de tra-balho não é a única vantagem de quem participa do Prominp. Parceira do projeto, a Petrobras mudou os critérios de contrata-ção exigidos para as empresas prestadoras de serviço na Bacia de Campos. Em média, o profi ssional que trabalha no setor — so-bretudo nas plataformas — precisa ter entre três e cinco anos de experiência. Se o fun-cionário tiver participado do Prominp, no entanto, poderá ser contratado mesmo que não comprove nenhuma experiência ante-rior. “Este é um diferencial competitivo”, observa Eliete Rosado, que, paralelamente à divulgação dos cursos, também tem se reunido com empresários da região para divulgar o banco de currículos do Prominp — já formado por 28 mil ex-alunos.

Ensinando a pescarProminp abre mais 748 vagas para 12 cursos em Macaé

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Gustavo Araújo

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PETRÓLEO

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13CIDADE, Dezembro de 2008

Umacasa portuguesa

Carlos Rodrigues d’Almeida, o Tonto (direita) com a mulher Verônica e o fi lho Carlos

ostrar a cultura e as tradições portuguesas. Esse foi o pedido da secretaria de Turismo para os empresários que participaram da

IV Festa Portuguesa de Cabo Frio, evento idealizado pela prefeitura para movimen-tar a cidade fora da temprada. Pelo menos um deles levou o pedido a sério.

Carlos Rodrigues d’Almeida, o Ton-to, proprietário de dois estabelecimentos na cidade, o Bar e o Botequim do Tonto, se apresenta como “fi lho, sobrinho e neto de portugueses”, apesar de nunca ter vi-sitado a terra d’além mar. Entusiasmado, participa da festa desde o primeiro ano. “Participei os quatro anos e, por iniciati-va própria, fui o único que fez ornamen-tação no primeiro ano. Só depois veio o concurso”, conta o empresário.

Este ano, porém, a pefeitura não está fazendo nenhuma premiação, como as realizadas em anos anteriores, para os estabelecimentos melhor caracteriza-dos com motivos portugueses. Tonto acredita que isso pode ter desmotivado aqueles que pensavam em decorar seus restaurantes sonhando com o prêmio, que já levou vencedores a atravessar o Atlântico. Apesar disso, o empresário mais uma vez investiu na decoração do seu estabelecimento. “Mesmo sem prêmio, resolvi fazer a decoração, pelo prazer de participar. Estou plantando para o ano que vem”, diz, confi ante de que a premiação volte a acontecer no próximo ano.

Na decoração, muita criativiade e pouco investimento. “Toda a decoração deve ter custado uns R$ 40,00”, diz Ve-rônica, mulher e sócia de Tonto.

Tonto, que dirige seus dois estabele-cimentos com a mulher Verônica e o fi lho

Carlos, não tem dúvida em afi rmar: “com certeza esta casa é uma casa portuguesa”.

A artista plástica Neide Delorme usou a criatividade para encher o ambiente com uma atmosfera legitimamente portuguesa, mesclando as culturas ao apresentar a ima-gem do Galo de Barcelos estilizado com o sol de Cabo Frio.

Um caso à parte foram os pergaminhos culturais, artisticamente colocados dentro de macarrões e oferecidos aos clientes junto com a conta. Dentro, extratos de poesias, relatos da fundação de Cabo Frio e histórias da cultura portuguesa.

“Como o apelo era para valorizar a cul-tura portuguesa, depois de muita pesquisa acabamos por optar em apresentar textos de poetas e escritores”, explica Tonto. Desde os mais tradicionais como Fernando Pessoa e Camões, passando por Vinícuis de Mo-raes e até mesmo o cabo-friense Torres do Cabo, poetas e escritores foram lembrados

em delicados “pergaminhos” oferecidos aos clientes.

“Incluimos trechos do hino de Cabo Frio e lembramos também o Galo de Bar-celos, da mais pura tradição portuguesa, para mostrar a integração das culturas”, esclarece Tonto.

700 mini perganinhos foram ofereci-dos aos clientes nos 10 dias de festa.

Apesar de não existir nenhum in-centivo da prefeitura para a participação no evento, exceto o fornecimento de avental padronizado, a festa tem apoio total dos participantes. “Eles já fazem o papel deles fazendo essa festa linda, que está virando uma tradição na cidade, atraindo um turista de qualidade”, diz o empresário.

“Sou um dos poucos que está con-tribuindo para a cultura portuguesa. E a festa este ano foi uma surpresa. Das quatro, esta foi a melhor ”, comemora.

“Pergaminhos” culturais como brinde e o Galo de Barcelos na decoração

Fotos:PapiPress

COM CERTEZA

CABO FRIO

Niete Martinez

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14 CIDADE, Dezembro de 2008

C a r t a s

www.revistacidade.com.brDezembro, 2008

Cartas para o EditorPraia das Palmeiras, 22 - Palmeiras, Cabo Frio/RJ - Cep: 28.912-015E-mail:[email protected]

Publicação Mensal NSMartinez Editora MECNPJ: 08.409.118/0001-80

Redação e AdministraçãoPraia das Palmeiras, nº 22 Palmeiras – Cabo Frio – RJCEP: 28.912-015 [email protected]

Diretora ResponsávelNiete [email protected]

ReportagensCelso PerdigãoGustavo AraújoJuliana VieiraLuis do ValleCezar FernandesPedro Duarte BarrosRenato SilveiraRebeca BrunoRosa SchoolTomás Baggio

Fotografi asAntonio LeudoCésar ValenteErnesto GaliottoFlávio PettinichiMariana RicciPapiPressTatiana Grynberg

ColunistasÂngela BarrosoErnesto LindgrenDanuza LimaOctavio Perelló

Produção Gráfi caAlexandre da [email protected]

ImpressãoEdiouro Gráfi ca e Editora S.A

DistribuiçãoSaquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Quissamã, Campos, Macaé, Rio de Janeiro e Brasília.

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

AGRADECEMOS AS MUITAS MANIFESTAÇÕES DE carinho recebidas através de cartas, emails e telefonemas nos parabenizando pela conquista do prêmio Petrobras de jornalismo com a matéria “Vocação Energia”, tema de capa da edição de junho de 2008. Agradecemos também aos jornalistas Gustavo Araújo e Joice Trindade, e ao fotógrafo Antônio Leudo que, juntos, realizaram a reportagem vencedora e proporcionaram este momento de superação para nossa jovem revista.Niete Martinez - Diretora

PARABÉNS PARA TODOS E QUE VOCÊS continuem com a mesma dinâmica.Paulo Luiz (Gráfica Ediouro/Rio de Ja-neiro)

PARABÉNS PELO BELO TRABALHO. Vocês merecem todos os prêmios. A revista é de altíssima qualidade. Um beijo carinhoso,João Victorino (Rio de Janeiro)

PARABÉNS A REVISTA CIDADE NA PES-soa dos repórteres premiados!!! Que isto sirva cada vez mais de incentivo para que vocês continuem com este brilhante trabalho!!!Gisele Sá Plaisant (Cabo Frio)

Parabéns pelo merecido prêmio e reconheci-mento! Continuem com o ótimo trabalho.Gart Capote (Solaris Consulting/SP)

PARABÉNS!!!! VOCÊ MERECE!!!!!!!Flavio Pettinichi (Cabo Frio)

BELEZA! PARABÉNS. É MUITO BOM receber o reconhecimento de um trabalho que exige dedicação. Sinto-me orgulhoso de participar. Um grande abraço para você e sua equipe. Ernesto Lindgren (Cabo Frio)

MERECIDOS APLAUSOS!!!!!! ....QUEM faz por merecer acaba sendo contemplado... Pa-rabéns!! Cadu Bueno (Búzios)

PARABÉNSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!!! CHE-gou a hora da Revista Cidade! Tenho grande orgulho de fazer parte da sua equipe de tra-balho. Sem dúvida temos a melhor revista da região.Angela Barroso (Búzios)

ESTOU ORGULHOSO DE CONTARMOS com uma revista deste nível. Abraço forte e sucesso.Ruy Borba Filho (Búzios)

PARABÉNS A TODA A EQUIPE.Thomas Weber (Buzios)

PARABÉNS NIETE!! PARABÉNS AOS jornalistas também!!!!Rosa School (Cabo Frio)

QUE VOCÊS DA REVISTA CIDADE CON-tinuem ganhando muitos prêmios. Sucesso! Dr. José Joaquim (Buzios)

PARABÉNS PARA MINHA QUERIDA amiga que tanto luta divulgando matérias de nossa linda região. Você e seus companheiros Gustavo Araújo, Joice Trindade e Antônio Leudo merecem. Um reconhecimento do qual nos envaidecemos. Mario Paulo Tiengo Goldstein (São Pedro da Aldeia)

MUITO ME ALEGROU A NOTÍCIA DA premiação recebida pela Revista Cidade. Meus parabéns a você e aos jornalistas que produziram a matéria vencedora. Cristina Monteiro (Inepac/ Rio de Janeiro)

PARABÉNS AMIGA, VOCÊ MERECE !Chico Sales (Búzios)

PARABÉNS A EQUIPE E A REVISTA RE-ferência do interior do Estado do Rio. Cyl Farney (Jardim Botânico/Rio de Ja-neiro)

PARABÉNS. PRÊMIO MUITO MERECIDO.Kátia Mansur (DRM/Rio de Janeiro)

PARABÉNS PELO EXCELENTE TRABALHO!Elma Leal Soares (Correios/ Niterói/RJ)

AOS AMIGOS DA PREMIADA REVISTA Cidade, como cabo-frienses sentimo-nos orgulhosos pela prata da casa. Como asso-ciados da Avecsol, sentimo-nos honrados de estarmos inseridos na revista. Não só a matéria, mas sim toda a revista é merecedora deste prêmio. Parabéns!AVECSOL (Associação de Vela e Remo da Costa do Sol)

OLÁ PESSOAL DA CIDADE!!!! Gostaria de parabenizar tão importante meio de comunicação da Região. Fabio Fabiano (Coordenador DIUSP/ Ibama)

PARABÉNS PELO PRÊMIO, NINGUÉM mais do que vocês merecem.Guilherme, Tatiana e fi lharada (Búzios)

PARABÉNS PARA TODA A EQUIPE DA Revista Cidade!!!Eliane Ribeiro (Cabo Frio)

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15CIDADE, Dezembro de 2008

N U T R I Ç Ã O

DANUZA LIMA é [email protected]

ALHOnão é apenas um tempero, é um alimento que faz muito bem a saúde.

uito mais que es-pantar mau-olhado e vampiros, o alho

possui propriedades impor-tantes que ajudam a melhorar a saúde. Muitas pesquisas já mostraram que o alho destaca-se por suas propriedades antimicrobianas, anti-neoplásicas, tera-pêuticas contra doenças cardiovascula-res, entre outras. É indicado para casos de resfriado, gripe e nas viroses em geral, devido a sua atividade anti-viral. Possui teores importantes dos elementos zinco e selênio, que são antioxidantes. No organismo, estes nutrientes estão envolvidos no bom funcionamento do sistema imunológico.

A alicina é a substância ativa pre-sente no alho responsável por muitos de seus benefícios medicinais e que lhe confere também o seu aroma caracterís-tico. A alicina se forma quando o alho é cortado e/ou triturado e a sua presença no alho pode variar muito, porque essa substância é muito sensível ao calor.

Dados dos estudos já realizados in-dicam muitos benefícios à saúde relacio-nados ao consumo regular de alho. Além de ser uma especiaria muito atrativa que agrega aroma e sabor a refeição, o alho ainda apresenta benefícios medicinais, o que lhe dá a classifi cação de alimento funcional pela ADA (American Dietetic Association). Em 2004, a ADA publicou um consenso sobre alimentos funcio-nais, enfatizando as propriedades do alho na redução do colesterol e do HDL e apresentou a dose recomendada de 1 dente alho fresco por dia.

Como os princípios ativos do alho são muito sensíveis ao calor, o que pode diminuir a concentração dos mesmos, recomenda-se consumi-lo à temperatura ambiente, cru, na forma de sucos ou de óleo em cápsula. O alho deve ser corta-do em pedaços pequenos e acrescentado à comida.DICA

Deixe de molho 5 dentes de alho frescos e cortados durante 6 horas em meio litro de água. Consuma este líqui-do pelo menos 3 vezes ao dia.

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16 CIDADE, Dezembro de 2008

MacaéRenovação de 50% e maioria nas mãos do prefeito

Riverton Mussi (PMDB), reeleito pre-feito de Macaé, terá uma posição mais confortável quando precisar enviar projetos à Câmara Municipal. Seu grupo político obteve nada menos que 11 das 12 cadeiras do Legislativo. A única voz de oposição ao seu governo será a de Paulo Paes Filho (PSDB), filho do atual vereador Paulo Paes, candidato derrotado a vice-prefeito na chapa de Silvio Lopes. Aos 18 anos de idade, Paulo Paes Filho será o mais jovem vereador macaense.

Dos atuais titulares da casa, seis conse-

Gustavo Araújo guiram mais um mandato: George Jardim (PMDB), Julinho do Aeroporto (PMDB), Paulo Antunes (PMDB), Luiz Fernando Pessanha (PMDB), Chico Machado (PPS) e Eduardo Cardoso (PPS), que atualmente ocupa a Presidência da Câmara. Suplente de Chico Machado, Zezinho Crespo (PTN) agora entra na lista dos eleitos. Dois polí-ticos retornam à vida legislativa, depois de ocupar cargos na prefeitura: Mirinho Bittencourt (PMDB), que foi secretário de Esporte e preside o Macaé Esporte Fu-tebol Clube; e Antônio Franco (PTdoB), que já foi vereador e é ex-presidente da Guarda Municipal. Três dos eleitos nunca ocuparam o cargo: Paulo Paes Filho, Lúcio Mauro da Silva Junger (PTdoB) e Danilo Funke (PT).

Rio das OstrasEquilíbrio de forças na Câmara

Em Rio das Ostras, o prefeito reeleito, Carlos Augusto Balthazar (PMDB), tam-bém terá maioria na Câmara, mas poderá enfrentar difi culdades nas votações cuja aprovação vai depender dos votos de dois terços dos vereadores. Sua base aliada a partir de 1º de janeiro de 2009 será com-posta por seis vereadores, contra quatro da base de apoio ao ex-prefeito Alcebíades Sabino, que perdeu a eleição para Carlos Augusto por uma diferença inferior a 3% do eleitorado.

O campeão dos votos dos riostrenses já exerce mandato no legislativo municipal: Orlando Ferreira Neto, o Neco (PMDB), que obteve 2.082 votos. Outros seis vereadores conquistaram o direito a mais quatro anos na casa: o atual presidente, Carlos Afonso (PSB), Betinho (PDT), Cemir Jóia (PSB), Robinho (PMDB), Rosenildo (PDT) e Nini (PSC). Como o nú-mero de cadeiras na Câmara de Rio das Ostras aumentará de nove para dez já em 2009, três novatos ocupa-

rão as vagas restantes. São eles: Luizinho do Quiosque (PSB), Ademir da Farmácia (PMDB) e Alex Amarrado (PSDB)

CamposDivisão política da cidade refl etida na nova composição da Câmara

Dos 17 vereadores que compõem a Câmara Municipal de Campos, apenas oito continuarão ocupando seus lugares a partir de 1º de janeiro: Marcos Bacellar (PTdoB) — atual presidente da casa e mais votado na eleição de 5 de outubro, com 9.549 vo-tos —, Abdu Neme (PSB), Jorginho Pé no Chão (PTdoB), Dr. Dante (PDT), Kellinho (PR), Dona Penha (PPS), Nelson Nahim (PMDB) e Ederval Venâncio (PDT). Quatro ex-vereadores retornam ao Legis-lativo: Renato Barbosa (PT), Jorge Magal (PMDB), Altamir Bárbara (PSB) e Jorge Rangel (PSB). Outros quatro vão ocupar o cargo pela primeira vez: Albertinho (PP), Papinha (PP), Rogério Mattoso (PPS) e Gil Vianna (PSDC). Há ainda o caso de Vieira Reis (PRB), que, apesar de debutar na Câmara, não pode ser considerado novo na política, já que é ex-deputado estadual.

A nova composição política da Câmara de Campos mostra claramente a divisão da cidade entre os grupos do ex-prefeito Arnaldo Vianna (PDT) e do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), que lançou sua mulher, a também ex-governadora Rosinha Matheus, como candidata a pre-feita. O grupo de Arnaldo, que chegou a ter o apoio de 15 vereadores no começo do ano, desta vez elegeu dez. Os outros sete eleitos compõem o grupo de apoio dos Garotinho.

CARAS NOVAS

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s Câmaras Municipais de Campos, Macaé e Rio das Ostras iniciarão o ano de 2009 com caras novas. Muitos dos atuais vereadores que

apostavam num novo mandato tiveram suas expectativas frustradas. Por outro lado, novatos na política vão fi gurar na Poder Legislativo dos três municípios que mais recebem royalties na Bacia de Campos, exercendo o papel de fi scalizar os prefeitos e legislar, votando projetos de lei de autoria da própria Câmara, do Poder Executivo ou da sociedade civil.

A

P o l í t i c a

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17CIDADE, Dezembro de 2008

ELITE do Vôlei visita Cabo Frio

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erg

s medalhistas olímpicos Carlão, Maurício Lima, Paulão e Adriana Behar estiveram em Cabo Frio, no dia 22 de novembro, participando

de uma maratona de eventos, que incluiu visitas a instituições que atendem crianças e famílias carentes, clínica de vôlei, na quadra do Ginásio Poliesportivo Aracy Machado, e um jogo-exibição entre os me-dalhistas e um time formado por jogadores

da seleção de Cabo Frio. No fi nal do dia, os campeões olímpicos ainda participaram de um coquetel com autoridades, clientes do Banco do Brasil e imprensa.

Carlão, Maurício Lima, Paulão e Adria-

na Behar são consagrados como grandes nomes do vôlei em todo o mundo. Hoje, viajam pelo Brasil afora Embaixadores do Esporte do Banco do Brasil, promovendo eventos sociais.

OS MEDALISTAS participaram de uma partida com a seleção de Cabo Frio. Na foto os jogadores com o prefeito de Cabo Frio Marcos Mendes (camisa escura)

E s p o r t e

O

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18 CIDADE, Dezembro de 2008

RESERVA PERÓProjetado para ocupar mais de quatro milhões de metros quadrados dentro da APA Pau Brasil com a promessa de integração e preservação do meio ambiente, o maior projeto turístico da Região dos Lagos está saindo do papel para se tranformar na primeira experiência de ocupação controlada de ecosistemas considerados de preservação permanente.

dealizado no ano de 2000 pelo empre-sário Ricardo Amaral, um verdadeiro superstar do mundo dos negócios, e pro jetado pelo engenheiro Sérgio Moreira Dias, o mesmo que idealizou

e implantou o Rio Orla, o Projeto Reserva Peró começa a sair do papel para se trans-formar em realidade.

Foram muitas as discussões e ques-tionamentos até a expedição da Licença Prévia n° FE012863, em 04 de junho de 2007. O projeto precisou ser alterado um sem número de vezes para se adequar às exigências, primeiramente, do Plano Ges-tor da Apa Pau Brasil, e, posteriormente, para atender às orientações dos órgãos ambientais, em todas as esferas, e dos Mi-nistérios Púbicos Estadual e Federal.

Da confi guração original, perderam-se

D e s e n v o l v i m e n t o

Celso Perdigão

I

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19CIDADE, Dezembro de 2008

MASTERPLAN do Projeto Reserva Peró

Processo dolorosoDesde o primeiro Masterplan, feito

em 2000, inúmeras reuniões com órgãos ambientais estaduais, federais e muni-cipais e com o poder público municipal foram realizadas, além de duas audiências públicas, e reuniões setoriais com empre-sários e com a sociedade civil. “Eu estive fazendo um levantamento, e nós passamos por 37 instituições”, resume Ricardo Ama-ral, tentando falar rapidamente do que foi o processo de licenciamento do Reserva Peró. Como fruto dessas reuniões, muitos estudos foram produzidos em praticamen-te todas as áreas, com o envolvimento de profi ssionais e técnicos de Universida-des e Centros de Pesquisa reconhecidos nacionalmente. Apenas para atender à Fundação Estadual de Engenharia e Meio

Ambiente (Feema), foi necessário apre-sentar nove projetos de monitoramento ambiental (Plano de Gestão Ambiental, Manejo de vegetação, Monitoramento da Avifauna, Monitoramento da Herpetofau-na, Monitoramento de Ictiofauna Marinha, Monitoramento de Ictiofauna Dulcícola, Monitoramento de Dunas, Monitoramento do Patrimônio Arqueológico e Plano de Gestão de Resíduos).

Mais de trinta modificações foram feitas no projeto original, resultando na eli-minação de empreendimentos e alterações no posicionamento da maioria deles, com o objetivo de ampliar as áreas intocadas. Em apenas um caso, o afastamento do Hotel Sheraton em mais 200 metros da praia além do previsto, possibilitou a criação de uma área intacta contínua de 250.000 m².

dois loteamentos e dois campos de pólo, e uma área ainda se encontra em fase de análise. Mas, apesar disso, o otimismo é grande. Depois de concluído, os empre-endedores estimam que o complexo possa gerar perto de 16 mil empregos, o que representará uma injeção anual de apro-ximadamente R$ 100 milhões na massa salarial da região, e render em torno de R$ 40 milhões em impostos para os cofres municipais.

“Foram 8 anos de trabalho no sentido de buscar o modelo certo, ao mesmo tempo sustentável, do ponto de vista comercial, preservando ao máximo a área. Eu tenho certeza que este projeto vai mudar o me-tabolismo desta região e vai ser um pólo importantíssimo de Turismo no Brasil”, enfatiza Ricardo Amaral.

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20 CIDADE, Dezembro de 2008

As DunasPonto mais polêmico do projeto, o cam-

po de dunas existente no local foi objeto de estudos do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que indicou a não interferência do empreendimento na movimentação dos sedimentos. A questão, porém, está longe de ser uma unanimidade.

O geocientista Guilherme Borges Fer-nandez, do Instituto de Geociências da U niversidade Federal Fluminense (UFF) é categórico: “Isso é um desserviço e uma afronta à inteligência dos geocientistas que trabalham seriamente com essa temática. Se você perguntar para qualquer geocien-tista que tenha um mínimo de coerência, e de passado em seus estudos, ele vai dizer que aquela região é um sistema de dunas de diversas formas, que precisam de uma planície de circulação livre para se desen-

volver. O lugar é um mosaico de formas eólicas que é uma dádiva para o Rio de Janeiro, um retrato da evolução terrestre que deveria ser preservado para as gerações futuras”, afi rma.

Paulo Dias Pizão, diretor da Servec Ecologia, garante, no entanto, que todos os cuidados ambientais estão sendo tomados. “Estamos dentro de uma APA”, lembra. O diretor explica que técnicos contratados executam o monitoramento ambiental completo da área. “No caso das dunas foram levantados todos os aspectos, desde um peixe que só aparece anualmente para desovar nas poças d’água, até a área de pouso para as aves”, conta.

O diretor explicou que para monitorar a movimentação dos sedimentos foi con-tratado o Departamento de Geociências da UFRJ. Segundo Pizão, foram colocados equipamentos dentro do terreno e, até aqui,

já foram feitas 12 medições. “Porém, antes disso, já havia sido feita uma avaliação quantitativa, pela própria UFRJ, onde se demonstrava que o empreendimento não produziria interferência na movimentação das dunas”, expôs o diretor.

Para completar, uma estação mete-reológica foi instalada, e um centro de mo nitoramento produz relatórios mensais, que são repassados à Feema. “Relatórios esses, que demonstram que a movimenta-ção de sedimentos não está alimentando as dunas, portanto o empreendimento não terá interferência nisso. O patrimônio das dunas, na verdade, vinha sendo destruído pelo mau uso da população. Quiosques foram colocados em cima das dunas, os carros estacionavam sobre elas. A área servia como pista de treino para o Pa-ris-Dakar e nunca ninguém falou nada”, complementa Pizão.

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Área onde será instalado o Projeto Reserva Peró

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21CIDADE, Dezembro de 2008

Porque o Club Med escolheu Cabo Frio para sediar mais um empreendimento?

Cabo Frio é um local maravilhoso, com um clima perfeito para o turismo. A cidade possui praias encantadoras, dunas, trilhas ecológicas e área verde deslumbrante. A exemplo de todas as unidades no mundo, o Club Med está preocupado com a integração à nature-za, preservando características de cada região e valorizando a arquitetura e o artesanato local.

A cidade pode ser considerada um destino turístico de alto nível ou ela passa a ter este perfi l com a implantação de um resort como o Club Med?

A região do Peró é linda e o Club Med atrai um público de alto poder aqui-sitivo. Naturalmente, isso vai impactar de forma qualitativa nos demais empre-endimentos do entorno. A implantação do aeroporto internacional em Cabo Frio contribui decisivamente para a expansão do turismo e eleva Cabo Frio à categoria de grande destino turístico internacional. Já dissemos em outras oportunidades que a construção do aeroporto foi um dos fatores que contribuíram para a decisão do Club Med de construir no Peró o seu quarto Village no Brasil.

Temos que destacar a vocação do

Club Med em revelar balneários turísti-cos. Foi o que aconteceu com Cancun, por exemplo. Fomos os primeiros a chegar na região, que hoje é um dos pon-tos turísticos mais visitados do mundo. Outra ação bastante interessante do Club Med foi a implantação de um Village no Marrocos, após um terremoto que dizimou o país. A convite do governo local, o Club Med abriu uma unidade na região de Agadir. Outro destino in-ternacional apreciado por visitantes de todo o mundo.

Qual o benefício que a cidade pode vir a ter com a implantação do resort?

Os benefícios são muitos. As obras do Village na Praia do Peró devem gerar 2.000 empregos diretos na fase de cons-trução e 600 vagas para mão-de-obra especializada em hotelaria. No total, os demais complexos da Reserva Peró devem gerar 16.500 empregos diretos e indiretos e será feito um programa de capacitação da mão-de-obra local, tanto para a construção, quanto para a operação.

Em termos de tributos, o Club Med normalmente se torna um dos um dos maiores recolhedores de impostos da região, além de contribuir na geração de diversos empreendimentos de suporte a operações, como transportes, agências de viagens e comércio.

Temos que destacar a vocação do Club Med em revelar balneários turísticos

Primeiro empreendimento do Reserva Peró a obter a Licença de Instalação, o Club Med aposta no potencial da região para atrair turistas de alta renda. Acompanhe entrevista exclusiva do presidente do Club Med para a América Latina, Janick Daudet

JANICK DAUDETPresidente do Club Med/América Latina

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Promessa VerdeTendo como um de seus argumentos

de venda, justamente a preservação am-biental, o Reserva Peró já perdeu 30.000 VGV (Valor Geral de Venda) por conta de modifi cações para se adequar às exigências e estudos de ordem ambiental, mas os em-preendedores não falam em prejuízo.

“Só se vai ganhar dinheiro se aquilo es-tiver preservado. O próprio empreendedor é o maior interessado. O grande apelo de venda será: você está numa área protegida ambientalmente. Você está numa Reserva Ambiental”, argumenta Paulo Pizão.

Para garantir isso, o projeto prevê a cria-ção de um horto fl orestal em área de 400.000 m², um corredor ecológico para que a fauna possa transitar da Serra das Emerenças até o Morro da Piaçava (Extremidades do em-preendimento), e a preservação dos campos de dunas com a criação de faixas de tam-ponamento, além de diversas outras áreas contínuas menores, sem ocupação. Também para aqueles que pretendem adquirir lotes, as regras são duras: “A taxa de ocupação de um terreno de 1000m², por exemplo, é de 30%”, informa Ricardo Amaral.

O projeto prevê também a implantação de um Centro de Desenvolvimento Susten-tável (CENDES), que deverá atuar como gestor do horto fl orestal, e estará equipado com laboratório, salas para pesquisadores, centro administrativo, sala de projeção, sala de exposições e sala de reuniões. “Como a APA Pau Brasil não tem sede, nós vamos oferecer para ela estas instalações para que ela possa desenvolver seus estu-dos e trabalhos”, diz o empreendedor.

SEM CONTROLE da municipalidade, as dunas eram usadas para extração clandestina de areia, despejo de lixo e estacionamento para os usuários da praia

D e s e n v o l v i m e n t o

Rosa School

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Cabo Frio e a Região dos Lagos precisam mudar em algum sentido para atender o turista do Club Med?

A chegada do aeroporto demonstra que a cidade de Cabo Frio já está pronta para evoluir ainda mais como destino tu-rístico. As vias de acesso foram refeitas, recebendo asfaltamento e sinalização. De automóvel, é possível chegar até o Peró sem passar dentro da cidade. Toda a região, não somente Cabo Frio, passa por uma total reestruturação com foco no potencial turístico. Não há nenhuma demanda especial para atender ao turista do Club Med. Basta que exista uma boa infra-estrutura urbana, planejada e ade-quada para atender à população local. Se o sistema urbano é bom para a população local, também será para o turista.

5 - O turista do Club Med procura que atrativos na região onde está? Quais seriam os atrativos aqui na Região dos Lagos?

O turista de resort costuma fi car um

tempo maior dentro da unidade. Isso ocorre em função da variedade de atividades que um resort oferece. Certamente, os espor-tes náuticos serão a maior vocação deste Village, pois as condições do vento e do mar são excelentes. Mas no caso especial deste empreendimento, acreditamos que as praias de Cabo Frio, Búzios, os passeios às ilhas, sem esquecer das noites especiais que ambas as cidades oferecem, serão elemen-tos de forte estímulo para os clientes saírem da unidade para conhecer a região.

A maioria será público estrangeiro? Como virão estes turistas? Pelo aeroporto de Cabo Frio? Através de vôos charter ou vôos regulares?

Este é um ponto importante de nossa operação no Brasil. Normalmente, consta-tamos que 85% do nosso público no país é composto de brasileiros nos três Villages que já operamos no país. Esse público pro-vém de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em sua maioria, famílias com crianças e adolescentes. O segundo público

importante em termos de nacionalidade são os argentinos, que simplesmente adoram essa região e ocupam a hotelaria local ao longo do ano todo. Acreditamos que também os franceses vão se inte-ressar bastante em conhecer a região, pois têm uma forte referência da época de Brigitte Bardot com a cidade vizinha Búzios. Acreditamos que no Peró tere-mos uma parcela de estrangeiros maior do que nos outros Villages, em função do conhecimento que os turistas têm da região e por já atrair os estrangeiros como um roteiro obrigatório quando estão no Brasil.

Para o público brasileiro, o Club Med opera charteres somente na alta estação (do Natal ao Carnaval e julho), mas pode ter um vôo ao longo de todo o ano, dependendo da demanda. Para o público argentino, certamente traremos um charter semanal, a exemplo do que já é feito para o Village Trancoso, em Porto Seguro.

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Entrega, pelo vereador Fernando Gonçalves, do Título de Cidadão Bu-ziano ao Editor Executivo e Controller Eduardo Borgerth Teixeira, pelo excelente trabalho de administrar de forma ímpar o Jornal Primeira Hora.

Menção honrosa à jornalista Ma-ria Fernanda pela sua coluna “Ar de Búzios” no Jornal Primeira Hora, onde preserva e informa toda a história da cidade. Na foto com o vereador Ale-xandre Martins, autor da proposta.

Andréia Zito, 34 anos, advogada, fi liada ao PSDB desde 1992. Na foto o futuro prefeito Mirinho Braga e o seu vice Alexandre Martins, entregando o Título de Cidadã Buziana à homenageada.

Gustavo Machado, advogado trabalhista, ex-diretor jurídico da Fenavist, ex-presidente do Diretório Central da UFF e diretor presidente do GrupoTEC. Na foto recebendo o Título de Cidadão Buziano das mãos do futuro prefeito Mirinho Braga e seu vice Alexandre Martins.

Dayse Carvalho da Silva nasceu numa casa na Rua das Pedras. Pescadora e vendedora de peixe criou e formou junto ao marido, quatro fi lhas. Dayse foi homenageada através do vereador Henrique Gomes com o Título de Cidadã Buziana.

Maria Elvira Salles Ferreira de-senvolveu uma ativa carreira parla-mentar por 16 anos, sempre pelo PMDB- MG. Aceitou o desafi o de ser Presidente Nacional do PMDB Mu-lher, com o objetivo de reorganizar os núcleos femininos do partido. O vereador Alexandre Martins entrega o Título de Cidadã Buziana, para a mineira-buziana de alma, Maria Elvira.

Dra. Denise Assunção, Juíza Titular da 1ª Vara do Trabalho de Búzios, a Desembargadora Federal do Trabalho, Dra. Maria de Lurdes Salaberry, a dep. Estadual Cidinha Campos, o advogado Gustavo Machado e sua esposa a Dra. Núria de Andrade Peres, Juíza Titular da 2ª vara Federal do Trabalho em Búzios.

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O que ELAS têm em comum?

São três mulheres poderosas, políticas e apaixonadas por Búzios: Cidinha Campos, Maria Elvira e Andréa Zito, receberam da Câmara Municipal de Armação dos Búzios títulos de cidadãs buzianas

MARIA ELVIRA No que modestamente eu puder, estarei a somar junto aos integrantes do novo mandato

s comemorações do 13º aniversário do município de Armação dos Búzios reuniu três mulheres pode-rosíssimas de uma só vez e num só lugar: Andréa Zito, Cidinha Campos e Maria Elvira receberam da Câmara Municipal o título de cidadãs buzianas.

Coisa que já eram há tempos. “Estou aqui há vinte anos e ninguém nunca me convidou pra dançar”, queixava-se a sempre irreverente Cidinha Campos, a que mais vibrou ao receber o seu título.

Agora são ofi cialmente buzianas! As três são importantes fi guras públicas. Todas têm exemplar trajetória política. Mas são, principalmente, mulheres declaradamente apaixonadas por Búzios. “Esse título não é mais um quadro na parede, como di-ria Drumonnd. Eu não estaria aqui se não fosse importante. É a reciprocidade do amor que tenho e ofereço a cidade”, ressaltou Cidinha.

As três receberam os títulos das mãos do vereador Alexandre Martins (PSDB), vice-prefeito eleito para a gestão que se inicia em 2009, que declarou querer valorizar a importância da presen-ça da mulher na política com as homenagens. “Eu reconheço o espaço alcançado por elas e dou destaque à mulher que é peça fundamental nesta história. A mulher faz tudo com o coração e de coração”, disse.

No início da solenidade, a deputada estadual Cidinha Cam-pos (PDT) foi convidada a sentar-se à mesa. Ao se aproximar, ameaçou, “vou me candidatar aqui em Búzios”. Em seguida, foi a vez da deputada federal, Andréa Zito (PSDB), ser convidada

para se juntar à mesa. Em sua fala, destacou Búzios como uma das cidades mais bonitas do país, reconhecida nacional e inter-nacionalmente. Apesar de ter estado poucas vezes na cidade, Andréa Zito já se sente bastante à vontade. “É como se estivesse em casa”, declarou a deputada.

Cidinha é emoçãoCidinha Campos falou na seqüência. Emocionou-se, e emo-

cionou também o público presente. Com um discurso acalorado de amor à cidade, ela agradeceu o reconhecimento da cidade e a homenagem com a qual foi agraciada. Chorou, a ponto de ter que fazer uma pausa para respirar e precisou de um lenço para enxugar o rosto. Mas foi aplaudida de pé por todos durante um bom tempo.

“Não sei fazer discurso, mas acho que falo bem, pois falo com o coração. Passei 19 anos amando essa cidade e não me

A r m a ç ã o d o s B ú z i o s

Rebeca Bruno Fotos: Flavio Bordalo / Agência Contato

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CIDINHA CAMPOS Essa homenagem me abraça, me beija, me envolve, corresponde todo meu amor

ANDREIA ZITOUma novata na península

sentia correspondida. Essa homenagem me abraça, me beija, me envolve, corresponde todo meu amor. Búzios estava sujo, abando-nado, decadente. E Búzios tem vocação para o estrelato. Eu vejo a mudança política decidida no último pleito como necessária. Búzios precisa voltar aos seus patamares de prestígio. Tem que ser um pólo de gente feliz. Búzios é um município muito pequeno, deve ser referência em educação, em índice de desenvolvimento humano, em tudo. Vou fazer por Búzios tudo o que eu puder, pois eu amo muito esta cidade”, discursou Cidinha.

Cidinha Campos, começou sua relação com Búzios adqui-rindo uma casa no balneário, no canal na Marina, na Rasa, há 19 anos atrás. Maria Aparecida Campos Straus, nome de batismo da deputada, é jornalista, radialista e política fi liada ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) desde 1990. Sua trajetória polí-tica teve início em 1982, nas primeiras eleições diretas para os governos estaduais após 16 anos. Em entrevista à Leonel Brizola,

na época candidato ao governo do Rio, declarou seu voto no ar e logo depois, se fi liou ao PDT. Em 1990, elegeu-se deputada federal pela primeira vez. Denunciou a máfi a que agia no INSS e surpreendeu. Atualmente exerce seu quinto mandato, o terceiro na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). É conhecida por sua alegria e pela coragem de denunciar os corruptos e criminosos que se infi ltram na vida pública do país.

Andréa em casaUma novata na península, mas veterana na política e

campeã de votos, Andréa Almeida Zito dos Santos herdou do pai, o ex-prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, a paixão pela política. Filiada ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), a parlamentar exerce seu terceiro mandato de deputada, sendo a primeira vez em âmbito federal. Para representar o Rio de Janeiro na Câmara Federal, Andréa con-tabilizou 190.413 votos, com participação nas urnas dos 92 municípios do Rio. Antes, já exercera dois mandatos na Alerj, sendo eleita pela primeira vez em 1998 e depois, reeleita em 2002. Respeito ao cidadão, segurança para a sociedade e educação de qualidade são as bases do trabalho desta mulher. Para Andrea, o dever de um político não está somente em legislar, mas principalmente em estar em constante vigília, fi scalizando a aplicação do dinheiro público.

Durante seu discurso, Andrea destacou o prazer em ter dividido suas atividades na Alerj com a parlamentar Cidinha Campos. “Onde pude constatar o seu empenho e coragem e me espelhar na excelente trajetória política traçada pela deputada”, ressaltou.

Maria Elvira, locomotiva mineira a serviço de Búzios

O nome de Maria Elvira Sales Pereira, mais conhecida como Maria Elvira ou até Mariazinha, pode soar estranho para alguns, mas em Armação dos Búzios ela já é uma perso-nalidade conhecida há tempos. Verdadeira agitadora cultural e social, Maria Elvira é frequentadora habitaual da cidade e

sua casa na Ferradura é ponto de encontro de personalidades de todos os cantos do país.

Mineiríssima, uai, foi deputada por seu estado durante 16 anos. Sempre levantou a bandeira feminina e hoje é a presiden-te nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) Mulher e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Ao longo de sua jornada política, recebeu 68 títulos das cidades mineiras.

Maria Elvira, aproveitou o momento da premiação para agra-decer. Fez do microfone instrumento de gratidão àqueles que a homenagearam e também à delegação de amigos e convidados que se deslocaram até Búzios para acompanhar de perto mais essa conquista. Somente do Estado de Minas Gerais, mais de 50 pessoas vieram ver Maria Elvira receber o título de Cidadã Buziana.

Ela, que ama e divulga Búzios aos quatro ventos, disse estar “mais e mais comprometida com o município e seu desenvol-vimento”, agora que é ofi cialmente cidadã buziana. “Junto aos ministros do PMDB, no que modestamente eu puder, estarei a somar junto aos integrantes do novo mandato e nova adminis-tração”, prometeu Maria Elvira.

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O AZULESTÁ DE VOLTA

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CAPA

LAGOA DE ARAUAMASão Pedro da Aldeia

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m seguida, 2008 chegou, o verão, para variar, foi chuvoso, as águas voltaram a fi car turvas e outra vez a mortandade de peixes voltou a acontecer em fevereiro. Tudo pare-

cia voltar à normalidade, ou seja: praias da Lagoa de Araruama, nem pensar. Eis que, passada a estação de chuvas, o milagre aconteceu, a princípio timidamente. Aos poucos, as pessoas foram percebendo que algo diferente, e melhor, acontecia nas águas da lagoa.

A notícia animou os que já amavam os banhos na lagoa e, ainda no inverno, a freqüência de suas praias começou a aumentar. Mas não apenas de banhistas. Turistas e moradores passaram a apostar na volta de um tempo que parecia ter fi cado para trás e isso movimentou até o mercado imobiliário.

Um dos primeiros a perceber que as coisas estavam melhorando foi o ex-secre-tário de Saúde aldeense Edmundo Ramos, que junto com a sua companheira, a jor-nalista da Globo News, Kiki Weisenberg, comprou uma casa na Praia do Sudoeste, quase à beira da lagoa. Hoje, não há um fi m de semana sequer em que os dois não sejam encontrados nas suas areias.

“Nós estamos muito otimistas com a recuperação da lagoa e logo que percebe-mos a melhora, tratamos de comprar nosso

imóvel antes que o valor subisse muito, o que já está acontecendo. A cor da água está cada vez melhor, daqui a gente vê os peixes pulando e a cada fi m de semana, mais gente chega. Fizemos um excelente negócio”, acredita o casal.

O anestesista Alberto Martins, que já mora na Praia do Sudoeste há alguns anos, é outro que atesta a melhora das águas da lagoa. Segundo ele, desde abril que o cenário foi se modifi cando e hoje a água está cada vez mais transparente.

“Desde abril deste ano, venho per-cebendo uma melhora, que a cada dia é maior. Antes, havia uma lama, que vai se dissipando e a transparência da água aumentando. Hoje, já ponho meu barco para andar com meus fi lhos e me exercito diariamente caminhando dentro d’água”, festejou.

O retorno da transparência da água da lagoa trouxe de volta também alguns empreendimentos que pareciam fadados ao passado. O ex-quiosqueiro Poié Faria, que nos anos 80 “bombava” com sua barraca na areia da praia, abriu agora um bar e restaurante, também na orla e já comemora o sucesso da empreitada.

“Estive com meu comércio aqui entre 1987 e 1990, mas nunca deixei de lado essa praia. Agora, estou muito otimista com esse novo momento, a antiga clientela está voltando. Estou apostando alto nesse verão”, afi rmou.

O sinal positivo chegou em 30 de dezembro de 2007. Nesse dia, ante-véspera de ano novo, as cidades da Região dos Lagos estavam lotadas de turistas e não havia uma praia sequer onde se pudesse relaxar. E foi através de telefonemas que a notícia se espalhou: a Praia do Sudoeste, em São Pedro da Aldeia, estava com as suas águas claras e nem tão cheia de gente assim, por razões óbvias. Há quase uma década, o banho naquele belíssimo canto da Lagoa de Araruama (ou em qualquer outro) não era nada confi ável, e a cor da água, uma mistura entre caldo de cana e um tom marrom. Quem acreditou na mensagem se deu bem. Naquela tarde, o fundo da laguna estava claro e a água quase transparente.Um alívio, enfi m.

PAULO ROBERTO Segurei a peteca todos esses anos

ALBERTO MARTINS“A transparência da água está aumentando”

POIÉ FARIA A antiga clientela está voltando

EDMUNDO RAMOS E KIKI WEISENBERG Tratamos de comprar nosso imóvel antes que o valor subisse muito

JORDILEI RAMALHO (GINHO) Na abertura do canal, a água corre apenas para o lado de São Pedro

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Renato Silveira

Quem segurou a peteca durante os tempos de poluição também não escon-de a alegria. O proprietário da pousada, quiosque e restaurante Xodó da Praia, Paulo Roberto, conta que sempre acreditou que a lagoa um dia voltaria a ser uma boa opção de lazer.

“Segurei a peteca todos esses anos, o movimento caiu uns 70%, mas como era o único a insistir, deu para segurar a onda. Agora, os clientes estão voltando e a Praia do Sudoeste voltou a ser uma festa”, comemorou

Para Ana Luísa Maris, proprietária da Pousada Ponta da Peça, na praia de mesmo nome, o movimento ainda não refl ete a melhoria da lagoa, mas os hóspedes que aparecem, não deixam de comentar o que está acontecendo.

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“Ainda não tive clientes que vieram por causa da melhoria, mas ela é nítida. Porém, meus hóspedes, que passaram anos fi cando aqui e indo às praias de Búzios e Cabo Frio, voltaram a mergulhar por aqui mesmo e todos se mostraram bastante bem impressionados”, afi rmou.

Se em São Pedro da Aldeia a alegria com a volta da lagoa como opção de lazer é grande, em Iguaba Grande a história não é diferente. Para o fotógrafo-ambientalista Luís Freire, que vive em excursões na fazenda da Universidade Federal Flumi-nense (UFF) e na Ponta da Farinha, uma das mais belas praias lacustres, o momento é de festa.

“Falar da lagoa é algo que naturalmen-te me emociona, pois vivo também de sua beleza através das fotos que produzo, e não esqueço nunca de que minha família sobreviveu dos frutos dessa maravilhosa água que vi como ninguém, escura, fedida e com lodo, afundando nossa economia e nosso orgulho de viver num local tão especial. Hoje podemos ver claramente que as ações de paralisar a extração de ostras, o desassoreamento do canal Itajurú e a construção de estações de tratamento

PRAIA DO SIQUEIRA - CABO FRIOAinda com problemas

PapiPressCAPA

de esgoto surtiram efeito. Em alguns pontos de Iguaba Grande a água já está totalmente cristalina, onde por metros podemos ver o fundo da lagoa e seu pei-xes e o resultado disto já refl ete em nossa economia e comércio onde as casas estão sendo construídas e compradas, shoppings

estão sendo erguidos, este mês ainda vai ser inaugurada uma casa de shows para toda a região bem aqui em frente a Orla de Iguaba, a “Ekstasy”, o que refl ete bem o estado de espírito que muitos aqui estão sentindo em relação a nossa lagoa”, fes-tejou Freire.

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Uma praia esquecidaSe em São Pedro da Aldeia, Iguaba e

até Araruama a população já respira alivia-da com a recuperação da lagoa, o mesmo não se pode dizer da sua parte cabo-friense, especialmente a Praia do Siqueira, onde a Estação de Tratamento local despeja seus resíduos e o resultado do desassoreamento do Canal do Itajuru não chega.

Para o quiosqueiro Antônio Braga, em-bora a situação daquela praia já tenha sido muito pior, ainda há uma lama incrustada na orla, que impede que as pessoas mer-gulhem por ali.

“Aqui não tem turismo não, quem vem a essa praia vem para beber uma cerveja e comer uns tira-gostos apenas. Já foi pior, o mau cheiro que era constante, passou, mas há uma lama preta ali que não sai”, queixou-se.

O seu concorrente Roberto Jorge, o Ma-radona, também conta que a situação já foi muito ruim para trabalhar por ali, mas pode se considerar que houve uma melhora.

“Ficou o resíduo, pois a renovação da água aqui não é tão boa como o lado de lá. Mas pelo menos não há mais o mau cheiro”, alivia-se.

O presidente da Colônia de Pescadores da Praia do Siqueira, Jordilei Ramalho, o Ginho, conta que o problema da lama que insiste em não sair dali deve-se a um erro de projeto, que ele espera que seja conser-tado em breve.

“Na abertura do canal, a água corre apenas para o lado de São Pedro. Como aqui é uma ponta, não há a renovação ne-cessária, por isso temos essa lama ainda. Mas estamos trabalhando para modifi car isso”, afi rmou.

PONTA DA FARINHA - IGUABA GRANDEÁgua transparente

Luiz Freire

Nada é por acaso

LUIS FIRMINO Para o desassoreamento conduzido pela Serla, já tem mais 15 milhões aprovados. Com isso vamos chegar até a Ilha do Japonês

ão foi milagre.A recuperação da Lagoa de Araruama, que começa a acontecer, de maneira talvez ainda incipiente,

mas de forma regular e continuada, graças ao trabalho pioneiro do Consórcio Ambien-tal Lagos São João, é fruto de uma luta iniciada na década de 80, quando alguns locais já mostravam sinais de saturação, alertando os mais atentos. Mas foi só a partir dos anos 90 que a batalha tomou corpo, com a criação de Ongs voltadas para a sua defesa e a tomada de consciência das autoridades.

É certo que muitas autoridades, entre prefeitos, deputados, vereadores e até go vernadores, estiveram empenhados no processo de recuperação do maior sistema hipersalino do planeta, mas nenhuma delas se destacou mais que o atual presidente da Serla, Luís Firmino Martins Pereira.

“Quando eu estive à frente da agência regional da Feema (Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente) na região, recebia muitas queixas de despejo de esgo-to, de muitas agressões que a lagoa sofria, e foi um período em que as Ongs puxavam o cabo de força delas para um lado, e o go-verno para outro, tentando atender algumas demandas, mas sem resultado efetivo. Na época, a Álcalis, tida como vilã, estava em uma situação emblemática, rotulada de grande poluidora ou exploradora da região porque tirava conchas da lagoa sem nada dar em troca, então a gente viveu um período de muita tensão e pouco resulta-do, muita gente empenhada em fazer, seja pelo governo, pela sociedade e pelo meio empresarial, mas sem saber por aonde ir”, recordou.

Em 1999, a agoniaO jogo de empurra durou até o ano de

1999, quando a lagoa enfi m, põe para fora

toda a sua agonia e começa a eutrofi zar, fe-nômeno causado pelo excesso de nutrientes que provoca a proliferação e o crescimento acelerado de certos tipos de algas . Muitos pontos da lagoa fi cavam cobertos de com algas tóxicas em decorrência desse proces-so. As cenas ainda estão vivas na memória. Praias como a do Centro, em São Pedro da Aldeia, eram diariamente cobertas de algas mortas, que entravam em decomposição provocando mau cheiro e mais poluição. Apesar de mais raro, o fenômeno ainda acontece em períodos de chuvas continu-adas, quando o sistema de coleta de esgoto (Tomada em seco: utiliza a canalização das águas pluviais para captar o esgoto)

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PapiPress Mariana Riccisofre sobrecarga forçando a abertura das comportas da Prolagos, e despejando todo o esgoto da cidade in natura nas águas da lagoa.

Luis Firmino explica que a assinatura dos contratos de concessões, num primeiro momento, não priorizou o esgotamento sanitário, “já que o grande problema da região, na época, era a falta d’água”, diz. Mas, a emenda acabou sendo pior que o soneto: mais água servida, mais esgoto na lagoa, e o resultado foi trágico.

“Eu costumo dizer que houve uma conspiração para a criação do Consórcio. E isso por que a lagoa estava apresentando aquela situação que ninguém agüentava mais. Alguma coisa tinha que mudar na-quele processo. A sociedade civil estava mobilizada. Em abril de 99 nós fi zemos uma grande reunião com 600 pessoas, em Araruama, em que se traçou a idéia da cria-ção de um consórcio para juntar sociedade, governo e as prefeituras, todos com foco na solução do problema, ao invés de cada um puxar a corda para um lado. De abril a dezembro foi um período de maturação da idéia, de aprovação das leis nas câmaras e em dezembro de 99, é criado o Consórcio, e imediatamente começamos uma tarefa bas-tante diferente, que foi colocar todos esses setores na mesma mesa para discutir”.

Com o Consórcio em funcionamento, foi possível negociar as antecipações de metas com as concessionárias, todas com prazo bastante longo para a solução da questão do esgoto doméstico (25 anos). Hoje, todas as cidades da região já possuem Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Em Cabo Frio, a segunda etapa deste tra-balho será iniciada no ano que vem, com a construção da ETE do Jardim Esperança, que vem com novidade: os efl uentes do material coletado não será lançado na lagoa e sim na Zona Rural, mais precisamente no Rio Una. Até assumir o cargo de presidente da Serla, Firmino manteve-se à frente do trabalho como secretário executivo do Consórcio.

Mais investimentosLuis Firmino aposta, agora, na fase de

monitoramento das águas da lagoa e plane-ja, para isso, reativar o laboratório regional com o objetivo de manter as análises das águas da lagoa em dia. “Tem uma série de coisas que estão em andamento” conta. Dentre elas, mais dinheiro para investir em saneamento. Até 2010 a previsão é de que mais de 50 milhões sejam liberados, segundo informou. “Para o desassorea-mento conduzido pela Serla, já tem mais

15 milhões aprovados. Com isso vamos chegar até a Ilha do Japonês”, afi rma.

De volta para o passadoPara o PhD em biologia marinha, Ri-

cardo Coutinho, a recuperação da Lagoa de Araruama se dará por completo no prazo de cinco anos. “Hoje nos estudos que rea-lizamos, todos os indicadores mostram um retorno aos índices dos anos 90”, explica. Estudioso do assunto, ele divide a crise vivida pelo sistema lagunar em quatro fases distintas

“A primeira vai de 1978 a 1990, com o aumento dos impactos nas suas águas, após o advento do turismo de massa e a constru-ção da represa de Águas de Juturnaíba, que abasteceu de água toda a região. O segun-do, de 1991 a 1997, com o crescimento do lançamento de esgoto e, por conseqüência, um aumento perigoso no índice de fósforo. No terceiro, de 1998 a 2006, o colapso, com a chegada das algas e em seguida, das micro-algas. A partir de 2006, começa a recuperação e hoje já estamos talvez nos mesmos níveis de 93, 94 e 95. Em cinco anos, se houver continuidade do trabalho que vem sendo executado, voltaremos aos bons tempos dos anos 70”, acredita.

Para o mediador de pesca da UEPA (União das Entidades dos Pescadores Artesanais), Francisco Guimarães Neto, o Chico Pescador, que desde o começo esteve na luta pela recuperação da lagoa, principal ganha-pão de sua comunidade, na

Praia da Pitória em São Pedro da Aldeia, a sociedade organizada é a principal respon-sável pela recuperação da lagoa.

“Mais uma vez a sociedade organizada faz a diferença. A lagoa começou a dar sinais de recuperação, mas precisamos fazer muito mais, ainda existem bolsões com a qualidade de água ainda ruim. Por isso, em 2009, temos de direcionar maior fl uxo de água da lagoa para o canto da Praia do Siqueira. Outro local muito ruim é o Maracanã (área entre o Campo Redondo e Baixo Grande, em São Pedro da Aldeia) onde tem o despejo de esgoto ainda in natura.Outra ação que já está acontecendo, de extrema importância, é a paralisação da pesca entre 15 de outubro e 15 de dezembro. Mas nada disso terá valor se as autoridades não ouvirem a sociedade e seus anseios. Tudo que está acontecendo de bom é fruto disso”, afi rmou.

RICARDO COUTINHO Em cinco anos, se houver continuidade do trabalho que vem sendo executado, voltaremos aos bons tempos dos anos 70

FRANCISCO GUIMARÃES NETO (CHICO PESCADOR) Ainda existem bolsões com a qualidade de água ainda ruim

ESPECIAL

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entenas de pessoas planando sobre as águas da Lagoa de Araruama utilizando a força do vento em uma prancha a vela, durante dois dias de muito sol e poucas nuvens. Assim foi

a etapa fi nal do Circuito Região dos Lagos de Windsurf (CRLW), realizada nos dias 15 e 16 de novembro, na Praia das Virtudes, distrito de Praia Seca, em Araruama.

A competição – classifi cada como um festival para os participantes – representou um novo marco para a prática de esportes

Araruama festeja a volta dos festivais náuticos

náuticos na Lagoa de Araruama e para o windsurf brasileiro: foi recorde sul-ameri-cano de participantes, havendo 237 inscri-tos. Esta foi uma surpresa para os próprios organizadores que, até a penúltima etapa do circuito, realizada em setembro deste ano, apenas 73 competidores estavam inscritos. Leonardo Mulin, um dos organizadores do evento, atribui o sucesso ao amor dos participantes pelo esporte.

“Entre os participantes, haviam crian-ças, adolescentes, adultos e até o pessoal da melhor idade. Todos confraternizando em uma regata que teve a fi nalidade de reunir

o maior número de velejadores amadores e profi ssionais”, festejou.

Mas para realizar com sucesso o even-to, os esportistas de windsurf da Região se uniram e, com a ajuda de dezenas de patrocinadores locais, conseguiram re-alizar o circuito, que começou em julho e teve quatro etapas. Esta última reuniu esportistas antigos e novatos. Dentre os windsurfi stas mais experientes estavam o araruamense Igor Raposo, o paulista Paulo Reis (paulista), o macaense Leonardo Mu-lim, e o carioca Bimba, todos acumulam conquistas estaduais e nacionais.

VELASna lagoa

CIRCUITO Região dos Lagos de Windsurf - Praia das Virtudes - Araruama

Texto e fotos Luis do Valle

ESPECIAL

C33CIDADE, Dezembro de 2008

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Encontro de geraçõesO araruamense Breno Mendonça, de

11 anos, é um dos competidores mais novos e uma das revelações da competi-ção. Praticando o esporte há somente três meses e competindo pela categoria Start, o estreante venceu três das quatro baterias que disputou, fi cando em primeiro lugar. Segundo Breno, a paixão pelo windsurf veio pela admiração ao pai que é velejador. Para o adolescente Andrés Besada, mo-rador de Itaboraí, a competição foi como uma troca de experiência com os veteranos, onde aprendeu novas manobras e as últi-mas novidades em equipamentos.

“Eu pratico o windsurf há cerca de dois anos e já participei de dez campeonatos. Sempre estou me reciclando e aprendendo com os windsurfi stas mais experientes. Quero me profi ssionalizar neste esporte”, contou Andrés que competiu na categoria Fórmula.

O casal Charles Dahan, de 73 anos, e Dominique Babelon, de 60 anos, têm uma história de paixão ao esporte e à Lagoa de Araruama. Ele é marroquino e engenheiro químico, e ela francesa e economista, os dois começaram a praticar o windsurf há vinte anos quando ainda moravam em Washington, nos Estados Unidos. O casal se estabeleceu defi nitivamente no Brasil em 1996. Na cidade do Rio de Janeiro, eles começaram a velejar na Lagoa de Marapendi, mas, devido a poluição do local decidiram procurar outro lugar para praticar o esporte. Foi procurando através de um mapa que eles resolveram conhecer

a Lagoa de Araruama e, até hoje, não co-nhecem lugar melhor para velejar.

“Este lugar é um paraíso para o wind-surf. Quando conhecemos a lagoa, as águas eram cristalinas, o vento era favorável para velejar o ano todo, as pessoas são receptivas e ajudam em tudo. Mas, nesses últimos anos a lagoa fi cou muito poluída e quase não praticávamos mais o esporte. Ainda bem que a qualidade da água vem melhorando constantemente. Agora todos estão entu-siasmados para se exercitar e con fraternizar na lagoa”, comemorou Do minique.

BRENO MENDONÇAPaixão pela vela é herança paterna

CHARLES DAHAN E DOMINIQUE BABELON Este lugar é um paraíso para o windsurf O primeiro experimento com prancha

e vela foi feito em 1963, pela remadora Naomy Darby e seu marido Newman, nos Estados Unidos. Mas, devido ao alto custo para fabricar o equipamento, o casal não levou a idéia adiante.

O windsurf foi patenteado em 1968 pelo engenheiro James Drake, e o em-presário Hoyle Schweitzer, que usaram o princípio da invenção dos Darby. O windsurf chegou ao Brasil na década de 70, quando o paulista Fernando Germano trouxe a primeira prancha. O esporte

ANDRÉS BESADA Quero me profi ssionalizar neste esporte

LEONARDO MULIM Pretendemos duplicar o número de inscritos e a nossa estrutura em 2009

Etapa fi nal do Circuito Região dos Lagos de Windsurf foi recorde sul-americano de participantes: 237 inscritos

atraiu tantos praticantes, que em 1984 se tornou olímpico, participando dos Jogos de Los Angeles.

Saiba como surgiu o windsurf

EPECIAL

CIDADE, Dezembro de 2008

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Melhorias na lagoa resgatam a prática de esportes náuticos

O campeonato serviu também para re-ativar as competições de esportes náuticos na Lagoa de Araruama, que é considerada uma das melhores raias para a prática deste esporte no mundo, devido aos bons ventos, ondas mais tranqüilas, temperatura elevada, águas rasas – característica que proporciona segurança para os praticantes –,e por oferecer boa flutuação devido à hipersalinidade. A lagoa já foi palco de grandes competições, como os festivais “Hollywood de Vela”, realizado nos anos 80, atraindo centenas de velejadores e que, até hoje, continua sendo lembrado pelos amantes dos esportes à vela. Além de campeonatos internacionais e nacionais de jet-ski – como o Toyota Jet-Ski Tour – e competições de kite-surf.

Mais competições em 2009Organizadores esperam colher em

2009 os frutos que plantaram este ano. De acordo com Leonardo Mulim, os patroci-nadores estão satisfeitos com o evento e algumas prefeituras da Região dos Lagos já demonstraram interesse em realizar mais competições no ano que vem. “Pretende-mos duplicar o número de inscritos e a nossa estrutura em 2009. Existe a possibi-lidade de inserirmos novas categorias para, realmente, fazer com que o evento seja um verdadeiro festival náutico”, contou.

35CIDADE, Dezembro de 2008

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UM NOVO CENÁRIO

novo cenário é formado pela chega-da de facções criminosas, antes só vistas na capital, que fazem guerra entre si e disputam o controle de favelas e pontos de venda de dro-

gas. Em 2008, a aparente tranqüilidade foi por água abaixo. Nos últimos três meses, três mortes em Cabo Frio, a maior cidade da região (160 mil habitantes), deram a dimensão da gravidade do problema. Pela primeira vez, trafi cantes impuseram toque de recolher e a população do bairro Jacaré, durante três dias, viveu em clima de guerra, com lixo nas ruas, tiroteio e, como se não bastasse, a ameaça de ter o território invadido por criminosos de uma

Por estar tão próxima à cidade do Rio de Janeiro, a Região dos Lagos tornou-se, nas últimas três décadas (após a construção da Ponte Rio-Niterói), um dos principais destinos para os cariocas. Assustados com a violência, muitos decidiram fi ncar raízes em um local mais seguro, perseguindo o sonho de andar pelas ruas sem medo de ser assaltado, ou dormir sem que a casa seja invadida durante a noite. Este sonho, no entanto, está sendo modifi cado por uma triste realidade: assim como os turistas, trafi cantes do Rio de Janeiro passaram a considerar a Região dos Lagos um mercado em potencial para suas atividades.

facção rival àquela que controla o tráfi co no local. Como resposta, 46 homens da Polícia Militar ocuparam a região.

O primeiro crime de grande reper-cussão, no dia 24 de outubro, deixou de queixo caído os moradores da Gamboa, bairro que ainda concentra uma parte da população tradicional de Cabo Frio. Enquanto famílias estavam nas ruas e o comércio funcionava normalmente, Ale-xandre Rodrigues Linhares, o Pardal, levou cinco tiros e desabou na calçada. Dezenas de pessoas se concentraram em volta do corpo, e o clima fi cou tenso no Shopping dos Biquínis, um dos principais pontos de turismo e comércio da região.

Menos de um mês depois, outro ho-micídio ganhou manchete nos jornais. Ao meio-dia, com o sol a pino, Carlos Eduardo Soares Marinho, o Bicudinha, levou cinco

tiros em frente à quadra do Itajuru, no cen-tro da cidade. Sem qualquer cerimônia, os assassinos agiram em frente ao principal ponto de ônibus da cidade, no Largo Santo Antônio, ao lado do Convento Nossa Se-nhora dos Anjos, cartão postal da cidade e que, naquele momento, estava lotado.

Bicudinha, que ficou dois anos na cadeia, havia saído da carceragem duas semanas antes de ser morto. Segundo infor-mações da Polícia, ele estaria ameaçando antigos rivais do crime, o que teria moti-vado a sua morte. Por isso, o comando do 25º Batalhão de Polícia Militar, considera o crime como um “fato isolado”.

Clima de guerra no JacaréO terceiro assassinato, no entanto, dei-

xou toda a cidade em pânico. No dia 16 de novembro, Alexandre Queiroz Rodrigues

Tomás BaggioFotos Mariana Ricci

O

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37CIDADE, Dezembro de 2008

Pimenta, o Leco, apontado pela Polícia como chefe do tráfi co de drogas no Jacaré, foi morto após reagir a uma abordagem do Serviço Reservado da Polícia Militar (P-2), que cumpria mandado de prisão contra ele. No dia seguinte, moradores foram impedidos por trafi cantes de sair de casa, lixos e móveis foram queimados nas ruas, e a Polícia precisou ocupar o local. Até mesmo o Shopping dos Biquínis sofreu novamente as conseqüências. Por ser o Jacaré vizinho à Gamboa, todo o comércio recebeu ordem de manter as portas fecha-das, e assim foi feito.

Somente no dia 20 as coisas voltaram ao normal, mas a calmaria durou pouco. Depois de um boato de que trafi cantes da Boca do Mato, cujo tráfi co é controlado por uma facção rival, poderiam invadir o Jacaré, a Polícia voltou a ocupar o bairro e os moradores, novamente assustados, se esconderam dentro de casa. Houve troca de tiros.

Duas semanas depois, com investiga-ções da 126ª Delegacia de Polícia (Cabo Frio), o tráfi co do Jacaré sofreu um duro golpe. Em uma operação tensa em que dois bandidos fugiram pelo Morro do Telégrafo, os policiais encontraram quatro bombas caseiras, três rojões, sete munições para

fuzil 762, seis de revólveres calibre 38 e nove de 9 milímetros, todos com inscrição de uma facção criminosa. Além das armas, a Polícia encontrou um rádio transmissor e material para embalar drogas.

“Nunca vi isso aqui”, disse um agente da Polícia Civil, referindo-se ao armamen-to pesado.

Comparação com o Rio não agrada

Enfrentando o questionamento da sociedade, o comandante do 25º BPM, coronel Adílson Nascimento, não aprova a comparação do crime na Região dos Lagos com o do Rio de Janeiro.

“Quem diz isso não conhece o Rio. Nossos policiais entram em qualquer bairro das sete cidades em que atuamos, a qualquer hora, mesmo que seja com uma só viatura, e raramente temos algum pro-blema. O modo de atuação dos bandidos, as armas que eles usam, nada pode ser comparado ao que acontece no Rio de Ja-neiro”, argumenta, frisando mais uma vez: “eu repito porque isso é muito importante. Entramos em qualquer bairro, não há um local sequer em que a Polícia não esteja presente”.

A teoria do coronel é que os últimos confrontos foram causados “por um com-bate maior que está havendo por parte da Polícia”.

“O que aconteceu no Jacaré foi uma meia-dúzia de palhaços que estavam mandando fechar o comércio e eles foram presos. Essa história de facções, é porque o cara picha no muro e diz que ali pertence à facção A ou B. Mas o cara não picha no muro dele, picha o do vizinho, que fi ca com medo e tem que aturar. Agora, esse negócio de invasão, quando foi que teve isso? É só ameaça, só boato que a imprensa fi ca espa-lhando”, declarou o coronel Adilson.

De acordo com ele, em 2008 houve sete confrontos armados entre trafi cantes e policiais do 25º BPM. Ele destaca, no entanto, que apesar dos crimes de grande repercussão, o número de homicídios caiu neste ano em relação ao ano passado em todo o estado e, em especial, na Região dos Lagos. Enquanto em 2007, entre janeiro e agosto, foram registrados 218 homicídios na área de atuação do 25º, este número caiu para 182 no mesmo período deste ano. O comandante também faz questão de frisar que, até outubro, a PM havia apreendido 274 armas e 1.428 pedras de crack, droga que chegou recentemente ao interior do estado do Rio de Janeiro.

Adílson Nascimento também rebate a crítica do presidente da 20ª Subsessão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Cabo Frio), Eisenhower Dias Mariano, de que estaria “manipulando dados”.

“Isso é um absurdo. Os números estão aí, não tem o que manipular. É só consultar o ISP (Instituto de Segurança Pública) e lá estão os fatos. O que acontece é que, além do 25º Batalhão, nós temos a Polícia Flo-restal, a Polícia Rodoviária e as Delegacias. Então os números que eu ofereço não são completos, os números completos estão no ISP. Por isso agora, para não criar confu-são, eu não forneço mais números. Quem quiser que consulte o ISP”, afi rmou ele.

O delegado da 126ª DP, Rodrigo San-toro, também acredita que o combate ao crime organizado está sendo feito de forma efi ciente.

“A população tem todos os motivos para se sentir segura. Cabo Frio é um lugar muito bom para se viver”, considera Santoro.

O delegado evitou comentar uma declaração dele publicada no Jornal do Brasil, que dedicou três páginas de uma edição dominical para retratar a violência na Região dos Lagos. Na matéria, Rodrigo Santoro afi rmou que, se a favelização no Jacaré não for contida, em cinco anos o Morro do Telégrafo, que fi ca atrás do bair-ro, irá se tornar uma favela nos moldes dos morros cariocas, difi cultando o combate por parte da Polícia, que, segundo ele, fi caria “enxugando gelo”.

“Eu disse isso em off e não sei porque saiu. Esse é um assunto da Prefeitura e não vou fi car me metendo em assuntos da Prefeitura”, encerrou o delegado.

CEL ADILSON DO NASCIMENTO Entramos em qualquer bairro, não há um local sequer em que a Polícia não esteja presente

Bairro do Jacaré viveu momentos de pânico. Mortes, comércio fechado, desordem

S e g u r a n ç a

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10 PERGUNTASEisenhower Dias Mariano

Tenho saudades do tempo em que podia caminhar qualquer hora do dia ou da noite, livre de temores

ou riscos, o que atualmente não é seguro

Presidente a 20ª subseção da OAB/RJ

1. A OAB possui dados ou estatísticas que indiquem um aumento da violência na Região dos Lagos, mais especialmente em Cabo Frio?

Não recebemos essas estatísticas, nem mesmo quando solicitamos.

2. O senhor percebe de alguma outra forma um aumento da violência na cidade?

Sim. A mídia, as reclamações que nos chegam através das pessoas e os próprios fatos bem demonstram o avanço da cri-minalidade e da violência na cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos ou Costa do Sol, como em todo o País. A verdade é que, por motivos diversos, procuramos esconder essa realidade, como se essa pos-tura criasse um estado de tranqüilidade ou solucionasse o problema, que é real. Não é assim. Precisamos encarar de frente e vencer os desafi os e, sobremodo, parar de iludir pessoas.

Recentemente passamos quase uma semana em Natal, RN, durante a XX Conferência Nacional dos Advogados, e, como sempre o fazemos quando chegamos a um lugar desconhecido, procuramos sa-ber das pessoas, sobre a criminalidade e a violência, entre outros temas importantes, lá obtendo a reiterada informação de que esses eventos sociais eram inexpressivos, pontuais como se diz aqui. Mas um jornal daquela cidade e que circulou no domingo, 16 de novembro, dedicou três páginas à criminalidade daquela capital, já conside-rada assustadora e insuportável. A notícia foi veiculada no último dia e foi lida horas antes da viagem de retorno.

Poucas viaturas da Polícia e raríssimos policiais eram vistos nas ruas, como aqui. Ora, àquelas primeiras reiteradas infor-mações enganosas de paz e segurança, poderiam conduzir pessoas a uma expo-sição de risco, no que foi recepcionada como traição.

Não adianta jogar o lixo debaixo do tapete e induzir cidadãos a um clima de paz inexistente, até porque todos vivem, traba-lham, passeiam e pagam tributos para obter a segurança, entre outros, ou ao menos a verdade, e não para serem enganados.

3. Recentemente, os moradores de Cabo Frio têm presenciado fatos até então inéditos na Região, como o comércio fechando as portas a mando do tráfi co de drogas e toque de recolher em alguns bairros. Como a OAB vê isso? Quais seriam as causas destes acontecimentos?

Isso era previsível. O despreparo, o sucateamento da coisa pública, o de-sinteresse, a omissão de todos nós, a cumplicidade de alguns, a inaptidão e a complacência de muitos, permitiu a escalada dessa criminalidade e que não é um “privilégio” só nosso, vez que atinge quase todo o País.

Pensamos que cabe ao Estado o dever de aparelhar convenientemente a sua po-lícia, oferecendo viaturas, armamentos e efetivos policiais em quantidade e qualida-de que lhe capacite o enfrentamento dessa criminalidade instalada, o que não vem ocorrendo à altura do cada vez melhor pre-paro dos agentes da criminalidade. Exigir que os policiais façam mais do que lhes é possível, com os recursos de que dispõem, é desumano e suicida.

4. Nos últimos 10 anos a população de Cabo Frio praticamente duplicou. Muita coisa melhorou neste período, mas muitos problemas vêm surgindo com este crescimento. O que pode ser feito para conter este aumento da violência?

A violência e a criminalidade crescem junto com o aumento da população e dos problemas sociais a isso inerentes, entre outros aspectos, todos quase sempre mal resolvidos. Isso pode e deve ser solu-

cionado ou minimizado com o correto sufi ciente enfrentamento dessas questões sociais pelo poder público federal, estadual e municipal.

5. A Prefeitura de Cabo Frio se orgulha em dizer que a cidade é segura. No entanto, quem mora na região já percebe uma situação diferente em relação à segurança. O senhor acha que falta policiamento?

Como dissemos acima, os policiais fazem o que podem com o que o Estado lhes oferece.

Pensamos que podemos nos orgulhar, sim, do que a administração pública muni-cipal vem realizando em geral, inclusive no que diz respeito ao aparelhamento da guar-da municipal. Mas tudo isso ainda é pouco e recomenda, ou impõe, investimentos maiores e à altura de uma cidade e região assim tão exuberantes como a nossa, para não continuar acontecendo aqui, como em Natal, RN, de onde saímos com a sensação de deslealdade ou traição informativa.

6. Qual a situação das forças de segurança na região (cidade)? Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Civil.

A Guarda Municipal, a nosso ver e a

Rosa School

Papi

Pres

s

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39CIDADE, Dezembro de 2008

despeito de entendimentos fl exíveis con-trários, tem atribuições constitucionais limitadas, voltadas primordialmente para a proteção do patrimônio público municipal e nisso, ao que parece, vem corresponden-do satisfatoriamente.

As duas últimas, ou sejam, a Polícia Militar e a Polícia Civil, como dissemos antes, carecem de melhor aparelhamento para enfrentar e debelar, com segurança e plena efi cácia, essa escalada da crimi-nalidade.

7. Os Órgãos Públicos tentam não divulgar a violência na cidade para não prejudicar a imagem de Cabo Frio como destino turístico?

É assim também em todos os outros lugares. Essa postura não é diferente em Cabo Frio e Natal, RN, o que é lamen-tável.

8. O senhor percebe o inchaço das favelas e comunidades carentes em Cabo Frio como um fator de aumento do número de locais propícios para a instalação do tráfi co de drogas e do crime organizado?

A miséria é um dos fatores do aumento da criminalidade, bastando analisar detida-

mente as motivações de cada um dos seus agentes. Veja-se o perfi l psicográfi co dos presos e condenados, constituídos, em sua maioria, de pobres, absolutamente pobres, sendo escassos os casos de pessoas ricas na convivência carcerária e quando isso acontece, não raros são os casos de pri-vilégios e comprometimentos noticiados pela mídia.

9. Há 10 anos a Delegacia de Cabo Frio já sofria com a superlotação de presos. Qual é a situação da carceragem hoje?

A situação da carceragem da Delegacia de Polícia sediada em Cabo Frio, como as demais existentes, continua precária. É pre-ciso acabar com essa cultura da hipocrisia e começar logo o enfrentamento dessa ques-tão prisional degradante, que mais afasta o ser humano condenado ou acautelado do regramento social da liberdade.

Não se pode esquecer que o sistema prisional tem fi nalidades didáticas também, de modo que o acautelado ou o conde-nado tenha a oportunidade de melhor se adequar a uma vida social livre. Não nos iludamos, porque não temos, no Brasil, a pena de morte ou a de prisão perpétua que afaste o criminoso do nosso convívio defi nitivamente.

10. O senhor como advogado atuante, Presidente da OAB local e morador da cidade, tem medo de residir aqui?

O medo é a voz geral. Tenho saudades do tempo em que podia caminhar qualquer hora do dia ou da noite, livre de temores ou riscos, o que atualmente não é seguro. Lamentavelmente, essa insegurança não é um “privilégio” só nosso, dos morado-res de Cabo Frio, Natal e outros lugares também.

A propósito, vale destacar um fato in-trigante: enquanto as autoridades alardeiam uma normalidade da segurança pública local, apontando situações pontuais apenas, quando o Governador do Estado esteve recentemente inaugurando obras na região próxima à Cabo Frio, observou-se que um contingente considerável de policiais e guardas foram destacados para a proteção das autoridades.

Ora, se é assim tão seguro para os que aqui vivem e trabalham, que motivação razoavelmente forte recomendaria essa po-derosa proteção dos atores daquele evento público e a luz do dia?

Não faz qualquer sentido. Apenas evi-dencia contradições nas retóricas.

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40 CIDADE, Dezembro de 2008

Milícias são defi nidas pela Língua Por-tuguesa como tropas auxiliares de segunda linha. Longe daquilo que diz a norma culta da língua, milhares de pessoas sofrem com o poder atingido pelas milícias dentro do Estado do Rio de Janeiro.

O assunto vem chocando cada vez mais e atingiu as altas esferas dos Poderes Executivos e Legislativos. Na Assembléia Legislativa, por exemplo, foi criada uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para tratar do tema. Solicitada em fevereiro de 2007 pelo estreante deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) o pedido de cria-ção da CPI não havia ido à frente.

Fatos como a tortura sofrida por repórteres na cidade do Rio de Janeiro impulsionaram a aprovação da CPI um ano depois.

“Entrei com este pedido em fevereiro de 2007, quando havia muitos outros temas na pauta, temas anteriores ao meu. Entendi, então, que precisava respeitar o procedi-mento da Casa. Só que, infelizmente, as milícias continuam representando um risco no domínio de territórios e à soberania

do Estado”, ressaltou o parlamentar em fevereiro deste ano.

O titular da DRACO — Delegacia de Repressão ao Crime Organizado —Cláudio Ferraz, afi rmou no início do mês de junho que levantamentos do setor de inteligên-cia da Polícia apontam que milicianos planejavam ocupar favelas das cidades de Campos dos Goytacazes e Macaé, no Norte Fluminense, e de Cabo Frio, na Região dos Lagos (Costa do Sol).

CIDADE teve acesso a um segundo levantamento, desta vez feito pela própria CPI. Um total de 171 áreas foram identi-fi cadas como dominadas pela milícia no Estado. São 118 na capital, 34 na Baixada Fluminense, cinco em Itaguaí (região metropolitana), três no Sul Fluminense, duas no Norte Fluminense, duas em São Gonçalo, duas em Niterói e cinco na Re-gião dos Lagos.

“Não resta dúvida de que foram a omissão do Estado de promover políticas públicas de inclusão social e econômica e a conivência das autoridades encarregadas de garantir a segurança pública os grandes fomentos para o crescimento das milícias tais como se apresentam hoje”, afi rmou o presidente da CPI, deputado Marcelo Freixo, em seu relatório.

Com a proximidade do verão, as cidades da Região dos Lagos receberão milhares de turistas. Nossa reportagem entrou em contato com a secretaria estadual de Segurança Pública para saber se depois de ter sido detectada a presença de milícias algo será implementado na Região.

A resposta não demorou, veio em apenas cinco minutos só que através de uma nota assinada pela Assessoria de Co-municação da secretaria. “O planejamento do policiamento especial no verão é feito anualmente e as informações são divul-gadas pela Polícia Militar. Em relação a milícias, há mais de 150 investigações em curso e as informações são completamente sigilosas. É importante ressaltar que esta administração foi a pioneira no combate a milícias no Estado”, disse a nota. Juliana Vieira

Deputado Marcelo Freixo

S e g u r a n ç a

Convivendo com milícias

Éri

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G e n t e

RAYANN, um buziano

Gustavo Araújo Vanessa Campos

Tatiana Grynberg

Os jornalistas que trabalham com a Revista CIDADE fecham o ano de 2008 conquistando os prêmios mais impor-tantes do interior do estado do Rio. A temporada foi aberta pelo jornalista Gustavo Araújo, que ganhou o prêmio Petrobrás de Jornalismo, com a matéria “Vocação Energia”, publicada na edi-ção de Junho. Em seguida, no Prêmio de Comuni-cação de Cabo Frio, concedido pela prefeitura, CIDADE fez dobradinha no pódio da categoria jornalismo impres-

so. A jornalista Vanessa Campos fi cou com o primeiro lugar com a matéria “Boulevard Canal”, publicada na edi-ção de Fevereiro, acompanhada do Jornalista Tomás Baggio, que ficou com o terceiro lugar com a matéria “Cabo Frio vai ao teatro”, publicada na edição de Junho.Para completar, a fotógrafa Tatiana Grynberg conquistou o segundo lugar na categoria com a foto “Cabo Frio Pronta para Consumo”, publicada na capa da edição de Março deste ano.

Mariana Ricci Tatiana Grynberg

Mariana Ricci

Filho do pescador Amarildo da Silva, o Chita, presidente da Co-lônia de Pesca de Búzios, o jovem Rayann Silva, de quatorze anos, já brilha na telona.Com longos cabelos dourados e olhos cor de mel, o belo Rayann já havia feito algumas pontas em outras fi lmagens, contudo, foi no curta Maria Ninguém, dirigido pelo cineasta Valério Fonseca, onde teve seu primeiro papel principal. Filmada em Búzios, a história se passa em 1964, quando Brigitte Bardot (representada por Fer-nanda Lima) veio ao Brasil. Aqui, conhece Sandro (representado por Rayann), menino de onze anos que se encanta pela fran-cesa. O menino, que vive sua pré-puberdade, vê Brigitte como sua musa particular, sua paixão secreta, até perceber o quanto o seu sentimento se distancia da realidade. O curta, inspirado no neo-realismo italiano, conta uma bela história de amor e amizade. Para Rayann, é apenas o começo. O fi lme teve sua pre-estréia no Cine Bardot, durante o Festival de Cinema de Búzios.

EQUIPE PREMIADA

Tomás Baggio

Papi

Pres

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42 CIDADE, Dezembro de 2008

RUGBY

as nem tudo são fl ores: a falta de incentivo difi culta a inserção da nova modalidade nas comunida-des carentes e acaba elitizando o esporte, uma vez que todas as

despesas para praticá-lo são arcadas pelos praticantes. A democratização do esporte, idealizada pelos fundadores do “Búzios Rugby Club” e batalhada pelos antigos e atuais integrantes do que nunca passou de um time de bons amigos, ainda é um sonho possível e força motriz dessa turma que não desiste nunca. Originado em 1999, do es-forço de um grupo de veteranos argentinos e franceses que promoviam anualmente um encontro internacional e uma copa com o nome “Amizade”, o time de rugby de Búzios já teve seus altos e baixos. Chegou a atrair em seu evento tradicional mais de 20 equipes em uma única edição, vindas da Europa e América do Sul, mas perdeu jogadores da velha guarda e, por falta de re-cursos, viu seus treinos serem reduzidos a brincadeiras na praia de Geribá e sua Copa transformada em apenas boas lembranças. Mas a determinação de alguns envolvidos manteve acesa a chama, que geraria frutos em poucos anos.

“O time veterano acabou e uma nova era começou do zero, em 2003, na praia. Em pouco tempo uma molecada começou a se interessar e a freqüentar os “touchs” (brincadeira que se baseia nas regras do rugby com menos contato físico) nos fi nais de semana. Fomos criando uma amizade e a coisa foi fi cando mais séria, tanto é que

Pedro Duarte Barros

Há quase uma década, o time de rugby de Búzios vem unindo nacionalidades, promovendo inclusão social e trazendo títulos para o balneário, que tem seu nome promovido com paixão pelo sucesso pelas competições Brasil afora.

Esporte bretão vive na Armação

dentro de seis meses já tínhamos mais de 60 pessoas, entre meninos e meninas, di-vidindo o aluguel de um campo na Brava e, pouco tempo depois, disputando o Esta-dual, com uma ajuda da antiga Prefeitura, que pagava uma van e nos oferecia água e alimentos”, lembra o argentino Lucas Gariano, de 20 anos, capitão do time buziano e praticante desde sua infância, aos cinco anos de idade no time argentino Curupaytí.

Com sangue novo, treinos cada vez mais freqüentes, locação adequada, peque-na ajuda da Prefeitura e de equipe francesa para o custeio de algumas viagens e compra de materiais, além da dedicação da equipe de treinadores Atílio, “Chino”, Dudu e San-tiago; em menos de dois anos o grupo de garotos entre 14 e 19 anos mostrou resulta-dos importantes: surpreendeu nos campos do Estado, conquistando o Vice-Campeo-nato Juvenil em 2005, atrás do Rio Rugby e, na temporada seguinte - 2006, o Título da categoria, compartilhado por igualdade de pontos com o Niterói Rugby FC.

Nessa mesma época, dois jovens hon raram a camisa da Seleção Brasileira M19 (menores de 19 anos) em amistoso in ternacional contra o time estudantil inglês “Lancaster” e outros dois vestiram o uniforme da Seleção Fluminense M19 contra o mesmo adversário, patamar que foi reconhecido pelo bom desempenho durante as partidas e provas seletivas.

Falta de investimentos causa a queda mais dura

Apesar da glória momentânea, o grupo

voltou a decair: uma sucessão de proble-mas foi desestabilizando e fragmentando a equipe. Houve falta de patrocínio ou mesmo apoio, para melhorar a qualidade dos treinos, pagar despesas com transporte e compra de materiais. Fato que fez com que muita gente desistisse de jogar rugby ou simplesmente resolvesse optar por um esporte que oferecesse mais infra-estrutura e exigisse menos gastos. Além disso, es-tudo, trabalho e outras responsabilidades tiraram alguns dos campeões de campo, afastando a equipe que, eventualmente, realiza amistosos sendo extremamente requisitada.

“Com algum patrocinador nós deixa-ríamos de ser um time promissor e pode-ríamos nos tornar um Clube de verdade, com capacidade de desenvolver várias ca-tegorias, melhorar a qualidade dos treinos e, conseqüentemente, do rugby brasileiro. O que acontece é que todas as despesas saem dos bolsos dos jogadores, que ainda têm que se preocupar com faculdade, em-prego e outras coisas. E infelizmente, há muito tempo, o time veterano acabou e o torneio internacional também, o que atraia a atenção do Turismo”, conta Lucas.

Em fevereiro de 2008, outros seis atle-tas foram convidados a participar de um amistoso entre a Seleção Fluminense M21 e Brasileira M18, defendendo as cores do Estado. Após uma bela vitória contra a Seleção Brasileira, dois nomes foram con-fi rmados por mérito na Seleção Brasileira de Desenvolvimento, criada pela ABR (As-sociação Brasileira de Rugby) para orientar os talentos dessa nova geração de estrelas.

E s p o r t e

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O rugby é um esporte inglês que surgiu há mais de cem anos, numa variação do futebol conhecido por nós brasileiros. É Praticado em um gramado de dimensões idênticas ao campo de seu antecessor, no entanto, utiliza-se de uma bola oval, que só pode ser passada para trás ou chutada para frente.

O esporte que pode ser praticado por pessoas de qualquer tipo físico, as posições e tarefas são defi nidas de acordo com as qualidades de cada um, existem posições específi cas para altos e baixos, gordos e magros, rápidos e fortes.

A equipe constitui-se de 15 jogadores, entre eles: oito ‘fowards’ (jogadores mais fortes) e sete ‘backs’ (jogadores mais ágeis). Eles exercem funções distintas, de acordo com suas habilidades, por isso o rugby é um esporte para todos. Cada jogador desempenha a função que lhe cabe de acordo com suas destrezas e seu biótipo.

O que é o rugby?

cobrança de line-out (arremesso lateral)

Fotos:Arquivo Pedro D Barros

O time de Búzios

Formação de scrum

Lucas Gariano com a bola na partida Buzios x Niterói, em 2006

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J o r g e P i c c i n i (*)O P I N I Ã O

chave para atravessar os momentos de crise é a cautela. Nela, expec-tativas otimistas demais caem por

terra. Permanece, no entanto, a obrigação dos governantes, dos especialistas e da sociedade civil organizada de olhar para a economia real e analisar de que forma pode-se avançar neste novo quadro, ainda indefi nido.

O Fórum Permanente de Desenvol-vimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho, criado em 2003 por meio de uma reso-lução de minha autoria, tem ajudado neste processo de análise e permitido, por meio dos debates realizados no Ple-nário Barbosa Lima Sobrinho, o contato dos parlamentares com estas questões. Com o formato inédito no País, o Fórum – formado pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio e por mais 25 entidades da sociedade civil e universidades –, tem como função aproximar a classe produ-tiva e a universidade do Parlamento. O resultado direto é a oxigenação do traba-lho parlamentar e a interação maior entre a sociedade e os seus representantes no Poder Legislativo.

Por meio de reuniões mensais das nove câmaras setoriais, que tratam de temas específi cos, e dos grandes eventos para debater questões ligadas a setores-chave de nossa economia, temos reunido sugestões de ações para desburocratizar o estado, facilitar procedimentos e defi -nir políticas públicas que caminhem em consonância com o que exigem os novos tempos. E tenho observado que estamos no caminho certo: o de manutenção dos investimentos em Infra-estrutura, que permitirão uma maior competitividade do estado.

Em novembro realizamos um debate sobre incentivos fi scais no estado, bus-cando refl etir sobre os limites e poten-ciais deste instrumento para o desenvol-vimento econômico do Rio de Janeiro. Já estiveram na pauta também os royalties do petróleo, no auge da discussão sobre o pré-sal; a necessidade de revitalização do Aeroporto Tom Jobim e o debate sobre a Lei de Inovação Tecnológica estadu-al, em que reunimos especialistas para apresentarem, de forma transparente, seu posicionamento e contribuições ao

*DEPUTADO estadual Jorge Picciani (PMDB) é presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho.

Integração em prol do desenvolvimento

A texto redigido pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia.

Nestes encontros, transmitidos ao vivo pela TV Alerj, empresários, pes-quisadores, além de deputados esta-duais, federais, secretários de estado, vereadores, prefeitos e cidadãos têm oportunidade de apresentar contribui-ções, dialogar e buscar no trabalho conjunto a solução para os gargalos que impedem o desenvolvimento do estado. Num dos encontros, ouvi do governador Sérgio Cabral o reconhecimento da im-portância deste canal para que o nosso estado retome novamente o seu papel de caixa de ressonância do País. Ele falava da importância de sairmos da postura queixosa para a propositiva. E acho que conseguiu traduzir muito bem a proposta do Fórum.

Falo com tanto entusiasmo deste projeto porque vejo nele a possibilidade de mudarmos, seja neste momento de crise, ou num momento de prosperi-dade, a realidade da população. Temos trabalhado ao longo destes últimos anos para ampliar os canais de contato da sociedade com o Parlamento por meio dos disques, dos ônibus de defesa do Consumidor, da Pessoa Portadora de De-fi ciência e do Meio Ambiente. Também investimos nos meios de comunicação para potencializar a divulgação das ações e do dia a dia da Casa. É da união de todos estes instrumentos e da tomada de decisões acertadas que sairão as soluções que contribuirão para o fi m desta crise. Vamos a elas!

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Elie

lton

Dia

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SCO

M C

F

DARWIN ESTEVE AQUI

CIÊNCIA

“Expedição Caminhos de Darwin”, organizada pelo Ministério de Ci-ência e Tecnologia, com o apoio

da Casa da Ciência da UFRJ, DRM-RJ/Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com instituições, escolas, universidades e prefeituras, chegou à Cabo Frio no dia 27 de novem-bro. A Expedição teve como objetivo comemorar os 150 anos da apresentação da Teoria da Evolução das Espécies, e a passagem do cientista pelo interior fl uminense em abril de 1832 em uma viagem de 18 dias a cavalo.

Partindo do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, no dia 26, a caravana passou por Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, São João da Barra, Macaé, Conceição de Macabu, Itaboraí, Rio Bonito e Niterói. Durante a viagem de quatro dias, foram inauguradas doze placas comemorativas em locais de im-portância histórica.

Cabo Frio foi pioneira na divulgação das idéias do cientista

O que pouca gente sabe é que a di-vulgação das idéias de Darwin no Brasil começou em Cabo Frio. O tataraneto de Darwin, Randol Keynes assistiu , na Fazenda Campos Novos, em Cabo Frio, a apresentação do professor Fabio Alves

Fábio Collichio (direita), com Randol Keynes, fez a apresentação da tese de sua mãe

Ferreira Collichio, mostrando a evolução do darwinismo no Brasil, tese de douta-dorado de sua mãe, Therezinha Alves Ferreira Collichio (USP-1988).

O trabalho aponta o médico Augusto Cesar de Miranda Azevedo, que morou em Cabo Frio e começou sua vida escolar na cidade, como o introdutor do darwinismo no Brasil. Em 1874, o médico defendeu o darwinismo em sua tese de doutorado na Faculdade de Medicina do Rio de Janei-ro, como uma saída para romper com os padrões monarquistas da época.

AO tataraneto de Darwin, Randol Keynes, com a secretária de Ciência e Tecnologia de Cabo Frio, Laura Barreto, na inauguração da placa comemorativa na Fazenda Campos Novos

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Ernesto Galiotto é empresário

A r t i g o

Luiz Antônio Nogueira da Guia(*)

(*) Professor

morte do trafi cante foi recebida como a de chefe de estado e go-verno: determinação de luto por

três dias, comércio e escolas fechadas e proibição de circulação de ônibus. Faltou apenas a exigência da bandeira a meio-pau. De resto, a cena estava completa.

Não foi no Rio, muito menos nas distantes periferias de São Paulo. Foi aqui mesmo em Cabo Frio, nos bair-ros do Jacaré e Gamboa. Repeteco do que acontece no cotidiano do Manoel Corrêa e Boca do Mato. A repercussão, entretanto, foi sentida em toda a cidade: moradores do Jacaré não puderam sair para o trabalho e jovens que estudam em escolas fora do bairro faltaram às aulas ou foram obrigados a sair antes dos seus colégios em função do toque de recolher imposto pelos bandidos a partir das 18h.

As autoridades reagem com a fraque-za de sempre. Salvam primeiro a própria pele e temem perder votos e prestígio nos bairros populares e favelas. Ficam no jogo de empurra ou maquiando estatísticas, na vã tentativa de tran-qüilizar a população. São coniventes com a bagunça generalizada que se instalou no sistema de segurança pública do estado.

A incompetência e a politicagem são traços comuns. A política par-tidária interfere na nomeação dos comandantes da Polícia Militar e dos delegados da Polícia Civil, cuja indicação deveria ser exclusivamen-te técnica. Despreparada e inchada, a Guarda Municipal tem sido usada como cabide de empregos da politi-cagem local.

A mídia tem se recusado a ana-lisar a fundo o problema e resume

sua ação a manchetes e matérias bem ao estilo da antiga? Luta Democrática? do falecido Tenório Cavalcanti: terror e sangue para vender muitos jornais e dar audiência. Dos órgãos da socieda-de civil, só a OAB vem denunciando seguidamente a espiral de violência e a insistência das autoridades em maquiar os índices de criminalidade na região. A desculpa para a política do avestruz de enfi ar o pescoço na terra para não enxergar a realidade, é a necessidade de preservar a imagem da cidade e o fl uxo turístico.

Pura bobagem!Enquanto isso os criminosos deter-

minam a que horas os cidadãos de bem podem entrar em suas casas, se o comér-cio abre ou fecha as portas e quando as nossas crianças e jovens podem estudar. Este quadro é intolerável. Devia cobrir de vergonha os responsáveis pela segu-rança pública e administração municipal. Permanecem irresponsavelmente atôni-tos, incapazes de uma reação coordenada e efi caz contra o crime.

Até a próxima tragédia!

Como Chefe de Estado

Violência no bairro Itajuru em Cabo Frio

A

Mariana Ricci

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Livros

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Octavio Perelló

Quando o talento literário é especialA chegada do Petrobras Programa de Leitura, com a visita do caminhão-biblioteca à Escola Municipal de Educação Especial Renato Azevedo, trouxe à tona um talento literário especial. Trata-se de Contos Aventu-reiros (Edição de Guilherme Casemiro, 2008, 20 páginas), escrito pela aluna Nívea Santana Jacuru. A autora, que tem 22 anos e é portadora de

NATAL é bom lembrar que o livro pode ser um presente muito especial. Uma boa oportunidade de você manifestar o apreço que tem por alguém, ofertando o que possa acrescentar algo de bom à vida desta pessoa. Há séculos que os livros guardam informação e entretenimento, e tudo indica que, a despeito dos avanços tecnológicos,

suas páginas resistirão ainda por tempo indeterminado. As opções são para todos os gostos, e mesmo que a nossa cidade ainda não seja um exemplo no gosto pelos livros – vide a quantidade de livrarias e o porte de nossa

biblioteca –, vale a pena garimpar um bom livro para dar a quem você deseja o bem! Acredite que você fará o bem a seu ente e a sua cidade, tornando um cidadão mais culto e informado!

Experiências que viram referênciasComo recuperar jovens em confl ito com a lei e diminuir os índices de delinqüência juvenil? As instituições responsáveis têm exercido a contento esse papel? Questões que se desdobram em empenho ou descaso, de acordo com o que se ofereça para atender a estas de-mandas sociais. Os exemplos de descaso são recorrentes e estampam de horrores muitas manchetes na imprensa, mas o esforço de gente obstinada por dar sua contribuição para redesenhar esses caminhos tortuosos deve ser destacado, como é o caso do escritor e mestre em políticas sociais Paulo Azevedo. Fruto da experiência do autor à frente da Casa de Cultura Hip Hop – que interage com jovens em situação de risco social em Macaé e por isso tem o reconhecimento deste trabalho em 16 países –, e do estudo sobre os jovens internos do Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Menor – CRIAM (Macaé), Meninos que não criam, permanecem no Criam (Edição do Autor, 2008, 124 páginas), foi tese de mestrado e ganhou indicação de publicação da Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF, o que se viabilizou através de apoio da Funda-ção Macaé de Cultura. O que o motivou à investigação do tema foi o desejo de entender porque esses meninos sempre recaíam na marginalidade: “Cheguei à conclusão de que é quase impossível a recuperação desses jovens. Enquanto o sistema não for modifi cado, eles não terão condições de ser reinseridos na sociedade”, conclui o autor. O livro aborda como o hip hop devolveu a cidadania a esses jovens marginalizados, dando-lhes uma forma de expressão artística e uma vida sem drogas e problemas com a lei.

defi ciência intelectual, produziu os oito textos do livro durante as aulas com a professora Juliana Augusta de Souza, no terceiro turno da unidade escolar. Segundo a educadora Rosana Andréa Soares, que assina o prefácio, “Nívea é uma aluna muito atenta que adora escrever. Suas histórias são fantásticas!”. Os revisores se limitaram a pontuar o texto, mantendo o estilo original. Abençoado seja este fruto de um talento especial que aqui indicamos com muita reverência!

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Imobiliária do Gaspar

Ernesto Lindgren

P o n t o d e V i s t a

Mohawk Trail é uma das mais antigas trilhas no nordes-te dos Estados Unidos e todo garoto aprende que a Rota 2 no Estado de Massachusetts

é a trilha pavimentada. Os nativos a seguiam desde a época glacial e em qualquer curso de engenharia de transporte enfatiza-se que várias ruas e rodovias no Brasil tiveram origens semelhantes. Os participantes das romantizadas Entradas e Bandeiras usaram os índios para mostrar suas trilhas, como ainda acontece quando alguém se aventura a encontrar grupos perdidos na Amazônia.

Uma trilha aparece dada a maneira como o homem se adapta a uma área e dizer que na Pon-ta do Forno em Búzios até existe rua é uma artimanha para justi-ficar a sua ocupação. Surgiu de uma picada aberta por pescadores que foi se alargando com o passar dos anos, o mato esmigalhado pelos automóveis que passaram a usá-la. A base do L, na ponta, visível em foto de satélite, mostra o local onde os carros manobravam. Não foi feita para facilitar o assentamento de pessoas. Brincadeira tem hora, mas se há registro de projeto na prefeitura até agora não foi mostrado.

É próprio vasculhar a pa-pelada para esclarecer de que maneira o país foi partilhado e passado de mão em mão. Um bom começo é o período entre 1612 e 1616 quando Gaspar de Souza foi governador-geral. Acontece que para onde Gaspar ia confusão ia atrás. Em 1622 seu fi lho Álvaro de Souza recebeu de Felipe III da Espanha o que hoje é o município de Bragança na margem direita do rio Caeté, Pará, 210 quilômetros a leste de Belém. Foi o jeito de resolver a briga entre as fa-

mílias de Gaspar e de Francisco Coelho de Carvalho que se diziam donos do pedaço. Em 1615 Gaspar fundou Cabo Frio e levou índios tamoios para con-quistar os goitacás do norte, fundando Macaé. (Entra nessa história Amador Bueno, filho de Araribóia, enviado para controlar a balbúrdia). Enquanto tamoios e goitacás se ocupavam com suas churrascadas que não eram de picanha ou porco no rolete, e sobre as quais Anchieta reclamou, 50 anos antes, comentando sobre seu desgosto ao ver um garoto de uns 10 anos roendo o osso do cotovelo de um inimigo, Estevão Gomes iniciou a construção do Forte São Mateus em 1618, terminando em 1620.

M

ERNESTO LINDGREN é sociólogo

E ai a coisa pega. O governador-geral da parte sul era Luiz de Souza e da norte o Gaspar. Considerando os argumentos para reivindicar a posse da Ponta do Forno não se pode descartar a possibilidade de que apareça alguém com um documento comprovando que um antepassado seu comprou a ilha onde está o Forte. Gaspar a teria recebido e criado uma imobiliária, registrando a escritura no Cartório do Luiz, assinando-a Felipe III como testemunha, sua fi rma reconhecida por Michael, Czar da Rússia. A compra foi averbada e o Forte será um restaurante especializado em comida coreana, só para os íntimos. Acontecendo, prendam seus cachorros.

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Eles já frequentaram a cúpula do poder em Búzios, durante a primeira gestão do prefeito eleito Mirinho Braga. Agora, quando os primeiros secretários da futura administração começam a ser anunciados, outra vez os nomes de Carlos

R E S U M O

CARLOS GONÇALVES ISAAC TILLINGER HENRIQUE GOMES

Fotos:PapiPressOs fortes de Búzios

Curso no MuseuO Museu de Arte Religiosa e Tradicional de Cabo Frio realizou o 9º Curso de Patrimônio Cultural para profi ssionais das áreas de educação, cultura e turismo, entre os dias 24 e 29de novembro. O curso foi ministrado por técnicos do IPHAN, e por universidades públicas e particulares, com palestras sobre os temas: patrimônio material, imaterial, natural e arqueológico.Na abertura do evento o Maestro Angelo Budega apresentou aos partcipantes show musical com a participação do Projeto Social Apanhei-te Cavaquinho.

Fórum de IntegraçãoA Prefeitura de Cabo Frio vai realizar o I Fórum de Integração do Programa Bolsa Família na Baixada Litorânea, sob o tema “PBF: Os Desafi os para uma Gestão Efi ciente”, no dia 16 (dezesseis) de dezembro de 2008, na Universidade Estácio de Sá.O encontro terá as presenças de técnicos que executam o PBF nos 10 (dez) municípios que compõem a Baixada Litorânea do Estado do Rio de Janeiro, representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome (MDS), além da Secretária Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, Sra Benedita da Silva, representante do CIEDS (Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável); Ministério Público, Poder Judiciário, benefi ciários do PBF, Conselhos Municipais de Assistência Social, Conselho Tutelar, secretários municipais de Assistência Social, Obras, Saúde, Agricultura e Habitação, mestres e doutores em políticas sociais, corpo docente e corpo discente das faculdades de Serviço Social e representante da Caixa Econômica Federal (CEF).

CCAAAs matrículas para o ano de 2009 já estão abertas no CCAA de Búzios e Cabo Frio. Em Búzios, uma novidade: quem antecipar a matrícula concorre ao sorteio de uma TV LCD, uma bolsa de estudo e mais brindes instantaneos no Painel da Sorte da curso.

Vôos da Argentina no verãoEntre os meses de dezembro de 2008 a março de 2009, o Aeroporto Internacional de Cabo Frio vai receber, durante os fi nais de semana, vôos vindos da Argentina. Duas companhias aéreas vão atuar no aeroporto: a brasileira Gol e a argentina Andes.

Um campista na AntártidaO biólogo Marcos Salomão, pesquisador visitante do Laboratório de Ciências Ambientais da Uenf, embarcou no dia 24 de novembro em missão científi ca à Antártica. Campista e aluno da primeira turma de graduação da Uenf, Salomão tomará parte em pesquisas sobre a biodiversidade da baía do Almirantado, na Ilha Rei George, no continente gelado.

Lafarge lança campanha valorizando a Região dos Lagos Inspirada nas belezas da Região dos Lagos, a Lafarge está lançando uma campanha que une imagens representativas de diversas cidades da região e o cimento Mauá, que faz parte da história do estado do Rio de Janeiro, há mais de 75 anos. Com o mote “Em todo lugar, pode confi ar: Cimento é Mauá”, as peças serão veiculadas em painéis nas vias de grande movimento, em 2009.

Agências Bancárias terão que disponibilizar cadeiras para clientesDentro de poucos dias, fi la nas agências bancárias só se for com os clientes sentados. Foi sancionada a lei nº 5.322/08, do deputado estadual Glauco Lopes (PSDB), que torna obrigatória a disposição de cadeiras em todas as agências do Estado do Rio de Janeiro. As 1.804 agências bancárias existentes nos 92 municípios fl uminenses terão 90 dias para se adaptar a nova lei. De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), só em Cabo Frio são 11 agências. Quem não cumprir sofrerá as penalidades estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor.

ALEXANDRE MARTINS

Gonçalves (o Carlinhos), Isaac Tillinger e Henrique Gomes, puxam a lista dos escolhidos, junto com o vice-prefeito eleito Alexandre Martins, mostrando quem será quem no tabuleiro do poder da península pelos próximos quatro anos.

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Galeria

DYANDREIA Valverde Portugal, nasceu no Rio de Janeiro. Teve contato com as artes desde criança por infl uência de seu pai que sempre a levava a leilões, galerias e feiras de antiguidades. Em 2000, mudou-se para Arraial do Cabo, na Região dos Lagos/RJ, para cuidar dos negócios da família. Deste tempo em diante, começou a observar a região de forma diferente, com percepções e sentidos que testou em suas telas. Impressionista, utiliza a técnica óleo sobre tela, trabalhando com tinta gorda, para alcançar volume e textura nas suas obras. Seu mestre, mentor e grande incentivador é o respeitado artista plástico Reinaldo Caó, que a lançou no mercado de artes com uma exposição coletiva sob sua coordenação.

“Pescador Costurando a Rede” - Óleo sobre tela - 35x45 cm - 2008

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