Estudo da logística de distribuição reversa

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    CENTRO DE ENSINO ATENAS MARANHENSEFACULDADE ATENAS MARANHENSE

    CURSO DE ADMINISTRAO EM MARKETING

    IVALDINO DA SILVA FRAGA

    ESTUDO DA LOGSTICA DE DISTRIBUIO REVERSA

    So Lus2010

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    IVALDINO DA SILVA FRAGA

    ESTUDO DA LOGSTICA DE DISTRIBUIO REVERSA

    Monografia apresentada ao Curso de Administrao em marketing , da Faculdade Atenas Maranhense, paraobteno do grau de Bacharel em Administrao emMarketing.

    Orientador: Prof. MSc. Gerisval Alves Pessoa

    So Lus2010

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    IVALDINO DA SILVA FRAGA

    ESTUDO DA LOGSTICA DE DISTRIBUIO REVERSA

    Monografia apresentada ao Curso de Administrao em marketing , da Faculdade Atenas Maranhense, paraobteno do grau de Bacharel em Administrao emMarketing.

    Orientador: Prof. MSc.Gerisval Alves Pessoa

    Aprovado em:___/___/2010

    Nota:___________________

    BANCA EXAMINADORA

    ___________________________________ Prof. Msc.Gerisval Alves PessoaMestre em Administrao (FGV)

    ___________________________________ 1 Examinador (a)

    __________________________________ 2 Examinador (a)

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    Dedico este trabalho aos meus pais, esposa, irmo eamigos, e, em especial, quelas pessoas que meincentivaram nos momentos mais difceis destaconquista.

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus, pela coragem e perseverana.De forma toda especial a minha me Valderice Ferreira Silva e meus avs

    Ivaldino e Maria Jos pelas lies de vida e amor em todos os momentos.Ao professor orientador Gerisval Alves Pessoa, pela dedicao e habilidade com

    que orientou este trabalho.Aos nossos amigos e colegas de turma, pelas amizades construdas.E aos professores por todos os ensinamentos.

    A todos aqueles que contriburam para a concluso deste de forma direta ouindiretamente.

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    Somos todos anjos de uma s asa e s podemos voar quando nos abraamos uns aos outros

    Fernando Pessoa

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    RESUMO

    O Presente trabalho aborda a logstica com conceitos, processo logstico, cadeia desuprimentos, distribuio, armazenagem, estratgia de estoque, sistema de logstica edistribuio fsica com foco central na logstica reversa e sua utilizao estratgica e o potencial da logstica reversa para o sistema alimentar, aspectos ambientais da logsticareversa, que com a crescente demanda varejista do mercado, observa-se um aumento daimportncia do setor logstico em propor estratgias que ofeream uma anlise orientada edirecionada para o processo de tomada de decises, focando as principais variveis como:

    transporte, custo, manuseio, estocagem, qualidade, pontualidade, flexibilidade, ou seja, todo ociclo logstico. Com o objetivo de minimizar os custos e uma maior maximizao dos lucros para as empresas. J que a logstica que gerencia o processo de distribuio, transporte econtrola de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, a percepo das empresas para a necessidade deste desenvolvimento est aumentando dia-a-dia. E necessrio dispor do produto certo, no momento certo. neste contexto que a logstica reversa desempenha papelfundamental e viabiliza um processo dinmico para toda a cadeia produtiva e principalmente

    para o cliente com a qualidade dos produtos que chegam ao consumidor. O objetivo demonstrar a logstica reversa onde as questes relacionadas com o meio ambiente assumemvital significncia para a manuteno e preservao de uma vida sustentvel no planeta. Ametodologia utilizada para elaborao do estudo foi explicativo, avaliado atravs de pesquisas bibliogrficas, de livros do ramo da logstica, artigos cientficos, que trouxeram idiasreferentes ao tema proposto.

    Palavras-chave: Logstica reversa. Distribuio. Armazenagem

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    ABSTRACT

    The present paper shows with the logistics concepts, process logistics, supplychain, distribution, warehousing, inventory strategy, system logistics and physicaldistribution with central focus on reverse logistics and its strategic use and potential of reverse logistics for the food system, environmental aspects of reverse logistics, that withthe growing demand of the retail market, there is an increase in the importance of thelogistics sector to propose strategies that provide a focused and directed to review theprocess of decision making, focusing on key variables such as transportation , cost,

    handling, storage, quality, timeliness, flexibility, in other words the entire logistics cycle.Aiming to minimize costs and greater profit maximization for companies. Since it's thelogistics that manages the distribution process, transport and control efficiently the flowand storage of products, the perception of businesses on the need for this development isincreasing day by day. And it is necessary to have the right product at the right time. Inthis context, reverse logistics plays a key role and enables a dynamic process throughoutthe production chain and especially to the client with the quality of products reaching

    the consumer. The goal is to demonstrate the importance of reverse logistics, whereissues related to the environment are of vital significance for the maintenance andpreservation of a sustainable life on the planet. The methodology used for preparing thestudy was explanatory, assessed through literature searches, books of business logistics,scientific articles, which brought ideas concerning the proposed topic.

    Keywords: Reverse logistics. Distribution. Storage

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 01:.Atividades tpicas do processo logstico ................................................................ 19Tabela 02: Consumo de defensivos agrcolas (kg/ha) ............................................................ 33Tabela 03: Devoluo de produtos pelos clientes ................................................................... 34

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    SUMRIO

    1 INTRODUO............................................................................................... 102 LOGSTICA.................................................................................................... 122.1 Conceito........................................................................................................... 122.2 Processo logstico............................................................................................. 132.3 Cadeia de suprimentos.................................................................................... 152.4 Cadeia de distribuio..................................................................................... 152.5 Armazenagem...................................................................................................

    .

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    2.6 Estratgia de estoque....................................................................................... 172.7 Sistema de logstica.......................................................................................... 182.8 Distribuio fsica............................................................................................ 183 LOGSTICA REVERSA................................................................................ 194 LOGSTICA REVERSA UTILIZADA ESTRATEGICAMENTE............ 224.1 O potencial da logstica reversa para o sistema alimentar........................... 244.2 Aspectos ambientais da logstica reversa....................................................... 274.3 Logstica reversa e os produtos agrotxicos.................................................. 315 CONSIDERAES FINAIS......................................................................... 38

    REFERNCIAS.............................................................................................. 39

    1 INTRODUO

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    O trabalho de concluso de curso faz um estudo da logstica de distribuioreversa, de grande relevncia para o mercado logstico e para as empresas envolvidas neste

    processo de distribuio.A administrao logstica, historicamente, no foi vista nas empresas como uma

    atividade que pudesse agregar valor a seus produtos e servios. Este panorama est mudandoem razo de diversos fatores, entre eles esto: sistemas de informao mais eficientes a umcusto menor; melhoria na tecnologia de movimentao e armazenamento de materiais;mtodos mais eficientes de controle de produo e estoque; e outros fatores que permitem omelhor planejamento e execuo das atividades da rea. Com isto a rea tem recebido

    destaque, e sua imagem como geradora de custos, passou para atividades que podem gerar diferenciais competitivos para as mesmas.

    Apesar da mudana de status da logstica, muito ainda pode ser feito, principalmente em termos do gerenciamento do fluxo de retorno de produtos no consumidos.Esse fluxo, assim como o direto, sofre oscilaes e essas podem ser maiores em tempos deturbulncia econmica, exigindo maior capacidade gerencial do canal de distribuio, quedeve estar preparado para absorver as variaes mais acentuadas da demanda num curto

    prazo.Muitas so as diferenas entre o fluxo de entrega de bens vendidos e o fluxo de

    bens retornados, mas apesar disso poucos so os estudos em canais de distribuio e logsticaque tratam do canal reverso de produtos no consumidos.

    A logstica reversa pode, portanto, ser entendida como a rea da logsticaempresarial que visa equacionar os aspectos logsticos do retorno dos bens ao ciclo produtivoou de negcios atravs da multiplicidade de canais de distribuio reversos de psvenda e de

    psconsumo, agregando-lhes valor econmico, ecolgico, legal e de localizao.Embora seja notvel o potencial da atividade reversa na economia, a falta de

    informao e consequente estrutura dos canais podem comprometer seu funcionamento deforma eficiente.

    Com o conhecimento da motivao da implementao de prticas de logsticareversa na cadeia de suprimentos de alimentos processados ser possvel compreender particularidades e aperfeioar as tcnicas de gesto de um expressivo setor da economia.

    O objetivo demonstrar a importncia da logstica reversa no trato das questesrelacionadas logstica de distribuio de forma sustentvel com o meio ambiente

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    A metodologia utilizada para elaborao do estudo foi explicativo, avaliadoatravs de pesquisas bibliogrficas, de livros do ramo da rea de logstica e artigos cientficos,que trouxeram idias referentes ao tema proposto.

    O trabalho acadmico aborda no captulo 2 a logstica, conceito, processologstico, cadeia de suprimentos, cadeia de distribuio, armazenagem, estratgia de estoque,sistema de logstica e distribuio fsica.

    No captulo 3 trata-se da logstica reversa. E no captulo 4 a logstica reversautilizada estrategicamente e o potencial para o sistema alimentar, aspectos ambientais dalogstica reversa e a logstica reversa e os produtos agrotxicos.

    Em seguida so apresentadas as consideraes finais do trabalho acadmico com

    parecer do acadmico e contribuies referente ao estudo realizado sobre logstica reversa.

    2 LOGSTICA

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    2.1 Conceito

    coordenar todas as atividades relacionadas aquisio, movimentao eestocagem de materiais. Esta abordagem considera o fluxo inteiro de materiais e peas, desdeos fornecedores at o estabelecimento de manufatura, com seus depsitos e linhas de produo, e tambm depois da manufatura, no fluxo de peas e produtos, atravs dosarmazns e centros de distribuio at os clientes, este fluxo controlado e planejado comoum sistema integrado; esta abordagem diferente da tradicional que era a abordagem

    departamentalizada.Existem muitas maneiras de definir o conceito de logstica, alguns autores

    definem como:

    Logstica consiste em fazer chegar quantidade certa das mercadorias certas ao ponto certo, no tempo certo, nas condies e ao mnimo custo; a logstica constitui-se num sistema global, formado pelo inter-relacionamento dos diversos segmentosou setores que a compem. Compreende a embalagem e a armazenagem, omanuseio, a movimentao e o transporte de um modo geral, a estocagem emtrnsito e todo o transporte necessrio, a recepo, o acondicionamento e amanipulao final, isto , at o local de utilizao do produto pelo cliente.(MOURA, 1998, p.52).

    Para Alt & Matins(2000, p. 252), a logstica responsvel pelo planejamento,operao e controle de todo o fluxo de mercadorias e informao, desde a fonte fornecedoraat o consumidor.

    Portanto, a logstica empresarial o processo de planejamento, implementao e ocontrole do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matrias-primas,estoque em processo, produto acabado e informaes relacionadas, desde o pontode origem at o ponto de consumo, com o objetivo de atender aosrequisitos do cliente. (BALLOU, 1998, p.42).

    A logstica empresarial associa um estudo orientado e administrao dos fluxos de bens e servios e da informao que os pe em constante dinamismo e tambm cuida do planejamento, organizao e controle das atividades de movimentao e armazenagem quevisam facilitar o fluxo de produtos.

    De modo que os consumidores tenham bens e servios quando e onde quiserem,na qualidade certa e na condio fsica que desejarem para sua satisfao.

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    Segundo, Bowersox (2001), a competncia logstica alcanada por umasistemtica de coordenao: um projeto de rede; informao; transporte; estoque earmazenagem, manuseio de materiais e embalagem. O desafio esta em gerenciar o trabalho

    relacionado a essas reas funcionais de maneira orquestrada, com o objetivo de gerar acapacidade necessria ao atendimento das exigncias logsticas.

    Duas questes so importantes ao ser considerados o desempenho logstico do ponto de vista da empresa. Em primeiro lugar, todas as empresas necessitam de apoio ecooperao de varias outras empresas para a consecuo de seu processo logstico. Essacooperao une as empresas em termos de metas, polticas e programas comuns.

    Considerando a perspectiva de toda a cadeia de suprimento (Supply Chain), a

    eficincia aprimorada por meio da eliminao de duplicao e desperdcio. No entanto acoordenao interorganizacional requer que tanto o planejamento como o relacionamentosejam feitos em conjunto.

    Com nfase na cadeia de suprimentos (Supply Chain), inclui todas as atividades e processos necessrios para fornecer um produto ou servio a um consumidor final, para aharmonia dessa cadeia importante haver a sinergia inter-relacionada a todos os seu setoresorganizacionais, principalmente com seus stakeholders, o objetivo focar e prezar pela

    melhoria na eficincia e no aumento da competitividade.

    2.2 Processo logstico

    A logstica na empresa esta envolvida em atividades que trazem ao produto ou

    servio, valor de tempo e lugar.O profissional da logstica empresarial busca sua prpria meta que move a

    empresa em direo ao seu objetivo maior, com isso geram-se melhorias na qualidade dosservios prestados ao cliente.

    O objetivo logstico minimizar os custos para alcanar o nvel de serviodesejvel no dando muita nfase na maximizao do retorno sobre o investimento (return oninvest).

    Pois de acordo com Ballou (2001), a empresa busca minimizar seus custos paraque possa ter lucro maior e ter um retorno sobre o investimento, assim, a logstica ajuda paraque os servios sejam prestados com uma qualidade total para seus clientes, ou seja, seria o

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    produto na hora certa, no tempo certo e no lugar certo, evitando aborrecimentos edesperdcios.

    Os clientes, quando querem comprar algo em uma loja, por exemplo, esperam

    encontrar o que procuram, o que seria muito difcil sem possuir o apoio da logstica.A logstica est sempre em constante mudana, nem todas as outras reas em uma

    organizao possuem esta caracterstica, o que faz da logstica uma rea complexa, dinmica eabrangente.

    Dentro da logstica esto envolvidos vrios processos, como transporte, estoque,armazenagem, manuseio de materiais e embalagem, criando-se um gerenciamento logstico.

    Porque para Bowersox (2001), o sistema operacional da logstica est ligado

    diretamente ao uso de matria-prima, produtos semi-acabados e produtos acabados, buscandosempre o menor custo possvel, porm quando se pensa em agregar valores dentro dalogstica, o custo se torna relativamente alto, devido aos processos envolvidos e ao peso queesta rea possui dentro das organizaes.

    A logstica a direo e a realizao de movimentaes de mercadorias,determina como devem ser movimentadas as mercadorias e visa determinar quando devem ser movimentadas; por exemplo: deve-se haver um aumento de estoque ou quando um pedido de

    fabricao deve entrar na produo. A logstica no somente uma questo de tcnica dearmazenagem e de movimentao de embalagens e transporte; tambm um mtodo dedireo e gesto que co-determina o grau de utilizao das instalaes fabris, o volume deestoque, a disposio a fornecer e o servio.

    fundamental ficar atento ao avano da tecnologia, onde surgem sempre novosmtodos de estocagem, embalagem e distribuio. Assim sendo, a abrangncia a logstica estcada vez mais envolvida com o processo produtivo e/ou organizacional de qualquer

    organizao, seja qual for o ramo de atividade.

    2.3 Cadeia de suprimentos

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    Segundo, Ballou (2001), o conjunto de atividades funcionais que vai da matria- prima at o produto acabado, ou seja, representa uma sequncia de fases da manufatura, sendoelas de suma importncia no decorrer do processo produtivo.

    Cita-se como exemplo uma empresa que pode utilizar o sistema de cadeias desuprimentos: uma lavanderia, pois em todo seu processo deve haver uma cadeia desuprimentos, como matria-prima, na utilizao da limpeza das roupas, gua, mquina delavar, ou seja, existe um processo sequencial na estrutura de uma lavanderia, onde assim seaplica a cadeia de suprimentos.

    2.4 Cadeia de distribuio

    De acordo com, Bowersox (2001), as cadeias de distribuio esto interligadas ao processo logstico de distribuio que por sua vez envolvem os seguintes processos:

    Previso de demanda;Planejamento das necessidades de materiais;

    Estocagem dos materiais;Armazenagem logstica;Movimentao de materiais;Embalagem;Estocagem dos produtos acabados;Planejamento e distribuio fsica;Processamento de pedidos;

    Transporte de pedidos;Transporte;Atendimento ao cliente;As atividades que coordenam o fluxo integral da logstica so principalmente:

    compra de produtos e matrias-primas e transporte de suprimentos.

    O objetivo dessas cadeias facilitar o fluxo de produtos, de modo que osconsumidores tenham bens e servios quando e onde quiserem, e na condio fsica quedesejarem. Esta movimentao pode ser compreendida a partir desse exemplo: matrias primas fluem para uma empresa fabricante, so processadas pela produo e, finalmente

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    produtos acabados so distribudos para os clientes finais por meio de um sistema dedistribuio fsica.

    2.5 Armazenagem

    No passado, um armazm era definido como um lugar para guardar material.Hoje, ele uma parte integrante da poltica de fabricao e marketing, administrao demateriais e planejamento financeiro. A criao e a locao do produto devem ser reconhecidas

    como a manifestao fsica da poltica de marketing. O nvel de sofisticao dosequipamentos e a criao de tcnicas operacionais devem representar uma resposta direta paraa logstica e os servios de comrcio ou instituio, sustentada pelos servios dearmazenagem.

    A propsito de um armazm estar provido de espao para o fluxo de materiaisentre as funes comerciais e operacionais que no tenham um fluxo linear contnuo deabastecimento. A reduo dos custos de armazenagem pode ser baseada na eficiente

    integrao entre: prticas operacionais, criao de embalagens, tcnicas de movimentao demateriais, mtodos de estocagem, processamento de pedidos. Estas atividades estomutuamente integradas e seus efeitos agregados devem ser previstos para satisfazer ao maisalto nvel de servios aos clientes, ao custo mais baixo possvel.

    A responsabilidade do armazm, ou centro de distribuio, deve ser: recebimento,cuidados, entrega pontual do produto certo na quantidade certa, em condies adequadas, nolugar certo, no momento certo e ao menor custo.

    2.6 Estratgia de estoque

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    Em uma organizao o espao para estocagem utilizado por quatro razes:reduzir custos de transportes e produo, coordenar oferta de demanda, auxiliar no processode produo e ajudar o processo de marketing.

    Reduzir custos de transportes e produo - o custo com o estoque pode ser relativamente alto, porm, compensado com a economia nos transportes e produo.

    Coordenar oferta de demanda - a organizao possui estoque suficiente para suprir a demanda de mercado.

    Auxiliar no processo de produo - em empresas de vinho, por exemplo, asgarrafas devem ser armazenadas para passar por um processo de envelhecimento, parasomente depois serem vendidas, assim, o estoque auxilia na produo do vinho.

    Ajudar o processo de marketing - o estoque deve obter os produtos necessrios para manter boa a satisfao dos clientes, ou seja, os produtos devem ser encontrados noestoque quando necessrio. (BALLOU, 2001).

    Quando no se possui um estoque adequado, podem ocorrer insatisfaes declientes e perda de vendas.

    A falta de matria-prima pode parar a produo ou atrasar o processo produtivo, oque ocasionar mais custo e falta de produto acabado para a empresa, porm, o excesso de

    matria prima tambm causa problemas para a empresa, pois, geram-se tambm mais custos e perda de lucratividade, assim o estoque se mantm imobilizado e sem giro contnuo.

    Para se elaborar uma estratgia de estoque, necessrio conhecer qual o papeldo estoque em uma empresa, assim sendo, deve se ter base de qual o valor que estimobilizado dentro do estoque.

    Os executivos de logstica esto conseguindo reduzir os nveis de estoqueoperacional, isto devido utilizao de estratgias de prazos como o JIT (Just in Time), que

    funciona da seguinte forma: os produtos possuem reposio de acordo com o consumo dosmesmos, ou seja, s so pedidos aos fornecedores materiais que realmente vo sair imediatamente do estoque, o que faz com que o custo de estoque esteja sempre baixo, umavez que o produto no armazenado e possui sada rpida.

    2.7 Sistema de logstica

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    Segundo, Bowersox (2001), dentro de uma complexa variedade de fatoresadministrativos, que devem ser considerados na criao de centros de distribuio, os crticosso: a poltica de servios aos clientes, que requer consideraes balanceadas no

    relacionamento entre o alto nvel de estoque e as caractersticas geogrficas de marketing, aslocaes de mltiplos armazns, um programa de agilidade e segurana nas entregas, oscustos dos servios aos clientes.

    O atendimento de um nmero cada vez maior de consumidores e velocidadescrescentes de suprimento gerou o desenvolvimento de tcnicas de distribuio que no podemser desconhecidas pelos administradores do setor.

    A problemtica distribuio pode ser resumida em quatro perguntas:

    Quanto distribuir? Problemas de lote econmico.Onde distribuir? Numero de filiais e depsitos.Quando distribuir? Programao das remessas.A quem distribuir? Transporte, estocagem, rede de revenda.A distribuio o planejamento do abastecimento aos clientes, s filiais e aos

    depsitos, visando assegurar um mximo de vendas com um investimento mnimo noestoque; a se situa o ponto bsico da questo: determinar a quantidade a estocar, para que o

    produto no falte no centro consumidor, sem que haja materiais em excesso no depsito.

    2.8 Distribuio fsica

    Inclui todas aquelas funes de transporte de produtos no espao ou no tempo at

    os consumidores. O Marketing cria uma demanda e atrai os clientes para um produto ao qualse confere um determinado valor; a fabricao mediante o emprego de determinadosmateriais, proporciona esse produto e, finalmente, a distribuio fsica d o valor ao espaoe ao tempo, situando os materiais e o produto no lugar e momento adequados. Desta forma, adistribuio fsica a principal linha de unio entre as atividades de fabricao e a criao dademanda.

    3 LOGSTICA REVERSA

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    Nos anos 80, o conceito de logstica reversa ainda estava limitado a ummovimento contrrio ao fluxo direto de produtos na cadeia de suprimentos. Foi na dcada de90 que novas abordagens foram introduzidas e o conceito evoluiu impulsionado pelo aumento

    da preocupao com questes de preservao do meio ambiente, atravs da presso exercida pela legislao e rgos fiscalizadores; e a constante busca pela reduo de perdas por partedas empresas e distribuidores. As atividades de logstica reversa passaram a ser utilizadas emmaior intensidade nesta dcada principalmente nos Estados Unidos e Europa, onde o conceitoclssico de logstica j era mais consistente.

    Segundo o Council of Logistics Management (1993, apud Leite, 2003, p. 151),logstica reversa um amplo termo relacionado s habilidades e atividades envolvidas no

    gerenciamento de reduo, movimentao e disposio de resduos de produtos eembalagens. A partir de ento, as definies de logstica foram abrangendo novas reas deatuao incluindo todas as formas de movimentos de produtos e informaes at ogerenciamento dos fluxos reversos.

    Para Leite (2003, p. 16-17), logstica reversa :

    [...] a rea da logstica empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e asinformaes logsticas correspondentes, do retorno dos bens de ps-venda e de ps-consumo ao ciclo de negcios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais dedistribuio reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econmico, legal,logstico, de imagem corporativa, entre outros.

    Este um conceito abrangente, em que o autor objetiva viabilizar o retorno de bens atravs de sua reinsero no ciclo de produo ou de negcios. Para que isso ocorra,deve haver uma etapa de anlise destes bens de ps-venda e de ps-consumo no intuito dedefinir o estado destes bens e determinar o processo o qual dever se submeter. A Figura 1mostra as atividades tpicas do processo logstico reverso.

    Figura 1 Atividades tpicas do processo logstico reversoFonte: Adaptado de Lacerda (2003)

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    Os materiais podem retornar ao fornecedor ou podem ser revendidos se aindaestiverem em condies adequadas de comercializao. Alm disso, os bens podem ser recondicionados, ou reciclados.

    O foco de atuao da logstica reversa envolve a reintroduo dos produtos oumateriais cadeia de valor atravs do ciclo produtivo ou de negcios e, portanto, um produtos descartado em ltimo caso. Atravs da gesto do fluxo reverso de produtos e/ouinformaes, a logstica reversa integra os canais de distribuio reversos.

    Leite (2003, p. 4) define os canais de distribuio reversos como:

    [...] as etapas, as formas e os meios em que uma parcela desses produtos, com poucouso aps a venda, com ciclo de vida til ampliado ou aps extinta a sua vida til,retorna ao ciclo produtivo ou de negcios, readquirindo valor em mercadossecundrios pelo reuso ou reciclagem de seus materiais constituintes.

    O canal de distribuio reverso de ps-consumo se caracteriza por produtosoriundos de descarte aps uso e que pode ser reaproveitado de alguma forma e, em ltimocaso, descartado. J o canal de distribuio reverso de ps-venda se caracteriza pelo retornode produtos com pouco ou nenhum uso que apresentaram problemas de responsabilidade dofabricante ou distribuidor e, ainda, por insatisfao do consumidor.

    Diversas podem ser as razes para que um produto retorne pela cadeia desuprimentos, tais como: defeito, falta de atendimento s expectativas, erro de pedidos, excessode estoque, danificao ou contaminao do produto e produtos fora de linha (Surplus).

    No setor de alimentos processados, este ltimo item no ocorre com freqncia. Omais comum o retorno de embalagens (por ser reutilizvel ou por questes ambientais) e adevoluo de produtos promocionais ou vencidos.

    Na fase de ps-venda, o retorno se d por questes de manuteno de imagem do

    produto e marca, bem como cumprimentos de contratos ou do Cdigo de Defesa doConsumidor.

    Em certos casos especficos, as empresas aceitam o retorno no previsto emcontrato. Esta prtica comum naquelas que se diferenciam pelo servio ao cliente, poismesmo no sendo de sua responsabilidade, uma forma de garantir a satisfao doconsumidor e manter a competitividade. No entanto, o mais seguro para o fornecedor e para ocliente, estabelecer em contrato as responsabilidades de cada um.

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    Como a logstica reversa de ps-venda, a atividade relacionada ao ps-consumotambm possui um objetivo econmico. Leite (2003, p. 107) afirma que o objetivo econmicode implantao da logstica reversa de ps-consumo se deve s economias relacionadas com o

    aproveitamento das matrias-primas secundrias ou provenientes de reciclagem bem como darevalorizao dos bens atravs da reutilizao e reprocesso.

    Alm do objetivo econmico, diferentemente do canal de ps-venda, o retorno de bens usados ocorre muito mais por questes ambientais e legais que pela possibilidade deretornar o bem cadeia de valor. Assim sendo, esta atividade mais intensa em locais cujasociedade seja mais exigente e/ou que a legislao mais rgida.

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    4 LOGSTICA REVERSA UTILIZADA ESTRATEGICAMENTE

    As alteraes no mercado tm exigido das empresas um esforo no sentido deaumentar sua competitividade para se manter nos negcios. Neste sentido, atividades quereforcem uma vantagem competitiva para as empresas so ressaltadas devido suaimportncia no estabelecimento de um relacionamento com o cliente. A logstica reversa sedestaca como uma destas atividades e deve ser mais bem compreendida.

    A base de uma vantagem a diferena entre uma empresa e seus concorrentes. Neste sentido, a estratgia a busca deliberada de um plano de ao para desenvolver e

    ajustar a vantagem competitiva de uma empresa (HENDERSON, 1998, p. 5).Uma empresa deve criar e sustentar uma vantagem competitiva para que, atravs

    da elaborao e implementao de uma estratgia competitiva, ela consiga atingir uma posio competitiva favorvel na indstria.

    Para isso, essencial que a empresa conhea profundamente a estrutura industrialdo setor de atuao. Assim, a vantagem competitiva utilizada por ela para se defender contraas foras competitivas bsicas (ameaa de entrantes, poder de negociao dos fornecedores,

    poder de negociao dos compradores, presso dos produtos substitutos e a intensidade darivalidade entre os concorrentes j existentes) ou influenci-las a seu favor (PORTER, 1986, p. 22).

    Uma forma de sobreviver num mercado de acirrada concorrncia a diferenciaode produtos e servios como vantagem competitiva e tambm para dominar diferentes tipos demercados. A diferenciao dos servios em logstica uma forma de oferecer uma vantagemcompetitiva frente aos concorrentes, por proporcionar mais valor ao cliente. Com isso uma

    empresa pode diferenciar sua marca e fidelizar clientes por oferecer um nvel de servio maiselevado.

    A logstica contribui para o sucesso das organizaes no somente por propiciar aos clientes a entrega precisa de produtos, mas tambm por promover suporte ao produto apssua venda ou consumo. Uma meta comum a vrios negcios conquistar os clientes de formaque eles no queiram o risco e a incerteza da troca de fornecedor. H muitos modos paradesenvolver vnculos que dificultem esta troca. Um deles o fornecedor oferecer a seusclientes um servio de retorno rpido e eficaz de mercadoria no vendida ou defeituosa e ahabilidade de creditar os clientes de forma justa.

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    A logstica reversa estrategicamente utilizada para permitir aos participantes doelo seguinte da cadeia, tais como varejistas e atacadistas, reduzir o risco de comprar produtosque podem no ser de venda quente, ou seja, de venda rpida. O uso estratgico da

    capacidade de logstica reversa aumenta os custos de mudana de fornecedores. Este aumentono nvel de servio fortalece a cadeia de valor de uma empresa que, se bem configurada,refora sua vantagem competitiva.

    Para ser visualizada e compreendida, a vantagem competitiva no pode ser analisada sob o ponto de vista da empresa como um todo, pois ela se origina nas atividadessegmentadas como produo, projeto, marketing, logstica, dentre outras. Cada atividade podefornecer uma vantagem competitiva empresa. Assim, a logstica reversa pode ser utilizada

    estrategicamente por fornecer outras oportunidades que, muitas vezes, interagem entre sivisando sempre um incremento nas vantagens estratgicas. So eles:

    a) Adequao s questes ambientais: A conscientizao sobre a conservao no s uma questo de moda e, sim, uma reorientao da produo e do consumo parao crescimento sustentvel. Para isso, a logstica deve minimizar o impactoambiental, no s dos resduos oriundos das etapas de produo e do ps-consumo,mas dos impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos. O marketing de

    consumo est sendo substitudo por uma viso voltada para o desenvolvimentosustentvel e, com isso, garante vantagem competitiva aos produtos e projeta asempresas em mercados mais exigentes.

    b) Reduo de custo: O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagensretornveis fornecem ganhos que estimulam novas iniciativas e esforos emdesenvolvimento e melhoria dos processos de logstica reversa. Na reciclagem delatas de alumnio h uma economia de 95% da energia eltrica que expressivo

    quando se considera que a energia eltrica representa 70% do custo de fabricaodo alumnio (LEITE, 2003, p. 121).

    c) Razes competitivas: Uma forma de ganho de vantagem competitiva frente aosconcorrentes a garantia de polticas liberais de retorno de produtos que fidelizamos clientes. Dessa forma, empresas que possuem um processo de logstica reversa bem gerido tendem a se sobressair no mercado, uma vez que podem atender aosseus clientes de forma melhor e diferenciada do que seus concorrentes, isto ,ganham competitividade por oferecerem um servio valorizado pelo cliente.

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    d) Diferenciao da imagem corporativa: Muitas empresas esto utilizando logsticareversa estrategicamente e se posicionando como empresa cidad, contribuindocom a comunidade e ajudando as pessoas menos favorecidas. Com isso, as

    empresas conseguem um aumento do valor da marca e muitas vezes de seus produtos tambm. Estas polticas podem no ser a razo pela qual todos os clientescompram seus produtos, mas elas so consideradas um forte incentivo demarketing.

    e) Elevao do nvel de servio oferecido ao cliente: A logstica reversa umaestratgia para agregar valor ao produto de vrias formas, desde fornecer umaferramenta de apoio ao marketing de relacionamento com o consumidor aps a

    compra at oferecer um servio orientado para a preservao ambiental. Estaelevao no nvel de servio deve ser no sentido de desenvolver uma vantagemcompetitiva sustentvel para as empresas, visto que as melhorias introduzidas noservio ao cliente de uma empresa no so facilmente copiadas pelos competidorescomo o so as mudanas no produto, no preo e na promoo. No caso do canal reverso de latas de alumnio e de papel, a atividade dos

    catadores capaz at de sustentar famlias de baixa renda. Segundo estimativas do

    Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE, 1999), existiam cerca de 200 milcatadores no Brasil em 1999. A reciclagem, que comeou como um trabalho informal,atualmente se tornou uma opo de emprego estvel, principalmente pela implantao decooperativas de reciclagem.

    4.1 O potencial da logstica reversa para o sistema alimentar

    Aps a abertura do mercado nacional, importantes mudanas tm ocorrido nosvrios setores da economia no intuito de proporcionar um reposicionamento das empresasnacionais frente ao ambiente de forte competitividade imposto pela entrada de empresas decapital estrangeiro no pas.

    No setor de alimentos no foi diferente. O ambiente produtivo e fortementeconcorrencial forou toda a cadeia produtiva a redimensionar suas estratgias competitivas evalorizar aquelas que visam alcanar vantagens competitivas. A falta de uma vantagem

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    competitiva sustentvel para definio de uma posio estratgica na indstria torna umaempresa vulnervel aos padres competitivos impostos pelo mercado.

    Entender as mudanas nos desejos do consumidor fundamental para

    compreender como as empresas, ao longo das redes agroalimentares, devem trabalhar para ter sucesso. Para os supermercados, o setor de servios de alimentao (food-service), osatacadistas, a indstria de alimentos, a produo agropecuria e as empresas de insumos, ofluxo eficiente de informaes ao longo da rede produtiva essencial para compreender anova preferncia dos consumidores no que tange a atributos especficos dos produtos eservios oferecidos.

    Neste ambiente de competio acirrada, os consumidores se orientam cada vez

    mais para a obteno de maior valor em suas compras, ou seja, maior relao entre os benefcios e custos para se ter o produto ou servio. A agregao de valor ao produtoalimentcio atravs da logstica reversa significa o atendimento s crescentes expectativas dosclientes distribuidores no atacado e no varejo por um apoio no retorno de produtos; e doconsumidor final ao oferecer um servio diferenciado.

    Alm disso, cria-se vantagem competitiva para os fabricantes de produtos atravsdo atendimento legislao ambiental, reduo de custos, aumento da competitividade e

    diferenciao da imagem corporativa da empresa. Neste sentido, as grandes empresasalimentares esto incluindo a implantao e gerenciamento da logstica reversa em suasestratgias como forma de obter uma diferenciao do servio ao cliente.

    Deve-se considerar que, no setor de alimentos, a logstica reversa tem um papeldiferenciado no que tange a segurana do alimento. Atravs de polticas liberais de retorno de produtos alimentcios, a empresa permite a devoluo de produtos defeituosos ou fora do prazo de validade, evitando problemas de infeco ou intoxicao e, desta forma, ela protege

    a sua marca pela garantia de proteo sade do consumidor.Esta estratgia essencialmente til para atender a um dos direitos bsicos do

    consumidor estabelecido no inciso I do Artigo 6 do Cdigo de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990), em que os consumidores tm direito [...] proteo da vida, sade esegurana contra os riscos provocados por prticas no fornecimento de produtos e serviosconsiderados perigosos ou nocivos [...].

    Este um fator muito importante, visto que muitos varejistas, frente possibilidade de perder o produto pelo trmino de sua validade e a impossibilidade de retornar este produto ao fabricante, fazem promoes para liquidar o estoque. Se algum problema decontaminao ocorrer, a marca do produto perde a credibilidade junto aos consumidores.

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    de interesse de ambas as partes, fabricantes e varejistas, a implantao de umsistema logstico reverso de forma a dividir os custos de retorno de produto e proteger suasmargens de lucro.

    Varejistas e atacadistas valorizam o servio como elemento de deciso de quemcomprar e avaliam a performance de seus fornecedores em termos de disponibilidade,desempenho operacional e confiabilidade. Portanto, a logstica reversa deve ser priorizada pelos fornecedores interessados em no somente oferecer um servio diferenciado aosconsumidores finais, mas em fidelizar um cliente varejista.

    O marketing de relacionamento com os consumidores e varejistas aps a vendados produtos precisa trabalhar junto com o sistema logstico reverso da empresa para construir

    uma vantagem competitiva sustentvel. Nestes casos em que a empresa pode controlar produtos quando existe risco

    sade atravs de polticas liberais de retorno de produtos alimentcios, existem outros benefcios alm da garantia de proteo marca e fortalecimento da relao indstria-varejista.

    Deve-se considerar ainda o potencial que esta prtica tem para fortalecer ocomrcio exterior de alimentos contra a imposio de barreiras no-tarifrias em mercados

    como o norte-americano e a unio europia. no sentido de adequao de produtos e servioss exigncias dos pases importadores que a logstica reversa pode colaborar para ofortalecimento das exportaes brasileiras, principalmente as do setor agroalimentar que sedestacam nacionalmente.

    A primazia em um setor pode ser obtida atravs de vantagens competitivas cujasorigens esto na anteposio em oferecer ao consumidor um produto alimentcio associado aum servio diferenciado garantido por um sistema logstico reverso.

    No entanto, esta no uma tarefa fcil, visto que h uma carncia generalizada deinformaes nesta rea, como j mencionado anteriormente. A falta de informaes dificulta avisualizao das vantagens obtidas com a atividade de logstica reversa.

    Isto se torna mais evidente no setor de alimentos processados cujasespecificidades moldam toda sua cadeia de suprimentos. A elevada perecibilidade dos produtos que exige um eficiente sistema logstico em contraposio ao baixo valor agregadode seus produtos tem limitado a expanso da atividade neste setor.

    Segundo Fleury e Silva (2000, p. 77), a reduo nos custos logsticos pode ter grande impacto em empresas do setor alimentcio cujos custos logsticos representam 30 a40% do valor agregado total.

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    Aes visando construo de competncias logsticas eficazes ainda estorestritas a um pequeno grupo de empresas. No entanto, apesar de muitas empresas ainda noreconhecerem o potencial estratgico de processos logsticos reversos, esta situao est

    mudando. Estudos que evidenciem os benefcios do gerenciamento dos retornos certamentecolaboram para o incremento desta tcnica de gesto nas empresas.

    A indstria de alimentao tem se destacado em mbito nacional pela amplacapacidade competitiva. O setor de produtos alimentcios representa um ponto forte daeconomia e est integrada com o comrcio exterior. Portanto, o diagnstico da atividade delogstica reversa em indstrias de alimentos e supermercados intenta colaborar para odesenvolvimento do setor de alimentos nacional.

    4.2 Aspectos ambientais da logstica reversa

    O crescente interesse pela proteo ambiental aportou novas necessidades aos processos logsticos. Na Europa, o enfoque ambiental dado logstica reversa apoiado por

    diretrizes legais para transporte e descarte de embalagens.Alguns pases possuem legislao acerca do retorno de embalagens, tanto para

    reutilizao quanto para descarte das mesmas. No Brasil, a legislao exige o retorno de produtos considerados perigosos aps o trmino da vida til, por conter metais pesados, taiscomo pilhas e baterias, e de produtos considerados problemticos, devido s poucas opes detratamento, como pneus. Nestes casos, a responsabilidade pela logstica e pelo tratamento dosresduos do fabricante.

    Segundo Slijkhuis (2004), a Comunidade Europia, com o uso da Diretiva 94/62,estabeleceu uma hierarquia de medidas para a reduo de resduos em prazos estabelecidos:(i) reduzir os resduos na origem; (ii) utilizar materiais reciclveis; (iii) reutilizar os materiais,maximizando o giro; (iv) implementar sistemas de recuperao; e (v) reciclar os materiais.

    A logstica reversa tem sido associada a operaes de reciclagem e a interesses de preservao ambiental, principalmente quanto a retornos de produtos no-consumidos ou deitens com defeitos de fabricao ou projeto, osrecalls . Se estes itens no forem recolhidos, oconsumidor, por falta de outros meios, poder fazer a disposio de modo inadequado(DAUGHERTY, MYERS; GLENN, 2002; MINAHAN, 1998).

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    Especificamente quanto ao retorno de embalagens, Lima e Caixeta Filho (2001)comentam que este fluxo pode reduzir desperdcios de valores e riscos ao ambiente, pelareutilizao, recuperao e reciclagem dos materiais de embalagens. A embalagem de

    interesse para esta pesquisa o contenedor industrial retornvel. Um contenedor retornvel um tipo de embalagem secundria que pode ser usada mais de uma vez da mesma forma, aocontrrio dos contenedores do tipoone-way , descartados to logo se d o uso do produto.

    Para tanto, um sistema de gerenciamento de retorno deve ser montado, para queos contenedores estejam disponveis no ponto e no momento em que forem requisitados. Osistema de gerenciamento deve ter como meta a coleta do contenedor vazio no atual usurio eo seu transporte at o prximo usurio. O contenedor deve chegar limpo, ntegro e

    identificado com os dados da prxima transao (KROON; VRIJENS, 1995).Outra necessidade gerencial que pode surgir na gesto de embalagens retornveis

    a determinao de rotas. Embalagens reutilizveis e bens a reciclar ou remanufaturar sotransportados na direo oposta distribuio. Se ambas as tarefas so executadas pelamesma infra-estrutura de transporte, um problema de roteamento surge, e sua soluo deveconsiderar, simultaneamente, tanto a via direta como a reversa, determinando uma rota timacom entregas e coletas na mesma ronda (DETHLOFF, 2001).

    Leite (2003) compara embalagens descartveis e retornveis. Segundo o autor, asembalagens retornveis possuem os mesmos inconvenientes das descartveis, tais como oscustos do transporte direto, transporte de retorno, administrao de fluxos, recepo, limpeza,reparos eventuais, armazenamento e de capital investido. Contudo, alm dos benefciosambientais, embalagens retornveis tambm podem oferecer outros tipos de benefcios: (i)conferir maior proteo aos produtos; (ii) oferecer ao usurio maior flexibilidade medidaque mudarem os requisitos legais; ou (iii) se a empresa no possui mais nenhuma aplicao

    para as embalagens, elas podem retornar ao fabricante como material reciclado, podendo ser utilizadas em novas embalagens.

    Segundo Leite (2003), h trs aspectos que devem ser considerados em decisessobre embalagens: (i) os sistemas de produo de alta velocidade de resposta ( just-in-time ),nos quais a exigncia de rpida alimentao das linhas de montagem, alta frequncia deentregas e tempos de atravessamento curtos favorecem o uso de embalagens retornveis; (ii) acrescente conscincia ecolgica empresarial, pelo impacto de seus produtos, embalagens eacessrios no meio ambiente; e (iii) o desenvolvimento de empresas prestadoras de servio delocao de embalagens e acessrios, que permitem redues de custo aos utilizadores.

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    Rogers e Tibben-Lembke (2001) comentam que custos de transporte no devemser os nicos a serem considerados em decises sobre embalagens retornveis, j que estastambm afetaro custos de manuseio e rastreamento de embarques.

    Os autores destacam a importncia de se desenvolverem embalagens leves eresistentes, tendo em vista que muitos custos de embarque esto associados ao peso da carga e necessidade de acondicionamento para preveno de dano no transporte. O aproveitamentodo espao das embalagens retornveis tambm destacado pelos autores, haja vista queembalagens padronizadas podem fazer com que haja espao perdido e prejudicar oaproveitamento dos contineres e veculos, aumentando o custo de transporte. O ganho emergonomia tambm relevante, de modo a preservar a sade ocupacional dos operadores,

    tanto na fabricao como no uso e descarte da embalagem.A maior preocupao dos governos com esta questo reflete-se no

    desenvolvimento de legislao adaptada aos modos de produo e consumo sustentveis, quevisem minimizar os impactos das atividades produtivas ao meio ambiente. Exemplo disso foi elaborao da Resoluo n 258 do Conselho Nacional de Meio Ambiente CONAMA(BRASIL, 1999). Esta resoluo estabelece s empresas fabricantes e importadoras de pneus aobrigao pela coleta e destino final ambientalmente adequado dos pneus inservveis, o que

    obriga este segmento a sustentar polticas de logstica reversa.A logstica reversa tem conquistado maior importncia e espao na operao

    logstica das empresas, principalmente por seu potencial econmico. Nas grandes empresasnorte-americanas, a logstica reversa contabiliza cerca de 4% dos custos logsticos totais, umvalor estimado de 35 a 42 bilhes de dlares ao ano, que representa a importncia domelhoramento dos processos envolvidos com os produtos e materiais retornados (Norek,2003; Rogers e Tibben-Lembke, 2001; Meyer, 1999).

    Dentro dos principais processos envolvidos com a logstica reversa, a reciclagem um dos mais importantes. No Brasil, as embalagens PET (politereftalato de etileno) e dealumnio esto entre aquelas com maior ndice de reciclagem.

    De acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), em2004, foram consumidas 360 mil toneladas de embalagens PET, sendo que, deste total, 48%foram recicladas, representando um crescimento de 22% em relao ao ano anterior (COMPROMISSO, 2006).

    Deve-se destacar que o Brasil est frente da Europa na reciclagem destematerial, j que a taxa de reciclagem naquele continente foi de 31% em 2004 (PETCORE,2006).

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    O pas tambm destaque mundial na reciclagem de embalagem de alumnio. Em2004, pelo quarto ano consecutivo, o Pas lidera oranking de reciclagem com uma taxa de96% de material reciclado em relao ao consumido, seguido pelo Japo com 86%

    (COMPROMISSO, 2006).Embora o potencial da atividade de logstica reversa na economia seja econmica

    e ambientalmente importante, a falta de viso da atividade como geradora de vantagemcompetitiva s empresas compromete a estruturao e a eficincia destes canais.Recentemente, como forma de atenuar este problema, a maior empresa de reciclagem dealumnio do Brasil se uniu a uma grande rede de hipermercados numa campanha paraincentivar a reciclagem de embalagens de bebidas (alumnio e PET). A expectativa das

    empresas era que a instalao de Centros de Coleta deste tipo de embalagem noshipermercados geraria vantagens para ambas as organizaes. A cadeia supermercadistaassociaria sua imagem com a preservao ambiental.

    Para operacionalizar e estimular os consumidores a participarem da iniciativa, ossupermercados emitiram cupons de desconto que poderiam ser utilizados para aquisio de produtos ou doao para a campanha governamental do Fome Zero.

    Desta forma, alm de divulgar a campanha, esta ao aumentaria o fluxo de

    pessoas nas lojas. Presume-se que uma das vantagens da empresa recicladora seria,fundamentalmente, a de aumentar a sua captao de matria-prima, ou seja, as embalagensreciclveis. Os custos da instalao dos Centros de Coleta implantados nas lojas da rede dehipermercados se justificariam pelo aumento de escala na coleta das embalagens e seutransporte at os Centros de Reciclagem.

    Convm destacar que esta parceria entre o varejo e as empresas de reciclagem uma iniciativa inovadora, visto que a responsabilidade pelo fluxo reverso de embalagens

    normalmente do fabricante (CHAVES, 2005).

    4.3 Logstica Reversa e os Produtos Agrotxicos

    Os agrotxicos so definidos como quaisquer produtos que tm a finalidade de

    combater pragas e doenas presentes em culturas agrcolas, tais como: pesticidas, fungicidas eherbicidas.

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    Os agrotxicos mais utilizados so os organo-sintticos, cuja toxidade considervel sade e persiste por vrios anos nos ecossistemas (LACERDA, 2004, p.34).

    O Brasil, na dcada de 1950, iniciou a utilizao de inseticidas organofosforados

    em substituio aos organoclorados. Os agrotxicos organofosforados so mais txicos doque os organoclorados, no entanto, degradam mais rapidamente no meio ambiente e no seacumulam nos tecidos gordurosos das espcies animais.

    Ao contrrio, os agrotxicos organoclorados so menos txicos espcie animal, porm uma vez liberado no meio ambiente, so persistentes e penetram na cadeia alimentar, podendo causar efeitos patolgicos a longo prazo. O pesticida DDT (Dicloro DifenilTricloroetano) faz parte do grupo dos organoclorados. Proibido, era utilizado no combate s

    pragas e formigas na agricultura.Ao contrrio da agricultura ecolgica na qual qualquer tipo de agrotxico

    proibido, para evitar que o seu uso possa causar morte de pequenos animais terrestres,aquticos e desfolhamento de plantas, as monoculturas de soja, trigo e arroz utilizam-seintensivamente dos agrotxicos. Associados liberao do crdito bancrio rural, a produo,a comercializao e o uso de agrotxicos dependem de registros prvios no governo federalque exigem especificaes, dentre elas a identificao, como a colocao nas embalagens de

    um rtulo, indicando com base em cores a toxicologia dos agrotxicos.Em 2003, as vendas de defensivos agrcolas foram da ordem de US$ 3,1 bilhes,

    o equivalente a 170 mil toneladas. Esse volume de vendas representou um crescimento de63% em relao ao ano anterior. Com relao ao mesmo perodo, 2003, as importaescresceram em 55% (ABIQUIM, apud LACERDA, 2004).

    Considerando as outras empresas que atuam em fases intermedirias da cadeia produtiva dos agrotxicos, como os fornecedores de insumos, embalagens e de servios,

    conservadoramente, so da ordem de US$ 400 milhes, estimados em bases anuais e lquidosde impostos, taxas e contribuies (SINDAG, apud LACERDA, 2004). Ainda segundo estamesma fonte, o Brasil um pas de consumo mdio, equivalente a 3,2 kg de defensivosagrcolas por hectare. Para se ter uma visualizao do que representa esse ndice, na Tabela 1 mostrado o consumo de defensivos agrcolas por hectare em vrios pases da Europa.

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    Tabela 1: Consumo de defensivos agrcolas (kg/ha)

    Fonte: Sindag (2005)

    Tendo em vista que o Brasil um pas de grande extenso de reas agrcolas, o

    consumo de defensivos agrcolas bastante elevado, significando um nmero alto deembalagens utilizadas e, por conseguinte, a serem retornadas e recicladas.

    Na safra 2000/01, foram utilizadas no campo 130 milhes de embalagens deagrotxicos ou cerca de 27 mil toneladas. Na safra 2001/02, o consumo de agrotxico atingiua quantidade de 32 mil toneladas (INPEV, 2005). Grande parte dessas embalagens tevedestino incerto. Os problemas ambientais causados por essas embalagens tm sido estudados por vrias organizaes governamentais e no governamentais.

    Diversas vises tericas tm sido desenvolvidas tentando estabelecer relaesentre crescimento econmico, explorao dos recursos naturais, herana das futuras geraes,qualidade de vida, distribuio de renda e pobreza (SOUZA FILHO, apud LACERDA, 2004).

    Entretanto, uma grande maioria de autores desse campo de conhecimento trabalhacom o conceito do desenvolvimento sustentvel, isto , satisfazer as necessidades presentessem comprometer a capacidade das geraes futuras de satisfazer suas prprias necessidades.

    Na direo da preservao do meio ambiente, em junho de 2001, o Brasil

    promulgou a lei 9.974, complementada pelo decreto-lei 4.074, entrou em vigor em 2002,regulamenta dentre outras atividades, o transporte e a destinao final das embalagens vazias.O processo de logstica reversa depende do tipo de material e do motivo pelo qual

    retornam ao sistema produtivo. O tipo de material pode ser dividido em dois grandes grupos: produtos e embalagens. No caso de produtos, os fluxos de logstica reversa podem ser dados pela necessidade de reparo, reciclagem ou porque simplesmente os clientes os devolvem. O porcentual de devoluo de produtos pelos clientes, tpico de algumas indstrias, mostradana tabela 2.

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    Tabela 2: Devoluo de produtos pelos clientes

    Fonte: Lacerda(2004)

    Observa-se que o porcentual de retorno de produtos varia por indstria e, em

    algumas delas, como nas vendas por catlogos, o gerenciamento eficiente do fluxo reverso fundamental para o negcio.De acordo com LACERDA (2004), o fluxo reverso de produtos tambm tem sido

    utilizado como forma de administrao de estoques, procurando-se minimizar os custosdecorrentes de baixa rotatividade de determinados itens como nos casos de produtos da indstriafonogrfica, editoras de jornais e revistas, que trabalham com grande nmero de itens e delanamentos.

    O risco dos varejistas, ao adquirirem esses produtos, o de ter uma baixa rotatividade

    de vendas e, por conseguinte, formar estoques. Com o objetivo de incentivar a compra de todo ummix de produtos, essas empresas tm como estratgia, aceitar a devoluo dos itens no vendidos.Acredita-se que com esta prtica que, embora o custo da devoluo seja elevado, sem ela, as perdas de vendas seriam bem maiores.

    No caso de embalagens, os fluxos da logstica reversa acontecem basicamente emfuno da sua reutilizao ou devido a restries legais relacionadas ao meio ambiente. Como asrestries ambientais no Brasil com relao a embalagens no so to rgidas, exceto s

    embalagens de agrotxicos, a deciso sobre a utilizao de embalagens retornveis oureutilizveis leva em considerao os fatores econmicos. Alm disso, existe uma grandevariedade decontainers e embalagens retornveis, com um custo de aquisio consideravelmentemaior que as embalagensoneway .

    Entretanto, quanto maior o nmero de vezes que se usa a embalagem retornvel,menor o custo por viagem, que tende a ficar menor que o custo da embalagemoneway(LACERDA, 2004).

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    Segundo Kumar e Tan apud Leite (2003), alguns fatores tm forado as empresas aassumirem a logstica reversa como estratgia de gerenciamento, tais como: a) legislaogovernamental. A legislao disciplina a destinao final de embalagens vazias de agrotxicos e

    determina as responsabilidades para o agricultor, o revendedor, o fabricante e para o Governo naquesto de educao e comunicao.

    O no cumprimento dessas responsabilidades poder implicar penalidades previstasna legislao especfica e na lei de crimes ambientais (Lei 9.605, de 13/02/98), como multas e at pena de recluso; b) ciclo de vida dos produtos. A logstica reversa deve ser considerada dentro deum conceito mais amplo que o do ciclo de vida do produto. A vida de um produto, do ponto devista logstico, no termina com sua entrega ao cliente. Os produtos se tornam obsoletos, podemser danificados, ou no funcionam e devem retornar ao seu ponto de origem para seremadequadamente descartados, reparados ou reaproveitados.

    Do ponto de vista financeiro, alm dos custos de compra de matria-prima, de produo, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui tambm outroscustos que esto relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso. Existe uma claratendncia de que a legislao ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez maisresponsveis por todo ciclo de vida de seus produtos.

    Isso significa ser legalmente responsvel pelo seu destino aps a entrega dos produtos

    aos clientes e do impacto que produzem no meio ambiente; c) novos canais de distribuio. Novoscanais de distribuio como oe-commerce tem sido explorados para servir melhor e maisrapidamente os clientes.

    Estes novos canais de distribuio diretos devem se preparar para gerenciar uma redede logstica reversa medida que a comercializao torna-se globalizada. Para gerenciar o produtoque no chega em boas condies para o consumidor necessria uma logstica reversa paraatender adequadamente o cliente; d) foras de mercado. Os varejistas acreditam que os clientes

    valorizam as empresas que possuem polticas mais liberais de retorno de produtos. Essa umavantagem percebida onde os fornecedores ou varejistas assumem os riscos pela existncia de produtos danificados. Isso envolve, claro, uma estrutura para recebimento, classificao eexpedio de produtos retornados.

    Essa uma tendncia que se refora pela existncia de legislao de defesa dosconsumidores, garantindo-lhes o direito de devoluo ou troca. As iniciativas relacionadas logstica reversa tm trazidoconsiderveis retornos para as empresas. Economias com autilizao de embalagens retornveis ou com o reaproveitamento de materiais para produotm trazido ganhos que estimulam a utilizao da logstica reversa.

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    Alm disso, os esforos em desenvolvimento e melhorias nos processos delogstica reversa podem produzir retornos considerveis, que justificam os investimentosrealizados; e e) mudanas de foras dentro da cadeia de suprimentos.

    Segundo Lacerda (2004) fatores como, bons controles de entrada, processos padronizados e mapeados, tempo de ciclo reduzidos, sistemas de informao, planejamento darede logstica e relaes colaborativas entre clientes e fornecedores, podem contribuir positivamente para o desempenho do gerenciamento logstico reverso.

    No contexto dos fluxos reversos que existem entre varejistas e indstrias, ondeocorrem devolues causadas por produtos danificados, surgem questes relacionadas aonvel de confiana entre as partes envolvidas. So comuns conflitos relacionados

    interpretao de quem a responsabilidade sobre os danos causados aos produtos. Osvarejistas tendem a considerar que os danos so causados por problemas no transporte ou por defeitos de fabricao.

    Os fornecedores podem inferir que est havendo abuso por parte do varejista ouque seja conseqncia de um mau planejamento. Em situaes extremas, este fator pode gerar disfunes como recusa para aceitar devolues, o atraso para creditar as devolues e aadoo de medidas de controle dispendiosas. Portanto, as prticas da logstica reversa s

    podero ser implementadas se as organizaes envolvidas desenvolverem relaes maiscolaborativas.

    Um outro aspecto importante para a adoo do gerenciamento da logstica reversa o aumento de conscincia ecolgica dos consumidores que esperam que as empresasreduzam os impactos negativos de sua atividade ao meio ambiente. Isso tem gerado aes por parte de algumas empresas que visam transmitir ao pblico uma imagem institucional"ecologicamente correta". A adoo de um gerenciamento que se ocupa da destinao final

    das embalagens vazias de agrotxicos um procedimento complexo que requer a participaoefetiva de todos os agentes envolvidos na fabricao, comercializao, utilizao,licenciamento, fiscalizao e monitoramento das atividades relacionadas com manuseio,transporte, armazenamento e processamento dessas embalagens.

    As bases de vantagens competitivas duradouras e sustentveis residem emdiferenas no comportamento estratgico de uma empresa e de seus concorrentes. A estratgiade uma empresa pode ser vista como sendo a busca deliberada de um plano de ao paradesenvolver e ajustar a vantagem competitiva. (HENDERSON, 1998, p. 5).

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    Assim, uma empresa deve ser capaz de criar e operacionalizar estratgias que asdiferenciem de seus concorrentes e as habilitem para a obteno de vantagens competitivassustentveis e defensveis a longo prazo.

    Para isso, essencial que a empresa conhea profundamente os fatores-chave desucesso do seu setor de atuao. Estes fatores-chave de sucesso, que so pontos possveis decriao de vantagem competitiva, podem estar ligados s foras competitivas bsicas de umsetor (ameaa de entrantes, poder de negociao dos fornecedores, poder de negociao doscompradores, presso dos produtos substitutos e a intensidade da rivalidade entre osconcorrentes j existentes) (PORTER, 1986).

    A diferenciao de produtos e servios uma estratgia importante para a criao

    de vantagem competitiva.Diferenciar um produto ou servio significa torn-lo especialmente adaptado a um

    segmento de consumo, o qual estaria pronto a pagar mais para obt-lo ou, ainda, utiliz-lomais intensivamente (KOTLER e ARMSTRONG, 1998).

    A diferenciao dos servios logsticos, agregando valor ou atendendo snecessidades de clientes com preocupaes especficas, uma forma importante de umaempresa obter vantagem competitiva.

    A logstica contribui para o sucesso das organizaes no somente por propiciar aos clientes a entrega de produtos ou servios nos padres de tempo e espao demandados,mas tambm por promover suporte ao produto aps sua venda ou consumo. Uma metacomum a vrios negcios conquistar e manter os clientes pela minorao do risco e daincerteza da troca de fornecedor.

    H muitos modos para desenvolver vnculos que dificultem esta troca. Um deles o fornecedor oferecer aos seus clientes um servio de retorno rpido e eficaz de mercadoria

    no vendida ou defeituosa e a habilidade de creditar os clientes de forma justa.A logstica reversa pode ser utilizada estrategicamente para permitir aos

    participantes do elo seguinte ao processamento na cadeia, tais como varejistas e atacadistas,reduzir o risco de comprar produtos que podem no ter vendas no perodo de tempo julgadoconveniente. O uso estratgico da capacidade de logstica reversa aumenta os custos demudana de fornecedores. O aumento no nvel de servio proporcionado por esta atividadefortalece a cadeia de valor de uma empresa que, se bem configurada, refora sua vantagemcompetitiva (CHAVES, apud LACERDA, 2004).

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    6 CONSIDERAES FINAIS

    A logstica reversa ainda, de maneira geral, uma rea com baixa prioridade. Istose reflete no pequeno nmero de empresas que tem gerncias dedicadas ao assunto. Pode-sedizer que se estar em um estado inicial no que diz respeito ao desenvolvimento das prticas delogstica reversa. Esta realidade, como vimos, est mudando em resposta a presses externascomo um maior rigor da legislao ambiental, a necessidade de reduzir custos e a necessidadede oferecer mais servio atravs de polticas de devoluo mais liberais.

    Esta tendncia dever gerar um aumento do fluxo de carga reverso e, claro, de

    custo. Por conseguinte, sero necessrios esforos para aumento de eficincia, com iniciativas para melhor estruturar os sistemas de logstica reversa. Devero ser aplicados os mesmosconceitos de planejamento que no fluxo logstico direto tais como estudos de localizao deinstalaes e aplicaes de sistemas de apoio deciso (roteirizao, programao deentregas).

    Isto requer vencer desafios adicionais visto ainda necessidade bsica dedesenvolvimento de procedimentos padronizados para a atividade de logstica reversa.

    Principalmente quando se refere relao indstria - varejo, nota-se que este um sistemacaracterizado predominantemente pelas excees, mais do que pela regra. Um dos sintomasdesta situao a praticamente inexistncia de sistemas de informao voltados para o processo de logstica reversa.

    A logstica reversa vem sendo reconhecida como a rea da logstica empresarialque planeja, opera e controla o fluxo e as informaes logsticas correspondentes ao retornode bens ao seu ciclo produtivo de origem ou sua destinao, como matria-prima, a outro

    ciclo produtivo. O bem pode retornar em forma prxima original, como retorno ps-vendas,ou em forma de resduos, rejeitos ou refugos, como retorno ps-consumo.

    A fronteira entre logstica direta e reversa no estritamente definida, na medidaem que os conceitos de matria prima e de cliente final podem ser relativizados em algumascadeias produtivas.

    Conclui-se que a logstica reversa se insere em um processo de reviso conceitualda manufatura, na medida em que esta passou a discutir os impactos econmicos e ambientaisda produo mais limpa em suas estratgias de negcios. O estudo oportunizou umaprendizado dinmico na rea de logstica reversa, uma vez que est busca conciliar adistribuio logstica de forma sustentvel com o meio ambiente.

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