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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Núcleo de Ciências e Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente VIGOR VEGETATIVO DE CLONES DE CAFÉ CONILON EM CONDIÇÕES DE CAMPO E SEU POTENCIAL PARA PROPAGAÇÃO IN VITRO CARLA LIEGI LONARDONI GOMES DE OLIVEIRA Porto Velho - Rondônia 2011

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

Núcleo de Ciências e Tecnologia

Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio

Ambiente

VIGOR VEGETATIVO DE CLONES DE CAFÉ CONILON EM CONDIÇÕES DE

CAMPO E SEU POTENCIAL PARA PROPAGAÇÃO IN VITRO

CARLA LIEGI LONARDONI GOMES DE OLIVEIRA

Porto Velho - Rondônia

2011

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

Núcleo de Ciências e Tecnologia

VIGOR VEGETATIVO DE CLONES DE CAFÉ CONILON EM CONDIÇÕES DE

CAMPO E SEU POTENCIAL PARA PROPAGAÇÃO IN VITRO

CARLA LIEGI LONARDONI GOMES DE OLIVEIRA

Orientador: D. Sc. Maurício Reginaldo Alves dos Santos

Dissertação de Mestrado apresentada junto ao

Programa de Pós-Graduação em

Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente

da Fundação Universidade Federal de

Rondônia – UNIR, como parte dos requisitos

para obtenção do Título de Mestre em

Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Linha de Pesquisa: Ambiente, Saúde e Sustentabilidade

Área de Concentração: Biotecnologia Vegetal

Porto Velho - Rondônia

2011

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Ficha catalográfica elaborada por:

Daniela Maciel

CRB 638/11

O48v Oliveira, Carla Liegi Lonardoni Gomes de.

Vigor vegetativo de clones de café Conilon em condições de campo e seu potencial para propagação in vitro. / Carla Liegi Lonardoni Gomes de Oliveira. – 2011.

48f. : il ; color.

Orientador: Dr. Maurício Reginaldo Alves dos Santos. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente)

– Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho. Banca: Dr. Marcelo Curitiba Espindula; Dr. José Maria Thomaz Menezes.

1. Café conilon. 2. Coffea canephora. 3. Crescimento vegetativo. 4. Cultura de tecidos vegetais. 5. Rondônia. I. Título.

CDU 633.73

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CARLA LIEGI LONARDONI GOMES DE OLIVEIRA

VIGOR VEGETATIVO DE CLONES DE CAFÉ CONILON EM CONDIÇÕES DE

CAMPO E SEU POTENCIAL PARA PROPAGAÇÃO IN VITRO

Comissão Examinadora

___________________________________

D. Sc Maurício Reginaldo Alves dos Santos

___________________________________

D. Sc. José Maria Thomaz Menezes

___________________________________

D. Sc. Marcelo Curitiba Espindula

Porto Velho, Junho de 2011.

Resultado: Aprovada

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A Deus.

A minha filha Huly Catarine.

Dedico

Carla Liegi Lonardoni Gomes de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela vida, saúde e sabedoria para realização desse trabalho.

A Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) pela oportunidade oferecida

para realização do curso.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pela

concessão de bolsa de estudos.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pelos materiais cedidos,

cursos oferecidos, estágio e crescimento profissional.

Ao meu orientador Maurício Reginaldo Alves dos Santos, pela significativa orientação

e ensinamentos na realização dessa pesquisa.

A Pricila Duque pelo apoio na execução dos experimentos.

Ao meu esposo Judivaldo Tavares pelo companheirismo, carinho e incentivo dado

para execução deste curso.

Ao Dr. José Maria Thomaz e Dr. Marcelo Curitiba Espindula pelas participações em

banca examinadora e pelas correções realizadas na dissertação.

Aos meus amigos e colegas de curso, em especial ao Renato Abreu Lima pela

convivência enriquecedora.

A todas as demais pessoas que de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram

para a realização desta etapa.

Carla Liegi Lonardoni Gomes de Oliveira

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EPÍGRAFE

“Observei o conjunto da obra de Deus e percebi que o homem não consegue descobrir

tudo o que acontece debaixo do sol. Por mais que o homem se afadigue em pesquisar,

não chega a compreendê-la. E mesmo que o sábio diga que a conhece, nem por isso é

capaz de entendê-la. (Eclesiastes 8, 17)”

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS................................................................................................ X

LISTA DE FIGURAS................................................................................................. Xi

LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................... Xii

RESUMO.................................................................................................................... Xiii

ABSTRACT................................................................................................................ Xiv

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS.......................................................................................................... 4

2.1. OBJETIVO GERAL............................................................................................ 4

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................. 4

3. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 5

3.1. HISTÓRICO, CENTROS DE ORIGEM E DISPERSÃO GEOGRÁFICA DE

Coffea sp................................................................................................................... 5

3.2. TAXONOMIA E ASPECTOS BOTÂNICOS DE Coffea canephora Pierre.... 10

3.3. AUTO-INCOMPATIBILIDADE EM Coffea canephora Pierre......................... 14

3.4. A CULTURA DO CAFEEIRO NO BRASIL E NO ESTADO DE

RONDÔNIA .............................................................................................................. 15

3.5. A CULTURA DO CAFÉ CONILON A NÍVEL NACIONAL E ESTADUAL. 17

3.6. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DO CAFEEIRO CONILON......................... 19

3.6.1. Estaquia............................................................................................................. 20

3.7. MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO IN VITRO...................................................... 21

3.7.1. Calogênese........................................................................................................ 25

4. DESENVOLVIMENTO REGIONAL X PROPAGAÇÃO VEGETATIVA

E IN VITRO............................................................................................................... 26

5. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 28

5.1. ETAPA I – VIGOR VEGETATIVO.................................................................. 28

5.2. ETAPA II – DESENVOLVIMENTO IN VITRO............................................... 29

5.2.1. Desinfestação dos explantes............................................................................. 29

5.2.2. Calogênese........................................................................................................ 29

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 31

6.1. VIGOR VEGETATIVO..................................................................................... 31

6.2. DESENVOLVIMENTO IN VITRO.................................................................... 33

6.2.1. Desinfestação dos explantes............................................................................. 33

6.2.2. Calogênese........................................................................................................ 34

6.3. CORRELAÇÃO................................................................................................. 37

7. CONCLUSÕES.................................................................................................... 39

8. REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO................................................................ 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela Página

1 Agrupamento da espécie Coffea canephora com base em diferentes

estudos................................................................................................

2 Classificação proposta por Auguste Chevalier (1942).......................

3 Produção final de café beneficiado na safra 2010 no Brasil.............

4 Resumo da análise de variância das características número de

brotos ortotrópicos, comprimento dos brotos e altura das plantas de

15 clones de café Conilon. Porto Velho, Embrapa Rondônia,

2011...................................................................................................

5 Altura das plantas, número de brotos e comprimento dos brotos

ortotrópicos de 15 clones de café Conilon, com 10 meses de idade.

Porto Velho, Embrapa Rondônia, 2011............................................

6 Efeito do tempo de imersão à 20 minutos e à concentração de

hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio na contaminação dos

explantes foliares do cafeeiro Conilon. Porto Velho, Embrapa

Rondônia, 2011................................................................................

7 Porcentagem de indução de calos e área foliar coberta com calos

em folhas (explantes) de 15 clones de café Conilon, propagados

vegetativamente in vitro. Porto Velho, Embrapa Rondônia, 2011....

8 Avaliação do coeficiente de correlação de Pearson para os

caracteres estudados. Porto Velho, Embrapa Rondônia,

2011...................................................................................................

10

12

16

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34

35

37

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LISTA DE FIGURAS

Figura Página

1 Frutos de diferentes espécies de Coffea presentes em coleções de

germoplasmas no Brasil. C. canephora (A), C. arabica (B), C.

dewevrei (C), C. kapakata (D), C. racemosa (E), C. salvatrix (F),

C. congensis (G), C. stenophylla (H), C. liberica (I) e C.

eugenioides (J)...............................................................................

2 Princípio geral da cultura de tecidos................................................

3 Coffea canephora Pierre. (A) Clone 5 da variedade Conilon. (B)

Clone 9 da variedade Conilon. Porto Velho, Embrapa Rondônia,

2011..................................................................................................

4 Coffea canephora Pierre. (A) Explante foliar sem presença de

intumescimento e calos. (B) Explante foliar intumescido. (C e D)

Explante foliar no início de indução de calo. (E e F) Calo de

explante foliar. Porto Velho, Embrapa Rondônia, 2011..................

8

24

33

36

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LISTA DE ABREVIATURAS

2iP – N-isopentenilaminopurina

2,4-D – Ácido 2,4-diclorofenóxiacético

AIB – Ácido indolbutírico

BAP – 6-benzilaminopurina

C. – Coffea

Cm – Centímetros

Cv. – Cultivar

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MS – Meio básico de Murashige e Skoog (1962)

RFLP – Restriction Fragment Length Polymorphism

Var. – Variedade

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RESUMO

OLIVEIRA, C.L.L.G. Vigor vegetativo de clones de café Conilon em condições de campo

e seu potencial para propagação in vitro. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento

Regional e Meio Ambiente). 2011. 48p.

Considerando a relevância da cultura de Coffea canephora Pierre para a Amazônia e a

necessidade de melhoramento vegetal desta espécie para o estado de Rondônia, realizou-se

este trabalho com o objetivo de avaliar a correlação existente entre o vigor vegetativo de café

Conilon em condições de campo e seu potencial para propagação in vitro. Para isso

utilizaram-se 15 clones pertencentes ao Programa de Melhoramento do Cafeeiro da Embrapa

Rondônia, localizados no campo experimental de Porto Velho. A parcela experimental foi

composta por dez plantas monoclonais, sendo a parcela útil constituída pelas seis plantas

centrais. Foram avaliadas as características altura da planta, número de brotos ortotrópicos e

comprimento dos brotos em cafeeiros com 10 meses de idade. Posteriormente, no Laboratório

de Biotecnologia Vegetal, folhas da cultivar estudada foram segmentadas em fragmentos de 1

cm² os quais foram inoculados em meio MS (MURASHIGE; SKOOG, 1962) contendo

metade da concentração dos sais e acrescido de AIB (10 µM), 2,4-D (20 µM) e 2iP (10 µM).

O delineamento foi o de blocos casualizados com três repetições. As culturas foram mantidas

em sala de crescimento, com luminosidade de 2000 lux, fotoperíodo de 16 horas e

temperatura de 24 ± 2ºC. O clone 9 demonstrou melhor desenvolvimento vegetativo em

campo. Na etapa in vitro, para desinfestação dos explantes foliares, o melhor resultado é

obtido pelo tratamento que combinou hipoclorito de cálcio a 2%. Apenas o clone 12 não

apresentou calos embriogênicos induzidos, todos os outros clones foram altamente

responsivos à indução de calogênese. Os resultados obtidos demonstraram não haver relação

entre vigor vegetativo em campo e potencial calogênico in vitro para cafeeiros Conilon.

Palavras-chave: Coffea canephora; crescimento vegetativo; cultura de tecidos vegetais.

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ABSTRACT

OLIVEIRA, C.L.L.G. Vigor of vegetative coffee clones Conilon in field conditions and

their potential for in vitro propagation. Dissertation (Master of Regional Development and

Environment). 2011. 48p.

Considering the importance of the culture of Coffea canephora Pierre to the Amazon and the

need for breeding this species in the state of Rondonia, took place this work in order to assess

the correlation between the vigor of coffee Conilon under field conditions and its potential for

in vitro propagation. For this we used 15 clones belonging to the Coffee Improvement

Program of Embrapa Rondonia, located in the experimental field of Porto Velho. The

experimental plot was composed of ten monoclonal plants, and up the useful portion of the six

central plants. Characteristics were evaluated: plant height, number of orthotropic shoots and

length of shoots in coffee plants with 10 months of age. Later, at the Laboratory of Plant

Biotechnology, leaves of cultivars have been segmented into fragments of 1 cm ² which were

inoculated in MS medium (MURASHIGE; SKOOG, 1962) containing half the concentration

of salts and addition of AIB (10 mM), 2, 4-D (20 mM) and 2iP (10 mM). The design was a

randomized block with three replications. The cultures were kept in growth room, with

brightness of 2000 lux, photoperiod of 16 hours and temperature of 24 ± 2 º C. Clone 9

showed better vegetative growth in the filed. In step vitro disinfection of leaf explants, the

best result is obtained by combined treatment of calcium hypochlorite 2%. Only clone 12

showed no callus induced, all other clones were highly responsive to induction of callus

formation. The results showed no relationship between vigor in the field and in vitro for

potential calogênico Conilon coffee.

Key words: Coffea canephora; vegetative vigor; plant tissue culture.

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1. INTRODUÇÃO

Entre as diferentes atividades ligadas ao negócio agrícola em nível mundial, o

agronegócio do café está entre as de maior importância econômica e social (FERRÃO, 2004).

No Brasil a cultura de Coffea canephora Pierre ex Froehner gera renda em torno de um bilhão

de reais, quando contabilizados todos os negócios envolvendo o produto, e estima-se que C.

canephora participe com 35% das operações envolvendo café beneficiado no contexto

mundial (MATIELLO, 1998; FAZUOLI et al., 2007).

Na região Amazônica, o café é uma das culturas perenes mais cultivadas, sobretudo

em Rondônia onde os cultivos ocorrem, predominantemente, em pequenas propriedades

rurais, em regime de agricultura familiar, representando uma das principais fontes de renda

das famílias. O estado de Rondônia destaca-se por apresentar uma extensa área com

capacidade para o cultivo da espécie C. canephora, que tem se desenvolvido mais

expressivamente na região centro-sul do estado onde, além de condições climáticas

favoráveis, há também predominância de solos com boa fertilidade natural.

A espécie C. canephora, conhecida como café robusta, inclui diversas variedades,

como Conilon, que é a mais importante em nosso país pelo seu volume de produção e valor

industrial. Em função de sua menor acidez e maior quantidade de sólidos solúveis, o café

Conilon é largamente utilizado pela indústria na fabricação dos cafés solúveis e em misturas

com o café arábica, chegando a participar com até 50% nos blends, sendo empregado para

contrabalançar a acidez do arábica e conferir corpo ao produto industrializado (FERRÃO,

2004; BELING, 2005 citado por FERRÃO et al., 2007).

A utilização de cultivares do cafeeiro Conilon de bom potencial produtivo, maturação

uniforme dos frutos, grãos graúdos, tolerantes à ferrugem (Hemileia vastatrix Berk. et Br) e às

principais pragas do cafeeiro é, a curto prazo, a alternativa tecnológica mais adequada para

elevar a produtividade média estadual de café beneficiado e estimular a melhoria da qualidade

da bebida do café produzido em Rondônia (RAMALHO, 2008).

Dentre as técnicas convencionalmente utilizadas para propagação vegetativa do

cafeeiro, a produção de mudas via estaca a partir de segmentos de ramos ortotrópicos (ou

verticais) é a que se melhor adapta para clones de C. canephora (FAZUOLI et al., 2007). Esse

método é normalmente empregado em plantas de café Conilon que possuem dois anos de

idade, no qual as matrizes têm seus ramos ortotrópicos cortados ou curvados visando à

produção máxima de brotações (FONSECA et al., 2007). Essas estacas de ramos ortotrópicos

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podem conter uma ou várias gemas, as quais são tratadas com compostos auxínicos e

enraizadas em diferentes substratos para serem plantadas em campo.

Atualmente, técnicas de multiplicação in vitro tem se mostrado como uma alternativa

economicamente viável, devido principalmente pela redução de tempo para se obter um novo

indivíduo (OLIVEIRA, 2001). Staritsky (1970) foi o pioneiro a realizar trabalhos e

estabelecer as técnicas de cultura de células e tecidos vegetais para plantas de café. O autor

obteve êxito na indução de calos a partir de folhas em Coffea arabica L. e ainda descreveu a

indução de embriões somáticos e plântulas oriundas de ramos ortotrópicos de Coffea

canephora Pierre. Em seguida se deu início a várias pesquisas para aplicação desses métodos

no melhoramento do cafeeiro, exclusivamente para acelerar a multiplicação vegetativa desta

cultura.

Dentre as técnicas de clonagem in vitro para o cafeeiro, as mais utilizadas são a

microestaquia, a cultura de embriões, a organogênese, a calogênese e a embriogênese

somática (SANTANNA-BUZZY et al., 2007). A calogênese constitui-se numa etapa básica

para o desenvolvimento de sistemas de propagação massiva de plantas, no qual fragmentos

denominados explantes são desinfestados e tratados com reguladores de crescimento

objetivando-se a formação de calos embriogênicos.

A cafeicultura mundial tem sido grandemente beneficiada pelo sucesso dos programas

de melhoramento genético, pois coloca a disposição do agricultor, cultivares de alta

capacidade produtiva (PEREIRA, 2000). Em Rondônia, pesquisas vêm sendo realizadas e

desenvolvidas no sentido de selecionar e posteriormente desenvolver genótipos de C.

canephora resistentes as principais doenças e pragas que atingem o parque cafeeiro do estado,

pois embora as plantas se encontrem bastante adaptadas, e possuem maior facilidade de

manejo, devido ao seu menor porte, a variedade Conilon apresenta suscetibilidade aos

principais estresses bióticos da cultura na região, tais como ferrugem e nematóides (SOUZA

et al., 2005), assim neste sentido a propagação e multiplicação in vitro se apresenta como

alternativa viável para acelerar as etapas do melhoramento desta espécie.

Dessa forma, a micropropagação pode auxiliar os programas de melhoramento de

Coffea canephora devido à redução do tempo necessário para a obtenção de novos indivíduos.

Por meio de trabalhos relacionando, os dados coletados e conhecimentos das diferentes áreas,

como o melhoramento clássico associado à biotecnologia, obter-se-á resultados mais rápidos,

aplicáveis e com menos custos, contribuindo assim para o aumento da renda, principalmente

do pequeno produtor, que geralmente não tem acesso a tecnologias de produção relativamente

sofisticadas.

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A modernização da agricultura deve implicar na inclusão de inovações tecnológicas

entre os fatores primários de produção, é nesse sentido que técnicas de biotecnologia como a

cultura de tecidos vegetais entra como subsídio para acelerar etapas de melhoramento do

cafeeiro, cultura perene que está inserida no ecossistema regional. Como decorrência do

trabalho espera-se auxiliar na ampliação da área plantada no estado, buscando incrementar a

produtividade por área, baseando-se através dos resultados vegetativos e in vitro obtidos pelos

clones da variedade Conilon, contribuindo assim para o aumento da oferta do produto na

região amazônica.

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2. OBJETIVOS

2.1. GERAL

• Avaliar a correlação existente entre o vigor vegetativo em campo de C. canephora,

var. Conilon e seu potencial para propagação in vitro.

2.2. ESPECÍFICOS

• Comparar o desenvolvimento vegetativo de clones de C. canephora em condições de

campo;

• Promover o estabelecimento de uma metodologia eficiente para desinfestação dos

explantes foliares do cafeeiro Conilon;

• Comparar o potencial calogênico dos clones estudados, entre si e em relação ao seu

potencial de desenvolvimento vegetativo em condições de campo.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. HISTÓRICO, CENTROS DE ORIGEM E DISPERSÃO GEOGRÁFICA DE Coffea sp.

As espécies de cafeeiros distribuem-se, de modo geral, ao longo da região tropical

central da África, nas regiões altas da Etiópia, onde ocorre espontaneamente como planta de

sub-bosque, sendo Coffea arabica L. da Etiópia e Coffea canephora Pierre ex Froehner do

Congo. Existem indícios de cultivos comerciais no Iêmen antes do século XV (CARVALHO,

1946). Algumas espécies de Coffea spp também ocorrem na Índia (FAZUOLI, 1986). Coffea

canephora, incluindo suas diversas variedades, possuem ampla distribuição geográfica, e

crescem em estado espontâneo na África tropical em uma área muito extensa em região de

densa floresta tropical úmida, de baixas altitudes, ao sul e ao norte do equador desde o nível

do mar, que se estendem desde a costa oeste até a região central do continente africano, em

maiores altitudes, com até 1.300 m, especialmente República da Guiné, Uganda e Angola

(CHARRIER; BERTHAUD, 1985 citado por FERRÃO et al., 2007a; CARVALHO, 1946).

Segundo Carvalho (1946), C. canephora foi observada em 1885 por Mgr. Leroy no

alto “Ngounié”, sendo primeiramente encontrada na localidade de Agouma, onde existiam nas

florestas as margens dos rios. Os habitantes dessa região ainda não faziam uso do cafeeiro,

enquanto há cerca de um século esse café já era cultivado pelos portugueses em Angola e

pelos árabes da região do lago Vitória. Em 1895 foi levado ao botânico Louis Pierre material

de herbário dessa espécie, onde ele a descreveu como Coffea canephora e publicou essa

descrição em 1897, em seguida no ano 1900 foram enviadas sementes do canéfora do Congo

à Casa de Horticultura de L. Linden em Bruxelas, onde foi lançada no mercado como Coffea

robusta (CHEVALIER, 1929 e 1944, citado por CARVALHO, 1946). Detalhado estudo da

distribuição geográfica do café foi realizado pelo botânico Augusto Chevalier, o qual

descreveu maior concentração das espécies ao longo do rio Congo, na África; um grande

grupo foi observado ser nativo de Madagascar; e somente seis espécies foram encontradas na

Ásia e Oceania. São descritas na literatura, mais de 70 espécies originárias de diversas regiões

tropicais e subtropicais da África, de Madagascar e de ilhas vizinhas (CARVALHO, 1946).

A denominação “robusta” da espécie C. canephora advém da expressão rusticidade e

resistência às doenças das plantas (FERRÃO et al., 2007a ), nome com o qual o canéfora foi

enviado a Java, onde alcançou grande sucesso, dai a generalização desse nome

(CARVALHO, 1946). A espécie C. canephora foi descrita várias vezes e por diferentes

autores, tendo como sinônimos antigamente os nomes C. Laurentii De Wild, C. arabica var.

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Stuhlmannii Warbg., C. bukobensis Zimmern, C. Maclaudii Chev., C. ugandae Crarner

(CARVALHO, 1946), posteriormente alguns desses nomes foram designados como variações

de Coffea canephora.

Plantações comerciais de café iniciaram-se no Iêmen com o cafeeiro arábica. Teve um

rápido desenvolvimento, especialmente após sua introdução na América do Sul, por volta de

1727. Nos anos de 1870 a 1900 foi constatada grande incidência de doença ocasionada por

um fungo biotrófico Hemileia vastatrix, a ferrugem, nas regiões sul e leste da Ásia,

constituindo-se, provavelmente, no principal motivo de estímulo para a utilização da espécie

C. canephora, já que esta apresentava resistência à doença (CHARRIER; BERTHAUD, 1988;

VOSSEN, 1985 citado por FONSECA et al., 2002).

Conforme Carvalho (2007) relata, os primeiros europeus que tiveram contato e

cultivaram o café na Indonésia (Java, Bornéu e Sumatra) foram os holandeses em 1690. No

ano de 1706, um exemplar desse café foi enviado ao Jardim Botânico de Amsterdã; quando

frutificou, o governo holandês deu ao rei de França, como presente, uma das mudas obtidas, a

qual foi plantada no “Jardim das Plantas” de Paris, 1714. Da Holanda, sementes e mudas

foram enviadas, em 1718, para a colônia do Suriname, de onde as sementes foram levadas, em

1722, para a Guiana Francesa; para o Brasil veio pelas mãos do sargento-mor Francisco Mello

Palheta, que trouxe cinco mudas e uma pequena quantidade de sementes, estabelecendo uma

modesta lavoura no Pará, seguindo para as regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Em 1825, o

suprimento mundial de café era feito pela Américas Central e do Sul, no qual o Brasil passou

a ser o maior exportador desse produto (FERRÃO et al., 2007a).

De acordo com Fonseca et al. (2002), os primeiros cultivos e estudos com finalidade

de pesquisa científica com C. canephora foram realizados por volta de 1900, em Java, ilha

localizada na Indonésia, buscando estabelecer as bases biológicas fundamentais ao

melhoramento da espécie. Posteriormente plantações dessa espécie se estenderam para outras

regiões da África, América e Ásia, notadamente a partir do surgimento do café solúvel, na

década de 50, e de seu emprego nos blends de cafés torrados e moídos (CHARRIER;

BERTHAUD, 1988; MALTA, 1986 citado por Ferrão et al., 2007a).

Atualmente o cafeeiro arábica é cultivado em muitas partes do mundo: nas Américas

Central e do Sul, na África do Sul e no leste da Ásia enquanto o C. canephora, é cultivado na

África Ocidental e Central, no sudeste da Ásia e em algumas regiões das Américas, com

destaque para o Brasil.

A produção comercial da cultura do cafeeiro no mundo quase que exclusivamente é

relacionada a três espécies, C. arabica, C. canephora e C. dewevrei. As demais espécies como

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C. liberica, C. racemosa, C. eugenoides, C. congensis, C. stenophylla, C. kapakata e C.

salvatrix entre outras (Figura 1), são de grande importância nos programas de hibridação no

melhoramento genético pela transferência de alelos responsáveis por características

agronômicas desejáveis, relacionadas principalmente a tolerância à seca e a resistência a

pragas e doenças, para as três espécies produzidas comercialmente (CARVALHO, 1946;

KRUG et al., 1951).

Embora exista grande número de espécies de café, cerca de 105, somente C. arabica

L. e C. canephora Pierre têm importância econômica mundial (AGUIAR, 2001).

Aproximadamente 70% do café comercializado no mundo provêm de cultivares de C. arabica

L., reconhecida pela qualidade potencial de sua bebida, enquanto que 30 % provêm de C.

canephora.

Segundo Carvalho e Monaco (1969), devido à forma natural de reprodução de C.

canephora e conseqüente heterogeneidade das populações, é bastante difícil realizar a

caracterização de variedades dentro dessa espécie. Têm-se agrupado os diferentes acessos do

germoplasma do canéfora de acordo com certas características agronômicas e morfológicas

estudadas, assim, no primeiro grupo denominado “Robusta”, enquadram-se genótipos que se

caracterizam por apresentar hábito de crescimento ereto, caules de maior diâmetro e pouco

ramificados, folhas e frutos de maior tamanho, maturação tardia, maior vigor da planta, maior

produtividade e maior tolerância a doenças (FONSECA et al., 2002). Em um segundo grupo,

o “Conilon ou Kouillou”, enquadram-se genótipos que apresentam hábito de crescimento

arbustivo, caules ramificados, folhas alongadas, florescimento precoce, resistência à seca e

maior suscetibilidade às doenças (BERTHAUD, 1986).

Cultivares dos dois grupos especificados acima, assim como os cafés por elas

produzidos, são genericamente designadas como “café robusta” (PAULINO et al., 1984). O

café Conilon possui seu nome derivado do rio Kouillou, no Congo, ou do rio Kwilu, no Zaire

(BERTHAUD, 1986), no Brasil a variedade Conilon foi introduzida pelo estado do Espírito

Santo, cujo „Conilon‟ se derivou da palavra Kouillou, com as letras K e U substituídas por C e

N, respectivamente (FAZUOLI, 1986).

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Figura 1. Frutos de diferentes espécies de Coffea presentes em coleções de germoplasma no

Brasil. C. canephora (A), C. arabica (B), C. dewevrei (C), C. kapakata (D), C. racemosa (E),

C. salvatrix (F), C. congensis (G), C. stenophylla (H), C. liberica (I) e C. eugenioides (J).

Fonte: Extraído de Guerreiro Filho et al. (2008).

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Com relação a estudos sobre os tipos de material genético encontrados em C.

canephora, resultados obtidos por Berthaud (1986), revelaram que há dois grupos de

materiais genéticos distintos, classificados como Congolense e Guineano. Este agrupamento

foi postulado com base em marcadores enzimáticos e nas diferenças das regiões geográficas.

Esses dois grupos se diferem pela sua origem geográfica e morfologia das plantas.

Berthaud (1986) e Dusset et al. (1999), revelaram que o grupo Guineano é constituído

por populações selvagens da Costa do Marfim e o grupo Congolês, por populações selvagens

das repúblicas Centro-Africana, Camarões e Congo. Trabalhos apresentados por Montagnon

et al. (1992), envolvendo isoenzimas, subdividiram o grupo Congolense em dois subgrupos

(SG1 e SG2), o subgrupo SG1 reúne as populações originárias do Gabão e do sul do Congo e

o subgrupo SG2 compreende genótipos cultivados na África Central.

Posteriormente, Dusset et al. (1999) citado por Ferrão et al. (2007c) encontraram o

mesmo resultado ao trabalhar com isoenzimas, com marcadores RFLP, identificaram outros

dois grupos suplementares dentro do Congolense, denominados de B e C, os quais reúnem

populações do sul e sudeste da África (subgrupo B) e da região sudeste da África Central,

nordeste da República Democrática do Congo e sudeste do Camarões (subgrupo C). Na

Tabela 1 é apresentada o agrupamento da espécie C. canephora com base nas diferentes

metodologias de análise realizadas por Montagnon et al. (1992) e posteriormente Dusset et al.

(1999).

No Brasil, os cafés chamados Conilon, da espécie C. canephora, são representantes do

grupo Guineano e apresentam sementes e folhas menores e estreitas, sendo que os cafeeiros

da cultivar Robusta, representantes do grupo Congolês, apresentam frutos e sementes maiores,

folhas largas, plantas vigorosas e produtivas, nas condições de Campinas, SP (GUERREIRO

FILHO et al., 2008).

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Tabela 1. Agrupamento da espécie Coffea canephora com base em diferentes estudos.

Marcadores Genéticos

Isoenzimas RFLP Classificação Origem

Berthaud, Montagnon Dussert Dussert Adotada Geográfica

1986 et al. 1992 et al. 1999a et al. 1999b

Guineano Guineano 1 D Guineano Guiné e Costa do Marfim

Congolênse SG1 3 A SG1 Costa Atlântica da África Central

SG2 2 E SG2 Bacia do Rio Congo da RDC¹

B B Sul da África Central e Norte RDC

C C

Sudeste África Central, Nordeste

RDC e Sudoeste de Camarões

¹ RDC: República Democrática do Congo.

Fonte: Montagnon (2000) citado por Ferrão et al. (2007c).

3.2. TAXONOMIA E ASPECTOS BOTÂNICOS DE Coffea canephora Pierre

A família Rubiaceae, abrange mais de 10.700 espécies agrupadas em 637 gêneros

(ROBBRECHT, 1988). As espécies de cafeeiro apresentam enorme variabilidade em relação

às características morfológicas de folhas, flores e frutos, caracteres agronômicos e

bioquímicos, ploidia e reprodução, constituindo em importantes fontes de alelos para

resistência a pragas, doenças e nematoses, apresentando tolerância às condições adversas do

ambiente, sendo aproveitadas em programas de melhoramento, em vista da diversidade

genética existente entre as espécies e dentro delas (AGUIAR, 2001).

Com a expansão da cafeicultura no mundo, começaram a surgir as descrições

botânicas de diversas espécies dentro do gênero Coffea, cujo agrupamento foi se tornando

complexo. Lineu em 1737, descreveu a primeira espécie de cafeeiro, com o nome de Coffea

arabica L. (CARVALHO, 1946). Posteriormente, novas espécies foram descritas. Em 1897,

o botânico alemão Albrecht Froehner, fazendo uma revisão do gênero Coffea, descreveu

diversas outras, dentre as quais a espécie C. canephora, de ampla distribuição geográfica na

África (FERRÃO et al., 2007b).

Estudos detalhados sobre a taxonomia de Coffea e sua distribuição geográfica também

foram feitos pelo botânico francês Auguste Chevaleir. Em 1940 e 1942, esse pesquisador

publicou revisões gerais das espécies de Coffea. Sugerindo a divisão do gênero Coffea em

cinco seções: EuCoffea, MozambiCoffea, MascaraCoffea, ParaCoffea e ArgoCoffea

(CARVALHO, 1946).

Há controvérsias em relação à taxonomia das espécies de Coffea, muitas espécies

oriundas de regiões asiáticas e descritas inicialmente como pertencentes a este gênero não são

mais consideradas como espécies verdadeiras de Coffea (FERRÃO et al., 2007b). Em 1947,

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Auguste Chevalier estudando detalhadamente o material depositado em herbários, reuniu 60

espécies do gênero em quatro seções: EuCoffea, MascaraCoffea, ArgoCoffea e ParaCoffea

(CABRAL, 2001). A seção EuCoffea compreende cinco subseções, entre as quais na

ErithroCoffea encontram-se as espécies Coffea arabica e Coffea canephora. Posteriormente

Leroy (1980), citado por Carvalho et al. (1991), propôs excluir do gênero Coffea as seções

ParaCoffea e ArgoCoffea, permanecendo apenas EuCoffea, que é atualmente denominado

Coffea e MascaraCoffea e em seguida, subdividiu o gênero Coffea nos subgêneros Coffea,

Psilanthopsis e BaraCoffea.

O subgênero Coffea está distribuído em três seções (CHEVALIER, 1942),

caracterizadas pela abrangência geográfica, MascaroCoffea com espécies em Madagascar e

Ilhas Mascarenhas, MozambiCoffea com espécies do leste africano e EuCoffea apresentando

espécies de café nas regiões central e oeste do continente africano (CROS, 1996;

CHEVALIER, 1942) (Tabela 2).

De acordo com a classificação proposta por Chevalier (1942), apresentada na Tabela

2, (Ferrão et al. 2007b), apresenta a seguinte classificação taxonômica atual da espécie Coffea

canephora:

Classificação: Coffea canephora

Classe: Dicotyledonea

Ordem: Rubiales

Família: Rubiaceae

Gênero: Coffea

Seção: EuCoffea

Subseção: ErithroCoffea

Espécie: Coffea canephora Pierre ex Froehner

Monaco e Carvalho (1972), realizando estudos sobre a biologia da reprodução de C.

canephora, mostraram que as plantas desta espécie são auto-incompatíveis e que tanto o vento

como os insetos participam da polinização. Essa incompatibilidade foi determinada como

sendo do tipo gametofítico, segundo alguns estudos realizados por Conagin e Mendes (1961),

há indicações de que essa incompatibilidade seja condicionada por uma série alélica S, em um

único loco. Quanto a citologia, o canéfora é alógama e diplóide (CARVALHO et al., 1991),

possui 22 cromossomos somáticos diferentemente do arábica que é poliplóide (2n = 2x = 44

cromossomos (CONAGIN; MENDES, 1961).

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Tabela 2. Classificação proposta por Auguste Chevalier (1942). Gênero Seção Subseções Espécies

C. bengalensis (Roxb) Roem. Et Sch.

C. horsfieldiana Miq.

C. fragrans Wall.

AraCoffea Miquel C. whightiana Wall.

C. travancorensis Wall.

C. floresiana Boerlage

C. florcifoliosa Chev.

C. grevei Drake ex Chev.

C. cochinchinensis Pierre ex Pitard Espécies de

C. dongnaiensis Pierre ex Pitard posição

C. uniflora K. Schum. incerta.

C. jasminoides Welw.

C. rupestris Hiern.

Eu-ArgoCoffea Chev. C. afzelii Hiern (= C. ligustrifolia Stapf)

C. nudiflora Stapf.

ArgoCoffea Pierre C. melanocarpa Welw.

C. scandens K. Schum.

Argocoffeopsis C. subcordata Hiern.

(Lebrun) Chev C. claessensii Lebrun.

C. pulchella K. Schum.

Verae Chev C. lancifolia Chev.

C. humblotiana Baill.

Mauritianae Chev. C. mauritiana Lamk.

C. nossikumbaensis Chev.

Multiflorae Chev. C. gallienii Dubard

C. resinosa (Hock. F.) Radlk

Sclerophyllae Chev. C. bertrandi Chev.

C. boiviniana (Baill.) Drake

MascaroCoffea C. buxifolla Chev.

Chev Terminalis Chev. C. pervilleana (Baill.) Drake

Coffea C. augagneuri Dubard

C. bonnieri Dubard

Brachyaiphon Dubard C. alleizetti Dubard

Ex Chev. C. commersoniana (Baill.) Chev

Macrocarpa Chev. C. macrocarpa A. Rich.

C. mogeneti Dubard

Garcinioides Chev. C. tetragona Dubard

C. dubardi Jumelle

C. arabica L.

ErythroCoffea Chev. C. moka Hort.

C. congensis Froehner

C. canephora Pierre ex Froehner

C. liberica Hiern

EuCoffea K. PachyCoffea Chev. C. klainii Pierre

Schum. (emend.) C. oyemensis Chev.

Non Benth. C. dewevrei De Wild. Et Dur.

Et Hook C. atenophylla G. Don.

MelanoCoffea Chev C. affinis De Wild.

C. carrisoi Chev.

C. brevipes Chev.

NanoCoffea Chev. C. bumilis Chev.

C. montana Schum.

C. togoensis Chev.

C. mayombensis Chev. Espécies mal conhecidas

C. kivuensis Lebrun

C. racemosa Lour. (= C. Ibo Froehner)

C. zanguebarise Lour.

MozambiCoffea Chev. C. eugenioides Moore (= C. intermedia Chev.)

C. ligustroides Moore

C. salvatrix Swynnerton et Philipson

Fonte: Ferrão et al. (2007).

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As principais características botânicas de C. canephora são: planta perene; porte

arbustivo tipo multicaule e caule lenhoso. As folhas das plantas características, grandes,

elípticas lanceoladas, bordos bem ondulados, nervuras muito salientes e coloração verde

claro, bem menos intensa que as de C. arabica. As flores são auto-incompatíveis e multiplica-

se na natureza exclusivamente por fecundação cruzada, possuem coloração branca, em grande

número por inflorescência e por axila foliar, com 5 a 8 lobos na corola, com igual número de

estames também aderidos a sua base. O estilo é longo e o estigma é bífido, sendo o pedicelo

floral incluído no caulículo, cujos lobos se prolongam em apêndices foliares (GUERREIRO

FILHO et al., 2008).

Segundo Carvalho (1946), os frutos quando maduros são pouco esféricos, menores,

com coloração vermelha, amarela ou alaranjada e exocarpo mais fino que C. arabica.

Guerreiro Filho et al. (2008) apontam que os frutos de C. canephora apresentam-se de forma

variada entre as diferentes cultivares; nas cultivares comerciais, são em número de 30 a 60 por

verticilo foliar, de coloração avermelhada quando maduros, superfície lisa, exocarpo fino,

mesocarpo pouco aquoso, com pouca mucilagem e endocarpo delgado.

Suas sementes são de tamanho variável, apresentando película prateada bem aderente,

endosperma de cor verde claro e maior teor de cafeína como relata Carvalho (1946), são

usualmente menores que as de C. arabica, menos aromáticas, com grande quantidade de

sólidos solúveis, frequentemente apresentando bebida considerada neutra, sendo comum seu

emprego como lastro, em ligas com cafés de sabor e aroma mais ativo, provenientes de

cultivares de C. arabica. É formada por populações com indivíduos altamente heterozigotos

que expressam grande variabilidade genética (CONAGIN; MENDES, 1961). Apresenta

rusticidade e tolerância as doenças e adaptação à ampla faixa de condições edafoclimáticas

tropicais, de baixas altitudes e temperaturas elevadas.

A variedade Conilon de C. canephora, possui como características: folhas jovens de

coloração marrom e, quando adultas de cor verde claro, dimensões das folhas maiores que de

C. arabica, são multicaules, número de inflorescência por axila foliar e o número de flores

por inflorescência é elevado, flores autoincompatíveis, coloração dos frutos varia do vermelho

claro ao escuro, com ou sem estrias longitudinais, mesocarpo dos frutos menos aquoso e

menos doce com relação ao arábica e endocarpo menos espesso (FAZUOLI, 1986).

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3.3. AUTO-INCOMPATIBILIDADE EM Coffea canephora Pierre

A auto-incompatibilidade corresponde à incapacidade de a planta hermafrodita

produzir zigotos por autopolinização, ou seja, é a incapacidade de ocorrer auto-fecundação,

em consequência amplia-se o fluxo gênico e a frequência de heterozigose no total do loci

dentro das populações de plantas. Ocorrem dois sistemas de incompatibilidade em

angiospermas hermafroditas, a incompatibilidade gametofítica e esporofítica. Ferrão et al.

(2007c), citam que Lewis (1984), realizou uma revisão de literatura sobre auto-

incompatibilidade em plantas, e concluiu que esse fenômeno está relacionado à inibição, ao

pouco desenvolvimento, ou à ausência do crescimento do tubo polínico no comprimento total

do estilete, quando possuir o mesmo alelo do pólen.

Alguns estudos de Devreux et al. (1959), sugeriram que nos clones de C. canephora, a

auto-incompatibilidade seria do tipo gametofítica e descrevem que, após a autopolinização, o

crescimento do tubo polínico no estigma dessa planta torna-se distorcido, e a sua penetração

no estilete para fecundação do óvulo é bloqueada. Efetuando-se alguns cruzamentos foi

constatado que a incapacidade de crescimento do tubo polínico é explicada, geneticamente,

pela presença de um loco gênico, simbolizado pela letra S do inglês “self-incompatibility”

(auto-incompatibilidade), e três alelos interagindo nesse sistema gametofítico. Para identificar

esses três alelos são utilizados os expoentes S1, S2 e S3.

Ramalho et al. (1994), relatam que embora ainda não se conheça completamente a

base molecular da incompatibilidade gametofítica, constataram a formação de uma

glicoproteína no estigma da flor, sendo que cada alelo da série produz uma glicoproteína

específica, que só é produzida nos tecidos da flor feminina onde o pólen e o tubo polínico

entram em contato, ocorrendo, portanto uma interação alélica do tipo codominância, sendo

que uma pequena quantidade da glicoproteína também foi constatada no ovário, o qual se

acredita que seja para assegurar essa incompatibilidade.

Quando se encontram antígenos e anticorpos de mesmo número, eles são

bioquimicamente afins, e esta é a causa do impedimento de crescimento do tubo polínico,

ocorrendo o aborto do pólen. Sendo assim, quando o progenitor masculino possuir grãos de

pólen S1 o antígeno presente será do tipo 1, grãos de pólen S2 produz antígeno do tipo 2 e S3

produz antígeno do tipo 3, em consequência as flores femininas S1 produzirão anticorpos

anti1, flores femininas S2 produzirão anticorpos anti2, e S3 produz anticorpos anti3. Sendo que

quando o alelo S do pólen é diferente dos dois alelos S do estilo, o tubo polínico cresce

normalmente, penetrando no ovário e realizando a fertilização. Quando os dois alelos do

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genótipo de um progenitor são os mesmos do outro progenitor, correspondendo, portanto a

uma autofecundação, ou a um cruzamento onde os genótipos dos progenitores são idênticos,

ocorrerá 100% de aborto de pólen e não formará nenhum descendente, por outro lado quando

os genótipos dos progenitores não possuem nenhum alelo em comum, não ocorrerá aborto de

pólen e serão produzidos todos os descendentes esperados, em função desse mecanismo de

incompatibilidade, nunca chega a ser formado genótipos homozigóticos para os alelos S em

condições naturais (RAMALHO et al., 1994).

As principais consequências da auto-incompatibilidade em C. canephora são a

ausência de autofecundações, e a deficiência nos cruzamentos quando se utilizam clones

aparentados e a formação de populações altamente heterozigotas ou heterogêneas. Assim, no

caso de criação de cultivares clonais, há necessidade de definir que clones devem ser

agrupados, são de fundamental importância estudos prévios de compatibilidade genética das

plantas componentes dessa espécie.

3.4. A CULTURA DO CAFEEIRO NO BRASIL E NO ESTADO DE RONDÔNIA

Como relata Carvalho (2007), a cultura do café no Brasil foi introduzida ao norte no

país, mais precisamente em Belém, no estado do Pará, em 1727, trazido da Guiana Francesa

pelo Sargento-Mor Francisco de Melo Palheta. Pequena quantidade de sementes e mudas

foram trazidas a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que enviara às Guianas com

essa missão. Já naquela época o café possuía grande valor comercial, iniciando-se assim o

cultivo do café no Brasil (GUERREIRO FILHO et al., 2008). Nos estados do Norte, não

houve no período colonial grande interesse pelo café, somente pequenas plantações eram

implantadas no Nordeste brasileiro, principalmente no Ceará e Bahia (CARVALHO, 2007).

Este mesmo autor cita que o café deu-se bem no Pará e, em 1731, já era plantado em vários

locais próximos a Belém, sendo que em 1748 foram contabilizados em torno de 17.000 pés de

café existentes.

De acordo com Carvalho (2007), no Ceará em 1747, dois cafeeiros foram obtidos

diretamente do “Jardim das Plantas” de Paris, dos quais apenas um se desenvolveu. No

Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco o cultivo não se desenvolveu

adequadamente ou não se tentou essa cultura, em 1774 as primeiras sementes de café foram

plantadas em solo goiano e, em 1778, algum café era exportado para o Norte (CARVALHO,

2007).

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Em 1760 foram plantadas as primeiras mudas no Rio de Janeiro, provenientes do

Maranhão, e no estado de São Paulo por volta de 1780 ou 1790, com relação ao Paraná é

difícil estabelecer o ano de introdução do cultivo do café, e em Santa Catarina, o café foi

plantado, pela primeira vez, em 1786, com sementes provindas de São Paulo (CARVALHO,

2007). No Espírito Santo, há evidências que o café tenha chegado em 1811 (TAUNAY,

1939). Como relata a história do Brasil, a cultura do café teve grande influência na

colonização e desenvolvimento do país, assumindo, até hoje, importante papel econômico e

social (FERRÃO, 2004). Nesse ritmo sementes e mudas de café foram difundidas em grande

parte do território brasileiro, sendo a cafeicultura responsável por um novo ciclo econômico

no país em pleno século XIX.

Atualmente o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e se posiciona

em segundo lugar como consumidor. Produto de exportação, a cultura do café movimenta

mundialmente, por ano, cerca de 35 bilhões de dólares (CAIXETA, 1999). Conforme relata

Siqueira (2005), em termos de importação, a Europa é o principal continente importador

mundial de café desde 1967. Já os Estados Unidos é o país que mais consome esse produto,

chegando a responder por 27,2% das importações mundiais (FASSIO; SILVA, 2007).

Tabela 3. Produção final de café beneficiado na safra 2010 no Brasil.

Fonte: Extraído de CONAB (2011).

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Com relação à produção brasileira, a safra da café beneficiado efetuada pela

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2010), apontou que o Brasil produziu

48,09 milhões de sacas de 60 quilos, como pode ser observado pela Tabela 3, com acréscimo

de 21,9%, ou de 8,62 milhões de sacas, quando comparado com a produção de 39,47 milhões

de sacas obtidas na safra 2009, sendo esse crescimento justificado pelo ano de bienalidade

positiva, aliado ás condições climáticas favoráveis durante o ciclo da cultura. A área cultivada

com a cultura de café no país totaliza 2.289,2 mil hectares.

Segundo a Conab, o café é cultivado em 14 estados brasileiros e no Distrito Federal,

mas 96,98% da produção concentram-se em apenas seis estados: Minas Gerais, Espírito

Santo, São Paulo, Paraná, Bahia e Rondônia. Quando se considera o café robusta, o Espírito

Santo responde por 72,45% da produção nacional, seguido por Rondônia com 13,3%

(FASSIO; SILVA, 2007). Segundo dados do IBGE (2005), o café Conilon é cultivado em 65

municípios, sendo explorado em cerca de 35 mil propriedade rurais distribuídas pelo território

brasileiro (FERRÃO, 2004).

A cultura do cafeeiro, como importante atividade do setor agropecuário, desempenha

função de vital relevância para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. Fassio e

Silva (2007), ressaltam que é notório o destaque de todo o sistema agroindustrial do café em

termos de uso de mão-de-obra e fixação do homem ao campo, geração de emprego nos

setores à montante e à jusante da produção primária, bem como em termos de obtenção de

divisas externas e arrecadação de impostos. A cultura do café emprega direta ou indiretamente

cerca de sete milhões de trabalhadores no país (EMBRAPA, 2005).

A cafeicultura no estado de Rondônia sofreu grande expansão a partir de 1970, com a

implantação dos núcleos de colonização oficial, que assentou milhares de pequenos

produtores na região Amazônica (VENEZIANO, 1984; MEDEIROS, 1998). Rondônia se

posiciona em sexto lugar na produção de café beneficiado no país segundo estimativa

realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento em 2010. O parque cafeeiro do estado

é da ordem de 278,68 milhões de covas, incluindo cafezais em produção, totalizando 156.696

covas e com 8.669 covas em formação (CONAB, 2009). A estimativa final para o estado de

Rondônia na safra 2010, indica uma produção de 2.369 mil sacas de café (CONAB, 2010).

3.5. A CULTURA DO CAFÉ CONILON A NÍVEL NACIONAL E ESTADUAL

A produção de café no Brasil e no mundo tradicionalmente se concentrava apenas em

C. arabica, entretanto a partir do fim do século XIX, devido a um grande surto de ferrugem

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que afetou os cafezais do sul e leste da Ásia, a espécie C. canephora, que se mostrava

resistente a doença, passou a ser alvo de estudos científicos visando a sua exploração

econômica (FASSIO; SILVA, 2007). Atualmente, cerca de 71% da produção brasileira de

café é derivada de cultivares arábica e o restante, de café robusta (RONCHI; DAMATTA,

2007). A produção de café robusta é originária exclusivamente da variedade Kouillou,

popularmente conhecida como Conilon.

Recentemente, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

(USDA), cerca de 36% da produção mundial de café provêm da espécie C. canephora. Ferrão

et al. (2007a), também cita essa informação relatando que o canéfora é a segunda espécie do

gênero Coffea mais cultivada no mundo, representando cerca de 35-38% da produção. Os

maiores produtores são Vietnã e Brasil, que representam 34,67% e 23,07% da produção

mundial respectivamente, sendo seguidos pela Indonésia, com 13,58% (FASSIO; SILVA,

2007). Segundo Fazuoli (1986), o plantio da espécie C. canephora em nosso país vem sendo

ampliado, pois o seu produto, embora se apresentando como inferior em relação à qualidade

de bebida e aspecto ao de C. arabica, vem fazendo concorrência ao próprio café brasileiro,

por ser cotado no mercado internacional a um preço mais reduzido que o café arábica,

possibilitando aumento de emprego na indústria de café solúvel, em virtude de permitir maior

extração de sólidos solúveis e poder ser utilizado em misturas com o arábica, barateando

assim o custo do produto final.

Nos últimos anos, a produção do café robusta vem aumentando, comparativamente,

mais que a do arábica: em 1985, cerca de 25% da produção mundial de café era derivada do

café robusta e, em 2005, esse percentual elevou-se para cerca de 38% (DAMATTA et al.,

2007). Mourão (2002) cita que a importância econômica do café para o Brasil mostra a

necessidade de maiores esforços e investimentos em pesquisa nesse setor, para se reduzir o

uso de pesticidas nessa cultura, o que pode diminuir os custos de produção e também de

resíduos que ficam expostos no meio ambiente.

Os principais estados brasileiros produtores de C. canephora são Espírito Santo,

Rondônia e Bahia. Rondônia se apresenta como maior produtor da região amazônica (NUNES

et al., 2005), e é o segundo maior produtor de café conilon (robusta) do país (CONAB, 2010).

C. canephora possui grande capacidade de adaptação a diversas regiões (CHEVALIER 1947,

citado por FAZUOLI, 1986). Devido à boa adaptação a regiões baixas, quentes e úmidas, com

temperaturas médias anuais entre 24 a 26°C, esta espécie é de grande interesse para o estado

de Rondônia, viabilizando o plantio de café nas áreas de menos altitude (VENEZIANO,

1993). Sendo assim, Rondônia tem no café do grupo Robusta sua maior expressão,

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posicionando-se em segundo lugar em produção no país, destacando-se a variedade Conilon

dentre as mais plantadas (MEDEIROS, 1998). O café sendo a cultura perene mais difundida

nesse estado, compõe uma das principais fontes de renda de inúmeras famílias da zona rural,

de modo geral, o cultivo do café robusta em Rondônia é feito em pequenas glebas, com baixo

nível tecnológico e grande aproveitamento de mão de obra familiar. Atualmente a cafeicultura

em Rondônia é a principal cultura perene (167.000 hectares) em cerca de 28.000 pequenas e

médias propriedades rurais, com emprego predominantemente de mão-de-obra familiar.

A partir da década de 70, a cultura do cafeeiro apresentou grande expansão no estado

de Rondônia, devido ao assentamento de inúmeros produtores rurais nesse período, de modo

geral, as lavouras de café em Rondônia, foram implantadas com sementes trazidas pelos

agricultores, de regiões produtoras nacionais e sem nenhum controle oficial (VENEZIANO,

1996). No estado, o cultivo do cafeeiro é realizado em diferentes ambientes (fertilidade

natural dos solos; altitude de 100 a 450 m acima do nível do mar; precipitação de 1.800 a

2.200 mm/ano com acentuada deficiência hídrica temporal de junho a setembro), além de

níveis agrotecnológicos diferenciados (baixo e médio uso de insumos agrícolas) nos diferentes

pólos cafeeiros rondonienses. Devido a estes e outros fatores econômicos, sociais e tradição

de cultivo, a variedade botânica „Conilon‟ (Coffea canephora Pierre ex Froehner; Rubiaceae)

predomina em 95% das regiões cafeeiras do estado de clima quente, úmido e de baixa altitude

(NUNES et al., 2005). Nas demais áreas, principalmente naquelas de maior altitude (acima de

350 m anm) com temperatura média anual relativamente amenas (<23°C), explora-se

também, cultivares comerciais do cafeeiro arabica (Coffea arabica L.), principalmente o

„Catuaí vermelho‟, „Mundo Novo‟ e „Catimor‟.

O surgimento e crescimento da indústria do café solúvel, bem como o emprego dessa

espécie em misturas com o café arábica, foi um dos principais fatores responsáveis pelo

desenvolvimento da cultura do canéfora em Rondônia.

3.6. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DO CAFEEIRO CONILON

De acordo com Caixeta et al. (2008), o desenvolvimento de uma cultivar de café

arábica é um processo muito extenso, que pode chegar a durar até 30 anos de trabalho em

cima de determinada cultivar, esse autor cita que isso acontece pois o processo de

melhoramento em geral requer um ou mais cruzamentos e vários ciclos de seleção, a fim de

que as características de interesse sejam reunidas e fixadas na nova cultivar, deste modo

permitindo a produção de plantas uniformes por meio de sementes. Plantas de café Conilon

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apresentam alto grau de variabilidade fenotípica para diversos caracteres botânicos e

agronômicos, o que faz com que as plantas dessa espécie propagadas por sementes

apresentem grandes variações quanto à sua forma, produção, tamanho e forma das folhas,

sementes e frutos, entre outras características (PAULINO et al., 1984; MATIELLO, 1998).

Fazuoli et al. (2007), citam que algumas cultivares de C. canephora podem ser propagadas

por sementes, no entanto essas plantações não apresentarão uniformidade, devido a sua forma

de reprodução. A propagação por sementes é naturalmente o método prevalente para

multiplicação e obtenção de plantas de café arábica (VIEIRA; KOBAYASHI, 2002).

Na técnica de propagação vegetativa o tempo necessário para o desenvolivmento de

uma nova cultivar poderia ser reduzido em cerca de 8 a 10 anos, pois a produção de clones

deriva da planta matriz, possibilitando assim a multiplicação de híbridos e de plantas

superiores que segregam uma ou mais características (CAIXETA et al., 2008). Deste modo, a

propagação vegetativa mantém as características genéticas da planta matriz, bem como

apresenta a vantagem da precocidade inicial da sua produção, assim, torna-se vantajosa a

propagação vegetativa do cafeeiro Conilon, razão pela qual os plantios atuais têm sido

realizados em grande parte com a utilização de mudas produzidas por estaquia (PARTELLI et

al., 2002). Na propagação vegetativa tradicional estão sendo desenvolvidas e aprimoradas as

técnicas de alporquia e estaquia, técnicas simples que poderão ser utilizadas para clonar

cafeeiros especiais e híbridos (DECHEN et al., 2007).

Em âmbito mundial, a propagação vegetativa é um método que está sendo cada vez

mais utilizado, sobretudo por sua maior efetividade em capturar os ganhos gerados obtidos

dos programas de melhoramento genético (HAINES, 1992).

3.6.1. Estaquia

Browse (1979), afirma que embora a estaquia seja um método de propagação utilizado

há muito tempo, só nos últimos cento e cinquenta anos, com o desenvolvimento e a colocação

no mercado de equipamentos atualizados e baratos, começou então a desempenhar um papel

significativo na propagação dos vegetais em geral. Igualmente, Foster (1993), cita que as

técnicas de propagação vegetativa tradicionais irão se tornar comum para muitas espécies

comercialmente importantes e a tecnologia de enraizamento de estacas continuará a ser o

procedimento mais parcimonioso para propagação de plantas em larga escala.

Na estaquia a multiplicação é realizada por estacas de ramos ortotrópicos ou verticais,

que contendo uma ou várias gemas, são tratadas com compostos auxínicos e enraizadas em

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diferentes substratos (VIEIRA; KOBAYASHI, 2002). Nesse método, normalmente

empregado em plantas de café Conilon, que possuem dois anos de idade ou mais as matrizes,

têm seus ramos ortotrópicos jovens cortados ou curvados visando à produção máxima de

brotações, sendo realizados dois cortes por ano, totalizando em média de 300 a 400 estacas

por planta nesse período (FONSECA et al., 2007; BRAGANÇA et al., 1995).

Ainda que a estaquia seja a técnica que melhor se adapta para a produção de mudas de

clones de C. canephora (FAZUOLI et al., 2007), Vieira e Kobayashi (2002) relatam que é

considerada ineficiente para se obter rapidamente grande quantidade de material propagativo.

Um dos problemas é a resposta diferencial de cada espécie e de clones aos tratamentos

utilizados para o enraizamento das estacas (PAULINO; PAULINI, 1985; BERGO, 1997

citado por VIEIRA; KOBAYASHI, 2002).

Enquanto Fazuoli et al., (2007) cita que a possibilidade de multiplicação vegetativa

realizada por estaquia de segmentos de ramos ortotrópicos se mostra como método que possui

grande vantagem para a cultura do café, deste modo, plantas geneticamente superiores podem

ser rapidamente multiplicadas.

Atualmente técnicas como a enxertia e alporquia tem bastante usadas na propagação

vegetativa do cafeeiro. Devido o café robusta possuir variabilidade genética quanto á

tolerância aos nematóides (VEGRO et al., 1996), pesquisas têm mostrado o aproveitamento

do sistema radicular de café robusta para combater os danos causados pelos nematóides em

cultivares de C. arabica, podendo resultar também em plantas vigorosas com alto poder de

produtividade (CARVALHO; COSTA, 1977; TOMAZ, 2005).

Alporquia é, entre todos, o mais simples processo de propagação vegetativa, no qual as

plantas formam raízes adventícias a partir dos ramos (BORDIGNON; MEDINA FILHO

2003; DECARLOS NETO et al., 2007). Sendo comparado a outros processos de propagação

vegetativa, como a estaquia, a alporquia é um processo menos drástico e que requer menos

cuidados com o ambiente no momento da propagação (SYLVAIN, 1979; HARTMANN et.

al., 1990; BORDIGNON; MEDINA FILHO, 2003).

3.7. MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO IN VITRO

Atualmente, técnicas de multiplicação in vitro tem se mostrado como uma alternativa

economicamente viável, devido dentre outras características a redução de tempo para se obter

um novo indivíduo (OLIVEIRA, 2001). Staritsky (1970) foi o pioneiro a realizar trabalhos e

estabelecer as técnicas de cultura de células e tecidos vegetais para plantas de café, utilizando

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meio contendo sais inorgânicos, sacarose, tiamina, cisteína e auxina. O autor obteve êxito na

indução de calos a partir de folhas em Coffea arabica L. e ainda descreveu a indução de

embriões somáticos e plântulas oriundas de ramos ortotrópicos de Coffea canephora Pierre.

Em seguida se deu início a vários trabalhos para aplicação desses métodos em programas de

melhoramento do cafeeiro (CARVALHO et al., 1974; BANDEL et al., 1975; MONACO et

al., 1977; CUSTER et al., 1980; DE PENA, 1983; SONDAHL et al., 1984 e 1991; THORPE;

PATEL, 1984; OWUOR, 1987 citados por ANDRADE, 1998), exclusivamente para acelerar

a multiplicação vegetativa desta cultura (VIEIRA; KOBAYASHI, 2002). Dentre as técnicas

de clonagem in vitro para o cafeeiro, as mais utilizadas são a microestaquia, a cultura de

embriões, a organogênese, a calogênese e a embriogênese somática (SANTANNA-BUZZY et

al., 2007).

Diversos trabalhos foram realizados utilizando cultura de tecidos para propagação de

variedades comerciais de café, regenerando plantas através de neoformação de gemas, de

secção de entre nós verdes, de ramos ortotrópicos e por indução de embriogênese somática a

partir de explantes foliares (HERMAN; HAM 1975; SONDAHL; SHARP, 1977; DUBLIN,

1980 e 1981; PIERSON et al., 1983; citados por ANDRADE, 1998).

Segundo Chaddad Júnior (1995), o termo utilizado como cultura de tecidos vegetais é

convenientemente usado para descrever todos os procedimentos usados na cultura estéril de

materiais como protoplastos, células, órgãos, embriões e plântulas. A cultura se baseia na

teoria da totipotência onde os seres vivos têm a capacidade de regenerar organismos inteiros,

idênticos à matriz doadora, a partir de células únicas (ALVES et al., 2008). Costuma-se

empregar, associada com a cultura de tecidos, a expressão "in vitro", que significa

"crescimento fora do corpo vivo, em ambiente artificial". O objetivo é obter uma nova planta

idêntica a original, realizando assim uma clonagem vegetal (ANDRADE, 2002).

Dentre as etapas iniciais de micropropagação de determinado material, a desinfestação

é uma fase em que pode ocorrer vários problemas, pois o agente desinfestante utilizado deve

eliminar os microrganismos do tecido vegetal sem danificar o mesmo. Assim, muitas vezes a

obtenção de tecidos vegetais livres de microorganismos é difícil. Entretanto, se apenas os

meristemas forem retirados, esses geralmente estão livres dos agentes infecciosos (CALDAS,

1998; ROCA; MROGINSKI, 1991). Geralmente, explantes coletados no campo apresentam

maiores taxas de infecção por microrganismos, quando comparadas com as de explantes

jovens ou retirados de mudas mantidas em casa-de-vegetação, sendo assim mais difícil a

desinfestação de explantes provenientes do campo.

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Hartmann et al. (2002), indicam que a contaminação pode ser reduzida por

pulverizações com inseticidas e fungicidas, envolvendo os brotos das plantas em sacos

plásticos ou mantendo-os em casa-de-vegetação. Dentre os vários agentes usados para a

desinfestação dos explantes inclui-se o cloreto de mercúrio, o ácido clorídrico, o cloreto de

benzalcônio, o peróxido de hidrogênio e, os mais comumente utilizados, o hipoclorito de

cálcio e o hipoclorito de sódio (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998).

Torres et al. (1998), expõem que geralmente um surfactante como Tween, ou outro

detergente, é adicionado à solução de hipoclorito para facilitar a sua ação, aumentando o

contato da solução com os tecidos. Na maioria das vezes, no início da desinfestação, é

utilizado etanol a 70% durante alguns segundos, depois, o explante é mergulhado em

hipoclorito de sódio em uma concentração que varia de 1 a 2% durante 10 a 30 minutos, com

gotas de Tween®-20 ou 80, e em seguida são realizados enxágües em água bi destilada estéril

(MATEO-SAGASTA, 1990).

Uma das etapas a ser superada para o início do cultivo in vitro de qualquer espécie é a

utilização de um meio de cultura apropriado. O meio MS (MURASHIGE; SKOOG, 1962)

tem sido um dos mais utilizados em trabalhos de cultura de tecidos, dada a sua ampla

aplicação, inclusive em café. É formado por combinações de sais minerais, carboidratos,

vitaminas e reguladores de crescimento. Podem ser sólidos ou líquidos, de acordo com o

protocolo para o sistema de cultivo (GUERRA; NODARI, 2007).

Andrade (1998), cita que a adição de hormônios no meio de cultura é de suma

importância, pois reproduz o que ocorre naturalmente na planta, assim combinações de

dosagens dessas substâncias propiciam um melhor crescimento e desenvolvimento do

explante. As auxinas e citocininas são os principais reguladores de crescimento utilizados na

micropropagação.

As auxinas atuam no crescimento e diferenciação celular, crescimento caulinar, foliar

e de raízes, enquanto as citocininas atuam diretamente na diferenciação, alongamento celular,

crescimento e senescência foliar, dominância apical, germinação, entre outros (ANDRADE,

1998). As auxinas mais utilizadas nas técnicas de cultura de tecidos são: ácido indol acético

(AIA), ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), ácido indol butírico (AIB) e ácido naftaleno

acético (ANA) e as principais citocininas utilizadas: N-isopentenilaminopurina (2iP), 6-

benzilaminopurina (BAP) e zeatina (Zea). (GEORGE, 1993).

Na cultura de tecidos vegetais são utilizados pequenos fragmentos de tecidos vivos,

chamados explantes (Figura 2), que podem ser um fragmento de folha, de raiz, de caule ou de

qualquer tecido vegetal que responda as condições para haver sua posterior regeneração

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(ANDRADE, 2002; TORRES et al., 2000). Os explantes serão então isolados, desinfestados e

cultivados assepticamente em um meio de cultura apropriado por períodos indefinidos até que

se conclua todo o processo esperado. Pode-se observar na Figura 2 o princípio geral da cultura

de tecidos vegetais visando à reprodução de determinada matriz.

Figura 2. Princípio geral da cultura de tecidos.

Fonte: (Kerbauy, 1997 adaptado por Andrade, 2002)

Athayde e Balbino (2000) citam que a atividade de melhoramento genético de plantas

tem se destacado através da geração de novos genótipos adequados às exigências de mercado,

entretanto, a disponibilidade de material propagativo em curto espaço de tempo é limitante

para testes experimentais como para o atendimento da demanda dos agricultores. Os

programas de melhoramento genético do cafeeiro visam, sobretudo, ao aumento da

produtividade, ao aumento da rentabilidade e à estabilidade econômica do cafeicultor, por

meio da eficiência produtiva na propriedade (SERA et al., 2002). Vieira e Kobayashi (2002),

afirmam que a introdução de métodos biotecnológicos para auxiliar os programas de

melhoramento genético tem se mostrado bastante útil, principalmente em culturas perenes,

como é o caso do cafeeiro. Do mesmo modo, Alves et al. (2008) mencionam que a cultura de

tecidos é uma excelente ferramenta para clonar plantas em escala comercial, além de

colaborar na realização de estudos de transformação genética e conservação de espécies

vegetais.

Dentre os problemas relacionados à cultura de células e tecidos in vitro, estão a

necrose e a oxidação que pode ocorrer nos explantes. A necrose pode ser descrita como sendo

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a morte de uma parte de um organismo vivo (ALVES et al., 2008). Isto ocorre com explantes

colocados in vitro, podendo ter uma perda parcial ou a de toda a cultura (SANTOS et al.,

2001). Já a oxidação é a reação do oxigênio com íons metálicos (+) dos outros compostos do

meio de cultivo, os explantes ao serem inoculados no meio de cultura podem liberar exudatos

que tornam o meio de cultivo escuro (ALVES et al., 2008). Este tipo de escurecimento é

conseqüência da liberação de fenóis dos ferimentos ocasionados no processo de extração dos

explantes (SANTOS et al., 2001).

No melhoramento genético do cafeeiro, é de fundamental importância o uso de

técnicas que acelerem a avaliação e a seleção de genótipos superiores, visto a sua importância

social e econômica e o tempo demandado de pesquisa, por se tratar de uma cultura perene,

que requer, muitas vezes, anos para que a característica de interesse possa ser expressa

(FERRÃO et al., 2007b). Nesse contexto, atualmente, técnicas de cultura de tecidos vem

sendo amplamente utilizados como ferramenta biotecnológica para o estudo do metabolismo,

fisiologia, desenvolvimento e reprodução de plantas com propriedades desejáveis, tais como

resistência a pragas e acúmulo de substâncias ativas de interesse econômico e comercial,

contribuindo assim com um novo impulso nas pesquisas de café.

3.7.1. Calogênese

A calogênese (formação de calos em um explante) constitui-se numa etapa básica para

o desenvolvimento de sistemas de propagação massiva de plantas por organogênese ou

embriogênese somática (FERREIRA et al., 2009b). O calo corresponde a uma massa de

células desorganizadas e parcialmente indiferenciadas que variam quanto ao tipo, tamanho,

conteúdo celular e espessura da parede. Traqueídeos, células parenquimáticas, câmbio e

periderme podem se formar durante a calogênese (NARAYANASWAMY, 1977).

A cultura de calos proporciona a propagação em larga escala de diversas espécies

vegetais, sendo que os trabalhos em cafeeiro foram publicados por Staritsky (1970), que

obteve êxito na indução de calos a partir de folhas. Do mesmo modo, Sharp et al. (1973),

obtiveram crescimento de calos de C. arabica a partir do cultivo de tecidos somáticos

(pecíolos, folhas e frutos verdes). Torres et al. (2000), definem o calo como um grupo ou

massa de células, com crescimento desordenado que pode apresentar certo grau de

diferenciação. Do mesmo modo, Asasu e Paranjothy (1975), citam que quando um segmento

de tecido vegetal devidamente desinfestado ou assepticamente cultivado é transferido para um

meio de cultura apropriado e mantido sob condições adequadas, algumas células se dividem e

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após intensa proliferação dão origem a uma massa não diferenciada de células, denominada

calo.

Apesar da micropropagação usualmente obter clones, plantas com alterações genéticas

podem ser produzidas, principalmente através do cultivo de calos e protoplastos (KARP,

1984). A calogênese sofre influência de diversos fatores, como: tipo de explante, composição

do meio nutritivo e condições físicas de incubação como luz e temperatura (PINTO;

LAMEIRA, 2001). De acordo com Serra et al. (2000), o índice de divisão celular dos calos

pode elucidar as mudanças fisiológicas das células e auxiliar a otimização dos protocolos de

regeneração e transformação genética. Pasqual e Pinto (1988), citam que plantas derivadas de

calos podem apresentar variações genéticas.

Técnicas como a embriogênese somática e cultura de embriões tem sido bastante

utilizadas na micropropagação vegetal, permitindo também a obtenção de grande quantidade

de mudas em curto espaço de tempo (ATHAYDE; BALBINO, 2000).

4. DESENVOLVIMENTO REGIONAL X PROPAGAÇÃO VEGETATIVA E IN

VITRO

O desenvolvimento regional, liga numa perspectiva os conhecimentos de

desenvolvimento humano e desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento humano é uma

medida global da qualidade de vida, o qual possui diversas dimensões, enquanto o

desenvolvimento sustentável é aquele capaz de atender as nossas necessidades presentes, sem

prejuízo paras as gerações futuras. Há uma proximidade entre os dois conceitos, sendo que

ambos vão além da simples perspectiva econômica. É nesse sentido que surge o conceito de

desenvolvimento rural sustentável, o que nada mais é que a materialização da sustentabilidade

para os territórios rurais, a partir de novas concepções sobre modelos de produção e relações

sociais no campo (COSTABEBER; CAPORAL, 2003).

A atenção internacional para a Amazônia, estimulando encontrar formas de garantir o

desenvolvimento regional com a preservação do ambiente natural é um grande desafio para

todos os setores, tanto para as universidades como para as empresas de pesquisa de ciência e

tecnologia da região. Atualmente, a mobilização da sociedade, organizada em defesa do meio

ambiente vem alterando as prioridades sócio-políticas e de ciência, tecnologia e inovação para

os setores agropecuário e florestal, exigindo desse modo capacitação de pessoal para a

amenização dos impactos ambientais consequentes da atividade de produção agropecuária e

florestal.

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Uma das principais características da agricultura familiar na Amazônia é o processo

produtivo, basicamente direcionado ao atendimento das necessidades da manutenção e

reprodução biológica e social do produtor rural. As formas de produção praticada pela

agricultura familiar na Amazônia são baseadas em estruturas capazes de propiciar elevados

níveis de sustentabilidade e elevados patamares de auto suficiência alimentar, assim a

agricultura orgânica proveniente da micropropagação in vitro representa um modelo de

produção sustentável e, embora suas normas e práticas estejam bem estabelecidas para

algumas regiões, existe a necessidade de pesquisas visando à validação de práticas

agroecológicas para agrossistemas amazônicos (NODA, 2009).

Nesse sentido políticas de ecodesenvolvimento, que atuem em âmbito estadual,

regional e nacional, devem ser cada vez mais discutidas e executadas para o pleno

funcionamento do desenvolvimento rural sustentável no país, gerando assim uma nova

mentalidade de pesquisa para o desenvolvimento. Projetos de desenvolvimento sustentável da

região Amazônica, que desenvolvam sistemas inovadores de manejo dos recursos naturais,

incluindo a agricultura orgânica, que sejam sustentáveis dos pontos de vista social, econômico

e ambiental, e que sejam multiplicáveis, visam adquirir experiências para subsidiar políticas

públicas que proporcionem melhorias na organização social das famílias e comunidades

agrícolas que necessitem.

Para promover o incremento da produtividade agropecuária, florestal e a melhoria

qualitativa de seus produtos, a tecnologia é elemento necessário, mas não suficiente, de modo

a satisfazer as exigências do consumo interno, nacional e regional. Desse modo, a

modernização da agricultura implica na inclusão de inovações tecnológicas entre os fatores

primários de produção, é nesse sentido que técnicas de biotecnologia como a cultura de

tecidos vegetais entra como subsídio para acelerar etapas de melhoramento de diversas

espécies florestais e agrícolas cultivadas na região, no qual destaca-se o café como cultura

perene que está inserido no ecossistema regional.

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5. MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi implantado em dezembro de 2008 na estação experimental da

Embrapa Rondônia, situada no município de Porto Velho (RO), localizada na rodovia

Marechal Rondon (BR 364), quilômetro 5,5, com altitude aproximada de 88 metros,

apresentando as seguintes coordenadas geográficas: latitude Norte 08˚ 48‟ 01‟‟; longitude

Oeste 63˚ 51‟ 05‟‟.

A estação experimental está situada na planície sedimentar amazônica com vegetação

regional predominante do tipo floresta equatorial subperenifólia. A topografia da região varia

de ondulada a suavemente ondulada. A classificação climática na região de Porto Velho

segundo Köppen é do tipo Aw, tropical chuvoso, com temperaturas médias anuais de 25,5 ºC,

sendo que a umidade relativa média do ar é de 81,5% no ano, apresentando seca pronunciada

nos meses de junho a agosto (SILVA et al., 2004; RONDÔNIA, 2009). O solo da área

experimental foi classificado como pertencente à classe Latossolo amarelo, distrófico, textura

mediana.

No experimento de campo foram utilizados 15 clones promissores Conilon (Coffea

canephora, Pierre) pertencentes ao Programa de Melhoramento do Cafeeiro da Embrapa

Rondônia, totalizando 15 tratamentos. Os clones foram oriundos pelo método de propagação

vegetativa por estacas. O delineamento foi o de blocos casualizados com três repetições. A

parcela experimental foi composta por dez plantas monoclonais, sendo a parcela útil

constituída pelas seis plantas centrais. A configuração de plantio foi em fileira simples, uma

planta por cova (40x40x40 cm), com espaçamento de 2,0 m (entre plantas) por 3,0 m entre

linha. As plantas foram conduzidas com até cinco ramos ortotrópicos, sendo eliminada as

brotações excedentes.

5.1. ETAPA I – VIGOR VEGETATIVO

Nos meses de setembro e outubro de 2009, quando as plantas possuíam dez meses de

idade foram utilizadas seis plantas de cada clone e avaliadas segundo a altura total das

plantas, número de brotações de ramos ortotrópicos e comprimento dos respectivos ramos. A

altura da planta foi determinada com uso de régua graduada em centímetros, colocada no

centro da planta e paralela ao ramo ortotrópico dominante do cafeeiro, tomando-se a distância

da superfície do solo até a extremidade apical do ramo ortotrópico (haste principal) da planta.

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O número de brotações de ramos ortotrópicos foi realizado por meio de contagem

visual, excluindo-se a haste principal e sua medida foi efetuada com auxílio de uma régua

colocada a partir do ponto de surgimento da brotação até sua extremidade apical,

considerando-se apenas os brotos maiores de dez centímetros.

5.2. ETAPA II – DESENVOLVIMENTO IN VITRO

Na etapa de propagação in vitro ou micropropagação vegetal os experimentos foram

conduzidos no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Embrapa Rondônia e foram avaliados

quanto à formação de calo. Foram utilizadas folhas provenientes de plantas selecionadas dos

dezesseis clones avaliados em campo de C. canephora var. Conilon pertencentes ao Programa

de Melhoramento do Cafeeiro localizada no campo experimental da Embrapa Rondônia.

5.2.1. Desinfestação dos explantes

As folhas foram coletadas do segundo par dos ramos plagiotrópicos e passaram por

uma pré-limpeza, sendo cuidadosamente lavadas em água bidestilada estéril com auxílio de

uma esponja e detergente comercial.

Inicialmente, para teste de descontaminação das folhas provenientes do campo

experimental, foram testados quatro tipos de soluções diferentes, hipoclorito de sódio nas

concentrações de 0,5 e 1,0% (v/v) e hipoclorito de cálcio nas concentrações de 1,0 e 2,0%

(v/v). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com dez repetições. Os

explantes foram colocados nas soluções preparadas a diferentes concentrações por vinte

minutos, seguindo o protocolo, sofreram três lavagens em água bidestilada estéril e

segmentadas para posterior inoculação. Foi realizada uma avaliação quinze dias após a

inoculação. Os aspectos avaliados foram às percentagens de contaminação nos explantes.

5.2.2. Calogênese

De acordo com os melhores resultados obtidos, para descontaminação as folhas foram

imersas em etanol a 70% (v/v) por 1 minuto e logo após foram colocadas em solução de

hipoclorito de cálcio na concentração 2% (v/v), no período de 20 minutos, seguidas por três

lavagens em água bidestilada estéril e segmentadas em quadrados de aproximadamente 1 cm2.

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Posteriormente foram inoculadas individualmente em tubos de ensaio com a face adaxial em

contato com meio.

O meio de cultura utilizado foi o MS (MURASHIGE; SKOOG, 1962) contendo

metade da concentração dos sais, 10 mg L-1

de tiamina, 1 mg L-1

de piridoxina, 1 mg L-1

de

ácido nicotínico, 1 mg L-1

de glicina, 100 mg L-1

de inositol, 100 mg L-1

de caseína hidrolisada

e 400 mg L-1

de extrato de malte, 20 g L-1

de sacarose e acrescido de AIB (10 µM), 2,4-D (20

µM) e 2iP (10 µM). As manipulações foram efetuadas em câmara de fluxo laminar. O

delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com vinte repetições. As culturas

foram mantidas em sala de crescimento, com luminosidade de 2000 lux, fotoperíodo de 16

horas e temperatura de 24 ± 2ºC. As avaliações foram realizadas com intervalos de 10 dias a

contar da data da inoculação e ao final de 90 dias após a inoculação, foi avaliado o percentual

de explantes com calos e a área foliar coberta com calos, baseando-se no percentual de calos

embriogênicos dispostos no explante foliar.

Os dados de campo foram submetidos à análise de variância e a comparação entre

médias pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Para os dados de laboratório foi

realizado estatística descritiva. Foi realizada correlação de Pearson entre os dados de campo e

in vitro. Todas as análises foram realizadas utilizando o programa estatístico Genes.

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31

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1. VIGOR VEGETATIVO

As características número de brotos ortotrópicos, comprimento dos brotos e altura das

plantas foram influenciados pelos clones estudados (Tabela 4). Os clones foram agrupados

pelo critério de Scott-Knott no nível de 5% de probabilidade.

Tabela 4. Resumo da análise de variância das características número de brotos ortotrópicos,

comprimento dos brotos e altura das plantas de 15 clones de café Conilon. Porto Velho,

Embrapa Rondônia, 2011

QM

FV GL N° brotos ortotrópicos Comprimento dos brotos Altura da planta

BL 8 3.284778 391.107071 110.392019

Clone 14 2.712819* 439.344374* 233.459661*

Resíduo 112 0.340663 100.041893 18.746363

Média 1.855556 39.095407 59.076296

CV (%) 31.454892 25.583809 7.329009

* Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.

O número de brotações de ramos verticais (ortotrópicos) nas plantas Conilon com dez

meses de idade não ultrapassou a contagem de no máximo 2,79 e no mínimo 1,12 brotos

ortotrópicos por planta. Os clones 5 e 9, foram os que apresentaram melhor desempenho no

campo com relação ao número de brotos ortotrópicos produzidos, apresentando valores

correspondentes a 2,72 e 2,79, enquanto os clones 3 (1,16), 4 (1,29), 13 (1,23) e 15 (1,12)

possuíram os menores valores encontrados (Tabela 5). Plantas que apresentam elevado

número de ramos verticais (ortotrópicos) podem provocar o “fechamento” do cafezal, devido

o peso dos frutos os ramos vergam para o meio da rua, fazendo com que os cafeeiros possam

perder a saia (derrama) e apresentar baixa produtividade. O fechamento devido o número

intenso de ramos ortotrópicos pode dificultar os tratos culturais, a colheita e o controle de

broca e da ferrugem do cafeeiro (MARCOLAN et al., 2009).

Os clones 9 e 14 apresentaram maiores comprimento de brotos que os demais clones,

apresentando valores em centímetros correspondentes a 49,73 e 49,06 com relação às médias

obtidas para essa característica avaliada (Tabela 5). Os clones 3 e 15 foram os que

apresentaram os valores mais baixos para comprimento de brotos ortotrópicos, sendo

respectivamente 25,51 e 29,05 centímetros. As médias obtidas para as características número

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de brotos ortotrópicos, comprimento dos brotos e altura da planta em cafeeiros com 10 meses

de idade foram de 1,83 brotos; 38,7 e 58,9 centímetros, respectivamente.

Tabela 5. Altura das plantas, número de brotos e comprimento dos brotos ortotrópicos de

15 clones de café Conilon, com 10 meses de idade. Porto Velho, Embrapa Rondônia, 2011

Clone

Vigor vegetativo

Número de

brotos

Comprimento

dos brotos

(cm)

Altura da planta

(cm)

1 1,5 c 32,5 j 59,8 b

2 1,8 c 43,2 e 64,1 a

3 1,2 d 25,5 l 62,1 a

4 1,3 d 37,0 i 58,4 b

5 2,7 a 45,7 c 54,8 b

6 2,3 b 40,9 g 52,3 b

7 1,8 c 40,9 g 54,9 b

8 2,2 b 38,7 h 52,0 b

9 2,8 a 49,7 a 65,6 a

10 1,7 c 36,7 i 53,9 b

11 1,7 c 42,6 f 62,7 a

12 2,4 b 44,3 d 57,8 b

13 1,2d 32,9 j 69,6 a

14 2,2 b 49,1 b 59,5 b

15 1,1d 29,1 k 58,4 b

Médias 1,83 38,7 58,9

* Médias seguidas pelas mesmas letras na vertical pertencem a um mesmo grupo de

similaridade, pelo critério de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Para a altura das plantas, o resultado médio encontrado para os 15 clones avaliados foi

de 58,9 centímetros. As maiores alturas foram encontrados nos clones 2, 3, 9, 11 e 13, com

respectivamente 64,1, 62,1, 65,6, 62,7 e 69,6 centímetros (Tabela 5). Plantas mais altas

podem apresentar alta produtividade, contudo, pode dificultar no processo de colheita. Os

demais clones não diferiram com relação a altura. Clones de Conilon que apresentam altura

reduzida facilitam a colheita e os tratos culturais, auxiliando na criação de ambiente

desfavorável a incidência da broca e da ferrugem do cafeeiro, por causa do maior arejamento

e penetração de luz no interior da planta (MARCOLAN et al., 2009).

Dentre características quantitativas analisadas nos mesmos clones com três anos de

plantio em Ouro Preto do Oeste, RO, em um estudo que ainda está sendo executado, a altura

média das plantas encontrada foi 2,93 metros (André Rostand Ramalho, em comunicação

pessoal). Desse modo observa-se crescimento contínuo e similar das plantas de café Conilon

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localizadas no campo experimental da Embrapa Rondônia em Porto Velho com dez meses de

idade (Figura 3), apresentando provavelmente crescimento semelhante aos clones localizados

em Ouro Preto d‟Oeste.

De modo geral o clone 9 foi o que apresentou os melhores resultados quanto ao vigor

vegetativo, pois apresentou os maiores valores de altura das plantas, número de brotos

ortotrópicos e comprimento dos mesmos.

Figura 3. Coffea canephora Pierre. (A) Clone 5 da variedade Conilon. (B) Clone 9 da

variedade Conilon. Porto Velho, Embrapa Rondônia, 2010. Foto: André Rostand

Ramalho.

6.2. DESENVOLVIMENTO IN VITRO

6.2.1. Desinfestação dos explantes

Aos 10 dias a partir da inoculação, o tratamento que mostrou mais eficiência, devido à

maior desinfestação e menor agressão dos explantes foliares do cafeeiro Conilon foi o

hipoclorito de cálcio a 2% (v/v), resultando em explantes totalmente isentos de

microrganismos (Tabela 6). Nos outros tratamentos foram observados uma porcentagem

muito maior de contaminação, chegando a apresentar 60% nas concentrações de 0,5% e 1,0%

de hipoclorito de sódio.

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Tabela 6. Efeito do tempo de imersão à 20 minutos e à concentração de hipoclorito de sódio e

hipoclorito de cálcio na contaminação dos explantes foliares do cafeeiro Conilon. Porto

Velho, Embrapa Rondônia, 2011

Tratamentos Concentração (%) Contaminação (%)

hipoclorito de sódio 0,5 60

hipoclorito de sódio 1,0 60

hipoclorito de cálcio 1,0 40

hipoclorito de cálcio 2,0 0

Mateo-Sagasta (1990), afirma que no início da desinfestação dos explantes, deve ser

utilizado etanol a 70% durante alguns segundos ou minutos, para eliminar bolhas de ar e parte

dos lipídios, aumentando assim o contato do desinfestante com o material vegetal a ser

desinfetado.

Ferreira et al. (2009c), buscando estabelecer um protocolo para desinfestação de

explantes florais de cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) K. Schum.),

obtiveram bons resultados ao reduzir a oxidação dos tecidos com hipoclorito de sódio,

recomendando assim a lavagem dos explantes em água destilada e imersão em álcool 70%

(v/v) por um minuto, sendo posteriormente imersas em hipoclorito de sódio na concentração

de 0,25% por vinte minutos e lavados três vezes com água estéril.

Teixeira (2009), constata que a desinfestação de segmentos de brotos, folhas e botões

florais pode ser feita com sucesso utilizando hipoclorito de sódio ou cálcio a 0,5 a 2% (p/v)

por 5 a 20 minutos.

Ferreira et al. (2009a), ao avaliarem diferentes tratamentos de desinfestação de

explantes radiculares de bacurizeiro (Platonia insignis Mart.) para seu estabelecimento in

vitro, alcançaram eficiente resultado quando os segmentos radiculares foram imersos em

solução de hipoclorito de sódio a 1,75% (p/v) por trinta minutos, associados a utilização de

solução antifúngica, obtendo descontaminação total dos explantes.

6.2.2. Calogênese

Nos segmentos de explantes foliares de C. canephora inoculados em meio MS,

apenas o clone 12 não apresentou calos induzidos nos explantes 90 dias após a inoculação,

sendo que todos os outros clones formaram calos embriogênicos, variando de 8,33 a 100% de

indução de calos (Tabela 7).

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Tabela 7. Porcentagem de indução de calos e área foliar coberta com calos em folhas

(explantes) de 15 clones de café Conilon, propagados vegetativamente in vitro. Porto Velho,

Embrapa Rondônia, 2011

Clone

Indução

de calos (%)

0-25%

25-50%

50-75%

75-100%

1 100 0 100 0 0

2 100 0 100 0 0

3 60 20 40 0 0

4 8,33 8,33 0 0 0

5 100 16,67 16,67 0 66,66

6 100 33,33 66,67 0 0

7 91,66 83,32 8,34 0 0

8 100 45,45 54,55 0 0

9 88,88 88,88 0 0 0

10 42,85 42,85 0 0 0

11 100 0 100 0 0

12 0 0 0 0 0

13 100 100 0 0 0

14 100 94,12 5,88 0 0

15 100 0 100 0 0

Os clones 1, 2, 5, 6, 8, 11, 13, 14 e 15 de C. canephora foram altamente responsivos

ao meio de cultivo estabelecido e apresentaram os melhores resultados com relação à

porcentagem de indução de calos nos explantes foliares, chegando a 100% de indução de

calos (Tabela 7). Os clones 4 e 10 apresentaram as menores porcentagens de indução com

8,33 e 42,85, respectivamente.

Pinto e Lameira (2001) citam que fatores como o tipo de explante, a composição do

meio nutritivo e as condições físicas de incubação como luz e temperatura, influenciam na

formação de calo. Como os clones foram inoculados em apenas um tipo de tratamento na

composição do meio e ficaram em sala de crescimento com as mesmas condições físicas, o

fator explante deve ser o responsável pelas diferenças encontradas nos resultados de

calogênese, pois mesmo as plantas sendo clones também apresentaram diferentes resultados

com relação ao vigor vegetativo avaliado.

Com relação à área foliar coberta com calos 60 dias após a inoculação, na taxa de zero

à 25%, apenas os clones 7 (83,32%), 9 (88,88%), 13 (100%) e 14 (94,12%) mostraram maior

incidência de explantes foliares com menor porcentagem de calos embriogênicos (Figura 4).

Área foliar coberta com calos

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Figura 4. Coffea canephora Pierre. (A) Explante foliar sem presença de intumescimento e

calos. (B) Explante foliar intumescido. (C e D) Explante foliar no início de indução de calo.

(E e F) Calo de explante foliar. Porto Velho, Embrapa Rondônia, 2009. Foto: Carla Liegi L.

G. de Oliveira.

A B

D

A

C

A

E

A

F

A

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37

Os explantes dos clones 1, 2, 11 e 15 tiveram 100% de incidência na taxa de 25 à 50%

de área coberta com células de calos, ou seja, esses clones apresentaram todas as suas

repetições incluídas nessa taxa, sendo menos da metade de cada explante foliar coberto com

calos. Nenhum clone apresentou calos embriogênicos formados com a porcentagem de 50 à

75% de explante com área foliar coberta com calos. Enquanto somente o clone 5 (66,66%)

teve calos na porcentagem de 75 à 100 com relação a área foliar coberta com calos,

apresentando assim explantes foliares cobertos completamente por calos embriogênicos

(Figura 4).

6.3. CORRELAÇÃO

Tabela 8. Avaliação do coeficiente de correlação de Pearson para os caracteres estudados.

Porto Velho, Embrapa Rondônia, 2011

Indução de

Calos (%)

Altura da

planta

(cm)

N° brotos

ortotrópicos

Comprimento dos brotos 0,0176 - 0,0656 0,8664*

N° brotos ortotrópicos 0,0762 - 0,0270

Altura da planta (cm) 0,1309

* Significativo a 1% de probabilidade.

Na análise de correlações procurou-se determinar o grau de relacionamento entre as

variáveis estudadas. Para as correlações entre os caracteres em estudo, o caráter número de

brotos ortotrópicos foi a única variável que apresentou correlação positiva, a 1% de

probabilidade, com comprimento dos brotos ortotrópicos (r = 0,8664), devido o investimento

da planta ao se desenvolver intensamente no sentido vertical (Tabela 8). Esperava-se obter

correlações positivas significativas para porcentagem de indução de calos com número de

brotos ortotrópicos, comprimento dos brotos ortotrópicos e altura da planta. Mesmo o

processo de clonagem permitindo maior homogeneidade entre as plantas produzidas e

assegurando alta qualidade e produtividade (WEIGEL; JURGENS, 2002), os resultados

sugerem que não há correlação, ou seja, bons resultados com relação a vigor vegetativo em

campo dos cafeeiros Conilon não se repetem em laboratório quando a propagação é realizada

in vitro.

Desse modo, Falconer (1981) cita que a quantificação da variabilidade genética e a

estimação dos parâmetros genéticos são de fundamental importância em programas de

melhoramento de plantas, devendo-se atentar para o fato de que diferenças encontradas na

mesma espécie são devidas principalmente aos diferentes métodos e materiais genéticos

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utilizados na sua determinação, às diferentes condições ambientais, à época e à idade de

avaliação, dentre outros fatores (VENCOVSHY, 1987). Oliveira Júnior (1995), cita que

informações de estimativas de correlações, obtidas em diferentes ambientes e, ou, materiais

genéticos, considerando os efeitos de genótipos como fixos, têm se mostrado úteis para o

estabelecimento de programas de seleção.

Fonseca (1999), buscando obter um conjunto de informações genéticas, capazes de

oferecer subsídios importantes para o planejamento e execução de programas eficazes de

melhoramento genético do café Conilon, avaliou caracteres como número de hastes por planta

e altura média das plantas, e os relacionou com a estimação de parâmetros genéticos e as

correlações fenotípicas, genotípicas e ambientais entre caracteres. Obteve como resultado,

comparando o número de hastes por planta e altura média das plantas, baixas estimativas de

correlação com a maioria das outras características analisadas, indicando que devem ser

mantidos no processo de avaliação e seleção e em estudos de divergência genética. Deste

modo, as elevadas estimativas dos coeficientes de determinação genotípicos para os caracteres

número de hastes por planta e altura média por planta, entre outros estudados pelo autor,

indicam predominância dos componentes genéticos em relação aos ambientais, caracterizando

condições favoráveis ao melhoramento para os referidos caracteres.

Os resultados encontrados sugerem que não há ligação entre o desenvolvimento de

plantas de café em campo e in vitro, ou seja, não se pode afirmar que plantas que apresentam

boas condições vegetativas em áreas de campo experimental ou casa de vegetação,

apresentarão melhores condições quanto ao potencial para propagação in vitro.

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7. CONCLUSÕES

O clone 9 apresenta maior vigor vegetativo em campo.

Na desinfestação dos explantes foliares, o melhor resultado é obtido pelo tratamento

hipoclorito de cálcio a 2%.

Apenas o clone 12 não apresenta calos embriogênicos induzidos no meio MS

proposto. Todos os outros clones são responsivos à indução de calogênese.

Não há correlação significativa entre desenvolvimento vegetativo de cafeeiros Conilon

em condições de campo e seu potencial para propagação in vitro.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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