Introdução às Grandezas esCalares e VetorIaIs ... · simples, pois apela para aspectos...

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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS · USP/ UNIVESP Gil da Costa Marques 1 INTRODUÇÃO ÀS GRANDEZAS ESCALARES E VETORIAIS 1.1 Grandezas Escalares e Vetoriais 1.2 Representando vetores 1.3 Operações com vetores 1.3.1 Multiplicação por um escalar (por um número) 1.3.2 Soma de vetores 1.3.3 Subtração de vetores 1.4 Extensão para muitos vetores 1.4.1 Produtos de vetores 1.4.2 Produto escalar de dois vetores 1.4.3 Produto vetorial de dois vetores 1.5 Vetores como referenciais 1.6 Referenciais mais gerais 1.7 Vetores em coordenadas polares Fundamentos de Matemática II

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  • Licenciatura em cincias USP/ Univesp

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    Gil da Costa Marques

    1Introduo s Grandezas esCalares e VetorIaIs

    1.1 Grandezas escalares e Vetoriais1.2 representando vetores1.3 operaes com vetores

    1.3.1 Multiplicao por um escalar (por um nmero)1.3.2 soma de vetores1.3.3 subtrao de vetores

    1.4 extenso para muitos vetores1.4.1 Produtos de vetores1.4.2 Produto escalar de dois vetores1.4.3 Produto vetorial de dois vetores

    1.5 Vetores como referenciais1.6 referenciais mais gerais1.7 Vetores em coordenadas polares

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    1.1 Grandezas Escalares e VetoriaisAs grandezas fsicas podem ser classificadas, em funo de certas caractersticas, em trs

    grandes categorias: grandezas escalares, vetoriais e tensoriais. A distino entre elas reside na

    questo do nmero de atributos, ou dados, necessrios para caracteriz-las.

    Grandezas que requerem para sua inteira caracterizao um conjunto de trs informaes,

    ou atributos (as coordenadas, ou, no caso geral, suas componentes) so denominadas grandezas

    vetoriais. A velocidade de uma partcula um exemplo tpico dessa situao, pois no basta

    dizer que o veculo tem uma velocidade de, por exemplo, 40 km/h. Esse dado apenas um dos

    trs necessrios e ele recebe o nome de intensidade ou mdulo da grandeza velocidade. Para

    especificar inteiramente tal grandeza devemos fornecer ainda a direo e o sentido dela.

    Por outro lado, existem grandezas fsicas que requerem apenas um atributo seguido de uma

    unidade de medida. Tais grandezas fsicas so denominadas grandezas escalares. Por exemplo,

    quando especificamos a temperatura de um objeto, basta um nmero seguido de uma unidade

    de medida. Assim, se dissermos que um corpo tem uma temperatura de 37 C, isso tudo que

    precisamos saber sobre tal grandeza.

    Grandezas tensoriais como o stress aplicado a um corpo, ou o momento de inrcia, requerem

    um nmero maior do que 3 para sua inteira caracterizao. Por exemplo, o momento de inrcia

    em geral requer um conjunto de 6 atributos.

    Podemos utilizar dois conjuntos de atributos para especificar vetores. O primeiro deles mais

    simples, pois apela para aspectos geomtricos ou grficos das grandezas vetoriais. O segundo

    deles faz uso do conceito, mais abstrato, de componentes de um vetor. Este o conjunto de

    atributos mais utilizado em cursos avanados. Apesar de no ser muito bvio primeira vista, os

    dois so equivalentes. As duas formas so usualmente referidas como representaes de vetores:

    a representao grfica ou geomtrica e a representao analtica.

    Para distingui-las das demais, as grandezas vetoriais, como posio, velocidade, fora, acelerao

    etc. sero representadas por meio de uma letra com uma flecha acima dela. Assim, temos:

    1.1 r (o vetor posio), v (o vetor velocidade), a (o vetor acelerao),

    F (o vetor fora)

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    Como sempre, as grandezas escalares sero representadas apenas por letras, sem a referida flecha.

    1.2

    1.2 Representando vetoresUm vetor pode ser representado graficamente atravs de um segmento orientado (uma

    flecha). A vantagem dessa representao que ela permite especificar a direo (e esta dada

    pela reta que contm a flecha) e o sentido (especificado pela flecha). Alm disso, o seu mdulo (v) ser especificado pelo tamanho da flecha, a partir de alguma conveno para a escala da figura.

    Mdulo o atributo que caracteriza a intensidade da grandeza fsica. Requer, alm de um certo nmero de dgitos, uma unidade adequada de medida.

    Direo o atributo que existe de comum num feixe de retas paralelas. As retas r, s e t so paralelas e, assim, tm a mesma direo. As

    retas t e w no so paralelas e, portanto, no tm a mesma direo.

    Sentido: podemos percorrer uma direo em dois sentidos. Por exemplo, sobre a reta y temos dois sentidos de percurso: de A para B e de C para D.

    Portanto, para cada direo existem dois sentidos.

    Alm da representao geomtrica (ou grfica) definida anteriormente, podemos fazer

    uso da representao analtica do vetor. Nessa representao tambm utilizamos um conjunto

    de trs atributos de um vetor. Esses atributos so conhecidos como componentes do vetor.

    Em geral, para a definio das componentes, a melhor alternativa e a mais fcil usar um

    conjunto de coordenadas cartesianas.

    Dado um sistema de coordenadas cartesianas (composto de um conjunto de trs eixos

    ortogonais), podemos definir as componentes de um vetor nesse sistema de eixos tomando-se

    as projees do vetor ao longo desses eixos.

    E (energia), T (temperatura), d (distncia), M (massa)

    a

    Figura 1.1: a) Direo aquilo que comum a um feixe de retas. b) Dois vetores com sentidos opostos.

    b

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    No plano, as componentes vx e vy so definidas pelos produtos:

    1.3

    onde o ngulo formado pelo vetor v e o eixo x. Vide Figura 1.2.

    Consideremos agora o vetor v no espao tridimen-

    sional. As componentes vx, vy e vz so dadas a seguir:

    1.4

    onde q o ngulo formado pelo vetor v e o eixo z,

    e o ngulo o ngulo formado pela projeo do vetor

    v no plano x-y e o eixo x. Vide Figura 1.3.

    1.3 Operaes com vetoresLidar, operacionalmente, com grandezas escalares muito fcil. Fazer adio de duas gran-

    dezas escalares simples. Por exemplo, 3 kg acrescidos de 2 kg resulta 5 kg.

    Trabalhar com grandezas vetoriais j no to simples. Considere o caso da adio de duas

    grandezas vetoriais.

    Figura 1.2: Componentes de um vetor no plano.

    x

    y

    =

    =

    cos

    sen

    Figura 1.3: Componentes de um vetor em 3D.

    x

    y

    z

    = ( )( )

    = ( )

    = ( )

    sen

    sen sen

    cos

    ( )

    cos

    Como possvel adicionar grandezas que, alm do mdulo, tm direes e sentidos diferentes? Ou ainda efetuar subtraes e multiplicaes de grandezas vetoriais?

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    Somar grandezas vetoriais, bem como realizar as demais operaes, fundamental em Fsica.

    Se aplicarmos duas foras a um corpo, qual ser o resultado de sua adio?

    Certamente, no podemos simplesmente somar os mdulos.

    Adio e subtrao no so as nicas operaes que realizamos com vetores. Introduzimos ainda

    diferentes tipos de produtos. A seguir, definiremos essas operaes fazendo uso das duas representaes.

    1.3.1 Multiplicao por um escalar (por um nmero)

    Podemos multiplicar um vetor v por um nmero x. Dessa operao

    resulta um novo vetor (o vetor resultante

    R):

    1.5i

    O vetor resultante tem os seguintes atributos:

    O mdulo do novo vetor o que resulta da multiplicao do mdulo do nmero real x pelo mdulo de

    v, que |v|:

    1.6

    A direo do novo vetor a mesma. O sentido de

    R o mesmo que o de v se o nmero x for positivo e o sentido oposto se x < 0.

    Utilizando agora a representao analtica, o vetor resultante tem as seguintes componentes:

    1.7

    O vetor v igual ao vetor v multiplicado por -1. Vide Figura 1.5.

    Figura 1.4: Multiplicando um vetor por dois.

    R x=

    R x=

    R x R x R xx x y y z z= = = , e

    Figura 1.5: O vetor v igual ao vetor v

    multiplicado por 1.

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    1.3.2 Soma de vetores

    Sejam v1 e

    v2 dois vetores. A soma desses vetores um terceiro vetor, o vetor resultante

    v:

    1.8

    Para determinarmos o mdulo, a direo e o sentido

    desse vetor resultante, utilizamos a regra do paralelo-

    gramo. Primeiramente, desenhamos o paralelogramo definido a partir dos vetores

    v1 e v2. Vide Figura 1.6.

    O mdulo v do vetor resultante tal que:

    1.9i

    onde v v1 1=

    e v v2 2=

    . Assim, o mdulo do vetor resultante dado pela medida da diagonal

    do paralelogramo formado, e o ngulo entre os dois vetores. Direo: aquela da reta que contm a diagonal que passa pela origem comum. Sentido: a partir da origem dos dois vetores

    v1 e v2.

    O uso das componentes de um vetor facilita especialmente na adio e subtrao de vetores.

    Por exemplo, na soma de vetores, o vetor resultante v tal que suas componentes so dadas pela

    soma das componentes de v1 e

    v2. Isto :

    1.10

    1.3.3 Subtrao de vetores

    Consideremos os vetores v1 e

    v2. A subtrao de vetores resulta em um terceiro vetor v

    chamado diferena, cujas propriedades so inferidas a partir da soma dos vetores v1 e (

    v2).O vetor

    v2 tem mdulo e direo iguais ao do vetor v2, mas tem o sentido oposto. Reduzimos

    o problema da subtrao de dois vetores ao problema da soma de v1 e

    v2.

    Figura 1.6: Regra do paralelogramo (clique no cone para visualizar a animao).

    v v v= +1 2

    v v v v v v v v v v2 2 12

    22

    1 2 12

    22

    1 22 2= = + + = + + cos cos

    v v vv v vx x x

    y y y

    = += +

    1 2

    1 2

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    No caso da subtrao, o vetor diferena tem suas componentes dadas pela subtrao das

    componentes de v1 e

    v2. Isto :

    1.11

    1.4 Extenso para muitos vetoresA extenso das regras de adio e subtrao para muitos vetores bem simples. Se tivermos,

    por exemplo, quatro vetores, o vetor resultante v ser dado, utilizando-se a representao grfica

    pelo lado do polgono que necessrio para fech-lo, uma vez colocados os vetores v1,v2...

    vn num plano, um vetor depois do outro, comeando sempre, a partir do segundo vetor, pela

    extremidade da flecha (Regra do Polgono).

    Utilizando-se a representao em termos de componentes, escrevemos para a componente

    do vetor resultante, no caso de n = 4:

    1.12

    isto , a componente do vetor resultante a soma das componentes dos vetores que o compem.

    v v vv v vx x x

    y y y

    = =

    1 2

    1 2

    Figura 1.7: Diferenas podem ser tratadas como somas de vetores (clique no cone para visualizar a animao).

    v v v v vv v v v vx x x x x

    y y y y y

    = + + += + + +

    1 2 3 4

    1 2 3 4

    Figura 1.8: Posicionando-se os vetores, um em seguida ao outro, o vetor soma aquele que fecha o polgono (clique no cone para visualizar a animao).

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    1.4.1 Produtos de vetores

    Podemos introduzir dois tipos de produtos entre duas grandezas vetoriais.

    O primeiro produto conhecido como produto escalar de dois vetores (no confundir com

    produto de um vetor por um escalar). Esse nome produto escalar de dois vetores decorre do

    fato de que o resultado desse produto uma grandeza escalar, isto , um nmero real.

    O segundo produto denominado produto vetorial. O resultado do produto vetorial

    um outro vetor.

    1.4.2 Produto escalar de dois vetores

    Sejam dois vetores a e

    b. O produto escalar dos vetores a e

    b, que representamos por a

    b, definido como sendo dado pelo produto dos mdulos de cada um dos vetores multiplicado

    pelo cosseno do ngulo formado:

    1.13

    onde a a=

    e b b=

    . (Lemos: a escalar

    b igual ao mdulo de a vezes o mdulo de

    b, vezes o cosseno do ngulo formado entre os vetores a e

    b).Uma outra definio, inteiramente equivalente, em termos das componentes dos vetores:

    1.14

    Por exemplo, o mdulo ao quadrado de um vetor v definido atravs do produto escalar v v.

    1.15

    1.4.3 Produto vetorial de dois vetores

    O produto vetorial v de dois vetores a e

    b um vetor indicado como

    a

    b. Ou seja: 1.16i

    a b a b = . .cos

    a b a b a b a bx x y y z z

    = + +

    v v v v v vx y z2 2 2 2= = + +

    Figura 1.9: Dois vetores definem um plano que os contm.

    v a b=

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    As caractersticas desse vetor, na representao geomtrica, so as seguintes:

    Direo: O vetor resultante desse produto tem a direo do eixo perpendicular ao plano formado pelos vetores

    a e

    b. Sentido: Para determinar o sentido do vetor resultante, use

    sua mo direita (essa regra conhecida como regra da mo

    direita). Com os dedos da mo procure levar o vetor a at o

    vetor

    b. O sentido do vetor resultante ser dado pelo polegar da mo direita (vide Figura 1.10).

    Mdulo: O mdulo de v dado pela expresso:

    1.17

    onde a a=

    e b b=

    , ou seja, o mdulo de v dado pelo produto dos mdulos de

    a e de

    b vezes o seno do ngulo entre os dois vetores.

    Dentro do contexto da representao analtica, na qual os vetores so caracterizados pelas

    suas componentes, o vetor v que resulta do produto vetorial de dois vetores, tem componentes

    vx, vy, e vz dadas pelas expresses:

    1.18

    1.5 Vetores como referenciaisUm ponto de origem e um conjunto de trs vetores formam um

    referencial no espao tridimensional. Essa ideia, de estender o concei-

    to de referencial de Weyl, expressa em seu livro Espao, Tempo

    e Matria. De acordo com Weyl, um referencial constitudo por

    um ponto O e um conjunto de trs vetores denominados vetores da

    base do referencial. , como se v uma definio formal, baseada no

    conceito de vetores.

    Figura 1.10: Regra da mo direita.

    v v a b= = . .sen

    v a b a bv a b a bv a b a b

    x y z z y

    y z x x z

    z x y y x

    =

    =

    =

    Figura 1.11: O referencial cartesiano generalizado.

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    Vamos introduzir primeiramente o referencial cartesiano. De acordo com Weyl, o

    referencial cartesiano consitituido por um ponto O e trs vetores mui especiais denominados

    1.19i

    Tais vetores tm a mesma orientao dos eixos x, y e z respectivamente. Eles tm mdulo 1 e, tendo em vista que os eixos so ortogonais, so ortogonais entre si. Ou seja:

    1.20i

    Observe-se que nesse contexto simples estamos apenas trocando o conceito de trs eixos

    orientados por trs vetores que tm a direo e o sentido dos eixos.

    Nesse referencial, um vetor qualquer (

    V ) pode ser escrito como uma combinao linear dos vetores

    i ,

    j e

    k :

    1.21

    Por exemplo, sendo a posio uma grandeza vetorial, o vetor posio no referencial carte-

    siano considerado dado por:

    1.22

    estabelecendo assim um novo sentido, o de projeo do vetor posio ao longo dos eixos, para

    as coordenadas x, y e z. As grandezas Vx, Vy e Vz so denominadas componentes do vetor

    V no referencial cartesiano. Nesse referencial definimos as componentes de um vetor como os produtos escalares dele pelos

    vetores da base:

    1.23

    A definio 1.23 mostra que, pela definio de produto escalar de vetores, as componentes

    de

    V so as projees dos vetores nos respectivos eixos.

    i j k, e

    i j k i j i k j k= = = = = =1 0

    V V i V j V kx y z= + +

    r xi yj zk= + +

    V i V V j V V k Vx y z= = =

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    Utilizando esse referencial, fica muito fcil lidar com vetores, uma vez que as operaes

    com tais grandezas se simplificam muito. Por exemplo, a soma (ou diferena) de dois vetores se

    escreve como:

    1.24

    Para o produto escalar de dois vetores temos:

    1.25

    Efetuando o produto escalar dos vetores acima, de acordo com as propriedades dos vetores

    da base, obtemos:

    1.26

    o que ilustra a enorme utilidade do uso de um referencial baseado em vetores com as proprie-

    dades apresentadas em 1.23.

    Da propriedade 1.26 segue que o mdulo de um vetor definido como:

    1.27

    Utilizando a base de vetores 1.19, podemos introduzir uma nova definio de produto

    vetorial de dois vetores. Ou seja, o produto vetorial dos vetores

    A e

    B um terceiro vetor,

    C , denotado por:

    1.28

    definido a partir do determinante formal:

    1.29

    V V V i V j V k V i V j V k

    Vx y z x y z

    x

    1 2 1 1 1 2 2 2

    1

    + = + + + + +

    = + VV i V V j V V kx y y z z2 1 2 1 2( ) + +( ) + +( )

    V V V i V j V k V i V j V kx y z x y z1 2 1 1 1 2 2 2 = + +( ) + +( )

    V V V V V V V Vx x y y z z1 2 1 2 1 2 1 2 = + +( )

    V V V V V Vx y z= = + +2 2 2

    C A B=

    Ci j kA A AB B Bx y z

    x y z

    =

    det

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    A concluso que por meio da introduo de referenciais baseados em um conjunto de

    vetores temos um mtodo formal de representar, e efetuar operaes envolvendo grandezas

    vetoriais, alm da posio de um objeto puntiforme.

    1.6 Referenciais mais geraisO referencial cartesiano definido em termos de trs vetores

    da base no nico. Um referencial arbitrrio, nessa nova

    definio de referencial, consiste em um ponto de origem

    O e trs vetores da base no necessariamente ortogonais entre si. Isso nos levar a estender a definio de componentes

    do vetor posio, fora, velocidade e acelerao e outros

    vetores, em novos referenciais.

    O que dita a escolha desses novos referenciais tem a ver

    com a escolha de novas coordenadas, definidas a partir das

    coordenadas cartesianas. Para cada escolha de coordenadas

    podemos introduzir uma base de vetores e1, e2 e

    e3.Designando assim os vetores da base de um referencial arbitrrio por

    e1, e2 e

    e3, podemos agora definir um vetor arbitrrio nessa nova base por meio da combinao linear entre os

    vetores da base:

    1.30i

    onde agora V1, V2 e V3 so as componentes do vetor nesse novo referencial.No sentido mais geral apresentado acima, utilizar coordenadas diferentes das coordenadas

    cartesianas, coordenadas representadas agora por Q1, Q2 e Q3, leva a uma nova escolha de refe-rencial. Ou seja, pressupe o uso de uma nova base de vetores. Esses vetores da base dependem

    das coordenadas. Assim, escrevemos com base em argumentos gerais:

    1.31

    Figura 1.12: Uma base arbitrria.

    V V e V e V e= + +1 1 2 2 3 3

    e e Q Q Q e e Q Q Q e1 1 1 2 3 2 2 1 2 3 3= ( ) ( ) =, , , , , = e e Q Q Q3 1 2 3, ,( )

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    Existem mtodos matemticos que nos permitem, dadas as

    coordenadas, determinar os vetores da base para os referenciais

    correspondentes.

    O vetor posio se escreve, num referencial arbitrrio, como:

    1.32i

    onde x1, x2 e x3 so as coordenadas do vetor posio nesse referencial.A seguir isso ser ilustrado no caso do referencial polar.

    1.7 Vetores em coordenadas polares As coordenadas polares so definidas a partir das coordenadas cartesianas de acordo com

    as expresses:

    1.33

    Ou, analogamente,

    1.34

    No caso das coordenadas polares os vetores da base (ve-

    tores de mdulo 1, versores, portanto) sero denominados e

    e e, os quais so definidos como:

    1.35i

    Figura 1.13: Um vetor e suas componentes numa base arbitrria (clique no cone para visualizar a animao).

    r x e x e x e= + +1 1 2 2 3 3

    xy==

    cossen

    = +

    =

    x yyx

    2 2

    arctan

    Figura 1.14: Coordenadas polares.

    e i j

    e i j

    = +

    = +

    cos

    cos

    sen

    sen

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    Note-se que tais vetores indicam, em cada ponto de uma circun-

    ferncia, a direo perpendicular a ela por aquele ponto e a direo

    tangencial circunferncia, por um tal ponto.

    Assim, um vetor

    V ser escrito, em coordenadas polares, como

    1.36i

    onde V e V so as componentes polares do vetor.Figura 1.15: Vetores da base do referencial polar (clique no cone para visualizar a animao).

    V V e V e= +

    Agora a sua vez...Continue explorando os recursos de aprendizagem disponveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem e realize a(s) atividade(s) proposta(s).

    1.1 Grandezas Escalares e Vetoriais1.2 Representando vetores1.3 Operaes com vetores1.3.1 Multiplicao por um escalar (por um nmero)1.3.2 Soma de vetores1.3.3 Subtrao de vetores1.4 Extenso para muitos vetores1.4.1 Produtos de vetores1.4.2 Produto escalar de dois vetores1.4.3 Produto vetorial de dois vetores1.5 Vetores como referenciais1.6 Referenciais mais gerais1.7 Vetores em coordenadas polares