Isaías 65.20 Uma proposta de solução - corrigido
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UMA PROPOSTA DE INTERPRETAÇÃO QUE LIDA A CONTENTO COM AS
DIFICULDADES DE ISAÍAS 65.20
Autor: Dr. Gary V. Smith - Tradução: Pr. Dr. Fabiano Ferreira
"20 Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os
seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será
amaldiçoado." (Almeida Revista e Corrigida)
"20 Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não
cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem
pecar só aos cem anos será amaldiçoado." (Almeida Revista e Atualizada)
COMENTÁRIO:
Is 65.20: Continuando os contrastes entre o passado mundo do pecado, o
sofrimento e a morte, a mensagem agora se desloca para falar sobre exemplos
concretos que ilustram as mudanças radicais que existem neste mundo novo
que Deus irá criar. Na maioria das antigas sociedades do Oriente Próximo, a
profissão médica foi capaz de oferecer apenas assistência muito limitada
quando as pessoas estavam doentes ou feridos. Se houvesse qualquer
problema na hora do parto, havia pouco que poderia ser feito para salvar uma
criança prematura. Uma vez nascida, muitas crianças ainda morriam de
doenças que hoje são facilmente curadas por medicamentos modernos
básicos. Mas, nessa época, uma ferida infectada, uma obstrução do intestino,
diarreia, pneumonia, resfriado, apendicite, ou um osso fraturado podia levar à
morte. A fim de ilustrar a ausência destas doenças e da longa vida que as
pessoas vão viver, duas ilustrações comparativas fornecem uma ênfase na
vida longa. Nunca será "de lá" (NVI "nela") uma criança que vai morrer nos
primeiros dias de sua vida, um evento bastante comum no antigo Israel. A
segunda mudança é que nunca haverá naquele lugar um idoso que não vai
cumprir seus anos determinados. Limite de idade algum é colocado sobre o
idoso, mas quando alguém atinge 100 anos ainda é considerado um jovem, e
sabe-se que ele viverá um tempo muito longo.
A referência à morte e uma maldição sobre o pecador apresenta alguns
problemas, por não se poderia esperar que eles estejam presentes nos novos
céus e na nova terra (cf. Is 26.6-9) Muilenburg resolve o problema sobre os
"pecadores" estarem presentes neste reino por traduzir este particípio
definido como "aquele que não atinge" (ou seja, a idade de 100 anos) estará
sob uma maldição. Embora seja impossível fazer esta descrição do reino final
de Deus exatamente idêntica à que é feita em Is 25.6-9, estes exemplos (a
criança e o velho) devem ser interpretados principalmente como ilustrações
das condições positivas incomuns que estarão presentes nessa época. Uma vez
que não haverá pecadores no reino final de Deus e todas as pessoas serão
santas (62.12) e justas (60.21), parece que a última ilustração de alguém que
está sendo amaldiçoado por Deus é mais uma situação hipotética extraída da
vida neste mundo pecaminoso (a esfera de experiência atual do profeta, trata-
se da descrição a era vindoura e eterna em termos da velha criação). Foi
utilizada apenas para ilustrar de modo metafórico o fato de que as pessoas
vão viver um tempo muito longo. (Voltar a desfrutar de uma longevidade tipo
aquela dos nossos antepassados antediluvianos já seria algo extremamente
maravilhoso, comparado à redução de tempo da vida humana já nos dias do
profeta). Assim, se alguém vivesse apenas 100 anos, as pessoas pensariam que
essa pessoa estava sob alguma maldição. Segundo sabemos dos estágios
posteriores da revelação progressiva, é claro que as pessoas não vão viver
apenas para atingir 100 anos de idade e também as pessoas não vão estar sob
qualquer maldição no mundo recém-criado de Deus.
"Ao doar as Escrituras aos homens, Deus se restringiu à cosmovisão e aos
limites linguísticos e vocabulares dos homens que usou para escrever as
Escrituras e, apesar de Ele mesmo estar numa esfera atemporal, não
controlada pelo tempo, ele mesmo se condicionou à visão espaço-temporal
dos homens que usou. Até quando transcendeu esta visão espaço-temporal,
permitiu que os elementos constituintes do registro das Escrituras fossem
extraídos da esfera de experiência dos que escolheu para a tarefa desse
registro, condicionando-se aos estritos horizontes de experiência desses
autores bíblicos. As Escrituras são destinadas a homens e sempre foram dadas
condicionadas à linguagem, ao tempo e à experiência dos transmissores da
revelação e dos receptores primários, uma vez que não foram idealizadas para
ser um tratado para apenas Deus ler e entender." (Pr. Fabiano Ferreira)
Com acréscimos meus entre parênteses. Espero ampliar esta análise, mas
creio que já dá para ajudar a entender os problemas patentes neste versículo
que se tem tornado para muitos uma crux intepretum, um verdadeiro
tormento interpretativo, um texto que apresenta uma extrema dificuldade de
interpretação.
Smith, Gary V. (2009). The New American Commentary Isaiah 40-66 (Vol. 15B,
pp. 721-722). Nashville, TN: Broadman & Holman Publishers.