Jornal de Abrantes

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jornal Director ALVES JANA - MENSAL - Nº 5484 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA abrantes de MAIO2011 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected] GRATUITO A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes está a fechar as portas de mais um ano lectivo, mas volta a abrir aqui as 12 páginas do seu jornal. ESTA JORNAL aqui connosco AS FESTAS DE ABRANTES ESTÃO AÍ Os galardoados da Antena Livre, em noite de Gala AS FESTAS DE ABRANTES ESTÃO AÍ Muita animação em Junho com Barquinha Non Stop BARQUINHA página 21 Vila Poema volta a exaltar Camões, com as Pomonas CONSTÂNCIA página 6 Charters de Almeida, um escultor de referência ENTREVISTA página 3 A VI Gala Antena Livre voltou a galardoar pessoas singulares e colectivas que se distinguiram ao nosso serviço. páginas 4 e 5 páginas 7 a 14

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Jornal de Abrantes - edição de Maio 2011

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Page 1: Jornal de Abrantes

jornalDirector ALVES JANA - MENSAL - Nº 5484 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

abrantesde

MAIO2011 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]

A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes está a fechar as portas de mais um ano lectivo, mas volta a abrir aqui as 12 páginas do seu jornal.

ESTA JORNAL aqui connosco

AS FESTAS DE ABRANTES ESTÃO AÍ

Os galardoados da Antena Livre, em noite de Gala

AS FESTAS DE ABRANTES ESTÃO AÍ

Muita animação em Junho com Barquinha Non Stop

BARQUINHA

página 21

Vila Poema volta a exaltar Camões, com as Pomonas

CONSTÂNCIA

página 6

Charters de Almeida, um escultor de referência

ENTREVISTA

página 3

A VI Gala Antena Livre voltou a galardoar pessoas singulares e colectivas que se distinguiram ao nosso serviço. páginas 4 e 5

páginas 7 a 14

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MAIO20112 ABERTURA

Que recado quer dar aos deputados do Distrito de Santarém eleitos no próximo dia 5 de Julho?

Luísa GonçalvesRossio

Mais policiamento para o distrito

de Santarém, visto a criminalidade

estar a aumentar e para dinamiza-

rem o interior do país para evitar a

desertifi cação.

111 anos

IDADE 23

RESIDÊNCIA Sardoal

PROFISSÃO Estudante

UMA POVOAÇÃO Sardoal,

a Vila Jardim

UM CAFÉ Chave d´Ouro, Abrantes

UM BAR Bar Puro, Sardoal

UM PETISCO Polvo

UM RESTAURANTE Recanto da Bar-

quinha, Barquinha

PRATO PREFERIDO Bacalhau assa-

do com batata a murro

UM LUGAR PARA PASSEAR Vila de

Constância

UM RECANTO PARA DESCOBRIR

Centro histórico de Abrantes

UM DISCO “Explode”, dos The Gift

UM FILME Fabuloso Destino de

Amélie Poulain”

UMA VIAGEM Bélgica, Bruxelas-Bru-

ges

UM LEMA DE VIDA O mundo é 1%

bom, 1% mau e 98% neutro, tan-

to pode pender para um lado como

para o outro. Esta é a razão que torna

tudo o que fazemos tão importante.

FICHA TÉCNICA

DirectorAlves Jana (TE.756)

[email protected]

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179

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RedacçãoJerónimo Belo Jorge

(CP.1907)[email protected]

Joana Margarida Carvalho(CP.9319)

[email protected]é Lopes

PublicidadeAndreia Almeida

[email protected] Ângelo

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Design gráfico e paginaçãoAntónio Vieira

ImpressãoImprejornal, S.A.

Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa

Editora e proprietáriaMedia On

Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65

2204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Santos,

Ângela Gil

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves

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MarketingCatarina Fonseca

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Recursos HumanosSónia Vieira

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Sistemas InformaçãoTiago Fidalgo (Direcção)

Hugo [email protected]

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10% de capital

Sojormedia 100%

jornal abrantesde

FOTO DO MÊS EDITORIAL

INQUÉRITO

SUGESTÕES

Com este número, o Jornal de

Abrantes cumpre 111 anos de vida.

Viu a luz das ruas a 27 de Maio de

1900 e trazia o mesmo nome de

um jornal anterior (março a outu-

bro de 1884), mas afi rma-se cla-

ramente como outro jornal, não

tendo nada a ver com o anterior.

Tão longa vida é a afi rmação cla-

ra de que cada um de nós é uma

gora de água no rio que corre para

uma foz desconhecida. Mas é ain-

da a afi rmação também nítida de

que cada um de nós é parte ne-

cessária para que a corrente con-

tinue. É bonita uma idade de 111

anos, mas podia ter sido interrom-

pida algures. Por isso, cada uma

das nossas decisões e acções tem

um signifi cado histórico de lon-

go alcance. Mesmo que quase

sempre invisível no momento.

Esta é uma forma de render a nossa

homenagem a todos – e são mui-

tos – os que trouxeram o JA até

hoje e desse modo contribuíram

para o papel relevante que este jor-

nal teve nesta região. Mas é tam-

bém o modo de dizer que em cada

momento são necessárias medidas

para que a corrente continue, para

que a vida se propague, para que

o serviço a esta terra se renove.

ALVES JANA

P.S. – Com esta edição, o JA, que

era editado pela Jortejo, de San-

tarém, passa a ser editado pela

Media On, a empresa que detém

a rádio Antena Livre. Por isso, a fi -

cha técnica surge renovada.

Micael ReisBarreiras do Tejo

Diria para serem pessoas coeren-

tes, imparciais, que a transparência

no seu trabalho fosse a 100% para

que o desenvolvimento do distrito

seja bom para todos”.

Francisco RochaS. Vicente

O conselho que dava aos deputa-

dos era que se abstraíssem de que-

relas pessoais e partidárias e que

pudessem ter em consideração o

todo nacional.

ANDRÉ LOPES, Estudante, mestrado de jornalismo

Abrantes, 2011Até há pouco, era assim que estava a meia-porta do Tribunal de Abrantes. Até que alguém viu o ab-surdo e o corrigiu. Parabéns!

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MAIO2011 ENTREVISTA 3

CHARTERS DE ALMEIDA, ESCULTOR

“O meu trabalho cria novas relações”JOANA MARGARIDA CARVALHO E ALVES JANA

Charters de Almeida é um escultor com obra de dimensão arquitec-tónica, espalhada por vários con-tinentes e um medalhista de obra reconhecida. Doutor honoris cau-sa pela Universidade Lusíada (Lis-boa), ofereceu a Abrantes uma importante colecção da sua obra, que integra o projecto do MIAA. É hoje o representante da Casa dos Almeidas, outrora senhores de Abrantes. Uma exposição da sua primeira fase está patente na Ga-leria Municipal.

O que o fez optar pela escultura?Foi ter conhecido um profes-

sor, Barata Feio, o autor da está-

tua D. Francisco de Almeida, em

Abrantes, um homem que foi um

marco na escultura portuguesa,

um pedagogo, um estatuário e um

verdadeiro artista. Foi ele que me

desviou da arquitectura para a es-

cultura, quando estava no terceiro

ano, na Escola Superior de Belas Ar-

tes do Porto.

O que representou o trabalho como escultor em Londres?

Londres foi uma passagem mui-

to curta. Serviu apenas para tomar

contacto com técnicas novas na

minha área. Já os Estados Unidos

tiveram uma maior importância

no meu percurso. Passei ali pelas

maiores universidades dedicadas

ao Desing onde dei aulas na cida-

de de Nova Iorque, Washington,

Texas entre outras grandes metró-

poles. Desenvolvi lá imensos pro-

jectos nos parques do país, fui con-

vidado para conferências, dei au-

las Trabalhei imenso nos Estados

Unidos pois eles entenderam que

as minhas intervenções no espaço

público eram interessantes.

Houve no seu percurso uma pau-sa.

Durante dez anos, de 1973 a 83,

passei por uma fase sabática. Em

1983 tomei consciência de uma

nova forma de escultura que po-

dia integrar e intervir nas cidades.

Foi a partir deste momento que

surgiram as portas, as janelas, as ci-

dades imaginárias. Em 1983, cons-

truí o meu primeiro trabalho nes-

tes moldes, que está na Fundação

Gulbenkian.

Foi em Itália que, mais tarde, vi o

reconhecimento do meu trabalho,

eles tinham a minha obra toda es-

tudada. Entenderam que era uma

proposta nova, dando oportuni-

dade a todos os que transitam no

espaço público de encontrar pers-

pectivas diferentes. Sem vaidade,

(risos) eu devo ser dos escultores

com mais obras de grande volume

realizadas em mais sítios no mun-

do. E isto não é fácil, pois as minhas

obras exigem logísticas pesadas e

orçamentos folgados. É impossível

trabalhar sozinho, desenvolvo to-

dos os meus projectos com equi-

pas numerosas, orçamentistas, en-

genheiros, fotógrafos, medidores,

advogados, entre outros especia-

listas.

Eu trabalho a uma grande esca-

la arquitectónica. Todos os meus

trabalhos resultam de uma forma

muito particular de pensar e sentir

a escultura. A escultura sempre vi-

veu por arrasto do espaço disponí-

vel. Nas catedrais góticas, români-

cas e do barroco, vemos os nichos

para pôr as esculturas, nas colunas

é capitel que é esculpido, nas cida-

des a estátua equestre vive da pra-

ça.

No meu caso, a escultura necessi-

ta de espaço para viver. A escultura

por si só exige volume, volume que

é dado pela cor e o desenho.

Porquê esculturas de grandes di-mensões?

Porque aplico a noção de esca-

la à importância do homem. Não

é apenas porque ser grande dá

mais importância ao homem, mas

se esse ser grande estiver bem fei-

to e bem colocado, aí o homem sai

valorizado. Por isso é que em qual-

quer religião do mundo, a tentativa

é sempre a procura de espaços mo-

numentais, como as catedrais e as

mesquitas, para que o homem se

sinta bem.

Como apresenta a escultura no Aquapolis, em Abrantes?

Como um trabalho de vários anos.

É uma cidade imaginária. A partir

das minhas estruturas é possível

criar novas relações, novos enqua-

dramentos imaginários. É um dese-

nho à escala da cidade. No caso de

Abrantes, em que há uma cidade

real por trás, quem observa o real

pode, através das minhas estrutu-

ras, criar uma nova realidade, uma

cidade imaginária.

Numa perspectiva sociológica, o

meu trabalho cria novas relações. É

nesta questão que para mim tudo

tem valor, pois uma das coisas que

nos esgota a todos é o tédio. Não

por sermos preguiçosos, mas por-

que estamos cansados.

Porquê vermelha?A cor vermelha é uma pergun-

ta sistemática a qual eu respondo

com muito gosto (risos). O bran-

co absorve tudo, tem penumbra,

fi ca sem se ver quando não há luz.

O preto é luminoso de mais. O ver-

melho resiste muito bem ao exces-

so de luz e quando a luz está a de-

saparecer. Com aquele vermelho, o

todo mantém-se muito estável até

ao limite.

Passados todos estes anos como vê o seu percurso como escul-tor?

Só me posso sentir feliz. Para já,

porque é sempre gratifi cante uma

pessoa poder desenvolver o que

gosta, e é o meu caso. Depois, por-

que ter pessoas que se interessam

pelo que faço é muito bom. Por úl-

timo, por ter a sorte de poder fa-

zer o meu trabalho como idealizo.

Sinto que tenho uma grande res-

ponsabilidade, dado que as pesso-

as continuam a querer dialogar e a

trabalhar comigo.

Doou uma parte da sua obra à Câmara Municipal. Que doação?

Numa primeira fase, em 2006,

doei um conjunto de maquetes

dos meus trabalhos mais recentes,

do universo das Cidades Imaginá-

rias. Agora, fi z uma segunda doa-

ção, para reforçar a anterior, com

peças das outras fases, a do bron-

ze (de antes de 1973), a dos diedros

em expansão e a dos relógios de

sol, para permitir compreender os

trabalhos mais recentes.

O que signifi ca para si ser o re-presentante actual da Casa dos Almeida?

É uma responsabilidade muito

grande. São antepassados que te-

nho obrigação de respeitar e de

manter o respeito por este nome

que passa através de nós.

Charters de AlmeidaNasce em Lisboa (1935).Faz o curso de escultura na ESBA do Porto, com 20 valo-res.1962-1973: período do bron-ze; 1973-83: período sabáti-co; 1983-actualidade: perío-do arquitectónico.Distinções: Cidadão honorá-rio de Rhode Island (USA), e de El Paso (México). Agracia-do com o equivalente à Chave da Cidade de Newport (USA). Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (Portu-gal). Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras (França). Oficial da Ordem de Leopol-do (Bélgica). Grã Cruz da Or-dem de Malta (Itália). Meda-lha de Mérito cívico e cultural (Abrantes). Doutor Honoris Causa pela Univ. Lusíada (Lis-boa).

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MAIO20114 DESTAQUE

CINE-TEATRO SÃO PEDRO

VI Gala Antena Livre premiou a regiãoNo dia 29 de Abril, a sala do cine-teatro São Pedro encheu para mais uma Gala da esta-ção emissora de Abrantes, Antena Livre.

Foi um espectáculo cultural, que este ano,

à semelhança dos anteriores, teve como ob-

jectivo, destacar o trabalho bem feito de

empresas, instituições, companhias e profi s-

sionais da região e do país, e divulgar a boa

música que se faz na região. O palco do cine

teatro São Pedro recebeu boa música com a

presença de Hyubris, Pedro Dionísio, Apple

Pie e The Scart. Ainda contou com as actua-

ções de Nuno Norte, The Joes e apresenta-

ção do novo disco de Filipe Santos. A Gala

Antena Livre marca a agenda cultural de

Abrantes e cada vez mais é reconhecida no

Médio Tejo pela qualidade da sua produção.

Registamos aqui os Galardões Antena Livre

atribuídos na ocasião.

Galardão Carreira / PrestígioEng. LUÍS BAIRRÃO

Nasceu e viveu sempre no Tramagal. Engenheiro agróno-

mo de formação, foi toda a vida um agricultor, no sentido

mais nobre do termo. Tirou um curso de arqueologia para

melhor assumir a responsabilidade da Herdade de Alcolo-

bra, rica de património romano. Foi vereador da Câmara

Municipal de Abrantes, ainda antes do 25 de Abril. Foi um

dos responsáveis pela criação da Associação de Agriculto-

res de Abrantes (1985) e da Caixa de Crédito Agrícola do

Tramagal (1988), e não é por acaso que leva esse nome.

Era um homem de sorriso quente e de coração aberto. As

múltiplas homenagens de que foi alvo em vida expressam

bem o enorme respeito que lhe é devido.

Galardão Nacional / ComunicaçãoSALVADOR

Salvador Mendes de Almeida nasceu em Lisboa, em 1982.

Dezasseis anos depois, sofreu um acidente que o deixou tetra-

plégico. À primeira vista, seria o fi m de tudo. Mas a chama conti-

nuava acesa. Por isso, é hoje licenciado em Marketing e Publici-

dade, pelo IADE, a principal escola do sector. Fundou a Associa-

ção Salvador, que luta pela inclusão de pessoas com defi ciência

motora. Publicou já, em co-autoria, três livros, o primeiro dos

quais �Ser feliz assim�, em 2007. E todos nós o conhecemos da

televisão, onde assina um programa dedicado à sua causa. É

um homem da comunicação, e um exemplo de vida.

Galardão Música, RevelaçãoTHE KAVIAR

Começou por ser um sonho distante Desse sonho até à reali-

dade, parece que se percorreram milhões de milhas. O distan-

te sonho ganhou forma em 2010 com a participação num dos

maiores festivais de música nacionais, o Optimus Alive.

Em 2011, o disco Beluga lança defi nitivamente esta banda

abrantina no exigente panorama musical nacional.

Depois do HardClub no Porto, ou do MusicBox em Lisboa, Por-

tugal continua a saborear um requintado Kaviar, que se pode

encontrar num Beluga que promete esgotar rapidamente.

Galardão SocialPEGOP

A PEGOP é a nossa maior empresa e são muitos e muito im-

portantes os impactos positivos que, como empresa, faz no

nosso meio social.

Mas este Galardão destaca um papel também da maior im-

portância que tem assumido desde o início - o apoio aos pro-

jectos de carácter social e a iniciativas de carácter cultural, nos

vários concelhos à sua volta. Todos benefi ciámos de algum

modo da sua acção social.

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MAIO2011 DESTAQUE 5

Galardão Jovem JornalistaBRUNO RIBEIRO

Veio de malas aviadas de Amarante para Abrantes, estudar

Comunicação Social na ESTA.

Daqui saiu de malas aviadas para Lisboa, a fi m de fazer es-

tágio na TSF. Nesta emissora, prestigiou a Escola que o for-

mou e prestigiou-se a si próprio. Por isso, ali fi cou e ali ainda

hoje é jornalista desportivo.

De Lisboa, todas as semanas regressa, de pasta aviada, à

sua escola para aqui, na ESTA, leccionar a disciplina de Dis-

curso e Formatos Radiofónicos.

CulturaJOÃO COUTINHO

A Companhia de Teatro do Ribatejo foi criada na Chamusca

em 1982, já lá vão, portanto, quase 30 anos.

À sua frente tem estado, como dinamizador e encenador,

João Coutinho. Ao longo destes anos, o seu trabalho fez da

Chamusca uma referência no teatro em toda a nossa região.

E àquela vila têm ido milhares de pessoas para ver teatro de

qualidade e com uma opção clara pela implicação directa na

vida das pessoas e das comunidades.

Galardão EmpresaMITSUBISHI FUSO TRUCKS EUROPE

A Mitsubishi, no Tramagal, deu-nos nos últimos tempos, uma

lição maior - a crise também é o que fazemos dela. A crise

automóvel, que o mundo viveu nos últimos anos, atingiu a

Mitsubishi em cheio e obrigou a gestão e os trabalhadores a

tomarem decisões difíceis. Estas foram tomadas de forma in-

teligente, o que se vê pelos resultados.

Hoje, a Mitsubishi avança confi ante para os próximos anos e

está a preparar-se para produzir um novo modelo, sobretudo

para exportação.

Page 6: Jornal de Abrantes

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MAIO20116 ACTUALIDADE

Entre os dias 10 e 12 de Junho, a vila de Constância recebe mais uma edi-ção das Pomonas Camonianas. Esta iniciativa cultural-pedagógica é a re-criação de um Mercado Quinhentis-ta onde estarão expostos alguns fru-tos e fl ores que o poeta Luís Vaz de Camões refere na sua obra.

Com o objectivo de homenagear

Camões, a sua ligação com a vila de

Constância e assinalar o Dia de Portu-

gal, a Câmara Municipal de Constân-

cia organiza mais uma edição deste

certame que, novamente, conta com

muita animação, música, concursos,

danças e alegria. As comemorações

têm início no dia 9 de Junho com o

XIII Encontros do Cantar Diferente,

onde participam Pedro Barroso, Ma-

ría do Ceo e Natália Camargo. Vai de-

correr ainda uma prova de orienta-

ção nocturna. No entanto, apenas no

dia 10, pelas 15 horas, é a inaugura-

ção o certame junto do Monumento

de Camões com declamações – “Jo-

vens dão voz ao Poeta Camões”.

No decorrer destes três dias são re-

criados acontecimentos da época,

como um casamento renascentis-

ta, danças, malabares, ceia do povo,

cuspidores de fogo, concerto de ór-

gão de tubos e também um bailde

renascentista. Os visitantes podem

também desfrutar de exposições de

vitrais, uma taberna quinhentista as-

sim como de um mercado, também

ele quinhentista, onde serão vendi-

dos os frutos e as fl ores da obra de

Camões.

Muita da animação que decorrerá

ao longo dos dias de festa está a car-

go do Agrupamento de Escolas de

Constância que, mais uma vez, se jun-

ta à Câmara Municipal para organizar

este evento.

Daniela Santos

A Câmara de Mação lançou

uma campanha de apadrinha-

mento de idosos com o objec-

tivo de garantir acompanha-

mento a estas pessoas e evitar

casos maiores de abandono.

Segundo os dados recolhidos

no âmbito da operação Cen-

sos Sénior da Guarda Nacio-

nal Republicana, o concelho de

Mação é o que apresenta um

maior número de idosos isola-

dos no país. Este facto fez com

que a autarquia de Mação de-

senvolvesse este projecto de

acompanhamento. A ideia pas-

sa por criar uma rede de volun-

tários para que, com alguma

frequência, visitem estes ido-

sos solitários, ou seja, os volun-

tários passam a ter um contac-

to mais permanente com eles,

quer através de visitas, quer

através de conversas telefóni-

cas. O número de idosos nesta

situação rondar a casa dos 270

a 300 idosos. No entanto, quan-

do se fala em isolamento não

signifi ca que não têm acompa-

nhamento nenhum. Pelo con-

trário, esta população sénior é

permanentemente acompa-

nhada por Instituições Particu-

lares de Solidariedade Social

(IPSS), pela Comissão Local de

Desenvolvimento Social (CLDS)

e pelas Juntas de Freguesia.

Vasco Estrela, vice-presidente

da Câmara de Mação, afi rma

que “neste momento estamos

a fazer a divulgação deste pro-

jecto junto do banco local do

voluntariado de Mação no sen-

tido de podermos implemen-

tar esta campanha a curto pra-

zo”. O vice-presidente apela ain-

da a todas as pessoas que estão

a par deste assunto para “parti-

ciparem nesta campanha que

nos parece ser de extrema im-

portância para o nosso conce-

lho e para a nossa região”.

CONSTÂNCIA

Pomonas Camonianas Criar laços “apadrinhando um idoso”

MAÇÃO

Page 7: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

7especial ABRANTES

Corria o ano de 1981 quando a Câmara Municipal de Abrantes decidiu organizar a sua primeira Feira de Artesanato. Depois de al-guns anos a enviar artesãos para outros concelhos, nomeadamen-te para Vila do Conde, a autar-quia aproveitou um ensaio de um evento com artesãos concelhios na então Escola Preparatória (ac-tualmente, escola D. Miguel de Almeida), para lançar um evento próprio.

Era então vereador do pelouro do

Turismo, António Gomes Mor, que

recordou os primeiros tempos da

Feira do Artesanato. Foi um arran-

que “muito bom, com a colabora-

ção do António Colaço, então fun-

cionário da autarquia”, num espaço

que era o cartão de visita da cidade,

o Convento de S. Domingos. “Con-

seguimos pôr a exposição no rés-

do-chão e primeiro andar, com as

actuações no centro dos claustros,

e com os artesãos a dormir nos es-

paços anexos do Convento. As refei-

ções eram servidas na sala grande

(local onde hoje existe a Biblioteca

António Botto).

António Mor recorda que nes-

ses anos vinham artesãos de todo

o país, em representação das

autarquias. Foi também no início da

década de 80 que a autarquia pro-

moveu um levantamento de todos

os artesãos do concelho para incen-

tivar a criação de actividade econó-

mica, já que o concelho vivia a res-

saca da crise do desmantelamento

da Metalúrgica Duarte Ferreira, de

Tramagal.

A feira, de artesanato e com moti-

vos alusivos à fl or, cresceu e mudou-

se para o Castelo. E em 1989, com a

atribuição do pelouro dos jardins e

espaços verdes ao vereador Manuel

Lopes, foi criada a Feira da Flor e

manteve-se a Feira de Artesanato.

Em 1994, com Hélder Silvano a ve-

reador da Cultura, a Câmara muda

o conceito que até então existia e

unifi ca todos os eventos, artesana-

to e fl or, nas Festas da Cidade de

Abrantes, mudando igualmente a

localização para a Esplanada 1º de

Maio.

A Feira de Artesanato inserida nas

Festas tem vindo a mudar de con-

ceito. António Mor lembrou ao JA

a presença forte de artesãos a tra-

balhar ao vivo nos primórdios, en-

quanto nos dias de hoje “há mais

produtos comerciais”.

Jerónimo Belo Jorge

Fotos: Arquivo Municipal Eduardo Campos – Arquivo Iconográfi co

Abrantes vai estar em Festa durante cinco dias. Com um orçamento me-nor mas com muita música, anima-ção, espectáculos, exposições, fol-clore e muito mais... O centro his-tórico da cidade prepara-se para receber milhares de visitantes no ano em que se assinala a 30ª edi-ção da Feira de Artesanato. O an-tigo Mercado Diário vai dar lugar a um Mercado das Artes, inaugu-rado no feriado municipal. Ao JA Maria do Céu Albuquerque, pre-sidente da Câmara Municipal, fala de novos projectos onde a revitalização do centro histórico, novos serviços, projectos e obras estão em cima da mesa.

30 anos de Feira de Artesanato

As Festas do Concelho estão de volta

Acnçct

Page 8: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO20118 ESPECIAL ABRANTES

MARIA DO CÉU ALBUQUERQUE - PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ABRANTES

Novos projectos municipais incluem “uma aposta clara na cultura”JOANA MARGARIDA CARVALHO E ALVES JANA

Como vão ser as Festas da cidade 2011?

Este ano, optámos por reduzir o

orçamento, menos 70 mil euros

em relação à edição anterior. Va-

mos apostar novamente nas ban-

das da região. O modelo de feira e

os espaços temáticos vão manter-

se. Vamos ter connosco Jorge Pal-

ma e a cantora Áurea, dois artistas

de nome nacional. Este ano, não

vamos fazer concerto nos Mourões,

devido às obras que ali decorrem,

nem vamos ter fogo-de-artifício,

por razões de poupança. Estamos

em época de contenção e para as

festas tivemos de ter isso em conta.

Como está o mercado diário?Houve um interregno devido al-

guns problemas ao nível da estabi-

lidade dos edifícios que ladeiam a

obra. Esta questão já foi ultrapassa-

da e a construção já está a decorrer.

Adjudicada em dezembro passado,

esperamos que no início do próxi-

mo ano a obra já esteja em fase de

conclusão.

Qual a situação do MIAA?A revitalização que pretende-

mos fazer no centro histórico vai

incidir na cultura e, assim, o Mu-

seu Ibérico de Arqueologia e Arte

de Abrantes, MIAA, é uma aposta

forte. Uma aposta devido ao valor

das colecções que vão integrar o

espaço. Falo da grande colecção de

mais de cinco mil peças, a colecção

Estrada, as duas colecções de Char-

ters de Almeida e de Maria Lucília

Moita e a colecção de arqueolo-

gia e arte da Câmara Municipal. No

âmbito da Regeneração Urbana, te-

mos informação que abrirá em bre-

ve uma medida para nos podermos

candidatar a um apoio comunitá-

rio. Mas para já, a nossa intenção

é, numa primeira fase, avançarmos

com a recuperação do convento de

São Domingos. O museu é para ser

construído, muito embora possa-

mos ter a necessidade de dividi-lo

por fases. Até ao fi nal de maio, pen-

samos estar tudo concluído para

lançar a empreitada.

Como é que se compreende que o processo vá tão adiantado e ain-da não se conhece nenhum estu-do de viabilidade económica?

O estudo está a ser feito e está a

ser acompanhado pelos melhores

especialistas, no sentido de criar-

mos um melhor modelo para que

o projecto seja sustentável. Agora o

que nos interessa é a manutenção

das colecções e, aquando a adju-

dicação da obra, podermos ter já o

estudo feito, para a equipa que vier

a liderar o projecto possa fazer toda

a dinamização possível.

O centro histórico está cada vez pior do ponto de vista do co-mércio, dos edifícios… O ar é de abandono…

Nós vamos fazer a apresentação

pública no dia 14 de junho da estra-

tégia que foi elaborada entre o mu-

nicípio e os intervenientes do cen-

tro histórico para a revitalização do

espaço. Esta estratégia vai assentar

em três vectores: serviços, habita-

ção e cultura.

É importante referir que fomos

escolhidos pela Direcção-Geral das

Actividades Económicas para fazer-

mos um estudo de urbanismo co-

mercial, para estudarmos a dinâ-

mica comercial e sabermos onde

é que o investimento deve ser fei-

to. Ao nível do centro histórico, to-

dos percebemos a necessidade de

termos lojas mais modernas, com

marcas-âncora, com horários mais

compatíveis com a vida dos muní-

cipes. Também precisamos de ter

serviços no centro, como é o Cen-

tro de Saúde, que vai para a anti-

ga rodoviária, a Loja do Cidadão,

a Segurança Social entre outros.

Mas também é necessário povo-

ar o centro histórico, voltar a ter as

condições de habitação, sobretudo

para famílias jovens. A dinâmica da

vivência cria a dinâmica comercial.

Este é um trabalho que não vai ser

fácil, mas é uma emergência para o

concelho.

Quanto à Escola Superior de Tecnologia Abrantes…

Para podermos continuar a ser

competitivos, para podermos con-

tinuar a investir nos jovens e a trazer

mais adolescentes para a cidade, a

Escola tem um papel determinante.

A nossa estratégia é avançar rapida-

mente com a obra da ESTA no Tec-

nopolo e obter fi nanciamento, que

esperamos seja a 80%.

O que está previsto para o espaço onde está a actual Escola Supe-rior de Tecnologia de Abrantes?

É nossa intenção colocar ali os ser-

viços da Câmara: os serviços políti-

Page 9: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2011 ESPECIAL ABRANTES 9

cos, de cidadania, a presidência, os

serviços administrativos e o atendi-

mento ao público. O edifício Falcão,

onde estamos agora, vai fi car para

a actividade social, não só para os

serviços da Câmara nesta área, mas

para as instituições e associações

que trabalham no âmbito social.

E a casa de Maria de Lourdes Pin-tasilgo?

Estamos a negociar a compra do

imóvel para o tornar uma casa de

acolhimento para vítimas de vio-

lência dos mais variados tipos. Para

que possam pernoitar ou fi car du-

rante uns dias, fazendo assim jus à

memória dessa grande mulher.

O que é a Rota do Tejo?Vai ser uma rota, no caso de

Abrantes, com início em Alvega e

a terminar na aldeia de Amoreira.

Depois continua para Constância

e Gavião. Faz parte de um projec-

to maior que vai acompanhar todo

rio Tejo.

Aqui, tem como primeiro ponto

a estação de canoagem de Alvega,

que vai ser recuperada e melhora-

da. De seguida, a rota vai passar no

Rossio onde já está em obra o Cen-

tro de Acolhimento do Tejo. Aí, o vi-

sitante pode pernoitar e conhecer

o rio, no Centro de Interpretação do

Tejo Ibérico. Este último centro vai

ter conteúdos virtuais sobre o Tejo,

desde a nascente até à foz.

Através da ponte do Rossio, che-

gamos ao cais de Rio de Moi-

nhos, onde vamos ter um equi-

pamento para espectáculos e ou-

tras iniciativas. Do outro lado do

rio, no Tramagal, vamos proceder

à melhoria do Miradouro Duarte

Ferreira e do Porto das Barcas, com

um conjunto de pesqueiros que

vão fi car para a utilização do cida-

dão. Esta rota vai ter vários pontos

ao longo do percurso com informa-

ção sobre o rio, a biodiversidade

do espaço, o património etc., para

quem faz o trajecto a pé ou de bi-

cicleta. É uma rota que possibilita

ao visitante tanto o acesso à água

como às povoações.

As obras na freguesia de Rio de

Moinhos e Tramagal já arrancaram

e no Rossio também está tudo a

correr pelo melhor. O que está mais

atrasado é o percurso em si, que

decidimos manter na sua forma na-

tural. O Centro de Acolhimento e

o Centro de Interpretação do Tejo

Ibérico, no Rossio, vão custar um

milhão de euros, a restante rota de-

verá rondar os 700 mil euros.

O antigo quartel de bombeiros será a próxima Galeria Municipal de Arte?

Sim, será, mas é um projecto que

ainda não conseguimos pôr em

marcha, pois temos de fazer op-

ções. Queremos fazê-lo mantendo

a traça arquitectónica do equipa-

mento, fazendo apenas uma inter-

venção minimalista no espaço.

Novidades quanto ao antigo edi-fício do IEFP e para quando?

Olhámos para o antigo edifício do

IEFP, estivemos lá com representan-

tes da ESTA e do IPT e percebemos

que seria um espaço bastante agra-

dável para se tornar numa residên-

cia para estudantes. A existência de

um equipamento deste género é

muito importante para os nossos

jovens. Queremos no próximo ano

lectivo ter a residência já a funcio-

nar. A parte de cima do edifício fi ca

para os apartamentos dos estudan-

tes, com capacidade para 20 pesso-

as. O rés-do-chão, um espaço mui-

to amplo, é destinado a uma loja de

juventude, com acesso à internet e

horário específi co para os jovens,

entre outros serviços. Vamos pon-

derar a possibilidade de fazer uma

parceria com Associação de Estu-

dantes da ESTA para a optimização

da loja.

E qual o destino do edifício da ac-tual Galeria de Arte?

Será para habitação.

O antigo mercado diário fi ca es-quecido?

Não, será o próximo Mercado das

Artes, num projecto que vamos

inaugurar no dia 14, feriado mu-

nicipal. Fizemos algumas obras de

melhoria, e vamos criar condições

para que ali se possa vender livros,

fazer a prova de produtos da região

e a entrega dos cabazes do PROVE,

por exemplo. Como aquele edifício

tem lojas à volta, vamos disponibili-

zá-las sobretudo para os jovens cria-

tivos, para darem azo à imaginação

e criarem novos projectos e mais

valor para economia da cidade.

O Museu Tramagal. Qual objecti-vo?

A ideia é preservar o património

deixado, musealizar as peças e dei-

xar aquele espaço disponível para

fomentar a identidade das comu-

nidades. O edifício e as peças per-

tencem a uma empresa que fez um

protocolo com a Câmara e com a

Junta de Freguesia, no sentido de

criar um espaço expositivo na parte

inferior do edifício. O andar de cima

está destinado a um auditório para

discussões e visitas que possam ser

feitas sobre aquela matéria.

Além disso, a nossa intenção é

fazer um núcleo museológico em

cada uma das nossas freguesias

mais rurais. Nas Mouriscas, na an-

tiga escola primária; em Martin-

chel já temos o ecomuseu; outro

no Souto, e, por último, temos a in-

tenção de construir um núcleo em

Casais de Revelhos. A ideia depois

é avançar para as outras freguesias,

capacitando-as de terem um espa-

ço expositivo capaz de preservar a

memória, a identidade e patrimó-

nio das nossas gentes.

A Agenda 21 caiu no esqueci-mento?

Não está esquecida. Por contin-

gências várias, incluindo a eleição

presidencial pelo meio, tivemos de

parar o trabalho. Neste momento,

estamos a fechar a Agenda, a tra-

balhar a vertente do empreende-

dorismo voltado para as artes, para

a cultura e para a criatividade. Bre-

vemente, com a Universidade Nova

de Lisboa, vamos apresentar o pro-

jecto a público.

E o PDM?Está em fase de revisão, a decorrer

como era espectável. Esperamos

chegar ao fi nal do ano já em fase

de discussão pública.

Como está a situação da RPP Solar? Os interesses do mu-nicípio estão salvaguarda-dos?

Não há como negar, há

problemas e nós estamos a

acompanhar esta situação de

perto com o investidor. Na úl-

tima reunião, o investidor ga-

rantiu-me que durante o mês

de maio a situação com os

credores fi caria resolvida e que

estaria em condições de mon-

tar a primeira linha. A justifi ca-

ção dada foi de que o atraso é

devido a difi culdades nos fi nancia-

mentos, capitais próprios e da ban-

ca. Depois desta reunião soubemos

da entrada de um pedido de insol-

vência no tribunal e de imediato eu

notifi quei por escrito o investidor,

que me garantiu que não há qual-

quer problema e que se compro-

meteu a resolver a situação.

Os interesses do município estão

salvaguardados: há uma cláusula

no protocolo que foi assinado que

diz que o terreno só pode ser utili-

zado para aquele fi m. Os nossos ju-

ristas estão atentos a esta situação.

Se for necessário vamos intervir

para salvaguardar os interesses do

município e dos cidadãos abranti-

nos.

O vandalismo, a violência, os rou-bos e a insegurança na cidade continuam. O que se está a fazer?

Sente-se já alguma diferença,

houve um período muito mais con-

turbado do que o que vivemos ac-

tualmente. Ainda assim, existe van-

dalismo, um sentimento de inse-

gurança e importa que se tomem

medidas.

Entreguei à senhora Secretária de

Estado da Administração Interna o

nosso Diagnóstico Local de Segu-

rança, feito no âmbito do Conselho

Local de Segurança. O Diagnósti-

co tem uma posposta de medidas

concretas, para minimizar o pro-

blema e devolver o sentimento de

segurança aos cidadãos. A senho-

ra Secretária de Estado gostou do

que lhe mostrámos, vai agora ana-

lisar para que possamos trabalhar

o mais rapidamente com as insti-

tuições, de forma a resolvermos

esta questão tão importante para

o concelho.

Page 10: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201110 ESPECIAL ABRANTES

Situada nos antigos terre-nos da Quinta do Azinhal, sobre o tanque cheio de água, bem no coração do mato da freguesia de Rio de Moinhos, encontra-se a Fonte da Carantonha. Aque-la que foi visitada vezes sem conta pelas gentes riome-nhenses que lá encontra-vam a melhor água para as suas casas.

Uma fonte que servia os

camponeses que por lá para-

vam para beber a água que

corria constantemente na-

quele espaço, cheio de árvo-

res, de terra, de pedras e de

mística.

A água era caracterizada

por ser muito fresca e boa

para beber. A fonte fi cava

ainda distante do centro da

aldeia, mas na altura aquele

era um local onde todos iam

buscar a caruma, a lenha, en-

tre outros bens para o dia-a-

dia das famílias. Ao trazerem

os bens essenciais, os riome-

nhenses aproveitavam e tra-

ziam os cântaros à cabeça,

cheios de água fresquinha

que corria na Fonte da Ca-

rantonha.

Era assim conhecida por-

que nela existia uma cara

em pedra, que diziam ser de

uma mulher já velha, de cuja

boca a água provinha. Uma

cara que assustava as pes-

soas que por lá passavam,

como contou ao JA Guilher-

mino Oliveira, nascido em

1927. “Na época, quando os

meus pais iam ao mato, eu

acompanhava-os e paráva-

mos lá junto à fonte para

beber água e confraternizar

um pouco. De facto, aquela

carantonha deixava-nos um

pouco intimidados. O que se

ouvia é que lá aparecia uma

velha que tinha a cara exac-

tamente igual à da fonte.

Quando ouvíamos “vem aí a

velha!”, desatávamos a correr

por aqueles caminhos em

terra batida, cheios de pe-

dras. Eu de facto nunca vi lá

velha nenhuma, mas aquele

espaço transmitia um certo

medo”. Pelo que consegui-

mos perceber não era ape-

nas a presença da suposta

velha que deixava os riome-

nhenses assustados. Maria

Roqueta, por exemplo, fala

de um padre que por lá sur-

gia. “Uma vez, eu andava a

juntar a carrasca e nesse dia

era a minha vez de ir buscar

a água à fonte. Estava senta-

da junto a um pinheiro à es-

pera que o cântaro enches-

se, quando de repente olho

e vejo um padre de cor mui-

to branca, vestido de preto,

sentado a orar. Mal o vi, cor-

ri… corri… e quando chego

ao pé do meu marido, as lá-

grimas corriam-me, de tão

assustada que estava. Nunca

mais lá voltei e nunca mais

voltei ao mato sozinha. Ver-

dade é que já os meus pais

contavam que viam esse pa-

dre junto à Fonte da Caran-

tonha”.

Joaquim Bento, que foi pre-

sidente de Junta de Fregue-

sia de Rio de Moinhos entre

1989 e 2001, referiu que a

presença dos padres não era

uma ilusão nem uma “visão”

dos visitantes da fonte. “De

facto, apareciam lá padres so-

bretudo antes da Páscoa que

se dirigiam aquele local para

orar, ou seja, as pessoas não

tinham visões, eram mes-

mo padres que se dirigiam

à nossa terra, pois conside-

ravam que aquela fonte era

o sítio ideal para momentos

de culto”. Sem histórias mis-

teriosas, muitos dos idosos

da freguesia disseram que

nunca viram nada de anor-

mal naquela fonte, mas que

aquela cara de onde água

saía não era a mais agradável

de se encontrar.

Actualmente, a fonte está

inalcançável devido a vege-

tação serrada que impossibi-

lita o acesso. A cara em pedra

já não se encontra colocada

na fonte, pois foi levada pela

família dona dos terrenos, há

já alguns anos atrás.

Hoje, aquele é um lugar

cheio de recordações que

apenas vive no pensamen-

to dos mais idosos da aldeia,

uns por bons motivos, ou-

tros por motivos mais assus-

tadores. Facto é que ali se ex-

perienciaram vivências que

hoje apenas se traduzem em

recordações, num lugar que

parece que foi esquecido ao

longo dos tempos.

Joana Margarida Carvalho

No passado mês de Abril a

Fábrica da Igreja Paroquial

entregou a sua candidatura

para a reconstrução da igreja

da freguesia das Mouriscas,

ao Programa de Equipamen-

tos Urbanos de Utilização Co-

lectiva obtendo uma respos-

ta positiva por parte do Esta-

do português, que vai apoiar

em 45% o valor previsto para

o empreendimento.Na ceri-

mónia estiveram presentes o

secretário de Estado da Admi-

nistração Local, José Junquei-

ro, o padre Francisco Valente

e a presidente da Câmara de

Abrantes que anunciou que

a autarquia vai garantir 25%

desse valor. Afi rmando que

«a Câmara só tem de se satis-

fazer com estas iniciativas da

sociedade civil, mas ainda as-

sim estar ao lado e acompa-

nhar, nomeadamente nas di-

fi culdades». Ficando assim os

restantes custos a cargo da

Fábrica da Igreja Paroquial.

Desde a sua construção que

a Igreja Paroquial das Mouris-

cas não teve qualquer tipo

de obra de reparação. Ten-

do esta valor arquitectónico,

contudo não tem o seu valor

histórico. Segundo Francisco

Valente, padre da paróquia,

«marca a nossa época» pre-

tendendo assim legá-la ao

futuro. A requalifi cação vai

incidir maioritariamente na

estrutura e torre, que segun-

do o padre Francisco Valente,

«é uma construção moderna

que vai também mostrando

as suas fragilidades e que é

preciso intervir». De momen-

to as obras ainda não foram

iniciadas, como explicou o

Padre Francisco Valente «ain-

da estamos nos preliminares

do processo, pois estamos a

contactar várias empresas,

para depois escolhermos

com quem vamos trabalhar».

O tempo estimado para a

conclusão da requalifi cação

do edifício é de um ano.

Cátia Romualdo

Natural de Valhascos, vive em Alvega

quase há 80 anos. Viúva. Vive sozinha,

não recebe apoio domiciliário, ainda

faz o seu comer, cuida das suas gali-

nhas e da sua horta. O que mais teme

é morrer sozinha. Mas continua com

muita vida e muita lucidez, para a ida-

de. Parabéns.

RIO DE MOINHOS

O mistério da Carantonha que marcou uma geração

Obras de requalifi cação na Igreja de Mouriscas

Maria Mota, 100 anos com muita vida

Page 11: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2011 ESPECIAL ABRANTES 11

O Rotary Clube de Abrantes (RCA) nasceu em 1981 e é um grupo de profi ssionais que trabalham para ajudar a comunidade, nas suas ca-rências sociais, culturais e econó-micas.

Actualmente constituído por 25

elementos, festejou de forma discre-

ta o seu aniversário. “Temos solicita-

do à nossa comunidade contributos

para várias causas e temos sido bem

correspondidos. Ainda há pouco fi -

zemos, com sucesso, uma campa-

nha para oferecer um equipamen-

to de primeiros socorros à Missão de

Cumura na Guiné-Bissau. Pensámos

que não devíamos sobrecarregar as

pessoas com um aniversário do pró-

prio Rotary”, explica-nos Fernando

Albuquerque, o presidente do clube

neste ano. Neste ano, porque todos

os cargos são rotativos, daí o nome

“rotary”. O próximo presidente será,

a partir de Junho, Manuel Silva, do

Sardoal.

A preocupação em ajudar reali-

za-se de vários modos. O RCA tem

apoiado operações cirúrgicas, faz

anualmente rastreios de audição

e de visão, tem colaborado com o

Banco Alimentar, entre muitas ou-

tras. “Há pouco tempo”, explica o

presidente, “comprámos um colchão

para acamados e uma cadeira para

tomar banho para uma senhora te-

traplégica de Ponte de Sôr, em res-

posta a um alerta que nos chegou

de um outro clube do Brasil. Ela ne-

cessitava deste equipamento para

viver, mas não tinha possibilidades.”

Além disso, todos os anos atribuem

bolsa de estudo a jovens com difi -

culdades. Este ano são 29, do ensino

secundário e superior.

Já este ano civil, promoveu um

curso de liderança para jovens, que

envolveu bolseiros e também fi lhos

de membros do RCA, de modo a im-

plicar vários estratos sociais.

À semelhança do que se pas-

sa em todos os outros Rotary Clu-

bes do mundo, todos os meses há

um tema e motivos de refl exão

para aprofundar o espírito de ser-

viço e para conhecer o meio so-

cial e os seus problemas. Outubro,

por exemplo, é o “mês dos serviços

profi ssionais” e os rotários desta-

cam um profi ssional da sua comu-

nidade que consideram ter um de-

sempenho exemplar. E, para tudo

isto, cada Rotary Clube desenvol-

ve o companheirismo entre os seus

membros e a comunicação com os

outros Rotary Clubes do mundo.

Porque um dos seus objectivos é a

Paz no mundo.

O Rotary InternationalO Rotary International é a associa-

ção de Rotary Clubs do mundo in-

teiro. Tudo começou em 1905, em

Chicago. Um advogado, Paul Har-

ris, pensou que os empresários po-

diam reunir-se não só por negócios,

mas também por um ideal de Servir

os necessitados e a Paz mundial, ao

mesmo tempo que estimulam ele-

vados padrões de ética em todas as

profi ssões. “Dar de si antes de pen-

sar em si” é o lema e toda uma fi loso-

fi a para mais de um milhão de mem-

bros espalhados por todo o mundo.

O nome Rotary surgiu porque as

reuniões iniciais começaram a re-

alizar-se em diferentes escritórios

e dessa rotatividade surge o nome

do clube. Hoje, o nome mantém-

se, mas relativo à rotatividade anual

dos membros nos vários cargos.

• Fernando Albuquerque, presidente do Rotary Clube e Alberto Margarido.

HÁ 30 ANOS

Rotary Clube de Abrantes ao serviço da comunidade

Page 12: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201112 ESPECIAL ABRANTES

António Rodrigues foi presidente da junta de freguesia de Vale das Mós entre 1986 a 2009

Eu sou natural de Vale das Mós,

tenho 54 anos, sou casado, tenho

duas fi lhas e dois netos.

Dediquei a minha juventude ao

futebol. Dos 16 aos 36 anos de ida-

de fui jogador e treinador de fute-

bol. Presenciei a formação da pri-

meira equipa de Vale das Mós.

Tirei o curso geral de mecânica

na Escola Industrial e Comercial de

Abrantes e iniciei a minha vida pro-

fi ssional em Lisboa. Ao fi m de três

anos numa empresa, optei por vol-

tar às origens e procurar trabalho

aqui na região. Consegui. Durante

18 anos estive na empresa INLAN,

sedeada em Ponte de Sôr.

No dia 9 julho de 1985, foi cria-

da a freguesia de Vale das Mós. Fui

convidado a integrar, como inde-

pendente, a lista do PS às primeiras

eleições. Ganhámos e eu estive na

presidência até 2009. Seis manda-

tos de muito trabalho e dedicação,

com muitos projectos e amizades

construídas. Quando ouço algu-

mas pessoas a dizer que faz sentido

acabar com as juntas de freguesia,

peço a essas pessoas que venham

visitar Vale das Mós e constatar o

que é que uma Junta pode fazer

pela sua terra.

Em 1989, inaugurámos a sede da

Junta de Freguesia que tem tam-

bém a Segurança Social e o Posto

Médico. Em 1992 inauguramos a

casa mortuária e no ano seguinte

salvo erro o cemitério.

Em 1993, construímos duas pis-

cinas descobertas, algo estranho

para a altura numa aldeia. Este pro-

jecto surgiu por dois motivos. Pri-

meiro porque havia alguns toxico-

dependentes em Vale das Mós e

nós tínhamos todo o interesse em

criar outros entretenimentos para

jovens.

Depois, porque quando a Central

do Pego começou a funcionar tive-

mos algum apoio fi nanceiro. E foi

conseguido! Muitos dos jovens de

Bemposta, São Miguel, Concava-

da, São Facundo e Pego utilizavam

e utilizam bastante aquele espaço,

conseguido por nós e com o apoio

da PEGOP e da Câmara Municipal

de Abrantes.

No ano de 2000, outro desafi o,

construímos o parque desportivo

e o salão de festas. Um espaço com

uma sala para jantares, cozinha, um

ringue, ginásio e uma serie de gabi-

netes, um para cada associação da

freguesia. Foi com muito trabalho

que todas estas etapas foram su-

peradas. As verbas eram muito re-

duzidas e, assim, foi necessário ge-

rir a junta como geri a minha pró-

pria casa (risos). De salientar que

a população de Vale das Mós tam-

bém deu o seu forte contributo. No

dia em que começámos a abrir os

caboucos para as piscinas, estava a

chover, e eu tinha lá duzentas e tal

pessoas para trabalhar. Não acon-

tece isto em qualquer terra, é ne-

cessário existir uma grande união e

gosto pela terra onde se vive.

Aos 36 anos tive um problema de

saúde, que me obrigou à reforma,

mas continuei na Junta de Fregue-

sia. Actualmente, sou presidente

da Assembleia de Freguesia e con-

tinuo a dar o meu contributo no

que posso.

RETRATO TIPO PASSE

António Rodrigues

• “Venham visitar Vale das Mós e constatar o que é que uma Junta pode fazer” , propõe António Rodrigues.

Page 13: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2011 ESPECIAL ABRANTES 13

Dora Maria, fadista abrantina, lançou o seu álbum “Mar de tan-to Amar” no dia 29 de Abril, num espectáculo único realizado no Centro Cultural Gil Vicente, em Sardoal.

A artista foi acompanhada por

grandes músicos, tais como: Bru-

no Mira na guitarra portuguesa,

João Chora na viola e Rui Santos

no contrabaixo. O espectáculo

contou ainda com a participação

especial do jovem campeão in-

ternacional de acordeão André

Natanael Teixeira e do conhecido

declamador ribatejano Raul Cal-

deira. “Estou muito bem acom-

panhada a nível musical e só as-

sim as coisas nos correm bem”.

O álbum que surgiu de uma

conversa entre amigos que tam-

bém estavam interessados em

fazer algo deste género, é um

trabalho muito variado. Passan-

do desde o fado mais tradicional

a composições mais rebuscadas,

o disco conta ainda com dois te-

mas, “Eu já não sei” e “A Ribeiri-

nha” de Carlos Gonçalves e Amá-

lia Rodrigues, nos quais André

Natanael Teixeira fez uma partici-

pação especial. “As pessoas têm

dito que ele é o homem que deu

charme aos fados”.

André Teixeira afi rma que “es-

tes dois temas dão uma cor di-

ferente ao álbum e a integração

do acordeão no fado resulta ex-

tremamente bem e nem sempre

é utilizado”.

Em declarações ao JA, Dora Ma-

ria mostrou-se muito entusias-

mada com todo este trabalho e

referiu ainda que não estava à

espera que o público a recebes-

se tão bem. “A adesão do públi-

co não podia estar a ser melhor”.

A fadista abrantina sente-se mui-

to contente com o sucesso que

o seu trabalho está a ter e com

a procura que tem existido por

parte do público.

Daniela Santos

Subir a Avenida das Pimenteiras

cansa, e a poeira no ar arranca o pi-

garro das gargantas secas, o catarro,

e o lenço tabaqueiro. Cheira já a bo-

nico, e a maresia. É a praça do peixe,

na Ferraria.

- Como são as sardinhas, ó Soeiro?

- Três sardinhas, dez tostões.

Defronte da tipografi a Minerva, há

um mar de gente, entusiastas, car-

teiristas, e curiosos como o Soeiro.

A que horas começa? É no Campo

Grande, a hora não sei… Pergunta ali

ao Pinga, na barbearia Benamor.

Todos à escuta. Olham em vão o

placard informativo do Diário de No-

tícias, inaugurado a 29 de Abril, onde

subirá a letra elegante do José Mata

sintonizado o aparelho com a antena

de Tancos. Papéis escritos.

- Tem uma galena!

- Mas não está proibido?

- Está e não está. Sorrisos.

Quem distribui sorrisos é o Soeiro,

empurrando os outros com o apên-

dice do nariz. Há uma poeira no ar,

xarope para o catarro que são as vo-

zes, uma corrente de miasmas e chei-

ros. Batem no ombro do Soeiro. De-

safi am-no para um cálice. Está ali

toda a sociedade de Abrantes, om-

bro com ombro, bigode com bigode,

e uma bengala no ar.

São as seleções militares disputan-

do a Taça da Guarnição Militar de Lis-

boa. Os homens das fardas na pri-

meira, na segunda e na terceira fi la

são os mais atentos graças a uma sur-

dez de infantaria. Quem irá ganhar o

oitavo match?

Um rapaz débil, o Chico, assomou à

curva do Gato Preto. Os joelhos do-

brados e, debaixo dos sovacos, folhas

de papel almaço. Agitam-se as cabe-

ças nas varandas. Começou já?

LISBOA - MADRID

Às 17 horas menos dez minutos de-

ram entrada no campo as duas equi-

pas que formaram de frente aos ca-

marotes, saudando o Chefe de Esta-

do.

Seguiu-se a troca de ramos de fl o-

res entre os dois capitães, Jorge Vieira

e Quesada. Findos os cumprimentos,

Felipe dos Santos procede à escolha

dos campos, cabendo a sorte aos es-

panhóis que fi cam com sol e vento

contra.

Os grupos alinham com…

A ansiedade tão alta que o corres-

pondente do jornal, Rómulo Lemos,

leu todo o pedaço de prosa. Aplau-

sos e vivas, chapéus pelo ar. Ó Soei-

ro, queres o jornal? A multidão como

vagas contra o Rómulo, erguendo

numa mão os papéis escritos. Um po-

lícia municipal, esbofeteando o Car-

valho carteirista, gritou para quem

quis ouvir.

- Vai-te embora! Hoje só me interes-

sa dinheiro falso.

Soeiro compra as notícias do Zé

Mateus, e o ardina em troca cheirará

a sardinha. O Homero, gordo como

um polícia municipal, vai no encalce

do vendedor de sardinha. Para revis-

tar encontra, fi la por fi la, uma multi-

dão refeita, as cabeças no ar. Os olhos

ardem, e trota na cabeça a batida dos

pitons, esse silêncio opressivo depois

do Arocha ter batido o guarda-redes

de Lisboa. É o primeiro goal!

- Lá vem o Chico !

A rua dos Castanhos grita, esbafori-

da, por um copo de capilé. O Homero

não escutará os acenos das varandas,

os agarra-agarra, as sereias emergin-

do do mar de cabeças e bengalas. Fu-

gir pela direita, esgota-se o Soeiro, ou

esconder-se nos sanitários?

Pepe não volta ao terreno, en-

trando Jorge Tavares como centro-

avançado e derivando Silva Mar-

ques para interior-esquerdo. Felipe

dos Santos não volta a arbitrar, sendo

substituído por Tavares da Silva.

Alto lá! À porta dos sanitários, o Che-

las põe uma mão à frente do bafo do

Soeiro. Cinco tostões uma cagada.

Este sacode-o, escondendo-se. Per-

gunta-se em surdina na rua dos Cas-

tanhos, já marcámos?

- A-acabaste ?

- Hum…

- Toma lá papel do melhor.

Suspiro fundo. O Soeiro lê uma edi-

ção atrasada do Jornal de Abrantes,

mas ao contrário, de pernas para o ar

as letras. O único ruído de fundo é o

assobio do Chelas. Escapei desta.

O Homero, já no Largo João de

Deus, duas braçadas. Pedir ajuda ao

Regimento? Ouve-se na rua dos Cas-

tanhos uma ovação frenética, gritos,

aplausos perdidos. Terá sido o goal

do empate?

Uma hora de sustento, outra de

conforto, uma terceira para a cagada

geral. Uma vontade louca de beber

a aragem que sobe do Tejo aos do-

mingos de Maio, um bufete toman-

do ares de catarro, de recolhimento,

de quartel.

No Largo da Câmara, seis ruas de-

sembocam. O Soeiro apalpa-se, ain-

da lá está o maço de notas. Signifi ca

que há igual número de saídas. Todas

servem, quando Homero desertou

para o Gato Preto, menos a rua da Ca-

deia. Àquela hora, os gatos lambem-

se de miasmas e espinhas de cara-

pau, atrás dele miam, e voltam a miar.

Como são as sardinhas, ó Soeiro?

José Falcão Tavares

CONTO

A febre do jogo Fadista Dora Maria lança álbum

MAR DE TANTO AMAR

Page 14: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201114 ESPECIAL ABRANTES

“A gente vai continuar…” a ouvir Jor-

ge Palma (dia 13) que regressa este

ano ao palco principal das Festas do

Concelho, provando que o artista con-

tinua na moda. Acompanhado pela

banda “Os Demitidos”, Palma sobe

ao palco do Largo 1º de Maio com os

mais recentes trabalhos debaixo do

braço, num espectáculo onde os clás-

sicos conhecem os novos originais.

As festas mantêm o modelo descen-

tralizado das últimas edições. O car-

taz é variado e serve o gosto das fa-

mílias, com concertos em horas e lo-

cais diferentes: Largo 1º de Maio, Praça

Barão da Batalha e Praça Raimun-

do Soares, sempre com entrada livre.

Aurea (dia 11) é outra das atracções.

Uma voz poderosa que arrebatou o

público português. Chegou e sur-

preendeu o panorama musical por-

tuguês com o single “Busy (For Me)”.

Outra presença é de um dos grupos que

mais está a contribuir para o salto qua-

litativo da música feita em Português,

Virgem Suta (dia 10), que utiliza instru-

mentos tradicionais e faz uso da sua

rusticidade, com um espírito interven-

cionista e irónico tipicamente alenteja-

no para produzirem música totalmen-

te moderna e carregada de mensagem.

Kumpania Algazarra (dia 10), Mon-

te Lunai (dia 11), Dazkarieh (dia 12),

DJ Nuno Calado da Antena 3 (dia 11)

e DJ Alvim (dia 13) são nomes ga-

rantidos para as noites de animação.

O programa das Festas privilegia

a prata da casa, com as bandas de

Abrantes que têm percorrido mui-

tos dos palcos nacionais. Kwant-

ta (dia10), Kaviar (dia 11), Projec-

to Amar(dia12) e Hyubris (dia 12).

Além das novas bandas nacionais, há

sempre uma marca tradicional. A OLE

– Orquestra Ligeira do Exército encer-

ra o conjunto de concertos, no dia da

cidade (14 de Junho). Já no largo 1º

de Maio e nas ruas do centro históri-

co desfi lam alguns grupos do conce-

lho: Rancho do Pego (dia 10), Rancho

de Casais de Revelhos (dia 11), Grupo

Etnográfi co Os Esparteiros de Mouris-

cas (dia 12), Universidade da Terceira

Idade de Abrantes (dia12), Orfeão de

Abrantes (dia 14) e Sociedade Instru-

ção Musical Rossiense (dia 14).

Paulo Delgado

Programa desportivoÀ semelhança dos anos anteriores, o desporto tem um lu-

gar signifi cativo. O IV Águas Abertas (dia 10), a Caça ao Pato

(dia 10), o Festival de Canoagem (dia 11), os torneios de vo-

leibol de praia, futebol de praia e rugby de praia (dia 12) ca-

sam com downhill urbano (dia 11), a corrida de carrinhos

de rolamentos (dia 12) e o meeting de atletismo (dia 12).

Dia do ConcelhoO programa ofi cial do Dia do Concelho começa, como

é hábito, pelo hastear da Bandeira Nacional nos Paços do

Concelho, ao som da Banda da Sociedade de Instrução Mu-

sical Rossiense, seguido das homenagens aos trabalhado-

res do Município e as intervenções institucionais. À tarde,

inauguração da Casa das Artes no antigo mercado diário,

presididas pelo Ministro da Agricultura. À noite, depois de

uma intenvenção musical pelo Orfeão de Abrantes, temos

a apresentação do projecto da Regeneração Urbana. E de-

pois, para fi nalizar, a música pela Orquestra Ligeira do Exér-

cito.

As crianças…Têm no Largo João de Deus o seu espaço. Pinturas faciais,

moldagem de balões, animação com palhaços, insufl áveis

e teatro infantil são actividades depois coroadas com

karaoke infantil, que é de pequenino que se torce o pepi-

no… e os artistas.

FESTAS DO CONCELHO

Muita música para animar a festa

Virgem Suta

Aurea

The Kaviar

Jorge Palma

DJ AlvimKwantta

Page 15: Jornal de Abrantes

MAIO DE 2011EDIÇÃO Nº 25www.estajornal.com

F PÁGINA 06

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES

Alunos da ESTA enviados ao Kosovo Cinco estudantes de Comunicação Social da ESTA estiveram, entre 1 e 7 de Maio, no Kosovo. O convite partiu do Tenente-Coronel Amaral Lopes, do 2,º Batalhão de Infantaria Mecanizada de Santa Margarida, que comanda

a força militar, que no Kosovo, desenvolve um missão de paz. A viagem dos alunos conretizou-se com o apoio da Câmara Municipal de Abrantes. Entrevista na página 4 e dossier em www.estajornal.com

PUB

www.nyb.pt

Fátima 12 DE MAIOLágrimas de sofrimento, de mudança, de tristeza ou de alegria, simplesmente lá-grimas.

13 DE MAIOAs lágrimas que ontem caíam em silêncio, hoje fazem eco e por todo o santuário se escuta um simples fungar.

F reportagem p. 10

Em entrevista, Pais do Ama-ral, da Media Capital, elogia os jornalistas portugueses e diz que Abrantes está cada vez mais no mapa.

João Quinas, director da EPDRA, explica que a excelente avaliação da escola é o resultado do trabalho de equipa

F PÁGINA 03

“Energia subtil”Acupunctura é uma disciplina Medicina Tradicional chinesa que, com agulhas fi liformes, estimula a energia de diferentes órgãos do corpo. Pacientes com dores físi-cas e com distúrbios psicológicos são os que mais recorrem a esta terapia, mas em tratamentos de infertilidade também há casos de sucesso. F p. 09

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Page 16: Jornal de Abrantes

02 ESTA JORNALMAIO 2011A abrir

Quando esta edição do ESTAJornal estiver a circular, já terá passa-do mais um grande momento do Curso de Comunicação Social da ESTA: o Encontro de Comunica-ção voltou a ser organizado, assim como a Gala Comic Awards. Para além de todas as actividades em que os alunos deste curso tiveram a oportunidade de participar, ao longo deste ano lectivo, este fi -nal de semestre ficou marcado por diversas iniciativas, como workshops, aulas abertas, pales-tras e, sobretudo, muito trabalho no terreno.Proporcionar contactos com pro-fissionais de Comunicação que estão a trabalhar nos principais órgãos de comunicação social e em grandes empresas que actu-am na área da Comunicação são objectivos que continuarão a fazer parte do plano de actividades des-te curso. A estratégia, para além de alargar os conhecimentos dos nossos alunos, tem sido – e conti-nuará a ser – a de aproximar a for-mação dada na ESTA ao mercado de trabalho. Sabemos que esta é uma condição determinante para o sucesso dos nossos alunos, uma vez entrados no mundo profi ssio-

EDITOR AL

Ficha TÉCNICA

HÁLIA COSTA SANTOSESTA D ABRANTES

Na ESTA, a prática existe, as coisas fazem-se!

nal, e, por isso, não abdicamos de o fazer.O ESTAJornal continua a ser, tam-bém, um espelho das apostas do curso de Comunicação Social da ESTA. Numa época em que o digi-tal é cada vez mais forte, continu-amos a defender que o papel ainda faz todo o sentido. Queremos che-gar às pessoas, desta forma, para que possam folhear o jornal, pági-na por página. Os temas resultam de trabalhos desenvolvidos em contexto de sala de aula, depois desenvolvidos em diferentes con-textos. Nuns casos são propostas dos próprios alunos; noutros são sugeridos pelos professores.O que se segue, nas próximas páginas, são trabalhos jornalísti-cos feitos por alunos e alunas nas unidades curriculares de Práticas Redactoriais, Atelier de Imprensa, Jornalismo Económico e Fotojor-nalismo. Este é o melhor exemplo de que a componente prática do curso continua a ser uma clara aposta. Orgulhamo-nos de o fa-zer e fi camos contentes por saber que a grande maioria dos nossos alunos, quando chegam ao mo-mento do estágio, se evidenciam de outros, que completaram uma licenciatura em Jornalismo, nou-tras escolas e noutras faculdades, sem nunca terem feito um notícia ou editado uma peça de rádio ou de televisão. Na ESTA, faz-se!

DIRECTORA: Hália Costa Santos

EDITORA EXECUTIVA:Raquel Botelho

REVISÃO DE TEXTO:Sandra Barata

COLABORADORES:Ana Isabel Silva, Ana Ferreira, João Calretas, João Miranda, Pedro Colaço, Vanda Botas

REDACTORES:Ana Isabel Silva, Manuel António, Juliana Madeira, Daniela Afonso, Joana Antunes, Joana Ferreira, Paula Pereira, Teresa Franco, Sofi a Schabowski

PROJECTO GRÁFICO: José Gregório Luís

PAGINAÇÃO:João Pereira

Tiragem: 15000 exemplares

O AGRUPAMENTO de Escolas Dr. Manuel Fernandes tem a funcio-nar, na sua Escola sede, desde 2007/08, um curso profi ssional de energias renováveis (solar térmico e fotovoltaico).Destinado a alunos com o 9ºano de escolaridade, ou equivalente, tem por objectivo formar técni-cos qualifi cados, aptos a instalar e realizar a manutenção/repara-ção de sistemas solares térmicos

e sistemas fotovoltaicos e confere uma qualifi cação profi ssional de nível 3 (com equivalência ao 12º ano de escolaridade).Embora a missão principal seja a preparação dos alunos para a vida activa, o prosseguimento de estudos não é impossibilitado, se essa for a opção, no fi nal dos 3 anos de formação.A formação nesta área, em cres-cente desenvolvimento, assume

Curso inovador Técnico de Energias Renováveis

uma componente essencial-mente tecnológica e prática, não deixando de parte os conteúdos sócio-culturais. O plano de es-tudos, num total de 3100 horas, realizados no sistema modular, distribui-se por disciplinas técni-cas (desenho técnico, práticas ofi cinais, organização industrial e tecnologias e processos), dis-ciplinas científi cas (matemática, física e química) e disciplinas de formação geral (português, língua estrangeira, tecnologias de informação e comunicação, área de integração e educação física). Inclui ainda um estágio realizado em contexto real de trabalho e uma prova de aptidão profi ssio-nal onde os formandos defendem um projecto que reúna conhe-cimentos, teóricos e práticos, adquiridos ao longo dos 3 anos de formação.Em Julho do ano passado con-cluíram este curso os primeiros 18 alunos sendo positivo referir que 4 entraram no mundo do trabalho, em empresas do sector energético renovável (3 dos quais em empresas onde realizaram o seu estágio profi ssional) e 7 ingressaram num curso de especialização tecnológica (CET) de energias renováveis, prosse-guindo assim os estudos dentro da área formativa.Este ano deverão sair formados mais 16 técnicos para os quais também se espera uma boa taxa

de sucesso, seja ele medido pela colocação no mundo

do trabalho ou ingresso no ensino superior. Os

alunos encontram-se agora a realizar o estágio profissional,

integrados em 8 empre-sas do sector e localizadas na região, com as quais a Escola estabeleceu protocolos de cola-boração. Está patente na escola uma exposição de trabalhos produzidos pelos alunos das turmas de Energias Renováveis do 11º e 12º anos. As energias renováveis assu-mem-se como uma área pro-missora para a qual continua a haver incentivos de formação, em especial através do Programa Operacional do Potencial Huma-no (POPH). É assim intenção da Escola continuar a proporcionar aos seus alunos a frequência deste curso para o qual se tem preparado e muito tem investido nos últimos anos. �

Page 17: Jornal de Abrantes

03WWW.ESTAJORNAL.COM Entrevista

D

FOTOGRAFIA JOÃO CALRETAS

“Os jornais pagos têm a sua vida contada nas próximas duas gerações”

Pais do Amaral, depois de voltar a marcar presença no grupo Media Capital, fala sobre a sua relação com Abrantes e sobre a formação de jornalistas.

POUCOS DIAS DEPOIS de assumir o car-go de presidente não executivo da Media Capital, Pais do Amaral deu uma entrevista ao ESTAJornal. Elogia os jornalistas nacionais, garantindo que “não temos nada a aprender” com outros países do Sul da Europa. Certo de que “os conteúdos online serão o futuro, de uma forma mais fl exível e ágil”, o empresário avisa que os jornalis-tas portugueses terão que se adap-tar a esta nova realidade.

Em geral, o que pensa em relação ao trabalho que os Media portu-gueses têm vindo a desenvolver?Penso que (o que os Media) fazem cá está na mesma linha do resto que se faz na Europa. Eu conheço bastante bem os Media de Espanha e de França. Pelo menos em relação aos países a Sul da Europa, penso que não temos nada a aprender, seja em termos de rádio, televisão, imprensa ou internet. Fazemos tão bem ou melhor do que se faz no resto da Europa. Portanto, tenho uma visão positiva sobre os Media e sobre o que eles fazem.Tendo já morado em Nova Iorque, qual a comparação que faz entre o jornalismo norte-americano e o jornalismo português?Direccionando-me mais à impren-sa, penso que a Comunicação Social dos países anglo-saxónicos (países onde a democracia é um regime mais maduro) é talvez um pouco mais institucional, um pouco mais séria. Nesses países há grandes ins-tituições, jornais, que difi cilmen-te se vêem noutros países. Como exemplo posso dar-lhe o New York Times e o Washington Post. São grandes referências da imprensa americana, que têm pertencido sempre às mesmas famílias e que têm mantido as mesmas linhas edi-toriais. Em Portugal, penso que o mais antigo seja o Diário de Notícias e já teve dez linhas editoriais. No antigo regime era o jornal do regime, depois da revolução pas-sou a ser o jornal da revolução, depois quando o Governo era so-cialista era um jornal socialista, quando o Governo era PSD era um jornal democrata. Isto só para dar um exemplo... As maiores institui-ções americanas têm a mesma li-nha editorial há décadas, enquanto que o DN tem andado aos zig-zags ao longo de 40 anos. É isso que marca a diferença entre Portugal e outros países.

TERESA FRANCOESTA D 2º ANO

Visto que todos os dias surgem novas plataformas de comuni-cação que poderão fazer concor-rência ao panorama televisivo, qual pensa que será o futuro do jornalismo?O futuro passa pela Internet e pelo multimédia, como é obvio. A In-ternet é o grande meio do futuro e já está, até certo ponto, a condi-cionar muito a imprensa. Eu sou daqueles que partilha da opinião de que os jornais pagos têm a sua vida contada nas próximas duas gerações. E a Internet está a alterar a forma como se ouve rádio, pois podemos ouvir online. O mesmo se passa com a televisão. Eu penso que os conteúdos online serão o futuro, de uma forma mais fl exível e ágil. E os jornalistas terão de se habituar a isso.Recentemente, quando foi eleito

“VOU MUITO A ABRANTES e é uma zona do país de que eu gosto muito, porque uma parte da minha vida é passada lá.” Quem o diz é Paes do Amaral, novo pre-sidente não executivo da Media Capital, que passa boa parte do seu tempo em Abrantes, mais precisamente em Alferrarede, numa propriedade que herdou há cerca de 20 anos. Apesar de reconhecer que não frequenta muito o centro da cidade abrantina, Pais do Amaral tem uma opinião positiva acerca de Abrantes: “Gosto muito do património de Abrantes, é uma cidade muito bonita.” O homem forte da Media Capital diz que “é de louvar” o esforço que a autarquia tem feito, ao longo dos últimos 10 / 12 anos, “para manter o centro histó-rico em bom estado” e para “desenvolver a cidade e a região”. Por isso, diz que “os abrantinos devem estar orgulhosos”. Pais do Amaral lembra que, num passado relativa-mente recente, “Abrantes era uma cidade do inte-rior, da qual não se falava muito”. Embora siga um “pouco de longe” o desenvolvimento do concelho, o empresário tem “notado que Abrantes está cada vez mais no mapa”.A propósito da existência de um curso de Comu-nicação Social em Abrantes, mais especifi camente na ESTA, Pais do Amaral diz que o fundamental é que “as escolas tenham em conta o panorama da Comunicação Social”. Ou seja, “que tenham a preo-cupação de se dimensionar para que os seus alunos, quando acabarem os seus estudos, tenham procura”. Isto porque, na opinião do empresário, “existe uma certa desadequação entre a oferta universitária e dimensionamento correcto da oferta em Comuni-cação Social”.Em entrevista ao ESTAJornal, Pais do Amaral lembra que “o mundo dos Media está em mutação rápida”, e em “permanente evolução tecnológica”. Tendo em conta esta realidade, o presidente não executivo da Media Capital diz que “é preciso que os professores e que o programa de ensino dessas institutições uni-versitárias tenham em conta este grande dinamismo, para não estarem a ensinar modelos ou sistemas que em pouco tempo poderão fi car obsoletos”. Pais do Amaral remata: “Parece-me muito importante que as pessoas que estão a transmitir conhecimentos es-tejam super-actualizadas porque as mutações sobre as quais está a passar o sector são muito rápidas e vão ter muito impacto sobre aquilo que os profi ssio-nais de comunicação vão fazer daqui a cinco, dez ou quinze anos.”Nas palavras de Pais do Amaral, a aliança entre as empresas de Comunicação Social e as instituições de ensino superior “só pode ser positiva”. Se as ins-tituições universitárias estão a formar os seus alunos para o mercado de trabalho na área da Comunicação Social, “quanto mais intervenção das empresas de Comunicação houver” e “quanto maior for a ligação entre as instituições universitárias e as empresas, melhor será a adequação daquilo que as pessoas es-tão a estudar ao seu desempenho profi ssional futuro”. �

“Abrantes está cada vez mais no mapa”SOFIA SCHABOWSKIESTA D 2º ANO

L Futuro. Para Pais do Amaral passa pela Internet e pelo multimedia

presidente não-executivo da Me-dia Capital, disse ter expectativas para a TVI num futuro próximo. Quais são?A TVI está numa situação muito boa, continua a estar destaca-da como líder de audiências e eu penso que existe também o com-promisso dos accionistas e do Conselho de Administração para que assuma também a liderança na informação, que é uma área que não tem conseguido liderar.O que o fez voltar agora ao mundo da Comunicação?Fui convidado pelos accionistas da Media Capital e achei que era uma boa altura para eu voltar. É um sector que eu conheço bem, uma empresa que conheço bem, tanto como os accionistas, e achei que poderia contribuir para o seu desenvolvimento. �

Page 18: Jornal de Abrantes

04 ESTA JORNALMAIO 2011Destaque NATURAL DE ABRANTES, o Tenente-coronel de Infantaria José Amaral Lopes, de 46 anos, frequentou os cursos de Infantaria na Academia Militar e de Estado Maior no Instituto de Altos Estudos Militares. Militar há 28 anos, foi docente de Estratégia no Instituto de Estudos Superiores Militares e coordenador Administrativo logístico da Presidência Portuguesa da União Europeia na área da defesa. Actualmente comanda uma força nacional no Kosovo, o Segundo Batalhão de Infantaria Mecanizado (2ºBIMec).

JULIANA MADEIRAESTA D 2.º ANO

Sendo esta a sua primeira missão como comandante de batalhão, que balanço faz?Creio que está a correr bastante bem. Eu sou um comandante orgu-lhoso dos militares que comando. Não gosto daquilo que é o auto-elo-gio, mas tenho consciência daquele que é o trabalho do meu contin-gente, que é de enorme qualidade. Já fomos objecto de uma auditoria por parte da Inspecção Geral do Exército, na qual a nossa cotação foi excelente em 90% dos itens. O trabalho tem exigido uma maior carga horária aos seus militares?Sem dúvida alguma. Mas os mili-tares sabem bem as características destas missões, sabem que aqui não desempenham apenas aquilo que é a sua especialidade. Reconheço que nas primeiras três semanas muito foi exigido ao meu contingente, mas todos eles foram generosos.É difícil comandar um batalhão?Não digo que é difícil, mas não é fácil. Um comandante tem de estar bem consciente das suas decisões e daquilo que elas implicam. Por ve-zes é a vida dos nossos militares que pode estar em causa. Tenho o acon-selhamento do Estado Maior, mas a decisão tenho de a tomar sozinho. E todas as decisões têm vantagens e inconveniências. Como diz um comandante um “sim” sabendo que este pode im-plicar a vida de um militar?Faz-se uma análise dos prós e dos contras. É sempre um risco, mas os militares sabem isso, não esconde-mos os riscos das missões. Qual foi a sua maior dificuldade aqui no Kosovo? Tinha algum receio quanto ao re-lacionamento com o contingente Húngaro, quanto à sua cultura, aos seus processos de decisão e às suas escolhas. Mas à medida que o tem-po foi passando, aquilo que eram algumas dúvidas e preocupações foram-se desvanecendo. A vida num espaço restrito, como é este campo, leva a que existam cedências e um pouco mais de compreensão em relação a alguns comportamentos?Deve existir um equilíbrio entre aquela que tem de ser a nossa pos-tura e a gestão do espaço que o mi-litar também deve ter. Gostava que os meus militares pudessem sair um pouco mais, mas não é possí-vel e isso é algo que eles devem ter consciência.Num ambiente operacional, como é este aqui no Kosovo, os militares estão preparados para lidar com a morte de um parceiro? Estamos a falar de uma situação difícil. Não tenho dúvidas de que é algo que condiciona uma força. Mas o facto de nós estarmos cons-ciencializados de que podem exis-

DESTACADOS em missão de paz há quase dois meses no Kosovo, militares portu-gueses, pertencentes ao 2º Batalhão de Infantaria Mecanizado (BIMec), dão ac-ções de formação sobre tácticas, técnicas e procedimentos em controlo de tumultos a contingentes de outras nacionalidades que se encontram no teatro de operações do Kosovo. Segundo o tenente-coronel Amaral Lopes, comandante desta força nacional destacada, “estas acções de for-mação que temos vindo a desempenhar foram uma proposta nossa que decorreu de uma conversa informal. Oferecemos, assim, aquilo que é o nosso saber e con-vidamos alguns contingentes a vir aqui

“Sou um comandante orgulhoso dos militares que comando”

Portugueses instruem outras naçõesJULIANA MADEIRAESTA D ABRANTES

tir situações dessas, leva-nos a que possamos ter um conjunto de res-postas e instrumentos que possam minimizar os danos. Os militares têm acompanhamento psicológico nesta missão?Não temos uma psicóloga que nos acompanhe os seis meses de mis-são, não, mas isso não obsta que possamos identifi car alguns pro-blemas e basta fazer um telefonema para os resolver.Como vê a preparação realizada em Portugal? Estão preparados. Acho que o pro-grama de treino que nós fi zemos corresponde àquelas que são as principais tarefas que aqui desem-penhamos.

bustíveis, e ainda, armas dos anos 60. Do outro lado temos moder-no equipamento de controlo de tumultos (CRC) e soldados muito bons. A visão que a KFOR tem de Portugal é a de bons militares com equipamentos velhos? Não, mas também não vou negar um ou outro aspecto que é evi-dente. As viaturas Chaimite, essas estão em fi m de vida e o exército e o governo têm consciência disso. Quanto ao armamento também é verdade, estamos a falar por exem-plo das G3 que são da década de 60, e estamos em 2011, mas não tenho muito mais a dizer, são aspectos que são do conhecimento do exér-cito e do poder político e não sei até que ponto há possibilidade de substituir esse tipo de equipamen-to. Mas os materiais estão efi cientes e operacionais. Estes equipamentos são muito caros e não podemos ter uma renovação sistemática. A crise económica nacional levou a que existam alterações nos venci-mentos dos militares?Fazemos parte da população Por-tuguesa e por isso temos de fazer alguns sacrifícios tais como os ou-tros. E, na situação em que o país está, é natural que nós estejamos presentes nas mesmas restrições que se impõem a toda a sociedade. No futuro, e tendo em conta a situ-ação económica do país, justifi ca-se a continuação do envio de tropas portuguesas para o Kosovo? É uma decisão política. Mas faz todo o sentido que Portugal se mantenha por cá. Há até uma jus-tifi cação de natureza económica: a partir do momento em este campo passou a integrar uma força inter-nacional, passou a dar lucro, gere uma receita ainda apreciável, que ao fim dos seis meses de missão serve praticamente para pagar o investimento feito por Portugal com a sua aquisição. �

L Futuro. Tenente-Coronel José Amaral Lopes vê vantagens na continuação da força portuguesa no Kosovo

Adoptou uma postura de chefe ou de companheiro com o seu bata-lhão?O ideal é existir um equilíbrio entre elas, porque ambas são necessárias e ambas têm de existir. Disse aos militares, no inicio das suas funções como comandante de batalhão, para se sentirem fe-lizes por pertencerem ao 2º BIMec. Após este período, como vê e sente os seus militares?Pedi para encararem o dia de tra-balho como um dia de felicidade. Poder estar aqui a trabalhar com países completamente diferentes, e trocar experiências com os mes-mos, é uma boa oportunidade e uma experiência de vida.

A sua função é dar orientações e tomar decisões ou a situação no terreno obriga-o a repensar a sua forma de comando? Eu tenho a perfeita consciência que tenho um Estado Maior e coman-dantes de companhia de grande qualidade, de modo que não tenho razões para não confi ar nos meus militares. Quando entendo que há correcções que devem ser feitas, faço as correcções e introduzem-se as alterações, mas isso faz parte do meu trabalho e não está de nenhu-ma forma relacionado com falta de confi ança no batalhão. Portugal está representado nesta missão com viaturas como a chai-mite, ou a de transporte de com-

aprender”. Americanos, polacos e gregos foram as forças militares que receberam instruções portuguesas na área de con-trolo de tumultos, matéria que o exército Português parece dominar: “De facto, nós nessa área estamos um pouco mais de-senvolvidos e temos um pouco mais de conhecimento. O exército americano, por exemplo, no seu país não treina este tipo de tarefas e depois, quando as unidades são para aqui destacadas, acabam por ter algumas lacunas neste âmbito. Mesmo o equipamento deles não permite fazer face a todas as áreas específi cas no controlo de tumultos, como por exemplo a falta de protecção no pescoço.” As instruções foram divididas em duas fases, corres-pondendo uma à parte teórica e outra à prática. Capitão Estrela, comandante da companhia Bravo e administrador destas

acções de formação, explica: “De manhã, apresentavam-se as tácticas, técnicas e procedimentos que nós usamos no con-trolo de tumultos, e de tarde aplicavam-se estas mesmas técnicas nas aulas práti-cas”. Duarte Correia, Rui Santos e Jorge Bessa são os tenentes encarregues de fa-zer chegar o ensinamento das aulas práti-cas às forças internacionais que no quartel se apresentam para aprender. Cada um é instrutor de um contingente e, através da língua inglesa, ensinam aquilo que melhor sabem. No que toca a méritos, o Capitão Estrela crê que estes não podem ser vis-tos de uma forma individualizada, pois, “apesar de serem alguns militares do 2º BIMec a dar estas acções de formação, nós temos de pensar que temos uma bandeira no ombro e que estamos a representar Portugal.” �

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FOTOGRAFIA JULIANA MADEIRA

Page 19: Jornal de Abrantes

05WWW.ESTAJORNAL.COM Economia

“Se não fossem os jogos, não sei como seria”

Jogos da Santa Casa. Situação difícil não impede os portugueses de sonhar

ANA ISABEL SILVAESTA D 2º ANO

L Prémio. Com os prémios mais altos em jogo a afl uência de apostas aumenta

O FUNDO Monetário Internacional chegou a Portugal no passado dia 12 de Abril. Apesar da situação actual em que se encontra o país, muitos abrantinos, à semelhança do resto dos portugueses, ainda não sabem em concreto do que se trata o FMI, uma organização internacional que pretende as-segurar o bom funcionamento do sistema fi nanceiro mundial, criado em 1945 com quarenta e cinco países representados.Adelina Beirão, de Abrantes, se-tenta anos, reformada há cinco, tem noção de como se encon-

“Ninguém dá nada a ninguém”População de Abrantes comenta resgate fi nanceiro

JOANA FERREIRAESTA D 2º ANO

tra o país, no entanto não sabe propriamente o que implica este fundo. “Não sei o que é o FMI, mas as pessoas que sabem dizem que não os devíamos ter cá.” Afirma que não se deve pedir dinheiro emprestado a ninguém: “Estão a pedir milhões de di-nheiro emprestado”, portanto, “na minha intuição não presta.”Mas há quem afirme conhecer bem todas as questões relaciona-das com o FMI. António Raimun-do, também reformado e também ele de setenta anos, diz saber do que se trata o FMI, afirmando que o país não está assim tão mal, como muita gente diz, mas que também não está bom de todo. “O FMI vem fi scalizar os podres que aí há, vem trazer algum dinheiro

que faz falta, vem controlar, vem governar, já que os nossos não são capazes vêm eles governar isto.” Também João Duarte, desem-pregado, 52 anos, não deixa es-capar questões relacionadas com o fundo monetário internacio-nal. “Eles vêm analisar o estado das fi nanças portuguesas, mas em princípio eles vêm-nos aju-dar, mas vão-nos enterrar ain-da mais. Eles vão emprestar 50 depois vêm buscar 500. É como passar um pano por onde já está sujo e o pano nunca lá chegou a passar.” João Duarte reforçou ainda que “Ele vem pôr a gente ainda pior que ao que está. Nin-guém dá nada a ninguém.”A geração mais nova de Abran-tes também está a par do estado

em que Portugal chegou. Muitos daqueles que fazem parte dessa geração temem um futuro me-nos risonho em muitos aspec-tos, principalmente no aspecto profi ssional.João Artur Silva, 19 anos, estu-dante universitário, afi rma que “a intervenção do FMI pode ir desde tentativas de nova orça-mentação para reduzir a dívida e, se necessário, injectar dinhei-ro. Depois esse dinheiro tem que ser pago por nós. E aí haverá medidas rígidas para garantir o pagamento no prazo devido.”Já Ana Rita Constantino, de ape-nas 13 anos, pouco sabe sobre o FMI, mas sabe que o país está em crise e desabafa: “É desmotivan-te ter assim o país”. �

A VINDA do FMI não é uma novida-de para Portugal, pois nos últimos trinta anos já o recebeu três vezes. 1979 foi o primeiro ano em que foi necessária a ajuda do Fundo Mone-tário. A segunda vez foi em 1983. Teresa Ter-Minassian, formada em Direito pela Universidade de Roma e em economia pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, liderou, nessa altura, a equipa do FMI em Portugal.Jurgen Kroger (Comissão Europeia), Rasmus Ruff er (Banco Central Eu-ropeu) e Poul Th omsen (FMI) foram as três fi guras que, desta vez, ne-gociaram com o estado português o resgate fi nanceiro. O pacote de ajuda internacional foi fi xado nos 78 mil milhões de euros e será dis-ponibilizado em várias tranches a partir de Junho. Deste bolo, o FMI emprestará cerca de 20 800 mi-lhões de euros. �

FMI em Portugal

HÁ 40 ANOS que a papelaria Havane-za, no Centro Histórico de Abran-tes, tem os jogos da Santa Casa. Ana Isabel Godinho, de 40 anos, descreve a situação actual da pa-pelaria da família. A comerciante considera que os jogos da Santa Casa se tornaram “efectivamente” uma “mais-valia” para o seu negó-cio. Voltou para Abrantes há cinco anos para ajudar o pai no negócio e, sentada na cadeira, rodeada de canetas e lápis, fala ao ESTAJornal das difi culdades sentidas face à si-tuação económica do país.

Como é que funciona o regulamen-to dos Jogos?Com a Santa Casa não temos gran-de hipótese. Nem nós, nem nin-guém. A Santa Casa manda e nós cumprimos. O que dizem é que os agentes têm que ter todos os jogos, então nós temos todos. Ponto fi nal. Neste momento tudo se pode com-prar e vender na máquina. A ras-padinha é uma coisa que se vende bem. E não há excedentes. Todo o material que nos mandam, mes-mo em termos de exposição, não é uma imposição, mas não temos grandes hipóteses de negar. Todos os agentes têm uma comissão do serviço que prestam.Apesar da situação económica do país, a população abrantina con-tinua a jogar nos jogos da Santa Casa?

Sim, continuam a jogar como toda a gente. É daquelas coisas... as pes-soas têm sempre a tendência para procurar alguma coisa que lhes dê algum tipo de esperança. E os jogos são a hipótese de vir alguma coisa, de aparecer alguma coisa. A hipó-tese está sempre lá. Portanto, joga-se como se joga noutras partes do país. Se por acaso há em Abrantes menos [negócio], tem a ver com o facto de as pessoas não virem tanto à cidade. Sentiu uma quebra de 2010 para 2011?Claro, sentiu-se. Mas isto é cícli-co, numa semana joga-se menos, porque são “só” quinze milhões [de euros em jogo], depois começa a crescer. Quando começa a ha-ver mais dinheiro a tendência da pessoa lá vai. “Pode ser que sim”, então lá aposta mais um bocado e aí a coisa já cresce mais um bo-cadinho. Depois, de repente, sai [o prémio] e volta-se outra vez a apostar menos. Mas há uma que-bra, como há em tudo o resto. Há uma quebra nos jogos, se calhar menos acentuada do que em tudo o resto. Mas há uma quebra, como há nos jornais, nas revistas ou no material de papelaria. Pensa que se não tivesse os jogos da Santa Casa, o seu negócio estaria onde está, economicamente?Provavelmente já não estava. Porque as coisas têm vindo por aí abaixo, se calhar já tinha repen-sado tudo isto. Porque há muitas situações em que uma pessoa tem que pensar: “estou a trabalhar, mas aquilo que estou a fazer dá para tudo ou estou a trabalhar só para aquecer?” É que até pode dar, mas se for mesmo só para aquecer, não se está a fazer nada, então mais vale estar quieto. Por isso, se não fossem efectivamente os jogos, que são neste momen-to uma mais-valia, não sei como seria. Os jogos da santa casa são, portan-to, uma ajuda para lidar melhor com a crise?Claro! Qualquer um que entre na loja para vir pôr o Euromilhões ou o Totoloto, comprar uma ras-padinha, ou o que for, tem muito mais hipótese de vir comprar mais qualquer coisa.��

APESAR DAS MEDIDAS de austeridade, milhares de portugueses continuam a tentar a sua sorte. “Pode ser que saia desta vez”, desabafa umas das muitas apostadoras que se encontra na fi la da papelaria Havaneza. No primeiro dia em que vigora o novo modelo do Euromilhões, Ana Godinho, uma das proprietárias da loja, explica que este é um dia de movimento atípico: “o prémio é elevado, a esperança também au-

menta”. O boletim passa pela máquina regis-tando os números escolhidos por Maria Aurora, de 40 anos: “Algum dia vai ser o meu”, diz esperançosa. Apesar do seu ordenado mínimo, diz que não deixa de “apostar 2€ por semana no Euromilhões”. Com o jornal desportivo de-baixo do braço, José Costa, 57 anos, defende: “Se guardassem esses dois euros por semana, ao fi m de um ano teriam um dinheiro jeitoso”.�

Crise não impede apostas

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FOTOGRAFIAJOANA FERREIRA

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06 ESTA JORNALMAIO 2011Eucação EPDRA Diversidade, qualidade e bons resultados na empregabilidade dos alunos são alguns dos segredos deste projecto educativo

QUANDO chegamos à Herdade da Murteira, encontramos um lugar em que reina a tranquilidade. Uma vista espantosa, uma lagoa gran-de onde há barcos de recreio, uma pousada de onde se vislumbram cavalos, vacas, ovelhas e cabras. Pensamos estar a entrar numa qualquer Quinta de Turismo Rural.Foi esse contacto com a natureza que serviu de chamamento e que trouxe a Abrantes, Rui Barros, de 20 anos, de Castelo de Vide, e Diana Félix, 16 anos, de Alvega. Actualmente são estudantes de Turismo na Escola Profi ssional de Desenvolvimento Rural de Abran-tes (EPDRA). “A escola é fi xe, mas o contacto com a natureza… é mui-to bom”, dizem.Paulo Vicente, adjunto do Direc-tor, lecciona na EPDRA há 15 anos. Vai-nos mostrando a Herdade, que pertence à Câmara Municipal de Abrantes: “Aqui é a continuação da Escola, que arrancou há 21 anos com o professor José Abreu, ainda no então chamado Liceu” (actual Escola Dr. Manuel Fernandes).Ao longe vêem-se as estufas com 1000 m2 para assegurar a produ-ção fora de época e para “alimen-tar” o projecto Prove (venda de produtos agrícolas directamente à população). Na produção agrícola, a EPDRA tenta limitar ao máximo a aplicação de produtos quími-cos. Produz estrume, porque tem muitos animais, e a vermicompos-tagem (produção de composto a partir de minhocas) é um outro projecto, desenvolvido nesta Esco-la, também fruto de uma parceria. São os alunos que, sempre que possível, asseguram os trabalhos. “Mexer nos tractores, alfaias, toda a parte prática é essencial. Esta es-cola tem que ser um repositório de

muito conhecimento que não se pode perder. Se não, corremos o risco de em duas ou três gerações perdermos o saber da terra”, diz Paulo Vicente.Na herdade há muitas espécies fru-tíferas e, dentro de cada espécie, as diversas variedades. Mas também têm pinheiro manso, olival, vinha, horticultura e muita forragem para animais. Na EPDRA há 78 cavalos, sendo a maior parte dos próprios alunos.Bem no meio da herdade está a Pousada e o internato feminino. “Tínhamos o projecto que seria recuperar a Pousada, melhorar alguns aspectos para podermos in-tegrar nas rotas do turismo. Vamos ter que adiar ou recorrer a outros programas ou concursos”, diz João Quinas, director da EPDRA.As difi culdades também se fazem sentir nesta Escola. Por essa razão, o pavilhão para recolha de produ-

'Muito Bom' na avaliação

FOI A 9 E 10 de Fevereiro de 2011 que chegaram, à Herdade da Murteira, três avaliadoras do Minis-tério da educação: “Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avalia-ção e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de refl exão e de debate”, são os objectivos apresentados pelo Ministério para tais avaliações.A EPDRA recebeu a classificação de “Muito Bom”, ao nível de Resultados, na Organização e gestão escolar e Liderança, tendo ainda sendo distinguida com a classifi cação de “Bom” na Prestação do serviço educativo e capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola. Do exaustivo e fundamentado relatório, poderá perceber-se o que foi decisivo para este exce-lente resultado a nível nacional.Entre outros aspectos positivos, o relatório evi-dencia “as elevadas taxas de conclusão, nos úl-timos três ciclos formativos, registando-se uma progressão relativamente ao triénio anterior” e a “multiplicidade de iniciativas que cultivam nos alunos o espírito de solidariedade e o sentido da partilha, fomentando a sua participação na actividade educativa”.Ao nível pedagógico, a avaliação salientou o facto de a EPDRA desenvolver “práticas de articulação intra e interdepartamental” e uma “gestão con-junta e articulada dos programas, no sentido de encontrar estratégias com vista à superação de difi culdades diagnosticadas nos alunos”. Ain-da neste contexto, foi valorizada a “criação de instrumentos de avaliação e de guiões para a elaboração dos trabalhos escritos fi nais, unifor-mizados em termos de estrutura, assegurando critérios e procedimentos comuns”.Quanto à oferta educativa da EPDRA, o relatório sublinha a diversidade e a qualidade, “traduzida na disponibilidade das empresas para acolhe-rem os alunos da escola no âmbito da Formação em Contexto de Trabalho”. Considerando que se trata de ensino profi ssional, os inspectores que avaliaram a escola enalteceram “os melhora-mentos introduzidos, proporcionando excelen-tes condições para uma formação e qualifi cação em contexto real de trabalho”.O estilo de liderança do Director, a abertura à inovação, na área das tecnologias de infor-mação e comunicação, a abertura ao meio socioeconómico e cultural e o envolvimento em projectos de âmbito local são outros dos aspectos que contribuíram para a avaliação de “Muito Bom”.�

OS EXCELENTES resultados consegui-dos na avaliação externa feita pelo Ministério da Educação à Escola Profi ssional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA), na Herdade da Murteira, nas Mou-riscas, são “o refl exo do trabalho de equipa”. Em entrevista ao ES-TAJornal, João Quinas, director da escola, fala deste projecto, que pretende, antes de mais, “dar res-posta adequada” aos alunos, indo ao encontro das suas expectativas.

A escola que mais parece um campo de férias

“O ensino profissional tem hoje um papel de relevo”

MANUEL ANTÓNIOESTA D 2º ANO

tos agrícolas tradicionais da esco-la e da região vai ser adiado. Este equipamento será fundamental para recolher, embalar, acres-centar valor e colocar produtos no mercado.A intenção da recuperar o lagar continua em projecto. João Qui-nas assegura: “Queremos produ-zir azeite, vinho e um alambique. Porque o lagar tem uma arquitec-tura engraçada e, naquela envol-vente, se o projecto for aprovado faremos uma cafetaria e um res-taurante. Ou seja, gastronomia, ligado à temática do azeite. Tudo a funcionar, tudo para ser utili-zado na formação. Para fi carem a conhecer os processos tradicionais de produção. Já produzimos vinho e estamos a aumentar a nossa ca-pacidade de produção. Queremos fazer uma adega a funcionar num espaço antigo mas recorrendo às novas tecnologias”.�

MANUEL ANTÓNIOESTA D 2º ANO

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FOTOGRAFIAMANUEL ANTÓNIO

João Quinas, director da Escola Profi ssional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA)

MANUEL ANTÓNIOESTA D 2º ANO

Na Avaliação Externa das Escolas, realizado pelo Ministério da Edu-cação, a EPDRA alcançou uma boa classifi cação. A que se deve tal re-conhecimento?Penso que é refl exo do trabalho de equipa, realizado por um conjunto de pessoas que, de uma forma em-penhada e dedicada, têm dado o seu melhor a esta instituição. Fomos ca-pazes de dinamizar um projecto, em que acreditamos, conseguindo criar uma cultura de escola, que se tem refl ectido de forma bastante positiva em toda a comunidade educativa. Já têm todas as condições para concretizarem esses objectivos,

ou ainda faltam alguns elementos importantes para conseguirem melhores resultados?Um dos nossos objectivos é dar resposta adequada às solicitações dos nossos alunos e ir ao encontro das suas expectativas. Numa so-ciedade em permanente transfor-mação, cabe à escola e, neste caso, ao ensino profi ssional, um papel fundamental. Pois é pedido que, por antecipação, promova as res-postas mais adequadas ao futuro daqueles que em nós confi am e de-positam muita esperança. Somos uma escola que trabalha para a in-tegração dos jovens no mercado de

L Natureza. Localização privilegiada da escola é um dos principais atractivos para os alunos

trabalho e, para tal, deverão estar preparados e capazes de enfrentar os novos desafi os da sociedade.Têm dados sobre a empregabilida-de dos alunos?Criámos na Escola um observatório de empregabilidade onde temos dados sobre os alunos dos últimos 10 anos e os resultados são bons.Quais os protocolos com escolas ou países estrangeiros ou lusófonos?Temos protocolos de cooperação com S. Tomé e Príncipe, Moçambi-que, Cabo Verde e escolas Francesas da região de Auvergne, em especial Yssengeaux. É nosso objectivo refor-çar estas parcerias e celebrar outras que se considerem interessantes. Há algum estigma por ser um en-sino profi ssional?Não sentimos isso. O ensino pro-fi ssional tem hoje um papel de re-levo na sociedade portuguesa e na Europa.�L João Quinas

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07WWW.ESTAJORNAL.COM Sociedade

PIEF Fundos recolhidos em espectáculo de solidariedade revertem a favor de uma instituição abrantina

“Para o ano vou voltar”

O F’ESTA, Festival de Tunas de Abrantes

JOANA ANTUNESESTA D 2.ºANO

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FOTOGRAFIA JULIANA MADEIRA

L Tuna Iscalina. A boa disposição marcou presença entre todas as Tunas participantes no evento

para outras pessoas, sinto-me feliz por ajudar.” O espectáculo surgiu no âmbito do PIEF Voluntário, um projecto desenvolvido pelas duas turmas do Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) exis-tentes na Escola Dr. Manuel Fer-nandes, de Abrantes. O objectivo foi o de comemorar o Ano Europeu do Voluntariado e Cidadania Activa 2011. Introduzir um sentimento solidário e, ao mesmo tempo, incutir um sen-timento de responsabilidade foram alguns dos objectivos deste projecto. Susana Pires, professora, 36 anos, explica que foi necessária alguma calma e compreensão por parte dos docentes: “Houve dias em que as coisas correram melhor e outros em que correram pior. Mas, de uma for-ma geral, apesar de muitas vezes só quererem fazer aquilo que mais lhes interessa, eles empenharam-se.” Com o envolvimento neste pro-jecto, os alunos aprenderam o significado da palavra ‘empe-nho’. Mavilde Lopes, que vestiu

o papel de Madonna, conclui: “Eu aprendo melhor com este tipo de actividades porque são mais di-vertidas”, mas “a elaboração do projecto foi um bocado difícil, custou muito.”Chega a noite e as portas do Cine-Teatro abrem-se, algumas pessoas começam a entrar e espalham-se pela sala. Para além do projecto “POP STAR”, a encenação produ-zida pelos alunos PIEF, a noite foi preenchida também por artistas locais, que abriram o espectáculo. Entre os artistas da região encon-trava-se Salomé Silveira, con-corrente do programa televisivo “Uma canção para ti” e convidada especial do alunos PIEF. A noite termina então com o lei-lão dos quadros das três catego-rias vencedoras de um concurso de pintura nacional. A venda dos quadros rendeu 120 euros que, juntamente com o valor das en-tradas para o espectáculo, foram entregues à Associação Vida Cru-zadas, Associação de Desenvol-

vimento Pessoal e Comunitário do Tramagal. Esta instituição foi sorteada entre todas as institui-ções de solidariedade de Abrantes, cumprindo-se, assim, o objectivo desta iniciativa: ajudar.Depois destas actividades rela-

cionadas com cidadania, ajuda, voluntariado e solidariedade, Gonçalo Magalhães, 16 anos, que reconhecia ter aprendido a tra-balhar em grupo: “Aprendi que devemos ajudar os outros e a sen-sação de ajudar alguém é boa.” �

“A sensação de ajudar alguém é boa” JULIANA MADEIRAESTA D 2.º ANO

Ao som da música que saía de uma pequena aparelhagem, os profes-sores treinavam alguns passos de dança que iriam apresentar no es-pectáculo. Os alunos espalhavam-se pela rua que fi ca em frente ao Ci-ne-Teatro São Pedro, em Abrantes. A dançar, a conversar ou, ainda, a comer pizza do jantar, reuníam-se todos em convívio num clima de festa e alegria. Concentrado, Filipe fazia malabarismos com fogo, que dava luz à noite que estava a surgir. Na noite de 13 de Maio preparava-se o espectáculo de solidariedade “POP STAR”.O Filipe tem 17 anos e foi expulso do ensino regular devido ao exces-so de faltas. Michael Jackson, Bob Marley e D’ZRT foram as músicas que dançou no espectáculo que, segundo ele, demorou três sema-nas a preparar os ensaios. “Percebi que este espectáculo é importante

Ainda não eram sete horas da tar-de e já estavam a começar a che-gar as tunas visitantes para o XII F’ESTA, o Festival de Tunas Mis-tas levado a cabo pela ESTATuna. Entre elas encontravam-se a Real Tuna Infantina, da Universidade do Algarve, a Tum’Acanénica, da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria, a Tuna Iscalina, do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa, a Tuna Vicentuna, da Faculdade de Ciências da Univer-sidade de Lisboa. O F’ESTA contou também com a participação extra-concurso da centenária Tuna do Liceu de Évora. No passado dia 29 de Abril, todas as Tunas visitantes fi caram ao cargo de dois guias, alunos da ESTA que cuidariam da Tuna, fi cando com a responsabilidade de estas não se perderem ou chegarem tarde aos locais combinados. O primeiro dia do F’ESTA era para começar com as Serenatas, na Igreja de São Vicente, mas o mau tempo não o permitiu. A festa continuou então no Arraial, na Antiga Rodoviária,

com um DJ convidado a animar a comunidade universitária. Ana Rita Matias, de 21 anos, está no 1º ano de Comunicação Social da ESTA. Foi a primeira vez que as-sistiu ao F’ESTA: “Achei que o am-biente estava bastante agradável. Vi que todas as tunas e outros convi-dados foram muito bem recebidos. Fiquei também satisfeita por não ter havido confl itos e estava tudo muito bem organizado.” Como de-monstração da sua satisfação, Ana Rita Matias já confi rmou a sua pre-sença no próximo F’ESTA: “Acho que como Abrantes é um sítio pe-queno, e se não aderirmos às festas e procurarmos divertirmo-nos, também não estamos a contribuir para que isto melhore. E acho que tem tudo para correr bem e conti-nuar muitas mais vezes.”. “Foi um fim-de-semana muito agradável. Nunca vi um festival de tunas e acho que a nossa tuna portou-se muito bem.” – defen-deu Soraia Afonso, de 22 anos, aluna do curso de Vídeo e Cinema Documental (VCD) da ESTA. Foi a primeira vez que esteve presente durante o F’ESTA e diz que foi uma experiência muito boa porque to-dos demonstraram o melhor que podiam fazer. “Para o ano vou vol-tar, sem dúvida. Porque as Tunas

começaram a fascinar-me desde que entrei para a faculdade.”Foi ao som do hino da ESTATuna que a noite no Cine-Teatro de São Pedro terminou, embora o F’ESTA continuasse noite fora na Cerveja-ria do Aquapólis. “Notava-se que as pessoas já estavam mais cansa-das quando estive no Aquapólis. Sinceramente estava à espera de ver mais gente mas mesmo assim, senti um ambiente agradável.” O comentário é de Fábio Barros, 18 anos, aluno do 1º ano de Comuni-cação Social da ESTA. Participou pela primeira vez no F’ESTA, e achou que estava muito bem or-ganizado, mas também que havia capacidade para fazer um trabalho melhor. “Aspecto negativo? Talvez a organização do F’ESTA, não sa-bíamos bem a que horas e em que

lugar é que iam ser os eventos e isso fazia com que as pessoas se se-parassem muito e não estivessem todas no mesmo sítio.” Para Tiago Costa, aluno do 2º ano de VCD da ESTA, o F’ESTA não foi apenas mais um Festival de Tunas, foi aquele em que conseguiu fi nal-mente passar de Chospra (caloiro da Tuna) para Tuno, ou mais pre-cisamente Tuno Mais Novo (TMN). “O ano passado já tinha participado no F’ESTA, mas foi como Chospra, agora foi como Tuno. Já é diferen-te.” Manifestando alguma difi cul-dade em descrever o fi m-de-sema-na, acaba por dizer: “A primeira sensação foi de euforia, euforia ao máximo, até comecei a brincar com os outros Chospras.” Tiago Costa sabe que tornar-se Tuno apenas aumentou as suas responsabilida-

des para com a sua Tuna, mas não consegue deixar de sentir satisfação ao ter conseguido chegar tão lon-ge. Não consegue defi nir qual foi o melhor dia, “o F’ESTA em si foi o melhor dia.”. Aproveitou também o F’ESTA para conhecer alunos de outras Tunas e até chegar mesmo a travar amizades. A grande vencedora da noite foi a Real Tuna Infantina com mais de quatro prémios, entre eles: “Melhor Instrumental”, “Melhor Solista”, “Tuna mais Tuna”, “Pré-mio Festival da Canção” e “Melhor Tuna”. Seguiu-se então a Tuna Vi-centuna com três prémios: “Me-lhor Porta-Estandarte”, “Melhor Pandeireta” e a “Tuna do Públi-co”. Finalmente a Tum’Acanénica arrecadou prémio, “Melhor Sere-nata”. �

L Objectivo. Alunos aprendem signifi cado da palavra empenho.

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FOTOGRAFIA JULIANA MADEIRA

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08 ESTA JORNALMAIO 2011Sociedade UM DIA NA CONSERVATÓRIA DO BARREIRO O Simplex 2006 veio mudar a vida de quem trabalha no universo da identidade e da singularidade. São profi ssionais que desempenham diferentes papéis: “Nós aqui servimos de tudo: de padre, psicólogo, de mãe, pai, de confessores, de tudo.”

AINDA NÃO SÃO 10 HORAS e Alice Pires, ofi cial de Registo da Conservatória do Barreiro, já registou dois óbitos. De seguida chega mais um agente funerário e mais outro. Cumpri-mentam-se. Colegas de profi ssão, falam descontraidamente enquan-to Alice continua a registar óbi-tos. Faz parte da rotina, já todos se conhecem. O Sr. António vai lá todos os dias. “Às vezes chegamos a registar 10 óbitos ou mais; outras não registamos nada.”Apesar dos seus 14 anos de Registo Civil, Alice, de 49 anos, confessa que ainda lhe custa fazer os óbi-tos. “Principalmente quando são crianças e jovens, não me consigo afastar completamente dessa re-alidade.” Fátima André colega de trabalho, acrescenta: “Faz parte do trabalho e, como estamos apenas a lidar com papéis, é mais fácil”.Na teoria, um dia normal na Con-servatória do Barreiro, para um(a) ofi cial de Registo, começa às 9h00 e acaba às 17h00, com intervalo de uma hora para almoço. Na prática,

Aliceno “país” do registo civil

nem sempre é assim. Antigamen-te, para além do Conservador, ha-via o ajudante principal, primeiro e segundo ajudantes, escriturário superior e escriturário. Hoje em dia, todos são ofi ciais de registo. Todos fazem de tudo. Desde aten-der ao balcão, fazer registo de nascimentos, divórcios, óbitos, habilitações de heranças, registo automóvel e predial, ou a parte da contabilidade ou nacionalidades. Enquanto houver pessoas para atender, larga-se o que se está a fazer, sejam averbamentos ou habilitações. E não se abandona o local de trabalho até os utentes serem todos atendidos, embora já sejam 13h30 e a fome já aperte.Desde a implementação, em 2006, do SIRIC (Sistema Integrado do Re-gisto e Identifi cação Civil) - aplica-ção informática que permite lavrar os registos em suporte digital em substituição do papel, de uma for-ma muito mais fácil, rápida, efi caz e cómoda - a vida na Conservatória mudou para muito melhor. “Isto está tão diferente, tão diferente, que não tem nada a ver”, comen-ta Fátima André, de 54 anos, que está nesta profi ssão desde 1974 e que, por isso, viu o serviço crescer

a olhos vistos. “Quando eu entrei usava-se papel selado, selos nas certidões e era tudo feito em pa-pel. Uma vírgula ou um ponto fi nal assumia uma importância muito grande porque era tudo manus-crito, tudo feito à mão, não havia computadores.” Fazendo uma breve viagem à evo-lução do serviço, Fátima admite que o Simplex 2006 veio mudar a vida de quem trabalha neste uni-verso da identidade e da singulari-dade: “Foi uma grande mudança. Agora introduzimos determinados dados no computador e ele pra-ticamente faz tudo sozinho: res-ponde, tem uma sequência lógica de trabalho. É mais fácil.” Fátima explica ainda que esta mudança e os progressos tecnológicos vieram mudar “completamente o conteú-do do Registo Civil”. “Enquanto o Registo Civil era muito específi co e burocrático, agora, a meu ver, as-sumiu uma grande simplicidade.”Saíamos da mesa 18, onde Fáti-ma tratava do departamento das nacionalidades, e para lá do bal-cão mais pessoas iam entrando. Pais com os seus fi lhos que, pela primeira vez, faziam o cartão do cidadão (todas as tentativas eram

Amor, para rapazAmora, para raparigaSOFIA SCHABOWSKIESTA D 2.º ANO

SOFIA SCHABOWSKIESTA D 2.º ANO

VOCÁBULOS ADMITIDOS e não admitidos como nomes próprios. É assim que o Institu-to dos Registos e Notariados introduz o documento, disponível na respectiva página da Internet, que apresenta os no-mes que cidadãos portugueses podem e não podem dar aos seus filhos e filhas. Actualmente, o nome completo deve compor-se, no máximo, de seis vocábu-los gramaticais, simples ou compostos, dos quais só dois podem corresponder ao nome próprio e quatro a apelidos. O nome próprio deve ser português e não

deve deixar dúvidas quanto ao género da criança.O problema é que, enquanto os cidadãos portugueses têm que se limitar à lista ofi -cial de nomes, uma criança nascida em Portugal que tenha pai ou mãe estrangeira já pode ser registada com qualquer ou-tro nome próprio. O que dá origem a que façam parte da lista nomes para rapazes como Adonai, Adriel e Agnelo e nomes para raparigas como Africana, Aixa e Ásia. Percorrer a lista de nomes autorizados e não autorizados pode ser um verdadei-ro divertimento. E, no fi nal, entre muitas outras propostas pouco vulgares, fi ca a certeza de que um homem português se pode chamar Amor e que uma mulher por-tuguesa se pode chamar Amora. �

válidas para que a criança irre-quieta ficasse bem na foto), jo-vens que vinham perfi lhar os seus filhos, pessoas de nacionalidade estrangeira que vinham tratar de tudo para poder casar com o seu parceiro(a)… “O Registo Civil é um mundo para quem cá trabalha. Há de tudo. Conhecemos o mundo sem ter que sair destas quatro pa-redes”.O toque sonoro da campainha de atendimento não parava. A cada minuto aparecia alguém à sua se-cretária para ser atendido. Mas é isto mesmo que Alice gosta de fa-zer. Atender o público, as pessoas.

“Gosto do que faço…Quando con-corri para este serviço escolhi-o porque era o que se identifi cava mais comigo: falar com as pessoas, ouvi-las e poder ajudá-las.”Cada pessoa é uma pessoa e cada caso é um caso e, no Registo Civil, o utente é sempre a prioridade. Todos os dias aparecem situações mais ou menos complicadas e é tarefa dos ofi ciais estarem dispo-níveis para resolver o problema de quem aparece na Conservatória.“Nós aqui servimos de tudo: de padre, psicólogo, de mãe, pai, de confessores, de tudo.” “Se uma pessoa vem mudar o estado civil porque se divorciou ou enviuvou e começa a chorar, nós temos que a acalmar; se estamos a tratar dum divórcio e os ânimos se exaltam temos que nos meter, chamá-los à razão e acalmá-los.”Alice Pires explica que há assuntos que tocam sempre, como por exem-plo os divórcios, onde há sempre uma parte que sai magoada e que custa ver, ou alguém que tem algum problema e que acaba por contar a sua história e desabafar. Mas, para Alice, é isto que é a essência do Re-gisto Civil, a interacção com as pes-soas. “São algumas destas histórias que nos marcam e que depois fi cam connosco”, garante Alice, que fala deste emprego como um “trabalho de pessoas, para pessoas”.Aquele dia em que, logo pela ma-nhã se registaram dois óbitos, era também um dia especial que ter-minava em casamento. Só faltava a marcha nupcial. Dois casamentos no espaço de uma hora. Os noi-vos estavam presentes, as teste-munhas também, e meia dúzia de convidados faziam a festa enquan-to tiravam fotografi as. “Felicidades”, disse Alice ao en-tregar os papéis a outra noiva que também tinha acabado de mudar o seu estado civil para “casada”.Eram 18h00 e mais um dia no Re-gisto Civil tinha passado. Com um sorriso cansado, mas com o sentimento de dever cumprido, Alice fecha as portas da Conserva-tória e diz: “Amanhã há mais!”�

Amor

AmoraAdonai

Adriel

Agnelo

Africana

Ásia

Aixa

“”

Conhecemos o mundo sem ter que sair destas quatro paredes

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09WWW.ESTAJORNAL.COM Sociedade

DESDE MIÚDO, sempre disse que queria ser padre. Aos 10 anos, já com a escola primária terminada, in-gressou no seminário. Foi para padre por infl uência do padre da sua aldeia, o padre Francisco, que mais tarde acabou por se casar. Mas António Fontes tam-bém foi para padre porque gostava de fazer sermões. O Padre popularizado pelos meios de comunicação social por organizar o Congresso de Vilar de Per-dizes, esteve quase para seguir outros caminhos. No 9º ano do seminário, António Fontes foi expulso por ordem do Bispo, por ter andado a dançar o dia inteiro numa festa com as raparigas. Houve alguém que fez queixa. Quando, depois das férias, foi ao seminário buscar a mala, disseram-lhe para fi car. Alguém intercedeu por ele. Os anos que se seguiram foram pouco típicos para um seminarista. O Padre António Fontes conta ao ESTAJornal esta fase da sua vida: “Eu projectava slides, chamava conferencistas, fazia cinema (não era qualquer cinema), fazíamos carnavais. Foram os anos em que menos estudei. Comprava livros que não eram os obrigatórios. Não lia só o livro do professor, lia livros paralelos, de Psicologia, de Filosofi a... “.Ordenado pároco em 1963, nunca se imaginou nou-tra profi ssão a não ser o sacerdócio. Tentou aprender de tudo um pouco para ser mais útil a si próprio e à sociedade. Nos primeiros tempos, o meio de trans-porte que utilizava para ir às paróquias celebrar a missa era um cavalo, que mais tarde foi substituído por uma mota e fi nalmente por um carro.Na sua profi ssão, o que mais marcou o Padre An-tónio Fontes foi “ver despertar a fé nas pessoas, quase sempre pela via material, económica, cul-tural e social”.” O maior desgosto é ver sofrer as pessoas e não lhes poder valer, não aceitarem a minha ajuda, sugestão, orientação, religião”.O Padre António Fontes é, sem dúvida, um dos prin-cipais defensores da cultura popular da região do Barroso, fundador e principal dinamizador do Con-gresso de Medicina Popular em Vilar de Perdizes, que anualmente se realiza no primeiro fi m-de-semana de Setembro, desde 1983. Este congresso nasceu numa altura em que as tradições e a medicina po-pular antiga estavam a cair em desuso devido à concorrência ou oposição da “medicina química ou moderna”, assim como da “necessidade de registar e dar a conhecer o uso da medicina caseira, tradi-cional, ainda muito válida”. Graças aos Congressos de Medicina Popular, Vi-lar de Perdizes saiu do anonimato e passou a ser notícia nas nossas televisões, nos jornais e nas revistas. Uma vez por ano, esta localidade recebe milhares de visitantes, médicos, naturistas, bruxos e adivinhos, ilusionistas e especialistas em curas espirituais, especialistas em terapias de vidas pas-sadas, endireitas, cartomantes e ervanários. Vilar de Perdizes é o local por excelência onde tudo é permitido. Segundo o organizador, este Congresso é “uma escola aberta a toda a mentira e a toda a verdade”. Para além da participação no congresso de Medicina Popular em Vilar de Perdizes, o Padre Fontes é a personagem principal das sextas-feiras 13, conhe-cidas “Noites das Bruxas”, realizadas no concelho de Montalegre. Nestas noites, bruxas e bruxos in-vadem as ruas. Faz a reza do esconjuro e prepara a queimada que é partilhada e bebida por todos os participantes, que pode livrar de bruxedos, feitiços e maus-olhados.O povo montalegrense descreve-o como um “ho-mem de uma enorme sensibilidade e inteligência”. �

António Fontes, o padre da medicina popular e das bruxasTERESA FRANCO

ESTA D 2.º ANO

PAULA ISABEL PEREIRA ESTA D 2.º ANO

HÁ CERCA DE CINCO MIL ANOS no activo, a Medicina Chinesa (MC) é, nos dias de hoje, cada vez mais procurada por aqueles que preferem métodos de cura mais tranquilos e menos agressivos. Desde acupunctura, fi toterapia, Tui Na, entre outros, a MC tem mostrado progressos, ao longo dos anos, em força e efi cácia.

Bruno Palma é médico especialista em Medicina Chinesa (MC) nas clí-nicas Pedro Choy e, também, pro-fessor na Universidade de Medicina Chinesa de Lisboa. Ao ESTAJornal confessa que o que o cativou “foi esta energia subtil que não se vê, mas que se consegue manifestar”. Como já estava numa área muito próxima do estudo energético, co-meçou “a perceber a forma como (essa energia) nos afectava e se manifestava”. Também o facto de o estudo da MC ser muito vasto foi um factor de atracção: “Perceber que existia mais alguma coisa para além do órgão físico e que pode-mos modelar.”A exercer há cerca de treze anos, Bruno Palma explica o que é a acupunctura: “É uma disciplina da Medicina Tradicional Chine-sa. No aspecto de patologias e de conseguir dar saída ao número de pacientes, a acupunctura é sem dúvida a mais procurada, também porque é a mais ocidental. Esta técnica faz parte de um todo que é a causa do sucesso da Medicina Tradicional Chinesa, hoje só co-nhecida como Medicina Chinesa”. Nos tratamentos, existe todo um processo que começa ainda na sala de espera. Na clínica Pedro Choy, em Tomar, a tranquilidade sente-se em todo o espaço, fazendo-se acompanhar com música de rela-xamento chinesa e toda uma de-coração a combinar. Deste modo, quando um paciente entra no con-sultório, já leva despertas algumas energias e sensações.A acupunctura baseia-se “na in-serção de agulhas fi liformes, mui-to finas, em pontos específicos, chamados de pontos de energia do corpo”. Bruno Palma explica: “Cada órgão tem uma energia pró-pria que, ao ser estimulada, trans-mite essa força para outro órgão. Essas agulhas desencadeiam estí-mulos a nível corporal que fazem essa terapêutica. Tudo após um diagnóstico baseado em Medicina Chinesa, que normalmente se trata de um desequilíbrio de energias, como por exemplo o Yin e o Yang.”Esta Medicina defende que, antes de as patologias se revelarem no físico, revelam-se primeiro ener-geticamente. Ou seja, quando tratadas logo na fase energética, difi cilmente se irão manifestar fi -sicamente. Para além de efi caz, é também uma área bastante abran-gente. Problemas relacionados

Ocidente e Oriente juntos numa medicina milenar que todos os anos ganha mais admiradores

“Energia Subtil”

com dor física e distúrbios psico-lógicos são os que surgem mais. Entre outros, a MC trata, ainda, mulheres antes e durante a gesta-ção e bebés desde os primeiros dias de vida. Bruno Palma conta ainda que os tratamentos de infertilidade são também casos de sucesso.A acupunctura pode ter várias vantagens nas crianças: “O bebé, desde que nasce, que tem as suas características próprias e que, ao longo do crescimento, perde capacidade energética. Nos pri-meiros meses de vida, a criança gera facilmente febres e a acu-punctura pode tratar isso. Para além de tratar também cólicas e obstipações.”Comparando com a Medicina con-vencional, este método é mais de-morado, também porque não é tão agressivo e precipitado. Os pacien-tes podem sê-lo apenas um mês ou durante anos. O que se poderá tornar não muito acessível, fi nan-ceiramente, para algumas pesso-as. O início do tratamento começa com uma consulta semanal, depois disso quinzenal e, por fi m, mensal,

dependendo, claro, de cada caso.Isaura Silva, de 74 anos, é paciente há cerca de dez anos e procurou esta Medicina para aliviar dores nos ossos e articulações. Contudo, Isaura confessa que já pensou em desistir: “Umas vezes ando me-lhor, outras, ando pior, e é tam-bém o dinheiro que se gasta”. Ao comparar as duas Medicinas, Isaura Silva fica na dúvida, mas acaba por explicar: “Esta é mais calma e natural, enquanto a outra é mais rápida, mas também mais agressiva. Na MC também receitam medicamentos, para além do tra-tamento com as agulhas, mas são mais moderados. Contudo, acon-selho a acupunctura a amigos, sem dúvida, porque melhora muito”. Em género de balanço este médico e professor remata: “Aconselho a procura da Medicina Chinesa, no geral, e não só a acupunctura, pois uma das técnicas quando aplica-da sozinha é bastante viável, mas se juntarmos as três principais - acupunctura, fi toterapia e Tui Na - temos a abrangência positiva praticamente toda”.��

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FOTOGRAFIA TERESA FRANCO

L Tranquilidade. Ambiente relaxante ajuda a despertar energias positivas

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10 ESTA JORNALTERÇA FEIRA, 25 DE JANEIRO 2011Religião FÁTIMA. Os peregrinos chegam do mundo inteiro. Cansados mas vitoriosos. Neste 13 de Maio, na Cova da Iria, houve um pouco de tudo. Até a suspeita de um milagre.

12 de MaioA noite está agradável e o céu es-trelado. As ruas tornam-se aper-tadas pela pressa de quem quer chegar ao destino o mais depressa possível. Os carros que chegam, vão tentando a sua sorte arranjan-do um lugar vazio para estacionar, mas os menos pacientes deixam a sua viatura ainda longe e pelo próprio pé apressam-se para não perderem nenhum minuto. Os pe-regrinos chegam constantemente. O rosto suado faz transparecer um enorme cansaço, mas ao mesmo tempo um enorme alívio e alegria. As pracetas estão cheias, pois to-dos querem comprar velas para a missa das dez. As lojas fi cam aber-tas até mais tarde e até as lojas de vestuário estão a vender banqui-nhos, para que em pé ninguém se canse. No ar sente-se o cheiro das velas que ardem carregadas de fé e esperança. Na multidão, apenas se destaca a chama dessas velas. Dos olhos de milhares de pesso-as, que se encontram no recinto do santuário de Fátima, escorrem lágrimas em silêncio. Lágrimas de sofrimento, de mudança, de tris-teza ou de alegria, simplesmente lágrimas. Sem qualquer idade, nacionalidade ou raça, todos, à semelhança dos anos anteriores, são recebidos de igual modo nas celebrações deste ano. Entre rezas e cânticos a missa decorre com normalidade, ape-sar da emoção que é sentida por muitas pessoas. Nesta eucaristia de 12 de Maio, 288 padres e 23 bispos juntaram-se ao arcebispo de Boston, para além de grupos organizados de vinte e quatro países vindos de todo o mundo. Pelos corredores, a Nossa Senho-ra de Fátima, carregada por qua-tro homens, vai-se despedindo mas amanhã estará de regresso pela manhã, para as comemo-rações do 13 de Maio. As velas vão-se apagando pouco a pouco e a multidão vai se dispersando lentamente. Alguns regressam a casa nas suas viaturas e outros ficam alojados em hotéis ou sim-plesmente em tendas para o dia de amanhã, treze de Maio, o dia tão desejado por muitos católi-cos, vindos de diferentes países. Fátima está repleta de tendas.O tempo tem estado quente e as noites mais frescas são uma so-lução para quem quer chegar ao destino com menos sofrimento. Na noite de 12 para 13, ainda muitos peregrinos estão a caminho, com o objectivo de chegarem a tempo de assistirem às celebrações do 13

Peloscaminhos da fé

JOÃO PAULO II foi a grande atenção da peregrinação deste treze de Maio. Por decisão da Conferência Episcopal Portuguesa, a beatificação de João Paulo II está particularmente ligada ao santu-ário, com o carácter de celebração nacional de “acção de graças”. No santuário são distribuídos panfl etos com a imagem de João Paulo II, mas há quem traga a sua fi gura gravada em vários acessórios, como t-shirts ou bonés. Quando se professa palavras sobre este papa, as pessoas sentem um enorme carinho que é visível nos seus rostos.João Paulo II esteve no Santuário de Fátima em 1982, 1991 e, pela última vez, em 2000, altura em que beatifi cou os videntes Francisco e Ja-cinta Marto. Beatifi cado pelo seu sucessor no último dia 1 de Maio, é recordado em Portugal pela sua ligação a Fátima,. Foi mesmo considerado o Papa de Fátima, quando um ano depois do atentado de que foi vítima na Praça de São Pedro, em Roma, a 13 de Maio (mais uma vez) de 1981, veio à Cova da Iria agradecer à Rainha da Paz o ter providen-cialmente salvo. �

João Paulo II

uma pessoa de fé fi co comovido”.Voltando até ao recinto do Santuá-rio, e não faltando muito para ter-minar toda a celebração, já milha-res de pessoas se encontram com lenços brancos e acenando como forma de dizer adeus à Nossa Se-nhora de Fátima. Agora a emoção é realmente notória. As lágrimas que ontem caíam em silêncio, hoje fazem eco e por todo o santuário se escuta um simples fungar. Chegou a hora do Adeus, mas chegou tam-bém a hora de novas forças para todo o ano. Chegando ao fi m, os ecrãs espa-lhados pelo santuário mostram um documentário de treze mi-nutos sobre o papa João Paulo II. Algo inesperado acontece. Ouve-se em todo o lado “milagre, mila-gre”, os chapéus para proteger o sol começam-se a fechar rapida-mente e todos olham para o sol.

Uma auréola formou-se em torno do sol, levando muitos peregrinos a acreditar que realmente se tra-tasse de um milagre, que ocorreu devido ao vídeo sobre João Paulo II. No entanto, a ciência tem uma explicação para o que aconteceu. A comunidade científi ca chama-lhe halo solar. Um fenómeno que acontece quando pequenos cristais de gelo suspensos na atmosfera re-fl ectem a luz do Sol. Nestes casos, os cristais estão na ténue nuvem alta que se atravessa à frente do astro. Consoante o tamanho ou espessura, o resultado pode ser o que aconteceu em Fátima, ou mes-mo um círculo com o espectro de cores do arco-íris. O que não se consegue explicar é porque é que este fenómeno ocorreu em Fáti-ma, mais uma vez num 13 de Maio, quando se visualizava o vídeo, por volta da uma hora da tarde. �

DFOTOGRAFIA JOANA FERREIRA

“”

Quando chego sinto um grande alívio por ter chegado

de Maio.

13 de MaioOito horas da manhã. Está um sol radiante. Na rodoviária de Fátima os autocarros vão chegando cons-tantemente. Chegam carregados. A maioria das pessoas move-se em conjunto com um objectivo comum – as celebrações do 13 de Maio. Até chegarmos ao santuário consegue-se sentir um enorme movimento. A ida e volta nas pas-sadeiras são constantes. Os cafés estão cheios. Os copos e os pratos são de plástico e as mesas estão ar-redadas para que espaço não falte. Ainda há tempo para um pequeno-almoço, pois a missa tem início às dez. Se as ruas se tornaram aper-tadas no dia anterior, hoje elas encontram-se absolutamente cheias. Há gente por toda a parte e, à semelhança da noite anterior, de diversas nacionalidades, como Es-panha, Brasil, França, Alemanha, Itália e outras. Há quem fi que pelas ruas esperando que o tempo passe, mas há também quem se apresse para tentar arranjar o melhor lu-gar para as celebrações. O calor é imenso e não existem muitas op-ções de sombra para escolher. Os banquinhos são uma solução para algumas horas de imenso calor. São nove horas e trinta minutos. Reza-se o terço e ensaiam-se os cânticos. As pessoas não param de chegar. Trazem consigo bandeiras, símbolos religiosos, t-shirts alusi-vas às celebrações, terços e muitos outros objectos. Há imensos cha-péus-de-chuva abertos para que de alguma forma se reduza o calor

que se faz sentir no Santuário de Fátima. A procissão está prestes a começar. Os sinos também come-çam a tocar. No fi m da procissão vem a Nossa Senhora de Fátima e escuta-se: “Ela vem aí.” A agitação é sentida, as pessoas não fi cam in-diferentes. Umas começam a cho-rar de emoção e tentam chegar o mais próximo possível. Depois de a procissão passar, muitas pes-soas vão atrás. Muitos fl ashes são disparados, pois querem guardar e registar o momento. Ouvem-se palmas quando a procissão che-ga à Igreja central do santuário, a Basílica. A celebração continua, mas há quem se encontre fora do recinto do santuário. Sentada no passeio, debaixo de uma sombra, encon-tra-se Sandra Campos, uma pe-regrina vinda de Casal de Câmara. Percorreu quilómetros e demorou três dias a chegar a Fátima. É a se-gunda vez que vem como pere-grina. “Nos dias de mais cansaço nunca tive vontade de desistir pelos meus filhos.” Para Sandra Campos a peregrinação de este ano foi marcada por uma história não muito comum. Durante a sua via-gem ganhou varicela, julgavam as médicas onde foi assistida. Sandra dá algumas gargalhas e refere: “É tudo picadas das melgas, só que na altura disseram-me que era vari-cela”, referindo que fez o caminho todo, praticamente, durante a noi-te. Inserida num grupo de trinta pessoas Sandra pensa voltar para o ano: “Quando chego sinto um grande alívio de ter cá chegado”.Mais à frente, num banco de pra-ça, José Neves, de 59 anos, escuta a missa à distância ao lado da sua esposa. Todos os anos costuma vir a Fátima. “Nem sempre a treze de Maio”, refere. José Neves acabou por vir de carro apesar do seu grande esforço para vir a pé: “Já o ano passado tentei vir a pé e não consegui porque rebentaram-me os pés. E este ano, com muitas do-res musculares, também tive de desistir e acabei por vir de carro.” José afi rma que quando chega a Fá-tima a emoção é inevitável: “Sendo

L Mundo. Fiéis de todas as partes do mundo marcaram presença em Fátima para as celebrações do 13 de Maio deste ano

JOANA FERREIRAESTA D 2.º ANO

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11WWW.ESTAJORNAL.COM Verão

Em forma para a praia

MANUEL ANTÓNIOESTA D 2.º ANO

PAULA ISABEL PEREIRA ESTA D 2.º ANO

POR ALGUMA RAZÃO as férias grandes são durante o Verão. Sabe-se, de há muito, que o sucesso escolar dos jovens - ou a falta dele - não depende exclusivamente das ca-pacidades cognitivas de cada um, mas também do seu bem-estar físico, psíquico e emocional. A par de muitos outros factores, o calor é um dos mais importantes, principalmente nos países do Sul da Europa.“Quando a temperatura sobe, o professor já sabe que o rendimento da turma vai diminuir. A capaci-dade de concentração diminui, e o aluno tem mais difi culdade para fixar o conhecimento”, diz Ana Paula, de 48 anos, e já com 25 de docência. “Eles ficam mais agi-tados, não compreendem muito e não conseguem participar nas aulas. Os alunos estão muito mais irrequietos e, consequentemente, muito menos atentos”.Também para fazer face a essas problemáticas, e para cumprir ou-tros objectivos, tem havido uma aposta na renovação do Parque es-colar por todo o país. Em Abran-tes, no passado dia 11 de Maio, foi inaugurado o novo edifício da Escola Secundária Dr. Solano de Abreu, após um investimento de 10 milhões de euros. A ministra da Educação, assim como o mi-nistro dos Assuntos Parlamenta-res, Jorge Lacão - antigo aluno da escola – estiveram presentes na cerimónia. Construída em 1959, as antigas instalações já não ti-nham condições para os tempos e as exigências de hoje. “De Verão e

Calor. Dietas, afogamentos e condições das escolas são preocupações que surgem quando o sol começa a apertar.

Escolas enfrentam dias mais quentes

D

FOTOGRAFIA DR

de Inverno isto era uma tormen-ta”, diz uma funcionária que não se quer identifi car. “Dizem que a escola está bonita e é verdade, mas deveria ter fi cado bem melhor. Há lugares em que o Sol entra directo durante horas seguidas. Quem é que aguenta estar aí? E agora não há dinheiro para ligar o ar condi-cionado”, desabafa. E continua: “Mas não é caso único. Por exem-plo, a António Torrado, uma escola com meia dúzia de anos, durante o Verão, não tem qualquer condi-ção para as crianças terem aulas naquele ambiente. Tenho lá uma

familiar e ainda a semana passada, no dia 12, às nove horas da manhã, estavam 28ºC. Como é que pode?”.Maria João, de 15 anos, estudante na Solano de Abreu, afi rma que “a escola agora está muito mais boni-ta e melhor” mas não esquece dias mais quentes: “nos dias de mais calor ainda fi ca muito quente nas salas. Fica-se com preguiça. De-pois de almoço só apetece dormir. Não, o calor é para curtir, não é para ter aulas”.Cristina Sousa, médica, 45 anos, é da mesma opinião: “Sabemos que o calor prejudica o rendimento dos

A ESTAÇÃO MAIS ESPERADA pela maioria das pessoas está a chegar e a preocupação com a forma física começa a aumentar. Com a vinda do tempo quente, poucos são aqueles que ficam em casa. Quando se aproxima esta época, surge nas pes-soas uma maior preocupação com o peso. Existe uma correria maior aos ginásios e a procura da dieta ideal para chegar ao Verão com a melhor figura possível. Alguns optam pela perda de peso rápido, através da abstinência de certos alimentos e nu-trientes, ao passo que outros procuram uma alimentação mais saudável de modo a não porem em risco a saúde. Os especialistas recomendam hábitos saudáveis de alimen-tação, exercício físico durante todo o ano e dizer não às dietas loucas à medida que se aproxima o Verão.Cristina Venâncio, 42 anos, nutricionis-ta em Abrantes, afirma que as pessoas

Segurança na águaDANIELA AFONSOESTA D 2.º ANO

COM A CHEGADA do Verão aumentam os casos de afogamentos. A zona de Abrantes, com varia-das barragens e praias fl uviais, não é excepção. Manuel Valamatos, vereador do desporto da Câmara Municipal de Abrantes, explica que, nas áreas aquáticas mais frequentadas no Verão na região, nenhuma é vigiada, excepto a praia fl uvial de Aldeia do Mato: “A Aldeia do Mato é concessionada e com bandeira azul e, como tal, tem previstas questões de segurança que estão na responsabilidade da empresa que possui o contrato de exploração.”Relativamente ao Aquapolis, frisa que “não é ainda praia ofi cial porque, para ter essa de-signação, tem que ter três anos seguidos de análises de água”. Como tal, não tem segu-rança. “Nos anos anteriores, principalmen-te nos fi ns-de-semana, os bombeiros vão passando por lá para fazer alguma vigilância, mas nada ofi cial”, acrescenta.A Associação Para a Promoção da Segurança

estudantes. Há estudos que com-provam que temperaturas acima dos 30ºC diminuem um terço da nossa capacidade intelectual. Por isso, ter condições nas escolas não é questão de luxo. É sim de pro-porcionar condições de trabalho e aprendizagem, pois a educação é coisa séria. E tem que ser vista globalmente. Devemos promover, sempre que possível, as transfor-mações ao nível da construção e arquitectura. Por exemplo, o ar condicionado pode provocar pro-blemas de saúde, devido às carac-terísticas do ar. Este, sendo muito seco, ao entrar no sistema respira-tório causa arrefecimento intenso e irritação da mucosa. Para além disso, o choque térmico, pelo con-tacto rápido com ares de diferentes temperaturas, é motivo sufi ciente para irritar pessoas mais sensíveis nessa área. Por outro lado, mui-tas vezes, nem a dieta é adaptada à estação. O ideal seria que, nes-tes dias mais quentes, os alunos bebessem mais água e que a ali-mentação tivesse por base frutas, verduras e saladas, porque repõem os sais minerais perdidos com ca-lor e tornam mais fácil a digestão”, explica.�

“”

O calor é para curtir, não é para ter aulas

“aderem mais a dietas e aos suplementos alimentares para ajudar a perder peso”. A nutricionista aconselha que as “pessoas façam de tudo um pouco, ou seja, comida mais saudável, com ajuda de suplemen-tos, e ao mesmo tempo que aumentem a prática de exercício físico”. E sempre com vigilância médica.Alguns cidadãos procuram ter uma vida saudável durante todo o ano, como é o caso de Isabel Dias, 29 anos, secretária: “faço dieta durante todo o ano, não uma dieta maluca mas regulada. Procuro sem-pre comer produtos saudáveis, não gos-to de doces. A minha família sofre toda de obesidade e tenho a probabilidade do mesmo geneticamente, por isso tento ao máximo ter cuidado. Vou ao ginásio de vez em quando, mas não é uma coisa regular”.Já Teresa Henriques, 45 anos, desempre-gada, afirma: “preocupo-me com o meu corpo mas mais durante a época balnear. Durante o ano cometo algumas extrava-gâncias com a comida”.�

Infantil (APSI) explica que a maior parte dos afogamentos entre as crianças e adolescen-tes ocorre precisamente em locais naturais. Uma das soluções deste problema passa pela escolha de zonas vigiadas. É sempre neces-sário respeitar as bandeiras e as indicações dos nadadores-salvadores. “É essencial a colocação de barreiras físicas nas piscinas, tanques e poços, a utilização de auxiliares de fl utuação e a existência de meios e pessoas que permitam um salvamento imediato em caso de afogamento”, frisa a APSI.Segundo dados da APSI, em 2008 e 2009 mor-reram 34 crianças e jovens por afogamento em Portugal. 67% desses afogamentos ocorreu na época balnear. Os afogamentos em crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos ocorre-ram todos em ambientes naturais (mar, rios, ribeiras). 75% das crianças estavam acom-panhadas por adultos ou por outras crianças. Nem todos os afogamentos são fatais: a Orga-nização Mundial da Saúde estima que por cada criança que morre afogada pelo menos duas fi cam com incapacidades para toda a vida.�

L Solano de Abreu. Novas instalações tentam contornar o problema do calor nos dias mais quentes

Page 26: Jornal de Abrantes

12 ESTA JORNALMAIO 2011ÚltimaAbrantes pela objectiva dos alunos da ESTA

D

PEDRO COLAÇO

D

MARIA TAVARES

D

JOÃO MIRANDA

D

ANA FERREIRA

D

ANA SILVA

D

VANDA BOTAS

D

TERESA FRANCO

Trabalho desenvolvido no âmbito da unidade curricular de Fotojornalismo, ministrada por José Ribeiro (Reuters), José Carlos Carvalho (Visão) e Alexandre Azevedo (Sábado)

Page 27: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2011 ECONOMIA 15

Chama-se grupo BNI Estratégia de Abrantes e é um grupo de empre-sários que tem como objectivo ge-rar negócio e trocar contactos. Foi apresentado ao público no início deste mês de maio, numa cerimó-nia que juntou 350 empresários, às 6h30 da manhã.

O grupo de Abrantes conta já com

42 profi ssionais e pertence à Busi-

ness Network Internacional (BNI).

Segundo Tiago da Cunha, director

executivo do BNI Centro, é conside-

rada a maior organização de rede

mundial de contactos empresariais.

“Nós constituímos equipas de tra-

balho de cerca de 40 empresários

em várias regiões do país, os quais

trabalham para passar gratuitamen-

te oportunidades de negócio entre

eles, dão informações uns aos ou-

tros, aumentam a sua credibilidade,

conhecem melhor cada uma das

suas empresas.”

Não há empresas da mesma activi-

dade dentro de um grupo para que

não haja concorrência entre mem-

bros. Tiago da Cunha acrescentou

ainda que “não há limite para o nú-

mero de empresários que desejam

ingressar no BNI. Nós temos grupos

de 70 e mais empresários, como de

apenas 18, depende da capacida-

de de gestão e da ambição de cada

equipa de trabalho”.

Dar e receber oportunidades de negócio

Esta é a natureza do BNI. Segundo

o director, é a fi losofi a que todos de-

vem manter para conseguirem fun-

cionar como membro de um gru-

po BNI. “Quando damos oportuni-

dades de negócio vamos receber

oportunidades de negócio. É uma

atitude que cultivamos. Desenvol-

vemos negócios através de reuni-

ões semanais de Networking e do

sistema palavra-passa-palavra”. Este

sistema é, segundo Tiago da Cunha,

uma troca de contactos entre os

empresários quando se reúnem.

Assim, cada empresário pode con-

tar com os contactos de todos os

outros do seu grupo para, assim,

trabalhar oportunidades de negó-

cio. “Basta ter conhecimento de que

uma pessoa necessita de um ser-

viço e eu encaminho essa pessoa

para um dos membros do grupo

que trabalhe nessa área”, explica o

director.

O Networking é uma forma de fa-

zer negócio baseada na troca de re-

ferências e oportunidades entre os

membros do grupo.

As reuniões semanais dos grupos

de empresários do BNI realizam-

se às 6h45 e terminam às 9 horas.

Porquê tão cedo? O director expli-

ca “ Os participantes iniciam o dia já

com muito trabalho feito enquanto

a concorrência ainda está a dormir.

A essa hora não há telemóveis a to-

car e é uma atitude. Funcionamos

assim no BNI um pouco por todo

mundo”.

O BNI Estratégia de Abrantes é

presidido por Luís Pires, da empresa

Grão Café, que se mostrou bastan-

te satisfeito com este recente lan-

çamento do grupo em Abrantes.

“Temos como objectivo chegar ao

meio milhão de euros de negócio

neste primeiro semestre e depois, é

claro, chegar aos dois milhões este

ano. Quanto ao número de mem-

bros, também vai aumentar para

cerca de 50. Acredito assim que este

grupo marca uma diferença não

só pelo número de membros, mas

sobretudo pela qualidade que de-

tém”.

O BNI foi criado há 26 anos nos Es-

tados Unidos e já conta com mais

de 140.000 membros em 47 países.

Joana Margarida Carvalho

• Luís Pires e Tiago da Cunha, do Grupo BNI.

ABRANTES

BNI Estratégia junta empresários da Região

Page 28: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO201116 ECONOMIA

Foi em 28 de Maio de 1900, portanto há

111 anos, tantos quantos conta o Jor-

nal de Abrantes. Nesse dia abriu portas

a Farmácia Motta Ferraz no local onde

hoje se encontra. Porque já existia, ao

que consta no hoje largo João de Deus,

em Abrantes.

Foi Manuel Ferreira da Motta Ferraz

que ali instalou, no local onde antes

existia uma ermida. Sucedeu-lhe o fi lho,

Manuel da Serra Motta Ferraz.

Desde 1988 tem a direcção técnica

de Isabel Pinhão, que é também a pro-

prietária, e reparte a gestão da empresa

com o marido, Paulo Pinhão. Não é difí-

cil perceber que a farmácia de hoje pou-

co terá a ver com pharmacia de há 111

anos. Mas o essencial da função é o mes-

mo, fornecer os medicamentos que po-

dem aliviar os males do corpo, e às vezes

da “alma”. De acordo com Isabel Pinhão,

“o negócio farmacêutico está hoje mui-

to difícil, com grandes custos de gestão,

porque há um grande controlo burocrá-

tico e a legislação é apertadíssima. Nota-

se uma grande diferença, por exemplo

em relação há 10 anos atrás.” Já quanto à

profi ssão, “é das mais aliciantes. É um au-

têntico serviço público de grande proxi-

midade na área da saúde.” Mas confes-

sa que “está a ser desvirtuada a essên-

cia da farmácia, passando desse lado de

serviço público de saúde para se centrar

mais no negócio. Por isso, estamos a as-

sistir à promoção do consumo do remé-

dio. Há poucos anos ainda, era impensá-

vel fazer publicidade ao medicamento.

Hoje, é comum.” E explica que “não é um

fenómeno português, mas acabámos

por ser arrastados para isso.”

Hoje, o desafi o “é mantermo-nos”.

A concorrência é muito grande, a cri-

se está instalada e nota-se também na

farmácia. “As pessoas perguntam quan-

to custa e por vezes dizem ‘agora não

posso’. Noutras vezes, escolhem o que

compram, por exemplo compram o que

cura e não compram o que é para aliviar

as dores, porque as dores aguentam-se.

Ou perguntam se não há mais barato.”

As opções estratégicas fi cam para de-

pois.

Alves Jana

CARTÓRIO NOTARIAL DE TOMARA CARGO DO NOTÁRIO

LIC. JOSÉ ALBERTO SÁ MARQUES DE CARVALHO

EXTRACTOANTÓNIO APARÍCIO SARDINHA, colaborador do Notário do referido Cartório, por competência delegada, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por escritura de hoje, lavrada a folhas 46 e seguintes, do livro de notas número 256 – L, deste Cartório, compareceram como outorgantes:PRIMEIRO: - ANTÓNIO SAMUEL MIRRADO FARRAIA, natural da freguesia de Cernache do Bonjardim, concelho de Sertã, divorciado, residente na Alameda Conde de Oeiras, n.º 13, 2780-137 Oeiras, contribuinte fi scal número 124 385 605.SEGUNDA: - MARIA MARGARIDA MIRRADO DOS SANTOS FARRAIA SEQUEIRA LOPES, natural da freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, viúva, residente na Rua Miguel Homem de Sampaio e Melo, n.º 24-3.º esquerdo, 2900-080 Setúbal, contribuinte fi scal número 106 239 678.TERCEIRA: - ANA MARIA MIRRADO FARRAIA DE PINA PRATA, natural da freguesia de Cernache do Bonjardim, concelho de Sertã, casada com Francisco Xavier Pina Martins Prata, na separação de bens, residente na Rua Quirino da Fonseca, n.º 14, 1.º direito, 1000-252 Lisboa, contribuinte fi scal número 108 452 549.QUARTOS: - MARIA EDUARDA GODINHO DE MAIA MIRRADO VAZ SERRA e marido JOSÉ DA MATA VAZ SERRA, ela natural da freguesia e concelho de Mação e ele da freguesia de Cernache do Bonjardim, concelho de Sertã, casados na comunhão geral de bens, residentes na Avenida Defensores de Chaves, n.º 81, 3.º, 1000-115 Lisboa, contribuintes fi scais números 108 984 877 e 108 984 826.

QUINTA: - ANA FRANCISCA GODINHO MIRRADO CAVALHEIRO BARBOSA GAMA, natural da freguesia de S. Julião, concelho de Setúbal, viúva, residente na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, n.º 95, 1.º esquerdo, 1070-062, Lisboa, contribuinte fi scal número 117 446 955.PELOS PRIMEIROS, SEGUNDA, TERCEIRA, QUARTOS E QUINTA OUTORGANTES FOI DITO:Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores naproporção de um nono para o primeiro, um nono para a segunda, um nono para a terceira, três nonos para os quartos e três nonos para a quinta outorgante, do seguinte prédio:RÚSTICO, composto de terra de cultura arvense, olival, pinhal, eucaliptal, sobreiral e mato, com a área de um milhão setecentos e sessenta e dois mil e quinhentos metros quadrados, (176,2500 hectares) sito no lugar de Vale de Caminhos ou Água Branca de Cima, freguesia de BEMPOSTA,concelho de ABRANTES, a confrontar do norte com Samuel Farraia e outros, sul com REFER, S.A.: (Linha do Leste), nascente com herdeiros de João Adegas, poente com Manuel Ribeiro, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na matriz sob o artigo 7, Secção K,com o valor patrimonial e atribuído de 5.000,15 euros.Que o referido prédio veio à posse deles justifi cantes, no ano de mil novecentos e oitenta e nove, na proporção indicada e já no estado civil referido para cada um deles, por partilha verbal da herança de sua mãe e avó, Ana do Rosário Godinho Mirrado, que também usava Ana do Rosário de Matos Godinho, viúva e residente que foi na vila e concelho de Mação, sem que dela fi cassem a dispor de título sufi ciente e formal que lhes permita o respectivo registo.Que possuem o referido prédio em nome próprio e nas proporções indicadas, há mais de VINTE ANOS, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse que sempre exerceram, sem interrupção e ostensivamente com o conhecimento de toda a gente, da freguesia de BEMPOSTA, lugares e freguesias vizinhas, traduzido em actos materiais de fruição, conservação e defesa, nomeadamente, usufruindo dos seus rendimentos, cultivando e recolhendo os respectivos frutos, pagando os respectivos impostos e contribuições, agindo sempre pela forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse pública, pacifi ca, contínua e de boa fé pelo que adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO.Autorizada a prática deste acto por delegação do respectivo Notário, conforme autorização n.º 175/4, registada em 01/02/2011 no “site” da Ordem dos Notários.

O COLABORADOR DO NOTÁRIO,a) António Aparício Sardinha

(em Jornal de Abrantes, edição 5484 – Maio de 2011)

Carta ao DirectorSr. Director, venho por este

meio solicitar que seja publi-

cado no Jornal de Abrantes

a seguinte informação.

Eu, António Ataíde Castel-

branco, informo que nunca

fi z nem faço parte de qual-

quer “blog”, assim como re-

pudio em absoluto a auto-

ria de qualquer opinião ou

texto que não esteja espe-

cifi camente assinado por

mim.

Com os meus melhores

cumprimentos,

António Castelbranco

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111 ANOS

Farmácia Motta celebra capicua com discrição

• A Directora técnica Isabel Pinhão.

Page 29: Jornal de Abrantes

jornaldeabrantes

MAIO2011 ECONOMIA 17

Parece um supermercado, mas

não é. Ou é e não parece? É e não

é um museu, mas vivo. É um la-

birinto, mas também é uma loja.

Mas uma loja que é muito mais

que isso.

José Manuel Pombo, o proprie-

tário, dá-nos as coordenadas de

base: abriu em 16 de Junho de

1986, no Tapadão, Alferrarede,

num edifício onde antes tinha ha-

vido umas bombas de combustí-

vel e depois uma ofi cina auto. O

seu pai, Manuel Pombo, comprou

o edifício e ali estabeleceu uma

loja de venda de produtos para o

mundo rural. E explica: “Isto é um

estabelecimento comercial, mas

é muito mais que isso, é um servi-

ço de apoio à agricultura de sub-

sistência e às pessoas que dela vi-

vem. Por isso, além de vendermos

os produtos indispensáveis ao

mundo rural, fazemos um serviço

de aconselhamento para o qual

tivemos de fazer formação.” Não

é, portanto, só uma loja, e não é

esse o ambiente. “Cultivamos um

ambiente familiar, que as pesso-

as muitas vezes utilizam até para

conversar, e mesmo desabafar.”

O espaço é o testemunho de um

tempo que já não existe, mas que

está ali à mão. Talvez por isso, as

contas são feitas de lápis e papel

e os mais velhos reavivam ali me-

mórias bem nítidas que não é fá-

cil encontrar noutro lado. Porque

ali há de tudo. “Isto não foi pensa-

do assim, mas as pessoas iam pe-

dindo.” José Manuel Pombo gere a

casa com uma calma agrícola e um

ritmo rural. Ali é aldeia, embora no

tecido urbano. Vale uma visita.

A Cervejaria Aquapolis, em Abrantes, situada na mar-gem Norte do rio Tejo, vai apostar ainda mais na ani-mação de Verão.

Depois de uma primeira ex-

periência no Verão do ano

passado que se revelou posi-

tiva, este ano preparam mais

eventos. Com uma esplanada

sobre o areal, assente numa

estrutura metálica amovível

(apenas é montada no perí-

odo mais quente do ano), e

uma outra no calçadão, em

frente ao edifício, a gerência

garante criar mais de duas

dezenas de lugares sentados

para quem ali queira passar.

Nos meses de Junho a me-

ados de Setembro, sempre

que o tempo o permita, a mú-

sica ao vivo (todas as quartas,

sextas e sábados) será reali-

zada no exterior. Neste ano,

este espaço de lazer quer

trazer outro tipo de anima-

ção a Abrantes. Por exem-

plo, para dia 18 de Junho já

está agendada a presença

de uma banda de karaoke,

uma novidade na região. É

uma noite em que os clien-

tes podem ir cantar mas

em vez do cd serão acom-

panhados por uma banda.

Em julho a gerência quer

criar o Aqua Summer Par-

ty, uma festa que poderá ter

realização no areal da praia

fl uvial, sendo animado por

DJ’s. Um desfi le de moda,

com a participação de lo-

jas e modelos de Abrantes,

desportos radicais, volei de

praia, canoagem e outras

actividades outdoor estão

nos planos de Luís Mateus

e Carlos Catarino, os geren-

tes deste espaço de diversão.

Luís Mateus disse ao JA que

pretendem continuar com

o serviço de refeições e pe-

tiscos, mas este ano a apos-

tar mais na animação no ex-

terior. “É para aproveitar as

potencialidades que este

espaço nos dá” e, por outro

lado, permitir que os clien-

tes o aproveitem da me-

lhor maneira com algu-

mas actividades que an-

tes não eram realizadas.

Luís Mateus diz que a Cerve-

jaria Aquapolis tem conse-

guido afi rmar-se como um

“espaço de qualidade no ser-

viço mas também de ofer-

ta musical e de lazer”, inseri-

do num dos “novos” investi-

mentos públicos feitos em

Abrantes. Um outro objecti-

vo poderá passar pela cria-

ção de parcerias com empre-

sas que possam ali organizar

actividades desportivas e de

lazer.

ARMAZÉM SAPEC

25 anos de uma loja que é um mundo

• O proprietário José Manuel Pombo.

Mais animação no Verão da cervejaria Aquapolis

Page 30: Jornal de Abrantes

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MAIO201118 ACTUALIDADE

A praia fl uvial de Aldeia do Mato volta a repetir, este ano, o galardão bandeira Azul, que defi ne o espaço com qualidade da água e das infra-estrututuras.

O espaço balnear, concessio-

nado à empresa Segredos da Al-

deia, vai, no entanto, ter mais al-

guns investimentos promovi-

dos pela Câmara Municipal de

Abrantes, através de uma can-

didatura ao programa ProDer.

Maria do Céu Albuquerque reve-

lou, no início de maio último, que

os bungalow’s que ali existem vão

ser substituídos e o seu número

será maior, face à procura que têm

tido no Verão, e mesmo noutras es-

tações do ano.

A piscina existente na albu-

feira também vai ser quali-

fi cada, já que não se encon-

tra nas melhores condições.

A autarca revelou que desde que a

empresa Segredos da Aldeia assu-

miu a concessão e a praia ganhou

a bandeira azul, tem aumentado a

procura daquele espaço de lazer.

Uma das questões mais premen-

tes é o acesso que se faz a partir do

centro de Aldeia do Mato por uma

rua estreita e com um grau de in-

clinação elevado. Também nesta

matéria João Carlos Gomes, pre-

sidente da Junta de Freguesia, re-

velou que um novo acesso esta-

rá para breve. A ligação de sanea-

mento básico de Aldeia do Mato

a Martinchel vai permitir fazer a

ligação por um estradão fl orestal

que será o acesso à praia fl uvial.

A aldeia está, nesta altura, toda

esburacada devido à instalação

das condutas de saneamento bá-

sico, mas durante o mês de Junho

os pavimentos estarão repostos. É

pelo menos essa a indicação dada

ao presidente da Junta de Fregue-

sia, que sente bastante o aumen-

to de população nos períodos de

maior calor. “Este é um espaço cada

vez mais procurado no Verão, mas

também noutras épocas do ano”.

Já a empresa concessionária da

praia pretende aumentar os ser-

viços colocando à disposição um

barco para que se possam fazer

“cruzeiros” na albufeira, criando

uma nova oferta turística para os

que procuram este espaço.

Jerónimo Belo Jorge

ALDEIA DO MATO

De novo bandeira azul e novos investimentos

Page 31: Jornal de Abrantes

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MAIO2011 ACTUALIDADE 19

Quem esteve soube como correu. A quem não esteve, não conseguiremos descre-ver. São estas as palavras que nos sobram depois da apre-sentação do nosso projecto, no passado dia 17 de Maio, no Cine – Teatro S. Pedro.

A Curta-metragem “Colorin-

do Sorrisos” abriu a 6ª edição

do “AniMaio ” e mostrou a to-

dos os presentes o projecto

que o “Colorindo Sorrisos” de-

senvolveu ao longo dos últi-

mos nove meses, através do

qual ajudámos a melhorar o

bem-estar e a felicidade dos

meninos da casa de S. Miguel.

Durante este ano lectivo, rea-

lizámos um conjunto de acti-

vidades com as crianças des-

ta instituição, proporcionan-

do-lhes momentos únicos,

lúdicos e de lazer. A “Hora do

Conto”, na biblioteca António

Botto, uma aula de equitação

na Quinta do Cabrito e um

workshop de Ninjutsu no Par-

que Urbano de S. Lourenço

foram alguns dos momentos

retratados na curta-metra-

gem. Mas o nosso trabalho

não fi cou por aqui, visando

colmatar algumas das ne-

cessidades da instituição. Em

paralelo às actividades com

as crianças, realizámos uma

campanha pelo concelho

de Abrantes, para sensibili-

zar a população e incentivá-

la a participar neste projec-

to. Com ela, angariámos bens

materiais como aquecedores,

roupa, brinquedos e algum

dinheiro para comprar bens

de higiene. Conseguimo-lo

com a ajuda de todos. Este

projecto não termina com o

fi nal deste ano lectivo: abri-

mos uma série de oportuni-

dades a estas crianças. De-

mos a conhecer a todos a es-

sência da casa de S. Miguel.

E fomos recompensados por

isso, com a simpatia e com

os agradecimentos das crian-

ças. Manteremos ainda a con-

ta “Colorindo Sorrisos” activa

até ao fi nal do ano para que

possa continuar a contribuir!

Com este projecto, tentámos

transmitir a toda a comunida-

de abrantina a “magia” com

que, sem nos apercebermos,

fomos envolvidos! Quere-

mos, por último, agradecer a

todos aqueles que contribuí-

ram para este projecto. Muito Obrigado!

Daniel Teixeira, Élia Batista, Margarida Pereira, Sara Cor-

da. 12º B, da Escola Secun-dária Dr. Manuel Fernandes

SOLIDARIEDADE JUVENIL

“Colorindo sorrisos”

Page 32: Jornal de Abrantes

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Page 33: Jornal de Abrantes

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MAIO2011 ACTUALIDADE 21

DE 10 A 13 DE JUNHO

Barquinha Non StopVila Nova da Barquinha e o Barqui-nha Parque recebem novamente o Festival de Artes de Animação e Teatro de Rua, no próximo mês de Junho, nos dias 10 a 13, com orga-nização da Câmara Municipal.

O festival denominado Barquinha

NON STOP tem como objectivo pri-

mordial promover o que existe em

Portugal no género da expressão

artística e o concelho. Como nos

anos anteriores, a vila será palco

de dança, teatro, animação de rua,

artes circenses, pirotecnia, músi-

ca, exposições, desporto aventura,

folclore, marchas populares, bal-

let, artesanato e o melhor da gas-

tronomia. Apesar de um orçamen-

to reduzido em 50%, em relação ao

ano passado, a autarquia mantém

a aposta dos anos anteriores em

ter presentes espectáculos inter-

nacionalmente reconhecidos. Nes-

tes 4 dias, habitantes e visitantes

podem contar com uma programa

animado e inovador.

Este ano são vários os artistas

nacionais e internacionais, tendo

principal destaque o grupo CIA

Anagrama, que tem como objecti-

vo principal a aglomeração de di-

ferentes vivências pessoais e pro-

fi ssionais; Carros de Foc Teatre, que

produz mostras de grande esca-

la em espaços abertos realizando

espectáculos de rua com movi-

mentos adaptados para desfi les e

concursos; Atelier?, as pessoas são

transformadas radicalmente em

festa e dança; Companhia Gazua,

teatro de improvisação ambulante

e de intervenção; Sinfonia de Fogo,

espectáculo de sincronização en-

tre a Banda do Exercito e a compo-

nente pirotécnica, e Teatro do Mar,

um espectáculo visual, sensitivo e

emocional.

O festival Barquinha NON STOP é

também uma oportunidade para

conhecer o património histórico e

cultural do concelho, como o Cas-

telo de Almourol e a Igreja Matriz

de Atalaia.

• CIA Anagrama (ao centro) e Teatro do Mar em cima (em cima) são duas das atrações do Barquinha Non Stop.

Page 34: Jornal de Abrantes

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MAIO201122 CULTURA

Abrantes

Até 24 de junho - Exposição de escultura - Charters de

Almeida - Uma Antologia- Galeria de Arte - de terça a

sábado, da 10h às 12h30 e das 14h às 18h30

Até 30 de junho - Exposição Biblioteca de Livros Fan-

tásticos de Carmen Domech -Biblioteca António Botto

3 a 16 de junho - Exposição Dávida Benévola de San-

gue pelos alunos da Escola D. Miguel de Almeida Bi-

blioteca António Botto

3 e 4 de junho - Festival da criança e do ambiente Pa-

lestras e animação Centro histórico e Aquapolis

3 de junho – Teatro “Fulaninha e Dona Coisa”, pelo

grupo de teatro Palha de Abrantes – Cine-teatro São

Pedro, às 21h30

4 de junho - Teatro Dois Irmãos, pelo grupo de teatro

Palha de Abrantes Cine-teatro São Pedro, às 21h

A partir de 10 de junho - Exposição Antevisão III do

Museu Ibérico de Arqueologia e Arte Museu Dom

Lopo de Almeida - Castelo

10 a 14 de junho - Festas de Abrantes Música com

Jorge Palma, Aurea, Virgem Suta, Projecto Amar, entre

outros Centro histórico de Abrantes

17 a 30 de junho - Exposição Separar é o que está a

dar, pelos alunos das escolas do 1º ciclo Biblioteca An-

tónio Botto

CINEMA - Espalhafi tas - Cine-teatro São Pedro, às

21h30

1 de junho – “Mulberry ST”

8 de junho – “O Discurso do Rei”

15 de junho – “Dos Deuses e dos Homens”

22 de junho – “Tulpan”

Barquinha 10 a 13 de junho – Festival ”Barquinha Non Stop 2011”

- Festival de Artes de Animação e Teatro de Rua Barqui-

nha Parque

Constância Até 24 de junho - Exposição Nascimento de um artista

Biblioteca Alexandre O’ Neill

Até 30 de junho Mostra Bio-bibliográfi ca de José Luís

Peixoto Biblioteca Alexandre O’ Neill

10 de junho a 3 de Julho - Exposição Vitrais Tiff any,

de Maurício Bexiga – Posto de Turismo

19 de junho - Iniciativa DVD Parque com o fi lme 2012 -

Parque ambiental de Santa Margarida, às 16h00

25 de junho - Contos ao Sábado - Contos para rir, de

Luísa Ducla Soares Parque ambiental de Santa Marga-

rida, às 17h00

Mação 24 a 26 de junho – Happy Rock – Desporto e con-

certos com AFL, Tributo ao Rock Português, Rock em

Stock, DJ Sérgio Delgado – Largo da Feira, entrada li-

vre

AGENDA DO MÊSCharters de Almeida expõe antologia na Galeria de Arte de Abrantes

José Heleno lança livro de fi losofi a

O que é um livro? Pensamos sabê-lo. Mas

exposição “Biblioteca de Livros Fantásticos”

desafi a-nos a pensar para lá do óbvio. É uma

exposição que se alimenta da fantasia e do

trabalho de narração oral e animação da lei-

tura. E que desafi a o visitante a dar asas à sua

imaginação. Carmen Domech, a autora, co-

meçou a sua caminhada no âmbito da litera-

tura infantil e da animação da leitura em 1987

e, desde então, publicou vários livros e mate-

rial para educadores sobre este tema. A ver

até 6 de junho.

“Filosofi a e Medicina” é o título de mais um

livro de José Manuel Heleno. Esta edição (Fim

de Século) comporta dois textos. O primei-

ro, é “a versão escrita” da comunicação apre-

sentada pelo autor nas recentes Jornadas de

Urologia, em Tomar, no mês passado, e tem

o mesmo título que o livro. O segundo texto,

“Perspectivas sobre a morte”, republica um

artigo da revista de fenomenologia Pahino-menon, do Outono de 2007. Pelo tema, cabe

bem nesta obra. O livro é assumidamente de

fi losofi a e o autor é doutorado em fi losofi a.

Mas a obra é acessível a um público bem vas-

to, não sendo necessário um conhecimento

técnico da fi losofi a. E quem é que não está

implicado na afi rmação de Fernando Pessoa,

que José Manuel Heleno assume no seu livro

e talvez possa resumi-lo: “Todos nós sabe-

mos que morremos; todos nós sentimos que

não morremos.” Paradoxal? Então, este livro

permite uma viagem à volta ou por dentro

deste problema.

Vai estar patente na Gale-

ria de Arte de Abrantes uma

exposição síntese da obra

do escultor Charters de Al-

meida. Desta mostra ex-

positiva fazem parte deze-

nas de obras que o escultor

doou à cidade de Abrantes

para serem expostas no fu-

turo Museu Ibérico de Ar-

queologia e Arte. Charter de

Almeida nasceu em Lisboa

em 1935, terminou o cur-

so especial de Escultura na

Escola Superior de Belas Ar-

tes do Porto e o curso Supe-

rior de Escultura na mesma

escola. Autor de vários pré-

mios o autor recebeu este

ano o Doutoramento “Ho-

noris Causa” em Arquitectu-

ra, pela Faculdade de Arqui-

tectura e Artes da Univer-

sidade Lusíada de Lisboa.

A exposição pode ser vista

até 24 de Junho, de terça a

sábado, das 10h00 às 12h30

e das 14h00 às 18h30.

Fantásticos, os livros, em Abrantes

Page 35: Jornal de Abrantes

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MAIO2011 CULTURA 23

TERESA APARÍCIO

Encontramos este magnífi co caste-lo dentro da vila de Belver, ergui-do sobre um monte, que desce em declive sobre a margem direita do Tejo e de onde se pode admirar um magnífi co panorama, justifi cando plenamente o nome que tem, que teria resultado da aglutinação das palavras Belo Ver.

As lendas, como quase sempre,

aparecem para explicar determi-

nados topónimos, como acontece

com esta que se segue e que se si-

tua precisamente neste castelo:

Certo dia, uma princesa moura

resolveu subir à torre de mena-

gem e, encantada com o belíssimo

panorama que deslumbrou o seu

olhar, exclamou “Ó meu pai, que

belo ver!” Este, que era o alcaide e

senhor do castelo, concordou em

absoluto com a fi lha, pelo que de-

cidiu que o local se passaria a cha-

mar Belo Ver, que teria dado ori-

gem a Belver.

É uma lenda bonita, mas que cro-

nologicamente não coincide com

a História, pois parece que o nome

foi dado pelo próprio rei D. Sancho

I, já no tempo dos cristãos.

No início da nacionalidade, os

nossos primeiros reis sentiram a ne-

cessidade de reforçar militarmente

a linha do Tejo, para defender estas

terras dos constantes ataques dos

mouros. Adoptaram então a políti-

ca de construir fortalezas e de doar

vastos territórios a ordens milita-

res, que fi cariam com a obrigação

de os defender. Assim D. Sancho I,

sucessor de D. Afonso Henriques,

resolveu doar à Ordem Religiosa

de S. João do Hospital, mais tarde

Ordem de Malta, as denominadas

terras de Guidintesta, com a condi-

ção de aqui construírem um caste-

lo. A carta de doação está datada

de 13 de Junho de 1194 e dela reti-

ro apenas um pequeno extracto:

“Eu Sancho, por graça de Deus rei

de Portugal…passo carta de doa-

ção a vós senhor Afonso Pais, prior

do Hospital… da terra de Guidin-

testa, da qual vos concedemos do-

ação para que façais um castelo, a

que damos o nome de Belver”. Se-

gue-se a delimitação das terras de

Guidintesta que englobavam um

vasto território que ia de Oleiros,

passando por Amêndoa, Alvega,

Belver e ia até Castelo de Vide.

Dentro das muralhas do Caste-

lo, encontra-se a capela de S. Brás,

cuja construção deve situar-se em

fi ns do século XV, princípios do XVI.

No interior, encontra-se um inte-

ressante retábulo em madeira en-

talhada, não dourada, contraria-

mente ao que é mais habitual na

talha, que costuma ser dourada. É

constituído por bustos de santos

vários, que no peito têm uns al-

véolos que serviram de relicários,

mas que hoje já se encontram va-

zios. As relíquias estão, agora, den-

tro de uma pequena arca, na igreja

matriz. Segundo a lenda, estas relí-

quias teriam vindo pelo Tejo abai-

xo, tendo sido depositadas neste

retábulo pelo Infante D. Luís, prior

do Hospital e fi lho do rei D. Manuel

I, que para esse fi m o oferecera à

capela.

Ainda hoje as Santas Relíquias

são aqui objecto de grande devo-

ção e é em honra delas, que se faz

em Agosto, uma festa anual que é

a mais importante desta vila.

Belver merecia a todos os títulos

que o turismo investisse mais nes-

ta zona, pois além das belíssimas

vistas e do seu interesse históri-

co é detentora de uma apetecível

gastronomia, onde se destacam os

pratos de lampreia.

Bibliografi a: Ferreira, Lobato J. C., Monografi a da Antiga Vila de Belver, edição da C. M. de Gavião, 1999. Foto de Carlos Grácio

LUGARES COM HISTÓRIA

O castelo de Belver

Page 36: Jornal de Abrantes

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MAIO201124 ACTUALIDADE

José Joaquim Brito Ribeiro Vasco, nasceu em Andreus, no concelho de Sardoal, a 7 de Janeiro de 1924. Faleceu a 27 de Abril de 2011.

Médico, professor e político, mas

acima de tudo um homem preocu-

pado com as questões sociais e com

as pessoas, deixou a sua marca em

muitas gerações pelo seu exemplo

de dedicação e cidadania.

Conhecido em toda a região, o Dr.

José Vasco, escolheu Abrantes para

exercer medicina em 1955. Aqui tra-

balhou quase meio século, fechan-

do a porta do seu consultório, junto

ao Jardim da República, a 31 de Ju-

lho de 2003.

O exercício da medicina era para

ele um acto sagrado, sem olhar a

horários ou esforços, porque a do-

ença também nunca escolhe a hora

ou local para se fazer sentir e todos

contavam com ele em qualquer

momento de afl ição. Os doentes

eram uma das prioridades da sua

vida, nas consultas tantas vezes gra-

tuitas, em tempos em que as difi cul-

dades económicas se faziam sen-

tir. Foram milhares de doentes que

passaram pelo seu consultório.

Dedicou um especial interesse

e carinho às crianças, numa altu-

ra em que as especialidades eram

muito raras e a Pediatria uma mira-

gem. Fez Pneumologia (Tisiologia)

no Dispensário de Abrantes do Ins-

tituto de Assistência Nacional aos

Tuberculosos, onde salvou a vida

a centenas de doentes atingidos

pela tuberculose, na época uma das

principais causas de morte. Este tra-

balho na luta contra a tuberculose

permitia, simultaneamente, o com-

bate a uma das principais questões

sociais que então se fazia sentir. Fez

ainda um curso de anestesista, es-

pecialidade que praticou longos

anos na então Casa de Saúde de

Abrantes. Foi também o médico da

P.S.P. e dos CTT ao longo de várias

décadas.

Um homem simples, disponível,

determinado e convicto dos valores

que nortearam a sua vida dedicada

também à luta pela justiça social.

Foi um destacado activista do

MUD Juvenil em Coimbra, duran-

te a frequência da Universidade

e, mais tarde, no início da sua vida

como médico foi preso pela PIDE.

Nos anos 50, integrou, por convi-

te do seu Director, Américo Santo, o

corpo docente da Escola Industrial e

Comercial de Abrantes (EICA), onde

foi professor de Higiene, Puericul-

tura e Enfermagem, nos cursos de

Formação Feminina.

Duas décadas mais tarde, as suas

preocupações na luta pela demo-

cracia e justiça social fi zeram com

que integrasse a Comissão Admi-

nistrativa que geriu a Câmara Muni-

cipal de Abrantes. Alguns anos de-

pois, presidiu à Assembleia Munici-

pal de Abrantes, entre 1990 e 1994.

Em todas estas vertentes da sua

vida deixou sempre a marca da ho-

nestidade, tolerância, competência,

dedicação e rigor em tudo o que fa-

zia.

Foi sempre um homem tranqui-

lo e cultivava o dever de lealdade

com os seus amigos, porque a ami-

zade foi um dos valores fundamen-

tais da sua vida. Disso dão testemu-

nho o pequeno grupo que consigo,

em 1974, dinamizou a Associação

de Moradores de Andreus e que,

em 2002, lhe prestaram homena-

gem. Também no associativismo

desportivo, no Amadores de Pesca

de Abrantes (APA), participou em

concursos de pesca, desporto que

praticava com regularidade. Foi di-

rigente do APA e da Associação Re-

gional de Pesca de Rio, que projec-

taram a cidade de Abrantes ao nível

nacional e internacional.

Quem conheceu o Dr. José Vasco

sabe que nunca valorizou títulos

académicos e sempre foi avesso a

homenagens, porque o importante

da vida são as pessoas.

Ao médico, ao professor, ao políti-

co, mas essencialmente ao homem,

Abrantes deve, no entanto, o reco-

nhecimento público, para que o seu

exemplo de cidadania perdure na

memória do tempo e das gerações.

Amélia Bento

Faleceu o Doutor José Vasco

Page 37: Jornal de Abrantes

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Page 38: Jornal de Abrantes

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CARDIOLOGIADr.ª Maria João Carvalho

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CLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio - Dr. António Prôa

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GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira

MEDICINA INTERNADr. Matoso Ferreira

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P A U L O N I Z A

VALE DE RÃS – ABRANTES

Manuel MartinsN. 30/07/1927 - F. 05-05-2011

AGRADECIMENTO

Sua esposa, fi lhas, genro e netos, na impossibi-lidade de o fazerem pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que velaram, assistiram à Missa de Corpo Presente e acompa-nharam o seu marido, pai, sogro e avô à sua úl-tima morada, no cemitério de Santa Catarina.A todos o nosso profundo reconhecimento.

Miquelina Caetano HortaN. 01/03/1925 - F. 12/04/2011

AGRADECIMENTOSeus fi lhos, noras, genros, netos e bisnetos, na impossibili-dade de o fazerem pessoalmente, vêm por este meio agra-decer a todas as pessoas que se interessaram pelo seu estado de saúde durante a sua doença, a velaram, assistiram à mis-sa de corpo presente e acompanharam á sua ultima morada.Agradecem muito reconhecidamente à D. Karlla Kinack e seu marido, sr. José Alves, da Casa de Acolhimento e suas auxiliares pela forma competente e carinhosa como trata-ram a nossa familiar.A todos o nosso muito obrigado.

Agradecimento

Eduardo Rebelo de Ornelas e Vasconcelos

Falecido em 21-03-2011

Na impossibilidade de o fazer pessoalmente, a todos agradeço profunda-mente reconhecida a presença e o carinhoso apoio, neste momento de dor.Quero ainda manifestar a minha imensa gratidão a todo o pesso-al do Hospital de Abrantes, neles incluindo o serviço de segurança, e com especial relevo aos serviços de Cirurgia I e Medicina II, pelo profi ssionalismo, carinho, disponibilidade e dedicação sempre de-monstrados ao longo da doença de meu Pai.

Maria Amélia Vasconcelos

Eduardo José Martins GarciaN. 10/02/1946 -F. 25/04/2011

AGRADECIMENTOA família agradece a todos quantos o acompanharam até à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. Um agradecimento especial à Equipa Médica e de Enfermagem do Hospital de Abrantes e de Torres Novas.A todos o nosso muito obrigado.

ABRANTES

José Joaquim Brito Ribeiro VascoN. 7/01/1924 - F.27/04/2011

AGRADECIMENTOA Família do Dr. José Vasco vem, por este único meio, agradecer a todos quantos lhe manifestaram pesar, das mais diversas formas, pelo falecimento deste seu ente querido.

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MAIO2011 SAÚDE 27

Bate, bate coração

SAÚDE É ... Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere

As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte em Por-tugal e um dos seus maiores proble-mas de saúde pública, com graves consequências para a sociedade e para o sistema de saúde.

Os principais factores de risco para as

doenças cardiovasculares são a hiper-

tensão, diabetes, tabagismo, obesida-

de, o abuso de álcool, o sedentarismo, o

stress excessivo.

Perguntar-se-á como “anda” o coração

dos portugueses? Em nossa opinião, o

risco é demasiado elevado, se tivermos

em conta que quase 42% de população

adulta é hipertensa e 12% tem diabetes.

Estes factores de risco não estão contro-

lados e atingem cada vez mais as pesso-

as jovens. Também a obesidade crescen-

te, em todos os grupos etários, provoca

novos casos de hipertensão, diabetes e

alteração dos níveis de gordura no san-

gue. Em Portugal, uma em cada três

crianças é obesa ou tem excesso de

peso. Devido à crescente adopção de

maus hábitos alimentares, a população

começou a ter proble-

mas cardiovasculares

cada vez mais cedo. O

abuso do consumo de

álcool e de tabaco em

homens e mulheres de

meia-idade contribui

para o aumento do nú-

mero de pessoas que

sofrem de doenças

cardiovasculares e da

mortalidade precoce,

situações perfeitamen-

te evitáveis através de

uma opção conscien-

te por comportamen-

tos saudáveis. Não é possível acabarmos

com as doenças cardiovasculares, mas

podemos reduzir muito o número de

casos na nossa sociedade.

A actividade física regular, uma alimen-

tação saudável (com redução do sal,

gorduras e hidratos de carbono), o con-

sumo de álcool em quantidades mode-

radas, a vigilância regular da tensão ar-

terial, a avaliação do peso, não fumar,

são algumas das medidas que podem

ajudar o nosso organismo a manter-se

mais saudável, durante mais anos.

E se já está doente, por favor, não se es-

queça de tomar a medicação.

A responsabilidade de decidir se que-

remos viver com mais saúde, bem-estar

e melhor qualidade de vida é nossa e

depende apenas da nossa vontade.

O coração, esse, está mesmo nas nos-

sas mãos…

Natáliya Barchuk, médica

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