Jornal novo almourol ed 398 julho dig

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JULHO 14 | N°398 | ANO XXXIII | PREÇO 1,20 EUROS | MENSAL DIRECTOR LUIZ OOSTERBEEK Novo Almourol p04&05 Entrevista a Jorge Faria Da janela do Gabinete na Câmara Municipal do Entroncamento, Jorge Faria, presidente da autar- quia, observa uma cidade que prometeu devolver às pessoas, mas dentro dos Paços do Concelho a situação financeira encontrada é "preocupante". No entanto, Faria não baixa os braços e dentro das possibilidades do município o executivo tenta passar a mensagem da mudança. Criativos ao poder O que têm em comum os criativos que invadem Abrantes com o 180 Creative Camp e os idosos de Mação que com lã criam admiráveis peças? Cor, criatividade, trabalho e recordações. p12,13&17,19 "Barquinha: Crónicas Históricas" Poeta, músico, jornalista, associativista, autarca e investigador da história local. Muitas são as facetas de António Luís Roldão, nascido a 19 de Novembro de 1934, na Rua da Barca, em Vila Nova da Barquinha. Não quis ser entrevistado porque o seu lado no jornalismo é de caneta na mão. Tem um novo livro, "Barquinha: Crónicas Históricas", e a apresentação foi durante a Feira do Tejo Falta de Civismo O NA foi chamado a reportar um caso que pode configurar perigo para a saúde pública, num local, a antiga fábrica de cerâmica de Moita do Norte, Barquinha, em que o perigo espreita até na via pública. A falta de civismo de alguns põe em causa o quotidiano de outros. p07 p06 OLAF BREUNING

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JULHO 14 | n°398 | Ano XXXIII | Preço 1,20 euros | MensALDIRECTOR LuIZ oosTerBeeK

Novo Almourol

p04&05

Entrevista a Jorge FariaDa janela do Gabinete na Câmara Municipal do Entroncamento, Jorge Faria, presidente da autar-quia, observa uma cidade que prometeu devolver às pessoas, mas dentro dos Paços do Concelho a situação financeira encontrada é "preocupante". No entanto, Faria não baixa os braços e dentro das possibilidades do município o executivo tenta passar a mensagem da mudança.

Criativos ao poder O que têm em comum os criativos que invadem Abrantes com o 180 Creative Camp e os idosos de Mação que com lã criam admiráveis peças? Cor, criatividade, trabalho e recordações. p12,13&17,19

"Barquinha: Crónicas Históricas"

Poeta, músico, jornalista, associativista, autarca e investigador da história local. Muitas são as facetas de António Luís roldão, nascido a 19 de novembro de 1934, na rua da Barca, em Vila nova da Barquinha. não quis ser entrevistado porque o seu lado no jornalismo é de caneta na mão. Tem um novo livro, "Barquinha: Crónicas Históricas", e a apresentação foi durante a Feira do Tejo

Falta de Civismo O NA foi chamado a reportar um caso que pode configurar perigo para a saúde pública, num local, a antiga fábrica de cerâmica de Moita do Norte, Barquinha, em que o perigo espreita até na via pública. A falta de civismo de alguns põe em causa o quotidiano de outros.

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02 CURTAS & GROSSASNovoAlmourol

JULHO 2014

“Missão Reciclar” No dia 14 de Julho, dois agentes da “Missão Reciclar” (equipa da Sociedade Ponto Verde) vão visitar as freguesias de Atalaia e Vila Nova da Barquinha e bater à porta dos munícipes com a missão de converter todos os que ainda não reciclam e clarificar as regras de reciclagem a todos que já o fazem. Com esta acção de sensibilização a Sociedade Ponto Verde tem como objectivo continuar a criar condições para que um maior número de portugueses cumpra a missão cívica de separar os seus resíduos e que estes sejam encaminhados para a reciclagem. A “Missão Reciclar”, que está agora na sua 2.ª fase, teve início a 19 de Dezembro de 2013 e pretende bater à porta de 2 milhões de lares portugueses em mais de 200 concelhos e entregar mais de 340 mil ecopontos domésticos, tornando Portugal num país melhor.

UDA recebeu faixas. Nuno Bernardo deixa comando técnicoA União Desportiva Atalaiense celebrou a vitória na série A da 2.ª Divisão Distrital de Santarém no relvado do Parque Desportivo Municipal de Atalaia no dia 10 de Junho, com a entrega das faixas de campeão e com um jogo contra a equipa de veteranos. Fernando Freire, presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, bem como Ricardo Honório, vereador na autarquia, e Manuel Honório, presidente da Junta de Freguesia de Atalaia, entregaram as faixas aos campeões em ano de celebração de 50 anos de existência do clube. Nesse dia, Nuno Bernardo técnico da equipa, mantinha as dúvidas sobre a sua permanência em 2014/15, e as mesmas acabaram com o técnico a anunciar a sua saída no dia 28 de Junho. Ao NA, Nuno Bernardo justificou a decisão com "as condições de trabalho propostas" e que impossibilitavam a realização dos seus métodos de trabalho. No entanto, ressalvou que "foi um prazer e um orgulho enorme treinar o clube da minha terra" recordando como ponto alto a "bancada cheia com o povo da Atalaia, com gente da minha terra, com aqueles que me são queridos a apoiar a equipa". Bernardo realça o 1º Campeonato Distrital 2.ª Divisão- Série A (2013/14), um ano e 10 meses sem derrotas em casa, entre outras "vitórias".

Aviso à populaçãoA Força Aérea vai realizar, entre os dias 16 e 30 de Julho, o exercício de helicópteros HOT BLADE 14, no âmbito do programa de treinos de helicópteros da Agência Europeia de Defesa. O exercício vai contar com a participação das Forças Armadas Portuguesas, da Bélgica, Alemanha, Holanda, Áustria e Reino Unido, no interior Centro/Norte de Portugal Continental. As forças participantes irão executar missões em horário diurno e nocturno de forma a cumprir os objectivos propostos, o que poderá causar algum transtorno às populações. O exercício tem como objectivo permitir que as tripulações de helicópteros europeias se qualifiquem e treinem em cenários exigentes idênticos aos actuais teatros de operações e aumentar a interoperabilidade entre as forças participantes.

↑ rio acima

↓ rio abaixo

Castelo Reaberto

É uma referência regional, nacional e internacional. A reabertura do Castelo de Almourol, ainda que de forma limitada, é uma boa notícia para a região e para o concelho de Vila Nova da Barquinha. E reabriu melhor, requalificado e renovado.

Buraco no caminho

A hora tardia a que uma placa do pavimento junto à Praça Salgueiro Maia, no Entroncamento, cedeu terá evitado males maiores e a Ribeira de de Santa Catarina ficou a céu aberto. É injusto culpar os actuais eleitos mas uma coisa é certa, terá de ser feito mais do que apenas remendar buracos. A cidade precisa.

Sr. Roldão

Como é conhecido António Luís Roldão, personalidade dedicada e carismática de Vila Nova da Barquinha, que lançou durante a 28.ª Feira do Tejo o livro "Crónicas Históricas", mantendo vivo o passado e ajudando o concelho a melhor perspectivar o futuro. Obrigado Sr. Roldão!

Má Educação

A antiga fábrica de Cerâmica em Moita do Norte, Vila Nova da Barquinha, tem sido usada por cidadãos pouco cuidadosos para mudar óleo de viaturas e outros trabalhos mecânicos. O problema é o rasto de poluição e sujidade que deixam para trás. A cerca de 40 metros há habitações. (Pág 6)

Mercado de Tramagal

O Mercado diário do Tramagal (Abrantes) foi devolvido à comunidade após a realização de obras para a sua requalificação. Inaugurado em Novembro de 1947, o espaço carismático da "Vila Convívio" Está pronto para a modernidade e cria valor.

Sem rasto

A angústia de familiares e população é enorme, a procura constante, mas não há notícias sobre Rui Igreja, de Praia do Ribatejo, que desapareceu sem deixar rasto. Avistamentos falsos são relatados à família e autoridades, o que aumenta a ansiedade. Para o bem ou para o mal, seria bom encontrar alguma explicação. A verdade.

Velho relógio da torre da Igreja Matriz de Stº António, Barquinha, vai ser musealizado e exposto ao público. Hipótese de venda descartada mas custos de recuperação são elevados

350 O valor em milhares de euros da adjudicação efectuada pelo Centro Internacional do Órgão e do Carrilhão (CICO), com sede em Constância, a uma empresa holandesa para construção de um carrilhão itinerante, o primeiro a nível nacional. O carrilhão ‘Lusitanus’ implica a construção de 63 sinos e a aquisição de um camião de transporte.

Fase "Charlie"

Finda a fase “Bravo”, a época mais crítica no combate a incêndios iniciou-se dia 1 de Julho e estende-se até dia 30 de Setembro. O combate para a época de 2014 conta com mais 250 bombeiros e quatro meios do que no ano transacto. O combate e prevenção a incêndios vai contar com 2.220 equipas das diferentes forças envolvidas, 9.697 elementos, 2.027 veículos e 49 meios aéreos, além dos 237 postos de vigia da responsabilidade da GNR.

noVoALMouroL.wordPress.CoMNA PRIMEIRA PESSOA 03 JULHO 2014

CVVâniaMoura26 anos,ConsultoraCoordenadora da Formação o. senioresBarquinha

1998Iniciei o percurso enquanto escuteira. Foi um background fundamental no desenvolvimento de competências de gestão e trabalho em equipa, essenciais no mercado de trabalho

2006Foi um ano de mudança, com a ida para Lisboa e o início do curso de economia, que mais tarde completei com o mestrado em Finanças.

2008Participei no programa erasmus. A experiência de viver sozinha num país diferente contribuiu para o meu crescimento pessoal e para o contacto com uma cultura diferente da nossa.

2011um ano especial! Terminei o mestrado, comecei a trabalhar e, através da Associação essência da Partilha, fundámos a Fos.

2012Abracei um projecto profissional diferente, enquanto consultora numa multinacional, que me proporciona diariamente novos desafios.

O que mais gosta de fazer nos tempos livres?Os meus tempos livres são ocupados quase na totalidade com a coordenação da Formação Ocupacional de Seniores (FOS). É um projecto em crescimento que exige dedicação, mas cujos resultados têm sido muito positivos e os objectivos propostos atingidos com sucesso. Dedico-me ainda ao escutismo, sendo dirigente no agrupamento de escuteiros de Vila Nova da Barquinha. Apesar de todas estas actividades, procuro manter o equilíbrio entre os diferentes projectos e o prazer de estar com amigos e família.

O que mais a irrita?A indiferença perante a vulnerabilidade dos outros.

Até onde gostava de ir?Gostava de continuar a ser parte activa no desenvolvimento da FOS, apostando na excelência e intergeracionalidade da mesma e procurando para os pólos de Tancos e Praia do Ribatejo o mesmo sucesso já obtido no pólo central de Vila Nova da Barquinha. Após estes três anos de existência, creio estarem reunidas as condições para atingir estes objectivos. Gostava também de ter mais tempo para concretizar alguns projectos pessoais a médio prazo.

Se eu pudesse...Promovia o desenvolvimento económico no interior do país, de forma a proporcionar oportunidades aos jovens e permitir-lhes disfrutar de uma maior qualidade de vida. A falta de actividades que promovam o trabalho, a contribuição e a satisfação pessoal levam à inacção, ao conformismo e ao desinteresse e isso reflecte-se muitas vezes na pouca receptividade a actividades sociais e voluntárias. Também a migração dos jovens para os grandes centros em busca de emprego gera um desenraizamento e uma ruptura de laços, tornando mais difícil a adesão a iniciativas que acontecem na sua terra natal.

É fundamental que as grandes empresas se deslocalizem para o interior, criando polos que promovam a fixação dos jovens (...)

“A jovem consultora trabalha com os idosos de Vila Nova da Barquinha e demonstra entusiasmo quando fala na região e na sua actividade.

04 ENTREVISTANovoAlmourol

JULHO 2014

JORGE FARIA

“Temos de cortar com as ideias e premissas que norteavam o funcionamento desta cidade”Jorge Faria (PS) venceu as eleições de 2013 e durante a campanha criticou a gestão do anterior executivo, liderado por Jaime Ramos (PSD). Quando chegou ao poder encontrou uma situação financeira "muito difícil", a mesma que põe em causa os objectivos que a sua equipa tem para o Entroncamento. Dentro das possibilidades, conta ao NA, vai tentando devolver a cidade às pessoas e o regresso das festas ao centro da cidade é apenas um dos modos de o atingir. Faria aborda também a recente polémica com o PSD que nasceu de uma inspecção às contas da autarquia

Presidente da Câmara do Entroncamento está preocupado com a situação financeira do munícipio mas não desiste de devolver a "cidade às pessoas"

TEXTO&FOTO RicaRdO aLves

Que balanço faz ao regresso das festas ao centro da cidade?Penso que foi evidente que correspondeu a um objecti-vo bem conseguido. Era uma promessa nossa, desde que houvesse condições para isso, e felizmente encontrámo-las. Uma aposta ganha, para nós, mas sobretudo para a cidade. Foi visível a afluência, a forma como as pessoas comentaram, o contentamento das pessoas, e isso deixa-nos muito satis-feitos. Também foi visível que muita gente que não vinha às festas da cidade este ano foi, deslocando-se a pé das suas casas ou estacionando nos parques que criámos. A progra-mação foi equilibrada, trouxemos nomes de importância e visibilidade nacionais mas também os nossos recursos lo-cais que têm cada vez mais projecção nacional, sobretudo o Ricardo Oliveira e o Felipe Santos. Tivemos um programa para ser apreciado por várias gerações e grupos sócio eco-nómicos.

Houve impacto no comércio?Também aí foi uma aposta interessante de contribuir para a dinamização do comércio local. O centro da cidade ani-mou-se, os comerciantes tiveram ousadia e corresponderam à nossa solicitação de abrirem portas fora do horário normal e afirmaram o seu contentamento, não só pelos negócios realizados como pela visibilidade. De salientar que abriu mais um estabelecimento comercial numa das lojas do mer-cado diário e há outra importante loja, a Tany, que já anun-ciou que vai voltar ao centro da cidade, às antigas instalações. Foi curioso que, logo que se constou que as festas seriam no centro, o Sr. Ângelo e a sua mulher, gerentes da Tany, pediram um reunião para o confirmar, há cerca de dois me-ses, dizendo que a decisão era muito importante para eles. E também o é para dar consistência a esta nossa iniciativa. Também as associações, que dão um colorido à festa, viram o seu trabalho recompensado pois tiveram muita afluência de público, e terá sido importante para desenvolverem as suas actividades. As festas serão sempre restringidas às asso-ciações do concelho, para as ajudar. E uma palavra de apreço ao regimento de manutenção militar, pela sua disponibilida-de em nos presentear com aquela exposição de equipamen-tos reveladores do potencial do nosso exército.

O regresso acontece no sentido da valorização da cidade?

Quando nos candidatámos à câmara identificámos uma ideia chave que era “uma cidade para as pessoas”. E, por vezes, quando nos questionam o que é isso a resposta é as decisões serem pensadas para ir de encontro às necessidades das pessoas e envolvê-las o mais possível na vida da cidade. É isso que temos procurado fazer e é certo que uma das razões subjacentes ao regresso das festas para o centro tem justamente como base não só tentar promover a dinamiza-ção do centro, mas fazer com que as pessoas possam fruir aquilo que a cidade apresenta, que lhes proporciona.

É também uma mensagem à população, tal como, noutro âmbito, a questão dos cortes de água a devedores?Exactamente. Temos de cortar com um conjunto de ideias e premissas que norteavam o funcionamento desta cidade, cortar com a primazia do betão, com a primazia do espaço não afecto às pessoas, queremos dar vida ao que existe e, no que for possível, de nele intervir, construir para ser fruído, para melhorar a qualidade de vida e não apenas para fazer face a interesses específicos da área imobiliária ou outras. E também o queremos fazer não distinguindo entre as pessoas da cidade. As pessoas têm direitos e deveres, e naquilo que são as nossas competências de intervenção, procuraremos actuar nesse sentido, como foi o exemplo que deu perante os atrasos do pagamento da água, que para nós foi de difícil entendimento. Uma coisa são situações pontuais de dificul-dades que as famílias ou outros agentes atravessam - e nós seremos sempre solidários com essas situações - outra bem diversa eram os abusos permitidos pelo anterior executivo, de atrasos de mais de 70 meses, seis anos! O objectivo foi restabelecer a autoridade democrática sobre esses compor-tamentos.

Falou sobre a questão do ordenamento, do betão. O que poderá ser feito?Não é fácil intervir no espaço urbano já construído. Feliz-mente hoje não existe muita pressão de construção como no passado, mas gradualmente e dentro daquilo que forem as nossas possibilidades, vamos requalificando e melhoran-do os espaços públicos existentes, tentando recuperar os pequenos jardins que estavam abandonados e degradados. Como se sabe, a situação financeira da câmara é muito preo-cupante, com uma dívida total muito elevada, e herdámos uma situação de curto prazo que é sufocante no dia-a-dia, porque apesar de a câmara ter recorrido ao PAEL (Pro-grama de Apoio à Economia Local), e bem, há dois anos,

para reestruturar a sua dívida, parece que os erros passados não foram percepcionados e o anterior executivo já estava a voltar à situação anterior ao recurso ao PAEL. Quando tomámos posse, o prazo médio de pagamentos já era de 212 dias quando não deveria ultrapassar os 90. E devia ser muito mais baixo, até na defesa do interesse da economia, sobre-tudo a local.

E na cultura, como estáo histórico Cineteatro São João?A cultura não se reduz a esse equipamento, mas foi nossa preocupação, logo no início do mandato, fazermos uma ava-liação da sua real situação. Ou a situação era de facto grave e só podia ser resolvida através de um grande investimento, para o qual não teríamos fundos a curto, médio ou longo prazo - havia fundos comunitários que apoiavam esse tipo de recuperação e o anterior executivo não os aproveitou, la-mentavelmente - ou então poderíamos intervir com um in-vestimento relativamente baixo. E foi a esta segunda conclu-são que chegámos. O cineteatro não devia ter sido encerrado na altura em que o foi. O relatório que existe da inspecção da área da cultura aponta pequenas coisas que podiam ter sido facilmente resolvidas. Aliás, apontava prazos que não im-punham o seu encerramento. O facto de ter sido encerrado, e não ter tido manutenção, fez com que a recuperação seja mais onerosa. Mas não é um investimento incomportável do ponto de vista da importância do equipamento.

Estamos a falar de que quantias?Temos o levantamento feito e andará à volta dos 200 a 250 mil euros. Infelizmente, o nosso sufoco financeiro é de tal ordem que não temos dinheiro para o poder fazer, mas logo que haja condições avançaremos, com substituição do te-lhado e alterações ao nível das casas de banho, na segurança, algumas exigências como a impermeabilização dos assentos, etc. Gostaríamos de fazer esse investimento ainda este ano, mas pelo andar da carruagem vai ser muito difícil.

Recentemente surgiu o relatório da Inspecção Geral das Finanças (IGF), um documento que aponta falhas na gestão anterior. Pode esclarecer esta situação?Tem-se tentado lançar areia para os olhos das pessoas, mas quem segue isto com mais atenção não fica cego facilmente. O que se passou foi que a IGF, no âmbito das suas com-petências e rotinas de trabalho, desenvolveu junto do mu-nicípio, no primeiro semestre de 2013, uma inspecção que

Apesar de "difícil", o executivo gostaria de reabilitar o Cineteatro São João até final do ano. Levantamento realizado aponta para uma verba entre 200 e 250 mil euros

O palco das festas, nos Paços do Concelho, foi cedido por Júlia Amorim, presidente da câmara de Constância, após quebra de contrato com o fornecedor. Jorge Faria enalteceu o facto

FACeBooK.CoM/JornAL-noVo-ALMouroL

ENTREVISTA 05JULHO 2014

tinha como base as contas e o endividamento. Desse relató-rio resultou um conjunto de conclusões que estão expressas em cinco ou seis páginas, que são públicas, e nelas diz-se aquilo que eu enquanto candidato e após tomar posse tenho vindo a dizer: que houve claramente uma sobre orçamenta-ção da receita nos últimos oito anos, mas especialmente nos últimos quatro anos, que proporcionava que fosse possível realizar despesas para as quais não houvessem fundos dis-poníveis. Isso levou a que no passado chegássemos a atingir um valor para este município que é qualquer coisa como - enfim, sem palavras - 4.2 milhões de euros de dívidas de curto prazo a fornecedores em atraso, uma dimensão para um município que tem uma receita corrente que não chega a 11 milhões. Ou seja, chegámos a ter prazo médio de paga-mento aos fornecedores de 303 dias! Tendo em conta que os principais fornecedores, a EDP, a Água, etc, têm prazos de pagamento e temos de pagar juros, é fácil de imaginar que o pequeno fornecedor esteve dois, três anos sem receber, o que é lamentável e exemplificativo de uma forma de gerir com a qual não nos identificamos e é profundamente incor-recta. Foram conclusões tiradas desse relatório: sobre orça-mentação, existência de dívidas a curto prazo para além do legalmente permitido, alguns procedimentos internos que também não eram os mais correctos... Há um conjunto de conclusões que confirmam uma gestão financeira inadequa-da, que não defendeu os interesses da cidade e da câmara, e entre as várias conclusões há uma em que o município tam-bém apresentava taxas de endividamento excessivas e houve mesmo um ano em que o endividamento total, 2011 salvo erro, ultrapassou o que a lei permitia. E assim o presidente da câmara pode ser responsável por não ter cumprido a lei.

Daí a alegação por parte do PSD local de que o executivo teria omitido documentos do Ministério Público (MP)?A alegada omissão do relatório à oposição é de facto uma forma baixa de fazer política, porque o que aconteceu foi que a IGF fez uma inspecção de rotina ao município. As suas conclusões são públicas, e uma das conclusões desse relatório é que o município violou no final de 2011 o limi-te legal do endividamento a médio/ longo prazo sendo tal situação, e cito, susceptível de gerar responsabilidade finan-ceira, ainda que o tenha cumprido em 2012. E foi apenas sobre esta questão, até que ponto o anterior presidente de câmara seria responsabilizado por esse facto, que o MP, ane-xo ao Tribunal de Contas, após ouvir o anterior presidente, e após lhe termos fornecido toda a documentação solicitada, concluiu, e bem a nosso ver, que tinha sido uma situação

pontual dado que no ano seguinte o endividamento tinha ficado abaixo do que a lei impunha e que não havia lugar a qualquer procedimento jurisdicional contra o anterior presi-dente. Foi apenas sobre esse pormenor, o despacho do MP, uma análise de um pormenor no todo, da responsabilização financeira do anterior presidente. Obviamente, tratando-se de um despacho que envolvia uma pessoa, nós só o demos a conhecer à Câmara Municipal depois de a termos dado a conhecer e dado algum tempo ao ex-presidente, por se tratar de uma matéria sensível. No entanto, é curioso que o PSD local faz um comunicado, salvo erro numa segunda-feira, a dizer que tínhamos omitido informação, tentando criar um fait divers para que os verdadeiros resultados da IGF não fossem devidamente percepcionadas pela cidade. O que é curioso é que na quinta-feira anterior essa documentação tinha sido disponibilizada a todos os vereadores do executi-vo, ou seja, o único partido que poderia não ter a informação nessa quinta-feira era o CDS, pois a CDU, BE, PSD e PS a receberam. E a informação estava agendada para a reunião da terça-feira seguinte a esse comunicado ter sido emitido. É uma forma de fazer política com a qual não nos revemos e lamentamos.

Há projectos que transitaram para o seu executivo?Dois investimentos de alguma dimensão como a construção da nova Escola Básica do 2.º e 3.º ciclo Dr. Ruy de Andrade, e a construção do Centro Escolar Norte. Qualquer uma das obras tinha um conjunto de problemas de execução física ou financeira. Na Escola Ruy de Andrade houve procedimen-tos que não foram correctos e dos quais resultou um pri-meiro concurso que foi anulado e depois mais um concurso público. O que aqui é relevante é que no primeiro, anulado, já tinha sido executada adjudicação e foram executados cer-ca de 450 mil euros de obra, e ao ser anulado o concurso pelo facto de não ter sido publicado no jornal da Comunidade Europeia, essa verba não foi ao financiamento comunitário como seria de esperar. Todo esse processo atrasou uma obra que era para estar concluída em 2012. Estará concluída, em princípio, no final deste ano. Uma obra que nos custaria 0 euros - segundo dizia o anterior executivo - terá para o mu-nicípio um custo superior a 700 mil euros, pois parte desses 450 mil euros não foi financiada, salvo erro 350 mil euros, e uma parte também de outras componentes que não foram consideradas elegíveis pelos fundos comunitários. Acresce ainda que o Ministério da Educação e Ciência (MEC), com o qual a Câmara assinou um protocolo para construção da nova escola, não está a cumprir o acordo. Temos pedidos

"Há um conjunto de conclusões que confirmam uma gestão financeira inadequada, que não defendeu os interesses da cidade e da câmara", sobre as conclusões da Inspecção Geral de Finanças

de transferências em falta desde Novembro. Poderão estar disponíveis esta semana, depois de andarmos a pressionar nesse sentido, o que é lamentável. Por outro lado há um ou-tro pormenor que é o facto de o MEC entender que ape-sar de ter assinado um documento em que assumiria um montante para a construção da escola de até 1.2 milhões de euros, não está a querer assumir o compromisso, e nes-te momento existe já um valor substancial em atraso que atinge os 446 mil euros de dívida para connosco e nos está a criar elevadíssimos problemas financeiros. Relativamen-te ao outro investimento que herdámos, passe a expressão, há uma situação que era um investimento que estava em péssima situação na sua execução física, ou seja, no investi-mento que foi desenvolvido ao abrigo de um procedimento que havia na altura, de emergência. Depois de adjudicar, que é o compromisso com o empreiteiro para que este faça a obra, demorou um ano e dois meses a ter início, e quando tomámos posse o investimento já devia estar concluído. Fe-lizmente conseguimos recuperar e posso dizer que a obra ficará pronta dia 15 de Agosto. Tudo estará em condições para que no próximo ano lectivo a nova escola Básica do Bonito possa abrir as suas portas e proporcionar aos nossos miúdos condições de aprendizagem muito mais interessan-tes que as que eram proporcionadas nas antigas escolas, que vão ser encerradas.

Como vê a Intermunicipalidade, acredita nessa forma de organização?Acredito e digo mais: sou claramente defensor da regiona-lização. Somos talvez o país mais centralista da Europa. Se olharmos para a Europa, os países mais evoluídos, indepen-dentemente da sua dimensão, como a Dinamarca, Holanda, Bélgica, são regionalizados e com poderes de decisão ao nível da região. Acho importante que haja a intermunicipalidade como um elemento de investimentos que tenham dimensão supra municipal. As actuais Comunidades Intermunicipais não substituem, quanto a mim, as regiões, porque não têm dimensão em termos de território que justifique um con-junto de atribuições de competências. Por exemplo, fará todo o sentido que algumas áreas da saúde, da educação, da segurança social possam estar descentralizadas ao nível de regiões. Já tenho mais dúvidas relativamente à sua descen-tralização ao nível de municípios mas não quer dizer que não tenhamos de trabalhar em conjunto, quer ao nível da CIMT, quer ao nível dos municípios nossos vizinhos, no sentido de encontrarmos investimentos comuns e parti-lharmos recursos. E estamos a tentar desenvolver projectos a pensar no próximo quadro comunitário, ligados à mobili-dade regional. Seria interessante ter mobilidade ferroviária que ligasse as cidades da CIMT, Abrantes, Entroncamento, Tomar, usando a linha da Beira Baixa que está pouco acti-va. Ligando um conjunto de centros urbanos – Constância, Barquinha, etc - pela ferrovia. Há também a ideia de criar uma ciclovia supramunicipal e também estamos a procurar desenvolver um conjunto de interacções entre os municí-pios. Por exemplo, podemos assumir complementaridade ao nível da cultura com outros municípios, faz sentido partilhar e usufruir de espectáculos proporcionados pelo Teatro Vir-gínia de Torres Novas. Não temos necessariamente de ter a mesma programação. Ao nível do turismo, é extremamente importante haver uma dinâmica regional. Uma coisa é um turista vir a Fátima num dia, outra coisa é ir também aos Templários, ao Museu Nacional Ferroviário, à Barquinha, ao Castelo de Almourol, etc. Trabalhamos para que o Mu-seu Nacional Ferroviário deixe de ser uma promessa sempre adiada e possa ser um equipamento que dê a conhecer a ri-queza da história da nossa cidade, do caminho-de-ferro e que simultaneamente constitua um equipamento a juntar aos que falei anteriormente. Claramente, acho importante a intermunicipalidade, mais que isso, devíamos avançar com o modelo da regionalização._

Jorge Faria lamenta a situação em que encontrou as finanças da Câmara

06 NÓSNovoAlmourol

JULHO 2014

BaRQUiNHa

Falta de civismo revolta Junta e Autarquia

TEXTO&FOTOS RicaRdO aLves

Foi no dia 2 de Julho que Bruno Amaral, 34 anos, residente numa urbanização perto do local, alertou a Junta de Freguesia de Vila Nova da Barquinha (VNB) para o ce-nário: garrafas de vidro, latas e embalagens de óleo, escapes de automóveis, entulho, e muito mais se encontram nas traseiras da antiga fábrica. Mas o mais preocupante é a quantidade de óleo de motor encontrado no solo, mais um tanque com cer-ca de 3 metros cúbicos em que mergulhados estão pneus e mais garrafas.

No local, existe o que seria um poço de reparações auto-móvel interno da fábrica e que agora é usado por cidadãos para tarefas pessoais. Tudo isto a escassos 40 metros de uma ha-bitação e num local com livre acesso por estrada de terra. “É uma vergonha e um perigo para a saúde pública”, começou por constatar João Machado, presi-dente da Junta de freguesia de VNB que continuou acusando as pessoas de “falta de civismo” e

dizendo que “tem de haver con-sequências”.

João Machado fica ainda mais apreensivo perante a che-gada das férias de Verão, “pode acontecer uma tragédia”, no-meadamente, avisou, devido ao tanque com óleo a cerca de 1.30 metros de profundidade e de fácil acesso. “O nível de poluição é altíssimo, há litros e litros de óleo derramado que se infiltra no chão”, constatou, “devia limitar-se o acesso, cercar a zona, tentar bloquear o acesso de carros”.

O problema é que o local se encontra em propriedade pri-vada, em que a autarquia ou a junta pouco ou nada podem in-tervir. No entanto, alertado para a situação, Fernando Freire, pre-sidente da autarquia de VNB, pôs em marcha uma queixa jun-to da GNR. “O problema mais complicado é que o titular dos terrenos está em processo de in-solvência”, contou ao NA o au-tarca. Fernando Freire demons-trou a sua preocupação pelo caso e lamenta que a autarquia não possa intervir, “não está nas nossas competências intervir no espaço apenas no desencadear

do processo de queixa junto das autoridades”.

Um processo com mais de 20 anos. A queixa ora apresentada não é a primeira tentativa de re-solver problemas de segurança naquelas ruínas. Em Fevereiro de 2011, o então presidente da autarquia, Miguel Pombeiro, enviou um ofício ao solicitador da empresa proprietária, a Moi-nho de Vento, Lda, na sequência de um temporal que havia posto em perigo a via pública. Agora como então, a situação não terá sofrido grandes alterações, com a resposta negativa de então a tender a repetir-se. Na altura o solicitador respondeu que "(…) as instalações são o único bem a vender tendo em vista o encer-ramento dum (sic) processo, que se vem arrastando há 20 anos”.

Resta então a boa educação e civismo que, aparentemente, escasseia junto de alguns dos ci-dadãos que o fizeram. Fernando Freire apelou aos cidadãos que tenham conhecimento destas práticas que o relatem e que a autarquia não tem receio de fa-zer queixa junto das autorida-des ou do Ministério público.―

Por acaso e apenas por isso, um cidadão passou pela antiga Cerâmica de Moita do Norte, ou o que resta dos seus edifícios, e encontrou o que aparenta ser uma oficina improvisada, na qual, entre as ruínas do que terá sido uma oficina da própria fábrica, dezenas de pessoas terão recentemente mudado o óleo às suas viaturas, deixando um rasto de poluição para trás, sem preocupações ambientais

PRaia dO RiBaTeJOContinua a procura por Rui Igreja

TEXTO RicaRdO aLves

São várias as pessoas que têm alertado a família, nomeada-mente a sua prima e principal pro-motora de uma busca incessante, para avistamentos de Rui Igreja. Todos sem fundamento. Maria José, prima do desaparecido, con-tou ao NA que se tem deslocado aos locais dos possíveis avista-mentos mas apenas para constatar não serem reais, “já fui a Coruche, Martinchel, estive bem perto de Espanha, até já o “viram” em Al-canena”. Nada.

Recentemente houve mesmo quem julgasse ter visto Rui Igreja na estação de caminhos de ferro do Entroncamento, tão perto de Praia do Ribatejo. Mas a busca não pára e Maria José prome-te não descansar até ter certezas sobre o que aconteceu com o seu primo. Para isso tem contado com a colaboração da “autarquia, junta de freguesia, bombeiros, protec-ção civil e outras entidades”, “têm dado todo o apoio”. Nos dias que se seguiram ao desaparecimento foi mesmo possível observar po-pulares, do concelho de Vila Nova da Barquinha e outros, a caminhar junto às estradas, espreitado por nesgas de mato e vegetação.

Também os media não dei-xaram cair o caso e Maria José contou ao NA que foi convidada para estar presente num programa

televisivo juntamente com outras pessoas com casos similares.

Questionada sobre se Rui Igreja teria tido alguma alteração de comportamento nos dias an-teriores ao seu desaparecimento, Maria José, que tal como o primo é funcionária da junta de Freguesia de Praia do Ribatejo, diz que não. “Ultimamente andava contente, com o trabalho também”, contou, afirmando ser muito chegada ao primo, “trabalhava comigo, estáva-mos sempre juntos”.

Nas contas bancárias de Rui Igreja nem um movimento desde o seu desaparecimento e apesar de todos os factores de desmoti-vação que o caso possa provocar na família, esta não desarma. “O meu primo estava sempre pronto a ajudar”, justifica assim Maria José os telefonemas sobre avistamen-tos que populares lhe fazem. Uma coisa é certa, para Maria José “não haverá descanso até ter a certeza do que aconteceu”.―

Continua desaparecido, desde a noite de segunda- feira, 21 de Abril, mas o nome de Rui Igreja permanece nas bocas e pensamentos de família e populares. O coveiro de Praia do Ribatejo foi avistado pela última vez durante as Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem em Constância e, desde então, nunca mais foi visto

Aqui deposita-se o óleo usado, tal como no solo...Aqui deposita-se o óleo usado, tal como no solo... ... depois da reparação neste fosso.

noVoALMouroL.wordPress.CoM

CAMINHANDO 07JULHO 2014

Parque TejoO novo centro de acolhimento e interpretação do Tejo foi inaugurado no dia 14 de Junho, durante as festas de Abrantes e resulta da ampliação e transformação do antigo parque de campismo do Rossio ao Sul do Tejo, agora vocacionado para servir de apoio a actividades como o campismo, o desporto náutico, os tempos livres, a cultura, o lazer e o contacto com a natureza. Tem capacidade para cerca de 300 utentes, e resulta de um investimento que rondou um milhão de euros, financiado pelo FEDER.―

ABrAnTes

Empresários na EscolaO Largo José Duarte Coelho recebeu no dia 11 de Junho a nova edição da feira EMPRE – Empresários na Escola, iniciativa de estímulo ao empreendedorismo jovem que voltou a surpreender pela originalidade dos produtos criados por alunos e professores do Médio Tejo. A EMPRE contou com quase 400 alunos e professores dos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Ferreira do Zêzere, Entroncamento, Mação, Sardoal, Sertã, Tomar e Vila de Rei.―

enTronCAMenTo

Transportea Pedido Maria do Céu Albuquerque, Presidente do Conselho Intermunicipal da CIMT, apresentou o Projeto piloto - Transporte a Pedido no Médio Tejo, no dia 28 de Junho, na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, em Coimbra. A Sessão foi dedicada à Mobilidade em Territórios de Baixa Densidade, e para além do projeto piloto Transporte a Pedido no Médio Tejo, foi igualmente apresentado o Programa Porta-a-Porta.―

CIMT

BaRQUiNHa

Crónicas históricas: O nascimento de um livro

TEXTO PÉRsiO BassO

Início de 2012. Aulas de Mestrado em Design Edi-torial, Instituto Politécnico de Tomar. Fui incumbido de fazer o trabalho final para a cadeira de Design do Livro. Escolhi um tema que me deu gozo: os artigos da autoria de António Luis Roldão. Fruto da sua in-tensa pesquisa sobre a história do concelho de Vila Nova da Barquinha, foram publicados ao longo de décadas no jornal Novo Almourol.

Seleccionei os textos. Dei--lhe o nome “Barquinha, Cró-nicas Históricas”. O autor apro-vou. Fotografei. Escolhi fotos antigas. Passei horas a seleccio-nar o tipo de letra mais adequado para a capa. Passei noites e dias a dar forma às páginas. Estudei várias capas. Fotos a cores. Fo-tos a preto e branco. Dei voltas e voltas. Um tema que não podia ser mais motivante. Obteve nota 16. Um livro que o concelho de Vila Nova da Barquinha devia a si próprio há muitos anos. Uma

obra para ler, reler e guardar. Um autor cuja excelência e ri-gor do trabalho de investigação histórica merece ser guardado no tempo, num objecto (livro) com uma estética dignificante do seu conteúdo. O primeiro volume. Uma publicação aco-lhida pela autarquia e pelo seu responsável máximo, Fernando Freire, também investigador da história local, promotor e difu-sor da cultura e do saber. Agora ganhou forma e está à venda no Posto de Turismo de Vila Nova da Barquinha. Da minha parte, espero que gostem.

Poeta, músico, jornalista, as-sociativista, autarca e investiga-dor da história local. Muitas são as facetas de António Luís Rol-dão, nascido a 19 de Novembro de 1934, na Rua da Barca, em Vila Nova da Barquinha. No jornalismo, foi um dos impul-sionadores da Folha Paroquial, nos anos 60, que mais tarde deu origem ao Jornal Novo Al-mourol, publicação com a qual ainda hoje colabora, chegando a desempenhar o cargo de subdi-rector.

Na poesia, publicou três li-vros de sua autoria e participou em duas publicações colectivas editadas pela Câmara Munici-pal, a ainda no CD Barquinha, Poesia e Fado, também editado pela autarquia. É incalculável o valor da sua intensa e rigorosa pesquisa da história acerca do concelho que o viu nascer, que efectuou durante os últimos anos, cujos resultados vai publi-cando no jornal Novo Almou-rol. Estamos sem dúvida peran-te uma das personalidades mais notáveis do panorama cultural do concelho.―

António Luís roldão distribui autógrafos. entre os presentes estão

rui Constantino (vereador), Fernando Freire (presidente da autarquia) e

Joaquim Vieira (artista).

Livro à venda no Centro Cultural

Pessoa amiga deu-me a pista e eu agarrei-a. Fui ao youtube procurar “Valesca Popozuda” e “Beijinho no ombro” e vi que era coisa grossa: quase 33 milhões de visualizações. Acresce que “em prova de filosofia no distrito Federal”, no Brasil, mas não sei precisar onde, esta artista brasi-leira foi classificada de “grande pensadora contemporânea”. observo os recursos, de finan-ceiros a estéticos, de técnicos a organizacionais, que foram mobilizados para este vídeo e pergunto-me: a favor de quê? vi-sando que objectivo? para salvar quem? e de quê?o mais importante é perceber-mos que o mundo da cultura, por contraposição ao mundo da natureza, é aquilo que fizermos dele, aquilo que quisermos que ele seja. nada nem ninguém nos pode substituir nessa tarefa. Permito-me trazer aqui um poema muito conhecido: “eu quero amar, amar perdidamen-te! / Amar só por amar: aqui... além... / Mais este e aquele, o outro e toda a gente... / Amar! Amar! e não amar ninguém!” ora aqui está uma boa “regra de vida” para a sua mulher e para a sua filha. Concorda? ou esta: “Que me saiba perder... p’ra me encontrar...” resulta mesmo?estamos habituados a ouvir os paladinos da “desconstrução”, da “fratura”, do “quebrar as regras”, do “questionar a or-dem”… e com muita razão. Mas é admirável que poucas vezes os ouçamos cuidar do resultado, dos efeitos, dos ganhos e perdas dessa tarefa que se dão a si mes-mos e para a qual nos convocam.A cultura é o trabalho contínuo de fazer e refazer o mundo que queremos. Mas, por vezes, o mundo que não queremos acontece-nos como resultado imprevisto, indesejado, sobre-

Marca d'Água

cultura de salvação?

Alves Janaconsultor

tudo não calculado. se isso nos acontecesse numa operação cirúrgica, que nome daríamos ao cirurgião que nos deu cabo da vida?o trabalho cultural é de cirurgia –de cirurgia social. não se per-cebe como possa ser de menor responsabilidade do que tantos outros de natureza comercial.

A cultura comercial e fetichizante perdeu a noção de que ela é um fazer do mundo. Com efeitos no mundo, e em cada um de nós. Antigamente, as figuras exempla-res eram os santos e os heróis. Hoje, quais são? e continua a ser verdade que uma das forças do nosso comportamento é a imita-ção de modelos de vida.eu sei que esta minha interven-ção é perigosa, muito perigosa. sei bem os demónios que en-cerra. Mas uma cultura irrespon-sável, a que me refiro, alimenta também outros demónios. Menos perigosos? ora aí está um tema que vale a pena discutir.Por mim, repito: a cultura é a construção do mundo, um mundo de que somos nós os responsáveis e os destinatários. É construção de sentido, sinal de trânsito: para onde?―

O mais importante é percebermos que o mundo da cultura, por contraposição ao mundo da natureza, é aquilo que fizermos dele, aquilo que quisermos que ele seja.

08 SOCIEDADENovoAlmourol

JULHO 2014

iTM - BRasiLPreservar a identidade para olhar o futuro

Seguradora

Profissionalismo e Proximidade Manuel Fonseca sabe a exigência do chão que pisa. Para se ser um bom gestor de seguros é preciso “fugir à rotina e ao convencional, ao antigamente estabelecido em que qualquer um vendia seguros, com muitos vendedores de seguros de mercearia”, explica. Instalado em pleno coração de Vila Nova da Bar-quinha, o agente da Tranquilidade, a maior seguradora privada do mercado português, é parceiro do Banco Espírito Santo.

Essa parceria permitiu a cria-ção do seu escritório no mesmo espaço em que funciona uma agên-cia bancária. “São duas instituições completamente em separado, mas o BES de VN Barquinha é uma agên-cia em tudo menos na figura do cai-xa. Os clientes podem abrir contas, adquirir produtos financeiros, fazer movimentos, entre outras acções”,

explica Manuel Fonseca.A parceria é também um sinal

do que Fonseca defende, a força profissional de duas instituições de monta no país com o conhecimento e a proximidade que facilita a reso-lução de problemas ou a criação de produtos e serviços.

E há outro tipo de proximida-de que Manuel Fonseca repete com frequência, a proximidade com o cliente, aliada à qualidade do ser-viço.

“Podia ter aberto um escritó-rio numa cidade, mas não. Escolhi a minha terra, que me conhece, na localidade que me viu crescer e onde as pessoas sentiam já uma proximidade comigo”, conta, para completar logo de seguida que no dia em que encarou o “projecto, en-carei como profissional, que domi-na completamente a área e não tem

outra actividade”.

“Costumo dizer que o meu tele-fone está disponível 24 horas por dia”.

A Tranquilidade é uma “compa-nhia com uma estrutura muito bem montada, que oferece garantia na

resolução dos sinistros”, assegura Fonseca, ele que garante ao cliente que no seu escritório no Largo Ma-nuel Henriques Pirão em frente ao Parque Ribeirinho, “o cliente entra para fazer uma simulação e sai com o seguro totalmente efectuado. Tal como se entra para resolver um sinistro e conseguimos tratá-lo do

início ao fim sem o cliente ter de se deslocar a mais instalações”.

Para Manuel Fonseca, a “me-lhor publicidade advém do sucesso de um serviço de qualidade” e isso só se consegue com a “profissionali-zação das seguradoras”. Um dos de-safios principais para as mediadoras são os seguros de saúde, “o serviço nacional de saúde tem cada vez mais debilidades e a grande aposta é nessa área. Há seguros em conta e aqueles mais caros, mas substituem o serviço nacional de saúde e dão segurança ao segurado”.

O resto do segredo para o su-cesso é o que Fonseca não esquece, “quando existe um sinistro temos de estar presentes, ajudar a pessoa a resolver, desmistificar a gravida-de da situação, tentar que a pessoa acalme e assegurar que tudo se vai resolver."―

PUBLicidade

É um novo projecto do Instituto Terra e Memória (ITM), inserido numa lógica de desenvolvimento do território. Ao ITM foi confiada a integração de todos os programas, desde o Plano Director Municipal até às acções sectoriais, de Morro do Pilar, Brasil, assumindo que essa integração tem de ser baseada na diversidade cultural. A existente Feira Cultural convergiu no projecto

TEXTO NOvO aLMOUROL

No dia 17 de Maio, no Bra-sil, realizou-se a IV Feira Cultural de Morro do Pilar, município do estado de Minas Gerais, onde foi desenvolvi-do o tema “Nossas Relíquias, chancelas de nossa identidade”, sob a coordenação dos profes-sores brasileiros Aline Pandeló Brügger, Aislan Aparecido Dias do Nascimento, Rosane Dias do Nascimento e Cácio Geraldo de Paula.

Luiz Oosterbeek, presiden-te do ITM, viajou até ao Brasil “para articular as actividades das escolas com um programa de Gestão Integrada do Território (GIT), a partir do modelo que desenvolvemos em Mação de “Escolas e Memória””, explica. A Prefeitura de Morro do Pilar e o ITM apoiaram a IV Feira Cultural e foi organizada uma exposição itinerante que permiti-

rá mostrar a realidade da região através dos trabalhos dos alunos.

Paralelamente, também foi iniciado um programa de Espa-ços de Memória, com os mais idosos. Os dois projectos vão ar-ticular-se num futuro próximo, e constituem a base da reorganiza-ção da dinâmica social territorial.

Morro do Pilar é o território onde se criou a primeira side-rurgia no Brasil, há dois séculos. Actualmente está a ser retomada a mineração de grande escala que, num lapso temporal muito curto, multiplicará por três o número de habitantes e provocará profundas modificações não apenas na pro-dutividade e no equilíbrio ecoló-gico, mas também na estrutura social e na representação cultural das diferentes comunidades. Mas Morro do Pilar tem também enorme potencial turístico devi-do à sua proximidade com locais já valorizados da Serra do Cipó e à qualidade de diversos dos seus

eco-locais.Esta realidade coloca, no

imediato, uma enorme pressão sobre diversas dimensões so-cioeconómicas e ambientais. "A questão fulcral em Morro do Pilar é o tempo: como construir uma dinâmica de integração territorial e participação social em menos de seis meses, que é o tempo disponível para actuar antes que a pressão da chegada massiva de recursos humanos, materiais e financeiros desestru-ture totalmente uma comunida-des jamais preparada por um tal contacto intercultural", explica Oosterbeek.

E foi isso que em Maio se co-meçou a fazer em Morro do Pilar. O relato da Feira chegou ao NA por email, a “Feira é o momento de culminância de um projecto anual que busca promover o diá-logo entre as diferentes gerações, provocando assim a aproximação dos jovens com as pessoas da “melhor idade”, tendo em vis-

ta que o advento da tecnologia produz um distanciamento social dos adolescentes em relação à sua convivência com os idosos”.

A Escola Estadual “Intenden-te Câmara” tem o objectivo de com a Feira Cultural “utilizar os Saberes Locais como objec-to de estudo e formação cidadã, bem como promover habilida-des, competências e socialização através da interacção entre alu-nos – escola – comunidade”. Este ano, após conversas mantidas com a equipa do projecto “Es-colas e Memória”, coordenado por Luiz Oosterbeek, o evento debruçou-se sobre a temática do quotidiano de um povo e a sua interacção com “equipamentos, instrumentos, ferramentas, lem-branças, adornos, vestes, móveis” e a forma como esses elementos se tornam “fontes culturais que podem nortear um histórico das raízes culturais de uma socieda-de e, por conseguinte, patentear a

identidade cultural desse povo”, escreveram do Brasil.

O projecto de GIT de Mor-ro do Pilar, sob coordenação do ITM, “assenta na distinção em relação às estratégias participa-tivas tradicionais e consiste em envolver toda a população de forma permanente”, explica Luiz Oosterbeek. O professor Cácio Geraldo de Paula, explica que a Feira de Cultura “busca não só resgatar os valores, mas também provocar o diálogo entre os alu-nos, a comunidade e a escola, viabilizando a construção e re-construção da identidade local. Após esta valorização busca-se interagir o conhecimento local ao global, diante do qual todos os envolvidos passam a ter noção do mundo a partir do meio em que vive”.

Morro do Pilar prepara--se assim para as mudanças que o território vai sofrer. o NA vai continuar a acompanhar o pro-jecto.―

Pormenor de um dos expositores da IV Feira Cultural no Brasil na qual os alunos se empenharam com alegria

noVoALMouroL.wordPress.CoM

PUBLICIDADE 09JULHO 2014

010 SOCIEDADENovoAlmourol

JULHO 2014

saÚdePólos da USF em Limeiras e Praia encerram temporariamenteTEXTO RicaRdO aLves

Os pólos da Unidade de Saú-de Familiar (USF) em Praia do Ribatejo e Limeiras vão encerrar temporariamente e a solução passa pelo transporte dos utentes dos mesmos até à sede da USF e do concelho, Vila Nova da Barquinha (VNB), a solução foi encontrada durante uma a reunião entre Fernando Freire, presidente da autarquia, Benjamim Abalada Reis, presi-dente da Junta de Freguesia de Praia do Ribatejo, e o coorde-nador da USF, Joaquim Branco que se realizou no dia 27 de Ju-nho.

Em comunicado os autarcas explicam que o encerramento temporário dos polos se deve “ao gozo de férias dos médicos, en-fermeiros e assistentes técnicos e à carga horária vigente naquela USF, a funcionar das 8 às 20”, in-formação prestada por Joaquim Branco. O médico explicou ain-da que “não existe capacidade de resposta para assegurar o serviço nos pólos da Praia do Ribatejo e das Limeiras durante os meses de Julho, Agosto e Setembro”.

Assim, segundo o comuni-cado, “excepcionalmente, ficou

acordado que naqueles meses as consultas e tratamentos destes pólos vão ser efectuadas na sede da USF em VNB. O transporte ficará assegurado às pessoas que dele necessitam pela Câmara Municipal e Junta de Freguesia da Paia do Ribatejo.

Horários dos transportes. Pólo da Praia do Ribatejo (saí-da) – Segundas e Quintas pelas 9h00; Pólo das limeiras (saída) Quartas e Sextas pelas 9h00. Quanto aos pedidos de recei-tas: para a população do polo da Praia do Ribatejo os pedidos po-dem ser feitos na Junta de Fre-guesia até Segunda-feira com entrega das receitas na Quinta--feira na mesma Junta.

Para a população do pólo das Limeiras os pedidos devem ser entregues ao condutor da viatura que faz o transporte, na Quarta--feira com entrega das receitas na Sexta-feira. Todos os pedidos devem ser postos em envelope.―

Pólos encerram durante os meses de Julho, Agosto e setembro

MaÇÃOSecretário de Estado do Emprego na Feira Mostra

octávio oliveira, Vasco estrela e saldanha rocha na Inauguração

da Feira Mostra de Mação

Vasco Estrela, presidente da autarquia maçaense, foi o anfitrião na inauguração da Feira Mostra que contou com as presenças de Octávio Oliveira, secretário de Estado, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, e outros autarcas da região. Museu de Mação inaugurou o Circuito de Arte Rupestre

TEXTO RicaRdO aLves

é a oportunidade de maior visibilidade para as empre-sas, associações e entidades do concelho de Mação. Uma vasta comitiva de autarcas e represen-tantes de várias entidades per-correu os stands de exposição e pôde aferir a energia e empreen-dedorismo do concelho. Vasco Estrela realçou que “há vida no concelho” e que a Feira Mostra “é demonstrativa da enorme vi-talidade que o concelho tem”, defendendo que “é preciso recu-sar o fatalismo”, e que “há razões para ter esperança no futuro”, enaltecendo igualmente as as-sociações do concelho, e o seu trabalho “extraordinário”.

Octávio Oliveira, que con-versou com cada um dos empre-sários e demais participantes na Mostra, enalteceu “a grande de-terminação de vencer, fazer pela vida, e de acreditar em si”, algo que é, hoje, “fundamental”.

Já no fim da cerimónia foi inaugurado um Itinerário turís-tico, “uma ligação entre econo-mia e cultura”, como afirmou Luiz Oosterbeek, director do

Museu de Mação. A Inaugura-ção do Circuito de Arte Rupes-tre de Mação, itinerário cultural do Conselho da Europa, foi o mote para o anúncio do director de que o centro de investigação da Universidade de Coimbra, que funciona no Museu, o centro de Geociências, teve a melhor avaliação por parte dos painéis da Ciência e da Tecnologia em Portugal. “Isto coloca-nos numa posição surpreendente até para nós em termos dos financia-mentos comunitários até 2020”, afirmou Luiz Oosterbeek.

De resto, a importância do Museu de Mação no concelho e em toda a região, foi aferida pelas palavras escritas deixadas no livro de honra. “Acompa-nho as actividades do Museu de Arte Pré-Histórica e do sa-grado do Vale do Tejo e reco-nheço o grande interesse e valia deste projecto numa perspectiva multidimensional que envolve a cultura, a sociedade e a dimen-são económica. (…) No mundo actual consegue ser um projecto do local, da proximidade, do en-volvimento, e simultaneamente da globalização”, escreveu Octá-vio Oliveira.

Já Miguel Pombeiro, secre-

tário executivo da CIMT, es-creveu: “(…) posso testemunhar a ousadia ou o atrevimento de fazer da Arte Pré-Histórica uma âncora de desenvolvimento ter-ritorial que elevou e notabilizou Mação como uma referência turístico-cultural”. Noutro teste-munho, Fernando Freire, Presi-dente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha escre-veu que “Como autarca quero reconhecer os serviços e denodo entregues à causa da arqueologia e da história no Médio Tejo e em Portugal”, e Miguel Bor-ges, presidente da autarquia do Sardoal, escreveu “Arte, cultura, tradição – Homem. Preservar a nossa História, preservar a vida, garantir o futuro. O nosso, o dos nossos filhos e netos, conscientes do legado que deixamos.”―

o nA associou-se à Feira Mostra com um suplemento especial

noVoALMouroL.wordPress.CoM

ECONOMIA 011JULHO 2014

NeRsaNTApresentadas medidas e programas de apoio ao empreendedorismo

TEXTO Na

"Crie a sua oportunidade" foi o nome da sessão organizada pelo Município de Vila Nova da Bar-quinha em parceria com a Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém, no dia 26 de Junho, no Centro Cultural de Vila Nova da Bar-quinha.

Com a presença de António Campos, Presidente da Comissão executiva da Nersant, Fernando Frei-re, Presidente da Câmara Municipal, apresentou o Plano Estratégico de Desenvolvimento Económico "Bar-quinha 2020", um pacote de medidas de atracção ao investimento e apoio a empresários. O responsável pela Ner-sant teceu elogios à iniciativa do Mu-

nicípio, pelo seu carácter pioneiro na região de Santarém.

Foi ainda apresentado o programa de apoio ao empreendedorismo e à criação do próprio emprego do IEFP, do programa "Sou+", e dos apoios prestados pela Associação Empresa-rial da Região de Santarém.

Foi uma oportunidade única de os empresários e não empresários, fica-rem a conhecer os programas e estru-turas de apoio ao empreendedorismo, nomeadamente o acompanhamento que a Nersant porporciona desde a ideia de projecto até à sua concreti-zação.

A Nersant possui recursos es-pecializados ao nível da consultoria, formação e demais áreas do negócio, que até certa fase de desenvolvimento empresarial não implicam custos.―

são várias e completas as formas que a nersant disponibiliza para a criação de empresas

TEXTO Na

Com o objectivo de fomentar o desenvolvimento económico do concelho e de criar medidas de atração ao investimento, o Município de Vila Nova da Barquinha, no âmbito da im-plementação do seu Plano Estratégico de Desenvolvimento Económico “Bar-quinha 2020”, encontra-se a recepcio-nar os dados das empresas concelhias que queiram receber informação sobre programas de apoio nacionais, comu-nitários e internacionais.

Pretende-se com esta iniciati-va criar uma base de dados fiável que

permita aos serviços afectos ao “Bar-quinha 2020” conhecerem melhor o tecido económico concelhio.

Neste sentido, o Município dis-ponibiliza uma ficha de empresa des-tinada aos empresários do concelho que pretendam receber informação do Município, no âmbito da Estratégia “Barquinha 2020”.

A ficha pode ser preenchida pre-sencialmente nos serviços da Câmara Municipal, no Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento e Empreendedoris-mo Local, (GADEL), nas Juntas de Freguesia , ou pode ser solicitada por e-mail através do endereço [email protected].―

vN BaRQUiNHaMunicípio contacta empresários no âmbito da Estratégia Barquinha 2020

012 SOCIEDADENovoAlmourol

JULHO 2014

MaÇÃO

Projecto "Colorir as Árvores com Lã" nasceu de uma parceria entre o Clube Sénior de Mação e o Museu de Mação. Os munícipes idosos aderiram em larga escala e o resultado pode ser visto e apreciado em 14 localidades do concelho. Entretanto as árvores ficaram mais bonitas e voltaram memórias felizes

Árvores de Crochê

duas utentes instalam as suas peças de lã.

TEXTO RicaRdO aLves

Junto ao Museu de Mação ergue-se imponente um sobreiro. Parte integrante da rotina da vila, a ár-vore é um elemento permanente, que também faz parte das vidas e memórias dos habitantes. Mas é apenas mais uma árvore e escrevemo-lo sem desprimor pela mesma. A ideia de vestir, decorar, adornar estes seres ultrapassa o mero por-menor estético, é também o ponto de partida para viagens da memória, do gesto.

A permanência destas árvores, agora “coloridas” por peças de crochet, faz com que sejam elementos geracional-mente transversais. Resultado de uma parceria entre o Clu-be Sénior da Câmara Municipal de Mação e o Museu de Mação, através do projecto Gestart, começou a desenrolar--se como os próprios novelos de lã, iniciando-se no meio de alguma incredulidade por parte dos idosos na perspectiva de tamanha obra. Se é verdade que as árvores vestidas de cro-chê se têm disseminado um pouco por todo o país – veja-se o exemplo de Constância - não é menos verdade que em Mação, apesar da coordenação do projecto estar nas mãos de entidades, a criação, idealização e inspiração artísticas são dos idosos, que meteram imaginação e mãos à obra.

Vanda Serra, Psicóloga na Câmara Municipal de Ma-ção conta que inicialmente nem tudo estava bem. “Apre-sentámos fotografias de Constância e as pessoas ficaram receosas… mas depois motivaram-se!”. O resultado está à vista de quem visita Mação. Mas também todo o concelho: Aboboreira: Igreja, Centro de Dia e Largo da Associação; Aldeia de Eiras: Jardim Municipal junto à estrada principal e Igreja; Amêndoa: Igreja; Cardigos: Praia Fluvial; Carvoei-ro: Lateral da Igreja, estrada principal e Centro de Dia; Chão de Codes: Entrada da escadaria da igreja; Chão de Lopes: Antiga Escola Primária e Bebedouro; Envendos: Jardim; Mação: Largo da Feira, Jardim do Cine-Teatro e Jardim dos Bombeiros, Santa Casa da Misericórdia de Mação, Rotun-das; Ortiga: Jardim; Penhascoso: Jardim; Queixoperra: Igre-ja e Largos da Associação; Rosmaninhal: Igreja; S. José das Matas: Igreja, Estrada Principal e Fontanário.

Um concelho com 38% de sabedoria pura

Vanda Serra está à frente do Clube Sénior de Mação que ao longo de todo o ano proporciona actividades aos mais velhos do concelho, “temos 14 grupos, de 12 a 13 idosos, em aldeias pequenas. A Câmara vai buscar estes idosos para participa-rem nas nossas acções”.

A preocupação de Vanda Serra e da autarquia é oferecer actividades aos idosos, muitos deles isolados, “cerca de 38% da população de Mação é idosa e há casos de total isolamen-to como uma senhora que vive sozinha numa localidade e um casal que vive sozinho noutra”. “A nossa preocupação é combater esse isolamento, o que não é fácil, num concelho com mais de 400 km² de território”, conta a psicóloga.

Facto é que com maior ou menor dificuldade o apoio à população idosa é uma preocupação do município e através de parcerias o Clube Sénior tem um plano de actividades para todo o ano, com 594 idosos inscritos e cerca de 300 que participam nas actividades realizadas, como este projecto “Colorir as Árvores com Lã”. Vanda Serra foi ao Museu de Mação em busca de mais um parceria, “Falei com o profes-

sor Oosterbeek e com a Anabela Pereira e disse que precisá-vamos de uma actividade para ocupar os idosos. A Anabela sugeriu esta ideia como actividade contínua e eu achei óp-timo. Queriam ligar o gesto à arte e a ideia inicial era vestir uma árvore por grupo, por localidade, mas…” não foi o que aconteceu. Apesar do início receoso dos idosos a verdade é que o trabalho galgou as expectativas e a motivação se apo-derou dos artistas.

Anabela Pereira realça a apropriação que os idosos fize-ram do projecto, até porque “quem escolheu as árvores foram os próprios utentes que são os verdadeiros criadores, os ar-tistas”. A responsável do Museu aponta também o “bairris-mo” como chave do sucesso, “os utentes pensam “vou fazer melhor na minha freguesia”.” Nas redes sociais as fotos dos trabalhos propagaram-se em centenas de “gostos” e muitas partilhas, com as pessoas a sentirem orgulho da sua terra.

A autarquia deu o primeiro impulso com a aquisição de

lã e o resto foi angariado através de uma campanha de reco-lha a que se seguiria um passa palavra dos próprios idosos, através de vizinhos, amigos e maçaenses em geral.

Se no passado fizeram casacos, camisolas, cachecóis ou mantas para os filhos, para os maridos e vizinhos, agora criam arte e é essa revisitação de hábitos e saberes antigos que faz do projecto um sucesso. Mas não só. “Há muitos casos em que as pessoas associam o brincar, a infância, os tempos em que eram jovens. Por exemplo, em Ortiga fize-ram peixes, redes de lã, foram buscar memórias e tradições interessantíssimas. Uma senhora foi à escola primária e re-cordou os tempos em que brincava ao pião, saltava à corda, e criou bonecos no baloiço, imaginou-se naquela árvore”, conta Vanda Serra.

Abraço de crochê para saudar a memória

O objectivo do Gestart - gestos artísticos revisitam a diver-sidade e a convergência das artes na Europa -, coordenado pela Câmara Municipal de Mação e pelo Instituto Terra e Memória, com a colaboração das autarquias de Vila Nova da Barquinha e Abrantes, e do Instituto Politécnico de To-mar, é este mesmo. “E da ginástica mental”, completa Vanda sobre o Clube Sénior. “Grande parte dos dias destes idosos é passado na horta, no quintal, têm pouco mais que isso”. Mensalmente a psicóloga desloca-se junto dos idosos e com eles faz ginástica mental. Para além dessa ginástica há um tema mensal, “primeiro foi a pintura, a parceria com a Biblioteca Ludoteca, depois foi a sessão sobre alimentação com o centro de saúde, entre outras que estão já planeadas como a sessão de Ondas de Calor com o Centro de Saúde e a reciclagem com a Valnor”.

Os idosos são transportados para o Clube pela autar-quia, a Igreja, as Juntas de Freguesia, as associações, de 14 locais espalhados pelo concelho. Lá podem também receber

As mãos, o gesto, a arte de quem tornou o concelho de Mação ainda mais bonito

FACeBooK.CoM/JornAL-noVo-ALMouroL

SOCIEDADE 013JULHO 2014

Alguns dos trabalhos dos artistas maçaenses

livros e revistas para levar para casa e ler, os “Livros à Mão”. É toda esta envolvência de parcerias, entreajuda, ideias,

que faz com o projecto “Colorir Árvores com Lã” seja um sucesso, um que ultrapassou as expectativas e que agora to-dos podem visitar e admirar, numa galeria a céu aberto que é o concelho de Mação.

“É giro ver que nunca desistiram do projecto. Os ho-mens apoiaram e viram a importância do projecto”, diz Vanda, foi como um novelo de lã e memórias que come-

çou a desenrolar-se e não mais parou, escrevemos nós. “Os idosos estão orgulhosos”, conta uma igualmente orgulhosa Vanda, “mexe muito com o orgulho, com o lado emocional, não somos capazes de ficar indiferentes, ainda mais ven-do mais trabalhos, e que há locais com nove árvores onde pensávamos que não íamos conseguir ter nenhuma! Existe sempre aquela ideia de que os idosos já não servem para nada mas este projecto, para além de aumentar a auto-es-tima deles, passaram da incredulidade à coragem, fez com

que pensassem que “ainda prestamos para alguma coisa””. Na Feira Mostra de Mação, milhares puderam obser-

var as obras de arte dos sábios do concelho, e por certo, as árvores contar-lhes-ão histórias: uma criança que baloiça de cabelos ao vento, feliz, um primeiro beijo no resguardo de um sobreiro, meninos e meninas a brincar à apanhada, traquinas a subir aos galhos, piões a rodar para a eternida-de. Aconteceu e acontece em Mação, sem espaço para a solidão. ―

edUcaÇÃOEstudo sugere mais arte e cultura na escolaTrabalho faz parte do Plano Cultura 2020, desenvolvido no contexto do quadro europeu, por iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura, através do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação CulturaisApesar do “incremento regular relativo das ac-tividades lúdico-expressivas” no decurso de 2009 até 2013”, o estudo sugere que as escolas devem passar a incluir um maior número de actividades artísticas e culturais, que sejam acompanhadas por uma maior in-teracção entre a Secretaria de Estado da Cultura e o Ministério da Educação e Ciência.

O estudo “Cultura, Formação e Cidadania” foi de-senvolvido no âmbito do Plano Cultura 2020, fo apre-sentado no dia 29 de Junho, no Porto, e para o reforço “da presença das artes e da cultura no meio escolar”, sugere maior “contacto regular dos alunos e professores com diversas linguagens estéticas e artísticas contem-porâneas, e com diversos agentes artísticos e culturais, através, por exemplo, do fomento de 'residências' regu-lares de artistas e grupos/companhias/estruturas cultu-rais e artísticas na escola”.

As recomendações incidem igualmente num au-mento de oportunidades de formação/acção direcciona-das a professores e educadores no âmbito artístico, por forma alutar contra o absentismo, insucesso e abandono escolar precoce.

O Plano Cultura 2020, em articulação com o Ins-tituto Financeiro do Desenvolvimento Regional prevê a realização de cerca de uma dezena de estudos sobre o sector com o objectivo de ajudar a projectar políticas culturais para os próximos anos.―

014 PUBLICIDADENovoAlmourol

JUNHO 2014

Os PassOs de sÍsiFO

ConflitosOpInIãO LUiz OOsTeRBeek

Ainda vamos a tempo? Esta é a questão que preocupa de forma crescente muitas pes-soas, mas que parece arredada da atenção das lideranças euro-peias. O aumento brutal da ex-clusão social, o envelhecimento da população, o desemprego associado a um custo de vida demasiado elevado, por sua vez condicionado por um elevadíssi-mo custo energético, uma esco-laridade que se afunila cada vez mais em perfis de adequação ao curto prazo roubando espaço à adaptabilidade, o ressurgimento da xenofobia, do racismo, da vio-lência gratuita, do radicalismo fascizante… do medo.

Vivemos numa Europa e num País em que se hiper-valorizam as diferenças de forma, sem que se encare se-riamente o fosso crescente que separa as pessoas e as suas vidas, das novelas de lideranças politi-cas não eleitas ou sem distinções de fundo para além de carreiras pessoais, de opções estratégicas não referendadas pelo voto, de

sistemas bancários opacos e com regras próprias, … de desespe-rança.

O mercado interno euro-peu não para de decrescer, agora que se instalou de forma universalizada uma cultura da poupança absoluta face à radical incerteza do futuro. A Europa não possui grandes recursos de matérias-primas raras, não tem uma estratégia energética que valorize também os seus recur-sos endógenos (como o gás de xisto), não possui um rumo de estabilidade geográfico-laboral que propicie a estabilidade fami-liar e a natalidade, promoveu um ensino inclusivo mas não cuidou do seu controlo de qualidade in-trínseca a montante e não me-ramente corporativa a jusante, valorizou a tecnologia como se de uma divindade se tratasse enfraquecendo a sua relevância internacional no domínio das ciências humanas e sociais que sempre foram cruciais na sua afirmação mundial, estabeleceu a originalidade de um sistema bancário focado apenas no en-tesouramento mas esquecendo o investimento e a equidade, man-

tém uma moeda cara mas cada vez menos forte que prejudica as exportações, é manifestamente impotente face a qualquer con-flito militar, foi substituindo a solidariedade fraterna pela sub-sidiariedade sectorial,… pensa que o futuro só existe em ciclos de décadas e esqueceu o poder disruptivo dos futuros de curto prazo, aqueles que geram guer-ras e morte.

Há, porém, muitos sinais positivos, da visão mais inte-grada dos próximos financia-mentos comunitários à aposta nas energias renováveis e na economia digital. Há, sobretudo, espaço para que se afirmem no-vos territórios e novas lideranças, que compreendam o que signifi-ca de facto a globalização, e quais as oportunidades que se lhes abrem. Houve processos de de-sagregação que foram travados no passado, como na Alemanha de Bismarck, que criou o Estado Social e evitou a guerra civil.

As oportunidades, para a economia e para a paz, jogam-se em grande medida nos pequenos territórios, como o Médio Tejo. Vai o MT limitar-se a “aprovei-

noVoALMouroL.wordPress.CoM

CULTO 019JULHO 2014

As oportunidades para a economia e para a paz, jogam-se em grande medida nos pequenos territórios, como o Médio Tejo. Vai o MT limitar-se a “aproveitar os fundos europeus” ou pode ambicionar uma agenda mais ambiciosa e “exportável”?

tar os fundos europeus” ou pode ambicionar uma agenda mais ambiciosa e “exportável”? A rede de educação verticalizada é um exemplo do que pode ser bem feito, sobretudo se tiver a am-bição de reintegrar as diferentes áreas de formação e introduzir um grande rigor na formação de base. A internacionalização de empresas em associação com o IPT é um desafio ainda por cumprir, mas que pode ter um grande impacto. A consolidação de um pólo de referência inter-nacional em ciências humanas e sociais aplicadas é outra oportu-nidade que, com o ITM, a região pode abraçar. Fazer diferente, e encontrar aí o gosto pela dife-rença, que é a base da amizade e da paz. Vamos conseguir?

Enfim, depois de tanto erro passa-do / Tantas retaliações, tanto peri-go / Eis que ressurge noutro o velho amigo / Nunca perdido, sempre reencontrado.É bom sentá-lo novamente ao lado / Com olhos que contêm o olhar antigo / Sempre comigo um pouco atribulado /E como sempre singular comigo.

Vinícius de Morais.―

dOM RaMiRO

Inconveniências da ArteOpInIãO caRLOs viceNTe

Em momentos controversos como os que estamos a passar, costumam surgir no negro chão de terra queimada “gritos de ver-de”, aqui e ali, que germinam e dão belas árvores e às vezes fru-tos.Nesta religião economicista…Nem tudo é dinheiro… dizem os que o têm.Não compro na loja com bon-dade e simpatia, dizem os que o não têm.O mundo está negro dizem os “invisíveis”. O mundo nunca esteve melhor, dizem os “colunáveis”. Entre uns e outros venha o diabo e escolha.- Que época propícia ao “renas-cimento”… das ideias, dos valo-res e da criatividade do novo ser, “o artista”, o homem que trans-porta o melhor material bélico do mundo. Rejeitado pelo “po-

der” se não o servir, adulado pelo mesmo poder se o idolatrar.Vendedores de sonhos e apenas isso. Mas o sonho comanda a vida, como diz o poeta… então, porque não elevar o sonho a um estatuto de lei ou a uma obriga-ção colectiva…- Mas, há os sonhos bons e os maus sonhos…

- Então criamos a polícia dos sonhos. Condenam-se os maus sonhos.- E os corruptos dos sonhos?- Vamos de mal a pior, em que ficamos? Na boa e na má arte. E quem a define enquanto tal? Os bancos, os banqueiros, os seus proprietários? Os grupos influentes? Lá voltamos ao mes-

mo.- Precisamos de um grande di-lúvio que lave e lave… as men-tes pecaminosas que arrancam à nascença os tais “gritos de verde”, que não deixam a árvore nascer, nem os frutos amadurecer…- A Arte é um “mundo” melhor. E, como também dizem os ilu-minados, não é para todos, são para os que trilham no seu ca-minho (ou percurso) na “procu-ra” da felicidade. A procura, eu entendo, à felicidade ainda não cheguei lá e já duvido que exista em plenitude.- Então para quê? A procura?- Para me alimentar de uma es-perança que tarda, de um acon-tecimento que evito ou de um “fazer” que me torna alvo do “poder”…- O que é o poder? O monstro que me espera no ca-minho da procura e me evita nos momentos em que me sinto feliz por fazer parte de um mundo onde a arte existe... por isso a arte é…―

016 CULTURANovoAlmourol

JULHO 2014

iTiNeRÁRiOExposições tomam conta do Médio Tejo TEXTO aNdRÉ LOPes

O bom tempo não convida apenas a sair de casa para ir a banhos ou para estar numa es-planada a ler um bom livro. O sol e o calor são um bom motivo para ir dar um passeio pela região e aproveitar as exposições de pintu-ra, escultura, fotografia e cerâmica que decorrem um pouco por todo o Médio Tejo. O Novo Almourol selecionou algumas exposições para que possa aproveitar o tempo de forma lúdica e pedagógica. A entrada é gratuita…

No Museu D. Lopo de Al-meida, no Castelo de Abrantes, está patente a exposição “8.000 anos a transformar o barro”, da qual integra um espólio com-preendido entre o período Neolí-tico e a Idade Moderna. A mos-tra decorre até 31 de outubro, de terça-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h. Ainda em Abrantes, a Biblioteca Municipal António Botto, recebe os car-toons de Henrique Monteiro até ao dia 24 de julho.

O Museu Municipal de Ourém recebe uma exposição de “Ilustração Infantil”. Até 30 de Setembro, as ilustrações de Rober-to Chichorro vão habitar a Casa do Administrador, transportando o visitante para o universo imagé-tico infantil.

“Álbum de Família” é o títu-lo da exposição de fotografia que está no Centro Cultural de Sar-doal até 28 de julho. Da autoria de Nelson D´Aires, a mostra visa homenagear António Gonçalves Pedro, natural da Cabeça das Mós, Sardoal, que durante mais de 50 anos fotografou a história de Mora e das suas gentes.

O Núcleo de Arte Contem-porânea, no Edifício do Turismo de Tomar, recebe uma exposi-ção de pintura por Fernando de Azevedo, até 31 de agosto, onde Cristina Azevedo Tavares, filha do autor, fará uma visita guiada no dia

12 de julho, pelas 10 horas. Ainda em Tomar, na Casa Manuel Gui-marães, pode apreciar o trabalho fotográfico de Tiago Mota Gar-cia até ao dia 18 de julho.

Em Torres Novas são três as exposições em destaque na Bi-blioteca Gustavo Pinto Lopes. “Pinceladas”, pintura de Gilberto Reis, pode ser vista até 29 de agos-to, enquanto o Átrio do Arquivo Municipal recebe, até 26 de se-tembro, uma mostra documental do Montepio Operário de Lapas. De 28 de julho a 13 de setembro, a Biblioteca recebe também uma exposição de banda desenhada por Armando Costa.

A Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, em Vila de Rei, acolhe até ao próximo dia 24 de julho uma exposição por Ricardo Campus. “Citações e Pensamen-tos de Florbela Espanca” é uma mostra de cartonns com frases, pareceres e reflexões de Florbela Espanca, uma das maiores poeti-

Quando se fala da Conquista de Ceuta em 1415, o que marca o início da expansão marítima por-tuguesa, parece quase contra-producente relacionar tal marco histórico com Payo Pelle (actual Praia do ribatejo), relação que passaria quase despercebida e até poderia cair no esquecimen-to, não fosse a espionagem e os seus relatórios durante a Idade Média.ora, sendo Portugal o pioneiro no que apelidamos hoje de globalização (resultado das descobertas), também era alvo de tentativas de espionagem por parte, essencialmente, de espanha, de forma que o rei de espanha tivesse o total conhe-cimento dos planos e destinos planeados pelo rei Português.

sendo os meios de comunicação muito diferentes dos de hoje, as informações dos espiões eram dadas por relatórios manuscritos e enviados com todo o cuidado e sigilo para os interessados.d. João I utilizou uma forte armada para conquistar Ceuta, a qual foi planeada e programada durante muito tempo, mantida em segredo todo o plano com base numa política de sigilo

Contributos para a história de Praia do Ribatejo

a conquista de ceuta e a sua relação com Payo Pelle

Rita Inácio arquitecta

e contra-informação. Ainda assim, ruy dias de Vega, espião castelhano consegue chegar ao estaleiro naval onde se cons-truíram as galeotas que foram usadas para conquistar Ceuta. É num relatório deste espião, data 23 de Abril de 1945, que o mesmo informa o rei d. Fernan-do I de Aragão, dos preparativos da armada, dos navios e tipos de barcos que a compunha, da tripulação e sua origem, dos boatos sobre o destino de tal armada, e onde se pode verificar a forte relação que o início da expansão Portuguesa teve com Payo Pelle. entre muitas outras coisas, diz ruy dias de Vega o seguinte: «EI Prior et los maestres mandan fazer senhas galeotas de sesenta rremos cada una, saluo el maestre de Santyago. Et fazenlas en el rryo de Sesar [Zêzere] que es cerça de Punete, et entra en Tajo aquel rrio a syete leguas de Santareno Et ellos estan todos en sus tierras, adereçando pela la partyda, que na todos de partyr con el rrey.» (1) ou seja, nas margens do rio Zêzere, mais propriamente no lugar de Cafuz – Limeiras, foram construídas, putativamente, as galeotas usadas para iniciar os descobrimentos. Pressupõem-se assim, que Payo Pelle, escondia os verdadeiros planos de d. João I, de onde muitos partiram na dita armada para tão grande feito, para que a 22 de Agosto de 1415, o porto de Ceuta fosse tomado pela incursão militar portuguesa, ao comando de d. João I, acompanhado pelos seus filhos d. duarte e d. Henrique.(Continua…) ―

(1) Monumenta Henricina, II, Coimbra, 1960, doc 57, p. 132-135

(...) "nas margens do Rio Zêzere, mais propriamente no lugar de Cafuz, Limeiras, foram construídas, putativamente, as galeotas usadas para iniciar os Descobrimentos."

sas portuguesas. Três alunos do Instituto Poli-

técnico de Tomar expõem os seus trabalhos de instalação e pintura na Galeria do Parque, em Vila Nova da Barquinha. “Trabalho de Campo”, visível até 31 de agos-to, pretende mostrar o trabalho realizado pelos alunos em contex-to escolar, através das várias formas de arte contemporânea. A Galeria do Parque está aberta ao público de quarta a sexta-feira das 11h às 13h e das 14h às 18h e aos fins-de--semana das 14h às 19h. Motivos não faltam para sair de casa e ver cultura..―

em Abrantes pode fazer uma viagem de 8000 anos

A exposição "Trabalho de Campo" em Vila nova da Barquinha com escultura, instalação e pintura em formatos que comprovam a condição híbrida das práticas artísticas actuais.

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FACeBooK.CoM/JornAL-noVo-ALMouroL

CULTURA 017JULHO 2014

É sabido de todos nós que é importante criarem-se condições para a produção e divulgação da Cultura, nas suas mais diversas formas de expressão, agregando-se, por via produtiva, mais valor para os territórios. A CIMT trabalha nesse sentido e sucedem-se os eventos e iniciativas dos 13 municípios que lhe dão corpo. Também há outros contribu-tos neste contexto. A título de exemplo, a Cultura pode ser entendida em sentido triplo. rui Vilar afirma-o em artigo publicado na revista Comunica-ção e Cultura de 2007, oriundo de uma Conferência sobre o tema e disponível em, http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:24mZHaKCtiIJ:cc.bond.com.pt/wp-content/uploads/2010/07/03_07_emilio_rui_Vilar.pdf+&cd=8&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=pt. nessa abordagem há uma cita-ção de T. s. eliot (constante da lista bibliográfica) e, nessa ló-gica evocativa de um pensador clássico da cultura mundial, é-nos apresentado o termo Cultura: desenvolvimento de um indivíduo, de um grupo, de uma classe, enfim, da socieda-de no seu todo. o então Presi-dente da Fundação Calouste gulbenkian considerando que o conceito admitia várias interpretações, sugeria o leitor a ocupar-se da palavra Cultura através do trilho interpretativo que avançava, dando-se-lhe tríplice entendimento em:1º- cultura como formação ou educação do indivíduo; 2º- cultura como identidade de um grupo ou de uma civilização; 3º - enquanto conjunto dos pro-dutos criados por indivíduos engajados “pelo tríptico Artes/Humanidades/Ciência”.Lembrei-me deste artigo aquando da publicação, recen-te, do regulamento que trata

Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações

31. a economia da cultura, o acesso aos sítios patrimoniais e o desenvolvimento dos territórios.

Luís Mota FigueiraProfessor coordenador do instituto Politécnico de Tomar

dos alugueres de espaços sob a alçada da direcção geral do Pa-trimónio Cultural. de um ponto de vista de rentabilização do património sob gestão do estado é meritório sabermos de regulamentação adequada a esse objectivo. A sua leitura interessa-nos a todos, nomea-damente aos empreendedores que procuram usar do prestígio do nosso património para os seus eventos.

o sítio da dgPC apresenta os 23 locais e em http://www.conventocristo.pt/pt/index.php?s=white&pid=173, poderá consultar a tabela de preços praticados no Convento de Cristo de Tomar. Confio que a tríplice noção, esteja inserida nas práticas que tal regula-mento prevê, nomeadamente nas que podem ser avaliadas discricionariamente, face aos valores a praticar. esse modo será imposto, naturalmente, pelas circunstâncias especí-ficas, previstas no normativo agora publicado e pelo bom senso dos decisores.

De um ponto de vista de rentabilização do património sob gestão do Estado é meritório sabermos de regulamentação adequada a esse objectivo. A sua leitura interessa-nos a todos, nomeadamente aos empreendedores que procuram usar do prestígio do nosso património para os seus eventos.

Oficina TeatroEstão já a decorrer as Oficinas de Teatro para Crianças e Jovens na Casa do Povo de Riachos, entre os dias até dia 18 de Julho (I Módulo), e entre dia 04 e 15 de Agosto (II Módulo). A actividade tem por objectivo a ocupação dos tempos livres das crianças e dos jovens nas férias de Verão, bem como a sensibilização para o teatro. Este ano serão constituídos dois grupos de trabalho - um com crianças dos 6 aos 11 anos e outro com jovens dos 12 aos 18.. ―

Bicicletas AntigasNo dia 20 de Julho realiza-se o 4.º Passeio de Bicicletas Antigas em Soudos, Tomar e Torres Novas. A concentração é às 9h00 no Largo do Rossio e há prémios para o Traje mais original e a Bicicleta mais Clássica.O Passeio conta com a colaboração das associações de Jogos Tradicionais de Vila Nova, Carrazede, Peralva, Curvaceiras, delongo, Paialvo, Vila do Paço e Soudos. As inscrições são até dia 15 de Julho no site soudosemmovimento.blogspot.pt ou do número 916 619 663. A inscrição (10 - sócios e 12 - não sócios) vale Almoço, Lanche e Lembrança..―

soudos rIACHos

“Se quiser ter prosperidade por um ano, cultive sementes. Por dez, cultive árvores. Mas para ter sucesso por 100 anos, cultive gente.”

Confúcio

Semana de Férias no CIECPara este verão, o CIEC programou uma semana de Férias com Ciência, destinada a crianças dos 10 aos 13 anos. "Caça o tesouro no Castelo", "Queres ser arqueólogo?", "Experimenta Magic&mente!", Vem ser Chef com Ciência!" são apenas algumas das atividades propostas. As Férias decorrem de 21 a 25 Julho, das 9h00min às 18h00min, sendo o valor da inscrição semanal de 55€, com almoço e lanches incluídos.As inscrições são limitadas e podem ser feitas por telefone (926642703) ou e-mail ( [email protected]) até 17 de Julho.―

VILA noVA dA BArQuInHA

aBRaNTes

180 Creative Camp reúne artistas de todo o mundoTEXTO Na

Noiserv, Arthur Carvalho, Lara Luís, Dub Video Con-nection, Margarida Louca & Artistas + Engineers, Juanma Lodo, Tocha Pestana, Lagaet, Airan Berg, Maria Mónica, Olaf Breuning, David Quilles Guilló ou Isaac Cordal são al-guns dos artistas que vão estar em Abrantes, entre os dias 13 a 20 de Julho, num evento que vai para a sua segunda edição consecutiva em Abrantes (ver pág. 19).

Dezenas de criadores oriundos de 20 países e cinco continentes, estarão em pleno

ribatejo a criar e a apresentar projectos inéditos de instalação urbana, arquitectura, vídeo, de-sign ou fotografia. O 180 Crea-tive camp 2014 apresenta novos talentos e criadores consagrados para oito dias de produção cria-tiva intensiva, de países como a Nova Zelândia, Egipto, Índia, África do Sul, Estados Uni-dos, Ucrânia, Brasil, Portugal e Hong Kong.

Os vencedores foram os projectos “Karat” dos italianos Francesco Bernabei e Magnus Gustafsson e “Os 12 mil pa-res de sapatos d’Abrantes” do colectivo espanhol formado por Victor Lledó Garcia, Juan José Pérez Mancho e Mateo

Férnández-Muro. Ambos os projectos vão ser concretizados no centro histórico de Abrantes durante o 180 Creative Camp 2014.

O segundo concurso “Call for Participants” elegeu 20 no-vos talentos de 17 nacionalida-des, cujos portefólios se desta-caram entre as 169 candidaturas recebidas, e que ganham assim a oportunidade de participarem gratuitamente no evento, junto com criadores e projectos de referência como Olaf Breuning (EUA), Isaac Cordal (ESP) e Ella & Pitr (FRA), o colecti-vo de vídeo Like Knows Like (NL) e a editora de cultura vi-sual Gestalten TV (DE).―

018 REgIãONovoAlmourol

JULHO 2014

FesTas

Uma região em festa celebrou a chegada do Verão O NA previu que assim seria. Enfiados em "latas de sardinha" durante um Outono e um Inverno especialmente cinzentos e uma Primavera tímida, a chegada do Verão e as festas populares, fizeram com que muitas dezenas de milhar saíssem à rua, invadindo centros históricos, espaços verdes e demais recintos de festa. O NA esteve em algumas das celebrações com que Junho brindou a região. Até 2015!

Barquinha

Abrantes

Constância

Entroncamento Torres Novas

O Verão apertou e durante quatro dias, milhares de pessoas invadiram a baixa da vila e a 28.ª edição da Feira do Tejo.O facto de ao mesmo tempo estarem a decorrer festejos noutros concelhos não impediu que de toda a região chegassem visitantes. Para o ano há mais...

As Festas da Cidade retornaram a casa, ao centro da cidade, e bastou um "olá" para que toda a cidade se deixasse apoderar pelos festejos, dando-lhe mais brilho e vida

Celebraram-se em 2014 os 20 anos desde a primeira edição das Pomonas Camonianas. o evento celebrou o passado da vila Poema e demonstrou mais uma vez uma comunhão entre a autarquia e a população, com destaque para as crianças que não se mostram rogadas em serem protagonistas.

As pulseiras de acesso voaram das bilheteiras, apesar das queixas sobre os preços diários. Mesmo com algumas actividades marcadas pela chuva, a Feira Medieval é um sucesso.

Com um cartaz de peso a criar expectativa (Amor Electro - foto - David Antunes e Herman José, Simone de Oliveira, entre outros) complementadocomvalores locais, as Festas de Abrantes superaram todas as expectativas.

FACeBooK.CoM/JornAL-noVo-ALMouroLL

NOVOS OLHARES 19JULHO 2014

180 cReaTive caMP

Abrantes torna-sea capital internacional da criatividade

Pelo segundo ano consecutivo, Abrantes vai ser o palco de mais uma edição do Creative Camp, um dos maiores eventos criativos a nível nacional e internacional que junta 20 jovens criadores a 20 profissionais de renome para uma semana de actividades artísticas que prometem transformar a cidade.

TEXTO&FOTO MaRGaRida seRôdiO

De 13 a 20 de Julho, o 180 Creative Camp, uma ini-ciativa do Canal 180 que conta com o apoio da au-tarquia local, vai reunir em Abrantes alguns dos melho-res criadores do mundo de diferentes áreas de expressão artística.

Oito dias durante os quais irá decorrer um conjunto de iniciativas de intervenção urbana, criação vídeo, mas-terclasses, workshops e encontros com criadores nacio-nais e internacionais das áreas da fotografia, do design, da música, do vídeo e da instalação. Grande parte das activi-dades irão decorrer ao ar livre, no centro histórico da ci-dade, sendo que a Galeria Municipal, o Espaço Jovem, o Castelo e os claustros do Convento de S. Domingos serão outros dos espaços que irão acolher parte do programa do Creative Camp.

Durante uma semana, Abrantes será a cidade onde todos os sonhos criativos se tornam realidade. “O 180 Creative Camp é um projecto com potencial de impres-sionar os habitantes e visitantes da cidade devido à selec-ção artística que propõe”, refere Natália Pinto, do Canal 180, ao NA.

Quem não se lembra das gigantes fitas ver-melhas que, no ano passado, decoraram a torre de comunicações de Abrantes? Ou a estátua de D. Francisco de Almeida, no Jardim do Castelo, que foi intervencionada com plasticina de múltiplas cores? Ou ainda o polvo gigante que foi pinta-do nas traseiras do antigo edifício do quartel dos bombeiros que hoje acolhe a galeria municipal de arte? Estes são alguns dos exem-plos de intervenções que marca-ram o Creative Camp de 2013 em Abrantes.

Para o cartaz deste ano, já es-tão confirmados nomes de artistas internacionais como o de Olaf Breuning, fotógrafo nascido na Suíça mas que desenvolve o seu trabalho em Nova Iorque, bem como do galego Isaac Cordal, criador de esculturas que decoram ruas de capitais europeias, e ainda a dupla francesa de artistas urba-nos Ella e Pitr, conhecidos pela

colagem de desenhos de grande formato em paredes de cidades de todo o mundo. Em Abrantes, para registar todos os momentos criativos deste evento, vão também marcar presença os responsáveis pelos projectos de vídeo Like Knows Like, da Holanda, e Gestalten TV, uma das principais editoras de cultura visual do mundo.

A música será outro elemento apelativo do evento com as presenças de Noiserv e Tocha Pestana. David Quiles Gilló; We come from space; Mo.ca Design; La-gaet; Juanma LoDo e Maria Mónica são os restantes artistas confirmados para a edição deste ano do campo criativo.

Com um figurino diferente do ano anterior, o Crea-tive Camp 2014 terá apenas 20 participantes, oriundos de 17 países, que terão a oportunidade de trabalhar lado a lado com grandes nomes da arte presentes no evento, e que foram selecionados através do concurso “Call for Participants” que recebeu cerca de 170 candidaturas.

Outra novidade na edição deste ano foi a abertu-ra de uma “Open Call” que, entre 72 candidaturas de autores de 18 países, selecionou dois projectos de inter-venção urbana no centro histórico de Abrantes. “Karat” e “Os 12 mil pares de sapatos d´Abrantes” são os nomes dos projectos vencedores: o primeiro, da autoria da du-pla de criadores italianos Francesco Bernabei e Magnus Gustafsson, consiste numa instalação dourada composta por formas rotativas que reflectem a história de Abrantes. Já o segundo projecto vencedor, da autoria dos espanhóis Victor Lledó Garcia, Juan José Pérez Moncho e Mateo Fernández-Muro, é inspirado num episódio de guerra com centenas de anos, quando os habitantes de Abran-tes foram obrigados a abdicar dos seus sapatos a favor dos soldados. Estes dois projectos vencedores receberam

um prémio no valor de 2500 euros cada para que sejam implementados na cidade de Abrantes no decorrer do Creative Camp. As inaugurações estão agendadas para dia 14 (“Karat”) e dia 18 (“Os 12 mil pares de sapatos d´Abrantes”).

Mas a grande estreia da edição deste ano do Creati-ve Camp, segundo explicou Natália Pinto, é a exposição META – The Wrong New Digital Art Biennale, desen-volvida por David Quiles Gilló, uma mostra internacio-nal de arte digital, apenas acessível online, que será apre-sentada pela primeira vez no seu formato físico. Reúne as obras digitais mais criativas dos melhores talentos de todo o mundo na área e estará patente na Galeria Muni-cipal de Arte de Abrantes até ao final do mês de Agosto, estando a sua inauguração agendada para o próximo dia 19.

Creative Camp reactiva nostalgia das antigas pis-cinas de Abrantes. “The Power of Storytelling”, o po-der das histórias, é o tema da edição deste ano do Campo Criativo. Um evento de criatividade que agrada a grande parte dos habitantes de Abrantes. Rafael de Matos, 18 anos, estudante, refere ao NA que “este é um dos projec-tos mais interessantes que se realiza em Abrantes”, desta-cando a visibilidade nacional e internacional que a cidade ganha junto da comunidade artística.

Também Joana Borda D´Água, arquitecta e geren-te de loja, 28 anos, refere que o Creative Camp “é uma oportunidade única para os habitantes verem acontecer coisas diferentes na cidade”. E salienta que, com a edição do ano passado que utilizou o espaço das antigas piscinas municipais, muitos foram aqueles que “ficaram contentes por se voltar a utilizar aquele espaço, mesmo que não seja como piscina”. “É uma estrutura que os habitantes não esquecem e que recordam com muito carinho”, acrescenta.

Do programa do Creative Camp constam actividades que estarão abertas a todos os interessados em participar.

O fervilhar de ideias vai andar espa-lhado pelas ruas do centro histórico de Abrantes e algumas lojas irão ser alvo de intervenções de artistas.

A organização do Creative Camp pretende ainda desafiar jovens criado-res de Abrantes a participarem e para o

efeito, antes do início do even-to, irão abrir inscrições para 10 voluntários que residam na cidade que serão integrados nas equipas de produção, or-ganização e comunicação do evento.

Segundo Natália Pinto, “a combinação de património histórico e natureza, com o rio Tejo, fazem de Abrantes uma cidade que apela e inspira tanto os artistas convidados, como os criadores, quer sejam estrangeiros ou portugue-ses”.―

Intervenção nas antigas instalações do quartel dos bombeiros de Abrantes durante o Creative Camp de 2013

Vão ser abertas inscrições para 10 voluntários que residam na cidade que serão integrados nas equipas de produção, organização e comunicação do Creative Camp

020 CULTURANovoAlmourol

JULHO 2014

vN BaRQUiNHa

Castelo de Almourol reabriu ao público

TEXTO Na

O Castelo de Almourol, concelho de Vila Nova da Barquinha, reabriu ao público no dia 4 de Julho, após a con-clusão das obras de intervenção na torre de menagem e benefi-ciação das muralhas e interiores. Permanecerá encerrada aos visi-tantes, abrindo ainda este mês, a torre de menagem, para conclu-são dos trabalhos do sistema de iluminação.

Para visitar, poderá fazê--lo de terça a domingo numa travessia em embarcação típica

junto ao castelo, ou fazer um passeio fluvial entre Tancos e a ilha de Almourol, com paragem para visita ao monumento (mar-cações pelo tel. 962 625 678). O Posto de Turismo de Vila Nova da Barquinha disponibiliza tam-bém visitas guiadas ao monu-mento nacional (marcações pelo tel. 915 081 737).

As melhorias incidiram em diversas zonas de desagrega-ção dos panos da muralha e das torres, com a sua impermeabi-lização, drenagem das águas e beneficiação das muralhas. A intervenção na torre consistiu na substituição do actual terraço,

colocação de escada metálica de circulação vertical, visando pre-servar e proteger o monumento possibilitando-lhe as melhores condições de acessibilidade e circulação num equilíbrio das componentes histórica, ambien-tal e simbólica do lugar.

A intervenção, que teve a duração de oito meses, é resul-tado de uma candidatura ao QREN (com comparticipação de 85%), efectuada pela Câma-ra Municipal de Vila Nova da Barquinha, que suportará o valor remanescente não co-financiado. O valor total do investimento é de cerca de 500 mil euros.―

reabertura importante para o Turismo na região.

vN BaRQUiNHa

I.M.Pei na Sessão#23 do "Projectar" TEXTO Na

Recentemente galardoado com a Medalha de Ouro da União Internacional de Arqui-tectos (UIA), o arquitecto sino--americano Leoh Ming Pei será o tema do documentário a exi-bir na vigésima terceira sessão "Projectar", que terá lugar no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, no próximo dia 17 de Julho, Quinta-feira, pelas 19h00.

Realizado em 1997, "First Person Singular: I. M. Pei" é um retrato intimista, no qual

o arquitecto conduz os espec-tadores pelo Museu do Louvre em Paris, pela National Gallery of Art de Washington, pelo "Rock and Roll Hall of Fame" em Cleveland, pelo Banco da China em Hong Kong, pelo Meyerson Symphony Center em Dallas, pelo Museu Miho no Japão e por outros exemplos

dia 20 de Junho celebrámos o dia Mundial do refugiado. refu-giados não escolhem a sua saí-da, não decidem simplesmente deixar a sua casa, a sua família, o seu mundo.. são obrigados a sair por guerras, por abusos dos seus direitos enquanto cidadãos e cidadãs, por serem diferentes de uma norma que oprime, ou porque simplesmente estão no sítio errado na hora errada.É premente que sejamos solidá-rios com quem não escolhe a sua sorte e tem de fugir para um país diferente, para países onde não falam a sua língua nem enten-dem a sua filosofia ou cultura de vida.

Partilho nesta crónica a estória da Fineza e como ela tocou o meu coração."A Fineza, a Maezinha e eu, de-pois de uma acção de distribui-ção de mosquiteiros no combate à malária no Zaire no norte de Angola.A Fineza como muitas mulheres e homens, é imigrante, filha de refugiados de Angola que fugiram no período da guerra, nasceu no Congo e regressou a Angola há 5 anos em busca

De Lá

"O exílio não escolhe a sua Babilónia"

BrunoG. M. Neto Filantropo

do resto da sua família, já que os seus pais morreram. Como muitos refugiados no período da guerra, perdeu os documen-tos da sua família tal como ela própria (que a vi em carne e osso) não existe para o mundo, porque lhe falta um papel com um par de selos a confirmar a sua existência. não pode registar o filho, não pode viajar para não ser presa pelas autoridades, não pode estudar ou recorrer a ajudas sociais. A Fineza tal como muitas outras e outros refugiados, está presa dentro de si mesma e presa dentro de um mundo que continua a ter uns mais humanos que outros. Mas a esperança não morrerá.."Temos de ter esperança e podemos ser cúmplices neste compromisso para um mundo mais justo. Como podemos contribuir?Continuamente recebo emails e mensagens a perguntar como podem as pessoas ajudar, como podem contribuir nas lutas em que ando metido?! na questão de refugiados, podemos ajudar e nem precisamos de ir muito longe, temos quem precisa mes-mo aqui ao lado. Passem pelo website do Conselho Português para os refugiados (www.cpr.pt) e informem-se sobre o impor-tante e exemplar trabalho e contribuam nesta causa que diz respeito a todos e todas nós. em Abril, fiz uma busca infinita ao meu guarda-fato em Portugal e doei roupa que já não me servia ou já não gostava e sapatos, sapatilhas, etc, etc. sigamos com humildade, que se inspirem e que inspirem os demais. Bem Hajam!

Na questão de refugiados, podemos ajudar e nem precisamos de ir muito longe, temos quem precisa mesmo aqui ao lado.

da sua extraordinária obra. Também nos fala do iní-

cio da sua vida na China, os anos dos cursos no MIT e em Harvard, e da sua experiên-cia de trabalho com clientes tão exigentes como Jacqueline Kennedy, William Zeckendorf, François Mitterrand ou Paul Mellon. Revela-nos a sua abor-dagem filosófica e princípios como nunca o fez antes.

Filmado no local das pró-prias obras, no Japão, Hong Kong, Paris, Cleveland, Nova Iorque, Washington e Dallas, e comentado pelo próprio arqui-tecto. A entrada é livre.―

FACeBooK.CoM/JornAL-noVo-ALMouroLCULTURA 021JULHO 2014

TORRes NOvas

Tiago Guedes vai ser o novo director do Rivoli TEXTO RicaRdO aLves

O coreógrafo e bailarino Tiago Guedes é o vencedor do concurso público para en-contrar o futuro director do Teatro Municipal do Porto – Rivoli e Campo Alegre. Tiago Guedes é o actual Director Ar-tístico do Teatro Virgíni (TV)a de Torres Novas e do Festival Materiais Diversos.

Cinema nas piscinasAs piscinas municipais Vasco Jacob, na zona verde junto ao rio Nabão, em Tomar, recebem quatro sessões de cinema ao ar livre durante o mês de Julho. A iniciativa é promovida pelo "Plano Extraordinário" - Cineclube de Tomar e a autarquia local. Até ao final do mês ainda podem ser visionados três filmes:16 de Julho – "Palácio das Necessidades" de Bertrand Tavernier; "Voltar a Nascer" de Sergio Castellitto, no dia 23, e "Ciclo Interrompido", de Felix van Groeningen, a 30 de Julho. As sessões realizam-se às 22h00 destas quartas-feiras e as entradas custam 1 euro. O cinema ao ar livre durante o Verão é um velho hábito da cidade onde durante muitos anos houve sessões de cinema estivais no Cine-Esplanada―

ToMAr

Nova GaleriaTomar celebrou em Maio passado o 10º aniversário do Núcleo de Arte Contemporânea (NAC), criado em 2004, com a inauguração de uma nova sala de exposições, a galeria NAC. 2, situada no primeiro piso da Casa da Comissão de Iniciativa e Turismo, ao topo da Av. Cândido Madureira. Esta sala substitui a antiga Galeria dos Paços do Concelho para acolher as exposições temporárias do museu, abrindo com uma retrospectiva do pintor Fernando de Azevedo. O NAC tem um papel relevante na divulgação da arte portuguesa do século XX, em particular no interior do país, onde estes espaços são escassos.A.L.―

ToMAr

Foi escolhido para o TV em Março de 2013 e aos 35 anos entra para um dos teatrros de maior notoriedade no país. O jornal Público avançou a notícia no dia 2 de Junho escrevendo que as medidas concretas de ar-ticulação com estruturas nacio-nais e internacionais, bem como com os agentes e estruturas da cidade, incluindo a relação com as freguesias e as dinâmicas do centro histórico, estratégia

apresentada pelo coreógrafo numa das fases de avaliação do concurso público para o lugar, foram valorizadas em detrime-no dos outros candidatos. Um trabalho no qual Tiago Guedes tem experiência seja no Mate-riais Diversos como no TV.

A decisão deverá ser anun-ciada em breve estando o pro-cesso pendente dos prazos legais normais em conscursos desta natureza.―

022 gASTRONOMIANovoAlmourol

JULHO 2014

Crónica de Enologia

vinhos verdes, vinhos de eleição (ii)

Eng. Teresa Nicolauenóloga

estamos a chegar à época de grandes romarias no norte do nosso país. Assim venho nesta crónica falar de um produ-to tão tradicional e conhecido por todos. Vinho Verde tinto. esse néctar com que se brinda em ambien-te de festa, em malgas de fundo branco pintadas de vermelho rubi. Vermelho esse que mostra a força, a vontade do povo em festejar com um vinho de acidez forte. É uma forte característica do povo português sem dúvida. esta cor rubi forte, ficando mar-cada na malga, que teima em persistir, marca a força com que o povo português vive e festeja vene-rando os seus santos

viLa de Rei

Feira de Enchidos, Queijo e Mel TEXTO aNdRÉ LOPes

Rita Guerra, Cuca Roseta, UHF e Irmãos Verdades são alguns dos principais nomes musi-cais que vão estar na Fei-ra de Enchidos, Queijo e Mel, em Vila de Rei, que conta com um programa de animação que passa por tasquinhas, concertos, artesanato, feira do livro, jogos tradicionais, pro-grama desporto e a reali-zação da 24ª Colheita de Sangue de Vila de Rei.

De 26 de julho a 3 de agosto, o Parque de Fei-ras de Vila de Rei recebe cerca de 100 expositores oriundos de todo o país, mostrando o melhor do artesanato e da gastrono-mia regional.

A edição da feira des-te ano teve uma conten-ção no orçamento, mas a animação musical da festa volta a estar garan-

tida, com dois palcos no Parque de Feiras de Vila de Rei a receber artistas de diferentes estilos mu-sicais. O palco principal ficará destinado a Rita Guerra, Irmãos Verdades, Graciano Ricardo, Zé do Pipo, Anaquim, UHF e Cuca Roseta. No placo

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Padroeiros, um pouco por todo o norte do país durante a época do verão. Trata-se de um vinho de eleição para estes eventos. o Vinho Verde tinto, produzido por muitos produtores da re-gião demarcada dos vinhos Verdes, é sem dúvida uma marca do nosso país. Quem não assistiu a um desfile de mordomia, em que as Minhotas desfilam com as suas melhores vestes e brindam com vinho tinto, dando a provar este néctar aos forasteiros com broa de milho. Brinda--se com vinho verde tinto, um vinho de cor rubi, aroma a frutos silvestres ácidos ate algo verdes que propicia uma acidez forte. um vinho para

2 estão já confirmadas as atuações da Orques-tra Clássica e Orquestra Tradicional da Escola de Música de Vila de Rei, Grupo de Cantares “A Bela Serrana”, Grupo de Concertinas da Casa do Benfica de Vila de Rei e Villa d’el Rei Tuna.―

acompanhar refeições fortes, cozido a portu-guesa feito em forno de lenha, recheado de couves plantadas em terrenos ácidos dando-lhes uma textura quebradiça, e enchidos curados em fumeiros tradi-cionais. um prato tão tradicional português, mas com uma impo-nência impar, untuo-so de uma gordura diferente que carece de algo ácido para ser degustado. nada aparece ao acaso e a nossa gastronomia anda de mãos dadas em harmonia com os vinhos, e neste parto gastronómico declara--se o compromisso de ser degustado em harmonia com um vinho verde tinto. e em brinde ficamos.―

Beber pela malga, uma tradição associada ao vinho verde tinto

vN BaRQUiNHaTauromaquia: Corrida de homenagem ao emigranteTEXTO Na

No dia 19 de Julho realiza-se na Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha, a Corrida de Homenagem ao Emi-grante.

Em praça estarão os cavaleiros João Moura, Rui Salvador e Paulo Jor-ge Santos.

Pegam os Amadores de Tomar, Cascais e de Alter do Chão. Será lida-do um curro da ganadaria Rio Frio.―

Julho Mercados Ribeirinhos - Constância 11, 12 e 13 Julho - Pomteze Música, desporto, gastronomia e artesanato numa vila que, por si só, vale a pena visitar. Muita animação por estes dias.

MúsICA TeATro/dAnçA sABer CIneMA PATrIMónIo eTnogrAFIA Ar LIVre gAsTronoMIA LITerATurA eXPosIção

FACeBooK.CoM/JornAL-noVo-ALMouroL

CARDÁPIO CULTURAL 023JULHO 2014

“Entre Outros” pintura, desenho

e serigrafia por Sofia Areal

Até 10 Agosto Galeria Municipal de

Ourém - 3ª a domingo

das 9h30 às 13h e das 15 às 19h

-

“Trabalho de Campo”,

exposição de alunos

finalistas do Curso de Artes

Plásticas do IPT Até 31 Agosto Galeria do Parque,

Vila Nova da Barquinha -

“Casas Típicas Portuguesas”, pintura pelos

alunos da Associação Artes

Seixal Até 17 Julho

Galeria Municipal do Entroncamento

-

“Citações e Pen-samentos

de Florbela Espanca”exposição

de cartoons Até 24 Julho

Biblioteca António Cardoso Pires,

Vila de Rei -

“Álbum de Família”

fotografia de Nelson D´Aires

Até 26 Julho Centro Cultural

Gil Vicente Sardoal

-

Cinema16, 23 e 30 de Julho

Abrantes Cine-Teatro São Pedro

21h3016 Julho – “Zoran, o meu sobrinho

herdado” de Matteo Oleotto 23 Julho – “Ida”

30 Julho – “Filhos do Paraíso”-

“All Together”, pintura pelos

alunos do projecto

AMARTEAté 30 Julho Sala de exposições

dos Paços do Concelho de Ourém

-

VIII Tomarimbando

Festival Internacional de Percussão

17 a 13 Julho Cineteatro Paraíso,

Sociedade Filarmónica Gualdim Pais e Instituto Politécnico de

Tomar -

Tasquinhas no Jardim

Teatro, música, folclore, desporto

10 a 13 Julho Jardim das Rosas

Torres Novas -

“O Mar, A Serra, A Cidade”exposição

comemorativa dos 150 anos de Roque Gameiro Até 31 de Agosto

Museu de Aguarela Roque Gameiro

Minde -

XXV Feira de Enchidos, Queijo e Mel

Feira do Livro, exposições, desporto, animação

de rua, artesanato, concertos, tasquinhas

26 Julho a 3 Agosto Parque de Feiras de Vila de Rei

-

“Viriato” pelo grupo Fatias de Cá 12 e 19 Julho

Castelo de Almourol19h19

– 22,22€ (inclui refeição)

-

Workhop de pão caseiro

e tigeladas 12 Julho Cá da Terra

Centro Cultural de Sardoal 15h

-

Creative Camp: “The power

of storytelling” 13 a 20 Julho

Abrantes -

3ª Feira de usados e artigos

em 2ª mão 13 Julho

Antiga Escola C+S de Vila de Reidas 10h às 17h

-

“Cartoons” por Henrique

Monteiro Até 24 Julho

Biblioteca Municipal António Botto

Abrantes-

Festival de Gastronomia,

animação, demonstrações

ao vivo, concertos,

actividades desportivas

11, 12 e 13 julhoSertã

-

Festival Peixe do Rio

Até 20 JulhoRestaurantes do concelho

de Mação-

Cinema19 e 26 de Julho

Centro Cultural de Sardoal 16h e 21h30

-19 Julho – “300,

O início de um império” 26 Julho – “Noé”

-

Zêzere Arts concertos,

dança, exposições

24 Julho a 2 Agosto Ferreira do Zêzere

-

Caminhadas ao Pôr -do-sol

28 Julho Partida

do Cais de Tancos, pelas 18h

-

“800 anos a transformar

o barro” Até 31 Outubro

Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes

-

“O Cornudo Imaginário” de Moliére? 11 e 12 Julho

Centro Cultural Gil Vicente Sardoal

21h00 - 11 Julho16h e 21h30 - 12 Julho

-

"As novas regras são as da globalização: o mercado de trabalho não voltará a sero mesmo" (...)

024 POR AgORA É TUDO JULHO 2014

Vivemos um momento decisivo, para a europa, o País e o Médio Tejo. Já se ouviu isto muitas vezes, mas quando olhamos para a ucrânia, para a votação na extrema-direita em vários países ou para a estagnação do merca-do interno alemão (sim, alemão!) desde 2001,…percebemos que algo está mudar. As novas regras são as da globa-lização: o mercado de trabalho não voltará a ser o mesmo (centenas de milhares de postos de trabalho nunca regressarão); deve morrer de vez a ilusão de que há instituições intocáveis (bancos, restaurantes, finanças, tribunais, escolas, centros de saú-de…ensino superior, hospitais); a era da selecção pelas regras “da casa” acabou (como os resulta-dos da avaliação dos centros de investigação nacionais demons-trou, “reprovando” 48%!).

CIMT, IPT e empresas têm avan-çado muito, mas é preciso ir mais longe: articular recursos numa estratégia conjunta para a inter-nacionalização; alinhar cursos do ensino secundário, profissional e superior com as fileiras produ-tivas identificadas na estratégia da região; definir um plano de empregos de curto, médio e lon-go prazo (a que devem responder cursos de diferentes graus)…olhando os planos de detalhe, ainda nos falta um longo cami-nho a percorrer!

Editorial

decisivo

Luiz Oosterbeek director

TurriespaçosExtinta? Tribunal de Contas (TC) quer extinção da empresa municipal que gere o Teatro Virgínia e os equipamentos desportivos mu-nicipais do concelho de Torres Novas. A questão foi, de resto, suscitada pela própria autarquia ao enviar para o TC o pedido de visto prévio ao contrato-progra-ma para 2014 entre a câmara e a empresa. O contrato prevê o fi-nanciamento da empresa através da autarquia, que paga pelos ser-viços prestados. A preocupação é agora a salvaguarda dos postos de trabalho da Turriespaços. ―

Troféu do VoluntariadoA Confederação Portuguesa do Voluntariado lançou a 6.ª edição do Troféu Português do Volun-tariado, atribuído, anualmente, e tem como objectivo homena-gear o trabalho dos voluntários e incentivar a prática do volun-tariado. Podem candidatar-se organizações de voluntariado ou promotoras de voluntariado, com projectos em várias áreas. As candidaturas decorrem até dia 15 de Agosto e os interessados podem fazê.lo e recolher mais informações em www.convolun-tariado.pt.

Torres noVAsVoLunTArIAdo

1.ª Festa do Peixe do RioFataça frita e assada na brasa, cal-deirada de peixe do rio, ensopado de fataça e barbo, alburnos e en-guias fritas, ou sopa de peixe do rio foram alguns dos pratos que os visitantes puderam saborear durante a primeira festa do pei-xe do rio, que se realizou no Cais d'El Rei em Tancos, Vila Nova da Barquinha, nos dias 5 e 6 de julho.A mostra gastronómica, foi uma organização da Comissão de Fes-tas de Tancos, e promete voltar em 2015, mostrando o melhor que Tancos tem para oferecer.

TAnCos

Título Jornal Novo almourol propriedade ciaaR - centro de interpretação de arqueologia do alto Ribatejo Director Luiz Oosterbeek Sub-Directora cidália delgado Editor Ricardo alves Chefe de Redacção andré Lopes Redacção Maria de Lurdes Gil Jesuvino, Paulo varino, Rafael Ferreira, Patrícia Bica, Núcleo de comunicação esTa, Margarida serôdio Opinião antónio Luís Roldão, alves Jana, augusto Mateus, antónio carraço, Teresa Nicolau, João Gil, Luís Mota Figueira, Luís Ferreira, João Geraldes Marques, Joaquim Graça, Bruno Neto, Humberto Felício, Tiago Guedes, carlos vicente, Miguel Pombeiro, Rita inácio Edição Gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia Flávio Queirós, Ricardo alves, Ricardo escada paginação Ricardo alves publicidade Novo almourol Departamento Comercial 249 711 209 - [email protected] Jornal Mensal do Médio Tejo Registo eRc nº 125154 Impressão FiG - indústrias Gráficas sa Tel. 239 499 922 Fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e Administração centro de interpretação de arqueologia do alto Ribatejo - Largo do chafariz, 3 - 2260-407 vila Nova da Barquinha Email [email protected] / [email protected]

Novo Almourol

Viagem de estudoA Câmara Municipal de Sardoal organiza novamente uma via-gem de estudo proporcionando a estudantes do ensino secundá-rio visitas ao Parque Warner, o Museu do Prado e o Estádio de Santiago Barnabéu, em Madrid, Arriondas, nos Picos da Europa, Santiago de Compostela e a ci-dade do Porto. A visita decorre entre os dias 21 e 27 de Julho e o objectivo é proporcionar aos jovens estudantes sardoalenses o contacto com outros povos, com outras culturas e realidades. As viagens realizam-se há 20 anos.

sArdoAL

TaGUs

Mercados Ribeirinhos animam Verão de ConstânciaProdutos locais, artesanato, turismo de interior, hortofrutícolas e plantas, cinema, música, actividades de desporto e aventura, gastronomia tradicional e muita animação no Mercado Ribeirinho de Constância nos próximos dias 11, 12 e 13 de Julho, no POMTEZE.

TEXTO NOvO aLMOUROL

Os Mercados chegam a Constância e da animação consta uma sessão de cinema ao ar livre e o espectáculo Fado na Praça, na sexta-feira, dia 11 de Julho. Os fadistas Dora Maria, Joana Cota, João Chora e Ruca Fernandes, acompanhados pelos músicos Bruno Mira e Rui Santos, can-tarão nas varandas da Praça Ale-xandre Herculano.

Há uma Festa Jovem, no dia 12, com insufláveis e jogos tradi-cionais para as crianças, palhaços e a actuação do grupo Movi-ritmos, terminando pela noite dentro com DJs. No desporto e aventura, vai haver uma prova de orientação nocturna, dia 11. Já o Sábado, dia 12, começa no campo de vólei de praia com um torneio que só irá terminar às 20H00. Às 17H00 do segundo dia será rea-lizado um workshop de karaté, uma descida nocturna em canoa-gem até Vila Nova da Barquinha

e na manhã de domingo, dia 13, realiza-se um cross adventure com diferentes desafios. Uma aula de zumba e descobrir o bosque ripí-cola da ribeira da Foz é outra das propostas para o terceiro dia de festa - 13 de Julho.

O Centro Ciência Viva terá visitas orientadas ao parque as-tronómico exterior, sessões de planetário e observação solar nas tardes de dia 12 e 13. No dia 12 de Julho será possível fazer uma observação astronómica noctur-na.―