LOGÍSTICA REVERSA NO CONTROLE AMBIENTAL “RECICLAGEM E ... · Logística Reversa - Meio Ambiente...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO EMPRESARIAL LOGÍSTICA REVERSA NO CONTROLE AMBIENTAL “RECICLAGEM E SUSTENTABILIDADE” NIVEA FRANCISCO BRANCO RIO DE JANEIRO 02 / 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO EMPRESARIAL

LOGÍSTICA REVERSA NO CONTROLE AMBIENTAL

“RECICLAGEM E SUSTENTABILIDADE”

NIVEA FRANCISCO BRANCO

RIO DE JANEIRO

02 / 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO EMPRESARIAL

LOGÍSTICA REVERSA NO CONTROLE AMBIENTAL

“RECICLAGEM E SUSTENTABILIDADE”

OBJETIVOS

Este estudo atende a analisar os

problemas e levantar as ações

mais adequadas para reduzir,

reciclar, reaproveitar e repensar

no processo de sustentabilidade

de produtos, materiais e

substancias em geral.

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AGRADECIMENTOS

A todos os amigos, familiares e colegas de

trabalho do qual em muito me ajudaram com

suporte profissional e apoio moral.

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DEDICATÓRIA

Aos meus familiares, pai e mãe que me educaram

e me ensinaram a respeitar a vida e a natureza.

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RESUMO

O objetivo deste estudo é estabelecer a inclusão do processo de

Logística Reversa nas empresas com seus benefícios e o os benefícios que

podem trazer, demonstrando a relação nos produtos ecologicamente corretos

com o processo de reciclagem e no controle da sustentabilidade e

desenvolvimento do sistema sócio-econômico. Para isto, será necessário

descrever e familiarizar os conceitos do termo “Logística Reversa”, como

também demonstrar seu processo, sua influência no controle ambiental e os

benefícios que podem ser adquiridos nas empresas como a redução de custos

que evidência assuntos como fundamentos necessários para uma nova

economia, estratégia para a sustentabilidade, oportunidades em negócios

sustentáveis, uso de recursos naturais, desigualdade e renda, educação,

voluntariado e empreendedorismo e novas tendências da sociedade. O

trabalho é de estudo bibliográfico, com o qual insere conceitos e experiências

de autores variados mostrando os benefícios que a Logística Reversa pode

trazer para as empresas, para o meio ambiente e para o bem estar das

pessoas. Este trabalho divide-se em três partes, a primeira refere-se a

apresentação da Cadeia de Suprimentos e Logística, a segunda esclarece à

logística reversa, a terceira apresenta a logística reversa no Meio ambiente

com ênfase na Sustentabilidade e processos de Reciclagem e haverá a

citação de exemplos de utilização da logística reversa no Controle Ambiental.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada destina-se a estudar a melhor forma de se

controlar o lixo no Meio Ambiente, tentando utilizar os processos adotados pela

Logística Reversa com a melhor forma de aplicação dos métodos.

Conhecendo os métodos existentes da logística reversa, no controle

ambiental pode-se melhor utilizar seus métodos e transformar produtos sem

valor comercial, transformando em produtos de possível ou grande

comercialização.

Explicar o processo de Logística Reversa como forma de utilização do

controle ambiental demonstra claramente um interesse empresarial e

acadêmico. Citar exemplos de empresas que já utilizam os processos

descritos.

Como referencias básica será utilizado artigos consultados na Internet,

estudo do livro de Gerenciamento Empresarial de Ronald H. Ballou, o livro

Logística Reversa - Meio Ambiente e Competitividade de autoria de Paulo

Roberto Freire, estudos do PROJETO REFORSUS do Ministério da Saúde,

dentre outros.

Esse estudo tem como foco o aprimoramento e controle de produtos

através do método de Logística Reversa no processo de reciclagem,

verificando novas formas de melhorar o que jê adotado com a reformulação de

novos produtos, materiais e substancias em geral.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

08

CAP I

PRINCÍPIOS DO GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

10

CAP II

LOGISTICA REVERSA

20

CAP III

RECICLAGEM E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

32

CONCLUSÃO

44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

46

ANEXOS

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INTRODUÇÃO

Historicamente houve a necessidade de melhorar o processo de

armazenamento dos produtos. A origem da logística é militar, sendo no

governo de Jucelino Kubischtc (1950 – 1955), que se obteve o objetivo e a

necessidade de melhorar a qualidade na produção, transporte, armazenamento

e manutenção para os produtos comercializados nacionalmente e

internacionalmente.

Segundo Ballou (2001), a logística sofreu uma grande transformação

com a globalização, onde ocorreram várias mudanças nas atividades

industriais relacionadas ao crescimento da concorrência, o livre acesso à

tecnologia e mudanças no mercado, trouxe como conseqüência o aumento das

exigências dos consumidores para a aquisição de serviços / mercadorias.

Com a globalização, as empresas se viram obrigadas a se adaptar com

uma nova realidade do mercado, onde existe a necessidade de aprimoramento

no processo Logístico, não somente se preocupava com o armazenamento,

transporte, montagem de pedidos, mas também a necessidade em controlar o

retorno de produtos defeituosos, o processo de estocagem de resíduos não

necessários em um produto.

Conforme esclarecimentos de Amarildo Nogueira no artigo Logística

Reversa no Brasil, imaginamos que logística é uma um fluxo de produtos, mas

é importante esclarecer que existe um fluxo inverso, do ponto de consumo até

o ponto produção. Este fluxo reverso precisa ser gerenciado para obtenção de

ganhos expressivos nos negócios.

De acordo com Dionísio (2009), a cada dia aumenta mais a preocupação

da sociedade e de grupos ambientalistas para a realização de ações efetivas

que possam promover uma redução da degradação ambiental, uma maior

conservação do meio ambiente, até mesmo por meio de uma legislação mais

severa quanto à responsabilidade ambiental das empresas.

Diante desse quadro, e pela responsabilidade social que uma empresa

assume na sociedade, ela passa a se preocupar com ações que possam

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reduzir os impactos de suas atividades na natureza e/ou sociedade,

objetivando ser ecologicamente correta e melhorar sua imagem no mercado

como uma empresa que se preocupa com as questões sócio-ambientais e com

o desenvolvimento sustentável.

As ações realizadas por essas empresas para assumir uma posição

socialmente responsável e ecologicamente correta, é hoje uma das razões que

podem trazer não só benefícios intangíveis, como um reconhecimento da

sociedade, mas também trazer retornos financeiros e operacionais sendo

utilizada a Logística Reversa.

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I – PRINCÍPIOS DO GERENCIAMENTO DA CADEIA DE

SUPRIMENTOS.

Segundo Ballou (2001), o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos é a

forma popular e mais conhecida do Gerenciamento da Logística Empresarial. A

Logística Empresarial é um novo campo da Administração, com indivíduos que

vêm se aprimorando constantemente nas atividades de armazenamento,

movimentação e transporte, tratando e diminuindo os custos, fazendo com que

se elevem os lucros, aumentando a eficiência operacional e aprimorando o

gerenciamento de toda a organização.

1.1 Histórico da Cadeia de Suprimentos e Logística

De acordo com Santos (2001), até a década de cinqüenta, as empresas

se preocuparam em executar as operações logísticas pura e simplesmente de

maneira funcional, sem nenhuma visão de sua integração. Tal conhecimento é

explicado por três fatores.

O primeiro aborda o fato que antes da difusão das técnicas quantitativas

e dos computadores não havia nenhuma crença acerca de um aprimoramento

do desempenho total em decorrência de uma integração logística.

Apenas nas décadas seguintes, com o advento da emergente tecnologia

da informação no terreno da logística, ficou comprovado o significativo

potencial de melhorias desta integração.

Segundo Santos (2001), o fator contribuinte para as mudanças

abrangentes foi a volatilidade do ambiente econômico. A pressão continua na

década de cinqüenta para a elevação das taxas de lucro, juntamente com as

condições instáveis de mercado da década de noventa, culminou em uma

preocupação gerencial com a redução de custos. Desta forma, a combinação

entre pressão econômica e tecnologia resultou na transformação da prática

logística que se estende até hoje.

Somado a resistência natural a mudanças, temos como terceiro

obstáculo à adoção da prática da Logística Integrada: a dificuldade de

quantificar o retorno a ser obtido sobre o investimento.

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Porém durante os anos de oitenta e noventa a prática da Logística

passou por uma revitalização que envolveu mais mudanças do que todas as

ocorridas desde a Revolução Industrial até então.

De acordo com Bowersox (2001), as principais molas propulsoras destas

mudanças foram: a desregulamentação dos transportes, os movimentos da

qualidade, as alianças, a comercialização do microcomputador e a revolução

da informação.

Diferentes especialistas consideram três fases na evolução logística:

1.1.1 Até 1950 - Os anos adormecidos

As atividades competentes do sistema Logístico encontravam-se

divididas pelas áreas da empresa. O transporte era gerido pela produção e os

estoques muitas vezes apareciam sob a responsabilidade do marketing,

existindo situações em que a produção ou mesmo as finanças controlavam os

estoques; o processamento de encomendas era controlado pelas finanças ou

pelas Vendas.

Nesses anos, surgiram alguns pioneiros como Arch Sahw e Fred Clark,

que identificaram a distribuição física.

As atividades logísticas desenvolvidas na 2ª Guerra Mundial foram o

início de muitos dos conceitos hoje em dia utilizados na Logística Empresarial.

Esta situação é característica de um período de capacidade de produção

estabilizada e adequada a um mercado crescente e muito competitivo. As

margens de lucro eram altas e absorviam as improdutividades do sistema

(SANTOS, 2001).

1.1.2 Período de 1950 / 1970 - O nascimento

Presenciava-se a época de expansão econômica após a 2ª Guerra

Mundial. Nas universidades, muitos pesquisadores e professores de Marketing

alertaram para a importância da distribuição física dos produtos. Peter Drucker

apresentava as atividades de distribuição, após a obtenção do produto

acabado, como “as áreas de negócio infelizmente mais desprezadas e mais

promissoras na América” (SANTOS, 2001)

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A capacidade de produção aumentava e os produtos no mercado eram

cada vez em maior quantidade.

De acordo com Bowersox e Closs (2001), existiram quatro condições

fundamentais para o desenvolvimento da logística:

- Alterações nos padrões de procura e nas atitudes dos consumidores;

- Pressão para a redução de custos na indústria;

- Avanços nas tecnologias de informação; e

- Influências da logística militar.

As alterações nos padrões de procura e nas atitudes dos consumidores,

iniciou-se com a migração das zonas rurais para os grandes centros urbanos,

alargando os subúrbios.

A área da produção há muito tinha sido estudada pelos engenheiros de

produção e pouco havia a se fazer. As atividades de distribuição surgiam como

a única possibilidade de reduzir custos (SANTOS, 2001).

Neste momento começou-se a reconhecer a importância dos custos

logísticos. Os primeiros estudos apresentaram valores surpreendentes. Ao se

considerar a economia, os custos logísticos representavam cerca de 15% do

Produto Nacional Bruto. Destes custos, o transporte representava cerca de 2/3

e a manutenção de estoques, 1/3.

Todas as alterações verificadas nestes anos aumentaram a

complexidade do sistema logístico. Este nível de complexidade só consegue

ser gerido com o auxílio de computadores.

Foi nos anos 50 onde o computador estreou no mundo dos negócios.

1.1.3 Após 1970 - A recessão mundial. Os anos do crescimento

A logística chega aos anos 70 em um estado de semimaturidade. O

conceito estava sendo disseminado e algumas empresas tinham aderido à sua

implementação.

Para Santos (2001) o processo estava ocorrendo de forma lenta, pois as

empresas estavam mais preocupadas com a expansão dos mercados e a

geração de lucros do que com o controle dos custos.

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Porém, em 1973, com a subida do preço do petróleo, a taxa de

crescimento do mercado começou a diminuir e a inflação a aumentar. A gestão

passou então a orientar-se para o controle dos custos, a produtividade e a

qualidade dos produtos fabricados.

Na década de 80, os mercados apresentam-se cada vez mais

“turbulentos” – as previsões são pouco confiáveis – e mais controlados pelos

consumidores. As tecnologias de informação atingem um elevado nível de

utilização e as margens de lucro dos produtos são muito reduzidas.

Neste cenário, o conceito de logística dá mais um passo no sentido da

logística integrada. Surge a Cadeia Logística, que envolve, de forma integrada,

os fornecedores, os suprimentos, a produção, a distribuição física e os clientes.

A logística surge como responsável pela movimentação e armazenagem

dos produtos, ocupando uma posição estratégica entre a produção e o

marketing. Ao se dividirem processos por diferentes áreas surgem zonas de

interface onde se incluem atividades que necessitam de informação dos

diferentes departamentos.

1.2 Conceito de Supply Chain

No livro Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, Planejamento,

Organização e Logística Empresarial de Ronald H. Ballou a logística é definida

como “o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de

matérias– primas, estoque, produtos acabados e informações gerais desde o

ponto de origem até o de consumo, com o propósito de melhor atendimento.”

(2001, p.12).

De acordo com Ballou (2001), os profissionais de logística não devem

interferir na produção da empresa, e sim apenas se preocupar com a

movimentação física das mercadorias armazenadas, pois na prática eles

devem possuir e entender que sua responsabilidade implica em analisar o fluxo

de produtos até o processo de produção.

A missão é fornecer as mercadorias e serviços a clientes conforme as

necessidades de maneira eficiente e eficaz, dentro de um prazo pré-

determinado e nas condições adequadas. Eles devem também possuir, olhos

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atentos ao Canal de Suprimentos com atenção da matéria–prima até a

conversão em produtos acabados.

Dessa forma, o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, também

conhecido como, Supply Chain Management é de fundamental importância,

sendo esta uma estratégia para melhorar a gestão de processos, fator

preponderante na estruturação de uma organização.

Segundo Ching (2001), é um processo integrado que permite a obtenção

de recursos básicos, transforma-os adicionando-lhes algum valor e entrega-os

em forma de produtos ou serviços a clientes que estão dispostos a pagar por

este valor agregado. Sua eficiência é o ponto principal da lista dos desejos de

qualquer empresa, na realidade significa escolher a solução que possa gerir o

seu processo de produção e distribuição com elevada eficiência.

O conjunto de soluções Supply Chain que a integra tem como finalidade

aumentar a fidelidade dos seus clientes, através de um melhor profissionalismo

prestado, e permite-lhe rapidamente perseguir novas oportunidades de negócio

e aumentar a sua colaboração com os seus principais parceiros.

O gerenciamento eficaz é vital para conseguir vantagem competitiva.

Quando se usa o termo “gerenciamento”, o contexto não se limita apenas à

administração operacional do fluxo de materiais e informações. A cadeia

integrada de abastecimento deve estar alinhada com a estratégia da

organização (BALLOU, 2001).

Segundo Leite (2003), é considerado Canal Reverso o processo após

venda do produto, conhecido popularmente de Pós Venda, sendo um auxílio

separado do processo de venda e armazenamento para benefício dos clientes

e satisfação nos produtos e serviços oferecidos.

A necessidade de gerenciar o Canal Reverso esta relacionado

diretamente ao desenvolvimento do produto, pois se tornam obsoletos,

danificam ou estragam, sendo necessário o retorno desses produtos a sua

origem, ao fabricante ou autorizadas exclusivas para conserto, regulagem e

descarte desses produtos.

Somente desta forma o gerenciamento do canal Logístico é encerrado

com a finalização do produto fornecido. Em alguns casos o Canal Reverso

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pode utilizar todo o Canal Logístico, apenas uma parte seria criado um projeto

específico separadamente para seu funcionamento, que fará parte do

planejamento organizacional e controle logístico (LEITE, 2003).

O término da Cadeia de Suprimentos ocorre no descarte final do

produto. Como atividade e componentes da função do Logístico, afirma-se o

serviço ao cliente, a previsão de vendas, comunicação de distribuição, controle

de estoque, manuseio de materiais, processamento de pedidos, reposição de

peças e serviço de suporte, local de armazenagem, compra de matéria-prima,

embalagem e outras.

Conforme Ching (2001) aponta, o Supply Chain se divide em algumas

atividades, áreas como o transporte dos produtos de matérias-primas e

produtos acabados para os revendedores. É também um processo estratégico,

pois através dele se produzem bens e serviços com qualidade, velocidade e

custo compatível. Através dele se chega ao fornecedor e ao cliente.

Conforme Ballou (2001) as atividades logísticas são divididas em de

Chave e de Suporte. As atividades Chave estão no circuito crítico. Contribuem

para o custo logístico e são essenciais à conclusão de tarefas específicas. Faz

parte da atividade chave as funções de: Padrões de serviços ao cliente,

transporte de matérias-primas e produtos acabados com administração de

estoques, fluxo de informações e processamentos de pedidos.

Nas atividades de suporte estão incluídas as funções de:

• Armazenagem

• Manuseio de Materiais

• Compras de matérias primas ou outros produtos

• Embalagem protetora

• Manutenção da Informação

• Cooperação com a produção

As atividades de suporte, embora críticas em relação às atividades

chaves, podem ser essenciais para a realização da missão logística na

empresa. Uma das funções de grande importância das atividades de suporte é

a manutenção da informação, pois através deste esclarecimento se tem o

controle de prazos de entrega, uma forma de armazenagem.

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De acordo com Ballou (2001), atualmente as organizações devem

assumir uma postura ágil para a solução dos problemas que surgem dentro das

atividades chave e de suporte, melhorando a velocidade de entrega, de

informações e a confiabilidade das respostas necessárias para a sua solução.

Nas mais tradicionais, existe um grande bloqueio às mudanças, mas essas

transformações são necessárias para o melhoramento e acompanhamento do

desenvolvimento de produtos, tecnologias, serviços e outros.

Segundo Ching (2001), a cadeia de suprimento é dividida em diversas

funções (áreas), entre elas aquela que vende, compra, estoca

(armazenamento), e faz a distribuição. Elas trabalham com gerentes

exclusivos, sendo necessário manter o controle individual para cada uma delas,

reforçando ainda mais a orientação e planejamento de trabalho.

Verifica-se o impacto direto na produção com o aumento da fabricação.

No financeiro, com o aumento de liberação de dinheiro para a aquisição da

mesma matéria-prima e áreas para a estocagem do produto final.

Observou-se em alguns casos que a grande proporção do tempo

consumido não adiciona valor ao produto, mas quanto mais rápida for à

entrega, maior poderá ser estabelecido um elevado preço de venda, pois o

recebimento do produto e fornecimento do serviço de entrega será feitos com

agilidade.

O objetivo é eliminar todas as atividades que não adicionam valor. A boa

gestão Logística vê cada atividade na cadeia de suprimentos como contribuinte

no processo de adição de valor. Entretanto, é adicionado valor quando os

clientes estão dispostos a pagar mais por um produto ou serviço do que o custo

de sua obtenção. A logística tornou-se um importante processo de adicionar

valor por inúmeras razões (BALOOU, 2001).

Segundo Ballou (2001), é uma tradição nas empresas se organizarem

em torno das funções de marketing e produção. Marketing significa vender algo

e Produção significa fazer algo. Apesar de muitos empresários darem ênfase

para essas funções. Essa opinião ainda é justificada, porque os produtos, se

não puderem ser produzidos e vendidos, pouco importa, perdem o valor. Mas

esse modelo de atividade é perigoso por motivo de sua simplicidade, pois falha

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em reconhecer a importância das atividades que devem acontecer entre pontos

e tempos de produção, compra ou demanda. Essas são as atividades logísticas

que afetam a eficiência e eficácia do marketing e da produção (BALLOU,

2001).

Segundo Christopher (1997), com o planejamento e sincronização da

produção é permitido fabricar produtos corretos mediante a coordenação de

todos os esforços de fabricação, distribuição e fornecimento, baseando-se

tanto nos pedidos dos clientes como nos prognósticos. A solução determina

quando, onde, e que quantidade deve ser produzida. Programando as linhas de

produção baseando-se em uma analise em tempo real das mudanças nas

restrições relacionadas com equipamento, mão-de-obra, ferramentas,

fornecimento e todos os fatores que se aplicam ao longo dos processos de

fabricação.

Existe também a necessidade do planejamento da demanda,

transportes, entregas e controle de estoques com sua reposição. Com a

demanda, pode-se antecipar e fazer o prognóstico antes que o cliente

materialize o pedido. É uma tarefa desafiadora.

As soluções de Planejamento de Demanda ajudam a gerar e a

consolidar prognósticos da demanda de forma que todos da organização e da

cadeia de abastecimento estejam trabalhando juntos, utilizando um processo

consistente de prognóstico da demanda (BALLOU,2001).

O Planejamento Logístico e de Transportes dá a capacidade de tomar

melhores decisões sobre a cadeia de fornecimento através de meios

comprovados para o traçado da rede, a contratação e planejamento do

transporte, rota e programação.

Estes meios lhe permitem modelar dados relevantes da cadeia de

abastecimento a partir de perspectivas estratégicas, táticas, operacionais, e de

execução e otimizando as decisões em sua cadeia de abastecimento de

maneira continuada (CHRISTOPHER, 1997).

O site Multservices informa que, o fluxo da rede suporta o planejamento

estratégico para investimentos em ativos, entrada e saída de mercadorias,

compromissos a longo prazo com os clientes e fornecedores. A necessidade de

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transporte suporta a demanda anual que os transportadores tem para

finalmente oferecer serviços requeridos, melhorar a colaboração dos dados que

são compartilhados, permitir negociações, ganhar e ampliar a análise para

incluir qualidade e custos do serviço.

O planejamento de transportes proporciona de forma perfeita planos e

programas de transporte, diariamente ou por vários períodos, e suporta o

planejamento tático incluindo o melhor fluxo da frota e meio de transporte.

A rota e a programação ajudam os equipamentos de logística a construir

as melhores opções diárias para frotas privadas ou terceirizadas e a determinar

rotas mestras, estratégias, territórios de venda, freqüência de serviços,

dimensionamento da frota, assim como analisar e colocar na balança decisões

de custo, serviço e rentabilidade (MULTSERVICES, 2006).

Com as soluções de planejamento logístico e de transportes, é possível

determinar como deveria ser uma cadeia de abastecimento, que estoque é

necessário e onde este estoque deverá estar localizado. Pode também garantir

melhores tarifas com transportadores para alcançar a visibilidade completa no

planejamento logístico e criar uma rota mais eficiente para obter melhores

resultados de custo (CHRISTOPHER, 1997).

Os estoques e reposições devem olhar além do tradicional planejamento

de requerimentos de distribuição baseada em tempo (DRP) e criar planos de

fornecimento e políticas de reabastecimento que considerem os meios e as

restrições da cadeia de abastecimento, ajuda a minimizar a quantidade do

estoque ao longo da cadeia e coordenar os pontos de comunicação entre os

envolvidos.

No site Multservices é esclarecido, que esse planejamento se torna

possível mediante uma solução de completo controle, que lhe permite estender

o DRP ao longo da cadeia para ver quais são os produtos que estão à

disposição e prometer entrega segura sabendo que quantidade solicitada

poderá ser entregue, e onde será fornecido.

É então que se utiliza um reabastecimento baseado na demanda,

otimiza a reposição e colocação do estoque ao longo da rede de distribuição,

monitorando os níveis de estoque e consumo em cada local da rede. Os

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benefícios resultantes deste processo incluem uma redução do excesso de

estoque, pedidos e entregas mais convenientes, mais ciclos de estoque e uma

redução dos custos relativos à expedição.

Bertaglia (2003, p. 46) afirma que:

O avanço tecnológico tem trazido enormes melhorias na

cadeia de abastecimento. Softwares de Gestão

Empresarial tem permitido a total integração dos

processos eliminando as barreiras organizacionais. Os

aplicativos ERP suportam desde as funções de compras

de materiais até a entrega de bens e serviços a clientes,

possibilitando também que funções de contas a pagar e

receber sejam controladas.

Informação é a palavra chave nas organizações. Hoje, mais do que

nunca, ela está ligada à tecnologia. Informação é base para a tomada de

decisões. As empresas que não inovam tecnologicamente se arriscam a

sucumbir.

O profissional do Supply Chain, deve ter uma visão completa do

processo, deve saber que qualquer atividade afetará seus concorrentes, e as

demais áreas da Logística.

Aponta Bertaglia (2003) que de maneira geral, todas as empresas

precisam olhar adiante a fim de planejar orçamentos, finanças, pessoal, etc.

Uma empresa que não entende sua demanda está se expondo e correndo

riscos de efetuar operações ineficientes. Está correndo um perigo real com

relação a investimentos que podem ter efeitos desastrosos em sua

rentabilidade.

Muitas empresas necessitam satisfazer a demanda do consumidor

utilizando diretamente o estoque, e para isto, a previsão da demanda e um

acompanhamento da sua reatividade com o mercado é muito importante.

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II – LOGISTICA REVERSA

Segundo o artigo da BBR (Brazilian Business Review), Logística

Reversa é um termo bastante genérico, significa que todas as operações

relacionadas com a reutilização de produtos e materiais. A Logística Reversa

se refere a todas as atividades logísticas de coletar, demonstrar e processar

produtos e/ ou materiais usados a fim de assegurar uma recuperação

sustentável ao meio ambiente.

De acordo com a Associação Brasileira de Logística, o termo logística

significa que:

“O processo de planejamento, implementação e controle

do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias

primas, estoques em processo, produto acabado e informações

relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo,

com o objetivo de atender aos requisitos do cliente.”

E a Logística reversa engloba todos os processos acima descritos mas

de modo inverso. Para Rogers e Tibbenlembke (1999) a Logística Reversa é:

“O processo de planejamento, implementação e controle

de fluxo eficiente e de baixo custo de matérias primas, estoque

em processo, produto acabado e informações relacionadas,

desde o ponto de origem, com o propósito de recuperação de

valor ou descarte apropriado para a coleta e tratamento de lixo.”

A logística reversa é a área da logística empresarial que tem a

preocupação com os aspectos logísticos do retorno ao ciclo de negócios ou

produtivo de embalagens, bens de pós venda e de pós consumo, agregando-

lhes valores de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de

imagem corporativa, entre outros (LIVA et al., 2003).

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Para Rogers & Tibben-Lembke (1999) trata-se do processo de

planejamento, execução e controle do fluxo de matérias-primas, do estoque do

material em elaboração, dos produtos acabados e da sua informação desde

seu início até a adequação às necessidades e exigências do cliente, com o

objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado.

Segundo LACERDA (2000), os processos de logística reversa têm

trazido consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de

materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que

estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e

melhoria nos processos de logística reversa.

De acordo com LEITE (2009), nos últimos anos, a logística reversa

experimentou uma grande transformação, deixando de ser uma área apenas

operacional para se transformar em uma área de estratégia empresarial. O

escopo da logística reversa tem sido ampliado para além da visão de

operações logísticas de retorno de produtos de pós venda e de pós consumo,

embora às vezes sejam decisivas e de maior importância para uma visão mais

holística.

Fonte: LEITE (2009)

A importância econômica da distribuição, seja sob o aspecto operacional

da distribuição física, revela-se cada vez mais determinante às empresas,

tendo em vista os crescentes volumes transacionais e a necessidade de se ter

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o produto certo no local e tempo certo, atendendo a padrões de níveis de

serviço diferenciados ( LEITE – 2009 ).

A logística reversa envolve os mesmos elementos encontrados na

logística direta (armazenagem, transporte, estoques, fluxo de materiais, nível

de serviço, sistemas de informação etc.), portanto, o seu serviço logístico deve

ser bem estruturado, pois falhas no processo podem acarretar custos de ordem

financeira, de imagem corporativa etc.

De acordo com NOGUEIRA (2007), por traz do conceito de logística

reversa está um conceito mais amplo que é o do "ciclo de vida". A vida de um

produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua entrega ao cliente.

Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam e deve retornar

ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados

ou reaproveitados.

Antes da abordagem referente aos fatores críticos para o bom

desempenho da logística reversa, as empresas devem evitar a ocorrência de

retornos não planejados. Para que se tenha algum controle sobre retornos não

planejados, muitas medidas podem ser tomadas, desde testes para garantir a

qualidade dos produtos, passando por uma estrutura mais avançada de

serviço, até mesmo o estabelecimento de políticas de retorno com os

distribuidores.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração é o tempo de ciclo

do material, que inclui desde a identificação da necessidade de reutilização até

o seu reprocessamento. Sabe-se que, se os tempos de ciclos forem muito

longos, eles acabam por adicionar custos desnecessários porque atrasam a

geração de caixa e ocupa espaço de armazenamento (Lacerda,2002).

Do ponto de vista financeiro, fica evidente que além dos custos de

compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo

de vida de um produto inclui também outros custos que estão relacionados a

todo o gerenciamento do seu fluxo reverso. Do ponto de vista ambiental, esta

é uma forma de avaliar qual o impacto que um produto sobre o meio ambiente

durante toda a sua vida. Esta abordagem sistêmica é fundamental para

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planejar a utilização dos recursos logísticos de forma contemplar todas as

etapas do ciclo de vida dos produtos.

Neste contexto, podemos então definir logística reversa como sendo o

processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-

primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação)

do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor

ou realizar um descarte adequado,

Cadeia de recuperação de produtos.

Fonte :Fleichmann et al. 2000

A Logística Empresarial tem por objetivo desenvolver um conjunto de

atividades logísticas que resultará no maior retorno possível sobre o

investimento ao longo do tempo. Há duas dimensões dessa meta sendo

primeiro o impacto do projeto do sistema logístico na contribuição para a

receita e segundo o custo do projeto do sistema logístico (RONALD – 2001).

De acordo com o artigo do JOURNAL OF TECHNOLOGY

MANAGEMENT & INNOVATION © UNIVERSIDAD DE TALCA, os motivos que

tornam a logística reversa um assunto tão relevante nos dias atuais, dentre

eles: a redução do ciclo de vida mercadológico dos produtos, o surgimento de

novas tecnologias e de novos materiais em suas constituições, sua

obsolescência precoce e a ânsia descontrolada dos consumidores por novos

lançamentos.

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Existe também a importância econômica na distribuição, seja sob o

aspecto concreto operacional que se revela cada vez mais determinante às

empresas, tendo em vista os crescentes volumes de negociação dos produtos

e a necessidade de se ter o produto certo, no local e tempo certo, atendendo a

padrões de níveis diferenciados.

Segundo LEITE 2009, existe canais de distribuição reversos de bens e

pós consumo e reversos de pós venda. Os de pós consumo são constituídos

de diferentes formas de processamento e de comercialização dos produtos ou

de materiais constituintes, desde sua coleta até a sua reintegração ao ciclo

produtivo como matéria prima secundária. Segundo o artigo ENEGEP (2003), a

Logística Reversa de pós-venda trata do fluxo logístico e das informações

correspondentes, sem uso ou com pouco uso, que são devolvidos. Nessa

categoria incluem-se erros nos processamentos dos pedidos, garantia dada

pelo fabricante, defeitos ou falhas no funcionamento do produto, avarias no

transporte, mercadorias em consignação, liquidação de estação de vendas,

pontas de estoque etc. Trata-se de produtos que podem retornar ao ciclo de

negócios agregando-lhes valor comercial, serem enviados à reciclagem ou

para um destino final na impossibilidade de reaproveitamento.

E os bens industriais de pós venda que, por diversos motivos, retornam

a cadeia de suprimentos, sendo reintegrados ao ciclo de negócios por meio de

uma diversidade de comercialização e de processamentos. Segundo ENEGEP

(2003), a Logística Reversa de pós-consumo operacionaliza o fluxo físico e as

informações correspondentes de bens de consumo descartados pela

sociedade, em fim de vida útil ou usados com possibilidade de reutilização, e

resíduos industriais que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo

pelos canais de distribuição reversos específicos. Esses produtos de pós-

consumo poderão originar-se de bens duráveis ou descartáveis que poderão

sofrer reuso – normalmente em mercado de segunda mão até atingir o “fim da

vida útil” -, desmanche – após o produto ser desmontado, componentes

poderão ser aproveitados ou remanufaturados -, e reciclagem – onde os

materiais constituintes são reaproveitados e se constituirão em matérias-primas

secundárias retornando ao ciclo produtivo. No caso de não haver nenhuma

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dessas possibilidades mencionadas, o produto deverá ter um “destino final” em

aterros sanitários, lixões ou sofrerem incineração.

Segundo ENEGEP (2003), Logística Reversa de embalagem, apesar de

enquadrar-se na logística reversa de pós-venda ou pós-consumo, sua

importância faz com que seja classificada numa categoria separada. Com a

distribuição a mercados cada vez mais afastados, verifica-se um incremento

com gastos de embalagem o que repercute no custo final do produto –

dependendo do tipo de produto e de distribuição têm-se a embalagem primária,

secundária, terciária, quaternária, e a de quinto nível que é a unidade

conteinerizada ou embalagens especiais para envio à longa distância. Existe

uma tendência mundial de se utilizar embalagens retornáveis, reutilizáveis ou

de múltiplas viagens, tendo em vista que o total de resíduos aumenta a cada

ano, causando impacto negativo ao meio ambiente.

Conforme MARTINS (2004) um exemplo clássico do aumento da

descartabilidade dos produtos é o aumento do lixo urbano nos últimos anos.

Somente na cidade de São Paulo, foram gerados 14.000 toneladas de lixo por

dia.

A obsolescência e a descartabilidade dos produtos (diminuição do ciclo

de vida dos produtos) estão tornando a Logística Reversa mais expressiva.

MARTINS afirma que a vida de um produto não termina com sua entrega

ao consumidor e consideram que um dos objetivos operacionais da logística é

o ‘apoio ao ciclo de vida’ dos produtos. Assim, faz-se necessário dar apoio

logístico integral que, além do fluxo direto dos produtos, também considera o

fluxo inverso no sentido de aumentar o nível de serviço oferecido aos

consumidores. Assim, a abordagem sistêmica tornasse essencial para um bom

planejamento da utilização dos recursos logísticos.

A redução do ciclo de vida dos produtos através de evoluções no projeto

ou no processo dos produtos, que trouxe a obsolescência programada aos

produtos, vem acentuando a importância da logística reversa. Sua implantação

e gerenciamento fornecem meios para decidir o que fazer com produtos que

ainda podem retornar à cadeia de valor ou necessitam de descarte apropriado

de forma a reduzir os impactos ao meio ambiente.

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De acordo Lacerda (2002) diz que as iniciativas relacionadas à logística

reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas justificando os

investimentos realizados e estimulando novas iniciativas, mas que a maior ou

menor eficiência do processo de logística reversa dependerá de como este é

planejado e controlado. São identificados alguns fatores críticos a seguir que

contribuem positivamente para o desempenho do sistema de logística reversa:

• Bons controles de entrada: significa identificar corretamente o estado

dos materiais que retornam para que possam seguir o fluxo reverso

correto: revenda; recondicionamento; reciclagem; ou descarte. Quando a

identificação não é feita corretamente pode gerar retrabalho ou atritos

entre fornecedores e clientes pela falta de confiança em relação às

causas dos retornos.

• Processos padronizados e mapeados: a logística reversa não deve ser

tratada de forma esporádica, e sim regular, sendo que seus processos

devem ser corretamente mapeados e os procedimentos formalizados a

fim de que se possa ter controle e obter melhorias.

• Tempo de ciclo reduzidos: refere-se ao tempo entre a identificação da

necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e seu

efetivo processamento – ciclos longos atrasam a geração de caixa para

a empresa além de ocupar espaço de estoque entre outros aspectos.

• Sistemas de informação: é um grande desafio para as empresas

construir ou adquirir sistemas de informação que tenham a capacidade

de rastreamento de retornos, medição dos tempos de ciclo e medição do

desempenho de fornecedores disponibilizando informações para

negociação, melhoria de desempenho e identificação de abusos dos

consumidores no retorno de produtos.

• Rede logística planejada: assim como no processo logístico direto, a

implementação da logística reversa demanda uma infraestrutura

logística adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais

usados e fluxos de saída de materiais processados.

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• Relações colaborativas entre clientes e fornecedores: como existem

uma série de devoluções que são feitas em função de produtos

danificados, é necessário uma relação de confiança e colaboração entre

varejistas e indústrias, a fim de que ninguém se sinta lesado na

transação.

Atualmente, é impossível ignorar os reflexos que o retorno dessas

quantidades crescentes de produtos de pós-venda e de pós-consumo causam

nas operações empresariais. O retorno de produtos de pós venda em grande

quantidade precisa ser equacionado, sob pena de interferir nas operações e na

rentabilidade das atividades da empresa.

Não menos importante, as crescentes quantidades de produtos de pós

consumo, ao esgotar os sistemas tradicionais de disposição final, se não

equacionadas, provocam poluição por contaminação.

Segundo LEITE (2009) é apresentado um demonstrativo de crescimento

excepcional de produção de alguns produtos, a exemplo do que ocorre

atualmente em virtude de um crescimento econômico. Essas quantidades

comprovam as preocupações com relação ao equacionamento do retorno de

quantidades cada vez maiores, tanto de produtos de pós venda como de pós -

consumo.

Fonte: LEITE 2009

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Após essa análise, foi constatado a importância de se implementar a

Logística Reversa, como consequência do crescimento dos volumes

transacionados nestes últimos anos, com a difusão de idéias, melhor

compreensão dos seus objetivos e estratégias, bem como novas oportunidades

empresariais para os agentes das cadeias de suprimento. Em 2003 mais de

80% dos operadores logísticos ofereciam serviços de Logística Reversa,

revelando crescimento acentuado de interesse diferente entre os ciclos de

negócios.

Para isso se criou uma perspectiva Estratégica e outra Operacional. A

Estratégica refere-se a decisões de logística reversa no macro ambiente

empresarial constituído pela sociedade e comunidades locais, governos e

ambiente concorrencial. Leva em consideração as características que

garantirão a competitividade e sustentabilidade as empresas nos eixos

econômicos e ambientais por meio de diversificação nos objetivos empresariais

com a recuperação de valor financeiro, prestação de serviços, mitigação de

riscos ou reforço de imagem de marca e demonstração de responsabilidade

empresarial.

A perspectiva Operacional, envolve o uso das principais ferramentas da

logística aplicada, como característica do produto logístico em seus aspectos

de relevância para as operações logísticas, definições operacionais,

localização de origens e destinos, transporte, armazenagem, gestão de

estoques, sistema de informação, dentre outros.

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De acordo com Leite (2009), a Logística Reversa utiliza de meios de

sistemas operacionais diferentes, do qual em cada categoria de fluxos

reversos, tem como objetivo tornar possível o retorno dos bens ou de seus

materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios. Agrega valor de

econômico, de serviço, ecológico, legal e de localização ao planejar as redes

reversas, operacionalizar o fluxo, desde a coleta dos bens de pós consumo e

venda por meios de processamento logísticos de consolidação, separação e

seleção, até a reintegração ao ciclo.

Segundo LACERDA (2003), os processos de logística reversa têm

trazido consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de

materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que

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estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e

melhoria nos processos de logística reversa. Também não podemos ignorar os

custos que o processo de logística reversa pode acarretar para as empresas,

quando não é feito de forma intencional, percebemos que a logística reversa é

utilizada em prol da empresa, transformando materiais, que seriam inutilizados,

em matéria-prima, reduzindo assim, os custos para a empresa.

De acordo com MARTINS (2004), a logística reversa objetiva a

valorização dos ativos recuperados com redução de custos para as empresas,

ganho de diferenciação de imagem corporativa e atendimento às questões

ambientais impostas pela legislação ou mercado consumidor. Porém, o sistema

logístico reverso sofre uma carência generalizada de informações que muitas

vezes inviabiliza a estruturação dos canais reversos. Mas, existe uma enorme

dificuldade em mensurar o exato montante da atividade de logística reversa,

pois a maioria das empresas, quando possuem sistemas logísticos reversos,

não mantêm ou não são capazes de mensurar os custos destas atividades.

Apesar de ser evidente que o montante geral da atividade de logística reversa

na economia é ampla e crescente, a falta de informação e conseqüente

estrutura dos canais compromete seu funcionamento de forma eficiente.

Segundo Leite (2009), na gestão logística utiliza-se diversos indicadores

de custos que variam entre empresas, como os custos controláveis, de

oportunidade, irrecuperáveis, metas, melhorias e outros, que podem ser

utilizados da mesma forma nas operações de logística reversa.

Existe um tipo de custo intangíveis ou pouco visíveis ou oculto, aquele

que normalmente não é visível pelas condições

De acordo com o artigo de Suely e Sergio, na logística reversa as

empresas passam a ter responsabilidade pelo retorno do produto à empresa,

quer para reciclagem, seja para descarte. Seu sistema de custeio deverá,

portanto, ter uma abordagem bastante ampla, como é o caso do Custeio do

Ciclo de Vida total, este sistema permite aos gerentes administrar os custos do

início ao fim.

As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis

retornos para as empresas. Economias com a utilização de embalagens

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retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm trazido

ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas.

Além disto, os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos

de logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que

justificam os investimentos realizados.

Os fatores Econômicos, Tecnológicos e Logísticos são os que garantem

interesses satisfatórios implicando em níveis mais altos de organização nas

cadeias reversas.

Martins(2004) diz que, buscando construir vantagens competitivas

sustentáveis (vantagens ancoradas na economia do setor), faz-se necessário a

integração de atividades de interface entre a logística e o marketing para

melhoria do relacionamento entre os diversos elos e agentes da cadeia. O

chamado marketing de relacionamento com os consumidores após a venda

dos produtos possui estreita ligação com o sistema logístico reverso; e ambos

precisam trabalhar juntos para oferecer uma diferenciação no serviço de pós-

venda e pós-consumo que se consolide como uma vantagem competitiva

sustentável.

Vale lembrar ainda que regulamentações governamentais estimulam e

promovem a modernização das empresas. Fatores como regulação ambiental,

padrão para produtos e a sua segurança sanitária fazem com que as empresas

melhorem a qualidade, invistam em tecnologia e equipamentos, desenvolvam

novos produtos; ou seja, as empresas se vêem forçadas a criar uma vantagem

competitiva para responder à demanda dos consumidores.

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CAP III - RECICLAGEM E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Segundo Carlos (2008), nos tempos atuais, o termo sustentabilidade é

repetido pela mídia que é praticamente impossível encontrar alguém que nunca

tenha ouvido falar em meios de vida mais sustentáveis ou formas de levar uma

existência em acordo com o bem estar do planeta em que vivemos. Contudo,

para muitos o conceito de ser sustentável ainda é algo estranho e longe de suas

realidades.

Segundo Carlos (2008) sustentabilidade é:

“Um conceito sistêmico; relacionado com a

continuidade dos aspectos econômicos, sociais,

culturais e ambientais da sociedade humana”.

Nos dicionários estará definida como a capacidade de ser sustentável.

Mesmo parecendo uma redundância, esse conceito quando aplicado em

relação à atuação humana frente ao meio ambiente em que vive é plenamente

compreendido.

De acordo com Carlos (2008), pode-se dizer que “na prática”, esse

conceito de sustentabilidade representa promover a exploração de áreas ou o

uso de recursos planetários (naturais ou não) de forma a prejudicar o menos

possível o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda

a biosfera que dele depende para existir.

Mesmo nas atividades humanas altamente impactantes no meio

ambiente como a mineração; a extração vegetal, a agricultura em larga escala;

a fabricação de papel e celulose e todas as outras; a aplicação de práticas

sustentáveis nesses empreendimentos; revelou-se economicamente viável e

em muitos deles trouxe um fôlego financeiro extra.

As idéias de projetos empresariais que atendam aos parâmetros de

sustentabilidade começaram a multiplicar-se e a espalhar-se por vários lugares

antes degradados do planeta. A degradação do planeta ajudou muito a criar e a

fomentar uma consciência planetária de que algo deve mudar. Representa uma

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pressão constante sobre as empresas e suas práticas de produção e de

prestação de serviços. Criando nas empresas a necessidade de adaptarem

seus procedimentos ou de mudarem sua forma de agir de forma drástica e

rápida sob pena de verem suas vendas e seus lucros caírem vertiginosamente

de forma perigosa e arriscada. Esse “novo comportamento” acabou recebendo

o nome de Sustentabilidade Empresarial.

Segundo leite (2008), valores de marca, preço, tecnologia e outros

diferenciais competitivos tradicionais parecem não ter a mesma força

mercadológica de outrora em diversos segmentos empresariais, tornam-se

condições qualificadora de participação no mercado, traduzindo o que

convencionou denominar comotização dos mercados.

Desta forma, as empresas acabaram definindo um conjunto de práticas

que procuram demonstrar o seu respeito e a sua preocupação com as

condições do ambiente e da sociedade em que estão inseridas ou aonde

atuam.

Conforme artigo de Nunes (2008), as graves alterações climáticas, as

crises no fornecimento de água devido a falta de chuva e da destruição dos

mananciais confirma que, as empresas devem procurar mudar as suas

atitudes, visão, metas para mudarmos também a situação do planeta.

Cientistas, pesquisadores, empresários e membros de organizações não

governamentais se unem, para discutir, levantar sugestões e adotar ações que

possam melhorar ou pelo menos, encontrar um ponto de equilíbrio entre a

manutenção do Meio Ambiente com o desenvolvimento industrial.

De acordo com Carlos (2009), a sustentabilidade empresarial ainda não

é um tema central em muitas empresas. Principalmente em países como o

nosso e nos países ricos, muitas corporações associam a idéia da

sustentabilidade empresarial a um aumento nos custos de operação e nos

preços de venda; o que provocaria um risco aos seus produtos e a sua

penetração no mercado consumidor.

No entanto, aos poucos, essa visão vai sendo revertida pela

conscientização cada vez maior dos consumidores e a real pressão que esses

grupos vêm fazendo sobre o mercado e, conseqüentemente, sobre as

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empresas, cabe a cada um de nós, como consumidores atentos, elevar o nível

de pressão sobre essas empresas teimosas e deixar bem claro que ou elas

mudam sua forma de agir e controlam seus procedimentos produtivos e agem

de forma mais sustentável, ou seus produtos acabarão sendo deixados de lado

e deixando de participar do mercado.

LEITE (2008) diz que, segundo as pesquisas, é revelada maior

conscientização dos executivos no que se refere ao valor da ética empresarial

como fator de diferenciação competitiva, do qual seus funcionários reinvidicam

uma posição da empresa com um comportamento mais ético. A partir desse

momento surge um emergente grupo de empresas cidadã.

A variável ambiental, tanto quanto a social, é introduzida na reflexão

estratégica de empresas líderes como um diferencial competitivo, por meio da

percepção de que o posicionamento e o reforço de sua imagem permitirão a

perenização de seus negócios.

Carlos (2009) defini uma empresa como sustentável sendo ainda um

mistério para muitos, afinal de contas, nem sempre são transparentes para os

clientes. Os processos internos que transforma uma empresa comum numa

empresa sustentável é o principal problema a ser identificado vai além do

marketing e da propaganda. O que realmente está sendo feito pela empresa

“X” em busca da sustentabilidade e quais sinais podem significar que ela está

no caminho certo é o que defini uma empresa como sustentável.

Os produtos produzidos ou os serviços prestados por ela são

ecologicamente corretos? É uma das perguntas a serem feitas em caso de

identificação se uma empresa é realmente sustentável ou não. Mesmo que a

empresa sustentável produza elementos que agridam o meio ambiente; é

necessário levar-se em consideração como ela trabalha para minimizar ou

eliminar os impactos provenientes de seu processo produtivo.

Essas empresas antecipam a legislação e restrições impostas pela sua

regulamentação, participando de sua concepção e responsabilizando-se pela

coleta e tratamento de seus produtos.

Conforme o Ministério da Saúde, no Brasil, a preocupação com os

resíduos sólidos teve inicio no ano de 1954 com a publicação da Lei Federal

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2312 que introduziu como uma de suas diretrizes no art 12º, a coleta, o

transporte e o destino final do lixo deverão processar-se em condições que não

tragam inconvenientes à saúde e ao bem estar publico.

No final da década de 70, o Ministério do Interior elaborou a portaria 53

de 01/03/1979, que dispõe sobre o controle dos resíduos sólidos, provenientes

de todas as atividades humanas.

Com a Constituição Federal de 1988 ficou cadastrado no artigo 23 que é

de competência comum da União, Estados, Distrito Federal e dos Municípios,

proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas,

dentre outros artigos.

O Ministério da Saúde ainda efetivou as Resoluções CONAMA 5/93 e

283/01, Normas ABNT, Licenciamentos Ambientais e Lei de Crimes Ambientais

para controle e punição de situações abusivas.

A partir desse momento as empresas começam a se preocupar com o

Marketing Ambiental e Reciclagem de produtos. Como exemplo é apresentado

o caso do Mc Donald cadastrado no Anexo 1, do qual foi necessário mudar

parte de seus produtos, atitudes e objetivos para apresentar melhor a sua

marca no mercado.

Conforme análise feita por LEITE em 2008, foi utilizado relações de

parceria e constituindo o verdadeiro REVERSE SUPLY CHAIN, essas

empresas líderes e de grande responsabilidade ética têm obtido excelente,

retorno mercadológico e de imagem corporativa, pela criação das redes de

distribuição reversas (take back products programs), de bens duráveis ou de

seus componentes e por meio de diferentes maneiras de montagens das redes

reversas, semiduráveis e descartáveis. Claramente nesta situação

encontramos empresas como XEROX, DU PONT, entre outras.

De acordo com Wikipédia, Reciclagem é o termo utilizado para designar

o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um

novo produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais

comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico. As maiores vantagens da

reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes

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não renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessita de

tratamento final, como aterramento ou incineração.

O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem

voltar ao estado original e ser transformado novamente em um produto igual

em todas as suas características. O conceito de reciclagem é diferente do de

reutilização.

O reaproveitamento ou reutilização consiste em transformar um

determinado material já beneficiado em outro. Um exemplo da diferença entre

os dois conceitos é o reaproveitamento do papel.

No site da Wikipédia, afirma-se que o Papel chamado de reciclado não é

nada parecido com aquele que foi beneficiado pela primeira vez. Este novo

papel tem cor diferente, textura diferente e gramatura diferente. Isto acontece

devido a não possibilidade de retornar o material utilizado ao seu estado

original e sim transformá-lo em uma massa que ao final do processo resulta em

um novo material de características diferentes.

Processo de reciclagem do papel

Fonte: Ambiente Brasil(2008)

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Outro exemplo é o vidro. Mesmo que seja "derretido", nunca irá ser feito

um outro com as mesmas características tais como cor e dureza, pois na

primeira vez em que foi feito, utilizou-se de uma mistura formulada a partir da

areia.

Leite diz que já uma lata de alumínio, por exemplo, pode ser derretida de

volta ao estado em que estava antes de ser beneficiada e ser transformada em

lata, podendo novamente voltar a ser uma lata com as mesmas características.

Esse processo demonstra que é possível estruturar um canal reverso e obter

economias na reutilização de material. A reciclagem de alumínio economiza

95% de energia elétrica utilizada para fabricação do alumínio primário. Este

custo é expressivo quando se considera que a energia elétrica representa 70%

do custo de fabricação do alumínio (LEITE, 2008).

Segundo MOURA E BANZATO (1997), embalagem pode ser definida

como sendo o sistema integrado de materiais e equipamentos utilizado para

levar os bens e produtos cliente, através dos canais de distribuição e incluindo

métodos de uso e aplicação do produto. Também pode ser um elemento ou

conjunto de elementos destinados a envolver, conter e proteger produtos

durante a sua movimentação, transporte, armazenagem, comercialização e

consumo, Ballou (2008) acrescenta outras funções estratégicas logísticas

atuais para as embalagens: facilitar a estocagem e o manuseio; promover

melhor utilização de equipamentos de transportes; fornecer proteção a

produtos; promover a venda de produtos; alterar a densidade de produtos;

facilitar o uso de produtos; fornecer valor de reutilização a clientes

Classificação de embalagens.

De acordo com Leite (2008), do ponto de vista logístico e sua função, as

embalagens podem ser classificadas sob três perspectivas principais, as

embalagens primárias ou de contenção, embalagens secundárias e

embalagens de unitização.

• Embalagens primárias ou de contenção: são as embalagens que

estão em contato direto com o produto, com seus apelos

mercadológicos, logísticos e de utilização, produzidas com os diversos

tipos de materiais. Bowersox & Closs (2001) salientam que o projeto de

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embalagem de consumo deve ser voltado para a conveniência do

consumidor, ter apelo de mercado, boa acomodação nas prateleiras dos

varejistas e dar proteção ao produto, porém sem esquecer de considerar

a integração entre marketing e logística, já que, normalmente,

embalagens ideais de consumo são problemáticas do ponto de vista

logístico.

• Embalagens secundárias: são embalagens de agrupamento de certo

número de produtos ou embalagens primárias, com o objetivo de

comercialização de quantidades múltiplas, de transporte e de

distribuição física. São as caixas de papelão, os envoltórios de plásticos

retráteis ou extensíveis, entre outros.

• Embalagens de unitização: quando as embalagens secundárias são

reunidas em unidades maiores para fins de manuseio (movimentação,

armazenagem, transporte e distribuição), essa formação é chamada de

unitização. São paletes ou estrados que agrupam embalagens

secundárias, contêineres de transporte, racks especiais, caixas de

diversos materiais, entre outros.

Ainda, segundo Leite (2008), sob o ponto de vista da logística reversa, a

classificação mais adequada de embalagem refere-se ao seu tempo de vida

útil, destacando-se, portanto, embalagens descartáveis e retornáveis. Esta

classificação fornece, inclusive, as bases para a comparação entre esses dois

tipos de embalagens sobre o aspecto dos investimentos necessários para a

execução de um projeto.

Conforme LEITE (2008) embalagens retornáveis são definidas como

aquelas que são passiveis de serem reutilizadas por várias vezes

estabelecendo um fluxo de ida, na entrega dos produtos, e um fluxo de retorno,

normalmente vazias para serem reutilizadas, motivo pelo qual se constitui de

preocupação da logística reversa. Por outro lado as embalagens descartáveis

caracterizam-se por apresentarem somente o fluxo de ida ao mercado após o

que serão descartadas de alguma forma, não havendo portanto o fluxo de

retorno.

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Dentre os tipos de embalagens retornáveis e acessórios, tanto para

consumidor final, quanto para fins logísticos, alguns merecem destaque:

a) Paletes

Conforme Ballou (2001), um palete é uma plataforma portátil, feita

geralmente de madeira, no qual os bens são empilhados para o transporte e a

estocagem. A paletização ajuda a movimentação por permitir o uso do

equipamento mecânico padronizado de manuseio de materiais em uma ampla

variedade de produtos. Além disso, a unitização da carga contribui com um

aumento resultante no peso e no volume dos materiais manuseados por hora-

homem de trabalho e com um aumento na utilização do espaço, fornecendo um

empilhamento mais estável e, assim, pilhas mais altas no estoque.

Corroborando com este raciocínio, Bowersox & Closs (2001) são

categóricos ao afirmar que a paletização é, sem dúvida, a contribuição mais

importante em termos de produtividade na logística, porém exigem grandes

investimentos e representam um problema de remanejamento.

Paletes mal construídos desfazem-se facilmente e podem causar avarias

nos produtos. É comum que os centros de distribuição troquem seus piores

paletes e retenham os melhores durante transferências.

b) Contêineres

Segundo Ballou (1993), contêineres são grandes caixas que podem ser

transportadas em vagões ferroviários abertos, em chassis rodoviários, em

navios ou em grandes aeronaves. É a forma mais apurada de unitização

alcançada em sistemas de distribuição. Geralmente, seguem as dimensões de

8 x 8 x 20 pés ou 8 x 8 x 40 pés (padrões ISO). Pelo seu tamanho, acomodam

carga paletizada, são estanques, de maneira que não é necessário proteger a

carga de problemas meteorológicos, além de poderem ser trancados para

maior segurança. Normalmente são carregados e descarregados com o uso de

guinchos especiais.

c) Caixas de papelão

De acordo com Dias (1993), uma grande economia que a empresa pode

realizar na embalagem de seus produtos é a utilização de caixas de papelão

ondulado no lugar da madeira, do compensado ou de embalagem a granel. O

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papelão ondulado é definido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas,

na sua Terminologia Brasileira PTB-42, como o resultado da colagem de

elementos ondulados de papel miolo a elementos lisos de papel (forros ou

capas). A onda pode ser alta (4,7 mm) ou baixa (3,0 mm), conforme natureza

do produto a ser embalado, sendo que a onda oferece maior efeito

acolchoador.

d) Tambores

A utilização de tambores metálicos como embalagem alcança um

número considerável de produtos, que podem ser transportados com

tranqüilidade e comodidade, dependendo do revestimento que se dê à chapa

internamente. De acordo com Dias, destaca-se entre esses produtos, líquidos

de todos os tipos, produtos sólidos, pastosos, fluídos, semifluídos, em pó,

granulados, etc. O autor afirma que, diante do surgimento incessante de novas

embalagens, sintéticas ou não, de fibra, de madeira compensada, de papelão,

etc., o tambor metálico estaria prestes a desaparecer ou pelo menos, ter

consideravelmente reduzido seu emprego. Porém, sua resistência e fácil

manipulação contribuem para sua permanência.

e) Recipientes plásticos

Dias diz que os recipientes plásticos, introduzidos no transporte de

líquidos e materiais a granel para fins industriais, estão substituindo em larga

escala as embalagens convencionais de vidro, madeira e metal. A

receptividade desses plásticos decorre da versatilidade do material empregado

na sua fabricação: o polietileno. Ele pode adotar diversas formas, com

capacidade que oscila entre cinco e 5.000 litros.

f) Garrafas de vidro

Conforme informação vinculada no site do SINDICERV (Sindicato

Nacional da Indústria da Cerveja), o Brasil possui hoje o maior acervo mundial

de garrafas retornáveis de vidro para cerveja e refrigerantes - cerca de 5

bilhões de unidades em circulação no mercado. A relevância desses números

já levou o tema ao Congresso Nacional. Hoje, a maioria dos projetos de lei que

tramitam no Congresso Nacional tratando do assunto, foi reunida para debate

em uma única comissão especial (Resíduos Sólidos). O projeto de lei

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estabelece que as cervejas comercializadas em embalagens de vidro devem

ser engarrafadas no mínimo em 80% de embalagens retornáveis. O conceito

embutido nessa proposta é o da limitação quantitativa, que é adequada às

preocupações das cervejarias com a questão ambiental e a limitação da

geração de lixo urbano.

A palavra reciclagem, no site da Wikipédia, difundiu-se na mídia a partir

do final da década de 1980, quando foi constatado que as fontes de petróleo e

de outras matérias-primas não renováveis estavam se esgotando rapidamente,

e que havia falta de espaço para a disposição de resíduos e de outros dejetos

na natureza. A expressão vem do inglês recycle (re = repetir, e cycle = ciclo).

Como disposto acima sobre a diferença entre os conceitos de

reciclagem e reaproveitamento, em alguns casos, não é possível reciclar

indefinidamente o material. Isso acontece, por exemplo, com o papel, que tem

algumas de suas propriedades físicas minimizadas a cada processo de

reciclagem, devido ao inevitável encurtamento das fibras de celulose.

Em outros casos, isso não acontece. A reciclagem do alumínio, por

exemplo, não acarreta em nenhuma perda de suas propriedades físicas, e esse

pode ser reciclado continuamente.

De acordo com LEITE (2008), o projeto dos produtos é o momento ideal

para a consideração de seus impactos e de seus materiais constituintes no

meio ambiente. O projeto das linhas de montagem permite grande economia e

diminuição dos impactos ambientais. Como exemplo é citado a redução de

diferentes tipos de plásticos para um único tipo na construção de

computadores, dentre outros diversos casos. Isso corresponde a desenvolver e

a modificar produtos e serviços que satisfaçam às novas exigências dos

consumidores que passam a ter maior sensibilidade ecológica.

No Anexo 2, LEITE (2008) demonstra diversas características das

empresas nas diferentes fases empresariais relativas aos objetivos, atividades,

organização e recursos utilizados em relação as preocupações com o meio

Ambiente.

LEITE (2008) também esclarece que a extração e revalorização do

material visado do produto em condições econômicas e de acordo com as

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especificações de qualidade necessárias para substituir as novas matérias

primas nos processos industriais. Nos ciclos reversos abertos, os materiais são

extraídos de diferentes tipos de produtos, enquanto no caso dos ciclos reversos

fechados eles são retirados de determinado produto de pós consumo e

reintegrados na fabricação e um produto similar.

A primeira operação industrial necessária é a separação do produto dos

quais são extraídos os materiais de interesse. Em seguida, é geralmente,

utilizado processos térmicos para a extração de materiais visando o produto

final. E após toda essa separação e extração são necessários métodos

industriais de purificação, limpeza ou filtração, a fim de se tornarem material

utilizável nas condições de qualidade exigida pelo processo de fabricação de

novos produtos.

De acordo com LEITE (2008) o nível de Reciclabilidade tecnológica de

um produto ou material são as diversas fazes do retorno ao ciclo produtivo,

como o número de reutilizações possíveis. Conservação das propriedades,

facilidade de extração do material, facilidade de separação do produto pós

consumo, dentre outros.

Conforme o site da CEMPRE - Compromisso Empresarial para

Reciclagem - associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da

reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo, sendo

mantido por empresas privadas de diversos setores, apresentou um

levantamento dos índices de reciclagem de resíduos sólidos urbanos no país

com os números relativos a 2008 do qual são apresentados no Anexo 3, com

melhor apresentação das informações.

A pesquisa revela que 405 municípios brasileiros oferecem coleta

seletiva à população. No entanto, esses 405 municípios representam cerca de

7% do total de municípios do país.

De acordo com Raquel (2008), estimular o plantio de árvores, a

reciclagem de lixo, a coleta seletiva, o aproveitamento de partes normalmente

descartadas dos alimentos como cascas, folhas e talos; assim como o

desenvolvimento de cursos, palestras e estudos que informem e orientem

todos os cidadãos para a importância da participação e do engajamento nesses

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projetos e nessas soluções simples para fomentar a sustentabilidade e a

conservação do meio ambiente.

O mais importante acima de tudo, é educar e fazer com que o cidadão

comum entenda que tudo o que ele faz ou fará; gerará um impacto no meio

ambiente que o cerca. E que só com práticas e ações que visem a

sustentabilidade dessas práticas; estará garantindo uma vida melhor e mais

satisfatória, para ela mesma, e para as gerações futuras.

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CONCLUSÃO

A cada dia aumenta mais a preocupação da sociedade e de grupos

ambientalistas para a realização de ações efetivas que possam promover uma

redução da degradação ambiental, pois as graves alterações climáticas, as

crises no fornecimento de água devido a falta de chuva e da destruição dos

mananciais e a constatação que, se não fizermos nada para mudar, o planeta

será alterado de tal forma que a vida como a conhecemos deixará de existir.

Se todos entendessem a importância da adoção de práticas de

sustentabilidade desde muito cedo, todas essas alterações climáticas poderiam

ser evitadas ou retardadas ao máximo e os recursos naturais estariam

disponíveis e fartos por muito mais tempo.

Apresentamos os processos da Logística Reversa que trouxe

considerável retorno ao controle ambiental através das empresas. O estudo da

logística reversa também se tornou relevante em função do crescimento da

freqüência das operações reversas nos últimos tempos, as empresas e a

sociedade passaram a dar atenção especial para este tema, tendo em vista a

vantagem competitiva.

Na logística reversa, as empresas passam a ter responsabilidade pelo

retorno do produto à empresa, quer para reciclagem ou não.

O objetivo principal da logística reversa é o de atender aos princípios de

sustentabilidade ambiental como o da produção limpa, em que a

responsabilidade é do "início ao fim" de quem produz e deve responsabilizar-se

também pelo destino final dos produtos gerados de forma a reduzir o impacto

ambiental que eles causam. A reciclagem é geralmente utilizada para designar

o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um

novo produto.

Não somente é apresentado a Sustentabilidade Ambiental, mas também

necessitamos apresentar a Social. Cadastramos um exemplo, através do

Anexo 1, sobre a mudança de tratamento dos produtos, resíduos e até mesmo

o objetivo empresarial.

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Diante desse quadro, e pela responsabilidade social é necessário

estudar detalhadamente o processo Logístico Reverso com ênfase na

Sustentabilidade Social e no controle ambiental, sendo o mais importante

educar e fazer com que o cidadão comum entenda que tudo o que fará gera

um impacto no meio ambiente que o cerca, precisando controlar e cuidar da

conservação do meio ambiente.

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ANEXOS

INDICES DE ANEXOS

ANEXO 1 ..................................................................................... 50

Preservação de Imagem Corporativa – caso MC DONALD’S

ANEXO 2 ...................................................................................... 51

As três fases Empresariais de Redução de Resíduos

ANEXO 3 ..................................................................................... 52

Quadro Da Reciclagem Nos Diferentes Segmentos

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ANEXO 1

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Fonte: Logística Reversa – Meio Ambiente e Competitividade

ANEXO 2

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ANEXO 3

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QUADRO DA RECICLAGEM NOS DIFERENTES SEGMENTOS