Material de Curadoria
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Contedo
1. Introduo ........................................................................................................ 4
2. Fontes de material para colees .................................................................... 5
3. Tipos de colees ............................................................................................ 6
3.1. Colees didticas ..................................................................................... 6
3.2. Colees de pesquisa ................................................................................ 7
3.2.1. Colees gerais ................................................................................... 7
3.2.2. Colees particulares .......................................................................... 7
3.3. Colees regionais ..................................................................................... 8
3.4. Colees especiais .................................................................................... 8
3.4.1. Colees de interesse econmico ....................................................... 8
3.4.2. Levantamentos faunsticos .................................................................. 8
3.5. Colees de identificao .......................................................................... 9
4. Colees de tipos ............................................................................................. 9
5. Coleta ............................................................................................................. 10
5.1. Livro de campo ......................................................................................... 11
5.2. Rotulagem de campo ............................................................................... 13
6. Tcnicas de coleta ......................................................................................... 13
7. Tcnicas de preservao ............................................................................... 13
7.1. Zoologia ................................................................................................... 13
7.1.1. Via seca ............................................................................................. 13
7.1.2. Via mida ........................................................................................... 14
7.2. Botnica ................................................................................................... 15
8. Transporte de material ................................................................................... 15
9. Preparao ..................................................................................................... 16
9.1. Prensas para plantas ............................................................................... 16
9.2. Alfinetes entomolgicos ........................................................................... 16
9.3. Cmara mida .......................................................................................... 16
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9.4. Montagem ................................................................................................ 16
9.5. Etiquetagem ............................................................................................. 17
10. Acesso do material a coleo ...................................................................... 17
11. Identificao ................................................................................................ 17
11.1. Por remessa de material a especialista.................................................... 18
11.2. Identificao por comparao direta ........................................................ 18
11.3. Identificao por bibliografia ..................................................................... 18
11.4. Etiquetas de identificao ........................................................................ 19
12. Organizao da coleo .............................................................................. 19
13. Curadoria das colees ............................................................................... 20
14. Referncias ................................................................................................. 21
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1. Introduo
Coleo taxonmica a reunio ordenada de espcimes mortos ou partes
corporais desses espcimes, devidamente preservados para estudos (U. R.
MARTINS, in PAPAVERO, 1994:20).
Frequentemente incorporam-se s colees objetos e produtos resultantes
das atividades dos animais, tais como: ninhos, pegadas, galerias, galhas , folhas
danificadas, ramos, etc.
Quanto mais representativa for a coleo de determinado grupo, maiores
possibilidades ter o taxonomista para efetuar sua anlise. A grande
representatividade refere-se ao maior nmero possvel de espcies e a maior
quantidade possvel de populaes geograficamente diversas. Este agrupamento
numeroso de indivduos de uma espcie numa coleo denomina-se srie.
Figura 1 Realizao anlise taxonmica.
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2. Fontes de material para colees
A obteno de material para colees depende muito frequentemente da
busca e captura dos animais nos seus hbitats. Esta tarefa envolve o
conhecimento das tcnicas de coleta e das tcnicas de preservao.
As expedies zoolgicas ou viagens de coleta tem a misso de coletar
esse material.
impossvel para qualquer instituio obter material representativo do
mundo todo. Material extico, raro ou crtico para uma determinada pesquisa pode
ser conseguido por permuta, institucional ou com pesquisadores.
comum o procedimento de enviar ou receber material cientfico para
identificao. O pesquisador que desempenha a tarefa de identificao dedica
grande parcela de seu tempo, como compensao pelo seu trabalho o mesmo
retm para a instituio parte do material identificado. O caso de reteno
universalmente aceito mediante autorizao prvia.
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3. Tipos de colees
3.1. Colees didticas
Contem material destinado a ensino, demonstrao e treinamento.
Habitualmente, o material didtico tem curta durao, pois destrudo ou
danificado pelo manuseio constante. Colees didticas so objetos de renovao
permanente.
As colees didticas so completamente independentes das colees de
pesquisa.
As colees didticas podem receber material imprprio para as colees
de pesquisa. Exemplares com dados incompletos de procedncia ou espcimes
parcialmente danificados que podem servir para inmeras finalidades didticas.
Figura 2 Coleo didtica.
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3.2. Colees de pesquisa
3.2.1. Colees gerais
Colees gerais conservam materiais zoolgicos de todos os grupos, se
possvel, do mundo todo e representado por sries. Encontram-se em instituies
pblicas, geralmente museus, e em algumas universidades, e contam geralmente
com pelo menos cerca de um sculo de existncia.
comum que essas instituies obtenham amplos recursos para financiar
grandes expedies de coleta.
As colees cientficas so patrimnio nacional e internacional.
Figura 3 Coleo cientfica da Herpetologia do Museu Goeldi.
3.2.2. Colees particulares
H colecionadores que renem com recursos particulares, um grande
nmero de material de grupo ou de grupos taxonmicos, para sua prpria
pesquisa ou motivos de interesse prprio. Por ficarem restritas a um determinado
tipo de interesse ou a um nico grupo taxonmico, estas colees so muito boas
e muito valiosas.
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3.3. Colees regionais
Renem espcimes de determinada localidade, rea ou regio geogrfica.
So extremamente importantes, pois abrangem, com o passar do tempo, graas a
coletas constantes, representao quase integra da fauna e/ou flora.
Organizao de coleo regional um procedimento pouco habitual,
frequentemente faltam recursos, interesse, tempo apoio ou orientao para que se
organizem boas colees.
3.4. Colees especiais
Essas colees renem material destinado a fundamentar estudos
especficos.
3.4.1. Colees de interesse econmico
Abrangem vrios aspectos: mdico-sanitrios, agropecurios, alimentares,
florestais, de vigilncia aduaneira etc. Assim, colees em instituies dedicadas
pesquisa e resoluo de problemas mdico-sanitrios, colecionaro apenas
grupos de importncia para sua rea (vetores de doenas, hospedeiros
intermedirios etc.). Colees de instituies vinculadas agricultura ou a
veterinria conservaro animais nocivos (por tipo de cultura que danificam ou
destroem, ou para culturas e criaes que prejudicam toda uma regio), seus
parasitos e predadores (visando ao eventual controle biolgico), ou animais teis,
dos mais diversos pontos de vista (para alimentao, produtores de alimentos,
decompositores de matria orgnica e etc.)
3.4.2. Levantamentos faunsticos
Podem ser enquadradas como colees especiais: pelos hbitos (animais
produtores de galhas, parasitas e predadores de determinadas plantas ou
animais), pelo tipo de alimentao (xilfagos1, insetvoros, micetfagos2,
1 Insetos e micro-organismos que se alimentam de madeira apodrecida.
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necrfagos3 e etc.), pelo tipo de hbitat (caverncolas, dulccolas4, edficos5) e
assim por diante.
3.5. Colees de identificao
Servem de apoio rotina de identificao de material zoolgico para as
mais diversas finalidades. Pertencem a instituies primordialmente preocupadas
com essa prestao de servios, como o Systematic Entomology Laboratory, do
Agricultural Research Service (U. S. Department of Agriculture) que identifica, em
mdia, 300 mil insetos a cada ano, para cientistas agrnomos, inspetores de
vigilncia alfandegaria, agricultores e publico em geral.
Instituies desse tipo devem funcionar junto aos centros de bibliografia
especializada, tais como museus e universidades.
No necessria uma srie, basta que contenham pequena representao
de cada espcie. Esta representao pode se restringir a um casal (formas com
dimorfismo sexual) ou a um pequeno nmero de exemplares, representantes dos
diversos graus de variabilidade intraespecfica.
4. Colees de tipos
Tipos so exemplares nos quais se fundamentaram descries de
espcies. So sempre muito importantes e valiosos, pois geralmente seu exame
permite esclarecer uma srie de problemas taxonmicos.
Algumas instituies preferem manter, por segurana e ativamente
cuidados, todos os tipos primrios (holtipos6, lecttipos7 e netipos8) em colees
independentes, mais seguras que as colees gerais.
2 Seres que se alimentam de fungos.
3 Seres que se alimentam de cadveres de outros seres.
4 Ecossistema de gua doce.
5 Relativo ou pertencente ao solo.
http://www.ars.usda.gov/Main/site_main.htm?modecode=12-75-41-00http://www.ars.usda.gov/main/main.htmhttp://www.usda.gov/wps/portal/usda/usdahome
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5. Coleta
O material varivel segundo o fim a que se destina.
Busca-se obter amostras adequadas de cada populao, para se avaliar a
variabilidade especfica. O nmero de indivduos co-especficos a coletar dever
ser maior onde a variabilidade tambm grande e no permetro da distribuio
geogrfica da espcie, onde geralmente ocorrem populaes desordenadas.
O local especfico da captura depende dos hbitos do grupo em que se est
interessado.
Fica implcito que uma coleta bem-sucedida de determinado grupo depende
de conhecimento prvio e acurado dos hbitos desse grupo.
Figura 4 Coleta: Procura limitada por tempo, Flona de Caxiuan.
6 Espcime nico a partir do qual foi descrita uma espcie ou subespcie.
7 Espcime escolhido, em uma srie de co-tipos, sobre o qual baseada a redescrio de uma
espcie. 8 Espcime sobre o qual baseada uma redescrio da espcie, escolhida para representar o
holtipo, quando este se perdeu.
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5.1. Livro de campo
Rene todas as informaes sobre o material coligido9 numa expedio
cientfica ou numa simples coleta. Alm de dados sobre o material propriamente
dito, conter outras anotaes: paisagem das localidades, tipos de bitopos10, de
formaes vegetais, de gua ou de solos, clima, observaes de cunho ecolgico,
etolgico11 etc.
O conhecimento do itinerrio de uma expedio facultar, no futuro, uma
viagem que procure reproduzir a anterior, quando o material importante foi
coligido. Da a necessidade do registro de datas. Muitas espcies s ocorrem em
algumas pocas do ano.
A descrio da paisagem das localidades de coleta permite decidir os tipos
de vegetao, de colees dgua, de solo e assim por diante. Nos locais onde a
paisagem varivel a documentao fotogrfica muito importante.
Os dados de procedncia tambm so muito importantes, tais como: a
localidade especifica da coleta; deve conter o nome do municpio (ou diviso
territorial equivalente) onde se situa a localidade, o nome do estado (ou diviso
territorial equivalente), o nome do pas, a data de coleta e o nome do coletor (ou
coletores).
Localidade: diante da possibilidade de encontrar os mais diferentes
hbitats em um nico municpio, a indicao precisa de uma localidade
de coleta torna-se indispensvel. Cita-se o nome de uma fazenda,
chcara ou stio, acompanhado da sua localizao ou posio
geogrfica exata, altitude, longitude e latitude.
A meno da altitude especialmente importante quando se trabalha
numa regio de notveis acidentes orogrficos12.
9 Reunido em coleo.
10 Espao ocupado por um grupo de espcies constituintes de um ecossistema.
11 Comportamento dos animais nos seus habitats.
12 Diferenciao de relevo na formao de solos continentais e costeiros.
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Data da coleta: A citao da data da coleta permite inferir sobre o
clima da regio na ocasio da captura do material. Alm disso, permite
decidir com mais segurana, o perodo para uma viagem posterior que
vise obter material de importncia coletado anteriormente.
Nome do(s) coletor(es): A referncia ao nome do coletor indicativa
da confiabilidade da procedncia do material. Material coletado por
pesquisador ou coletor idneo geralmente mais digno de confiana
nos dados de procedncia que o obtido, por exemplo, por coletores
profissionais, cujo interesse primordial se prende apenas a
comercializao dos exemplares, ou por estudantes que confeccionam
trabalhos prticos, para os quais dados de procedncia parecem ter
importncia menor.
Informaes de campo: bvio que as informaes de campo a
registrar, sua extenso e mincia, dependem do destino do material e
da rea de estudo do coletor ou pesquisador. Em resumo, subordinam-
se ao tipo de interesse do coletor. Anota-se, por exemplo, o local
especfico da coleta, isto , sob casca, em fungo, em toca de ...,
sobre flores de ..., sob pedras, na praia, a luz etc. Estas curtas
informaes sempre do boas indicaes de hbitos, hbitat e assim
por diante.
Para facilitar o trabalho de campo e economizar tempo, pode-se reunir sob
um nmero (nmero de campo), que acompanhar o material, todas as
informaes pertinentes aos espcimes coligidos. Este procedimento
especialmente til quando se trata de lotes, isto , grupo de animais, muito
diversos ou no, coletados no mesmo local. A adoo de nmeros campo para
lotes de animais sociais (formigas, abelhas e cupins) altamente desejvel,
especialmente quando ninhos so capturados integralmente. Outra grande
utilidade do numero de campo a sua adoo quando o animal no pode ser
transportado por inteiro ao laboratrio.
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5.2. Rotulagem de campo
Rtulos manuscritos de campo acompanham o material coligido e, exceto
no caso da adoo de nmeros de campo.
Esses rtulos podem ser afixados a um nico espcime ou acompanhar os
lotes, dependendo da embalagem que acomodar o material para transporte ao
laboratrio. Devem ser elaborados muito cuidadosamente, pois com base nas
indicaes desses rtulos que se preparam as etiquetas definitivas de
procedncia. Estas so afixadas aos espcimes quando passam a integrar a
coleo.
6. Tcnicas de coleta
Depende do material que se deseja capturar.
Tcnicas, mtodos e aparelhamento de coleta podem ser conhecidos
mediante levantamento em fonte de referencia peridica.
7. Tcnicas de preservao
A generalidade do material zoolgico preservada de duas maneiras: a
seco ou em meio lquido.
7.1. Zoologia
7.1.1. Via seca
Todo o material, ou partes dele, so postos a secar, maneira que garante
sua preservao definitiva. Adota-se este tipo de preservao para material de
difcil decomposio, especialmente peles, ossos, conchas e exoesqueletos.
O preparo de peles para exposio ou estudo denomina-se taxidermia.
Tradicionalmente taxidermizam-se para colees mamferos e aves. Capturados
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em armadilhas ou abatidos a tiro, os animais sero completamente limpos
(remoo de sangue, dejees e secrees).
A preparao de ossos no campo quase sempre preliminar, a preparao
definitiva realiza-se no laboratrio. Esqueletos de pequenos animais podem ser
tratados por inteiro, os grandes so desmantelados para facilitar a embalagem e o
transporte.
As conchas podem frequentemente ser coletadas j separadas das partes
moles do animal, as caractersticas de remoo variam segundo os diferentes
grupos.
Exoesqueleto. Parcela considervel dos artrpodos, especialmente
insetos, preservam-se a seco. Dependendo da resistncia do corpo e dos
apndices corporais, os insetos so preservados espetados em alfinetes
entomolgicos ou colados a tringulos de cartolina ou inseridos em envelopes ou
invlucros de papel transparente ou translcido.
Para espcimes de herbrio h pelo menos trs tcnicas de manuseio, o
processo mais satisfatrio prensar cada planta a medida que colhida,
prensagem esta feita em uma prensa de campo formada por um par de caixilhos
de colheita. Um segundo processo acumular o material em uma caixa de metal
ou lata. Um terceiro mtodo, mais utilizado na floresta tropical de chuva do que
nas regies temperadas, o de transportar os espcimes colhidos em um saco
dobrado.
7.1.2. Via mida
Neste caso, o material preservado em meio lquido. O lquido preservador
mais habitual o lcool a 70%. Preservam-se neste meio vertebrados menores
(morcegos, rpteis, anfbios e peixes) e a grande maioria dos invertebrados.
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Exceto animais muito pequenos, cuja imerso em lcool 70% garantir a
preservao, os demais vertebrados devem receber injees de fixadores antes
da imerso em lcool. O fixador empregado frequentemente o formol a 10%.
Em grande parte dos casos os animais invertebrados, to logo capturados e
ainda vivos, so colocados diretamente no lcool a 70%. A ingesto do lquido,
ainda que em pequena quantidade, melhora as condies de preservao.
A preservao em lcool, de maneira geral, aplica-se aos animais sujeitos a
fcil decomposio. ainda usada nos casos em que a preservao a seco
indesejvel: por causar contrao corporal; por tornar o corpo ou os apndices
(antenas, perna, cercos, filamentos caudais etc.) quebradios.
7.2. Botnica
A conservao de material hmido sem que se estrague um problema
que por vezes se depara aos coletores trabalhando em regies tropicais ou em
situaes de emergncia, quando faltam instalaes de secagem adequadas. O
objetivo evitar que o material se decomponha depois de ter sido colhido e
disposto nos papis de prensagem at a altura em que possa ser seco pelos
processos habituais.
As tcnicas de secagem so de dois tipos: as que processam sem
aquecimento e as que requerem aquecimento artificial.
8. Transporte de material
O tipo de embalagem a ser adotado varia conforme o material a ser
transportado e o meio de transporte. Para longas viagens, as embalagens devem
ser de material bem resistente e estarem hermeticamente fechadas, a incluso de
repelentes desejvel.
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9. Preparao
A adoo do tipo de preparao depende das dimenses e da resistncia
do material a preparar.
9.1. Prensas para plantas
As prensas para plantas so de vrios tipos, dependendo a seleo dos
mesmos, do uso a fazer delas e das tcnicas de secagem. A eficincia da prensa
determinada, em larga medida, pela sua capacidade de manter o material sob
presso constante e firme, de secar os espcimes com pequeno grau de
enrugamento e de manter, tanto quanto possvel, a cor de todas as partes.
9.2. Alfinetes entomolgicos
A obteno de alfinetes entomolgicos difcil, desde que s so
fabricados no estrangeiro. A importao exige diversas providencias burocrticas
e os preo so elevados.
9.3. Cmara mida
Quando o lapso de tempo entre a coleta dos insetos e a preparao muito
grande, o material ento muito seco e muito enrijecido deve ser introduzido em
uma cmara mida para amolecer e facilitar a preparao.
9.4. Montagem
A regio corporal a ser atravessada pelo alfinete depende da ordem a qual
o inseto pertence. O material indevidamente preparado fatalmente vir a se
quebrar e ocupar espao desmensurado.
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9.5. Etiquetagem
As etiquetas de procedncia reproduzem os dados dos rtulos de campo e
so afixadas individualmente aos exemplares.
As dimenses sero as menores possveis, economizando espao.
Rotulagem por nmeros. Para alguns pode ser mais prtico rotular os
exemplares com nmeros e conservar os dados de procedncia em um fichrio ou
livro de registro com numerao correspondente. Perdem-se assim todos os
dados referentes ao material, e com estes, o material.
10. Acesso do material a coleo
Quando conveniente, o material recebe um nmero individual (ou de lote) e
tombado, sob este nmero de coleo, em um livro de registro ou livro de tombo.
Conserva, entretanto, sempre, os dados de procedncia no rtulo que lhe
afixado.
Esta prtica, mais usada na coleo de vertebrados, desaconselhvel, pelo
tempo que consome para colees de insetos e de outros grupos numerosos, na
qual milhares de exemplares tero que ser numerados e registrados.
Basicamente, os livros de tombo contm: nmero de campo, nome
cientfico, sexo e anotaes.
11. Identificao
Para que os espcimes possam ser introduzidos ordenadamente nas
colees, devem estar identificados ou determinados.
O ideal, nem sempre possvel, identificar-se o material especificamente,
ou seja, conhecer seu nome especfico. Frequentemente, devido a uma
diversidade de fatores limitantes, as identificaes s so possveis at o nvel de
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gnero, de tribo ou mesmo de famlia. Alguns destes fatores: grupos complexos ou
muito numerosos, bibliografia confusa ou insuficiente, necessidade de exame de
tipos, inexistncia de material para comparaes.
11.1. Por remessa de material a especialista
O primeiro problema a resolver, descobrir o nome do pesquisador apto a
identificar o material. Podemos consegui-lo por consulta a publicaes que
periodicamente citam relaes nominais de taxonomistas, seus campos de
interesse, com endereo, especialidade, regio faunstica que abarcam e outras
informaes.
til providncia consiste em arrolar os nomes dos pesquisadores que esto
publicando sobre o grupo zoolgico que queremos ter identificado atravs de
consulta aos ltimos volumes do Zoological Record e outras fontes de referncia.
Nomes e endereos de instituies, universidades e museus de todo o
mundo encontram-se relacionados em edies sucessivas do THE WORLD OF
LEARNING, Europa Publications Limited, London.
11.2. Identificao por comparao direta
O material que se deseja identificar comparado diretamente com material
previamente determinado.
Identificadores por comparao, exceto casos bvios (espcies grandes,
notveis, com caractersticas aparentes etc.) so sempre indesejveis. O no
especialista ignora peculiaridades que distinguem e caracterizam os txons e pode
cometer erros grosseiros.
11.3. Identificao por bibliografia
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Em linhas gerais, a rotina de identificao envolve: consulta de chaves para
grupos taxonmicos abaixo do nvel de famlia, localizveis em alguns bons livros
de texto ou em bibliografia mais especializada, passvel de ser levantada pelas
fontes usuais de referncia; consulta de revises ou monografias (quando
existentes e atuais), cujos ttulos podem ser obtidos por levantamentos
bibliogrficos.
11.4. Etiquetas de identificao
Uma vez identificado, o material recebe uma etiqueta de identificao, que
contm: o nome do txon, o nome da pessoa que efetuou a identificao e o ano
em que isso se deu.
Figura 5 - Etiqueta usada na coleo de Ictiologia do Museu Goeldi.
12. Organizao da coleo
O material identificado deve ser disposto na coleo segundo ordenamento
que permita sua pronta localizao.
Geralmente esse ordenamento dado pelos catlogos. Em cada ordem
zoolgica encontram-se enumeradas nos catlogos as famlias que a constituem;
em cada uma destas as subfamlias, e assim por diante, at espcie. Muito
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frequentemente as espcies dos gneros politpicos13 esto arroladas em ordem
alfabtica. O material fica assim organizado de acordo com essa sequncia.
13. Curadoria das colees
Para alguns autores (e.g., Blackwelder, 1967), curadoria abrange as
atividades de coleta, preservao, armazenamento e catalogao do material
cientfico. Avaliao das necessidades e condies de emprstimo do material,
procedimentos e adoo de mtodos de catalogao, levantamentos ou
tombamento, doaes e permutas, e, em resumo, toda a poltica prtica e
cientfica de lidar com colees.
13
Txon que compreende mais de dois txons imediatamente subordinados, como uma famlia compreende mais de dois gneros ou um gnero que compreende mais de duas espcies.
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14. Referncias
LAWRENCE, G.H.M. Taxonomia das plantas vasculares. Lidbos: Vslouste
Gulbenkian, 1977. 2 v.
FERRI, M.G.; MENEZES, N.L.; MONTEIRO, W.R. Glossrio ilustrado de
Botnica. So Paulo: Nobel, 1988.
MARTINS, Ubirajara Ribeiro. A coleo taxonmica. In: Papavero, N. (Org.).
Fundamentos prticos da taxonomia zoolgica (colees, bibliografia,
nomenclatura). So Paulo: Universidade Estadual Paulista. P.19-43. 1994.