O valor representativo da imagem: a questão da referência
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O valor representativo da imagem: a questão da
referência
Prof. Andréa Estevão
Características da imagem
• “A imagem é basicamente uma síntese que oferece traços, cores e outros elementos visuais em simultaneidade”.
(NEIVA Jr., Eduardo. A imagem. São Paulo: Ed. Ática, 2002)
• O espectador ao entrar em contato com a imagem percebe:
• a) o espaço representado (quando a imagem é figurativa);
• b) o espaço plástico (percepção da superfície, onde se apresenta o conjunto de formas visuais da imagem);
• c) os graus de luminosidade de cada região da imagem e seus constrates;
• d) os elementos gráficos simples (ponto, linha);
• e) a matéria da própria imagem (pinceladas, grão da película fotográfica, pixels nas telas de vídeo), etc.
• A imagem só existe para ser vista, por um espectador situado no espaço e no tempo, ou seja, historicamente definido.
• A produção de uma imagem sempre se dá de forma calculada para certos efeitos sociais, individuais ou coletivos (de propaganda, religiosos, ideológicos e informativos).
• A produção e compreensão de uma imagem acontecem
segundo restrições temporais.
• “ A representação é um processo pelo qual institui-se um representante que, em certo contexto limitado, tomará o lugar do que representa.” (Jacques Aumont, 2004)
• A representação é arbitrária – a instituição de um substituto se baseia em convenções sociais previamente existentes.
• O valor representativo da imagem, ou seja, sua relação com a realidade sensível, é o que mais ganha destaque socialmente.
• Tradicionalmente, há uma aposta (exagerada e problemática) no valor representativo da imagem, que se apoia na relação de semelhança entre imagem e realidade, ou seja, no potencial analógico da imagem.
• A relação entre representação simbólica e os objetos representados, ainda que por semelhança, não têm conexão necessária
• As convenções sociais para representação variam muito de cultura para cultura, e segundo hierarquias de aceitabilidade dos critérios de semelhança.
• Há diferentes graus de analogia.
• Nem sempre a semelhança é critério de representatividade.
• Representação por semelhança está tão relacionada com a questão da referencialidade da imagem que tomamos como regra que estímulos visuais devem ser entendidos através de sua relação com os objetos representados.
Imagem e referência
• O fato da linguagem verbal estabelecer entre signos e coisas, caráter designativo, faz com que esperemos da imagem icônica o mesmo tipo de relação.
• Segundo Roman Jakobson “o imperialismo da língua transfere para a imagem a obrigatoriedade da referência, que é uma função essencial dos signos linguísticos”.
• Referências bibliográficas:
• NEIVA Jr., Eduardo. A imagem. São Paulo: Ed. Ática, 2002. (p. 17-30).
• AUMONT, Jacques. A imagem. São Paulo: Ed. Papirus, 2004. (p. 135 – 206).