Peculiaridades da terapia cognitivo-comportamental com crianças e adolescentes

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Peculiaridades da Terapia Peculiaridades da Terapia Cognitivo Cognitivo-Comportamental Comportamental com crianças e adolescentes com crianças e adolescentes com crianças e adolescentes com crianças e adolescentes Patrícia Patrícia Barros Barros Psicóloga Psicóloga Mestre e Doutoranda Psicologia UERJ Mestre e Doutoranda Psicologia UERJ

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Peculiaridades da Terapia Peculiaridades da Terapia CognitivoCognitivo--Comportamental Comportamental

com crianças e adolescentescom crianças e adolescentescom crianças e adolescentescom crianças e adolescentes

Patrícia Patrícia Barros Barros Psicóloga Psicóloga

Mestre e Doutoranda Psicologia UERJMestre e Doutoranda Psicologia UERJ

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Psicoterapia funciona para crianças?

�15% a 22% de crianças e adolescentes sofrem de problemasemocionais ou comportamentais severos.

�Menos de 20% destes recebem assistência especializada

�Intervenção precoce = menor incidência de problemas naadolescência; previne e/ou atenua o prejuízo ao longo da vida

�Intervenções cognitivo-comportamentais apresentam resultadosmais efetivos em crianças = comparação com outras intervenções nãocomportamentais e grupo de espera

(Kazdin, 1991; Kazdin, 2003; Weisz e cols., 1995; Angold, Costello & Erkanli, 1999; Gauy & Guimarães, 2006; Durlak& Wells, 1998; Weiss & Weiz, 1995;Barrett, 1998; Barrett,

Dadds & Rapee, 1996; Flannery-Schoeder & Kendall, 2000; Flannery-Schoeder, Choudhury & Kendall, 2005)

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Por que a TCC funciona com crianças e adolescentes?

�Estrutura: agenda, feedback, tarefas de casa e metas bem definidas

�Modelo Cognitivo: psicoeducação e objetividade

�Descoberta Guiada e empirismo colaborativo: “Trabalho em equipe”, responsabilidade, curiosidade.

(Friedberg & McClure, 2004)

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Semelhanças e difere

nças

Semelhanças:

•Adaptações

•Modelo Cognitivo

•Empirismo

Semelhanças e difere

nças

•Empirismo colaborativo e Descoberta guiada

•Questionamento socrático

(Friedberg & McClure, 2004)

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Modelo cognitivo

• Psicoeducação do modelo: nomear emoções, estados mentais, intensidade emoções, estados mentais, intensidade das emoções

• Associar emoções aos pensamentos e comportamentos

• Auto-monitoramento• Distorções cognitivas

(Friedberg & McClure, 2004)

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Empirismo colaborativo e descoberta guiada• Estágio na terapia (inicio)

• Natureza dos problemas (crise)

• Desenvolvimento (mais novas)• Desenvolvimento (mais novas)

• Motivação (engajamento)

• Tolerância à frustração (reações agressivas)

• Estilos interpessoais (passividade x agressividade)

(Friedberg & McClure, 2004)

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Questionamento socrático: algumas orientações...

A criança está em sofrimento intenso?

Evite perguntas de análise

racional profunda

Dê apoio, orientação e ajude-a a entender o sentimento

A criança é incapaz de tolerar ambiguidade e frustração?

Diálogo em torno de perguntas simples e concretas

Perguntas mais abertas

A criança é altamente reativa

e se mostra defensiva ou retraída?

Questionamentos abertos

Uso de metáforas e personagens

(Friedberg & McClure, 2004)

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Semelhanças e difere

nças

Diferenças:

•Peculiaridades

•Motivação e entendimento do problema

•Processo de desenvolvimento

Semelhanças e difere

nças

desenvolvimento

•Abordagem concreta – uso de atividades terapêuticas

•Participação da família e da escola

•Relação terapêutica(Friedberg & McClure, 2004)

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Motivação e Entendimento do problema

• Propósitos da psicoterapia

• Identificar os problemas sob a visão da criança• Identificar os problemas sob a visão da criança

• Avaliar as conseqüências para criança

• Pontos positivos e interesses do cliente

• Criar metas objetivas

(Friedberg & McClure, 2004)

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Peculiaridades do processo de desenvolvimento

Características Gerais

Linguagem, relações sociais, brincadeiras, raciocínio, etc.

Características Externas

Observação

Rigidez

Egocentrismo

Características Internas

Inferência

Flexibilidade

Perspectiva Alheia

(Friedberg & McClure, 2004)

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Abordagem de Ação Concreta

� Crianças aprendem mais aquilo que fazem –

brincadeiras, dramatizações, generalização para

os ambientes reais, tratamentos em grupo

• Uso de atividades terapêuticas

(Friedberg & McClure, 2004)

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Atividades Terapêuticas

• Brinquedos e atividades como substituição da fala

• Aderência ao tratamento

• Promove auto-eficácia x motivação para o tratamentotratamento

• Promove oportunidades para as crianças desenvolverem estratégias em ambiente “controlado”

(Friedberg, Friedberg & Friedberg, 2001)

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Atividades terapêuticas: biblioterapia, estórias, desenhos, filmes e metáforas

• Dramatização ou uso de bonecos

• Estratégia para lidar com resistência

• Atribuir nomes diferentes e deixar com que a criança crie as características do personagem

• Modelo de enfrentamento cognitivo e comportamental

(Friedberg, Friedberg & Friedberg, 2001; Friedberg & McClure, 2004)

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• Escutar uma estória sobre outra criança que tem o mesmo problema – acolhimento empático

Atividades terapêuticas: biblioterapia, estórias, desenhos, filmes e metáforas

o mesmo problema – acolhimento empático

• Psicoeducação

• Estórias revelam aspectos mais gerais x direcionamento para o problema específico da criança através do personagem (pensamentos, sentimentos, etc)

• Desafio: generalização do comportamento

(Friedberg, Friedberg & Friedberg, 2001; Friedberg & McClure, 2004)

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Participação da família

• Psicoeducação, orientação comportamental, padrões distorcidos de pensamentopadrões distorcidos de pensamento

• Ciclos de reforços

• Atenção Positiva x Punição

• Habilidades Sociais – Comunicação

• Práticas Parentais – Monitoria Positiva

(Friedberg & McClure, 2004)

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Participação da escola

� Orientação à escola sobre o problema e/ou transtorno

� Responsabilidade da escola x responsabilidade família� Responsabilidade da escola x responsabilidade família

� Técnicas para lidar com o problema x funcionamento da criança

� Contato com pessoas próximas à criança

� Intervenção com as outras crianças da escola –campanhas anti-bullying

(Friedberg & McClure, 2004)

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Relação Terapêutica

Com as crianças� Confiança da criança – empatia, sigilo e acordos � Explicar a criança o que é psicoterapia -sentimentos

� Momento oportuno para criança expressar o que senteque sente

Com os pais� Psicoeducação – informações confiáveis � Manter os pais informados – o que se tem feito, reavaliações, gráficos, etc...

� Expectativas realistas

(Friedberg & McClure, 2004)

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[email protected]@infanciaeadolescencia.com.br

www.infanciaeadolescencia.com.br

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Referências

Angold, A., Costello, E. J., & Erkanli, A. (1999). Comorbidity. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 40(1), 57-87.

Barkley, R. A (2002). Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade.Porto Alegre: Artmed

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Barrett, P., Dadds, M. R. & Rapee, R. M. (1996). Family treatment of childhood anxiety: A controlled trial. Journal of Consulting Clinical Psychology, 64, 333-342.

Caballo, V. & Simon (2005). Manual de Psicologia Clínica Infantil e do Adolescente: Transtornos Específicos. São Paulo: Santos

Caballo, V. & Simon (2005). Manual de Psicologia Clínica Infantil e do Adolescente: Transtornos Gerais. São Paulo: Santos

Page 24: Peculiaridades da terapia cognitivo-comportamental com crianças e adolescentes

Durlak, J. A. & Wells, A. M. (1998). Evaluation of indicated preventive intervention (secondary prevention) mental health programs for children and adolescents. American Journal of Community Psychology, 26(5), 775-802.

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Flannery-Schoeder, E., Choudhury, M, S., & Kendall, P.C. (2005). Group and individual cognitive-behavioral treatments for youth with anxiety individual cognitive-behavioral treatments for youth with anxiety disorders: 1-year follow-up. Cognitive Therapy and Research, 29(2) 253-259.

Friedberg, R.; Friedberg, B. & Friedberg, R. (2001). Therapeutic Exercises for children. Florida: Professional Resource Press.

Friedberg, R. & McLure, J. (2004). A Prática clínica de Terapia Cognitiva com crianças e adolescentes.Porto Alegre: Artmed.

Gauy. F. V. & Guimarães, S. S. (2006). Triagem em saúde mental infantil. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 22, 05-16.

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Stallard, P. (2004). Bons pensamentos - Bons sentimentos. Porto Alegre: Artmed.

Weisz, J. R., Weisss, B,, Han, S. S., Granger, D. A., & Morton, T. (1995). Effects of Psychotherapy with children and adolescents revisited: A meta-analysis of treatment Psychotherapy with children and adolescents revisited: A meta-analysis of treatment outcome studies. Psychological Bulletin, 117(3), 450-468.