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1. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
ANALISAR textos produzidos pelos alunos da EJA. em sala de aula a partir
de temas sugeridos a partir de textos
3.2 Objetivos Específicos
COMPARAR a escrita dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio com a
escrita dos alunos do terceiro ano do Ensino Médio, e observar quais
problemas continuam a acontecer.
DETECTAR problemas que dificultam uma produção Eliseu Martins de Souza
1. TEMA
Análise de texto na EJA: aspectos predominantes que prejudicam o texto.
2. PROBLEMA
Porque os alunos do terceiro ano da EJA apresentam problemas em seus
textos, problemas estes identificados no do primeiro ano.
2. HIPOTESE
As praticas de produção e reescrita de texto são poucas e quando
ocorrem não vem de forma que informe ao aluno, o ponto de deficiência.
2. JUSTIFICATIVA
A escolha do tema é proposital, durante os anos que trabalhei com a
EJA no PIBID, pude notar a grande dificuldade que os alunos apresentavam na
produção de textos orais e escritos, isso com certeza merece uma atenção
especial.
Proponho me então a analisar os textos produzidos por estes alunos da
EJA do ensino médio, no afã de conseguir detectar problemas que por ventura
estejam dificultando o desenvolvimento desta competência na produção do
texto escrito.
de texto de qualidade mais aguçada na EJA. sobretudo no Ensino Médio
VERIFICAR através das analises, os pontos mais frágeis da produção de
texto escrito;
PROPOR alternativas para a produção de textos.
5. METODOLOGIA
Este projeto baseia-se em uma estratégia quantitativa de pesquisa, de
caráter exploratório, por meio dos textos produzidos na escola campo, pois
será uma investigação empírica realizada no local onde ocorre o foco da
pesquisa: Análise de Textos na EJA.
Para atingir os objetivos elencados estaremos utilizando a análise direta
em sala de aula, e produções feitas fora do espaço escolar.
REFERÊNCIAL TEÓRICO
Falar sobre a língua é uma tarefa majestosa, porque a língua é o caminho que
trilhamos para a comunicação, ela nos permite interagir com nossos pares,
possibilitando-nos mutua compreensão, neste sentido disse Bakhtin, “a palavra
é o território comum do locutor e do interlocutor” (BAKHTIN, 1979, p.99). A
partir desse raciocínio é possível aquilatarmos o valor social da língua e
também sua importância individual neste processo sociocomunicativo, uma vez
que somos seres psicobiosociais. No percurso da história humana a língua
evoluiu, modificou se, e em alguns momentos foi reinventada mas sempre
cumpriu com seu papel na comunicação. Para Bakhtin “A língua vive e evolui
historicamente na comunicação verbal concreta e não no sistema linguístico
abstrato das formas da língua” (BAKHTIN, 2006, p.128). Ela é algo prático e
de domínio do falante, a sua evolução acompanha a do falante e sua
modificação ocorre devido a necessidade deste mesmo falante acompanhar e
permanecer neste processo comunicativo.
Faz parte deste processo comunicativo tanto a língua falada como
escrita, a primeira usamos no nosso dia a dia, com familiares, amigos, no
trabalho, onde quer que estejamos, a segunda faz parte de nossas vidas de um
modo mais particular. De um modo geral ela nos acompanha em um processo
mais formal (numa maneira mais ampla de dizer) e constitui de fundamental
importância para a ascensão social, produzir textos (escritos) que se apresente
de forma clara, coesa, coerente e objetiva é de grande valia para o individuo
na sociedade em que vivemos. É preciso que esta competência seja trabalhada
de modo que o aluno possa chegar a compreensão da sua importância, do
aluno para a sociedade e da produção de texto escrito, textos estes que
possam transmitir de forma “inequívoca” a mensagem desejada, sobre isso
Fávero e Koch diz:
O discurso é manifestado, linguisticamente, por meio de textos (sentido estrito). Neste sentido, o texto consiste em qualquer passagem, falada ou escrita, que forma um todo significativo, independente de sua extensão. Trata-se, pois, de uma unidade de sentido, de um contínuo comunicativo contextual que se caracteriza por um conjunto de relações responsáveis pela tessitura do texto – os critérios ou padrões de textualidade, dentre os quais merecem destaque especial a coesão e a coerência. (Fávero e Koch (1998: 25).
São os critérios ou padrões de textualidade ditos pelo autor que precisamos auxiliar o aluno para que desenvolva na sua escrita, é algo de primeira necessidade na escola publica sobretudo na modalidade de ensino da EJA.
A produção de textos na visão de Geraldi (1993, p. 135) funciona “como
o ponto de partida de todo o processo de ensino/aprendizagem da língua [pois]
é no texto que a língua se revela em sua totalidade” sob esta ótica precisamos
trabalhar este aspecto tão importante na vida do aluno. A produção textual de
qualidade valoriza o aluno no âmbito social, mas a escrita não tem sido algo
trabalhado de maneira a suprir a necessidades dos alunos ao ponto de
qualificar sua escrita, mormente na EJA problemas com a produção textual é
algo presente nesta modalidade de ensino. Este problema de produção de
texto escrito se apresenta pelos menos de duas formas em relação a
problemas na composição do próprio texto e também na dificuldade de colocar
no papel as suas ideias.
O exercício da leitura que é de grande valia para que esta realidade
possa mudar, mas não é algo tido como de primeira importância tanto pelos
educadores da educação informal como pelos da educação formal. Este é um
processo que precisa ser avaliado e discutido por todos os envolvidos, se é que
de fato queremos alunos mais críticos e construtores do próprio conhecimento,
o hábito da leitura precisa existir. Esse hábito pode ser um divisor de águas na
vida do aluno pois quanto mais se lê mais se abre o campo das ideias, quanto
mais se lê, mais fácil fica a compreensão de determinados assuntos e conceito
é preciso incutir na cabeça dos alunos esta necessidade que temos de nos
apropriarmos do conhecimento através da leitura.
Cabe aos pais e professores das primeiras séries desenvolver, incentivar
e preparar o aluno para este mundo da leitura, de modo que ele em algum
momento perceba esta necessidade, sobre o assunto Suassuna diz:
Se o aluno lê sem prazer, sem exercício da crítica, sem imaginação; se ele lê e não faz disso uma descoberta ou um ato de conhecimento; se ele só reproduz nos exercícios, a palavra dita do outro, não há nisso nada que lhe possibilite uma intervenção sobre aquilo que historicamente está posto. (SUASSUNA, 2004, p.52). (Grifo meu)
O gosto pela leitura é algo que o aluno precisa para desenvolver o
conhecimento necessário para a produção de textos mais complexos e formais,
e cabe aos professores auxiliar os seus alunos nesta caminha pela leitura. O
que temos observado nos textos produzidos pelos alunos sobretudo da EJA é
que são textos que carecem de um cuidado na ortografia das palavras, na
coerência das ideias e na coesão da sua estrutura, apresentando com isso um
texto fora dos padrões exigidos pela sociedade hodierna.
A produção de texto é um trabalho que precisa “trabalhado”, ou seja, não
é algo que se constrói sozinho, o aluno precisa ser guiado pelo caminho, pelo
professor, quando digo pelo caminho e não “ao caminho) falo de um
acompanhamento de perto feito pelo professor a este aluno que se propõe
auxiliar. Este trabalho de acompanhamento visa preparar o aluno para
produções mais elaboradas, não importa qual seja o texto existem alguns
princípios que são básicos para sua elaboração, Geraldi afirma que:
Por mais ingênuo que possa parecer, para produzir um texto
(em qualquer modalidade) é preciso que: a) se tenha o que
dizer; b) se tenha uma razão para dizer o que se tem a dizer; c)
se tenha para quem dizer o que se tem a dizer; d) o locutor se
constitua como tal, enquanto sujeito que diz o que diz para
quem diz […]; e) se escolham as estratégias para realizar (a),
(b), (c) e (d). (GERALDI, 1997, p. 137)
Todas essas etapas precisam ser pensadas antes que se inicie o texto.
Quando falamos de melhorar a qualidade da escrita três coisas surgem à
nossa mente imediatamente, leitura, escrita e reescrita, sem estas atividades,
ler, escrever, ler de novo e reescrever, não alcançaremos uma escrita de
qualidade. Sobre a primeira Garcez pontua:
É pela leitura que assimilamos as estruturas próprias da língua escrita. Para nos comunicarmos oralmente apoiamo-nos no contexto, temos a colaboração do ouvinte. Já a comunicação escrita tem suas especificidades, suas exigências. [...] Tratamos de forma diferente a sintaxe, o vocabulário e a própria organização do discurso. È pela convivência com textos escritos de diversos gêneros que vamos incorporando às nossas habilidades um efetivo conhecimento da escrita. (GARCEZ, 2001:6 – 7).
Sobre a segunda o autor diz:
O produtor de texto tem oportunidade de conhecer as possibilidades interpretativas inerentes à sua produção, de colocar-se sob a perspectiva de leitura do outro e de analisar suas próprias escolhas num processo dialógico que concretiza, temporariamente, a dialogia implícita no texto escrito. (GARCEZ. 1998: 124).
[...] o insucesso da escrita escolar é responsabilidade mais de outros fatores do que do componente linguístico. Na verdade, esse insucesso tem raízes em espaços e momentos anteriores àqueles da elaboração de um trabalho escrito. Tem raízes na ausência de uma condição básica, insubstituível, necessária, que é ter o que dizer. (ANTUNES. 2009: 167)
Referências ANTUNES, Irandé. Da intertextualidade à ampliação da competência na escrita de textos. In: _____. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. p. 161-168.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Cultrix, 1997.
GARCEZ, L. H. do C. Técnicas de redação: o que é preciso para saber escrever bem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. _____. A escrita e o outro: os modos de participação na construção do texto. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998.
SUASSUNA, L. Ensino de língua portuguesa: uma abordagem pragmática. Campinas, SP: Papirus, 1995.
GERALDI, J.W. Portos de passagem. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 2006.
FAZER TEXTO SOBRE A ESCRITA NA EJA E UM TEXTO SOBRE A
HISTÓRIA DA EJA.