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1 SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA NO PORTO Caracterização deste problema e soluções para a sua melhoria Alexandre Portugal de Moura Teixeira Ana Rita Pimentel Lobo Daniel de Castro Pinho Francisco Eduardo Almeida da Silva Francisco Pires Cordoeiro João André Falcão de Sousa Outubro 2010

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SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA NO

PORTO

Caracterização deste problema e soluções para a sua melhoria

Alexandre Portugal de Moura Teixeira

Ana Rita Pimentel Lobo

Daniel de Castro Pinho

Francisco Eduardo Almeida da Silva

Francisco Pires Cordoeiro

João André Falcão de Sousa

Outubro 2010

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Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer ao nosso monitor, Jorge Soares, por nos ter esclarecido e

orientado ao longo de toda esta unidade curricular e se ter mostrado sempre

disponível a ajudar-nos a encontrar as melhores e mais eficazes maneiras de realizar o

nosso trabalho.

Também, à nossa supervisora Sara Ferreira, por nos ter ajudado nesta recta final e

mais trabalhosa do projecto e por nos ter dado a oportunidade de ter acesso a

informações da sua tese de mestrado que nos poderiam ser úteis.

Por fim, à GNR da Rua do Carmo por se ter mostrado disponível a dar-nos informações

cruciais do seu próprio trabalho ao longo deste mês e meio e nos ter recebido com

simpatia.

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Resumo Após uma intensa pesquisa sobre a temática rodoviária, desenvolvemos este relatório

enumerando causas, medidas de segurança, épocas e locais, assim como

interpretamos vários quadros estatísticos, partindo das suas informações,

contribuindo para a nossa análise crítica.

É em busca de todos os factores que condicionam a sinistralidade que este projecto

tomou sentido.

O álcool, as drogas, a inexperiência e a falta de civismo por parte de muitos

condutores, são exemplos de agentes que justificam o perigo iminente nas vias

públicas. Por detrás desta face está um complexo sistema composto tanto por leis

como por medidas de segurança presentes nos próprios veículos que tentam a todo o

custo combater e atenuar as atitudes dos cidadãos, de modo a contrariar o elevado

número de acidentes.

No entanto, para além do factor humano, surgem várias condicionantes como a

visibilidade, condições do piso e climatéricas, que por mais experiente e consciente

que seja o condutor o coloca em perigo constante.

Quanto ao pós-acidente, iremos destacar também o árduo trabalho das equipas de

emergência na resposta às inúmeras ocorrências.

Também é do nosso e vosso interesse a visualização de exemplos concretos,

provenientes de fontes credíveis e para isso é que em seguida está elaborada uma

análise às estatísticas da ASNR (Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária), bem

como, uma apresentação de várias situações descritas em primeira pessoa.

Esperamos com este trabalho, consciencializar e alertar o público para este problema

de longa data.

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Índice

1. Introdução

2. Caracterização da Sinistralidade 2.1 Causas

2.2 Medidas de Segurança

2.3 Épocas e Locais

2.4 Acção em Caso de Acidente

3. Estatísticas e influência das campanhas rodoviárias 3.1 Evolução dos acidentes envolvendo vítimas e vítimas mortais

3.2 Campanhas de Prevenção Rodoviária e seus efeitos

4. Apêndice 4.1 Excertos de crónicas

5.Conclusão

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1. Introdução

O nosso distrito pode ser caracterizado como uma metrópole urbana de média

dimensão. Assim sendo, a sinistralidade rodoviária no Porto caracteriza-se como sendo

urbanística.

Os acidentes rodoviários constituem uma realidade embaraçosa com a qual estamos

obrigados a ter em atenção. É de referir que tudo tem uma justificação, inclusive, cada

um dos sinistros nas vias públicas. Existe sempre uma causa que dá origem ao perigo e

é com base nestas causas e como combatê-las que o nosso trabalho de irá

desenvolver.

Esperamos consciencializar o público em geral, de modo a repensarem as suas atitudes

enquanto utentes de uma via, através de uma divulgação do complexo plano

rodoviário executado quer pelos fabricantes quer pelas próprias leis que tem como

objectivo assegurar o bem-estar dos cidadãos.

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2. Caracterização da Sinistralidade

2.1 Causas

A sinistralidade rodoviária é, de facto, um motivo de preocupação que deve ser tido

em conta nos dias de hoje. No entanto, nem tudo é negativo, uma vez que o número

de acidentes com vítimas mortais tem vindo a diminuir consideravelmente. Assim,

acompanhando este acontecimento, o índice de gravidade tem, também ele diminuído

bastante nos últimos 10 anos.

Na cidade do Porto, a sinistralidade rodoviária deve-se principalmente ao elevado

tráfego rodoviário que se faz sentir dentro de uma grande comunidade urbana como é

a nossa cidade.

Tal como o resto do país, o índice de gravidade também tem diminuído em relação ao

passado. No entanto, o acréscimo do número de veículos que circulam nas nossas

estradas, levam, por sua vez, a um aumento do número de acidentes. Porém, grande

parte destes ocorre a velocidades baixas, não causando danos excessivos.

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Devido a inúmeras causas, hoje em dia, a sinistralidade rodoviária tem vindo a

aumentar em grande escala. Nem os condutores mais velhos, os que possuem a carta

de condução há mais tempo têm sempre o cuidado que deveriam ter ao conduzir. Com

estes descuidos não se colocam apenas a eles próprios em perigo, mas também a

outros condutores e peões.

Ao conduzir a responsabilidade é colocada toda no condutor, pois é ele que

tem de ter o cuidado e a segurança ao conduzir. Algumas das causas que provocam

acidentes são:

Drogas e álcool;

Desrespeito pela sinalização;

Mau estacionamento;

Excesso de velocidade;

Sono e fadiga;

Ultrapassagens perigosas;

Utilização inadequada do telemóvel.

Estas são muitas das causas que dão início aos acidentes. Destas todas

destacam-se três, as drogas e o álcool, o sono e a fadiga e a utilização inadequada do

telemóvel.

As drogas e o álcool estão muito presentes na sociedade actualmente, o que

leva a que muitos jovens, principalmente, a tal consumo, e de seguida, juntamente

com uma grande irresponsabilidade, vão conduzir o seu veículo, originando assim um

grande perigo para todos. O sono e a fadiga influenciam bastante, pois retiram a

atenção que o condutor devia ter,o que leva a um acréscimo do risco de acidente.

Por fim, o uso do telemóvel. Existirá alguém hoje em dia que não possua um

telemóvel? Alguém que ao conduzir não ceda à tentação de agarrar no telemóvel? O

uso inapropriado deste equipamento é considerado uma contra-ordenação grave que

pode dar uma suspensão de carta de condução entre um mês e um ano. Algo tão

insignificante como o uso do telemóvel em condução, faz diminuir a atenção sobre o

que fazemos e onde o fazemos, colocando todos os utentes de uma via e perigo

eminente.

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Condutor, via e veículo

A segurança na estrada é dada através do condutor, da via e do veículo.

O triângulo de segurança representado em cima apresente três tópicos

principais para que haja uma certa segurança rodoviária e todos eles estão

interligados. Se tivermos um condutor experiente a conduzir um veículo com

problemas e numa via bastante degradada o perigo é eminente. Tudo o que nos rodeia

influencia a condução. Poderemos culpar o veículo ou a via num acidente? Não.

O papel do condutor é crucial. Está intrínseco ao condutor ser uma pessoa

responsável pelos seus actos. Deve tomar precauções de maneira a prevenir todos ou

muitos dos perigos em que se coloca constantemente. Conduzir não é apenas entrar

no veículo e andar, é também uma grande responsabilidade conjunta com uma grande

concentração, mais uma vez, por parte do condutor, pois apenas um erro pode levar a

consequências dramáticas.

Uma desconcentração como o simples acto de

pegar no telemóvel pode ter consequências

dramáticas.

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2.2 Medidas de Segurança

Várias medidas têm sido elaborados com o objectivo primordial de proteger os utentes

de um via pública minimizando quaisquer que sejam os danos. Uma vez que no nosso

trabalho, temos como objectivo focar essencialmente o veículo, especificaremos vários

componentes imprescindíveis para que a segurança se confirme.

Equipamentos de segurança dos veículos:

De facto, o combate contra os elementos que possam perturbar o comportamento dos

veículos, tem criado formas revolucionárias de protecção do condutor e dos

passageiros. Vários sistemas de segurança activa como o ABS, o ESP ou o

melhoramento da suspensão dos automóveis e sistemas de segurança passiva como

airbags, cintos de segurança ou mesmo os encostos de cabeça, foram criados de modo

a diminuirem as probabilidades de ter um acidente, bem como minimizando os danos

corporais.

2.2.1 Elementos de segurança activa: são todos os equipamentos que estão num

veículo e que permitem evitar um acidente.

Existem inúmeros elementos de segurança activa que qualquer automóvel nos dias de

hoje possui. Destacamos de seguida os mais importantes desses elementos.

Ex:

2.2.1.1 O sistema de travagem: O seu papel é

fundamental para a segurança do motorista.

Todos os actuais sistemas de travagem ter

circuitos independentes que permitem parar com

segurança, no caso de uma falha. Entre os

melhores são os anti-bloqueio (ABS), que reduz a distância de frenagem,

mantendo a capacidade de mudar de direcção para evitar obstáculos e não

travar as rodas. (*1)

2.2.1.2 O sistema de suspensão: O carro é

estável e absorve as irregularidades

da estrada. Estabilizador de barras

que liga as duas rodas de cada eixo e

utilizado para controlar a inclinação

do carro nas curvas, evitando assim

uma rota de saída. (*1)

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2.2.1.3 Pneus e aderência ao solo: O composto do pneu e

design deve garantir a tração adequada em qualquer

clima e condição. Deve estar em melhores condições

para a máxima aderência com o solo. (*1)

2.2.1.4 Os sistemas de controlo de estabilidade: Também conhecido como "anti-

roll" são muito úteis no caso de o condutor perder o controle do carro.

Utilizando sensores de velocidade

que o sentido de cada pneu, a

posição do volante e posição do

pedal do acelerador, um

processador eletrônico determina

as acções a tomar: parar uma ou

mais rodas ou pneus em manter o

controle de tração adequada.

Talvez este importante elemento de segurança activa seja mais conhecido

por ESP.

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Ainda no que concerne à segurança activa:

Outras curiosidades: Após

vários estudos de prevenção

rodoviária, a marca Sueca de

automóveis Volvo, lançou um

sistema inovador(City Safety)

que ajuda a evitar acidentes a

velocidades inferiores a

30km/h.Este engenhoso

sistema resultou após conclusão desses estudos que afirmaram que 75% dos acidentes

rodoviários ocorrem a baixas velocidades resultantes, essencialmente da distracção e

do cansaço do condutor. A tecnologia City Safety para evitar colisões é uma

funcionalidade de série inovadora da Volvo para uma condução urbana mais segura. A

velocidades até 30 km/h, esta tecnologia baseada em laser pode detectar se um

veículo 6 a 8 metros à frente está parado ou a deslocar-se mais lentamente. Se o City

Safety previr uma colisão iminente, os travões são pré-accionados para agir mais

rapidamente à sua resposta. Caso não trave, o City Safety aplica automaticamente os

travões e desactiva o acelerador para o ajudar a evitar ou atenuar uma colisão. O City

Safety é activado quando o veículo é ligado, mas pode ser desactivado se, por

exemplo, estiver a conduzir com muita neve.(Volvo.2010.City Safety.

http://www.volvocars.com/pt/all-cars/volvo-

xc60/details/pages/features.aspx.acessed. october 10,2010)

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2.2.2 Elementos de segurança passiva: são todos os equipamentos que estão

num veículo que têm como função atenuar as

consequências do acidente, uma vez que este se tenha

produzido.

2.2.2.1 Cintos de segurança: Indispensável para qualquer

viajante, básicas de segurança em caso de impacto, tem um

dispositivo que bloqueia o mecanismo em caso de sofrer

uma forte desaceleração. Eles impedem a pessoa de sair de

despedida.(*1)

2.2.2.2 Os airbags: Estes são os sacos que por um sistema

de pirotecnia, inflando em frações de segundo, quando o

carro bate em um objeto sólido a uma velocidade considerável. Seu objetivo é

evitar que os ocupantes diretamente atingidos qualquer parte do veículo.

Atualmente, existem bolsas frontais, airbags laterais de cortina (por cabeça) e até

mesmo sobre os joelhos. (*1)

A estrutura dos carros, que serve como um escudo para o transportador:

2.2.2.3 Chassis e Corpo: Em ambas existem zonas que absorvem energia em caso de

um impacto. Se uma colisão frontal, para acomodar o motor não é introduzido no

habitáculo. (*1)

2.2.2.4 Cristais: O composto do pára-brisa está pronto para que, em caso de acidente,

não crie estalhacos que poderiam prejudicar os passageiros do veículo. As janelas

laterais são mais fracos e pode quebrar. É mais confortável para fora quando derrubou

as portas estão trancadas. (*1)

2.2.2.5 Encosto de cabeça: Eles são os elementos-chave para proteger o indivíduo do

whiplash, desde que compatíveis com a altura da pessoa a ser assentada.

(*1) ) (taringa.2010.segurança activa e passiva dos veículos.

http://br.taringa.net/posts/info/16511/Seguran%C3%A7a-activa-e-passiva-dos-

ve%C3%ADculos.html .acessed october 13, 2010)

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2.3 Épocas e Locais

Anualmente, são realizados estudos com informação detalhada acerca da

Sinistralidade Rodoviária, os quais permitem ser do conhecimento público que o

distrito do Porto se encontra entre as zonas mais afectadas do país, e como

consequência, possuindo uma das taxas mais elevadas de mortes na estrada.

No sentido de investigar o problema e agir de acordo com as soluções mais eficazes,

algumas das acções da sociedade são:

A localização exacta dos acidentes

A época do ano em que ocorrem

Faixa etária e género das pessoas envolvidas

Contagem de óbitos, feridos graves e ligeiros

Apuramento das estatísticas

Registo de dados eficaz.

Em pesquisa, conclui-se que o Porto se encontra mais sujeito a acidentes do que os

concelhos na sua periferia, dado ser um maior pólo de atracção, com maior população

e uma intensidade de tráfego bastante maior. Possui ainda, zonas mais propícias a

acidentes, como: Avenida da Boavista, Av. Fernão Magalhães, Nó do Carvalhido,

Rotunda AEP, Amial…

Ainda, sabe-se que os acidentes que ocorrem em maior frequência são

atropelamentos e colisões traseiras, sendo os despistes os de menor. A ideia de que se

verificam mais acidentes nas auto-estradas é mal fundamentada, pois 66% dos

acidentes ocorrem em ruas, no interior da cidade.

Em Setembro de 2010, durante a “Semana da Mobilidade”, foi apresentado à Câmara

do Porto um estudo relacionado com a sinistralidade rodoviária e sua prevenção,

desenvolvido pela Direcção Municipal da Via Pública em parceria com o Instituto da

Construção da FEUP. Foi também realizada uma campanha que procurou alertar

condutores e peões aos perigos da via pública e sinistralidade em peões; “Atenção,

Somos Todos Peões!” Mapa de radares concelho do Porto (zonas mais susceptíveis a contra-ordenações)

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2.4 Acção em Caso de Acidente

Em caso de acidente

rodoviário e após a

chamada para o número

europeu de emergencia

“112”.O pedido de ajuda é

posteriormente transferidos

para os Centros de

Orientação de Doentes

Urgentes (CODU).

O funcionamento destes centros é assegurado ao longo das 24 horas do dia por profissionais qualificados (médicos, enfermeiros e operadores) com formação específica para efectuar:

A Triagem e avaliação dos pedidos de socorro efectuados através do 112;

O Envio dos meios de socorro adequados;

O Acompanhamento das equipas de socorro no terreno;

O Contacto com as unidades de saúde.

Cabe, então, aos CODU atender e avaliar, no mais curto espaço de tempo, os pedidos de socorro recebidos, com o objectivo de determinar os recursos necessários e adequados a cada caso. A partir do momento em que é recebida na CODU a notícia do acidente, até ao momento em que as vítimas são recebidas numa unidade hospitalar, é o INEM que tem a seu cargo a gestão do Socorro pré-hospitalar. Este tem à sua responsabilidade a estabilização e o transporte das vítimas, mesmo que não realizadas directamente por equipas INEM, são-no por profissionais cuja formação foi validada pelo INEM. As vítimas de acidentes rodoviários são normalmente socorridas por uma ambulância de suporte básico de vida (SBV) tripulada por 2 socorristas, em casos de extrema urgência são utilizados helicópteros de emergência médica (VMER) que proporcionam às vítimas o auxílio necessário até a chegada á unidade hospitalar. A assistência às vítimas não está nem deve estar apenas ao cargo do INEM, qualquer cidadão que esteja a par da situação ocorrida tem o dever cívico de intervir sendo até crime punido pelo código penal ignorar a prestação de socorro à vítima.

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3.Estatísticas e influência das campanhas rodoviárias

3.1 Evolução dos acidentes envolvendo vítimas e vítimas mortais

Através da análise do gráfico acima representado, é possível verificar, que de um modo

geral o número de acidentes com vítimas, na cidade do Porto, se tem mantido

praticamente constante entre o ano 2000 e 2009. Por outro lado, o número de

acidentes envolvendo vítimas mortais, tem decrescido no decorrer do mesmo período

de tempo. Poderá querer isto dizer que factores relacionados com a segurança dos

automóveis, com as infra-estruturas, e até mesmo os meios de resposta, têm

melhorado a sua eficiência.

Existem inúmeros factores que se relacionam com a sinistralidade e que podem tão

bem justificar as razões dos mais variados tipos de acidentes. As condições

atmosféricas, o período horário, e consequentemente a própria luminosidade, tornam-

se factores extremamente importantes, os quais devem ser cuidadosamente

analisados pelo condutor, a cada vez que efectua um dado trajecto.

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Acidentes e vítimas segundo as condições de luminosidade

Fazendo uma breve análise da tabela, é possível constatar que as horas de maior

luminosidade apresentam um maior número de acidentes. Daqui podemos concluir

que o período de maior luminosidade, corresponde ao período de maior circulação

urbana, daí o número de sinistros ser tão elevado. Como é evidente, as condições de

luminosidade deterioradas prejudicam uma condução segura, como é o caso da noite.

Para além destes, e não menos importantes, associados a grande parte dos acidentes

rodoviários, tal como já foi mencionado anteriormente, estão o uso recorrente do

telemóvel, a ingestão de bebidas alcoólicas e o tempo de viagem. Qualquer um destes

factores influencia negativamente a condução, interferindo nomeadamente na

concentração, podendo aumentar o risco de acidente até seis vezes.

3.2 Campanhas de Prevenção Rodoviária e seus efeitos

De salientar também, o papel persistente das autoridades competentes no combate à

sinistralidade. Desde as mais variadas campanhas de prevenção rodoviária, passando

pelo elevado número de operações STOP, não esquecendo o modo como o controlo de

tráfego se tem tornado cada vez mais rigoroso, tudo isto tem contribuído para que o

distrito do Porto evolua positivamente, e possa assim, acompanhar o panorama

rodoviário nacional, ou seja, seguindo a tendência de reduzir o número de acidentes,

bem como o número de vítimas

mortais.

Nos dias de hoje, com a facilidade de

comunicação quer pelos meios

existentes, quer pela persistência e

importância associada à

sinistralidade, qualquer cidadão e em

concreto qualquer condutor,

dispõem de um vasto conjunto de

informações que de forma positiva

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podem contribuir para um aprofundar de conhecimentos relativos a esta temática tão

abrangente. Sendo assim, deve-se destacar o papel dos media, dos inúmeros painéis

que contém imagens por vezes chocantes e que de certo modo relembram a qualquer

condutor que os acidentes não escolhem local nem hora, pois como se tem referido ao

longo deste trabalho, não é desta forma que a sinistralidade deverá ser encarada. No

entanto, de tudo se tem feito para que a tão conhecida frase “ Os acidentes só

acontecem aos outros”, possa cair em desuso.

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4. Apêndice

4.1 Excertos de crónicas “A sinistralidade rodoviária constitui um dos grandes problemas do mundo actual, atingindo em Portugal níveis dramáticos. No nosso país os esforços para reduzir a sinistralidade têm-se centrado essencialmente na fiscalização e na legislação. Mas estas medidas são insuficientes principalmente quando aplicadas isoladamente no meio urbano, pois este apresenta características específicas. (…) No meio urbano, caracterizado por uma rede viária heterogénea e com elevados volumes de tráfego, é necessário garantir a mobilidade e as acessibilidades, em sintonia com os perfis das vias existentes, geralmente com elevados pontos de conflitos e sem esquecer a existência de um conjunto diverso de utilizadores.” http://porto.bloco.org/index.php?option=com_content&task=view&id=864&Itemid=50 (conferência de imprensa do bloco de esquerda em Penafiel) “A segurança rodoviária é responsabilidade, indeclinável, das autarquias. Mas, as Câmaras Municipais estão completamente insensíveis ao número brutal de mortos e feridos, aos sofrimentos das vítimas e seus familiares. Não é conhecido qualquer plano ou esforço dos órgãos autárquicos para corrigir traçados perigosos (pontos negros), para melhorar a sinalética, instalar pisos anti-derrapantes, ou aplicar medidas de acalmia de tráfego. Para alguns, a solução passa por um adequado desenho urbano: dar mais atenção aos peões, elevação dos pisos das passadeiras e dos cruzamentos.” http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=2744 (bispo auxiliar de braga)

“Falar da sinistralidade rodoviária é oportuno, é uma questão cultural e só sofrerá alterações quando existir uma educação para a cidadania e pelo respeito do outro”

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5. Conclusão

No decorrer deste trabalho de pesquisa, deparámo-nos com novos conceitos, novas abordagens relativas à sinistralidade, permitindo-nos ter um olhar crítico perante a temática. Pudemos então concluir, que existem inúmeros factores que caracterizam a Cidade Invicta, em concreto a sinistralidade rodoviária que ocorre na mesma, pois por se tratar de uma das maiores cidades do país, o elevado tráfego urbano condiciona o dia-a-dia e por conseguinte a mobilidade de cada cidadão. O número de acidentes é preocupante e mais ainda o número de vítimas mortais que têm feito parte das estatísticas. Porém, pudemos concluir que o número de vítimas mortais tem diminuído, os esforços tomados pelas autoridades competentes têm aumentado significativamente, o que, em conjunto com o civismo dos condutores, têm feito diminuir o número de acidentes. De destacar também, a evolução significativa que tem ocorrido nas mais variadas empresas construtoras de automóveis, que em muito têm contribuído para a evolução dos sistemas de segurança, permitindo que o condutor para além do desejado conforto que à partida pretenderá encontrar num veículo, possa também sentir mais segurança perante as inúmeras ocorrências que possam surgir aquando de um determinado trajecto. Não convém esquecer que ao abordar o tema da sinistralidade rodoviária, para além do triângulo de segurança, isto é, para além da inter-relação existente entre o condutor, a via e o veículo, a análise aos acidentes envolvendo vítimas e vítimas mortais, encontra-se na grande maioria dos casos, dependente da assistência que é dada no local. Deste modo, é necessário realçar o papel imprescindível de serviços como o INEM, CODU, que geralmente, de forma rápida e eficiente encaminham equipas de profissionais para os mais variados locais. Após a elaboração deste trabalho, é possível concluir que ainda há muito por fazer de modo a combater a sinistralidade rodoviária, no entanto, se cada condutor tomar a atitude mais correcta e respeitar os demais cidadãos, bem que esta acção se poderá tornar mais simples.