Post on 09-Mar-2016
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jornalDirectora HÁLIA COSTA SANTOS - Editora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5494 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
abrantesde
ABRIL2012 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt
Sardoal atraimilhares dedevotos
Foto
de
Paul
o So
usa
GRATUITO
Associação de Geminaçãocom novo presidenteJosé Fernandes, deixa o cargo após quatro mandatos. Mantém-se na equipa de trabalho mas passa o testemunho a José Alves Jana. página 3
ENTREVISTA
Festa do Rioestá de regressoApesar dos cortes previstos para o certame a Festa mantém-se com a tradição dos rios bem presente. Espectáculos musicais, gas-tronomia, cultura e desporto é o que se es-pera para três dias de festejo. páginas 8 e 9
CONSTÂNCIA
O desempregona primeira pessoaSão casos de pessoas que vivem uma situação difícil, de desemprego. Jovens e menos jovens que apresentam re-alidades diferentes, mas desesperos iguais. páginas 4 e 5
SOCIEDADE
Em tempos de crise a população de Sardoal e os turistas recorrem à fé. Este ano o programa religioso da Semana Santa é diversificado e conta com a participação das associações e entidades do concelho. Momentos teatrais, exposições e venda de amêndoas são algumas das atracções previstas!
Semana Santa
PUB.
jornaldeabrantes
ABRIL20122 ABERTURA
FICHA TÉCNICA
DirectoraHália Costa Santos
(TE-865)
EditoraJoana Margarida Carvalho
(CP.9319)joana.carvalho@lenacomunicacao.pt
Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio,
Apartado 652204-909 Abrantes
Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179
E-mail: info@lenacomunicacao.pt
RedacçãoRicardo Alves
(TP.1499)ricardo.alves@antenalivre.pt
Mafalda VitóriaAlves Jana
André LopesPaulo Delgado
PublicidadeMiguel Ângelo
962 108 785 miguel.angelo@lenacomunicacao.pt
SecretariadoIsabel Colaço
Design gráfico António Vieira
ImpressãoImprejornal, S.A.
Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa
Editora e proprietáriaMedia On
Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio, Apartado 65
2204-909 Abrantes
GERÊNCIAFrancisco Santos,
Ângela Gil
Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Gabriela Alves
info@lenacomunicacao.pt
Sistemas InformaçãoHugo Monteiro
dsi@enacomunicacao.pt
Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04
Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094
Sócios com mais de 10% de capital
Sojormedia
jornal abrantesde
O que pensa da actividade cultural na região?
Dora Maria Fadista, Abrantes
Sempre fui defensora da rotina
de cultura. Estabelecer um dia se-
manal e hora para que qualquer
tipo de evento aconteça, propor-
ciona um maior dinamismo cul-
tural numa região. Fideliza o pú-
blico e movimenta os artistas.
Ainda espero que tal aconteça
na minha cidade , fazendo saber
que na qualidade de fadista po-
dem sempre contar comigo.
Um novoalento
FOTO DO MÊS EDITORIAL
INQUÉRITO
Como alguém dizia, há uns dias, num
programa de televisão, “o que nos vale
ainda é termos duas pernas e dois
braços”. Embora tenhamos que salva-
guardar as devidas excepções, o que
se pretende é passar uma mensagem
positiva: enquanto tivermos capaci-
dade para trabalhar, não está tudo
perdido. E esta é uma ideia forte, que
devemos acentuar, porque o país e
cada uma das regiões precisam, mais
do que nunca, de gente com vonta-
de de trabalhar. Também será precisa
muita capacidade de resistência, alia-
da a um forte sentido de criatividade.
O tempo de criticar e de chorar deve
dar lugar a um tempo de pôr mãos à
obra. E a verdade é que as coisas se
continuam a fazer: há espaços novos,
há projectos inovadores. Claro que
ainda estamos a viver dos últimos di-
nheiros comunitários, mas são marcos
que fi cam e que devem servir para
um novo alento, qualquer que seja:
pedagógico, cultural ou simplesmen-
te porque proporcionam pequenos
prazeres, como passear à beira Tejo.
Nem tudo é perfeito, não. Temos que
nos preparar para tempos piores,
temos. Mas vamos aproveitando os
pequenos/grandes prazeres da vida,
mesmo quando ela é extremamente
difícil. Nesta edição damos conta
de alguns exemplos de quem está
no desemprego, porque esta é uma
realidade dura que não queremos
ignorar. Mas sabemos que às vezes é
preciso bater fundo para voltar a subir.
HÁLIA COSTA SANTOS
Mário BentoChefe de turno, Abrantes
Acho que já teve dias melho-
res, em particular na cidade de
Abrantes não se têm evoluído mui-
to nesse sentido. De qualquer for-
ma não posso avaliar negativamen-
te pois, pese embora o facto de fa-
lhar muito a divulgação de eventos
culturais eles tem existido, alguns
mesmo de grande envergadura. O
meu conselho a todos: não deixem
morrer as colectividades do conce-
lho.
Francisco Catarino Segurança, Abrantes
Para ser sincero não tenho anda-
do a acompanhar nada da vida cul-
tural de Abrantes ou da região nos
últimos tempos. Não tenho a mí-
nima noção do que tem sido feito
nessa área, apesar de achar que, no
caso da Câmara de Abrantes, as coi-
sas até são bem divulgadas. Não é
que não goste ou não tenha inte-
resse, mas o tempo livre é tão pou-
co o que faz com que mesmo sem
querer deixe isso para último plano.
Há coisas difíceis de explicar... Primeiro, que razão é que leva alguém a queimar ecopontos?Alguma espécie de divertimento?! Depois, por que razão é que os restos dos ecopontos queimados permanecem em espaços públicos? Alguma espécie de esquecimento?! São coisas estranhas que o comum cidadão terá difi culdade em perceber.
UMA POVOAÇÃO Tamandaré, no
Brasil, com uma praia de sonho
UM CAFÉ O acolhedor Chave D’Ouro,
na Praça Barão Batalha (Abrantes)
PRATO PREFERIDO Cappelacci alla
ferrarese (massa recheada de abóbo-
ra no forno) com molho de carne e
muito parmigiano
UM RECANTO PARA DESCOBRIR?
Águas Formosas
UM DISCO The dark side of the
moon, dos Pink Floyd, mítico
UM FILME 2001 Odisseia no Espaço,
de Kubrick
UMA VIAGEM Índia 1980/81 (setes
meses de loucuras)
UMA FIGURA DA HISTÓRIA Jesus,
porque dali em diante tudo mudaria,
se os homens o quisessem…
UM MOMENTO MARCANTE 1983,
quando decidi de trabalhar por conta
própria e dedicar-me à arte e a facetas
relacionadas
UM PROVÉRBIO Faz aos outros o
que querem que os outros te façam
a ti
UM SONHO Todos os sonhos pode-
riam tornar-se realidade, mas eu que-
ria falar com Michelangelo e Leonar-
do e mostrar-lhes os nossos dias (a
tecnologia e a arte moderna). Seria
incrível ver as caras deles... e as suas
obras depois!
UMA PROPOSTA PARA UM DIA DI-FERENTE NA REGIÃO Andar (a pé)
pelos povoados à volta de Castelo de
Bode, dar um passeio de barco nestas
águas transparentes e depois comer
um belo peixe no Cabras, na Ortiga,
regado com um bom vinho. No fi m
do dia ver o pôr do sol no castelo de
Abrantes
SUGESTÕES
Massimo Esposito, artista plástico e animador cultural
IDADE Nasci no 1957
em Ferrara na Itália
RESIDÊNCIA Abrantes
PROFISSÃO? Artista plástico
e animador cultural
jornaldeabrantes
ABRIL2012 ENTREVISTA 3
JOSÉ FERNANDES E ANA PAULA FERNANDES, O BALANÇO DE QUATRO MANDATOS DA ASSOCIAÇÃO DE GEMINAÇÃO DE ABRANTES
“A geminação está muito bem entregue”HÁLIA COSTA SANTOS
A Associação de Geminação de Abrantes está em mudança, de-pois de ter tido José Fernandes como presidente durante os últi-mos oito anos. A equipa fi ca essen-cialmente a mesma, mas com um novo presidente: José Alves Jana. Dos últimos mandatos fi ca uma geminação especialmente desen-volvida com França, um trabalho feito com o coração em Cabo Ver-de e uma estratégia mais comercial no Japão. O presidente cessante aproveita para agradecer a todos os que, de uma forma ou de outra, colaboraram com a Associação.
Como é que funcionou a As-sociação de Geminação de Abrantes ao longo destes quatro mandatos?
José Fernandes (JF) – Em 2003
quem estava à frente da Associa-
ção era o Dr. Humberto Lopes,
que é uma pessoa extraordinária.
Ele contactou-me e disse-me que
não poderia continuar porque es-
tava dedicado a uma causa, que é
o CRIA. Numa viagem a França co-
nhecemos outras pessoas no auto-
carro e a lista surgiu. Fomos cons-
truindo uma lista que é multiparti-
dária. É interessante que isso nunca
interferiu e conseguimos sempre
trabalhar em prol de um objecti-
vo: fomentar as relações humanas
e a solidariedade. Os corpos so-
ciais reúnem-se sempre com todos
os elementos, de forma horizon-
tal. Temos também a colaboração
de Pedro Rocha Pais, que é o nos-
so tesoureiro, que é um homem ex-
cepcional e que garante o rigor das
contas.
Como é que caracterizam os três projectos de geminação que estão a ser desenvolvidos?
(JF) – Cabo Verde é o projecto
que temos no coração, o resultado
do trabalho de uma óptima equipa,
que tenta fazer o melhor possível
para que aquelas crianças tenham
ferramentas para estudar.
A geminação com o Japão foi
feita em 2007 e tem uma compo-
nente estratégica comercial que se
concilia com os valores da partilha.
Neste caso é sobretudo intercâm-
bio de jovens, embora pareça que
no Japão não existe uma grande
tradição em receber jovens em ca-
sas de família.
O caso francês é muito gratifi can-
te. Até 2004 foram a Parthenay so-
bretudo ranchos folclóricos. Nós
temos vindo a diversifi car os gru-
pos que vão, desde a equipa de na-
tação, até ao Orfeão de Abrantes,
passando por associações, escutei-
ros, jornalistas, famílias e até pelos
bombeiros, que foram ver como é
que os bombeiros franceses estão
organizados. Esta diversifi cação
tem sido bastante proveitosa.
Estes quatro mandatos fi cam muito marcados pela solidarie-dade desenvolvida em Cabo Ver-de…
JF – Sim. Numa das visitas feitas
a Cabo Verde, as crianças explica-
ram que o que mais precisavam era
giz. Nessa altura, surgiu a ideia de
procurar, em Abrantes, padrinhos
e madrinhas que, por 30 euros
por ano, oferecessem um enxoval
com material escolar a uma crian-
ça de Cabo Verde. Trata-se do pro-
jecto Padrinh’, que envolve já 206
crianças. A Câmara da Ribeira Brava
compra o enxoval e a Associação
de Geminação envia o dinheiro re-
colhido junto dos padrinhos abran-
tinos. Como este projecto já tem
uma certa dimensão, envolvendo
seis escolas, cada uma delas tem
uma ou duas responsáveis: Ana
Paula Fernandes, Isilda Jana, Elisa-
bete Pereira e Natércia Lopes, Maria
Clara Real e Isabel Silva. Temos tam-
bém a Fernanda Mendes, que aju-
da no que for preciso.
Ana Paula Fernandes (APF) –
Neste momento temos um pro-
blema: as crianças já receberam o
enxoval em Setembro e nós ainda
não mandámos o dinheiro porque
ainda nos falta que 50 padrinhos,
que se comprometeram em dar
aquele valor, paguem ou digam
que não querem continuar. Se não
quiserem continuar a apadrinhar as
crianças cabo-verdianas, teremos
que encontrar rapidamente outros
padrinhos porque só temos quatro
ou cinco em lista de espera.
Entretanto surgiu um novo pro-jecto em Cabo Verde…
APF – Depois de uma visita a
Cabo Verde verifi cou-se que as
crianças da escola da Covoada ti-
nham um problema grave de ali-
mentação. Uma vez que é possí-
vel alimentar uma criança com 50
cêntimos por dia, decidimos ven-
der calendários para ajudar. Con-
seguimos 430 euros, também com
o apoio de duas empresas. Decidi-
mos enviar, este ano, 200 euros. Es-
tivemos a fazer as contas e verifi -
cámos que chega para um ano. O
delegado escolar de Cabo Verde
garante que o dinheiro será efec-
tivamente para a alimentação das
crianças. Vamos ver se sobra algum
dinheiro para se comprar um reser-
vatório de água, uma vez que a es-
cola não tem água.
Como é que as pessoas reagem ao facto de a Associação estar a fazer solidariedade longe de Portugal quando também temos muita pobreza?
APF – Este ano foi a primeira vez
que tivemos pessoas a dizer isso.
Temos que aceitar… O que faze-
mos é mostrar que as necessida-
des não têm nada a ver, porque as
crianças aqui, muito ou pouco, têm
refeições e material escolar assegu-
rado. Por outro lado, neste projecto
sabemos para onde vai o dinheiro e
podemos dar essa garantia.
A Associação está em fase de mudança…
JF – Já estou há quatro manda-
tos e achei que era a altura de sair.
A geminação está muito bem en-
tregue. Os que estão vão continuar,
mas haverá um novo líder. Aceitei
fi car como presidente da Assem-
bleia Geral, para depois me retirar.
Sai com que sensação?JF – Saio satisfeito. É bom saber-
mos que temos um grupo de ami-
gos que trabalham para o bem co-
mum. Fizemos um conjunto de
actividades que não se esgotam
naquilo que estivemos a falar. Por
exemplo, centenas de alunos de
Abrantes passaram por Parthenay.
Também temos um outro projecto
em que todos os anos convidamos
três ou quatro jovens abrantinos a
estar quatro semanas, alojados em
casas de famílias de acolhimento,
a acompanhar jovens defi cientes
psico-motores, participando em di-
ferentes actividades. Passando por
isto, as pessoas criam laços e perce-
bem o que é a geminação. Aprovei-
to para deixar um obrigado muito
especial a todos os que fazem parte
e colaboram com a Associação. São
gente voluntariosa que represen-
tou sempre Abrantes com digni-
dade e humanidade. São algumas
centenas de abrantinos, do melhor
que há no concelho de Abrantes.
• As pessoas que trabalham com a Associação são “gente voluntariosa que representa Abrantes com dignidade e humanidade”
jornaldeabrantes
ABRIL20124 SOCIEDADE
MAFALDA VITÓRIA
O Eurostat revelou que a taxa de desemprego em Portugal atingiu um nível recorde. Em Janeiro des-te ano era de 14,8%, mais 2,5% que em Janeiro de 2010, quando a taxa de desemprego foi de 12,3%.
De acordo com o Instituto do
Emprego e Formação Profi ssional,
Abrantes é o segundo concelho do
distrito de Santarém com maior nú-
mero de desempregados. Em Feve-
reiro, o município registou 2741 de-
sempregados. Com valores mais al-
tos que Abrantes surgem Santarém,
com 3131 desempregados e, em
terceiro lugar, Tomar, com 2036 de-
sempregados.
Alguns abrantinos partilharam
connosco a situação de desempre-
go em que se encontram e pude-
mos verifi car que este é um proble-
ma transversal a várias faixas etárias.
Muitos estudantes, terminada a
formação académica, não encon-
tram emprego na sua área e, mes-
mo investindo noutras áreas, a pre-
cariedade é uma realidade cada
vez mais presente.
Rita Amaro, 22 anos, é um des-
tes exemplos. Acabou o curso de
Design Gráfi co, nas Caldas da Rai-
nha, há dois anos. Desde então já
trabalhou em vários locais, mas
nunca na sua área de especializa-
ção. “Já trabalhei em vários sítios,
mas sempre que terminei os con-
tratos, sendo situações pontuais,
voltei para casa dos meus pais.”
Cátia Pereira, 22 anos, está numa
situação semelhante. Depois de ter
terminado o curso de Estudos Eu-
ropeus, conseguiu trabalho fora da
sua área profi ssional a recibos ver-
des. Trabalhou seis meses como
Assistente de Secretariado numa
empresa farmacêutica em Lisboa,
onde desempenhou várias fun-
ções. Cátia optou por procurar em-
prego em várias áreas para poder
realizar o seu objetivo, uma vez que
a sua prioridade era arranjar em-
prego para pagar o mestrado. “Tal,
infelizmente, não aconteceu por-
que o salário que recebia não era
sufi ciente. Era impossível conciliar
uma vida em Lisboa, com aluguer
de quarto, alimentação e transpor-
tes com o ordenado que recebia.”
Neste momento está desemprega-
da e foi obrigada a voltar para casa
dos pais, de quem está totalmente
dependente.
Não são só os recém licencia-
dos que estão a viver difi culdades.
Vanda Rosado, 39 anos, fez um cur-
so técnico profi ssional de técnicas
comerciais. Não está completa-
mente desempregada porque se
inscreveu numa empresa de tra-
balho temporário depois de ter
estado dois anos no desemprego.
Divorciada e com dois fi lhos pe-
quenos, Vanda vive em constan-
te instabilidade, “Às vezes trabalho
três semanas seguidas, outras ve-
zes trabalho uma semana e estou
quinze dias em casa, é uma situa-
ção muito complicada.” Sobretudo
porque nunca se sabe “qual será o
ordenado no fi nal do mês”.
Também insegura se sente
Etelvina Bacalhau, de 47 anos. Ape-
sar de ter formação na área de ar-
quivo, sentiu-se realizada no seu
último emprego, como Auxiliar
Administrativa no Centro de Saú-
de de Alferrarede. Desemprega-
da desde Julho de 2011, assinala a
instabilidade económica como um
dos principais problemas da sua
actual situação. Também com dois
fi lhos, Etelvina refere outro proble-
ma, o facto de um deles ainda estar
na faculdade, o que é complicado
quando existe apenas um ordena-
do para sustentar a família.
Outra mudança que o desempre-
go trouxe à sua vida tem a ver com
o fator psicológico. “Com a minha
idade cheguei à conclusão de que
é quase impossível arranjar empre-
go. Este facto faz com que as difi -
culdades do dia a dia se tornem
cada vez mais difíceis de enfren-
tar, já que estou sempre a pensar
no mesmo. A falta de uma rotina,
de uma ocupação agrava todos os
problemas.”
Um dos motivos que explica o au-
mento do número de desempre-
gados é a crise económica que o
país atravessa. Devido à crise, mui-
tas empresas procedem a restrutu-
rações e, muitas vezes, daí resulta
mais desemprego. Pedro Loureiro,
41 anos, é um destes casos. Traba-
lhador efetivo na Mitsubishi desde
1996 e formado em técnico de ma-
nutenção mecânica, Pedro acabou
de fi car desempregado devido à
extinção do seu posto de traba-
lho. “Este serviço vai ser todo cen-
tralizado na Daimler, na Alemanha
e, como de momento não há va-
gas para o meu tipo de qualifi ca-
ção, vim para o desemprego.” Mas,
apesar disso, não desanima: “Neste
momento não estou muito preo-
cupado porque a nível das qualifi -
cações que tenho sei que há muita
concorrência, mas também tenho
muita experiência.”
A procura de emprego é feita com
regularidade pelos desemprega-
dos. Os nossos entrevistados op-
tam, principalmente, pelo envio de
curriculum vitae via internet, pelo
contacto directo com as entidades
empregadoras, ou através de ami-
gos. No entanto, esta procura não
tem tido muitos resultados. Rita
Amaro conta que neste momento
nem está a enviar portefólios porque
“está tudo muito difícil” e os estágios
não são remunerados. “Prefi ro traba-
lhar fora da minha área e receber, o
que também não está a acontecer.”
Cátia Pereira procura trabalho e
também não se limita à área em
que se formou. “Procuro em qual-
quer área, não tenho medo de tra-
balhar, apenas tenho pena que as
empresas não me dêem uma opor-
tunidade de mostrar o que valho.”
Esta linha de pensamento não se
restringe apenas às camadas mais
jovens pois também Vanda Rosado
e Etelvina Bacalhau explicam que,
dadas as circunstâncias, não pode
haver preferências. A prioridade é
ter um trabalho, tanto na sua área
de formação como fora dela.
Quanto à hipótese de construir
um futuro no estrangeiro, as opi-
niões divergem. Pedro Loureiro e
Vanda Rosado ponderam a ideia,
no entanto, Vanda considera que,
para já, emigrar é impossível por
causa dos fi lhos. Por sua vez, Cátia
Pereira já viveu essa experiência,
emigrou durante dez anos. Mesmo
assim não tem medo de voltar a
sair de Portugal. “É triste ser portu-
guesa e ter que sair constantemen-
te do meu país à procura de um fu-
turo melhor.”
Rita Amaro e Etelvina Bacalhau
não consideram a ideia de emi-
grar. Ambas acreditam que ainda
há soluções em Portugal e prefe-
rem explorar essas hipóteses no
país, onde têm a família e os ami-
gos para as apoiar.
Rita, Cátia, Vanda, Etelvina e
Pedro são cinco abrantinos que ti-
veram de adaptar o seu estilo de
vida a uma condição inesperada.
Todos estão desempregados e à
procura de emprego, procuram
oportunidades e melhores condi-
ções. São histórias de pessoas que
se preocupam com o futuro e que
procuram algo mais. Pessoas que
querem ter estabilidade, ser felizes
e concretizar sonhos.
Histórias de desemprego, em Abrantes
jornaldeabrantes
ABRIL2012 SOCIEDADE 5
Assim é a vida de um casal de li-
cenciados desempregados que
só trabalharam a recibos ver-
des. Com um fi lho. Sem apoios
institucionais e formais, sem subsí-
dio de desemprego. Apenas con-
sigo, entregues a si e à sua espe-
rança. Será que o resto da socie-
dade, confortável, se apercebe?
Pedro e Inês (nomes fi ctícios),
de 31 e 32 anos respectivamen-
te, vivem assim há alguns meses,
ou sobrevivem, nas suas pala-
vras. Ela, formadora de profi ssão,
ele farmacêutico, ambos detento-
res de licenciaturas, pós gradua-
ções, formações e anos de experi-
ência profi ssional, com as devidas
prestações sociais pagas (e bem).
Quando no fi nal do ano passado,
Inês viu o centro de formação onde
trabalhava fechar portas, e Pedro
terminou o estágio profi ssional
que fi zera, viram-se a braços com
uma situação complicada e deli-
cada. Com um fi lho pequeno para
educar, casa para pagar e as contas
inerentes a uma vida a três, a famí-
lia sentiu-se num beco sem saída.
Uma réstia de esperança quando
se percebeu que uma das imposi-
ções da entrada da Troika em Por-
tugal seria a implementação de
subsídio de desemprego para tra-
balhadores a recibos verdes, que
tivessem exercido funções para
a mesma entidade empregado-
ra, situação de ambos. Apesar da
grande mediatização veio-se re-
centemente a perceber que essa
medida, apesar de ter sido anuncia-
da, apenas será implementada em
2013. Nada que espante a quem
ande atento à mediocridade da
classe política, habituada a tratar-
nos como rebanho seco de pastor.
Sem subsídio de desemprego, com
o primeiro-ministro a incentivar à
partida para o estrangeiro em bus-
ca de melhores condições de vida,
numa política “expulsionista”, como
se dissesse “procurem algures o
que aqui não vos podemos ofere-
cer”, o que resta? Alguns trabalhos
surgem, a recibos verdes, precários
na sua duração e na sua condição,
que muitas vezes não dão para pa-
gar o combustível que algumas
deslocações implicam. Na região
não há uma rede de transportes
públicos. Locais como nacionais, os
políticos falham em toda a linha.
Ainda se coloca a hipótese de re-
querer o Rendimento Social de In-
serção e dizem conhecer alguns
amigos também licenciados que já
o fi zeram. No entanto, o receio da
invasão da vida privada, o rótulo as-
sociado ao mesmo subsídio fazem
com que pensem duas vezes antes
de o fazer. E também, por incrível
que pareça, revelam um sentido de
justiça social ao dizer que não serão
o público mais necessitado para
usufruir deste tipo de rendimento!
Como (sobre)vivem então? Da so-
ciedade providência, mais con-
cretamente, de algum engenho
pessoal, de uma gestão fi nancei-
ra meticulosa e do apoio parental.
Apoio este fulcral, essencial, subs-
tituto óbvio do apoio institucional
inexistente. Questionam natural-
mente, a quantidade de jovens na
mesma situação que não contam
com este apoio. Como farão? Se
nem o mercado de mercado des-
qualifi cado os recebe?! Partir?!
Para onde e à procura do quê?!
Perguntas que fi cam sem respos-
ta. Pessoas jovens, qualifi cadas, ca-
pazes e enérgicas que se sentem
defraudadas. “Tudo como dan-
tes no quartel de Abrantes”. Não é
Abrantes, é o ditado funesto. São
os ditados que tanto convêm. O
passado já lá vai, mudemos o es-
tigma. É a escória vitoriosa sobre
os bem-intencionados. É o querer
e desejo de uma vida, nem me-
lhor nem maior, apenas uma vida,
no meio da estatística que somos.
Veja-se que, hoje em dia, nas cha-
madas para assistentes de seguros,
operadores telefónicos, bancários,
somos já em primeiro lugar núme-
ros. Eu tenho nome, tenho vonta-
des, tenho local de nascimento e
morada. Tenho família e amigos.
Não sou uma parcela ínfi ma de
um dado estatístico. Infelizmen-
te só o poderei provar quando o
meu punho acertar num polícia de
choque acéfalo, qual cão raivoso
que me impede de subir a escada-
ria dos que ajudei a eleger. Talvez aí
entendam que de brandos costu-
mes está a minha estatística vazia.
Ricardo Alves
CRÓNICA
Vida a recibos
jornaldeabrantes
ABRIL20126 ECONOMIA
“Não quero ver ninguém a pé”Um moderno e inovador Stand de Automóveis nasceu na entrada da cidade de Abrantes.
António Alexandre é o proprietá-
rio do espaço e explicou ao JA que
este novo Stand é uma resposta à
crise. “No investimento é que está
o caminho para sairmos desta con-
juntura fi nanceira”.
O Stand Carpego centra o negócio
sobretudo na venda de carros “semi-
novos”, contudo o empresário diz
que, neste novo espaço há automó-
veis para todos os gostos e para to-
das as carteiras. “Desde o carro mais
barato aos de topo, nós reunimos
aqui uma diversidade de excelência.”
Depois de um mês da inaugura-
ção do Stand, que contou com uma
grande festa e com cerca de 4 mil
visitantes, António Alexandre afi r-
ma que “as vendas podiam estar a
correr melhor, mas com o novo es-
paço a visibilidade e reconhecimen-
to junto do público-alvo duplicou e
isso tem ajudado a que negócio vá
por diante”.
Num espaço de “excelência” e “no-
bre” da cidade, o Stand junta cer-
ca de 150 carros, de várias marcas e
preços. “As pessoas quando passam
e estão interessadas num automó-
vel é difícil não parar, porque isto é
um autêntico hipermercado de car-
ros, desde jipes, motas, carros que
não necessário ter carta de condu-
ção, Mercedes, BM, Audis, aqui há
de tudo.”
António Alexandre explicou que a
Carpego não garante apenas uma
diversidade de modelos, como boas
condições para os clientes. “Duran-
te a garantia do carro, caso o clien-
te tenha um problema com o auto-
móvel, nós resolvemos no minuto
a seguir. Tenho boas relações com
as ofi cinas da região, o que garan-
te um serviço de qualidade e uma
despreocupação total da parte do
cliente. O que eu não quero é ver
ninguém a pé (risos)”
A Carpego centra as suas vendas
em clientes da região, “ 80% são pes-
soas de cá que procuram os nossos
serviços, mas não só, tenho clientes
de norte a sul do país”.
Apesar do novo Stand, António
Alexandre ainda recusa a possibili-
dade de encerrar o outro espaço na
freguesia do Pego. “Tenho o Stand
no Pego há cerca de 19 anos, ainda
muitos clientes me procuram lá e
aquela é uma casa muito importan-
te para mim. Sempre fui um apaixo-
nado por carros, desde as corridas à
venda de automóveis a minha vida
tem-se centrado nestas lidas.”
Joana Margarida Carvalho • António Alexandre
ANTÓNIO ALEXANDRE É O PROPRIETÁRIO DO NOVO STAND CARPEGO
A Central Termoeléctrica
do Pego foi eleita a melhor
empresa do ano, segundo o
ranking das melhores PMEs,
realizado pela revista Exa-
me.
O estudo foi feito para a
revista Exame pela Informa
D&B e pela Deloitte, empre-
sas de consultadoria e ges-
tão empresarial.
Foram premiadas empre-
sas de 22 sectores como a
agro-indústria, a celulose e
papel, química e têxteis. As
empresas destacadas pela
revista estão localizadas em
Braga, Portalegre, Bragança,
Viana do Castelo, Lisboa,
Porto, Leiria e Aveiro. O con-
celho de Abrantes foi repre-
sentado com a Pegop.
A cerimónia que distin-
guiu as empresas aconteceu
no passado dia 27 de Feve-
reiro na sede da Caixa Geral
de Depósitos.
Pegop galardoada pela Revista Exame
Está agendado para o dia
17 de Abril a inauguração
do Centro Escolar da Barqui-
nha, estando prevista a pre-
sença do ministro da Educa-
ção, Nuno Crato. Para além
de se evidenciar a questão da
arquitectura do espaço, con-
cebido por Aires Mateus, esta
é uma escola pioneira no país
pela forma como se interliga
com a ciência.
Pela primeira vez no país,
um espaço escolar é aberto,
aos fi ns-de-semana, como
Centro de Ciência Viva. Nes-
ses dias, o espaço pode ser vi-
sitado como qualquer outro
centro da rede Ciência Viva.
Durante a semana, os alu-
nos do 1º ciclo da Barquinha
poderão usufruir de labora-
tórios e equipamentos, que
lhes permitirão um contacto
próximo e contínuo com as
ciências.
Este projecto resulta de
um conceito desenvolvi-
do no âmbito da tese de
doutoramento de Ana
Rodrigues, do Departamen-
to de Pedagogia e Didáctica
das Ciências da Universida-
de de Aveiro. Aliás, esta ins-
tituição tem uma agora uma
forte presença no Centro Es-
colar da Barquinha. Primeiro,
porque tem vindo a coorde-
nar a formação dos professo-
res daquele estabelecimento
de ensino ao nível do ensino
das ciências. Depois, porque
desenvolve actividades labo-
ratoriais naquele mesmo es-
paço.
Projecto inovador com o apoio da Universidade de Aveiro
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José FigueiredoAdvogado
Pós-Graduado em Direito Fiscal das EmpresasPós-Graduado em Fiscalidade
Áreas de ActividadeDireito Fiscal | Direito Administrativo | Direito Comercial | Direito da Insolvência
Av. Combatentes da Grande Guerra, 43 - 2.º C2400-123 Leiria - Portugal
Tel.: 244 823 755 • Fax: 244 813 522josefi gueiredo-1985c@adv.oa.pt • www.josefi gueiredoadvogado.com
jornaldeabrantes
ABRIL2012 ECONOMIA 7
Empresa familiar centra-se
na produção de excelência
no azeite e instalou-se em
Chaminé, perto da Bemposta.
Privilegia a qualidade em de-
trimento da quantidade e as-
senta a sua actividade em ex-
periência adquirida no sector
A marca já existe desde
2004, altura em que José Luís
Santos, o patriarca da famí-
lia, tinha já um lagar tradi-
cional. O fi lho, Pedro San-
tos, 27 anos, licenciou-se em
Marketing, aprendeu sobre
comunicação em Lisboa e
os dois, em conjunto com a
mãe, Maria José Santos, de-
ram asas à actividade. Em
2006 o novo lagar em Cha-
miné estava a funcionar com
a comercialização a iniciar-se
em Março de 2011.
Para trás fi cou o lagar tradi-
cional e entrou em cena um
lagar moderno que trabalha
em linha. Recebem a azeito-
na dos produtores – que che-
gam de Aveiras, Chamusca,
Alvega, Gavião, entre outros
locais - aos quais dão uma
percentagem da produção, e
inserem o azeite no mercado.
Mas não o fazem em quan-
tidade. Como conta o fi lho,
Pedro Santos, o objectivo é
a “restauração e o mercado
gourmet”. “Tem de ter quali-
dade acima de tudo e temos
vindo sempre a crescer”.
Para chegar ao nível de
qualidade pretendido foi
fundamental apostar num
lagar modernizado que ofe-
rece outro tipo de condições
de produção. “A linha além
de reduzir custos em mão
de obra aumenta a qualida-
de do azeite, nomeadamen-
te em termos de higiene”, ex-
plica Pedro Santos, contando
de seguida com orgulho que
“as pessoas que nos visitam
dizem que é o lagar mais lim-
po que já viram”.
Consolidar a marca
O objectivo é crescer mas
não de qualquer modo. Na
‘Val Escudeiro’ há a consci-
ência que a consolidação
da marca e consequente
crescimento são o garan-
te de melhores condições
para aperfeiçoar ainda mais
os seu azeites. “Dizemos
não às grandes superfícies”,
afi rma Pedro Santos, “pre-
ferimos apostar pequenos
pontos de venda. Também
pensamos na exportação a
qual também passa por pe-
quenos nichos de merca-
do”, ele que elogia a “qua-
lidade das marcas de azei-
te presentes em Abrantes”.
A crise, mais profunda que
nunca desde que iniciaram
a comercialização em 2011,
não retira a calma e optimis-
mo do discurso de Pedro San-
tos. “Foi um ano bom em ma-
téria-prima mas depois em
termos de venda ao público
é mais difícil”. O azeite ‘Val Es-
cudeiro’ está à venda em vá-
rios pontos do país, nomea-
damente no Porto, e é usado
em vários restaurantes da re-
gião mas também em Lisboa.
O trabalho é “constante”.
Pedro Santos entrou com a
‘Val Escudeiro’ no BNI Estraté-
gia (Business Network Inter-
national), grupo de empresá-
rios em rede que se apresen-
tou em Abrantes em Maio
de 2011. “Reunimos uma vez
por semana e é um projecto
interessante”. O BNI nasce de
um conceito americano que
visa promover sinergias entre
empresários de modo a cres-
cerem mutuamente. “É traba-
lhoso, mas vou a Lisboa e às 9
da manhã já tenho dois clien-
tes novos!”.
O lagar ‘Val Escudeiro’ está
na Chaminé, Bemposta, e é o
fruto do trabalho familiar de
mãe, pai e fi lho. O pai traba-
lhou durante 25 anos no sec-
tor antes de formar a sua pró-
pria empresa com a família.
Foi ferreiro na Vítor Guedes e
depois fez transporte do ba-
gaço. Hoje põe em prática a
sua experiência na produção
de azeites para atingir o gran-
de objectivo a que se propõe
o seu lagar, um azeite de ex-
celente qualidade.
Ricardo Alves
‘Val Escudeiro’, acima de tudo a qualidade
O aterro sanitário de Concavada, em Abrantes, iniciou na semana passa-da a produção de energia a partir do aproveitamento do biogás pro-duzido no local, que é gerido pela Valnor.
A obra permite dotar o aterro de
um sistema de captação, encami-
nhamento e queima de biogás para
produção de energia eléctrica e tér-
mica. A célula do aterro onde eram
depositados os resíduos sólidos ur-
banos foi encerrada e requalifi cada
ambientalmente. A Valnor, que gere
resíduos de 25 municípios, revelou
que o investimento nesta obra foi
de 1,3 milhões de euros. Rui Gonçal-
ves, presidente da Valnor, afi rmou
que o investimento é “signifi cativo
para a sustentabilidade ambiental”
do concelho de Abrantes e da re-
gião, tendo assegurado que todo o
biogás criado no aterro vai ser quei-
mado e transformado em energia
eléctrica. “O aterro, agora totalmen-
te coberto e impermeabilizado, vai
produzir durante os próximos anos
grandes quantidades de biogás,
um gás altamente poluente e que
seria libertado para a atmosfera”,
explicou o responsável da Valnor.
Segundo Rui Gonçalves, estima-se
que energia a produzir será de 5 gi-
gawatt hora/ano e será vendida e
injectada na rede eléctrica nacio-
nal, tendo apontado ainda como
“mais-valias” do sistema a “prote-
ção ambiental, a produção de ener-
gia através de recursos nacionais e
o rendimento adicional à empre-
sa” que preside. Rui Gonçalves dis-
se ainda que o investimento agora
efectuado em Abrantes vai ser recu-
perado em oito anos, tendo anun-
ciado a realização de investimentos
até 2013 na ordem dos quatro mi-
lhões de euros na unidade central
de Avis, ao nível do tratamento bio-
lógico dos resíduos.
A Câmara de Abrantes e o consór-
cio Eneólica Hidropower assinaram
também um contrato de arreda-
mento do reservatório de água de
Mouriscas (barragem dos Negreli-
nhos) e da conduta adutora do re-
servatório de água da Chainça para
a instalação de micro hídricas que
irão produzir eletricidade. Em Mou-
riscas, a utilização da água armaze-
nada no reservatório será efetuada
através de um bypass a instalar na
descarga de fundo. O caudal exce-
dentário será utilizado para apro-
veitamento energético, não poden-
do, ao longo dos 20 anos de contra-
to, utilizar-se as reservas de água
para fi ns de produção de eletrici-
dade sempre que o nível da albu-
feira esteja a uma cota inferior a 5
metros abaixo do nível de pleno ar-
mazenamento (cota máxima da al-
bufeira). Houve também duas pre-
ocupações essenciais neste projec-
to: não afectar a qualidade da água,
nem a capacidade de abastecimen-
to público.
Na Chainça, as turbinas serão co-
locadas à chegada do reservató-
rio novo, na conduta que o abas-
tece. Aqui não há qualquer consu-
mo de água no processo, apenas
o aproveitamento da sua passa-
gem, com elevada pressão, en-
tre a ETA (Estação de Tratamen-
to de Água) e o reservatório.
Pelo arrendamento das duas infra-
estruturas, o consórcio pagará ao
município uma renda anual, em
percentagem da venda de energia.
BO
VALNOR INICIA PRODUÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE BIOGÁS
Lixo convertido em energia eléctrica
• O secretário de Estado do Ambiente, Pedro Afonso de Paulo, inaugurou duas ETAR’s, em São Facundo e Barrada
jornaldeabrantes
ABRIL2012
João Paulo Rosado, pre-
sidente da Junta de Fre-
guesia de Rio de Moinhos,
reage com satisfação à re-
cuperação de um “sítio his-
tórico, de grande presença
dos nossos antepassados”.
Reconhece que o Cais de
Acostagem “possibilita que
haja uma retoma das pes-
soas ao rio”. Por isso, afi rma:
“Estamos de volta ao rio.”
A outra vantagem que vê
no espaço agora inaugu-
rado é o facto de ser versá-
til: tem a forma de um an-
fi teatro e, para além de es-
pectáculos culturais, pode
também albergar activida-
des desportivas, como o
voleibol ou para futebol de
praia. Trata-se, pois, de “dar
outros sentidos a este local”.
No Cais de Acostagem vai
também ser possível con-
tar à população, à comuni-
dade escolar e aos turistas
o que ali se passava nou-
tros tempos. “Uma candi-
datura que a Junta vai fa-
zer à Câmara Municipal
de Abrantes que se centra
num projecto de infra-es-
truturas com conteúdos
históricos”. A ideia é mos-
trar quais eram as activida-
des mais comuns daquele
local. “Aquele era um espa-
ço de embarcações onde
os riomoinhenses se deslo-
cavam nos grandes barcos
para levar variados mate-
riais: como madeira, palha,
enchidos e tigeladas. Um
local que tinha uma forte
vivência e onde muitas fa-
mílias subsistiam daquela
actividade ligada ao trans-
porte.”
João Paulo Rosado recor-
da que esta requalifi cação
é o resultado de um esfor-
ço contínuo de vários man-
datos, de um objectivo co-
mum da parte dos autarcas
que presidiram à Junta de
Freguesia.
Vítor Hugo, presidente
da Junta de Freguesia de
Tramagal também está cla-
ramente satisfeito com a
requalifi cação de dois lo-
cais emblemáticos da fre-
guesia: o Miradouro da
Penha, com o cruzeiro e o
monumento de homena-
gem a Duarte Ferreira, e o
Porto das Barcas. O autarca
admite que se venham a
fazer passeios de barco no
Tejo, entre Tramagal e Rio
de Moinhos. “Seria bonito
recuperar os velhos tem-
pos”. Quanto às críticas que
entretanto surgiram pelo
facto de o percurso não
ser acessível a pessoas com
pouco mobilidade, Vítor
Hugo lamenta mas explica
que “os caminhos pedonais
têm as suas características”.
E acrescenta que o Mira-
douro é acessível e “não há
muita diferença estar cinco
metros acima ou abaixo”.
JMC
8 ACTUALIDADE
Começaram este mês de Março
a ser montadas as primeiras das
11 esculturas de grande dimen-
são que vão constituir o museu
de escultura contemporânea ao
ar livre do parque ribeirinho de
Vila Nova da Barquinha. Quatro
estão já no local. A última foi a
de José Pedro Croft, uma escul-
tura em ferro e aço polido cons-
tituída por quatro espelhos com
seis metros de altura.
A inauguração do parque de
esculturas da Barquinha está
prevista para o dia 9 de Junho.
Trata-se de conjunto de obras
concebidas por artistas plásticos
portugueses contemporâneos,
representando um investimen-
to de 2,2 milhões de euros.
“A aquisição de esculturas por
parte do município tem como
fi nalidade a criação de um par-
que representativo da escultura
portuguesa contemporânea na
vila. Este é o principal investi-
mento da nossa operação de re-
abilitação urbana, denominada
Mercado das Artes e surge no
âmbito do QREN”, explica o ve-
reador com o pelouro da cultu-
ra da autarquia de Vila Nova da
Barquinha, Fernando Freire. O
investimento previsto será com-
participado entre 80 a90% pelo
QREN. “Assim, o investimento da
autarquia é apenas de 140 mil
euros, contando ainda com a
participação da EDP como par-
ceiro estratégico” .
O investimento irá permitir a
concretização de outros projec-
tos como a criação de um pos-
to de turismo e a remodelação e
reabilitação de outros edifícios,
de forma a “transformar o cen-
tro histórico barquinhense num
pólo de desenvolvimento eco-
nómico e atrair turistas”.
Para além do trabalho de Pedro
Croft, as esculturas já monta-
das são a Concret (POEM), de
Fernanda Fragateiro, a Contra-
mundo, de Rui Chafes, e a Rega,
de Ângela Ferreira. As restantes
são da autoria de outros escul-
tores portugueses como Joana
Vasconcelos, Pedro Cabrita
Reis, José Cristina Ataíde, Xana,
Alberto Carneiro, Carlos Noguei-
ra e Zulmira de Carvalho, sendo
o projecto comissariado pelo
historiador de arte João Pinha-
randa, da Fundação EDP.
João Lopes aluno de Comunicação Social da ESTA
Primeiras esculturas já estão instaladas
BARQUINHA
O Centro de Interpreta-
ção do Tejo Ibérico tem já
dois equipamentos requa-
lifi cados no concelho de
Abrantes, integrados numa
estratégia mais alargada de
devolver o rio às pessoas.
Em Tramagal, o miradou-
ro da Penha foi reabilitado
e foram criadas condições
para um percurso pedonal
até ao Porto das Barcas. Em
Rio de Moinhos surgiu um
novo Cais de Acostagem,
que tem também um es-
paço com características
de anfi teatro. Por ser fácil
de adaptar, permitirá a rea-
lização de eventos culturais
e desportivos.
Maria do Céu Albuquer-
que, presidente da Câma-
ra de Abrantes, explica que
esta aposta, que se integra
num projecto mais alarga-
do, tem uma dupla função:
“A devolução do rio às pes-
soas e o valor de desenvol-
vimento para a economia
local para que possamos
atrair mais público e mais
turistas”. Para a autarca, es-
tas são “pequenas inter-
venções que são grandes”,
porque vão permitir que as
populações se apropriem
de novo das vivências do
rio, dando-lhe “o valor que
todos queremos que te-
nham nas suas vidas”.
Para além da reaproxima-
ção das pessoas ao rio, pre-
tende-se também que as
margens requalifi cadas do
Tejo possam atrair pessoas
de fora do concelho e da re-
gião. Trata-se de uma apos-
ta no desenvolvimento do
turismo da natureza e do tu-
rismo desportivo. A autarca
sublinha que o objectivo é
fazer com que “outras pes-
soas possam vir fazer estes
percursos, a pé ou de bici-
cleta, e depois utilizar aqui-
lo que de melhor as nossas
comunidades têm para dar:
a sua história, a sua identi-
dade, a sua gastronomia e
o seu património”.
Estes dois novos equipa-
mentos signifi cam um in-
vestimento de cerca de 250
mil euros e vão integrar a
“Rota do Tejo”, um projec-
to de recuperação dos per-
cursos ribeirinhos e requali-
fi cação das margens do rio,
que tem início em Alvega
e que vai terminar, no caso
de Abrantes, na aldeia de
Rio de Moinhos. Depois
continua para os outros
concelhos: a Norte, até Ga-
vião; a Sul até à Barquinha,
passando por Constância.
A fase seguinte deste
projecto é a estação de
canoagem, em Alvega. A
presidente da Câmara ga-
rante que a candidatu-
ra deste obra a fundos co-
munitários “está bem enca-
minhada”. O que está mais
atrasado é a criação do per-
curso ribeirinho naquela
zona, uma vez que é neces-
sário pedir autorização aos
400 proprietários dos terre-
nos que se pretendem uti-
lizar nos caminhos junto
ao rio.
Inaugurados dois novos equipamentos junto ao Tejo
• Inauguração do Cais de Acostagem de Rio de Moinhos
“Estamos de volta ao rio”
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ABRANTES
RUA DR. JOSÉ JOAQUIM DE OLIVEIRA - 2200-416-ABRANTES
VENDE-SEPrédio Rústico, sito em Estrada do Cabrito, freguesia de Rossio ao Sul do Tejo, concelho de Abrantes, designado por “Quinta de São José”, inscrito na matriz sob o artigo 198 de secção C, com um prédio urbano, inscrito na matriz sob o artigo 1120.
AS PROPOSTAS, EM CARTA FECHADA, DEVERÃO SER DIRIGIDAS À SANTA CASA DA MISERICÓRDIA
DE ABRANTES ATÉ AO DIA 16 DE ABRIL DE 2012 NOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS ATÉ ÀS 17H00
RESERVA-SE O DIREITO DE NÃO SEREM CONSIDERADAS AS PROPOSTAS QUE NÃO
INTERESSEM
Abrantes, 15 de Março de 2012
PEL’A MESA ADMINISTRATIVAO PROVEDOR
a) António Alberto Melo Dias Margarido
• Inauguração do Miradouro da Penha
jornaldeabrantes
ABRIL2012
* Juntamente com Abrantes, Mação e Vila Nova da Barquinha também se candidataram a este programa de certifi cação, mas até à data do fecho do jornal não foi possível apurarmos o ponto de situação destes concelhos.
REGIONAL 9
O Herity é um programa de certifi ca-ção de património. Abrantes foi um dos concelhos pioneiros em Portu-gal a garantir a certifi cação de mo-numentos e equipamentos culturais, numa intervenção que teve início em Janeiro de 2010.
Este projecto, que está em curso, visa
a certifi cação da Biblioteca António
Botto e do Museu Dom Lopo de Almei-
da, sediado no Castelo de Abrantes.
Maria do Céu Albuquerque, pre-
sidente da Câmara Municipal de
Abrantes, explicou ao JA o que foi fei-
to até aqui: “Isto passou por um con-
junto de iniciativas de adaptação e
contextualização em função das re-
gras do Herity. Passou pela realização
de uma “auditoria” aos equipamentos,
por um conjunto de melhorias dentro
dos mesmos. Foi feito um conjunto de
inquéritos aos utilizadores, de forma a
adaptarmos os equipamentos às ne-
cessidades vigentes. Concluídos todos
estes processos, estamos aguardar
que a entidade que faz o serviço de
certifi cação venha colocar as placas,
que dizem que os equipamentos pos-
suem a certifi cação Herity. Estamos,
assim, numa fase fi nal deste processo.”
Apesar de todas as etapas percorridas,
a autarca não está em condições de
avançar com uma data para a coloca-
ção das placas pois essa é “uma inter-
venção que não depende da Câmara”.
Após a certifi cação Herity os equipa-
mentos patrimoniais de Abrantes não
fi cam com uma avaliação fi nal para
sempre. Estes podem vir a sofrer no-
vas avaliações, que garantem o cum-
primento das condições necessárias
para estarem certifi cados.
O que é a certifi cação Herity
O Herity - junção das palavras He-
ritage (património) e Quality (quali-
dade) – resulta de um sistema cria-
do pelo Comité Internacional para
a Gestão de Qualidade do Patrimó-
nio Cultural que visa “combater a fal-
ta de informação relativa ao patri-
mónio cultural” e ajudar o público a
“decidir se deve ou não visitar um lo-
cal que é património cultural”. Apli-
ca-se a museus, monumentos, edifí-
cios religiosos, castelos, parques ar-
queológicos, bibliotecas e arquivos.
Este processo de avaliação e de cer-
tifi cação, reconhecido pelo Comi-
té do Património Mundial da UNESCO
(agência da ONU para a Educação, Ci-
ência e Cultura), inclui uma análise ri-
gorosa da gestão patrimonial e do va-
lor cultural dos sítios, da conservação
destes, das informações transmitidas
ao público e da qualidade dos serviços
prestados, “os quatro aspectos-chave
da gestão patrimonial”, segundo dis-
se Jorge Rodrigues, coordenador na-
cional do programa Herity Portugal.
Equipamentos culturais aguardam certifi cação
ABRANTES
São cerca de 30 os jovens
de Abrantes que actualmen-
te são apoiados pelo Rotary
Club de Abrantes, através de
um programa de bolsas de
estudo que existe há mais de
20 anos. Em muitos casos, so-
bretudo quando já são alunos
do ensino superior, esta ajuda
monetária faz a diferença en-
tre estudar ou não estudar.
Para apoiar estes jovens de
famílias com reduzidos ren-
dimentos, os rotários contam
a colaboração de empresas e
particulares.
Manuel Paulo Silva, pre-
sidente do Rotary Club de
Abrantes, explica que “a pre-
ocupação social faz parte da
essência dos rotários”, assim
como a transmissão de va-
lores como a solidariedade e
a importância da educação.
Por isso, o lema que adoptam
é “Dar de Si Antes de Pensar
em Si”. Para além de alguns
dos próprios membros do
Clube serem patrocinadores,
o programa de bolsas tam-
bém depende das empresas
que aceitam fazer parte des-
te projecto. Os rotários assu-
mem que desenvolvem uma
acção de lobby junto das em-
presas e que as respostas aca-
bam por surgir no âmbito da
verdadeira responsabilidade
social.
A credibilidade que o Rotary
Club de Abrantes tem, e que
“é um somatório de muitas
coisas”, faz com que “os patro-
cinadores acreditem” e que
fi quem “sensibilizados” com
a possibilidade de assegura-
rem bolsas de estudo a jovens
com mérito. Quem o diz é
José Luís Silva, o elemento do
Clube responsável pela Co-
missão de Bolsas. Até agora o
Clube já apoiou cerca de 100
estudantes, dos concelhos de
Abrantes, Sardoal e Mação. O
processo de escolha começa
com uma abordagem às es-
colas, que são convidadas a
indicar candidatos a bolsei-
ros. Depois, a selecção é feita
com base nas notas dos jo-
vens e nos rendimentos dos
agregados familiares.
Para além do valor monetá-
rio (que é de 500 euros anu-
ais para os alunos do secun-
dário e de 750 euros para os
alunos do superior), impor-
ta estabelecer uma relação
de confi ança. Embora todos
os rotários desenvolvam la-
ços com os bolseiros, nome-
adamente em convívios ou
através de contactos directos,
cabe a José Luís Silva funcio-
nar como o principal elo.
Lúcia Pedro é de Abrantes e
está a frequentar o 2º ano do
Curso de Arquitectura com
mestrado integrado da Uni-
versidade do Porto. Reconhe-
ce que tem sido privilegia-
da pelo facto de, desde o 12º
ano, poder contar com uma
bolsa dos rotários. “A bolsa do
Clube Rotário de Abrantes é
indubitavelmente uma mais-
valia para o meu percurso
académico. Ajuda a supor-
tar as despesas inerentes ao
próprio curso de Arquitectu-
ra, como o material e o aloja-
mento. Mas sem dúvida que
foi nas propinas que essa bol-
sa mais se fez sentir.”
Quando começou a ser bol-
seira, Lúcia Pedro pouco sa-
bia sobre a Fundação Rotária.
Entretanto, criou uma ligação
“bastante positiva” com o Clu-
be de Abrantes e adianta que
“todo o ambiente que se cria
tanto entre bolseiros, como
patrocinadores e todos os
companheiros rotários é mui-
to saudável”. Quanto ao con-
tacto directo com os mem-
bros do Clube, Lúcia Pedro
garante que “todos eles são
pessoas muito acessíveis
onde uma conversa não se
fi ca apenas pelo discorrer de
palavras soltas, mas sim de
conhecimentos e experiên-
cias muito interessantes”.
António Estrada é um dos
empresários que aceitou o
desafi o do Clube Rotário de
Abrantes. As empresas do
Grupo Estrada patrocinam
bolsas de estudo já há cerca
de cinco anos. “Fomos convi-
dados pelos Rotários a parti-
cipar e achámos que era uma
acção meritória”, conta o en-
genheiro. Embora reconheça
que possa não ser fácil mudar
a actual forma de atribuição
de bolsas, António Estrada
gostaria que houvesse uma
ligação mais directa entre a
formação dos bolseiros e as
empresas que os patrocinam.
Por exemplo, fazendo com
que as bolsas fossem atribuí-
das a jovens que estão a estu-
dar na área de actividade das
empresas. Até porque esta se-
ria uma possibilidade de lhes
“abrir portas”, em termos de
experiência profi ssional.
Para além do programa de
bolsas de estudo, o Rotary
Club de Abrantes tem uma
acção integrada no campo
da formação da juventude.
Manuel Paulo Silva recorda
que outras apostas têm sido,
por exemplo, o Curso de Li-
derança, os rastreios visuais e
auditivos no 1º ciclo, patrocí-
nio de estágios profi ssionais e
atribuição de prémios, como
aconteceu recentemente
com um aluno de Engenharia
Mecânica da ESTA.
HCS
Rotários continuam a apostar na educação
• Manuel Paulo Silva, presidente do Rotary Club de Abrantes
• Biblioteca Municipal António Botto
jornaldeabrantes
ABRIL201210 REGIONAL
Uma estação meteorológica de tecnologia avançada, com actua-lizações a cada 2,5 segundos, está a funcionar em pleno no Sardoal, des-de Dezembro. Trata-se de uma par-ceria entre a Protecção Civil, a Câma-ra Municipal e os Bombeiros locais.
Este investimento de cerca de mil
euros vai permitir que os sardoalen-
ses saibam que roupa vestir antes
de sair de casa, mas vai também ser
uma preciosa ajuda em situações di-
fíceis como o combate a incêndios.
Basta consultar a internet.
A estação, instalada no Quartel dos
Bombeiros, não tem fi os e está do-
tada de um sensor versátil que com-
bina num único pacote um colector
de chuva (fl uviómetro), sensores de
temperatura e humidade e ainda
um instrumento que permite medir
a velocidade do vento (anemóme-
tro). O equipamento também pos-
sui um painel solar que lhe garante
energia própria.
Nuno Morgado, segundo coman-
dante dos Bombeiros do Sardoal,
explica que esta “não é a primeira ex-
periência” de estação meteorológica
na vila, mas agora as condições fo-
ram melhoradas e a nova estação é
mais moderna. “O intuito será apoiar
as operações da Protecção Civil”, no-
meadamente obtendo “dados im-
portantíssimos” que poderão ajudar
a combater incêndios. Mas o cida-
dão comum poderá também recor-
rer às informações da estação, que
esteve um ano em fase de testes.
“Ao consultarem o site podem en-
contrar os valores actuais e também
as tendências”, ou seja, como se pre-
vê que evolua o estado do tempo ao
longo do dia.
A estação meteorológica do Sardo-
al será acompanhada de perto pelo
bombeiro Ricardo João Ribeiro, que
tem vindo a ser formado por Hélder
Silvano, o professor que há vários
anos desenvolve um serviço de me-
teorologia em Abrantes. Aliás, foi ele
quem deu apoio na montagem e ca-
libragem do equipamento do Sardo-
al, assim como na disponibilização
da informação online. “Foi uma
pessoa importantíssima, pelos co-
nhecimentos e uma vasta experi-
ência”, reconhece Nuno Morgado.
Para além do conhecimento que
foi desenvolvendo ao longo dos
anos, Hélder Silvano é um apaixo-
nado pelas questões da meteoro-
logia. Mas, para ele, tudo isto só faz
sentido se a informação for útil para
as pessoas. O sonho deste professor
é articular uma rede com a informa-
ção captada por todas as estações
meteorológicas que existem no dis-
trito. Porque uma pequena distância
em termos de quilómetros pode dar
origem a informações diferentes.
Hélder Silvano começou a interes-
sar-se pelas condições atmosféricas
“quando tinha 16, 17 anos”. O inte-
resse nasceu “de uma afl ição, de um
encontro com uma natureza pou-
co simpática”. O motor do pequeno
barco em que estava avariou e viu-
se “isolado, no meio da albufeira de
Castelo de Bode, com uma tremen-
da tempestade a começar”, daque-
las tempestades de Setembro “com
os raios a entrar na água”. Foi sal-
vo por uma pessoa que se aperce-
beu do seu estado. Esta experiência
foi “motivadora de pesadelos, mas
também de anseios de perceber e
de entender todo o fenómeno”, ao
ponto de começar “a comprar qual-
quer termómetro que visse”.
Numa primeira fase, as experiên-
cias que Hélder Silvano foi fazen-
do e os equipamentos que foi com-
prando eram só por curiosidade e
“para saber que roupa havia de ves-
tir no dia seguinte”. Até que um dia
um piloto da TAP lhe trouxe, dos
Estados Unidos, a primeira estação
meteorológica. Custou-lhe “trezen-
tos e tal contos” quando as únicas
que era permitido comprar em Por-
tugal custavam “cerca de dois mil
contos”. E ainda eram “daquelas de
agulha, que não podiam ser ligadas
a computadores”.
No fi nal da década de 90, Hélder
Silvano começou a divulgar os da-
dos que obtinha na sua estação
meteorológica. E o objectivo deixou
de ser só o de compreender, mas
passou a ser também o de disponi-
bilizar informação “de uma maneira
agradável”. Esta actividade não lhe
consome muito tempo diariamente,
a não ser quando decide fazer alte-
rações no sítio da internet. Neste sí-
tio já teve mais de um milhão e meio
de visitas: “São normalmente as mes-
mas pessoas, mas dá uma média de
cento e tal visitas por dia”. Mas tudo
depende das condições do tempo.
Por exemplo, no actual momento as
pessoas procuram muita informa-
ção, na ânsia de verifi car se alguma
chuva virá nos próximos tempos.
Para além de servir os particulares,
as informações que Hélder Silvano
disponibiliza são também muito im-
portantes para organismos como a
Protecção Civil e as corporações de
Bombeiros. Graças à actualização
ao segundo, as suas informações
chegam a ser mais importantes
do que as do próprio Instituto de
Meteorologia. Aliás, uma das maio-
res gratifi cações que Hélder Silvano
tem é a de já ter dado informações
preciosas, nomeadamente no com-
bate aos incêndios.
Informações em http://meteoa-
brantes.no-ip.info e http://meteo-
sardoal.no-ip.info
Hália Costa Santos
UM SERVIÇO PRIVADO QUE AJUDA A ESCOLHER A ROUPA E A COMBATER INCÊNDIOS
Sardoal também já tem estação meteorológica
• Hélder Silvano vendo a página do Sardoal, na internet
A Associação de Desenvol-
vimento Cultural Palha de
Abrantes e o Agrupamento
de Escolas Dr. Manuel Fer-
nandes organizaram a ter-
ceira edição do evento Con-
ferências do Liceu subordi-
nada ao tema “Cenografi as”,
na Assembleia Municipal de
Abrantes, no passado dia 23
de Março.
O convidado, Jorge Silva e
Melo, intelectual polivalente,
já foi argumentista, encena-
dor, actor, autor e fez ainda
cinema e crítica. A sua última
obra, a encenação da peça “A
Morte de Danton”, de Georg
Büchner, foi apresentada a 2
e 3 de Março em Guimarães,
Capital Europeia da Cultura.
A peça, com grande projeção
nos media, envolve a partici-
pação de 43 actores em palco.
O director do Agrupamento
de Escolas Dr. Manuel Fernan-
des, Alcino Hermínio, acre-
dita que com esta iniciativa
é possível “proporcionar aos
nossos alunos um contacto
com pessoas do mundo da
cultura, pessoas com muita
qualidade, que têm atrás de
si um passado de coisas inte-
ressantes”. Por outro lado, os
alunos são colocados peran-
te “o desafi o de apresentar os
convidados, de falarem em
público e vencer a timidez”.
O director reconhece que se
trata de uma experiência que
a escola, “só com as aulas,
não satisfaz, mas que é mui-
to importante porque os vai
preparar para o prossegui-
mento dos estudos na uni-
versidade”.
Esta aposta é direcionada
principalmente para o ensi-
no secundário. O director ex-
plicou que “cada vez que um
convidado vem a Abrantes
faz duas conferências, uma
às cinco da tarde para os alu-
nos do secundário da nossa
escola e outra à noite aber-
ta ao público”. Desta forma,
qualquer pessoa interessa-
da num tema e em partici-
par nas conferências pode
fazê-lo na sessão da noite.
Alcino Hermínio sublinha
ainda o orgulho pelo trabalho
realizado pelos alunos: “Parti-
cipam com muito entusias-
mo e, pessoalmente, emo-
ciona-me muito e fi co muito
orgulhoso do trabalho deles.”
A palestra, que se iniciou
com uma declamação do po-
ema “Balanço do fi lho mor-
to”, de Vinícius de Moraes, por
alunos do 10º ano do agrupa-
mento de escolas Dr. Manuel
Fernandes, prolongou-se nu-
ma conversa fl uente princi-
palmente sobre teatro.
O evento juntou alunos e
professores e surpreendeu
Jorge Silva e Melo: “Gostei
muito desta iniciativa, inte-
grar desta forma tão delicada
os alunos, acho que isso é ab-
solutamente extraordinário.”
Nas duas conferências ante-
riores foram oradores o pro-
fessor Fernando Pina, dou-
torado em química pela Uni-
versidade Nova de Lisboa, e
Frei Bento Domingues, cro-
nista do jornal Público.
Mafalda Vitória
A próxima conferência do Li-
ceu, dia 20 de Abril, subordina-
da ao tema “Sinais de Alerta”,
terá como protagonista por Fer-
nando Alves, jornalista da TSF.
Fernando Catroga, professor
catedrático de História na Uni-
versidade de Coimbra, aborda-
rá o tema “Historia, para que
serve em tempos de crise” em
25 de Maio.
Conferências do Liceu com Jorge Silva e Melo
• Jorge Silva Melo na conferência “Cenografi as”
jornaldeabrantes
especial sardoal • semana santa
Eis a Semana Santa e Páscoa em
Sardoal. São dias diferentes porque
o povo daqui assim os faz. Remon-
tam a épocas ancestrais as convic-
ções religiosas destas gentes. Gentes
que tentam percorrer os caminhos
da terra (que bem difíceis estão…)
como preito à conquista do Céu.
Mas esta devoção, deverá também
ser entendida numa perspectiva cul-
tural mais vasta, enquanto carac-
terística sociológica endógena da
comunidade, envolvendo não ape-
nas os cristãos, mas as instituições
e as pessoas que professam outras
ideias, agnósticos, ateus e laicos.
A imponência, o simbolismo e o bri-
lho dos rituais da Semana Santa no
Sardoal são, desde há muito tem-
po, motivo de orgulho para a vila,
atraindo inúmeros visitantes das
redondezas e de sítios mais afasta-
dos. Já nos anos 70 a Procissão dos
Fogaréus era sempre documentada
pela RTP, merecendo destaque de
honra no telejornal. O País podia ver
(na altura a preto e branco), o ma-
jestoso e místico desfi le dos fi éis, ao
longo do percurso entre a Igreja da
Misericórdia e o Convento de San-
ta Maria da Caridade, empunhan-
do velas e archotes acessos. Mas a
evolução da vida e as transforma-
ções da sociedade, sobretudo após
o 25 de Abril de 1974, levaram a que
estas celebrações registassem algu-
ma quebra de mobilização popu-
lar até meados dos anos 80. Depois,
pouco a pouco, as tradições foram
sendo retomadas e valorizadas, so-
bretudo à medida que alguns pre-
conceitos culturais e equívocos po-
líticos foram sendo ultrapassados.
Com mais força e consistência desde
1995, a aposta assumida na divul-
gação da Semana Santa, por parte
do Município, em estreita ligação
com a Paróquia de Santiago e São
Mateus e a Santa Casa da Misericór-
dia, mais não foi que o reconheci-
mento formal das potencialidades e
genuinidade destas manifestações,
as quais confi guram uma importante
fonte geradora de benefícios sócio-
económicos, culturais e turísticos.
Por isso, independentemente das
razões da nossa consciência dialé-
tica ou da complexidade do pensa-
mento fi losófi co ou ideológico de
cada um, a Semana Santa no Sar-
doal é, acima de tudo, um acervo
patrimonial da nossa personalidade
colectiva. Que as realidades do quo-
tidiano também se cumprem com as
graças de Deus… ou talvez não…
Mário Jorge Sousa
Com as graças de Deus…
A imponência, o simbolismo e o brilho dos rituais da Semana Santa no Sardoal são, desde há muito tempo, motivo de orgulho para a vila
Foto
de
Paul
o So
usa
Foto
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Paul
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usa
jornaldeabrantes
ABRIL201212 ESPECIAL SARDOAL - Semana Santa
RICARDO ALVES
Semana Santa no Sardoal. As pro-cissões, a grandiosidade das cele-brações religiosas. Um concelho entregue ao convívio, à alegria e solenidade, em momento de crise profunda, que poucos percebem mas sentem. Aqui antecipa-se a Se-mana Santa, os cheiros, os risos que se propagam pela vila, os copos emborcados pela amizade, a fé dos homens e mulheres, dois lados da mesma história, um enredo trágico cómico do que é a condição huma-na. Miguel Borges, vice-presidente da Câmara Municipal do Sardoal, sentado no seu escritório, conta o que sabe disto, e de outras coisas.
O que é a Semana Santa para os sardoalenses?
É um momento alto do nosso con-
celho. Não só em termos religiosos,
porque é de fé e religiosidade, mas
também porque é um ponto de en-
contro para os sardoalenses e mui-
tos visitantes que vêm de fora, pela
questão cultural em torno das festi-
vidades e do ponto de vista estraté-
gico turístico do concelho.
Nesta altura de crise, Fátima vê aumentar os seus visitantes e consequentemente as suas re-ceitas. Isso pode acontecer nesta manifestação sardoalense?
Em momentos de crise as pessoas
refugiam-se em algo não material, e
esta crise é material. A Semana San-
ta no Sardoal e todas as festividades
religiosas são momentos de gran-
de introspecção, de carga religiosa
profunda. Cada um terá a sua for-
ma de estar presente perante este
fenómeno religioso, cultural e, por
que não, também turístico.
As associações têm uma grande presença nesta Semana Santa. Qual é o peso delas nas festividades?
A Semana Santa é organizada pe-
las diferentes irmandades e pela Fá-
brica da Igreja. Claro que depois há
associações do nosso concelho que
se juntam e organizam outras activi-
dades, algumas delas ligadas à Se-
mana Santa, outras não.
Qual foi o efeito da crise no orça-mento destas festas?
Já o ano passado houve esse cons-
trangimento. Sabemos que temos
um concelho com poucas receitas
próprias, que vive muito à custa do
orçamento de Estado, e sabemos
que há dois, três anos estamos em
contenção. Não queremos de forma
alguma transformar o nosso conce-
lho num concelho cinzento, é antes
um concelho onde as coisas con-
tinuam a ser feitas como no passa-
do, só que com outra racionalidade
e recorrendo à capacidade do saber
fazer que temos, em vez de pedir a
outros.
Fora da Semana Santa o que po-de o Sardoal oferecer nesta área?
Temos um turismo religioso que
tem o seu ponto alto na Páscoa. O
que temos de saber fazer é potenciar
toda essa riqueza ao longo de todo
o ano. Não nos podemos esquecer
que temos essa riqueza, nomeada-
mente os quadros do mestre do Sar-
doal, por exemplo, as próprias cape-
las, e todos os fi ns-de-semana temos
grupos de visitantes organizados, ou
não. É um património que queremos
valorizar, que faz parte da nossa es-
tratégia em termos turísticos, tam-
bém em termos de desenvolvimen-
to económico para o nosso concelho.
Preocupa-o uma eventual que-bra geracional na transmissão dos saberes e tradições, nomea-damente a nível da religiosidade tão presente no concelho?
A Câmara Municipal tem de trans-
mitir aquilo que a Igreja tem ao ní-
vel da cultura, de património cultu-
ral edifi cado, mas também imaterial,
e aí nós somos riquíssimos. Veja-se a
tradição de enfeitar as capelas, que
tem passado de pais para fi lhos. A
minha mulher lembra-se de ir com
a família decorar a Igreja da Miseri-
córdia com tapetes de fl ores e hoje
são os nossos fi lhos que o fazem. É
importantíssimo que os jovens per-
cebam que têm um património ri-
quíssimo edifi cado (como é o caso
das igrejas, dos painéis de azulejos,
dos quadros do mestre do Sardoal)
e também um património imaterial,
que são as próprias procissões e tudo
tem de ser transmitido aos jovens.
Então a crise é uma oportunida-de e o momento difícil, juntamen-te com a religiosidade, pode tra-zer mais pessoas ao Sardoal?
Quando há dinheiro pensamos em
grande, quando não há damos valor
às coisas pequenas
O Sardoal tem então aqui vários elementos que em altura de crise podem ser mais-valias: a religiosi-dade, a cozinha fervida, o voltar às bases
A natureza também, nós temos um
património natural valiosíssimo, fan-
tástico. Podemos valorizá-lo. Estamos
perto de tudo e todos estão perto
de nós. Só temos de saber divulgar!
Portanto, o concelho do Sardoal é um concelho muito ligado à cul-tura e às artes?
E não só o Sardoal. Os mais 10
mil utilizadores do Centro Cultu-
ral vêm também dos concelhos de
Abrantes, Mação, Sertã, Vila de Rei.
Nós oferecemos o cinema às pes-
soas. O cinema faz parte da nossa
tradição. Quem vem ver cinema vê
também uma exposição de máqui-
nas antigas de projecção de fi lmes.
Dizer que o investimento no Centro
Cultural foi um exagero é não saber
o que se diz.
O que é que diria aos jovens que entram no mercado de trabalho para se manterem cá?
É verdade que nós não temos uma
grande oferta de trabalho, tal como
não tem o país. Mas temos acessibi-
lidades que fazem com que esteja-
mos perto de tudo. As pessoas po-
dem estar a trabalhar nos concelhos
limítrofes porque o Sardoal está per-
to de tudo. Mas de uma coisa temos
a certeza: quando regressam ao Sar-
doal as pessoas têm sossego e qua-
lidade de vida, têm oferta cultural,
têm segurança. E temos uma apos-
ta na componente de apoio à famí-
lia nos jardins de infância e nas esco-
las. Esta é a nossa riqueza: turismo
religioso, oferta cultural e educação.
Temos de afi rmar-nos nestes eixos
em termos regionais. Já lá vai o tem-
po em que o concelho vizinho tinha
uma piscina olímpica e nós também
tínhamos de ter.
“Cada um terá a sua forma de estar presente perante um fenómeno religioso”
MIGUEL BORGES, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SARDOAL
jornaldeabrantes
ABRIL2012 ESPECIAL SARDOAL - Semana Santa 13
Antigamente as amên-
doas vendidas pela Sema-
na Santa do Sardoal, eram
motivo para o inicio de um
namoro, hoje assumem
outro objectivo, adoçar a
boca.
Manuela Bento, natural
da freguesia de Panascos,
é a responsável pelo for-
necimento das amêndoas,
que vão ser vendidas no
átrio da Casa Grande em
Sardoal.
A comerciante recorda
os tempos que alguns na-
moros começaram com as
amêndoas. “O rapaz ofe-
recia um pacote de amên-
doas à rapariga e era assim
que muitas conversas sur-
giam, muitas empatias se
criavam”.
No passado, segun-
do Manuela, a venda das
amêndoas era muito supe-
rior. “Vinham famílias com-
prar amêndoas ao meu es-
tabelecimento e levavam
às centenas de pacotes,
hoje já não é assim, com
a crise as pessoas só com-
pram o essencial”.
Durante os dias da Se-
mana Santa a comercian-
te vai ter várias qualidades
destes pequenos doces:
amêndoas lisa cores, so-
bremesa, drageias, choco-
late, os ovos e as galinhas
representativas da Páscoa.
Qualidades para todos os
gostos e que Manuela, um
dia gostava de fazer em
casa. ”Nunca fi z amêndoas,
mas é algo que um dia ain-
da vou experimentar!”
A comerciante encara
esta oportunidade do mu-
nicípio do Sardoal como
uma ajuda ao seu negócio
e referiu ao JA que “as ex-
pectativas para os dias da
festa religiosa são as me-
lhores”.
JMC
Para o provedor da SCMS, é mais uma edição da Semana Santa e é também a celebração do seu modo de viver, de sentir a fé em Deus. Anacleto Silva Batista, de 74 anos, sardoalense, recorda que o Sardoal tem uma tradição “que mudou um pouco” desde os seus tempos “de menino e moço”.
“A procissão dos Passos era na sex-
ta-feira, interrompiam-se todos os
trabalhos do campo e toda a gen-
te, das aldeias em volta, se desloca-
va aqui. Depois entendeu-se fazer
também ao fi m-de-semana para ter
maior possibilidade de participa-
ção das pessoas. As reformulações
podem ser maiores ou menores, as
cerimónias mais ou menos soleni-
zadas, mas a tradição mantém-se
inalterada.”
Anacleto Batista já esteve envolvi-
do em muitas edições, “umas com
participação directa, outras indi-
recta”. O provedor não sente um
decréscimo no número de visitan-
tes ou de fi éis que participam nas
cerimónias. Um dos factores que
aponta para essa manutenção ao
nível da adesão é “a certeza abso-
luta que a tradição no Sardoal tem
passado de pais para fi lhos”. Con-
ta que estas celebrações têm umas
centenas largas de anos, sendo di-
fícil estabelecer uma data concreta,
“mas seguramente há muito tempo
que existem”.
Em tempos de crise acentuada, a
SCMS tem sentido um aumento nos
pedidos de auxílio de carenciados.
Anacleto Batista admite-o, mas
também critica: “Somos muito pe-
dinchões mas pouco agradecidos”.
Para a Semana Santa deixa uma
sugestão: “As pessoas podem, por
exemplo, pedir que chova junto da-
quele que tudo manda. Tenho pro-
curado viver a vida na fé e com a fé,
tendo a certeza absoluta que quem
comanda tudo isto é Deus.”
Na perspectiva do provedor da
SCMS, a maior mensagem da Se-
mana Santa é essencialmente a vi-
tória da vida sobre a morte. Acres-
centa que, “evidentemente, nas-
cemos para morrer mas a grande
lição é a vitória da vida sobre a
morte”. O sardoalense de gema
gosta de todas as celebrações, sem
conseguir escolher uma em espe-
cial. “A Semana Santa tem sempre,
para mim, aquele sentido máximo
de uma doação total do fi lho de
Deus que se entrega em plenitu-
de e depois diz ’eu venci a morte e
convido-vos a vir comigo’. É assim
que eu vivo.”
A SCMS terá a capela do Senhor
dos Remédios enfeitada com tape-
tes de fl ores, feitos pelos idosos do
lar, juntamente com os monitores
e pessoal. “É sempre uma altura es-
pecial para eles, um orgulho. Tem
sido uma mobilização muito gran-
de, uma vaidade”. No ano passado
os utentes da SCMS participaram
como fi gurantes na encenação da
Paixão de Cristo, pelo GETAS e este
ano voltarão a fazê-lo. “A maior par-
ticipação da SCMS é na quinta-feira
santa, nos outros dias incorporamo-
nos na comunidade”.
Ricardo Alves
• Manuela Bento responsável pelas amêndoas na Semana Santa
• Anacleto Batista provedor da Santa Casa da Misericórdia
A vitória da vida sobre a morte
ANACLETO BATISTA É O PROVEDOR DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DO SARDOAL (SCMS)
Actividades culturais na Semana Santa no Sardoal
Tradição das Amêndoas repete-se no Sardoal
Durante a semana Santa no Sardo-
al, para além do programa religio-
so, haverá uma programação cultu-
ral diversifi cada. Para comemorar os
150 anos a Filarmónica União Sardo-
alense (FUS) organiza uma exposição
que está patente no Centro Cultural
Gil Vicente até dia 29 de Abril. “Pas-
sado, Presente e Futuro – 150 anos
de Vida” é uma mostra de alguns
componentes da banda, como os
vários fardamentos utilizados desde
o seu início, instrumentos, cartazes
e a própria história da FUS. Por sua
vez, o Getas, Centro Cultural de Sar-
doal, vai ter uma exposição de pin-
tura que exibe quadros do seu Clu-
be de Pintura. Esta exposição tem
lugar no Atrium do Getas, de 5 a 8
de Abril. Organizado pelo Getas será
também um teatro de rua que vai
recriar a “Paixão de Cristo”, no dia 7
de Abril, às 15 horas. Da Praça da Re-
pública até ao Convento, esta recria-
ção pretende recriar o percurso de
Jesus Cristo a caminho do Calvário.
O Centro Cultural Gil Vicente recebe,
dia 7 de Abril, o recital de piano por
Ana Cristina Fernandes. Neste con-
certo, com início marcado paras as
17 horas, serão interpretadas obras
de Beethovan, Clara Schumann, Ro-
bert Schumann e Brahms. Todos es-
tes eventos têm entrada gratuita e
inserem-se nas celebrações da Se-
mana Santa do Sardoal.
jornaldeabrantes
ABRIL201214 ESPECIAL SARDOAL - Semana Santa
Tal como nos anos anterio-
res, o GETAS vai marcar pre-
sença na Semana Santa do
Sardoal, desta vez apresen-
tando a peça teatral “A Paixão
de Cristo”. As últimas horas de
Jesus Cristo vão ser retratadas
por cerca de 80 pessoas, entre
actores, actrizes e fi gurantes.
Neste momento teatral,
para além dos actores do gru-
po, o GETAS vai contar com a
participação da Santa Casa da
Misericórdia de Sardoal, atra-
vés dos seus utentes, anima-
dores e funcionárias. Outros
participantes no espectáculo
pertencem ao Grupo de Jo-
vens Católicos, à Associação
da Presa e à Estímulo.
Tânia Maria Falcão, presi-
dente da direcção do GETAS,
contou ao JA que esta é uma
altura de “grande importân-
cia em termos turísticos” para
o concelho. “É uma festa” que
acontece no Sardoal, “com a
componente religiosa eleva-
da ao máximo”.
Para além do teatro, o GE-
TAS, no dia 6 de Abril, vai pro-
mover um passeio pedestre
intitulado “Patrimónios da
Fé”, onde será feita uma visi-
ta a todas as capelas do con-
celho, que se encontram en-
feitadas com diversas fl ores.
“Esta actividade tem atraído
imensas pessoas todos os
anos, é uma forma de conhe-
cermos e darmos a conhecer
o nosso património. A mística
existente nesta altura é mui-
to própria e assim torna-se
interessante participar nesta
visita guiada.”
Para além destas iniciativas,
o Clube de Pintura do GETAS
promove uma exposição de
várias pinturas de tema livre,
patente na Antiga Cadeia nos
dias da Semana Santa.
JMC
A nível cultural, o Getas
organiza um teatro de rua
em que recria a “Paixão de
Cristo”, uma grande produ-
ção, envolvendo várias de-
zenas de fi gurantes, no Sá-
bado Santo, dia 7 de Abril,
com início às 15 horas, na
Praça da República. O GE-
TAS vai também levar a efei-
to uma Exposição de Pintu-
ra no “Atrium” (a sua sede),
entre 5 e 8 de Abril, com
trabalhos do seu Clube de
Pintura. Na sexta-feira, dia
6, de manhã organizará um
Passeio Pedestre, cujo tema
versará sobre “Património
de Fé”. No dia 7 de Abril, sá-
bado, realiza-se um recital
de piano por Ana Cristina
Fernandes, no Centro Cul-
tural Gil Vicente, pelas 17
horas. Serão interpretadas
obras de Beethoven, Clara
Schumann, Robert Schu-
mann e Brahms.
Nos dias 5, 6, 7 e 8 de Abril
há animação musical e
lúdica no Bar do Centro Cul-
tural, entre as 13 e as 4 ho-
ras da madrugada, a cargo
da “Estímulo” – Associação
de Jovens de Sardoal.
No espaço de entrada do
núcleo central da Casa Gran-
de estará o “Doce Quiosque”
com venda de amêndoas.
É nos dias 1, 5, 6, 7 e 8 de
Abril, a partir das 15 horas.
O programa religioso, or-
ganizado pela Paróquia
de Santiago e São Mateus,
Santa Casa da Misericórdia
e Irmandades, terá as habi-
tuais cerimónias que levam
milhares de pessoas ao Sar-
doal. Os momentos altos
são a Procissão do Senhor
da Misericórdia (Fogaréus)
na quinta-feira, 5 de Abril,
realizada com a iluminação
da rede pública desligada
nas principais artérias da
vila. O ambiente místico é
acentuado pela luz das ve-
las, archotes e candeias.
Segundo os dicionários, a
palavra “fogaréus” designa
fogueira, fogacho, adorno
escultural em forma de cha-
ma. Pensa-se que provém
da expressão portuguesa
‘Fogarel’, mas não há certe-
zas quanto a isso. A Procis-
são dos Fogaréus é orga-
nizada pela Irmandade da
Santa Casa da Misericórdia
de Sardoal e integra o Ser-
mão do Mandato, na Igreja
do Convento de Santa Ma-
ria da Caridade. A Filarmó-
nica União Sardoalense en-
toa marchas fúnebres ao
longo do percurso.
No dia 6 de Abril, Sexta-
feira Santa, há a Procissão
do Enterro do Senhor na
qual participam a Irman-
dade da Vera Cruz ou dos
Santos Passos e a Irman-
dade do Santíssimo Sacra-
mento. O percurso é pelas
Ruas Velhas até à Igreja de
Santa Maria da Caridade
e regresso à Matriz, onde,
de seguida, se realizam as
Cerimónias do Enterro do
Senhor.
No dia 8 de Abril, domin-
go, realiza-se a Procissão da
Ressurreição. Nesta Procis-
são pretende-se demons-
trar a alegria pelo triunfo
de Cristo Ressuscitado que
os Cristão proclamam, vi-
brantemente, como sua. A
Matriz de Sardoal estará de-
corada com fl ores. Os para-
mentos dos Sacerdotes são
de cores mais alegres e para
a Procissão da Ressurreição,
que sai da Matriz, com um
percurso mais curto que o
das procissões dos dias an-
teriores, na zona central da
Vila de Sardoal. As ruas es-
tarão também cheias de
fl ores e verdura. Nas janelas
de muitas casas serão colo-
cadas as colchas mais ricas
e bonitas, criando um am-
biente solene, mas de Festa
e Alegria.
É grande o empenhamento
da comunidade cristã, e não
só, nos enfeites de Igrejas e
Capelas de Sardoal, com ta-
petes feitos à base de péta-
las de fl ores, verduras natu-
rais e outros acessórios, al-
faias e artefactos simbólicos
alusivos à Semana Santa e
Páscoa.
Estima-se que mais de duas
centenas de pessoas partici-
pem nestas tarefas. A partir
de Quinta-feira Santa (5 de
abril) até Domingo de Pás-
coa (8 de abril) o chão dos
templos recebe o talento
dos moradores circundantes
de cada Igreja ou Capela, de
associações, dos utentes do
Lar da Misericórdia e de mui-
tas pessoas, mesmo agnós-
ticos, não-praticantes ou de
outras convicções religiosas,
de várias idades e extratos
sociais.
Tradição cultural de pro-
fundo envolvimento popu-
lar que se julga ser única
(ou quase única) no país, re-
monta a tempos muito anti-
gos, sabendo-se que já exis-
tia com grande esplendor
no século XIX, factos con-
fi rmados pela leitura de jor-
nais da época. Os trabalhos
de enfeite têm lugar na noi-
te de quarta-feira, prolon-
gando-se alguns pela noite
dentro.
Os enfeites são efetuados
nas Igrejas da Misericórdia e
do Convento de Santa Maria
da Caridade e nas Capelas
de S. Sebastião, Espírito San-
to, Nossa Senhora do Carmo,
Santa Catarina, Sant’Ana e
Senhor dos Remédios.
As Igrejas e Capelas enfeita-
das são um dos pontos altos
das Solenidades da Semana
Santa e Páscoa no Sardoal,
atraindo milhares de visitan-
tes, todos os anos. Na edição
deste ano uma miniexposi-
ção fotográfi ca instalada em
cada um dos templos, recor-
dará os arranjos fl orais efetu-
ados nos últimos sete anos.
Mário Jorge Sousa
Flores e verduras nos templos de Sardoal
PROGRAMA
A semana Santa no Sardoal é um momento alto no concelho a nível religioso, cultural e turístico
A vertente teatral exaltada na Semana Santa
Foto
de
Paul
o So
usa
Foto
de
Paul
o So
usa
Foto
de
Paul
o So
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jornaldeabrantes
ABRIL2012 CULTURA 15
A Santa Casa da Misericórdia de Abrantes
LUGARES COM HISTÓRIA
TERESA APARÍCIO
Alguns autores, como Costa Go-dolfi m, situam a fundação da San-ta Casa da Misericórdia de Abrantes no ano de 1504, mas a verdade é que ainda não apareceu, até agora, qualquer documento em que esta data apareça referida.
A primeira data documentada é a
de 1516, pois aparece no “Compro-
misso do Regimento dos Ofi ciais da
Santa Confraria da Misericórdia” e
em 1528 o seu compromisso é con-
fi rmado por uma carta régia, assina-
da pelo rei D. João III.
Em Março de 1532, por alvará
do Infante D. Fernando, fi lho de D.
Manuel I, foi-lhe anexado o hospital
do Salvador. Este foi mandado erigir
pelo primeiro conde de Abrantes, D.
Lopo de Almeida e por sua mulher
D. Brites da Silva, no local onde a Co-
roa tinha um celeiro “no qual se reco-
lhia o pão dos reguengos de Abrantes
e que se situava no cabo da rua da
feira”, hoje denominada rua Dr. José
Joaquim de Oliveira. Efectivamente,
o rei D. João II autorizou a sua cons-
trução em 1483 e, em 1488, já estava
construído o hospital do Salvador,
denominação que o acompanhou
durante a sua longa existência, de
perto de quinhentos anos, pois fun-
cionou até 1985, embora, nos últi-
mos anos, já não ligado a esta ins-
tituição. Uma vez desactivado, o
espaço foi restituído novamente à
Misericórdia e foi reconvertido, para
lá instalar o Lar da Terceira Idade D.
Leonor Paller Carreras Viegas, inau-
gurado em 25 de Abril de 1992. Na
altura das obras, foram encontra-
das várias talhas de barro, em muito
bom estado de conservação, vestí-
gios do antigo celeiro do rei D. João
II e que, ainda hoje, algumas podem
ser vistas sob o chão envidraçado
do refeitório do Lar.
Junto à Casa da Misericórdia, foi
construída uma igreja em data in-
certa, sabe-se apenas que no seu
bonito portal renascença, virado a
norte, se encontra inscrita a data de
1548. Contudo, a igreja pode ser an-
terior e só posteriormente ter sido
embelezada com o portal. Além da
data, também o nome do mestre
responsável pela obra, Gaspar Di-
niz, se encontra inscrito num dos
pináculos laterais. A forte porta de
madeira é enquadrada por duas pi-
lastras de pedra e por um arco de
volta inteira. A parte superior des-
te está ladeada por dois bustos bas-
tante salientes, representando mi-
litares com capacete à maneira ro-
mana, um mais velho e com barba,
o outro mais jovem e sem barba. O
seu olhar converge para o centro do
arco.
Por cima, encontra-se um meda-
lhão, no qual foi inserida, em alto-
relevo, a imagem coroada de Nos-
sa Senhora da Misericórdia, com
o manto aberto, como é habitual,
seguro por dois anjos e, abrigados
por este, estão alguns suplicantes
de mãos postas. Sobre o medalhão,
ergue-se um pináculo, no cimo do
qual se encontra um pelicano e um
camaroeiro, insígnias respectiva-
mente do rei D. João II e de sua es-
posa D. Leonor, responsável pela
criação das Misericórdias.
O interior da igreja merece uma vi-
sita atenta. Aqui destaca-se a cape-
la-mor, onde se pode admirar um
belo altar de talha dourada, da épo-
ca de D. João V e seis famosas tábu-
as pintadas, onde fi guram cenas da
vida de Cristo e da Virgem e que são
consideradas uma obra-prima da
pintura quinhentista.
Na Sala do Defi nitório, no primei-
ro andar, encontram-se uns interes-
santes painéis de azulejos, represen-
tando as sete Obras de Misericór-
dia Corporais: dar de beber a quem
tem sede, dar de comer a quem tem
fome, vestir os nus, dar pousada aos
peregrinos… No centro, está uma
sólida mesa redonda, de madeira, à
volta da qual se sentavam os mem-
bros da Irmandade, para discutirem
os assuntos respeitantes à vida da
instituição. Atrás do lugar destina-
do ao provedor, vê-se um oratório
envidraçado, com um Cristo Crucifi -
cado, lembrando que devia ser Ele
o inspirador de toda a vida da ins-
tituição.
Bibliografi a: Morato, Manuel António e Mota,
João V. da Fonseca, “Memória Histórica
da Notável Vila de Abrantes”, edição da
Câmara Municipal de Abrantes, 1981
Assis, José Luis, “Pórtico Renascentis-
ta da Igreja da Misericórdia de Abrantes,
Jornal de Alferrarede, Janeiro, Feverei-
ro, Março Abril, Maio de 1995
jornaldeabrantes
ABRIL201216 CONSTÂNCIA
As já tradicionais Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem estão de regresso e vão decorrer de 7 a 9 de Abril. Este ano a crise levou a Câma-ra Municipal a “apertar o cinto” e a repensar o modelo do certame.
A colaboração da população, as
escolas, as associações e os co-
merciantes são, segundo o presi-
dente da Câmara Municipal, Máxi-
mo Ferreira, “imprescindíveis para
a realização da festa com gran-
de tradição” e com uma com-
ponente religiosa bem vincada.
O número de dias dos festejos
vai sofrer uma redução (de qua-
tro para três) e as actividades
desportivas e culturais também
vão ser menores. Casos como a
Mostra Nacional de Artesanato, o
Grande Prémio da Páscoa em Atle-
tismo e o espectáculo de encerra-
mento com fogo-de-artifício eram
valências habituais da festa que não
vão acontecer nesta edição 2012.
A animação vai centrar-se na Pra-
ça Alexandre Herculano e começa
no dia 7 de Abril, com a actuação
da Banda Filarmónica de Montalvo
e do grupo “Declínios”.
Já no dia 8, vai decorrer uma tar-
de de Folclore, com os grupos: Ran-
cho Folclórico «Os Camponeses» de
Malpique (Constância), Rancho Fol-
clórico e Etnográfi co de Casais de
Revelhos (Abrantes) e ainda o Ran-
cho Folclórico “As Lavadeiras” de As-
seiceira (Tomar).
Uma das atracções para este ano
destacada pela vereadora, Júlia
Amorim, é um concerto denomi-
nado “Os Sons de Mechelen e Cons-
tância” – Sinos de mão e outros ins-
trumentos, promovido pelas Esco-
las Jef Denyn e CICO. A “Banda T” e o
grupo musical “Anaquim” também
vão subir a palco.
No que é respeitante à actividade
desportiva, vai decorrer a 27ª Desci-
da dos 3 Castelos – Turismo Náuti-
co, uma organização do CLAC, Clu-
be de Lazer, Aventura e Competi-
ção, que acontece no dia 7.
O Parque de Merendas vai ser o
palco da Mostra de artesanato e do-
çaria, intitulada Saberes e Sabores e
onde os comerciantes de Constância
vão poder vender os seus produtos.
Já no Posto de Turismo estará pre-
sente a exposição de fotografi a
“Tejo Sentido” e no edifício da An-
tiga Cadeia uma exposição com o
tema “Procissão de Nossa Senhora
da Boa Viagem Passado e Presente”.
A típica gastronomia presente nas
tasquinhas, restaurantes e cafés vai
ser motivo de interesse, como tam-
bém as tradicionais ruas fl oridas.
Joana Margarida Carvalho
APESAR DA CRISE
Constância volta a estar em Festa!
AVALIADORES IMOBILIÁRIOSEmpresa do ramo imobiliário pretende recrutar avaliadores imobiliários, no regime de prestação de serviços, para os distritos de Castelo Branco, Santarém, Leiria e Portalegre. Os interessados deverão enviar o seu curriculum vitae, com indicação da sua morada e dos distritos/concelhos a que se candidatam, para o seguinte endereço electrónico: recursos.humanos@netvisao.pt
jornaldeabrantes
ABRIL2012 CONSTÂNCIA 17
“Esta é uma festa para o povo”Nos dias de hoje, que signifi ca-
do é que têm as festas da Nossa Senhora da Boa Viagem?
Esta festa tem uma grande tradi-
ção para as pessoas de cá. Hoje em
dia nenhuma pessoa que reside no
concelho “andou” pelos rios, mas
“andou” o pai ou o avô dessa mes-
ma pessoa. Com a bênção dos bar-
cos o que fazemos é recordar velhas
tradições, é cultivar memórias, que
tinham grande importância para
Constância.
São as vivências dos marítimos
que são exaltadas e recordadas,
mas não só: a nossa actividade liga-
da à agricultura é também lembra-
da. Infelizmente, hoje a agricultura
é um sector com pouca expressão
no concelho, contudo no passado
não era assim. Nós temos registos
que comprovam que a freguesia de
Montalvo era o maior centro de pro-
dução de azeite do Ribatejo, em ter-
renos que hoje se encontram com-
pletamente abandonados. Uma ac-
tividade que se perdeu e que é uma
pena.
As festas deste ano continuam
com o objectivo de divulgar a nossa
terra, que é muito bonita, tem uma
forte tradição e deve ser visitada.
Em tempo de crise, foi estuda-da alguma forma de fazer com que as festas continuem não só a atrair os visitantes habituais, mas
também procurando novos pú-blicos?
Nós temos alguns turistas que são
visitantes habituais, pois têm uma
ligação a Constância devido à tradi-
ção dos rios. Já temos uma presença
no Facebook, porque entendemos
que é uma ferramenta importante
de divulgação, contudo considera-
mos que esta é uma festa do povo
e é procurada desde sempre pelas
pessoas de cá e que tenham ligação
a Constância. Em Junho, por exem-
plo, nas Pomonas Camonianas, a
perspectiva já é diferente, os públi-
cos já são outros e a estratégia de
comunicação também é outra.
Quais são os próximos desafi os do concelho naquilo que depen-de da Câmara Municipal?
O que depende de nós é a racio-
nalização de custos, alguma con-
tenção na perspectiva de novos
projectos e uma preocupação mui-
to grande em sobreviver. Esta crise
é imposta às pessoas e o Governo
entende que a salvação é difi cultar
ainda mais a vida aos portugueses.
Nós não concordamos com esta
visão, mas estamos integrados no
país e temos de nos adaptar. O mu-
nicípio não tem dívidas, temos feito
uma gestão cuidadosa, mas quan-
to a novos projectos o caminho é
aguardar. Desde Fevereiro de 2011
que o acesso a fundos está fechado
pelo Governo, resta-nos esperar pe-
las novas regras, para que possamos
saber como levar por diante projec-
tos pioneiros para o concelho.
Há alguma perspectiva de di-versifi cação no sector empresa-rial do concelho?
Não há e mediante o panorama
actual gostaríamos muito que as
coisas não se complicassem para
as empresas que já estão sediadas.
Sabemos que na zona industrial de
Montalvo algumas empresas têm a
possibilidade de alargar a sua activi-
dade e que já nos pediram mais es-
paço. A Caima tem em vista um in-
vestimento de mais de 30 milhões
de euros e a Tupperware está de
boa “saúde”(risos). Uma das gran-
des mágoas que tenho é que não
apareça nenhum investidor no do-
mínio da agricultura, pois temos
condições de excelência para esta
aposta.
O Centro de Ciência Viva é um pólo de atracção. Como tem sido dinamizado?
Temos mantido o Centro intocável
e temos feito de tudo para que este
possa resistir à crise. No início deste
ano lectivo, o Ministério da Educa-
ção tirou três dos professores que tí-
nhamos destacados no Centro. Isto
diminui a nossa capacidade de res-
posta, mas temos feito de tudo para
manter um trabalho de qualidade.
Para além das actividades no pró-
prio espaço, estamos a desenvolver
um projecto fi nanciado pelo QREN,
que consiste em ir às escolas e levar
para junto dos alunos estes temas li-
gados à Astronomia. Já arrancámos
com o projecto e está a correr mui-
to bem.
O Centro de Ciência Viva não re-
presenta, para já, uma grande pre-
ocupação.
Algumas obras estavam pre-vistas no âmbito da exaltação a Camões, há novidades nesta aposta?
Temos dois projectos previstos.
Um é a requalifi cação da casa ane-
xa à Casa Memória de Camões. É
uma infra-estrutura que está em ru-
ínas e que queremos arranjar para
ampliar o espaço que existe. Junto
ao Jardim Horto de Camões encon-
tram-se dois velhos edifícios que
queremos recuperar para instalar o
espaço de acolhimento ao jardim:
o Posto de Turismo e o Museu dos
Rios e das Artes Marítimas. Por últi-
mo, gostaríamos ainda de instalar
um Varino dos antigos, como sím-
bolo da tradição que existiu. Esta-
mos aguardar que haja uma aber-
tura relativamente aos fundos do
QREN para que possamos seguir
em frente com todos estes projec-
tos.
Qual é o ponto de situação das obras na ponte sobre o Rio Tejo?
As obras ainda vão demorar mais
uns dois, três meses. Estamos numa
fase de pintura do equipamento,
em Junho deverá estar pronta. A
reabertura vai apenas garantir, tal
como já está acontecer, passagem
ao tráfego ligeiro, com alturas infe-
riores a 2,10 metros. Esta situação
não é nada benéfi ca para o conce-
lho, nem para a região pois neces-
sitamos de uma via que não tenha
limitações a veículos. Estamos a fa-
zer pressão junto do Governo para
que seja construída uma nova pon-
te que permita a ligação da A23 à
margem sul do concelho de Cons-
tância, Abrantes e Chamusca. Este
acesso é muito importante para o
bom funcionamento da actividade
empresarial da região.
Joana Margarida Carvalho
MÁXIMO FERREIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CONSTÂNCIA
*A PARTIR DE 7 DE ABRIL
GRILL
TAKE AWAYENCOMENDE
AGORA* 241 365 222
jornaldeabrantes
ABRIL201218 SAÚDE
A Saúde Oral nos Jovens do ZêzereSecção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere
No presente, a cárie dentária é
ainda uma das doenças crónicas
que mais afecta a população mun-
dial, principalmente a infanto-juve-
nil. Preocupada com esta situação,
a Organização Mundial da Saúde
(OMS) defi niu que em 2020 todos
os Estados europeus devem de ter
pelo menos 80% das crianças de 6
anos livres de cárie e aos 12 anos a
média de dentes cariados (C), perdi-
dos (P) e obturados (O) por criança
(CPO) não deve ultrapassar o valor
de 1,5.
Constituído o Agrupamento de
Centros de Saúde do Zêzere (ACES),
a Coordenação da Saúde Oral (SO)
da Unidade de Saúde Pública sen-
tiu necessidade de conhecer a rea-
lidade dentária da população de 6,
9 e 12 anos na sua área geográfi ca
de infl uência. Assim nasceu o estu-
do de prevalência “A Cárie Dentária
na População Escolarizada do ACES
do Médio Tejo II – Zêzere: Situação
Actual”. A recolha de informação foi
efectuada por higienistas orais, em
Maio e Junho de 2011. Para esse
efeito, foram observados 458 alu-
nos distribuídos aleatoriamente pe-
los concelhos de Abrantes, Cons-
tância, F. Zêzere, Tomar, Sardoal e V.
N. Barquinha.
Aos 6, 9 e 12 anos apenas 50%,
22% e 46% dos alunos do ACES se
encontram livres da doença. Com-
parando com o último estudo na-
cional (2005), podemos afi rmar que
a nossa situação é menos favorável
aos 6 anos (média nacional: 50,9%)
mas é melhor aos 12 (média nacio-
nal: 28,1%). Também o CPO de 1,27
observado aos 12 anos é inferior ao
nacional (1,48) e ao valor estabeleci-
do pela OMS para 2020.
No concelho de Abrantes, os va-
lores referentes aos alunos livres de
cárie aos 6, 9 e 12 anos são de, res-
pectivamente, 64, 22 e 41%. Que
interpretação deve ser dada a es-
tes valores? Pois bem, em nossa
opinião estes valores poderiam ser
bem melhores. Para isso, bastaria
aumentar a consciência individual
sobre a importância da saúde oral
numa vida saudável. A escovagem
dentária como rotina diária, o con-
sumo moderado de alimentos/be-
bidas açucaradas, o uso de substi-
tutos do açúcar, a utilização de su-
plementos de fl úor e a participação
activa em programas de prevenção
são os pequenos gestos que fazem
as grandes diferenças. No presente
e no futuro. E sempre que possível, a
consulta do higienista oral e do mé-
dico dentista, não apenas quando
estamos em sofrimento, mas tam-
bém por motivos e atitudes preven-
tivas. Não nos podemos esquecer
que só eles aplicam os selantes de
fi ssuras, poderosa arma defensiva
dos dentes permanentes, incluída
nos programas de prevenção que
desenvolvemos nas escolas da nos-
sa área de infl uência e que, por isso
e se os pais quiserem, acessíveis à
população jovem do nosso ACES.
Filipa SerraCoordenadora de Saúde Oral
SAÚDE É ...
jornaldeabrantes
ABRIL2012 CULTURA 19
963 059 827 | 241 365 222 | www.saolourencobytrincanela.com | visitar@saolourencobytrincanela.com
Num misto de edição, vídeo,
desenho, performance, cerâ-
mica, música, colagem, pin-
tura, conservação e restau-
ro, design gráfi co, escultura e
design de equipamento, a ex-
posição “Spin Techs”, que es-
teve em Abrantes desde 25
de Fevereiro até ao fi nal do
mês de Março, recebeu cerca
de 500 visitantes. Só não rece-
beu mais porque o espaço foi
fechado em consequência de
um assalto. Os trabalhos não
foram danifi cados, mas fo-
ram roubados equipamentos
electrónicos essenciais para
algumas das peças expostas.
Numa ligação à Terra, 12 ar-
tistas responderam ao desa-
fi o do comissário da expo-
sição, Paulo Carmona, e re-
presentaram o tema com
trabalhos inéditos, de forma
conceptual, recorrendo a di-
ferentes abordagens e supor-
tes, desde materiais de artes
plásticas a novas tecnologias.
“Uma característica interes-
sante é a interdisciplinarida-
de”, refere Patrícia Bica, do ser-
viço educativo da Associação
NERVOS.
Sandro Ferreira, Ruy Otero,
Tiago Baptista, Rui Martins,
Miguel Neto, Fernando Fadi-
gas, Bruno Cacílio, Paulo Car-
mona, Lúcia Leitão, Paulo Pas-
sos, Renato Vieira e Marco
Serras são os artistas que par-
ticiparam nesta exposição,
que esteve patente na anti-
ga rodoviária em Abrantes.
A mostra, que foi organizada
pelas associações culturais
NERVOS e POGO, culminou
com um concerto experimen-
tal, apresentado por um dos
artistas, Fernando Fadigas.
Todos, nos seus trabalhos, in-
teragiram uns com os outros.
Esta característica da exposi-
ção esteve mais evidente no
trabalho de Paulo Passos, que
representou todos os artistas
com os seus retratos e nomes
“científi cos” em “sacos de se-
mentes”. Quanto ao tema da
exposição, e a propósito do
trabalho de Sandro Ferreira,
Patrícia Bica lembra que “a
Terra nem sempre é sinóni-
mo de fi rmeza e segurança”.
A partir de um mesmo
tema, as abordagens foram
diversifi cadas: a videovigilân-
cia, a ideia de fragilidade de
um automóvel, a Terra en-
quanto motivo de contem-
plação, os sons do interior da
terra, o exército em terraco-
ta da primeira dinastia Ming,
a ligação entre o passado e o
futuro, materiais achados do
lixo e as eras da Terra e um
trajecto dentro de uma es-
trutura, dando valor ao nosso
apressado quotidiano.
Patrícia Bica explica que os
mais velhos, apesar de co-
mentarem que este tipo de
exposição não é para a sua
idade, acabaram por ter curio-
sidade em entrar e observar
as peças. Para as crianças, a
exposição foi explicada de
uma forma especial: “Temos
de tentar encontrar uma liga-
ção entre o que eles apren-
dem na escola e na vida deles
todos os dias com o que vão
encontrar aqui”. A responsá-
vel pelo serviço educativo ex-
plica que as crianças se “diver-
tiram imenso”.
Esta mostra foi a primeira de
um conjunto de exposições
dedicadas aos quatro ele-
mentos. Seguem-se a Água, o
Fogo e o Ar, em cidades como
Tomar e Torres Novas. O pro-
jecto é fi nanciado pela Direc-
ção Geral das Artes. “A Câmara
Municipal de Abrantes partici-
pou apenas cedendo o espa-
ço”, afi rma Patrícia Bica. Quan-
to ao assalto, a Câmara Muni-
cipal “não mostrou qualquer
receptividade”. Até à hora de
fecho desta edição não foi
possível obter uma reacção
da autarquia a esta situação.
Flávia Frazãoaluna de Comunicação Social da ESTA
Trabalhos inéditos de 12 artistas vistos por 500 abrantinos
“What´s next” é o tema da
próxima edição do ARTEC,
Simpósio de Design e Artes
Gráfi cas que desde 1990 se
realiza no Instituto Politécnico
de Tomar (IPT). Este evento,
sem paralelo em Portugal,
terá este ano a sua 22.ª edi-
ção entre 10 e 12 de Maio. A
organização está a cargo dos
alunos fi nalistas da licencia-
tura em Design e Tecnologia
das Artes Gráfi cas.
Mais do que uma forma de
divulgação da licenciatura
em Design e Tecnologia das
Artes Gráfi cas, o ARTEC é uma
ponte entre dois universos: o
académico e o profi ssional.
Todos os anos marcam pre-
sença no evento profi ssionais
ligados à área do design, das
artes gráfi cas e das tecno-
logias, o que constitui uma
mais-valia para os alunos or-
ganizadores e os prepara
para os desafi os que enfren-
tarão à chegada ao merca-
do profi ssional. Este ano pre-
tende-se abordar a evolução
nos diferentes sectores e per-
ceber quais as perspectivas
para o futuro.
Durante os três dias vai ser
possível assistir a conferên-
cias nas áreas de Publicidade,
Design, Multimédia, Impres-
são e Marketing. O programa
será divulgado brevemente.
No dia 10 será inaugurada a
exposição de trabalhos dos
fi nalistas na galeria do IPT. No
dia 11 decorrerá uma mostra
de curtas-metragens, pelas
22h00, no Theatro Bar. A par-
ticipação no evento é gratui-
ta, mas requer um pré-regis-
to no website www.ipt.pt/
artec, onde se poderá ace-
der a mais informações.
ARTEC antecipa o futuro do Design
jornaldeabrantes
ABRIL201220 CULTURA
Abrantes Até 15 de Maio – Exposição “O Azulejo em Abrantes
– Um Percurso de 5 Séculos”- Museu D. Lopo de Al-
meida
Até 27 de Abril – Exposição sobre “Manuel da Fon-
seca 100 anos” – Biblioteca António Botto
Até 4 de Maio – Exposição de pintura e cerâmica
de Fernando d’F. Pereira e Ricardo Casimiro – Galeria
Municipal de Arte
30, 31 de Março e 1 de Abril – Festival Index – Festi-
val de Cinema e Experimentação
1 a 30 de Abril – Exposição “Doces e Sabores da Pás-
coa” – produtos regionais e artesanato – Posto de Tu-
rismo
11 a 13 de Abril – Jornadas da Juventude - Conjun-
to de acções, subordinadas à Solidariedade Interge-
racional
12 de Abril – Entre nós e as palavras… com o au-
tor Fernando Pinto Amaral – Apresentação do livro
“O Segredo de Leonardo Volpi”- Biblioteca António
Botto, às 21h30
14 de Abril – Teatro “Amor Intemporal” – Cine-Teatro
São Pedro, às 21h30
17 de Abril – “A Menina Dança?” – concerto com o
grupo “F&M” – Pequeno auditório do Cine-Teatro
São Pedro, às 15h
27 de Abril – Encontro com o autor David Machado
– Biblioteca António Botto, às 10h30 e às 14h
28 de Abril – Festival de Tunas – Cine-Teatro São
Pedro, às 21h30
Cinema Espalhafi tas, Cine-teatro São Pedro, às
21h30:
4 de Abril – “Meia-Noite em Paris”
7 de Abril – “Happy Feet”
11 de Abril – “Drive”
18 de Abril – “Chris Marker – Jogo Político”
Barquinha Até 30 de Abril – Mostra bibliográfi ca sobre Agatha
Christie - Biblioteca Municipal
14 de Abril - Palestra “Museu Ibérico de Arqueolo-
gia e Arte de Abrantes: um desafi o em construção”,
por Isilda Jana – Centro Cultural, às 17h
Constância 2 a 30 de Abril – Mostra Bio-bibliográfi ca sobre Jor-
ge Amado – Biblioteca Municipal Alexandre O´Neill,
das 10h às 18h30
7 de Abril a 6 de Maio – Exposição de fotografi a de
fotógrafos amadores do Ribatejo – Posto de Turismo
7, 8 e 9 de Abril – Festas do Concelho de Constância
23 de Abril – Maratona de Contos – Dia Mundial do
Livro e do Direito de Autor - Biblioteca Municipal Ale-
xandre O´Neill, das 10h às 18h30
25 de Abril - Descobrir o 25 de Abril a brincar –
Museu dos Rios e das Artes Marítimas, das 14h às
17h30
26 de Abril – Grupo de Leitura sobre Jorge Amado -
Biblioteca Municipal Alexandre O´Neill, às 20h30
DVDteca à Sexta - Biblioteca Municipal Alexandre
O´Neill, às 15h:
13 de Abril – “O Gato das Botas – A Verdadeira His-
tória”
20 de Abril – “A Missão”
27 de Abril – “Capitães de Abril”
Mação Até 30 de Abril – Exposição “A poesia está no Ar” –
Biblioteca Municipal
5 de Abril – Palestra “Do mundo digital às humani-
dades digitais: refl ectindo o passado e projectando
o futuro”, por Danny Rangel – Museu de Arte Pré-
Histórica
18 de Abril – Palestra “Do Património Mundial ao
Património Local: proteger e gerir a mudança” - Mu-
seu de Arte Pré-Histórica
28 de Abril – Feira de Artesanato – Largo dos Bom-
beiros, das 10h às 19h
Sardoal Até 29 de Abril – Exposição sobre a Filarmónica
União Sardoalense “Passado, Presente e Futuro –
150 anos de vida” – Centro Cultural Gil Vicente
5 a 8 de Abril – Exposição de pintura pelo “Clube de
Pintura” do GETAS – Atrium do GETAS
7 de Abril – Teatro de Rua “A Paixão de Cristo” – Pra-
ça da República e ruas adjacentes, a partir das 15h
7 de Abril – Recital de Piano com Ana Cristina Fer-
nandes – Centro Cultural Gil Vicente, às 17h
29 de Abril - Concerto da Filarmónica União Sardo-
alense - Comemoração dos 150 anos – Centro Cul-
tural Gil Vicente, às 17h
AGENDA DO MÊS
Abrantes, Castelo Branco e
Guarda são as três cidades que
estão a acolher a sétima edição
do Festival de Música da Beira
Interior, que começou em Mar-
ço e vai decorrer até Maio des-
te ano. O festival é organizado
pela Scutvias, a empresa con-
cessionária da auto-estrada da
Beira Interior, e vai contar com
seis concertos que vão passar
pelas três cidades.
O cine-teatro São Pedro em
Abrantes teve casa cheia ao re-
ceber o primeiro concerto do
festival, com o Conservatório
Regional de Castelo Branco e a
Associação Cultural da Beira In-
terior, no último dia 24 de Mar-
ço.
Este ano foi a primeira vez
que Abrantes recebeu o even-
to e, segundo Maria do Céu Al-
buquerque, presidente da Câ-
mara Municipal de Abrantes, “o
festival vai permitir criar condi-
ções de intercâmbio para os jo-
vens que promovem a cultura e
a arte”.
O festival chega ao cine-teatro
Avenida em Castelo Branco, no
dia 28 de Abril, onde a orquestra
do Conservatório de Música de
São José da Guarda vai estrear
algumas peças musicais, para,
logo a seguir, a orquestra e coro
da Academia de Música e Dança
do Fundão revisitam algumas
canções de José Barata-Moura,
com direcção de João Mendes.
Os últimos concertos realizam-
se no Teatro Municipal da Guar-
da a 26 de Maio. Na cidade jun-
tam-se o Conservatório de Mú-
sica da Covilhã e uma formação
da Escola Superior de Artes Apli-
cadas, do Politécnico de Castelo
Branco.
Abrantes recebeu Festival de Música da Beira Interior
As Feiras de Artesanato estão de regres-
so à vila de Mação. De 30 de Março a 29 de
Setembro, no último Sábado de cada mês,
o Largo dos Bombeiros recebe estas feiras
que pretendem promover o trabalho dos
artesãos locais. Em exposição vão estar pe-
ças em tecido, rendas, bordados, bijuteria,
desenho e pintura, que vão desde o tradi-
cional ao mais moderno. As Feiras de Arte-
sanato têm actividades complementares
como ateliers, aulas de ginástica, pintura
facial para crianças, entre outros. O horário
do evento é das 10h às 19h.
Feiras de Artesanato em Mação
Um grupo de fotógrafos do Ribatejo vai
expor as suas fotografi as no Posto de Turis-
mo de Constância, de 7 de Abril a 6 de Maio.
“Tejo Sentido”, assim se designa a exposi-
ção, acolhe trabalhos de alguns dos 93 au-
tores que compõem o grupo de Fotógrafos
Amadores do Ribatejo. São ele: Abílio Dias,
António Kool, Carlos Maltez, Fátima Conde-
ço, Humberto Branco, José Costa, José Ribeiro, José Vieira (Serralha), Lília
Reis, Luís Amaral, Maria Isabel Clara, Mário Medeiros, Paulo Carneiro, Pau-
lo Sousa, Pedro Barradas e Sérgio B.. O Posto de Turismo está aberto de
Segunda a Sexta-feira das 9h às 18h, aos Sábados e Domingos das 11h às
13h e das 14h às 19h.
Exposição de fotógrafos amadores do Ribatejo
NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES
A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE
Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte e dois de Março de dois mil e doze, exarada de folhas cinquenta e oito a folhas cinquenta e nove - verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas NOVENTA E SETE – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO na qual os Senhores JOSÉ NUNES DE JESUS COIMBRA, contribuinte fi scal número 114 025 584 e mulher ALBERTINA MARIA LOPES, contribuinte fi scal número 114 025 592, casados no regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Aldeia do Mato, do concelho de Abrantes, residentes na Rua Principal, numero 1266, em Carreira do Mato, Aldeia do Mato, Abrantes, DECLARARAM que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do seguinte.- UM) Prédio Rústico, sito em Vale Salgueiro, na freguesia de Aldeia do Mato, do concelho de Abrantes, composto de horta, fi gueiras, cultura arvense e mato, com a área de mil metros quadrados, a confrontar de Norte com Idalina Francisco, de Sul com Herdeiros de Isaltina da Conceição, de Nascente com Herdeiros de Maria José
e de Poente com Francisco Pedro, Martinho Barquinha e Amadeu Amaral, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 239 da secção AL.- DOIS) Prédio Rústico, sito em Carreira do Mato, na freguesia de Aldeia do Mato, do concelho de Abrantes, composto de cultura arvense, fi gueiras e oliveiras, com a área de oitocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar de Norte e Sul com Estrada, de Nascente com Herdeiros de Isaltina da Conceição e de Poente com José António Lopes, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 43 da secção AI.- Que, eles justifi cantes são possuidores dos prédios acima identifi cados por compra meramente verbal a António Braz e mulher Adelina Emília da Conceição, casados no regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no lugar de Bioucas, Souto, Abrantes, no ano de mil novecentos e setenta e cinco, logo há mais de vinte anos.- Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente
a sua posse, à vista e com conhecimento de toda a gente da freguesia e freguesias limítrofes, usufruindo de todas as utilidades dos prédios, amanhando-os, cultivando-os, apanhando a fruta, limpando o mato, cortando a madeira na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, pacifi camente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verifi cando-se assim todos os requisitos legais para que a aquisição dos citados imóveis seja por usucapião.Está conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.
Abrantes, 22 de Março de 2012
A NotáriaSónia Maria Alcaravela Onofre
(em Jornal de Abrantes, edição 5494 de Abril de 2012)
Escultura e Pintura em exposição na Galeria de Arte
A Galeria Municipal de Arte
de Abrantes tem patente uma
exposição de pintura de Fer-
nando d’ F. Pereira e de escul-
tura de Ricardo Casimiro. O tra-
balho de Fernando d’ F. Pereira
caracteriza-se por ser intensa-
mente matizado, a sua obra é
infl uenciada pelo expressio-
nismo alemão, foi objecto de estudo e de análise por crí-
ticos e historiadores de arte. O pintor nasceu em Lisboa, e
tem exposto por todo o mundo, desde Espanha, França,
Áustria, Alemanha e Portugal. No trabalho do ceramista
Ricardo Casimiro, a expressão faz-se numa distorção de
formas tridimensionais, cuja plasticidade resulta do tra-
balho aturado do grés e das pastas revestidas de texturas
e cores multíplices. Químico de formação, a escultura em
cerâmica surge no percurso do autor apenas aos 53 anos.
Fascinado pela obra de Hieronymus Bosch “As Tentações
de Santo Antão” e pela versão de Anne Lennox de “No
more ‘I love you’s’”, este autor de Setúbal tem um imaginá-
rio e uma fantasia recheada de criaturas que ele transpõe
para a cerâmica usando uma linguagem a que não faltam
ironia, sarcasmo e mordacidade. Todas as peças são úni-
cas e assinadas com um carimbo com as letras “RC”, exe-
cutadas por processos clássicos artesanais. A mostra fi ca-
rá patente até ao dia 4 de Maio, no horário da Galeria, de
Terça a Sábado, da 10h às 12h30 e das 14h às 18h30.
jornaldeabrantes
ABRIL2012 CULTURA 21
Carlos Aparício - “Nunca esperei vir a fazer rádio como locutor”
Começou a trabalhar em rádio na
RAL, logo nos primeiros anos de emis-
são. A sua paixão sempre foram os bo-
tões. “Fazer técnica”, como na altura se
chamava. Carlos Aparício foi técnico de
som na RAL durante anos a fi o. Técnico
de som de programas em directo, mas
também o responsável por todos os
programas gravados, na altura em cas-
setes e mais tarde em bobines. Natural
de Arreciadas, onde nasceu a primeira
rádio local do país, cedo rumou para
Lisboa onde ainda hoje reside. Especia-
lizou-se em informática e é nesta área
que actualmente desenvolve a sua
vida profi ssional. Por via disso, foi obri-
gado a deixar os botões da rádio. No
entanto, o chamado “bichinho da rá-
dio” nunca o deixou. Quando em 2010
a Antena Livre comemorou os 30 anos
de emissões regulares, Carlos Aparicio
assistiu à Gala da Antena Livre e, em
conversa com os responsáveis da es-
tação emissora, partilhou um site que
o próprio havia construído para come-
moração dos 30 anos da rádio. Um site
através do qual podia ser ouvida uma
emissão on line 24 horas por dia, com
vozes, jingles e programas que foram
sucesso ao longo dos anos, bem como
spots publicitários da altura. Foi através
desta emissão on line que Carlos Aparí-
cio também fez ouvir a sua própria voz.
Estava, no entanto, longe de imaginar
que de um momento para o outro se
visse de novo envolvido nas ondas do
FM, mas foi isso mesmo que aconte-
ceu. A sua voz radiofónica não passou
despercebida à Direcção de Programas
da Antena Livre, que logo o convidou
para dar a voz a um programa, convi-
te que acabou por aceitar, apesar de ter
hesitado, pois na realidade nunca tinha
dado a voz a programas. Entusiasma-
do com a ideia, Carlos Aparício acabou
por remodelar e aperfeiçoar o estúdio
que já tinha em casa e é aí que produz
a emissão que todos os sábados pode
ser ouvida entre as 15h e as 17h, des-
de 2010. Em 2011 começou também a
dar voz a diversos spots comerciais da
estação emissora. O locutor confessou
ao JÁ: “Nunca esperei vir a fazer rádio
como locutor, mas estou a adorar a ex-
periência, e estarei na Antena Livre en-
quanto me quiserem. É para mim um
orgulho fazer parte desta equipa que
mantém no ar todos os dias uma emis-
são de muita qualidade”.
Paulo Delgado
AS CARAS DA RÁDIO
Durante praticamente
todo o mês de Março, a Ga-
leria Municipal de Abrantes
acolheu uma exposição de
trabalhos de alunos de Ar-
tes Visuais da Escola Secun-
dária Dr. Solano Abreu. Esta
apresentação do trabalho
escolar ao público abrantino
acontece pela primeira vez,
em 30 anos.
Paula Dias, funcionária
da Câmara Municipal de
Abrantes, explica que esta
exposição “permite aos alu-
nos ver os próprios traba-
lhos numa outra perspecti-
va”. A ideia “partiu da Câma-
ra Municipal” e só aconteceu
agora porque a Galeria, que
“só tem 13 anos”, tem uma
programa anual que tem
vindo a abranger artistas
que já tenham um percurso
feito. No entanto, fi ca a ga-
rantia de que a Galeria con-
tinua disponível para apoiar
exposições como esta, de
candidatos a artistas: “Abri-
mos-lhes as portas para ex-
posições futuras.”
Desde o início da exposi-
ção, várias foram as visitas à
Galeria, até pelas particulari-
dades dos autores dos traba-
lhos expostos. “Veio a famí-
lia, vieram os pais orgulho-
sos e os colegas, notando-se
uma afl uência muito maior
de pessoas”, conta Paula
Dias. Um facto curioso foi o
facto de aparecerem visitan-
tes interessados em comprar
os trabalhos. “Já apareceram
pessoas a querer comprar os
trabalhos expostos.”
Bárbara Catarino, de 17
anos, percebe a importân-
cia de ter o trabalho exposto
num espaço público. “A ex-
posição é muito importan-
te para nós, para as pessoas
terem acesso ao nosso tra-
balho, porque normalmen-
te quando fazemos os traba-
lhos só os professores é que
os vêem.” Perante a possibi-
lidade de vender o seu tra-
balho, garante que o faria.
Luís Reis, professor de Ar-
tes Visuais na Escola Secun-
dária Dr. Solano de Abreu
e responsável pela exposi-
ção, considera que a iniciati-
va “é importante para a boa
imagem da Escola e, princi-
palmente, para o reconhe-
cimento do bom trabalho
feito”. Para os alunos, é uma
mais-valia, pois “vir cá para
fora é outro degrau que se
sobe”. Por outro lado, “a es-
cola tem sempre a preocu-
pação de mostrar o traba-
lho e fazer com que os ou-
tros usufruam do trabalho”.
Para além desta exposi-
ção, os alunos da Solano de
Abreu foram também desa-
fi ados a participar na recu-
peração das esculturas de
ferro espalhadas por alguns
pontos da cidade (por exem-
plo, junto ao Edifício Pirâmi-
de) que começam a fi car de-
terioradas. A ideia é voltar
a ter as esculturas com as
cores que tinham anterior-
mente. Aliás, estes estudan-
tes de Artes têm já realizado
trabalhos de intervenção no
património da região, como
foi o caso da recuperação de
painéis de azulejos da Casa
Agrícola da Quinta do Valle
da Louza.
Miguel Freire aluno de Comunicação Social da ESTA
Emissão com Carlos Aparício: Das 15h00 às 17h00 ao sábado
“Abrimos-lhes as portas para exposições futuras”
jornaldeabrantes
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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL
EDITAL Nº 03 / 2012MIGUEL JORGE ANDRADE PITA MORA ALVES
PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SARDOAL
FAZ PÚBLICO que, para efeitos do art.º 91º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, na redacção dada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, se publicam as deliberações da Assembleia Municipal, tomadas em sessão ordinária, realizada no dia 28 de fevereiro de 2012:
- Alteração Regulamento do Cartão Municipal do Idoso; (Deliberado por unanimidade aprovar);
E para constar se lavrou o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi xados nos lugares públicos de estilo.
Paços do Município de Sardoal, 06 de fevereiro de 2012
O Presidente da Assembleia MunicipalMiguel Jorge Andrade Pita Mora Alves
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André Filipe VieiraN. 22-03-1980 - F. 08-02-2012
AGRADECIMENTONa impossibilidade de o fazer pessoalmente e individualmente a todos quantos de dignaram associar-se às cerimónias fúnebres ou endereçaram mensagens de condolências, à família de André Filipe Vieira vêm por este meio manifestar-se profundamente sensibilizada e expressar o seu reconhecimento pelas manifestações de carinho e pesar recebidas aquando do falecimento do seu querido.
Descansa em paz.
Paulo Jorge da Silva FerreiraN. 31-12-1969 - F. 24-02-2012
AgradecimentoSua esposa, fi lhas e restante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que velaram, e acompanharam o seu ente querido à sua última morada.A todos o nosso reconhecimento
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