Webquest e aprendizagem comunicativa de língua estrangeira

Post on 18-Nov-2014

1.739 views 0 download

description

 

Transcript of Webquest e aprendizagem comunicativa de língua estrangeira

0

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV CURSO DE LETRAS-LICENCIATURA EM LÍNGUA INGLESA

MIKAELY MOREIRA OLIVEIRA

WEBQUEST E APRENDIZAGEM COMUNICATIVA DE

LÍNGUA ESTRANGEIRA

Conceição do Coité

2012

1

MIKAELY MOREIRA OLIVEIRA

WEBQUEST E APRENDIZAGEM COMUNICATIVA DE

LÍNGUA ESTRANGEIRA

Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação Campus XIV, como requisito final para obtenção do grau de licenciada em Letras com habilitação em Língua Estrangeira/ Inglês. Orientador: Prof. Ms. Emanuel do Rosário

Santos Nonato

Conceição do Coité

2012

2

MIKAELY MOREIRA OLIVEIRA

WEBQUEST E APRENDIZAGEM COMUNICATIVA DE

LÍNGUA ESTRANGEIRA

Monografia apresentada à Universidade do Estado da

Bahia, Departamento de Educação, Campus XIV, como

requisito final à conclusão do Curso de Licenciatura em

Letras com Habilitação em Língua Inglesa e Literaturas.

Aprovada em: ___/___/___

Banca examinadora

_______________________________

Emanuel do Rosário Santos Nonato – Orientador

Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV

_________________________________________

Neila Maria Oliveira Santana

Universidade do Estado da Bahia – Campus XIV

_________________________________________

Prof.ª Mary Valda Souza Sales

Universidade do Estado da Bahia – Campus I

CONCEIÇÃO DO COITÉ

2012

3

A Deus, que me deu essa oportunidade de plantar e colher este sonho. À minha família, que

me apoiou em todo o tempo nessa árdua jornada, sempre demonstrando afeto e compreensão para que eu tivesse forças para concluir este trabalho.

4

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado tudo o que necessitei durante essa jornada, presenteando-me com força, alegria e paciência nos momentos mais difíceis. Aos meus pais e irmã, que sempre me incentivaram, me deram apoio em todo tempo. Estendendo-me a mão quando mais precisei. Aos meus amigos que compreenderam minha ausência e mesmo que de longe me incentivaram a prosseguir. Ao corpo docente, em especial, meu Professor orientador Emanuel do Rosário Santos Nonato, que por tantas vezes me alertou nos momentos de descuido e sempre me auxiliou no realizar deste trabalho. Aos colegas de turma que nos momentos alegres, tristes e de crise sempre estiveram à disposição nesses anos cheios de risos, esbravejos de raiva, tristezas e de afeto. Vocês fazem parte disso também. A minha equipe de trabalhos acadêmicos (Elcione Araujo, Evanilson Barbosa, Marilene Maia e Jussiara Goés), sempre solícitos e companheiros de todas as horas. Aos funcionários do Campus XIV. Enfim, a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para meu processo de aprendizagem e concretização deste trabalho.

5

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo;

se é triste ver meninos sem escola, mais triste

ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar,

com exercícios estéreis, sem valor para a

formação do homem."

( Carlos Drummond de Andrade )

6

RESUMO

O presente trabalho se propõe a discutir sobre os fatores que envolvem o ensino/aprendizagem de língua estrangeira tais como: a importância de uma aprendizagem significativa, a participação ativa dos sujeitos envolvidos nesse processo, as conseqüências da falta de compromisso e de valorização com o ensino/aprendizagem de língua estrangeira na formação do cidadão crítico e reflexivo, capaz de atuar no mundo e interagir com ele. Além de apresentar uma análise das inúmeras possibilidades que a ferramenta tecnológica Webquest pode auxiliar nesse processo, proporcionando ao professor e ao aluno meios de desenvolver essa proposta de ensinar e aprender significativamente. Tais análises foram feitas a partir de uma pesquisa bibliográfica que verificou na literatura disponível. E com o intuito de fornecer a professores e aprendizes maiores informações sobre esta ferramenta e suas ofertas de auxilio a um ensino aprendizagem significativo.

Palavras-chave: Ensino/aprendizagem. Formação do cidadão. Webquest.

7

ABSTRACT

The present paper proposes to discuss the factors involved in

teaching/learning of language foreign such as the importance of a meaningful learning, the active participation of subjects involved in this process, the consequences of lack of commitment to and valorization teaching/learning of foreign languages in the formation of critical and reflective citizen, capable of act in the world and interact with it. In addition to present an analysis of the numerous possibilities that technological tool Webquest can help in this process, providing to the teacher and the student ways to develop this proposed teaching and learning significantly. These analyzes were made from a bibliographic research that found in the literature avaliable. And in order to provide to teachers and learners more information about the use of this tool and what its offers of aid to the teaching and learning meaningful.

Key-words: Teaching/learning; Formation of citizen; Webquest.

8

SUMÁRIO

Páginas

INTRODUÇÃO 09

1 WEBQUEST : UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE LE 10

1.1 TIC 10

1.1.1 Webquest: o que é e sua funcionalidade no ensino de LE 11

1.2 Abordagem de Ensino de LE: uma proposta integrada a TIC 15

CAPÍTULO II

PAPEL SOCIAL DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO 18

2.1 E a escola no que contribui nesse processo? 21

2.2 De que forma a escolha da abordagem pode influenciar nesse processo? 23

CAPÍTULO III

METODOLOGIA 25

3.1 Método 25

3.2 Do problema 25

3.3 Dos objetivos 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS 27

REFERÊNCIAS 29

9

INTRODUÇÃO

Mediante aos avanços tecnológicos que têm acontecido na sociedade não se

pode conceber o fato de que a escola, ao utilizar as novas tecnologias, se beneficia

no que diz respeito a proporcionar ao estudante e, particularmente, ao aprendiz de

uma língua estrangeira a oportunidade de desenvolver as habilidades (reading,

writing, speaking e listening) nessa língua alvo. E as Tecnologias da Informação e

Comunicação (TIC) podem fornecer essa possibilidade de aprendizado

comunicativo, pois, tais ferramentas oferecem condições necessárias para tal

empreendimento.

É pensando nos benefícios que as TIC, em especial a ferramenta Webquest,

podem fornecer ao processo de aprendizagem do estudante de Língua Estrangeira

(LE), Inglês, que este trabalho é desenvolvido e tem como objetivo expor algumas

possibilidades de desenvolver outras habilidades além de writing e reading. Assim

sendo, as TIC vem auxiliar a escola, a proporcionar essas oportunidades ao

aprendiz de língua estrangeira (LE). E, dentro dessas ferramentas, pode-se destacar

o Webquest que oferece ao professor a possibilidade de trabalhar, especificamente,

as habilidades linguísticas, especialmente, o listening e o speaking já que esta

ferramenta dispõe de áudio e vídeo facilitando a percepção da linguagem em uso e

não apenas de sua estrutura.

Neste trabalho é apresentada a fundamentação teórica, na qual se aborda os

seguintes temas divididos por capítulos e subseções na seguinte ordem: Webquest:

uma proposta para o ensino/aprendizagem de LE, com primeiro capítulo, com

subseções: Abordagem de ensino de LE: uma proposta integrada a TIC. Como

segundo capítulo: o papel o ensino de língua estrangeira na formação do cidadão e

suas subseções: como a escola pode auxiliar nesse processo e de que forma a

escolha da abordagem pode influenciar no ensino/aprendizagem de LE. Além de

expor qual o tipo de metodologia utilizada nessa pesquisa e o motivo pelo qual ela

foi escolhida.

Por fim, foram apresentadas as considerações finais sobre as reflexões

realizadas neste trabalho, na tentativa de promover uma discussão maior sobre o

uso de modo ampliado dessa ferramenta. Além da apresentação dos resultados

obtidos nessa pesquisa.

10

1 CAPÍTULO

Webquest : uma proposta para o ensino de LE

Refletir sobre ensino de LE é uma tarefa um tanto árdua, pois, se faz

necessário considerar os sujeitos que estão envolvidos nesse processo, professor e

aluno, assim como, todo o arcabouço teórico-metodológico necessário para que

esse processo aconteça da melhor maneira possível, ou seja, que o professor tenha

ferramentas e formação específicas para fazê-lo e que o aprendiz, durante este

processo, se habilite como construtor do conhecimento necessário a aprendizagem

de maneira eficaz para que este sujeito possa agir sobre as dificuldades que

encontrará nesse percurso com o auxílio das TIC.

1.1 TIC

Antes de falar sobre tecnologia é preciso expor uma das possíveis definições

desse termo que atendem às demandas desse trabalho. Inicialmente, tecnologia

será compreendida aqui como toda e qualquer invenção humana que auxilie na

realização de suas atividades diárias, dessa forma, pode-se afirmar que desde os

primórdios as invenções humanas têm servido para o auxílio na realização de suas

atividades cotidianas estas vão desde a preparação de seu café até a sua

comunicação com pessoas que podem estar em diversos locais do mundo.

No decorrer desse percurso, o ser humano executa uma de suas principais

tarefas que é a modificação dos fatores que estão à sua volta com intuito de torná-

los propícios ao desenvolvimento de suas tarefas diárias, atendendo às

necessidades de emancipação e definição do seu lugar na sociedade. E deste lugar,

o homem poderá dialogar com o mundo como um ser ativo e escritor de sua própria

história.

Tal posicionamento levou o homem a iniciar um processo interminável de

criação e recriação que estabeleceu: a ordem de trabalho, relações de poder, de

interação interpessoal, valores éticos e sociais, etc. Sendo estas, geralmente,

mediadas por alguma ferramenta que auxilie na comunicação tanto para o seu

estabelecimento quanto para sua solidificação.

A tecnologia permite que as pessoas busquem mais informação, que a partir

delas, construam o conhecimento que atenda às suas necessidades e assim,

11

possam usá-las de maneira produtiva, promovendo a inovação dos conhecimentos

práticos e a experimentação destes, pois o homem cria, recria e se beneficia com

essa civilização nesse processo de construção do conhecimento.

Pacievitch (2009) afirma ainda, que a Tecnologia da Informação e

Comunicação pode ser compreendida como um conjunto de recursos tecnológicos

que são utilizados para alcançar um objetivo comum. E é, dessa forma, que se

compreende a TIC no social, envolvendo pessoas no seu desenvolvimento e

desfrutando ao mesmo tempo do produto desse processo evolutivo.

Dessa maneira se pode constatar a necessidade de implementar a escola,

este um dos ambientes de formação do sujeito, provendo meios que possibilitem a

formação de sujeitos sociais críticos e reflexivos por isso Brunner e Tally afirmam

que:

As escolas são uma das poucas instituições restantes nas quais professores não podem contar com o mais básico acesso às tecnologias de comunicação (...) “e nos quais professores e estudantes regularmente reclamam de isolação do mundo lá fora1” (1999, p. 7)

os professores vivem numa constante luta entre o fazer educativo e a necessidade

de fazer com que este intento tenha resultados positivos na formação desse sujeito

mas, para isso ele necessita de formação e ferramentas que o habilitem a realizar

este fazer( o ensino de línguas) de forma efetiva, condizente com a realidade do

aprendiz e dinâmica.

1.1.1 Webquest: o que é e sua funcionalidade no ensino de LE

Com o propósito de explicitar a necessidade da escola em propor aos

estudantes oportunidades de desenvolver as outras habilidades linguísticas além da

leitura ─ já que esta recebe mais ênfase por existir uma predisposição a encontrar

dificuldades em desenvolver outras habilidades como listening, writing e speaking

com os recursos que estão disponíveis nesses locais de aprendizagem ─ se

1 Schools are one of the few remaining institutions in which teachers cannot count on access to the most basic

communications technology (…) and in which teachers and students routinely complain of isolation from the

outside world. ( BRUNNER and TALLY, 1999, p 7)

12

percebem que não se pode conviver com as limitações impostas com o livro didático

e o quadro-negro quando se vive em uma época multimidiática.

Em virtude disso, os professores de línguas estrangeiras, em um caso mais

específico os de Língua Inglesa, poderiam utilizar essas tecnologias para oferecer

aos alunos as possibilidades de desenvolver as outras habilidades. Eles estão

cercados por várias informações em Inglês e tem necessidade de se comunicar

através delas ou ao menos, saber como utilizar essas informações e quais são

melhores para eles em seu processo de aprendizagem.

Ao abordar essa questão lembra-se que o Inglês é uma língua franca, falada

por um percentual considerável da população mundial. E como dominante nem

todas as informações vindas destes locais são consideradas „boas‟ para a

construção do sujeito, então se pergunta: Como os aprendizes poderão interagir

com as informações consideradas „boas‟ se não sabem se comunicar?

No momento no qual este questionamento é feito não deixa de se reconhecer

a importância da leitura, mas, considera-se que esta, por muito tempo, foi

considerada uma via de mão única, em que os aprendizes apenas receberiam as

informações e não haveria uma maior interação entre ele e as possibilidades

comunicacionais disponíveis na Internet, já que no presente trabalho se refere a este

espaço, e em outros meios de comunicação que estão disponíveis a ele.

Assim, deve-se cada vez mais introduzir as TIC nas escolas para que estas

possam atender às necessidades dos alunos para que elas não sejam mais um

ambiente deslocado de sua realidade. Dessa forma os estudantes se sentirão

envolvidos nesse processo, de uma forma mais intensa, pois além das TIC serem

auxiliadoras no processo de aprendizagem de uma língua estrangeira elas atraem a

atenção do aluno para a aula, ao conteúdo.

Além disso, elas se constituem ferramentas de auxílio para o professor no

desenvolvimento de suas aulas, facilitando na resolução das atividades propostas,

minimizando as distâncias entre o aluno e uma situação real de uso da língua,

corroborando no alcance de seus objetivos de ensino e implementando suas aulas

de maneira mais dinâmica, atrativa e interativa.

Portanto nesse subitem, será exposta uma proposta de „inovação‟, quando

temos em consideração os materiais didáticos tradicionais, que oferecerá a

metodologia ou abordagem utilizada pelo professor nas suas aulas que é a

13

Webquest, sua origem se deu da necessidade de ampliar o espaço de construção

de conhecimento e oferecer outras possibilidades a esta construção.

A Webquest surgiu em 1995, desenvolvida por Bernie Dodge e Tom March,

professores da Universidade de San Diego. Ela se propõe a ser uma ou mais

atividades em que todo o seu conteúdo provem da Internet, desde o local onde ela

está inserida até a avaliação do processo de aprendizagem.

Para Moran (2007, apud WEIMAR, 2009, p 6),

uma Webquest é um processo de aprendizagem interessante porque envolve pesquisa e leitura, interação e colaboração e criação de um novo produto, com base no material e nas idéias obtidas. A socialização propiciada pela Webquest permite o compartilhamento e a reelaboração desta informação por professores e alunos das mais diversas partes do mundo.

A partir dessa produção de conhecimento ─ fruto da leitura e reflexão de

textos e, em casos específicos, ouvindo a produção do outro ─ o aprendiz poderá se

relacionar com os mais diversos pares discursivos através da oralidade, escrita ─

que são habilidades de produção de discurso.

Ela é estrutura da seguinte maneira: introdução, motivação para a realização

da atividade; tarefa, o que se pretende obter no final da atividade; processo,

instruções para a realização da atividade; recursos, materiais disponíveis na Web

necessários para a resolução da atividade; avaliação, aspectos que serão

observados pelo professor para a avaliação da atividade; conclusão, reflexão sobre

o produto obtido do desenvolvimento da atividade.

E é para tornar essa aprendizagem mais significativa que, as TIC são uma

alternativa para sair da bidimensionalidade que o livro e o quadro dispõem. Dessa

forma, uma ferramenta disponível na Internet tem a possibilidade de se ajustar em

diversas propostas de atividade serve ao desenvolvimento de mais de uma

habilidade, que é a Webquest, “(...) é uma atividade didática (...) para incluir nas

aulas a Internet, em especial a busca de informação na Rede. Pode desenvolver o

pensamento reflexivo e crítico dos alunos, como também estimular a sua

criatividade.” (Autor desconhecido)

Como foi apresentada acima esta tecnologia disponível na Rede, Internet,

estimula a construção do conhecimento, na qual os alunos além de desenvolver

14

habilidades linguísticas poderão formar-se como sujeitos sociais ativos a exemplo

de: posturas diante a sociedade e para agir sobre ela.

Por conseguinte, ela se constitui uma ferramenta metodológica, um sítio, um

perfil numa rede social entre algumas das possibilidades, que oferece ao usuário

múltiplas oportunidades de desenvolver as habilidades linguísticas de forma coesa e

gradual; podendo ser monitorada pelo professor e pelo próprio aluno o processo

evolutivo do ensino para o professor e da aprendizagem para o aluno.

Nesse momento, pode-se questionar como fazer e o que fazer com a

Webquest, mas, certamente, a resposta é um tanto variável, pois, ela depende do

professor. Ele, de posse dos conhecimentos necessários à utilização dela, escolherá

a melhor maneira de aplicá-la segundo seus objetivos. Se ele deseja propor uma

atividade que desenvolverá a habilidade de listening, um vídeo autêntico ─ vídeo

não didático ─ será uma ótima proposta a ser disponibilizada nesse ambiente. Estas

atividades não precisam, necessariamente, desenvolver uma habilidade apenas, ela

pode ser somada a outras, tudo dependerá do planejamento e objetivos do

professor.

Esta possibilidade tecnológica oferece ao professor um controle do

desempenho dos aprendizes nas atividades propostas e a percepção em quais

destas, eles tem tido dificuldade de execução e, é claro, que existe uma real

participação deles na realização das tarefas.

Essa ferramenta metodológica se configura em oferecer uma alternativa de

atividade permanente ou flexível ao docente, a qual este poderá alterá-la quando for

necessário, para atender seus objetivos, como se fosse uma página na web que

disporá de atividades que atendam as necessidades de desenvolvimento das quatro

competências linguísticas (listening, reading, writing e speaking).

No caso de ineficácia da atividade o docente poderá identificá-la e corrigí-la

o quanto antes para que não haja déficit na construção do conhecimento ou ainda,

utilização de materiais, ou seja, conceitos mal definidos e compreendidos pelo

aprendiz.

A Webquest pode ajudar o professor a desenvolver atividades de speaking

atreladas a atividades de listening ─ entre uma das possibilidades ─ que podem

consistir em proporcionar aos usuários a opção de ver e ouvir cenas em tempo real,

dessa forma o professor de língua estrangeira, que tenha por objetivo explorar tais

habilidades, pode utilizá-lo como auxiliar nas aulas em que deseje proporcionar aos

15

seus alunos a oportunidade de se comunicar com nativos, através de links dispostos

na página virtual.

Essa ferramenta além de proporcionar essa interação serve como elemento

motivador, já que a motivação é um fator importante para a aprendizagem de uma

língua estrangeira, pois, apresentar as regras gramaticais como fatos isolados não

proporcionam ao aprendiz a possibilidade de perceber e de utilizar a língua que ele

está estudando. Desta forma o aprendiz não irá aprender por aprender, mas sim,

aprender para utilizar em contextos diversos e se mostrar agente ativo tanto no seu

processo de aprendizagem quanto do meio social em que ele está inserido.

1.2 Abordagem de Ensino de LE: uma proposta integrada a TIC

O lecionar tem ganhado novos contornos dentro do constante processo

histórico da sociedade, pois, para atender às necessidades que surgem com o

passar do tempo são necessárias modificações a fim de satisfazê-las. Assim, o

professor deixa de ser o detentor de todo o conhecimento e passa a ser uma

espécie de monitor de ensino, não sendo mais o foco central deste processo.

Assim sendo, o professor não é responsável pela aprendizagem do aluno,

mas pode ajudá-lo a ser mais autônomo (PAIVA, 2009), dessa forma as TIC podem

ajudar o professor a adequar suas aulas ao tempo que lhe é disponível sem que

deixe de ser eficaz para o alcance de suas metas em cada aula. E ao aprendiz, de

forma que ele terá as ferramentas e instruções necessárias para continuar às

„descobertas‟ na língua estrangeira e de desenvolver sua forma de aprendizagem

adequando-as às suas preferências.

Mas, para que essas ferramentas alcancem os objetivos do professor elas

devem ser escolhidas de maneira adequada ao objetivo para a aula. Não basta o

professor saber como utilizá-las, como também, ele deve saber quando utilizá-las.

Um bom planejamento pode ajudar nesse ponto, pois, é nele que o professor

decide o que vai fazer ─ com relação a conteúdos ─, quais são seus objetivos e de

que maneira pode-se alcançá-los e é nesse contexto que as ferramentas

tecnológicas são inseridas, para auxiliar o docente. Como afirma Marques (1983, p.

115), “O planejamento permite que se definam os resultados que se querem

alcançar, (...) com quais recursos materiais (...) a fim de ajustá-lo às metas

perseguidas pelas atividades que se desenvolvem.”

16

E para refletir sobre os reflexos do ensino de uma língua estrangeira é

indispensável para diminuir as distâncias entre o aluno e o mundo que o rodeia, uma

perspectiva mais ampla, apenas para compreender ─ ter a habilidade de ler textos

em inglês ─ não é suficiente para que as barreiras entre o estudante e o objeto de

seu estudo.

Neste espaço de construção, produção, expressão e compartilhamento de

conhecimento, que é a escola, não se deve limitar, podar e impedir o acontecimento

destas e é assim que, aliando as tecnologias ao processo educativo,

consequentemente, produzirá novos saberes e conhecimentos partilhados.

As TIC enriquecem os tradicionais processos de ensino já que, proporcionam

aos alunos ambientes de aprendizagem mais estimulantes e fomentam a tomada de

decisões sobre o que se quer aprender e ensinar. As redes de comunicação atuais

se constituem base da realidade social, profissional e escolar. Ao aproveitar a

interatividade global promove-se, necessariamente, a aprendizagem colaborativa.

Dentro dessa proposta de atividade colaborativa que, vise desenvolver as

quatro habilidades lingüísticas (reading, writing, listening e speaking ou leitura,

escrita, compreensão e oralidade), o desenvolvimento de uma abordagem

comunicativa pelo professor é essencial para que esse objetivo seja alcançado.

Segundo Berner (2005, p.11, apud SAMPAIO, 2008, p. 2),

intensifica-se o foco na informação, o que leva à necessidade cada vez maior de comunicação global, valorizando, assim, o ensino de línguas estrangeiras. Como conseqüência natural desse quadro, faz-se necessário o uso de metodologias adequadas que promovam o desenvolvimento da competência comunicativa.

A aprendizagem colaborativa auxiliará nesse processo, pois, os educandos ao

construir o conhecimento junto com seus colegas se sentirão mais seguro para se

arriscar quando estiver em frente às dificuldades e as diferentes situações que ele

encontrará nesse percurso. Sendo assim, as TIC exercerão um papel mediador

entre professor, educando, conhecimento, interação entre aprendizes e o mundo

fora da escola, trazendo autonomia e aumento da produção de conhecimento

significativo na língua alvo.

Além de oferecer essa possibilidade as TIC, ainda, podem oferecer uma

extensão do ensino da escola para casa, disponibilizando ao educando a

oportunidade de continuar essa construção em outros espaços fora da sala de aula

17

como em casa, por exemplo. E ainda assim, contando com a monitoração do seu

processo de aprendizagem pelo professor.

Outra possibilidade é a de ter seus colegas como „professores‟ através do

partilhamento de ideias, troca de saberes, resolução de dúvidas entre outros ganhos

da aprendizagem e, nesse caso, do ensino colaborativo. Sendo assim, um dos

objetivos iniciais de se ensinar um língua estrangeira é a interação com ela e por

meio dela.

Desse modo, não se pode afirmar que eles poderão se auto-tutoriar, no

entanto, eles terão outras maneiras de suprir suas dúvidas e obterão grau elevado

no que diz respeito à aprendizagem. Da mesma maneira, o professor obterá

sucesso, em um percentual maior, no alcance de seus objetivos.

Uma última questão a ser apresentada aqui é a de como seria avaliação de

todo esse processo de ensino monitorado e aprendizagem, esta está baseada no

compartilhamento das experiências de ambos, professor e educando, e dos

sucessos de cada um para alcançar o objetivo de tornar o ensino e a aprendizagem

de língua estrangeira eficazes, dinâmicos e significativos.

18

2° CAPÍTULO

Papel social da língua estrangeira na formação do cidadão

As TIC são instrumentos que facilitam a construção do conhecimento. E, no

ensino de LE, isso é mais evidente, pois se configuram recursos que tornam a

aprendizagem de língua estrangeira mais dinâmica, interativa e integrativa,

proporcionando ao aprendiz a oportunidade de utilizar a língua em situações de

comunicação diária. Isto pode ser observado pela falta de oportunidades de

aprendizagem em contato com materiais autênticos que os recursos tradicionais

como o livro, lousa e apostilas não oferecem por não objetivarem esse tipo de

aprendizagem, atendo-se a fornecer subsídios para a gramática e não ao uso da

língua. Desse modo, as TIC ofereceriam um leque de opções de

ensino/aprendizagem, exercendo assim um papel mediador entre o estudante, a

teoria e a prática em situação real de uso.

Segundo van Lier (2004, p.84, apud PAIVA, 2005) “possibilidades para ação

que geram oportunidades de engajamento e participação [...] uma língua também é

aprendida por meio da participação de certas práticas.” Assim sendo, as TIC vem

auxiliar a escola, seja ela pública ou particular, a proporcionar essas oportunidades

ao aprendiz de L2. E para dar fundamento e incentivo ao uso das possibilidades

oferecidas pelas TIC, observa-se nos PCN a seguinte crítica:

“Quanto aos objetivos, a maioria das propostas priorizam o desenvolvimento da habilidade de compreensão escrita, mas essa opção não parece decorrer de uma análise de necessidades dos alunos, nem de uma concepção explícita da natureza da linguagem e do processo de ensino e aprendizagem de línguas, tampouco de sua função social” ( BRASIL, 1999, p. 24)

Dessa maneira, percebe-se o quão distante as práticas de ensino estão de

resultados na aprendizagem como a interação do aprendiz da língua estrangeira

com seu objeto de estudo. As possibilidades de relacionamentos com culturas

diversas que o auxiliem a sentir-se um sujeito no mundo, mas, não um sujeito

qualquer e sim aquele que tem nas mãos o poder de influenciar os que estão a sua

volta. Se o ensino de língua não tiver em seus objetivos a aprendizagem de uma

língua de maneira a possibilitar o usuário uma interação maior com tudo que envolve

esta língua, isto nunca será alcançado.

19

Há de se convir que ao se ensinar e aprender uma língua, estrangeira ou

materna, alguns fatores vem atrelados a este processo. Esses fatores não podem

ser dissociados do processo por escolha de um dos participantes do mesmo,

professor ou aluno, sem que haja uma negociação de interesses entre as partes. De

certo que, nessa negociação ocorrerão perdas. Torna-se de fundamental

importância que professor e aprendiz se conscientizem dos danos que isso poderá

trazer à aprendizagem.

Dos fatores mencionados acima, pode-se citar alguns, tais como: a formação

do cidadão, construção de uma sociedade com pessoas hábeis a julgar os

acontecimentos ao redor do mundo. Assim,

torna-se, pois, fundamental, conferir ao ensino escolar de Línguas Estrangeiras um caráter que, além de capacitar o aluno a compreender e a produzir enunciados corretos no novo idioma, propicie ao aprendiz a possibilidade de atingir um nível de competência linguística capaz de permiti-lhe acesso a informações de vários tipos, ao mesmo tempo em que contribua para a sua formação geral como cidadão. (BRASIL, 1999, p 26)

De modo geral, nos PCN existem possibilidades de caminhos que levam o

professor a distinguir entre o ensino limitado de apenas uma habilidade lingüística e

uma proposta de abordagem que ofereça aos alunos essa possibilidade de expandir

sua competência lingüística, em uma língua estrangeira, em mais de uma habilidade

lingüística.

Após falar da oferta de um ensino que possibilite ao aprendiz elementos para

a formação como cidadão, faz-se necessário explicitar a definição aqui utilizada do

que é ser cidadão e qual o papel do ensino de LE no processo de formação desse

indivíduo. Conforme o que é conhecido desde o tempo de Aristóteles, cidadão é um

ser único, com necessidades especiais de comunicação, posicionamento espacial ─

o que define que sujeito ele é no discurso ─, também é aquele que interfere social e

politicamente nas decisões de seu estado ─ entende-se como estado sua

comunidade que posteriormente interferirá em estâncias maiores do poder público.

Segundo o conceito apontado anteriormente, para se constituir um cidadão o

ser humano precisa ter sua necessidade de comunicação satisfeita, dentre outros

pré-requisitos. Consequentemente, o ensino de língua estrangeira exerce

fundamental importância na saciação dessa necessidade. Oferecendo ao cidadão

em formação a possibilidade de se comunicar em uma nova língua e, por

conseguinte, o seu lócus de atuação como ser crítico será maximizado.

20

Por isso, que “os temas centrais nesta proposta são a cidadania, a

consciência crítica em relação à linguagem e os aspectos sociopolíticos da

aprendizagem de Língua Estrangeira.” (BRASIL, 1999, p 24). Essa proposta se

configura em uma proposta de ensino que visa atender as necessidades de seus

alunos.

E, por sua vez, aprendiz é aquele que se propõe a aprender, adquirir

conhecimento que, no processo de aprendizagem o novo será somado ao já

conhecido para resultar num exato produto que dê ao aprendiz todas as ferramentas

para agir em situações adversas, sejam elas do cotidiano, no trabalho, lazer, etc.

Limitar as possibilidades não é função do professor, não do professor pós-

moderno. Há tempos atrás o professor era tido como aquele que restringia a

aprendizagem ao que ele sabia. Sendo que o conhecimento transmitido ao aluno era

limitado, reprodutivo, era passado de geração em geração era transmitido sem

nenhuma alteração.

O professor pós-moderno traz consigo a bagagem de sua aprendizagem e as

possibilidades do novo: novas técnicas, novas ferramentas, sem podar as sugestões

do aluno, mas, ampliando-as. Transformando-as em oportunidades de aprender de

maneiras diferentes e que atendam as demandas e objetivos na aprendizagem de

uma língua estrangeira. É nessa fenda conceitual que a Webquest se encaixa e

fornece a oportunidade de construção do conhecimento durante seu uso, o que

proporciona a professor e aluno chances de crescerem, sendo auxiliado um pelo

outro.

Apenas aqueles que lançam mão de uma abordagem que vise a

comunicação, a interação e a formação de cidadãos serão capazes de fornecer tais

oportunidades aos seus aprendizes. Tendo como função auxiliá-los no processo de

aprendizagem e não sendo responsáveis por ela e tendo como mediadora a

Webquest, em especial, mas, podendo ser utilizada outra ferramenta.

Na sociedade pós-moderna a necessidade de sujeitos capazes de interagir

em diversas línguas, utilizando das quatro habilidades lingüísticas, é extremamente

perceptível. De forma que, sujeitar ao aluno a aprendizagem de uma língua com,

apenas, uma habilidade lingüística se constitui um ato retrógrado. Um

posicionamento que vem contra o avanço da sociedade, das necessidades de

interação.

21

Muito mais do que ensinar e aprender o processo de ensino/aprendizagem

influência no desenvolvimento do cidadão, do seu modo de ser, de refletir sua

realidade, de modificá-la, de fazer do hoje um terreno certo no amanhã. Uma

possibilidade de fazer do velho algo novo, do que era atraso um avanço, do que era

um erro um acerto.

Por fim, fazer do inacabado, professor e aluno, um corpo sólido, cheio de

mobilidade para andar em terrenos antes não frequentados, conhecendo o „novo‟ e

interagindo com ele. Deixando de ser aquele que ficava a margem, observando as

coisas evoluírem, mas, agora fazendo parte desta evolução como sujeito ativo dela.

Com auxílio dos PCN, têm-se os subsídios necessários para tal empreitada:

“(...) o que se aprende e o seu uso devem vir juntos no processo de ensinar e

aprender línguas.” (BRASIL, 1999, p. 27). Assim, se percebe que desvencilhar o que

o professor ensina na aula e o que realmente se utiliza é andar na contramão da

aprendizagem.

2.1 E a escola no que contribui nesse processo?

Após essa discussão, esta é a pergunta que professor e aluno fazem ao

perceber que estão sozinhos nesse processo: será que a escola só deve oferecer o

espaço para as aulas serem ministradas ou existe algo mais a ser feito por ela?

Estas perguntas não são tão difíceis de serem respondidas, já que, a

resposta é quase óbvia. Ela deve não apenas fornecer o espaço e materiais

necessários a esse processo com também: fomentar, dar a disciplina um caráter de

importância maior do que vem sendo dado até hoje.

O aprendiz deve perceber no espaço escolar – ambiente reservado ao ensino

e formação do cidadão – a valorização daquilo que é ministrado dentro dele. As

produções realizadas na sala de aula devem ser incentivadas, expostas, feitas saber

a sua importância na vida escolar e fora dela. O uso de uma ferramenta tecnológica

que propicie esta exposição é de grande valia aos participantes desta comunidade.

A escola também se exime de participação no processo de

ensino/aprendizagem com foco na comunicação, formando indevidamente sujeitos

que deveriam sair dela com todas as habilidades desenvolvidas para enfrentar o

mundo. O estudante sai da escola sem a preparação necessária para concorrer a

uma simples vaga de emprego, pela barreira do monolinguismo.

22

Desse ponto de vista, fica evidente que não é, apenas, „culpa do professor e

do aluno‟ a falta de recursos ou esforços para que esse processo se dê da maneira

mais eficaz possível. É responsabilidade da escola e dos poderes públicos,

diretamente ou indiretamente envolvidos com a educação, participar ativamente,

contribuindo para que isso aconteça, fornecendo o material necessário ao processo

de ensino/aprendizagem.

Ao agir de maneira descomprometida com o ensino/aprendizagem de língua

estrangeira a escola força os alunos a buscarem em cursos particulares de línguas o

que deveriam ter aprendido na escola, já que se têm oito anos dedicados ao ensino

de língua estrangeira no currículo escolar.

O desafio de formar esses cidadãos não é responsabilidade do professor

apenas, também é da escola. Cada um desses elementos ─ escola, professor e

aluno ─ fazem parte de um todo que não podem ser analisados separadamente,

mas, devem ser observados como partes com suas especificidades dentro desse

todo, onde um influencia no outro.

Por muitas vezes se confunde a valorização de uma língua estrangeira com a

inferiorização da nossa. O que é uma inverdade. O aluno então, se sente

desmotivado ao perceber esta ideologia da escola. O raciocínio se configura dessa

forma: se a valorização da língua estrangeira inferioriza a língua materna; ao

aprender uma língua estrangeira ele estará se inferiorizando.

Esses valores estão proporcionalmente incorretos. Valorizar uma língua

estrangeira não significa inferiorizar a outra. No entanto, significa ver com novo olhar

o outro para compreender-se.

Em algumas escolas o ponto de vista é justamente o contrário. Elas valorizam

o ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, mas se veem de mãos atadas por

não terem os recursos para investir nessa área.

Em conclusão, mesmo com a falta de recursos a escola pode fazer muito

mais para auxiliar no processo de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira.

Ela pode criar projetos que valorizem as aulas, estimulando professores e alunos a

fazerem o melhor que se pode para efetivar este processo. E, é claro, que as TIC

podem ajudar a consolidar o processo de ensino/aprendizagem em parceria com a

escola.

23

2.2 De que forma a escolha da abordagem pode influenciar nesse

processo?

Desde os primórdios do ensino de língua estrangeira pode-se perceber que,

no processo de evolução dos métodos de ensino/aprendizagem de LE, havia um

objetivo comum a todos, a funcionalidade da língua. A partir do método da gramática

e tradução até os dias de hoje com a abordagem comunicativa, muito se modificou

na teoria, mas na prática poucas diferenças são percebidas.

As aulas de LE são mais parecidas com as primeiras aulas, com foco na

tradução, gramática e aspectos que se distanciam do uso da língua. Atividades que

limitam o uso dessa língua permanecem no campo da teoria e não da prática.

Apenas memorização de regras, que muitas vezes vêm disfarçadas de aulas

interativas, escondidas atrás de músicas, textos, vídeos que tem por finalidade focar

um aspecto específico: um tempo verbal, a formação de adjetivos, etc.

Um ato desmotivante se concretiza, pois, ao ver essas tecnologias em sala o

aluno se propõe a participar de maneira espontânea, demonstrando interesse por

achar que finalmente ele vai usar tudo o que já viu, mas, se frustra ao perceber que

isso só era um disfarce para introduzir gramática, vocabulário desconexo.

E em nenhum dos métodos foi percebido o foco na formação do cidadão

atrelado ao ensino/aprendizagem de língua estrangeira. Na era pós-método que

vive-se hoje é quase que inaceitável que esse processo se dê sem objetivar a

comunicação na língua aprendida, em todas as habilidades lingüísticas; formação de

cidadãos que através dessa troca de conhecimento, cultura e experiências possam

agir no mundo de maneira diferente. E que sejam impedidos pela barreira do

monolinguismo ao enfrentar o mercado de trabalho.

Outro aspecto a ser afetado com a deficiência do monolinguismo é a

possibilidade de participar dos acontecimentos internacionais, em seu próprio país,

através de universidades, programas federais, no uso dos meios de comunicação

como a Internet, que oferece inúmeras possibilidades de comunicação na língua

estrangeira ensinada e aprendida.

A escolha da abordagem é fundamental para que todos os aspectos acima

citados sejam efetivados no processo. E a flexibilidade que a abordagem atrelada ao

uso das ferramentas tecnológicas evita riscos como: limitar o uso da língua,

24

estabelecer padrões que podem prejudicar a aprendizagem, podar o

compartilhamento de conhecimento, correção de erros de forma incorreta, etc.

Dessa maneira, o aprendiz se sentirá responsável pela sua aprendizagem,

buscará dentre as possibilidades oferecidas as que melhor atendem seus objetivos,

além de, proporcionar uma aprendizagem significativa que, será percebida onde

quer que ele esteja e em qualquer situação com que ele se depare.

25

3 CAPÍTULO

METODOLOGIA

3.1 Método

Este trabalho está fundamentado em bases de referência à pesquisa

bibliográfica, fazendo uma revisão da literatura que trate desse questionamento

quanto ao ensino e aprendizagem de língua estrangeira, que tenta para obter

informações sobre o ensino de língua Inglesa e o auxílio da ferramenta Webquest.

Segundo Gil (1996, p.44) a pesquisa bibliográfica "é desenvolvida a partir de

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos". Mas,

neste trabalho também foram utilizadas outras fontes tais como: pesquisas

publicadas em sites especializados na publicação de material nessa área do

conhecimento e outros tipos de textos encontrados na Internet.

Pesquisas em toda literatura, livros, periódicos, artigos científicos, trabalhos

de pesquisa, disponíveis fossem relacionadas à área de pesquisa que estão

disponíveis em suas diversas modalidades de divulgação, tendo a cautela de

verificar apenas aquelas que são consideradas seguras acerca das informações

nelas divulgadas.

Esse tipo de pesquisa foi escolhido por oferecer as possibilidades de

discussão sobre o assunto, apontando algumas possibilidades para o uso da

ferramenta tecnológica proposta. Já que ainda não existe campo para um outro tipo

de pesquisa que analise o grau de eficácia dessa proposta.

3.2 Do problema

Mediante aos avanços tecnológicos que vêm acontecendo em nossa

sociedade não se pode conceber o fato de que a escola, ao utilizar dessas novas

tecnologias, se beneficia no que diz respeito a proporcionar ao estudante e,

particularmente, ao aprendiz de uma língua estrangeira a oportunidade de

desenvolver as habilidades (ler, escrever, falar e ouvir) nessa língua alvo. E as

Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) podem fornecer essa possibilidade

de aprendizado comunicativo, pois, tais ferramentas oferecem condições

necessárias para tal empreendimento.

Segundo Jordão (2005, apud SOUZA, 2008) “conhecer uma LE é ter acesso a

outros conjuntos de possibilidades interpretativas, de entendimento de mundo, de

perspectivas além daqueles que nossa língua materna nos permite alcançar”, sendo

26

assim, ele é responsável pela sua aprendizagem, o que reforça a ideia de que ele

necessita de meios para tal conjuntura.

E é pensando em todos os benefícios que as TIC, em especial a ferramenta

Webquest, podem fornecer ao processo de aprendizagem do estudante que se

questiona: Como a Webquest pode fornecer ao discente essa oportunidade de

aprender uma segunda língua de forma comunicativa?

3.3 Dos objetivos

Ao definir os objetivos dessa pesquisa foi tomado por base que “o objetivo da

ciência não é somente aumentar o conhecimento, mas o de aumentar as nossas

possibilidades de continuar aumentando o conhecimento” (ACKOFF (1975:27) apud

MARCONI e LAKATOS, 1990, p.22).

Dessa maneira, o objetivo principal deste trabalho foi de analisar como a

Webquest pode servir de instrumento para uma aprendizagem comunicativa para

contribuir no ensino/aprendizagem com um olhar reflexivo para a aprimoração desse

processo.

Para obter esse resultado foi necessário verificar como a Webquest

potencializar a aprendizagem de LE para o engajamento do aprendiz na sociedade

como sujeito reflexivo e crítico. Além de investigar para conhecer as necessidades

que o aprendiz tem para obter uma aprendizagem significativa.

Assim sendo, buscou-se reconhecer como a ferramenta Webquest fornece

meios para um ensino/aprendizagem que objetive a comunicação entre o falante da

língua estrangeira e seus „novos‟ pares discursivos, em uma sociedade onde não

existe limite e nem fronteira que impossibilite essa relação.

27

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após todas as discussões feitas neste trabalho, pode-se perceber que o

ensino/aprendizagem de LE é de imprescindível importância na formação do

cidadão, e que a possibilidade de comunicação do aprendiz em outra língua se

configura um diferencial na sua vida em sociedade e no posicionamento dele no

mundo. E que a ferramenta, aqui discutida, fornece meios e possibilidades de

aprimoramento do ensino de LE. Fornecendo ao professor a possibilidade de ofertar

ao aluno atividades que o permitam construir o conhecimento em língua estrangeira,

interagindo com materiais autênticos, que o expõe a situações reais de uso da

língua. Construindo esse conhecimento, também, através da interação com os

colegas.

Proporcionando assim, a oportunidade de perceber o outro – seu colega, um

falante nativo, a cultura de cada um deles – e se posicionar no mundo consciente do

que acontece ao seu redor. As diferenças que fazem de cada um ser único com

experiências e conhecimento de mundo distintos.

Entretanto, após as reflexões feitas neste trabalho, propõe-se também um

maior comprometimento de ambas as partes para a solidificação de um

ensino/aprendizagem efetivos. O que não exime a escola de participar desse

processo que é muito mais que: livros, músicas, aulas, momentos isolados de

resolução de atividades, professor e aluno.

Conscientes de que cada um tem seu papel e que, um não funciona sem o

outro, professor, aluno e escola devem se unir e fazer as escolhas certas para que o

objetivo de proporcionar um ensino formador e efetivar uma aprendizagem

significativa sejam alcançados ao longo do caminho. E é para esses momentos que

as TIC, em especial a Webquest, podem fornecer os subsídios necessários para que

este resultado seja obtido. De forma tal que se perceba o real sentido de ensinar

língua estrangeira.

E é para contribuir nesse processo que foram feitas leituras, análises dessas

leituras para propor que no processo de ensino/aprendizagem de LE sejam

consideradas, para a utilização no dia-a-dia da sala de aula, as ferramentas

tecnológicas, de maneira especial a Webquest para proporcionar ao professor e ao

aprendiz experiências reais de uso da língua que se aprende nas aulas de LE.

Dessa forma, a formação do cidadão terá uma contribuição significativa do aprender

28

e utilizar uma língua estrangeira. Sendo este o resultado de leituras e reflexões das

contribuições positivas que a ferramenta aqui discutida pode oferecer ao

ensino/aprendizagem de LE; considera-se que na análise e verificação das

possibilidades que a Webquest, ela fornece opções tanto ao professor quanto ao

aprendiz de se beneficiarem com seu uso, na certeza de obtenção de resultados

proveitosos do processo.

29

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.

BRUNNER, Cornelia. TALLY, William. The new media literacy hand book: an educator’s guide to bringing new media into the classroom. New York- USA: Anchor Books,1999 COSTA, Wilze Arena da. PINHEIRO; Mariza Inês da Silva. COSTA; Maria Neuma da Silva. O bibliotecário escolar incentivando a leitura através da Webquest. Perspectivas em Ciência da Informação. 2009. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pci/v14n1/v14n1a04.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2011. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo. Editora Atlas, 2002 JAMBEIRO, Othon. BOLAÑO, César. BRITTOS, Valério (org.). Comunicação, informação e cultura: dinâmicas globais e estruturas de poder. Salvador: Edufba, 2004. LIMA, Diógenes Cândido de (org.). Ensino aprendizagem de língua inglesa: conversa com especialistas. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. São Paulo. Editora Atlas, 1990 MARQUES, Juracy C. A aula como processo: um programa de auto-ensino. 7 dd. Porto Alegre: Editora Globo, 1983. MORAES, Raquel de Almeida; DIAS, Ângela Correia; FIORENTINI, Leda Maria Rangearo. As Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação: as perspectivas de Freire e Bakhtin. Disponível em: <http://www.alaic.net/ponencias/ UNIrev_Moraes_e_outros.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2011. O QUE é WebQuest? Disponível em: <http://www.educared.org/educa/index.cfm? pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_escola=233>. Acesso em: 02 ago. 2011. PACIEVITCH, Thaís. Infoescola Navegando e aprendendo. Disponível em: <http://www.infoescola.com/informatica/tecnologia-da-infromacao-e-comunicacao/>. Acesso em: 1 maio 2010. PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira e (org.). Práticas de ensino e aprendizagem de inglês com foco na autonomia. 3 ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2010.

30

SAMPAIO, Vinicius. Abordagem Comunicativa no Ensino de Língua Inglesa: uma Educação Prática, Integrada e Inclusiva no Brasil. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/45224/1/Artigo-Cientifico-Abordagem-Comunicativa-no-Ensino-de-LI/pagina1.html#ixzz1DrR4yhSk>. Acesso em: 13 fev. 2011. WEYMAR, Rogério Ramos. Webquest, Blogquest: Ferramentas para Pesquisa Web. Disponível em: <http://www.portalwebquest.net/pdfs/weimar.pdf>. Acesso em: 01 set. 2011.