A UTILIZAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA NAS EMPRESAS

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    5HYLVWD(OHWU{QQLFDGGH&RQQWDELOLGDGDGH&XUVRGH&LrQFLDV&RQQWiEHLV8)60 VOLUME I. N.2 DEZ/2004-FEV/2005_______________________________________________________________________________________________

    A UTILIZAO DO FLUXO DE CAIXA NAS EMPRESAS:

    UM MODELO PARA A PEQUENA EMPRESA

    Geize Pivetta1

    RESUMO

    Na atual conjuntura econmica h uma tendncia natural no sentido de

    adotar-se a Demonstrao de Fluxo de Caixa em substituio Demonstrao

    de Origens e Aplicaes. Isto se deve fundamentalmente a sua menor

    complexidade o que facilita sobremaneira o entendimento, principalmente pelos

    usurios externos pouco habituados a termos tcnicos.

    O fluxo de caixa nada mais do que a distribuio no tempo de todas as

    entradas e sadas de numerrio geradas pelas atividades da empresa, lida

    portanto, com conceito de fcil assimilao, a disponibilidade financeira,

    facilitando o entendimento por todos.

    O escopo do presente artigo demonstra a importncia da Demonstrao

    do Fluxo de Caixa quer seja apresentada juntamente com as demais

    Demonstraes Contbeis ou isoladamente, especialmente no universo das

    pequenas e mdias empresas, apresentando-se um modelo especfico onde se

    prope que o mesmo seja utilizado como instrumento de controle gerencial.

    Palavras-chaves: Fluxo de Caixa, Contabilidade, Empresa

    ABSTRACT

    In the current economic conjuncture there is a natural tendency in the

    sense of adopting the cash flow statement in substitution to the demonstration

    of origins and applications. This is due to fundamentally the smallest complexity

    1

    Especialista em Controladoria e Finanas pela Universidade Federal de Santa Maria.E-mail: [email protected]

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    that facilitates the understanding greatly, mainly for the external users not very

    habituated to technical terms.

    The cash flow is nothing else than the distribution in the time of whole the

    cash inflows and cash outflows produced by the activities of the company,works therefore, with concept of easy assimilation, the financial availability,

    facilitating the understanding for everybody.

    The aim of the present article demonstrate the importance of the cash flow

    statement presented together with the other accounting demonstrations or

    separately, especially in the universe of the small and medium companies,

    introducing a specific model where intends that the same is used as instrument

    of managerial control.

    keys Words: Cash flow, Accounting, Company

    1. INTRODUO

    Embora ainda no exigida pela lei das sociedades annimas a

    demonstrao de fluxo de caixa de grande importncia. Havendo

    necessidade de concentrarse em um demonstrativo para anlise de umaempresa certamente a escolha recairia sobre a projeo do fluxo de caixa .

    Para empresas novas ou em fase de expanso pode significar a diferena

    entre sucesso e fracasso, j para as demais mostra o seu comportamento

    oportunizando detectar se est em crescimento ou estagnada.

    O fluxo de caixa uma demonstrao dinmica, que oferece ao gerente

    financeiro uma bagagem de informaes que o ajudar na tomada de decises.

    Representa a previso, o controle e o registro de entradas e sadas financeiras

    durante um determinado perodo, contendo informaes sobre a vida financeira

    da empresa. Atravs dele, obtm-se as informaes sobre o estado de liquidez

    da empresa; como utilizar seus recursos por um determinado perodo; se h

    capacidade da empresa aplicar recursos e/ou se h necessidade de buscar um

    emprstimo.

    Apesar disto, poucas so as empresas que preocupam-se com o fluxo de

    caixa o que paradoxal, pois na atual conjuntura econmica em que a

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    competitividade no mercado est cada vez mais acirrada o mnimo que espera

    de uma empresa controle do seu fluxo de caixa.

    Este artigo objetiva demonstrar a importncia da utilizao do fluxo de

    caixa nas empresas, como instrumento gerencial da tomada de decisesprincipalmente nas pequenas empresas. Apresentar-se- um modelo

    especfico de fluxo de caixa para pequena empresa, demonstrando a sua

    utilidade e importncia como ferramenta gerencial.

    2. O FLUXO DE CAIXA E A PEQUENA EMPRESA

    Na pequena empresa, devido simplicidade de sua estrutura, que

    muitas vezes prescinde de reas, departamentos e sees, a principalcontribuio do fluxo de caixa exatamente na compreenso dos efeitos das

    decises tomadas, com relao s disponibilidades da empresa. O

    empreendedor, ao conceder prazo para pagamento ou descontos aos clientes,

    pode gerar a necessidade de captao de recursos para pagamento das

    obrigaes e, consequentemente, implicar na incorrncia de despesas

    financeiras. E isso deve ser considerado o custo da operao, ao calcular-se,

    por exemplo, os preos praticados para vendas a prazo. A contribuio do fluxode caixa portanto, fundamental no entendimento do funcionamento da prpria

    empresa e das implicaes das decises tomadas. Alm disso podemos citar

    outros aspectos da atividade que a manuteno de um fluxo de caixa pode

    ajudar a perceber e compreender:

    Existncia de concentrao de pagamentos/recebimentos;

    Sazonalidade nas vendas;

    Necessidade e resultados das polticas de marketing e promoes;

    Estrutura de custos/despesas fixa;

    Necessidade da separao dos controles pessoais e da empresa;

    Necessidade de uma remunerao pelo trabalho do empreendedor;

    Efeitos dos tributos;

    A noo de passivos/obrigaes.

    Outra razo para se considerar com administrao das disponibilidades

    caracterstica especial da pequena empresa de dispor escassos recursos de

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    caixa, pelo menos durante os primeiros anos de operao e ficam vulnerveis a

    qualquer mudana repentina tanto dentro da empresa quanto no ambiente

    geral do negcio.

    Muitas empresas pequenas, por escassez de caixa, fracassamexatamente no momento que na verdade esto tendo lucro.

    A sobrevivncia antecede o sucesso. A nica pr-condio para a

    sobrevivncia da empresa a disponibilidade de dinheiro na mo quando voc

    realmente precisar. Ficar sem dinheiro significa ficar fora do negcio. A

    administrao do caixa uma condio decisiva para a sobrevivncia e o

    sucesso de uma pequena empresa

    3. VANTAGENS DOFLUXO DE CAIXA

    Atravs do conhecimento do passado (o que ocorreu) se poder fazer

    uma boa projeo do fluxo de caixa para o futuro (prxima semana, prximo

    ms, prximo trimestre, etc.). A comparao do fluxo projetado com o real

    indica as variaes que, quase sempre, demonstram as deficincias nas

    projees. Estas variaes so excelentes subsdios para aperfeioamento de

    novas projees de fluxos de caixa.O objetivo bsico a projeo das entradas e das sadas de recursos

    financeiros para determinado perodo, visando prognosticar a necessidade de

    captar emprstimos ou aplicar excedentes de caixa em operaes rentveis

    para a empresa, proporcionando um fluxo de caixa equilibrado, otimizando a

    aplicao, de recursos prprios e de terceiros nas atividades mais rentveis

    pela empresa.

    Outros objetivos:

    saldar as obrigaes da empresa nas datas de vencimento;

    planejar pagamentos em datas certas para no incorrer em

    inadimplemento;

    ter um fundo com saldo de caixa para eventuais despesas;

    quando tem caixa elevado programar para uma melhor aplicao e

    pelo tempo que depois de analisado o fluxo pode se deixar;

    buscar perfeito equilbrio entre ingressos e desembolsos de caixa da

    empresa;

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    analisar fontes de crdito que oferecem emprstimos menos onerosos

    em caso de necessidade com tempo j previsto.

    O fluxo de caixa de vital importncia para a eficcia econmico-tcnico-

    financeira e administrativa das empresas, sejam elas micro, pequenas, mdiasou grandes, a tal ponto, que muitas instituies de crdito exigem a sua

    apresentao antes de concederem emprstimos ou financiamentos a seus

    clientes. As empresas que o utilizam dificilmente fracassam, o mesmo no

    ocorre com aqueles que dele no fazem uso para planejar e controlar as suas

    atividades. Atravs do fluxo de caixa a empresa poder saber antecipadamente

    (no incio de um perodo) o que ela ter de necessidade ou de excedentes de

    recursos financeiros, podendo com isso tomar a decises mais adequadaspara solucionar seus impasses. A sua adoo como ferramenta gerencial

    proporciona ainda que a empresa tenha:

    Um auto planejamento utilizando-se de dados estatsticos;

    Uma viso de curto e mdio prazo sobre o seu desempenho ;

    Um planejamento de investimentos, quando os dados, ms a ms,

    apresentarem ndices de crescimento acentuado;

    Capacidade de tomar decises rpidas, fundamentadas diante dosurgimento de dificuldades financeiras.

    Dentre as inmeras vantagens decorrentes do uso do fluxo de caixa,

    destacam-se:

    Viso integrada do caixa: sabendo-se o saldo verdadeiro do caixa,

    busca-se a sua otimizao, atravs do aumento de entradas e/ou reduo de

    sadas.

    Alta preocupao com competitividade e desempenho: ao seprojetar um fluxo de caixa, definem-se os parmetros de desempenho. Ex.: Se

    uma empresa vender X, sua atuao ser modesta no mercado, sem

    influenciar a concorrncia. Se vender X + Y sua atuao ser satisfatria e

    equiparada aos dos concorrentes; mas caso ela venda X + Y + Z, sua atuao

    passa a ser tima e supera a condio dos concorrentes. Com isso, esses

    indicadores de desempenho norteiam a empresa quanto aos seus objetivos e

    metas a serem alcanadas.

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    Equilbrio financeiro de caixa: Permite empresa conhecer seu

    ponto de equilbrio com relao ao caixa, ou seja, determinar qual o volume de

    capital que precisa estar presente, ao mnimo, para que a empresa possa arcar

    com seus custos dia-a-dia. Este procedimento evita situaes prejudiciais empresa como a falta de caixa, o que pode gerar dvidas com emprstimos e o

    excesso de caixa, situao esta referente a uma reserva muito alta de capital

    no caixa e que poderia ser tranqilamente reaplicada em outros investimentos

    (custo de capital).

    Para que a empresa possa atingir resultados significativos, necessrio

    que todos os membros e departamentos estejam envolvidos com o processo,

    de maneira a alcanar a sinergia e otimizar o desempenho da empresa.

    4. TIPOS DE FLUXO DE CAIXA

    Os fluxos operacionais so os fluxos de caixa entradas e sadas

    diretamente relacionado produo e venda dos produtos e servios da

    empresa. Esses fluxos captam a demonstrao do resultado e as transaes

    das contas circulantes (excluindo os ttulos a pagar) ocorridas durante o

    perodo.As principais modalidades de ingressos operacionais so as vendas

    vista; recebimento, desconto, cauo e cobrana das duplicatas de vendas a

    prazo realizadas pela empresa.

    Quanto aos desembolsos operacionais podem ser relacionados com as

    compras de matrias-primas vista e a prazo, salrios e ordenados com os

    encargos sociais pertinentes, custos indiretos de fabricao, despesas

    administrativas, despesas com vendas, despesas financeiras e despesas

    tributrias.

    Nesse caso o fluxo que resulta da atividade econmica da empresa deve

    ser superior ao lucro lquido aps o imposto de renda, devido a dois fatores:

    a) o montante de despesas no desembolsadas atribudas ao perodo,

    principalmente a depreciao que um custo, porm no representa uma

    sada de caixa;

    b) desembolsos com investimentos no capitalizados, porm

    considerados como despesas do perodo.

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    Os fluxos de investimento so fluxos de caixa associados com a compra e

    venda de ativos imobilizados, e participaes societrias. Obviamente, as

    operaes de compra resultam em sadas de caixa, enquanto que as

    operaes de venda geram entradas de caixa.Os fluxos de financiamento resultam de operaes de emprstimo e

    capital prprio. Tomando ou quitando emprstimos tanto de curto prazo (ttulos

    a pagar) quanto de longo prazo resultar numa correspondente entrada ou

    sada de caixa. Do mesmo modo, a venda de aes pode resultar numa

    entrada de caixa, enquanto que a recompra de aes ou o pagamento de

    dividendos pode resultar em sada financeira.

    O fluxo de caixa extra-operacional compreende os ingressos e osdesembolsos de itens no relacionados atividade principal da empresa,

    como: imobilizaes, vendas do ativo permanente, receitas financeiras,

    aluguis, recebidos ou pagos, amortizaes de emprstimos ou de

    financiamentos, pagamento de contraprestaes (leasing).

    5. ELABORAO DO FLUXO DE CAIXA

    A projeo do fluxo de caixa depende de vrios fatores como o tipo deatividade econmica, o porte da empresa, o processo de produo e/ou

    comercializao se contnuo ou no, etc.

    O fluxo de caixa um dos instrumentos mais eficientes de planejamento e

    de controle financeiro, o qual poder ser elaborado de diferentes maneiras,

    conforme as necessidades ou convenincias de cada empresa, a fim de

    permitir que se visualize os ingressos de recursos e os respectivos

    desembolsos.

    O perodo ideal para um planejamento de pelo fluxo de caixa um mnimo

    de trs meses, segundo Zdanowicz, (1995). O fluxo de caixa mensal dever,

    posteriormente, transformar-se em semanal e este em dirio. Onde o modelo

    dirio fornecer a posio dos recursos em funo dos ingressos e dos

    desembolsos de caixa, e constitui-se em poderoso instrumento de

    planejamento e de controle financeiro para a empresa.

    Elabora-se o fluxo de caixa a partir das informaes recebidas dos

    diversos departamentos, setores, sees da empresa, de acordo com o

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    cronograma anual ou mensal de ingressos e de desembolsos, remetidos ao

    departamento ou gerncia financeira.

    As seguintes informaes ou estimativas, segundo os perodos de tempo,

    so teis para a elaborao do fluxo de caixa:a) projeo de vendas, considerando-se as provveis propores entre as

    vendas vista e a prazo da empresa;

    b) estimativa das compras e as respectivas condies oferecidas pelos

    fornecedores;

    c) levantamento das cobranas efetivas com os crditos a receber de

    clientes;

    d) determinao da periodicidade do fluxo de caixa, de acordo com asnecessidades, tamanho, organizao da empresa e ramo de atividade;

    e) oramento dos demais ingressos e desembolsos de caixa para o

    perodo.

    Os dados devero ser os mais corretos possveis, onde os seus

    responsveis estejam conscientes da exatido, clareza e confiabilidade dos

    dados prestados.

    Para se fazer um fluxo de caixa, deve-se conhecer todas as receitas (comdatas de entrada) e todas despesas (com datas de vencimento).

    As principais receitas so: vendas vista, recebimento de vendas a

    prazo, aumento de capital social, vendas dos itens do Ativo Permanente,

    receita de aluguis e resgate de aplicaes no mercado financeiro.

    As principais despesas so: custos para financiar o ciclo operacional da

    empresa (aluguel, mo-de-obra, matria-prima, luz, telefone, gua, ...),

    amortizar os emprstimos e/ou financiamentos.

    Na elaborao do fluxo de caixa utiliza-se mapa auxiliar que so muito

    teis, eis alguns: mapa auxiliar de recebimento de vendas a prazo; de

    recebimento de vendas a prazo com atraso; de pagamentos das compras a

    prazo; planilha de recebimentos; planilha de projeo das compras, planilha de

    pagamentos, planilha de despesas administrativas.

    As principais transaes que afetam o caixa so:

    a) Transaes que aumentam o caixa (disponvel)

    integralizao do capital pelos scios ou acionistas;

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    emprstimos bancrios e financeiros;

    venda de itens do Ativo Permanente;

    vendas vista e recebimento de duplicatas a receber;

    outras entradas, como: juros recebidos, dividendos recebidos,

    indenizaes de seguros, etc.

    b) Transaes que diminuem o caixa (disponvel)

    pagamento de dividendos aos acionistas;

    pagamento de juros, correo monetria da dvida e amortizao da

    dvida;

    aquisio de itens do Ativo Permanente;

    compras vista e pagamento de fornecedores;

    pagamento de despesa/custo, contas a pagar e outros.

    c) Transaes que no afetam o caixa

    depreciao, amortizao e exausto. So meras redues de Ativo,

    sem afetar o caixa;

    proviso para devedores duvidosos. Estimativa de provveis perdas

    com clientes que no representa o desembolso ou encaixa;

    acrscimo (ou diminuio) de itens de investimentos pelo mtodo de

    equivalncia patrimonial. Assim como correo monetria, poder haver

    aumentos ou diminuies em itens de investimentos sem significar que houve

    vendas ou novas aquisies.

    6. MODELO DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA PEQUENA EMPRESA

    O fluxo de caixa elaborado de acordo com o tipo de atividade

    econmica, dependendo tambm do porte da empresa e de seu processo decomercializao.

    Considerando-se a legislao tributria vigente as empresas de pequeno

    porte classificam-se em optantes e no optantes pelo SIMPLES a nvel federal,

    conforme o ramo de atividade e faturamento anual, segundo a lei n 9.317/96 e

    alteraes posteriores . Sendo optante pelo SIMPLES elas classificam-se em

    micro-empresa ou empresa de pequeno porte, conforme faturamento anual. J

    na esfera estadual as empresas classificam-se em micro-empresa, empresa de

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    pequeno porte e modalidade em geral conforme receita bruta e ramo de

    atividade.

    Como modelo ser usada uma empresa de pequeno porte a nvel federal

    e estadual, sendo firma individual, que tem pr atividade comercial a venda deprodutos farmacuticos, no possuindo estabelecimento prprio e com quatro

    funcionrios. Esta empresa denominar-se- Drogaria Brum.

    As transaes financeiras da empresa Drogaria Brum esto a seguir

    relacionadas:

    A entrada de recursos com recebimentos atravs de vendas vista

    (80%) e a prazo - 30 dias (20%);

    No houve outras entradas de caixa, como por exemplo venda de ativopermanente, financiamento e integralizao de capital;

    Os desembolsos so com: fornecedores (mercadorias vista 80% e

    a prazo 20% em 30 dias, j os transportes so vista), remunerao de

    pessoal (salrios, frias, 13 salrio) no quinto dia til, encargos sociais (FGTS)

    no stimo dia do ms seguinte, imposto e taxas (SIMPLES, ICMS, IPTU, alvar

    de localizao e de sade) no 10 dia do ms seguinte, financiamentos

    bancrios no vencimento, despesas administrativas (aluguel, telefone,honorrios pro-labore, gua, luz) no 5 dia, despesas financeiras (despesas

    bancrias no dia 30 e juros a pagar quando ocorrer), e outros;

    O saldo inicial de caixa igual ao de 31.12.X0, no valor de R$

    2.000,00;

    O nvel desejado de caixa para o ms seguinte de 5% a mais em

    relao ao anterior;

    Em caso de excedentes ser aplicado no mercado financeiro, pararesgate em 30 dias;

    No caso de escassez de recursos, a empresa captar recursos em

    Bancos, com amortizao em 60 dias.

    De acordo com transaes anteriores, projetou-se um perodo de

    atividade de dezembro de x0 junho x1.

    Demonstrativo das projees de transaes no perodo considerado:

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    Dezembro Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho

    Vendas mercadorias 15.000,00 12.000,00 18.000,00 15.000,00 17.000,00 20.000,00 23.000,00

    Compras mercadorias 7.500,00 6.000,00 9.000,00 7.500,00 8.500,00 10.000,00 11.500,00

    Remunerao pessoal 3.000,00 2.500,00 3.200,00 3.000,00 3.000,00 4.000,00 4.200,00

    Encargos Sociais 240,00 200,00 256,00 240,00 240,00 320,00 336,00Financiam.e Emprstimos

    Despesas Administrativas

    Luz 48,00 40,00 52,00 48,00 50,00 56,00 59,00

    gua 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00

    Aluguel 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00

    Telefone 62,00 65,00 61,00 70,00 61,00 72,00 80,00

    Honorrios 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00

    Pro-labore 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00

    Material de Escritrio 22,00 15,00 18,00 25,00 20,00 30,00 25,00

    Despesas Financeiras 55,00 50,00 60,00 55,00 58,00 62,00 65,00

    Impostos e taxas

    SIMPLES(5,4%) 810,00 648,00 972,00 810,00 918,00 1.080,00 1.242,00

    ICMS 750,00 600,00 900,00 750,00 850,00 1.000,00 1.150,00

    IPTU 35,00 35,00 35,00 35,00 35,00 35,00 35,00

    Alvars localizao e

    sade

    320,00

    Fonte: Prpria

    Mapa de recebimento de vendas:Recebimento

    VendasReceita Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho

    Dezembro 15.000,00 3.000,00

    Janeiro 12.000,00 2.400,00

    Fevereiro 18.000,00 3.600,00

    Maro 15.00, 3.00,Abril 17.00, 3.40,Maio 20.00, 4.00,Junho 23.00,Receitados 9.600, 14.40, 12.00, 13.60, 16.00, 18.40,Somatrio 12.600, 16.80, 15.60, 16.60, 19.40, 22.40,Fonte:PrpriaOmapaderecebimentodevendasfoi dispostoemumaplanilhacujosomatrioresultantedasentradasvistaeaprazodentrodecadams,valoresestesqueforamtransportadosparaofluxodecaixaabaixo.

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    Mapa de pagamento de compras:

    Pagamento

    ComprasCompras Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho

    Dezembro 7.500,00 1.500,00

    Janeiro 6.000,00 1.200,00

    Fevereiro 9.000,00 1.800,00

    Maro 7.500,00 1.500,00

    Abril 8.500,00 1.700,00

    Maio 10.000,00 2.000,00

    Junho 11.500,00

    Compras do ms 4.800,00 7.200,00 6.000,00 6.800,00 8.000,00 9.200,00

    Somatrio 6.300,00 8.400,00 7.800,00 8.300,00 9.700,00 11.200,00

    Fonte: Prpria

    O mapa de compra de mercadorias foi disposto em uma planilha onde o

    somatrio o desembolso que foi efetuado a fornecedores ms a ms, sendo

    parte vista e parte a prazo. A seguir estes valores foram transportados para o

    fluxo de caixa abaixo.

    Fluxo de Caixa:

    JANEIROFEVEREIR

    OMARO ABRIL MAIO JUNHO

    1- ENTRADASReceita de vendas vista 9.600,00 14.400,00 12.000,00 13.600,00 16.000,00 18.400,00

    Receita de vendas a prazo 3.000,00 2.400,00 3.600,00 3.000,00 3.400,00 4.000,00

    Receita de operaes

    bancrias

    Financiamentos e

    emprstimos

    TOTAL DAS ENTRADAS 12.600,00 16.800,00 15.600,00 16.600,00 19.400,00 22.400,00

    2- SADAS

    Compras vista 4.800,00 7.200,00 6.000,00 6.800,00 8.000,00 9.200,00

    Pagamento de

    fornecedores

    1.500,00 1.200,00 1.800,00 1.500,00 1.700,00 2.000,00

    Remunerao de pessoal 2.500,00 3.200,00 3.000,00 3.000,00 4.000,00 4.200,00

    Encargos Sociais 200,00 256,00 240,00 240,00 320,00 336,00

    Financiamentos e

    emprstimos

    Despesas Administrativas

    Luz 40,00 52,00 48,00 50,00 56,00 59,00

    gua 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00 25,00

    Aluguel 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00

    Telefone 65,00 61,00 70,00 61,00 72,00 80,00

    Honorrios 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00Pro-labore 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00 900,00

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    Material de Escritrio 15,00 18,00 25,00 20,00 30,00 25,00

    Despesas Financeiras 50,00 60,00 55,00 58,00 62,00 65,00

    Impostos e taxas

    SIMPLES(5,4%) 648,00 972,00 810,00 918,00 1.080,00 1.242,00

    ICMS 600,00 900,00 750,00 850,00 1.000,00 1.150,00

    IPTU 35,00 35,00 35,00 35,00 35,00 35,00

    Alvars Localizao e

    Sade

    320,00

    TOTAL DAS SADAS 12.398,00 15.579,00 14.458,00 15.157,00 17.980,00 20.017,00

    3-Diferena do perodo(1-2) 202,00 1.221,00 1.142,00 1.443,00 1.420,00 2.383,00

    4- SALDO INICIAL DE

    CAIXA

    2.000,00 2.100,00 2.205,00 2.315,25 2.431,00 2.552,56

    5- Disponib. Acum. (3+4) 2.202,00 3.321,00 3.347,00 3.758,25 3.851,00 4.935,56

    6-Nvel Desejado 2.100,00 2.205,00 2.315,25 2.431,00 2.552,56 2.680,19

    7-Emprstimos a captar

    8- Aplicaes no mercado -102,00 -1.116,00 -1.031,75 -1.327,25 -1.298,44 -2.255,37

    9- Amortizaes

    10- Resgates 102,00 1.116,00 1.031,75 1.327,25 1.298,44

    11- SALDO FINAL DE

    CAIXA

    2.100,00 2.205,00 2.315,25 2.431,00 2.552,56 2.680,19

    Fonte: Prpria

    Com base nas transaes de perodos anteriores, o administrador da

    empresa analisada projetou sua atividade para o prximo semestre tendo, com

    isso, a possibilidade de tomar decises em relao ao saldo excedente

    disponvel em caixa, podendo inclusive modificar sua poltica de compra e

    venda.

    O fluxo de caixa pode ser comparado com a demonstrao de resultado

    do exerccio, tendo como diferena s transaes que no afetam o caixa.

    7. CONCLUSO

    As instituies de apoio s pequenas e mdias empresas no Brasildedicam-se a prestar auxlio empresarial, atuando atravs de treinamentos,

    consultorias, preparao de estudos e pesquisas, publicaes de livros e

    folhetos, divulgao de informaes comerciais, suporte tecnolgico, promoo

    de negcios e articulao institucional. Ressalte-se tambm a preocupao que

    surge nas principais universidades de incluir nos currculos de seus cursos de

    graduao e ps-graduao, disciplinas preocupadas com a anlise dos

    problemas e com a formao de empreendedores e consultores para aspequenas empresas. Infere-se que a mesma preocupao deveria atingir os

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    cursos de contabilidade, onde os professores tenham possibilidade de

    apresentar as caractersticas da contabilidade voltadas para as pequenas

    empresas, objetivando principalmente a preparao de relatrios simples

    voltados tomada de decises pelo empreendedor.Surge desse contexto um novo papel a ser exercido pela contabilidade.

    Mensurando, comunicando e constituindo-se em um sistema de informaes

    gerenciais teis e confiveis, respeitando as caractersticas especficas das

    pequenas empresas. Alcanaria, assim, inicialmente, o singelo objetivo de

    conduzir o gestor a um maior conhecimento do funcionamento do negcio. E

    posteriormente, compreenso de conceitos contbeis complexos como

    depreciao e proviso.Prope-se como instrumento inicial para cumprir esse objetivo a adoo

    do Fluxo de Caixa devido a sua facilidade de compreenso, associado que est

    ao conceito concreto de disponibilidade financeira, e a sua importncia na fase

    inicial da empresa onde o essencial garantir recursos para cumprir com suas

    obrigaes. capaz ainda de resumir e refletir todas as atividades da empresa,

    sejam elas operacionais, econmicas ou financeiras; sejam relacionadas

    administrao do capital de giro ou administrao financeira de longo prazo.Ao final apresenta-se um modelo que objetiva atender as caractersticas

    apontadas.

    Espera-se, assim, ter contribudo no sentido de oferecer s pequenas

    empresas alternativas para que possam mensurar os seus negcios de forma

    adequada.

    8. REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS

    GITMANN, Laurence J. Princpio de aministrao financeira. 7ed. SoPaulo: Harbra, 1997.

    IUDICIBUS, Srgio et all. Contabilidade introdutria. 7.ed. So Paulo: Atlas,1986.

    IUDICIBUS, Srgio, MARION, Jos Carlos. Manual de contabilidade parano contadores. So Paulo: Atlas, 1990.

    ZDANOWICZ, Jos Eduardo. Fluxo de caixa. 6.ed. Porto Alegre: Sagra-DC

    Luzardo, 1995.