Abordagens proteômicas e suas aplicações no campo da hematologia

download Abordagens proteômicas e suas aplicações no campo da hematologia

of 11

Transcript of Abordagens proteômicas e suas aplicações no campo da hematologia

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    1/11

    P g i n a | 1

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    Abordagens protemicas e suas aplicaes no

    campo da hematologia

    Weber, Simone Schneider

    Farmacutica-Bioqumica, Doutora em Medicina Tropical e Sade Pblica e aluna do curso de Ps-graduao em

    Hematologia Laboratorial da Academia de Cincia e Tecnologia.

    E-mail: [email protected]

    INTRODUO

    O termo proteoma foi descrito pela primeira

    vez por Marc Wilkins em 1994 (WILKINS et al.,

    1994) e refere-se ao conjunto de todas as protenas

    que intervm nos processos biolgicos, as quais

    so produzidas com base no genoma. Enquanto o

    genoma essencialmente esttico e no muda de

    uma clula para outra de um mesmo organismo, o

    proteoma altamente dinmico e dependente do

    estado da clula (GODOVAC-ZIMMERMANN;

    BROWN, 2001). Entretanto, a complexidade doproteoma no se explica apenas pelo nmero de

    protenas, mas tambm, devido s inmeras

    possibilidades de interaes protena-protena e

    modificaes ps-traducionais (PTMs), as quais

    apresentam um papel importante na funo das

    protenas (JENSEN et al., 2002). Tal

    complexidade, fez necessria a introduo de

    outros processos, como sub-fracionamento da

    amostra ou imunoprecipitao de protenas, dando

    origem ao termo - subproteoma - (SEM, 2007), o

    qual descreve um grupo especfico de protenas de

    um proteoma total, por exemplo: fosfoproteoma(conjunto de protena fosforiladas); glicoproteoma

    ResumoTcnicas protemicas esto cada vez mais sendo empregadas na descoberta de

    biomarcadores, para a definio e caracterizao de ambos os processos, normal e o

    patolgico. Os recentes progressos das metodologias empregadas nas abordagensprotemicas tm aberto novas oportunidades de aplicao mdica, inclusive no campo das

    doenas hematolgicas e medicina transfusional. No presente artigo feita uma reviso das

    aplicaes das protemica no campo da hematologia, incluindo os resultados obtidos nasreas da protemica clnica, medicina transfusional e farmacoprotemica.

    Palavras-chaves: protemica; hematologia; medicina transfusional e farmacoprotemica

    AbstractProteomic techniques are increasingly being employed for biomarker discovery, to the

    definition and characterization of both, physiological normal and the pathological processes.

    Recent progresses of methodology used in proteomic approaches have been open new

    opportunities for medical application, including in the field of hematological diseases andtransfusion medicine. In the current report, the clinical application of proteomics in the field

    of hematology is reviewed, including the results obtained in the clinical proteomics,

    transfusion medicine andfarmacoproteomic.

    Keywords: proteomic; hematology; transfusion medicine and farmacoproteomic

    mailto:[email protected]:[email protected]
  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    2/11

    P g i n a | 2

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    (protenas glicosiladas), ou ainda o proteoma de

    organelas celulares de interesse, tais como: ncleo,

    membrana, mitocndria e outros.

    Atualmente, denominaes com o sufixo -

    mica - tm proliferado para designar a descrioem larga escala de um grupo de diferentes

    molculas, tais como: metaboloma, usado para

    uma coleo de metablitos produzidos em um

    determinado momento fisiolgico (PSYCHOGIOS

    et al., 2011); interactoma, que descreve as

    interaes de uma protena com as demais

    (CUSICK et al., 2005)e secretoma, para protenas

    secretadas (WEBER et al., 2012).

    Muitas tcnicas empregadas em protemica

    tm como foco a identificao de biomarcadores,

    outras tm potencial para automao e utilizao

    na rotina clnica com propsito diagnstico e

    permitem a anlise de inmeros tipos de amostras

    e de alteraes no perfil de expresso proteica

    associada a uma doena. De maneira geral, as

    metodologias empregadas em protemica (Figura

    1) envolvem a extrao das protenas da amostra,

    separao por eletroforese uni (SDS-PAGE) ou

    bidimensional (2D-PAGE) e/ou cromatografia

    liquida (LC), seguida de anlise por espectrometria

    de massas (MS). A MS uma tcnica analtica que

    permite separar partculas de diferente relao

    massa-carga (m/z) em uma mistura complexa,

    muito utilizada em abordagens protemicas,

    aplicadas em larga escala, para identificar

    protenas expressas por um genoma, clula, tecido

    ou organismo (SCHUBERT et al., 2006).

    Nos ltimos anos, muitas questes importantes,

    referentes aos processos biolgicos e mecanismos

    bioqumicos, tm sido respondidas com auxlio da

    protemica e centenas de biomarcadores

    candidatos j foram descritos (CHEN et al., 2012;

    KRUGER et al., 2013; LEE et al., 2012; PENNO;

    ERNST; HOFFMANN, 2012; WHEELOCK et

    al., 2013; ZHANG et al., 2012; ZHENG et al.,

    2012). Assim, a aplicao das tcnicas protemicas

    representa uma importante etapa na expanso do

    conhecimento sobre a fisiopatologia das alteraes

    hematolgicas (LIUMBRUNO et al., 2010), bem

    como dos processos e vias metablicas(COLLAND et al., 2004; MAY et al., 2011).

    No presente artigo feita uma reviso das

    aplicaes da protemica no campo da

    hematologia, incluindo os resultados obtidos nas

    reas da protemica clnica, medicina transfusional

    e farmacoprotemica.

    Figura 1-Vi so geral das metodologias empregadas emprotemica. A separao das protenas de uma amostracomplexa pode ser realizada por diferentes tcnicasacopladas espectrometria de massas (MS). As tcnicas

    mais comumente utilizadas envolvem separaoeletrofortica unidimensional (SDS-PAGE) ou

    bidimensional (2D-PAGE), bem como a cromatografialquida (LC). A identificao das protenas pode ser

    realizada pelo software Mascot, atravs de dois mtodos: oPMF (do ingls: peptide mass fingerprint) ou o MS/MS.No PMF, o Mascot compara o padro de digesto ou PMF

    da protena que queremos identificar com os gerados

    teoricamente para todas as sequncias de protenasdepositadas nos bancos de dados disponveis on line.Enquanto que, o MS/MS realiza o sequenciamento eidentificao dos aminocidos que compem pequenas

    regies dos peptdeos detectados. O conjunto de todas as

    protenas identificadas constitui o Proteoma da amostraanalisada.

    Protemica Clnica

    A busca por marcadores moleculares que

    auxiliem no diagnstico e tratamento de doenas

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    3/11

    P g i n a | 3

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    humanas, incluindo as neoplasias hematolgicas,

    tem focado na anlise protemica de amostras

    biolgicas, objetivando identificar alteraes no

    padro proteico associado a uma doena. Esse

    novo ramo da medicina foi recentementedenominado de Protemica Clnica (KAMPER et

    al., 2011; LION; TISSOT, 2008;

    YUDITSKAYA; SUFFREDINI; KATO, 2010).

    Biomarcador ou marcador biolgico foi

    definido como uma caracterstica que pode ser

    medida experimentalmente e indica a ocorrncia

    de uma determinada funo normal ou patolgica

    de um organismo ou uma resposta a um agente

    farmacolgico (FOLLEN; SCHOTTENFELD,

    2001). Em suma, existem trs tipos de

    biomarcadores: tipo zero, biomarcadores de

    doenas, que indicam determinadas patologias;

    tipo 1, biomarcadores usados pra detectar o efeito

    de uma droga; e o tipo 2, com aplicao em

    ensaios clnicos (PACZESNY, 2013). Dentre as

    abordagens protemicas utilizadas na busca de

    biomarcadores, podemos citar um trabalho

    realizado por Bassim et al (BASSIM et al., 2012),

    o qual utilizando LC-MS/MS, os autores avaliaram

    amostras de saliva de pacientes com Doena do

    Enxerto Contra o Hospedeiro, tambm conhecida

    como DECH ou GVHD (do ingls: graft-versus-

    host disease), uma complicao comum aps o

    transplante de medula ssea (TMO) alognico.

    Esse estudo permitiu a identificao de um padro

    proteico na DECH, caracterizado pela reduo na

    expresso de duas protenas, a lactotransferrina e a

    lactoperoxidase. Os autores sugerem que essa

    metodologia pode ser aplicada como um teste no

    invasivo para deteco precoce, rastreamento e

    acompanhemento da DEHC, em larga escala, nos

    pacientes aps TMO alognico. Uma abordagem

    semelhante j havia sido descrita para deteco de

    DEHC em amostras de urinas (WEISSINGER et

    al., 2005), onde um modelo de painel com

    mltiplos marcadores foi sugerido como um

    mtodo eficiente e sensvel de aplicao da

    protemica clnica para o diagnstico

    hematolgico. Recentemente, foi publicada uma

    reviso mostrando um grupo de 21 protenascandidatas a biomarcadores da DECH,

    identificadas por metodologias protemicas ou

    imunooensaios (PACZESNY, 2013), chamando a

    ateno para a importncia das pesquisas nessa

    rea. Outro exemplo importante, foi a descrio de

    um biomarcador para o diagnstico diferencial do

    Linfoma de Hodgkin Clssico dos demais

    linfomas, a protena ligadora de galactina 1 (Gal-1)

    (KAMPER et al., 2011). Os autores descrevem que

    a superexpresso da Gal-1 est tambm associada

    ao mal prognstico, bem como na refratariedade ao

    tratamento, nessa doena.

    Os eritrcitos (do ingls: RBC, red blood cells)

    circulam no sangue, durante 120 dias, em contato

    com uma variedade de outras clulas e substncias.

    Portanto, muitas alteraes nos RBCs podem

    resultar da interao dos mesmos com protenas

    plasmticas, drogas ou substncias secretadas por

    clulas ativadas. A membrana eritrocitria contm

    protenas do citoesqueleto e protenas integrais,

    imersas na bicamada lipdica, todas importantes

    para a manuteno da integridade e forma celular.

    Defeitos nas protenas do citoesqueleto levam a

    alteraes na forma e fragilidade osmtica dos

    RBCs (DELAUNAY, 2004;2007; PERRIN et al.,

    2006). O primeiro estudo envolvendo proteoma

    dos eritrcitos foi realizado por Low et al (LOW;

    SEOW; CHUNG, 2002) e descreveram 84

    diferentes protenas de membrana dos RBCs por

    MALDI TOF MS/MS (do ingls: matrix-assisted

    laser desorption/ionization time-of-flight mass

    spectrometry). Atualmente, o proteoma das clulas

    vermelhas do sangue humano apresenta

    aproximadamente 750 protenas descritas

    (GOODMAN et al., 2007). A partir da descrio

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    4/11

    P g i n a | 4

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    do proteoma dos eritrcitos normais, possvel

    avaliar as alteraes que ocorrem nas protenas de

    membrana dos eritrcitos nas doenas

    hematolgicas, como por exemplo, na anemia

    falciforme (YUDITSKAYA et al., 2010) ou naesferocitose hereditria (POLPRASERT;

    CHIANGJONG; THONGBOONKERD, 2012).

    Um reviso dos artigos publicados sobre

    protemica envolvendo os eritrcitos e plasma de

    paciente com doena falciforme, descreve a

    ativao de protenas antioxidantes, aumento dos

    defeitos nas protenas do citoesqueleto, bem como

    aumento das protenas do reparo e desregulao

    das apolipoprotenas, como achados importantes e

    associados aos portadores de hemoglobina S (HbS)

    (YUDITSKAYA et al., 2010). Um estudo

    realizado por Yuditskaya et al (YUDITSKAYA et

    al., 2009)mostrou evidncias que a deficincia nos

    nveis de ApoA-1 predispe o desenvolvimento da

    hipertenso pulmonar arterial (HPA) em pacientes

    com doena falciforme. Esse achado representa um

    possvel alvo teraputico, onde o aumento nos

    nveis de ApoA-1 poderiam prevenir complicaes

    e aumentar a qualidade de vida desses pacientes.

    Os autores sugerem ainda, que os nveis baixos de

    ApoA-1 possam predispor outras complicaes

    vasculares comuns na doena falciforme, como o

    priapismo e a lcera cutnea de perna. Com

    relao esferocitose hereditria, o defeito mais

    comum observado num grupo de 300 pacientes, foi

    a deficincia de uma protena transmembrana,

    denominada de protena banda-3 (POLPRASERT

    et al., 2012).

    Atualmente, j existe descrio de 1.200

    protenas plaquetrias (COPPINGER et al., 2004;

    GEVAERT et al., 2003; MCREDMOND et al.,

    2004; MOEBIUS et al., 2005). Zahedi et al.

    (2008) recentemente identificaram um novo stio

    de fosforilao na GPI (24), a qual juntamente

    com GPI so covalentemente ligadas por pontes

    dissulfetos a glicoprotena GPIb, um componente

    central do complexo GPIb-IX-V, receptor do Fator

    de von Willebrand (FVW) que medeia a ativao e

    adeso plaquetria. Embora, sabe-se que GPI

    regulada negativamente por quinases A e G (PKA

    e PKG), no havia sido descrito que GPIpudesse

    ser alvo de fosforilao. O processo de inibio da

    GPIno regulado pelas PKA e PKG, assim os

    autores supem que outro tipo de quinase possa

    desempenhar um papel importante no processo de

    regulao da adeso plaquetria. Vrios autores

    tm dispensado esforos no sentido de entender

    como os mecanismos de modificaes ps-

    traducionais (PTMs) tais como fosforilaes

    (ZAHEDI et al., 2008) e glicosilaes

    (LEWANDROWSKI et al., 2007)podem modular

    as funes das protenas eritrocitrias e

    plaquetrias (DITTRICH et al., 2005;

    GOODMAN et al., 2007).

    A prpura trombocitopnica idioptica (PTI)

    uma patologia adquirida que leva reduo da

    contagem de plaquetas, mediada por mecanismoimunolgico. O tratamento inicial a

    corticoterapia e, se caracterizada a falncia ou

    dependncia desta, a esplenectomia a segunda

    opo. Zheng et al (ZHENG et al., 2012)

    analisaram amostras de soro de pacientes com PTI,

    os resultados indicaram que o nvel de

    haptoglobina srica pode ser utilizado como um

    indicador da eficcia da esplenectomia nesses

    pacientes.

    Medicina Transfusional na era da

    Protemica

    Esse tpico descreve como as abordagens

    protemicas tm contribudo na questo do

    controle de qualidade dos processos de obteno e

    estocagem de hemocomponentes e hemoderivados.

    O concentrado de hemcias (CH) o

    hemocomponente mundialmente mais

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    5/11

    P g i n a | 5

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    transfundido, seguido do concentrado de plaquetas

    (CP) e plasma fresco congelado (PFC)

    (D'ALESSANDRO; ZOLLA, 2010).

    Alguns trabalhos aplicando metodologias

    protemicas no controle de qualidade dehemocomponentes tm sido publicados, incluindo

    plasma (ISSAQ; XIAO; VEENSTRA, 2007),

    hemcias (PASINI et al., 2006) e plaquetas

    (PERROTTA; BAHOU, 2004; THIELE et al.,

    2010). Um estudo coordenado por Springer et al

    (2009) mostrou uma diferena marcante no perfil

    protemico das plaquetas de pacientes com

    Diabetes tipo II em relao s plaquetas de

    doadores de sangue saudveis, bem como

    diferentes efeitos da estocagem. Foram descritas

    122 protenas diferencialmente expressas (do total

    de 844 analisadas) no grupo de pacientes

    diabticos. Os autores sugerem que os achados

    indicam a necessidade de aprofundar as anlises de

    adequabilidade da doao de plaquetas pelos

    diabticos, uma vez que essas plaquetas

    envelhecem e ativam mais rapidamente durante a

    estocagem (SPRINGER et al., 2009). A deteco

    da ativao plaquetria pode avaliar precocemente

    as alteraes que iro influir na viabilidade das

    plaquetas durante o perodo de estocagem

    (TYNNGARD, 2009). Resultados semelhantes tm

    sido descritos para plaquetas doadas por

    voluntrios hipertensos tratados com antagonista

    do receptor de angiotensina II (SACRISTAN et al.,

    2008). Esses achados so de extrema importncia,

    uma vez que esses pacientes, diabticos e

    hipertensos, quando oportunamente tratados so

    aceitos como doadores de plaquetas, embora a

    funo hemosttica possa estar comprometida

    (D'ALESSANDRO; ZOLLA, 2010).

    Comparado com os demais hemocomponentes,

    os CPs apresentam um risco maior de

    contaminao bacteriana durante a estocagem, uma

    vez que so mantidos a temperatura ambiente

    (22C). Atualmente, a qualidade dos concentrados

    de plaquetas determinada in vitropela anlise da

    morfologia plaquetria, pH e pelo teste de

    agregao plaquetria ou citometria de fluxo para

    avaliar a funo (CARDIGAN; TURNER;

    HARRISON, 2005). Embora ainda existam

    limitaes com relao s anlises de morfologia e

    funo das plaquetas mantidas sob estocagem

    (THIELE et al., 2007). Wurtz et al (WURTZ et al.,

    2007) e Glenister et al (GLENISTER; PAYNE;

    SPARROW, 2008) comparam os efeitos da

    estocagem em concentrados de plaquetas

    randomizados e obtidos por afrese. O primeiro

    grupo descobriu que os nveis de fator plaquetrio

    4 (PF4) e -tromboglobulina (-TG) so maiores

    nos concentrados de plaquetas obtidos por afrese.

    Essas protenas so encontradas nos -grnulos

    secretados aps ativao plaquetria (BLAIR;

    FLAUMENHAFT, 2009). Portanto, os autores

    sugerem que o mtodo de coleta por afrese, o qual

    apresentou maior quantidade das protenas

    plasmticas PF4 e -TG, possa produzir umamaior ativao das plaquetas durante a estocagem.

    No mesmo trabalho, Wurtz et al (WURTZ et al.,

    2007) descrevem a utilizao de um teste que

    combina esferas magnticas (ClinProt, Bruker

    Daltonik, Germany) e LC-MS/MS Bruker

    Daltonik, Germany) para detectar leses

    plaquetrias causadas pela estocagem. Os

    sobrenadantes de plaquetas estocadas foram

    submetidos ao teste, o qual foi capaz de identificar

    picos em 7807 e 9347 m/z, correspondentes s

    protenas plasmticas PF4 e a -TG,

    respectivamente (WURTZ et al., 2007).

    Uma vez coletados, os concentrados de

    plaquetas podem ser submetidos leucorreduo

    com a finalidade de amenizar a ocorrncia de

    complicaes transfusionais, tais como: reao

    transfusional febril no-hemoltica (RTFNH),

    aloimunizao contra antgenos leucocitrios

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    6/11

    P g i n a | 6

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    humanos (HLA), refratariedade plaquetria e

    preveno de infeces transmitidas por leuccitos

    (CMV, HTLV e Creutzfeldt Jacob) (SHARMA;

    MARWAHA, 2010). Nesse sentido, Ryu et al

    analisou o filtrado de concentrados de plaquetasaps 24 e 120 horas de estocagem. Os resultados

    mostraram que o nmero de spots/protenas, no

    sobrenadante, aumentou com a estocagem e

    diminuiu com a filtrao. Em particular, a

    quimiocina CXCL2 (protena inflamatria de

    macrfago), fator estimulador de colnias

    megacarioctico (Meg-CSF) e IL-22, foram

    protenas que exibiram maiores alteraes,

    corroborando com a importncia da utilizao do

    procedimento de leucorreduo. A leucorreduo

    no um procedimento valioso apenas para

    concentrados de plaquetas, mas tambm durante a

    preparao de concentrados de hemcias.

    Resultados similares foram observados por Annis

    et al (ANNISS et al., 2005), onde os autores

    demonstraram que o sobrenadante de CH no

    leucorreduzido apresentou um acmulo de

    protenas com atividade imunognicas e pr-

    inflamatrias, entre elas um promotor da adeso de

    neutrfilos e uma protena de fase aguda.

    As condies de estocagem de CHs, sob

    condies de aerobiose e anaerobiose, foram

    avaliados por D'Amici et al (D'AMICI;

    TIMPERIO; ZOLLA, 2008). O estresse oxidativo

    foi a principal causa das alteraes nas protenas

    das hemcias estocadas. Os achados sugerem que a

    deprivao de oxignio durante a estocagem

    protege as protenas eritrocitrias contra a

    degradao.

    Outra aplicao da protemica no

    monitoramento dos efeitos da inativao de

    patgenos sobre a integridade das protenas

    plasmticas, presentes nos Plasmas Frescos

    Congelados (PFCs). Os prons causadores da

    variante da Doena de Creutzfeldt-Jakob (vCJD)

    so exemplos que ilustram a necessidade de

    implantao de medidas de controle que previnam

    a transmisso de patgenos via transfuso de

    hemocomponentes (KLEIN, 2005). As tcnicas

    disponveis para inativao de patgenos so: azulde metileno (SOLHEIM, 2008), solventes

    (SOLHEIM, 2008), irradiao (pra preveno de

    TRALI) (SELTSAM; MULLER, 2011), incluindo

    o Intercept blood system (INFANTI et al., 2011), e

    mais recentemente o tratamento com vitamina B12

    (riboflavina) (MARSCHNER; GOODRICH,

    2011). Porm, esses mtodos alm da reduo de

    agentes patognicos podem resultar na reduo de

    atividade dos factores da coagulao (SOLHEIM,

    2008).

    Em Medicina Transfusional,

    incompatibilidades entre doadores e receptores,

    com relao aos antgenos plaquetrios humanos

    (HPAs), podem causar refratariedade plaquetria e

    prpura ps-transfuso (ROSENBERG; DARDIK,

    2006). Em 2009, Garritsen et al (GARRITSEN et

    al., 2009) utilizando metodologia MALDI-TOF-

    MS (SAUER et al., 2002; SAUER; GUT, 2002)

    validaram uma tcnica de genotipagem de

    antgenos plaquetrios humanos (HPAs), a qual se

    mostrou vantajosa em comparao com os

    mtodos convencionais, tais como rapidez,

    acmulo de grande quantidade de dados, anlise

    combinada de seis lcus(HPA-1, HPA-2, HPA-3,

    HPA-4, HPA-5, e HPA-15) em uma nica reao e

    alta preciso, permitindo o uso desta tcnica em

    larga escala.

    Farmacoprotemica

    O termo farmacoprotemica engloba

    ferramentas protemicas utilizadas para a

    descoberta e o desenvolvimento de novas drogas e

    seus mecanismos de ao (HESS, 2013; JAIN,

    2004), bem como para avaliar a resposta celular a

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    7/11

    P g i n a | 7

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    uma determinada droga ou frmaco

    (SAMINATHAN et al., 2010).

    Um estudo combinando tcnicas genmicas e

    protemicas avaliou alteraes no perfil de

    protenas plasmticas em pacientes tratados comanticoagulante oral (SAMINATHAN et al., 2010).

    Os autores identificaram altos nveis de

    transtirretina (TTR) no soro dos pacientes que

    receberam dosagens baixas de warfarina, mas no

    aqueles tratados com doses elevadas do

    anticoagulante.

    Na anemia falciforme (AF), as hemcias

    falciformes, ou drepancitos, aderem ao endotlio

    via fosfatidil-serina (PS), aspecto clinicamente

    relevante, o qual est associado s crises de vaso-

    oclusivas. Sabemos que os nveis de PS na

    superfcie celular dos drepancitos so cerca de

    cinco vezes maior que nos eritrcitos normais,

    efeito induzido pela liberao de leucotrienos

    seguido pela ativao da 5-lipoxigenase

    (HAYNES et al., 2006). A hidroxiuria, um

    medicamento utilizado na preveno das crises

    vaso-oclusivas da AF, e que induz um aumento

    nos nveis de Hemoglobina F (HbF), parece

    atenuar a expresso de PS na superfcie das

    hemcias falcizadas e diminui a adeso ao

    endotlio vascular (HAYNES et al., 2008).

    Hidroxiuria, evidentemente induz outros efeitos,

    independente do aumento da HbF, tais como

    aumento da expresso de protenas envolvidas na

    proteo contra estresse oxidativo (GHATPANDE

    et al., 2008;2010) e protenas da via glicoltica,

    como GAPDH e aldolase (HRYNIEWICZ-

    JANKOWSKA et al., 2009). Enzimas da via

    glicoltica so conhecidas por serem reguladas pelo

    fator 1 induzvel por hipxia (HIF-1)(KALUZ;

    KALUZOVA; STANBRIDGE, 2008), o qual um

    regulador central da resposta mudanas na

    concentrao de oxignio.

    A protemica tem sido usada para estudar os

    mecanismos de resistncia em pacientes

    intolerantes aos inibidores da tirosino-quinase

    (imatinibe) (PIZZATTI et al., 2012). A

    identificao de protenas expressas no plasmaobtido da medula ssea de pacientes no

    responsivos ao imatinibe, revelou a existncia de

    regulao da via de sinalizao WNT, com

    ativao de Wnt1 e Wnt5a. A ativao constitutiva

    da sinalizao WNT considerada um evento

    inicial necessrio na gnese da maioria das

    neoplasias (KATOH, 2005). Portanto, os autores

    sugerem que esses achados possam estar

    contribuindo para a resistncia ao tratamento com

    os inibidores da tirosina-quinase no grupo de

    pacientes avaliados (PIZZATTI et al., 2012).

    Recentemente, a protemica foi tambm

    descrita como uma metodologia eficiente para a

    caracterizao do mecanismo de ao dos

    inibidores da tirosina-quinase, os quais se

    mostraram capazes de induzir a apoptose das

    clulas BCR-ABL positivas (BALABANOV et al.,

    2013).

    CONSIDERAES FINAIS

    A protemica tem provado ser uma ferramenta

    poderosa para anlise de hemocomponentes e

    derivados do sangue. Portanto, abordagens

    protemicas esto cada vez mais sendo aplicadas

    na medicina transfusional. Os resultados podem

    fornecer dados clnicos relevantes para o aumento

    da segurana e eficcia transfusional, bem como,

    para aprimorar os mtodos de estocagem desses

    produtos. A rea da medicina transfusional

    descata-se como uma das reas mais promissoras

    para aplicao da protemica. Nesse sentido, a

    protemica e medicina transfusional aparecem

    como disciplinas complementares, e uma aliana

    entre os pesquisadores de ambas as reas se faz

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    8/11

    P g i n a | 8

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    necessrio, objetivando aprimorar os mtodos de

    obteno e manuteno dos hemocomponentes.

    Ao passo que, a protemica clnica introduz

    uma nova perspectiva na gerao de

    biomarcadores com aplicao diagnstica outeraputica. Embora, a descrio de protenas

    diferencialmente expressas nos tecidos doentes

    possa representar importantes indicadores

    moleculares, existem vrios desafios tcnicos para

    o desenvolvimento de testes clnicos. Portanto,

    dificilmente um marcador isolado ter

    sensibilidade e especificidade suficientes para a

    predio ou diagnstico, e provavelmente, sero

    necessrios painis de protenas associadas a

    condies especficas. Sendo assim, as pesquisas

    com objetivo de buscar biomarcadores, ainda

    precisam percorrer um longo caminho at que

    possam efetivamente apresentar aplicaes

    clnicas. Entretanto, estudos tm dispensado

    esforos nesse sentido, e esperamos que no futuro

    breve, a protemica possa contribuir para a

    melhoria do diagnstico e tratamento dos pacientes

    hematolgicos.

    AGRADECIMENTOS

    A autora agradece aos colegas farmacuticos

    bioqumicos, Cludio Brando e Janaina Lauxen

    Negripelas valiosas sugestes na leitura da verso

    final do artigo.

    BIBLIOGRAFIA

    ANNISS, A. M. et al. Proteomic analysis ofsupernatants of stored red blood cell products.Transfusion, v. 45, n. 9, p. 1426-33, Sep 2005.

    BALABANOV, S. et al. Combination of a Proteomics

    Approach and Reengineering of Meso Scale NetworkModels for Prediction of Mode-of-Action for TyrosineKinase Inhibitors. PloS one, v. 8, n. 1, p. e53668, 2013.

    BASSIM, C. W. et al. Quantitative salivary proteomicdifferences in oral chronic graft-versus-host disease.Journal of clinical immunology, v. 32, n. 6, p. 1390-9,Dec 2012.

    BLAIR, P.; FLAUMENHAFT, R. Platelet alpha-

    granules: basic biology and clinical correlates. Bloodreviews, v. 23, n. 4, p. 177-89, Jul 2009.

    CARDIGAN, R.; TURNER, C.; HARRISON, P.

    Current methods of assessing platelet function:relevance to transfusion medicine. Vox sanguinis, v. 88,

    n. 3, p. 153-63, Apr 2005.

    CHEN, C. P. et al. Placenta proteome analysis fromDown syndrome pregnancies for biomarker discovery.Molecular bioSystems, v. 8, n. 9, p. 2360-72, Sep 2012.

    COLLAND, F. et al. Functional proteomics mapping of

    a human signaling pathway. Genome research, v. 14, n.7, p. 1324-32, Jul 2004.

    COPPINGER, J. A. et al. Characterization of the

    proteins released from activated platelets leads tolocalization of novel platelet proteins in humanatherosclerotic lesions. Blood, v. 103, n. 6, p. 2096-104,

    Mar 15 2004.

    CUSICK, M. E. et al. Interactome: gateway into

    systems biology. Human molecular genetics, v. 14Spec No. 2, p. R171-81, Oct 15 2005.

    D'ALESSANDRO, A.; ZOLLA, L. Proteomics forquality-control processes in transfusion medicine.Analytical and bioanalytical chemistry, v. 398, n. 1, p.111-24, Sep 2010.

    D'AMICI, G. M.; TIMPERIO, A. M.; ZOLLA, L.Coupling of native liquid phase isoelectrofocusing and

    blue native polyacrylamide gel electrophoresis: a potenttool for native membrane multiprotein complex

    separation. Journal of proteome research, v. 7, n. 3, p.1326-40, Mar 2008.

    DELAUNAY, J. The hereditary stomatocytoses: geneticdisorders of the red cell membrane permeability tomonovalent cations. Seminars in hematology, v. 41, n.2, p. 165-72, Apr 2004.

    DELAUNAY, J. The molecular basis of hereditary redcell membrane disorders. Blood reviews, v. 21, n. 1, p.1-20, Jan 2007.

    DITTRICH, M. et al. Understanding platelets. Lessons

    from proteomics, genomics and promises from network

    analysis. Thrombosis and haemostasis, v. 94, n. 5, p.916-25, Nov 2005.

    FOLLEN, M.; SCHOTTENFELD, D. Surrogate

    endpoint biomarkers and their modulation in cervicalchemoprevention trials. Cancer, v. 91, n. 9, p. 1758-76,May 1 2001.

    GARRITSEN, H. S. et al. Matrix-assisted laser

    desorption/ionization time-of-flight mass spectrometry

    for genotyping of human platelet-specific antigens.Transfusion, v. 49, n. 2, p. 252-8, Feb 2009.

    GEVAERT, K. et al. Exploring proteomes and

    analyzing protein processing by mass spectrometricidentification of sorted N-terminal peptides. Naturebiotechnology, v. 21, n. 5, p. 566-9, May 2003.

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    9/11

    P g i n a | 9

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    GHATPANDE, S. S. et al. Pharmaco-proteomic studyof hydroxyurea-induced modifications in the sickle redblood cell membrane proteome. Experimental biologyand medicine, v. 233, n. 12, p. 1510-7, Dec 2008.

    In vivo pharmaco-proteomic analysis of hydroxyurea

    induced changes in the sickle red blood cell membraneproteome. Journal of proteomics, v. 73, n. 3, p. 619-26,Jan 3 2010.

    GLENISTER, K. M.; PAYNE, K. A.; SPARROW, R. L.Proteomic analysis of supernatant from pooled buffy-

    coat platelet concentrates throughout 7-day storage.

    Transfusion, v. 48, n. 1, p. 99-107, Jan 2008.

    GODOVAC-ZIMMERMANN, J.; BROWN, L. R.

    Perspectives for mass spectrometry and functional

    proteomics. Mass spectrometry reviews, v. 20, n. 1, p.1-57, Jan-Feb 2001.

    GOODMAN, S. R. et al. The human red blood cellproteome and interactome. Experimental biology andmedicine, v. 232, n. 11, p. 1391-408, Dec 2007.

    HAYNES, J., JR. et al. Hydroxyurea attenuates

    activated neutrophil-mediated sickle erythrocytemembrane phosphatidylserine exposure and adhesion topulmonary vascular endothelium. American journal ofphysiology. Heart and circulatory physiology, v. 294,n. 1, p. H379-85, Jan 2008.

    HAYNES, J., JR. et al. Activated neutrophil-mediatedsickle red blood cell adhesion to lung vascular

    endothelium: role of phosphatidylserine-exposed sicklered blood cells. American journal of physiology.

    Heart and circulatory physiology, v. 291, n. 4, p.H1679-85, Oct 2006.

    HESS, S. The emerging field of chemo- andpharmacoproteomics. Proteomics. Clinicalapplications, v. 7, n. 1-2, p. 171-80, Jan 2013.

    HRYNIEWICZ-JANKOWSKA, A. et al. Monocyteprotein signatures of disease severity in sickle cellanemia. Experimental biology and medicine, v. 234, n.2, p. 210-21, Feb 2009.

    INFANTI, L. et al. Pathogen-inactivation of platelet

    components with the INTERCEPT Blood System : a

    cohort study. Transfusion and apheresis science :official journal of the World Apheresis Association :official journal of the European Society forHaemapheresis, v. 45, n. 2, p. 175-81, Oct 2011.

    ISSAQ, H. J.; XIAO, Z.; VEENSTRA, T. D. Serum andplasma proteomics. Chemical reviews, v. 107, n. 8, p.3601-20, Aug 2007.

    JAIN, K. K. Role of pharmacoproteomics in the

    development of personalized medicine.Pharmacogenomics, v. 5, n. 3, p. 331-6, Apr 2004.

    JENSEN, L. J. et al. Prediction of human protein

    function from post-translational modifications andlocalization features. Journal of molecular biology, v.319, n. 5, p. 1257-65, Jun 21 2002.

    KALUZ, S.; KALUZOVA, M.; STANBRIDGE, E. J.Regulation of gene expression by hypoxia: integration ofthe HIF-transduced hypoxic signal at the hypoxia-responsive element. Clinica chimica acta;international journal of clinical chemistry, v. 395, n.1-2, p. 6-13, Sep 2008.

    KAMPER, P. et al. Proteomic analysis identifies

    galectin-1 as a predictive biomarker forrelapsed/refractory disease in classical Hodgkinlymphoma. Blood, v. 117, n. 24, p. 6638-49, Jun 162011.

    KATOH, M. WNT/PCP signaling pathway and humancancer (review). Oncology reports, v. 14, n. 6, p. 1583-8, Dec 2005.

    KLEIN, H. G. Pathogen inactivation technology:cleansing the blood supply. Journal of internalmedicine, v. 257, n. 3, p. 224-37, Mar 2005.

    KRUGER, T. et al. Proteome analysis of body fluids foramyotrophic lateral sclerosis biomarker discovery.Proteomics. Clinical applications, v. 7, n. 1-2, p. 123-35, Jan 2013.

    LEE, Y. J. et al. Identification of EBP50 as a specificbiomarker for carcinogens via the analysis of mouselymphoma cellular proteome. Molecules and cells, v.33, n. 3, p. 309-16, Mar 2012.

    LEWANDROWSKI, U. et al. Enhanced N-glycosylation site analysis of sialoglycopeptides by

    strong cation exchange prefractionation applied toplatelet plasma membranes. Molecular & cellular

    proteomics : MCP, v. 6, n. 11, p. 1933-41, Nov 2007.

    LION, N.; TISSOT, J. D. Application of proteomics tohematology: the revolution is starting. Expert review ofproteomics, v. 5, n. 3, p. 375-9, Jun 2008.

    LIUMBRUNO, G. et al. Blood-related proteomics.

    Journal of proteomics, v. 73, n. 3, p. 483-507, Jan 32010.

    LOW, T. Y.; SEOW, T. K.; CHUNG, M. C. Separationof human erythrocyte membrane associated proteinswith one-dimensional and two-dimensional gel

    electrophoresis followed by identification with matrix-

    assisted laser desorption/ionization-time of flight massspectrometry. Proteomics, v. 2, n. 9, p. 1229-39, Sep2002.

    MARSCHNER, S.; GOODRICH, R. PathogenReduction Technology Treatment of Platelets, Plasmaand Whole Blood Using Riboflavin and UV Light.

    Transfusion medicine and hemotherapy : offiziellesOrgan der Deutschen Gesellschaft furTransfusionsmedizin und Immunhamatologie, v. 38,n. 1, p. 8-18, 2011.

    MAY, P. et al. Integration of proteomic and

    metabolomic profiling as well as metabolic modeling for

    the functional analysis of metabolic networks. Methodsin molecular biology, v. 694, p. 341-63, 2011.

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    10/11

    P g i n a | 10

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    MCREDMOND, J. P. et al. Integration of proteomics

    and genomics in platelets: a profile of platelet proteinsand platelet-specific genes. Molecular & cellularproteomics : MCP, v. 3, n. 2, p. 133-44, Feb 2004.

    MOEBIUS, J. et al. The human platelet membraneproteome reveals several new potential membrane

    proteins. Molecular & cellular proteomics : MCP, v.4, n. 11, p. 1754-61, Nov 2005.

    PACZESNY, S. Discovery and validation of graft-versus-host disease biomarkers. Blood, v. 121, n. 4, p.585-94, Jan 24 2013.

    PASINI, E. M. et al. In-depth analysis of the membraneand cytosolic proteome of red blood cells. Blood, v. 108,n. 3, p. 791-801, Aug 1 2006.

    PENNO, M.; ERNST, M.; HOFFMANN, P.Comparative 2D DIGE analysis of the depleted serumproteome for biomarker discovery. Methods in

    molecular biology, v. 854, p. 207-20, 2012.

    PERRIN, J. et al. [Incubated osmotic fragility test does

    not exclude red blood cell membrane disorders! About acase of hereditary elliptocytosis]. Annales de biologieclinique, v. 64, n. 5, p. 491-5, Sep-Oct 2006.

    PERROTTA, P. L.; BAHOU, W. F. Proteomics inplatelet science. Current hematology reports, v. 3, n.6, p. 462-9, Nov 2004.

    PIZZATTI, L. et al. Label-free MSE proteomic analysisof chronic myeloid leukemia bone marrow plasma:

    disclosing new insights from therapy resistance.Proteomics, v. 12, n. 17, p. 2618-31, Aug 2012.

    POLPRASERT, C.; CHIANGJONG, W.;

    THONGBOONKERD, V. Marked changes in red cellmembrane proteins in hereditary spherocytosis: aproteomics approach. Molecular bioSystems, v. 8, n. 9,p. 2312-22, Sep 2012.

    PSYCHOGIOS, N. et al. The human serummetabolome. PloS one, v. 6, n. 2, p. e16957, 2011.

    ROSENBERG, N.; DARDIK, R. Post-transfusionpurpura when and why? The Israel MedicalAssociation journal : IMAJ, v. 8, n. 10, p. 709-10, Oct2006.

    SACRISTAN, D. et al. Modifications by Olmesartanmedoxomil treatment of the platelet protein profile of

    moderate hypertensive patients. Proteomics. Clinicalapplications, v. 2, n. 9, p. 1300-12, Sep 2008.

    SAMINATHAN, R. et al. VKORC1 pharmacogeneticsand pharmacoproteomics in patients on warfarinanticoagulant therapy: transthyretin precursor as a

    potential biomarker. PloS one, v. 5, n. 12, p. e15064,2010.

    SAUER, S. et al. Facile method for automated

    genotyping of single nucleotide polymorphisms by mass

    spectrometry. Nucleic acids research, v. 30, n. 5, p.e22, Mar 1 2002.

    SAUER, S.; GUT, I. G. Genotyping single-nucleotide

    polymorphisms by matrix-assisted laser-desorption/ionization time-of-flight mass spectrometry.

    Journal of chromatography. B, Analyticaltechnologies in the biomedical and life sciences, v.782, n. 1-2, p. 73-87, Dec 25 2002.

    SCHUBERT, P. et al. Advances in the analysis ofdynamic protein complexes by proteomics and data

    processing. Analytical and bioanalytical chemistry, v.386, n. 3, p. 482-93, Oct 2006.

    SELTSAM, A.; MULLER, T. H. UVC Irradiation for

    Pathogen Reduction of Platelet Concentrates and

    Plasma. Transfusion medicine and hemotherapy :offizielles Organ der Deutschen Gesellschaft furTransfusionsmedizin und Immunhamatologie, v. 38,n. 1, p. 43-54, 2011.

    SEM, D. S. Spectral techniques in proteomics. BocaRaton: CRC Press, 2007. xxii, 442 p., 8 p. of plates

    ISBN 9781574445800 (alk. paper)1574445804 (alk. paper).

    SHARMA, R. R.; MARWAHA, N. Leukoreduced bloodcomponents: Advantages and strategies for its

    implementation in developing countries. Asian journalof transfusion science, v. 4, n. 1, p. 3-8, Jan 2010.

    SOLHEIM, B. G. Pathogen reduction of blood

    components. Transfusion and apheresis science :official journal of the World Apheresis Association :official journal of the European Society forHaemapheresis, v. 39, n. 1, p. 75-82, Aug 2008.

    SPRINGER, D. L. et al. Platelet proteome changes

    associated with diabetes and during platelet storage fortransfusion. Journal of proteome research, v. 8, n. 5, p.2261-72, May 2009.

    THIELE, T. et al. Profiling of alterations in plateletproteins during storage of platelet concentrates.

    Transfusion, v. 47, n. 7, p. 1221-33, Jul 2007.

    THIELE, T. et al. Transfusion medicine andproteomics. Alliance or coexistence? Blood transfusion= Trasfusione del sangue, v. 8 Suppl 3, p. s16-25, Jun2010.

    TYNNGARD, N. Preparation, storage and quality

    control of platelet concentrates. Transfusion andapheresis science : official journal of the WorldApheresis Association : official journal of theEuropean Society for Haemapheresis, v. 41, n. 2, p.97-104, Oct 2009.

    WEBER, S. S. et al. Analysis of the secretomes ofParacoccidioides mycelia and yeast cells. PloS one, v.7, n. 12, p. e52470, 2012.

    WEISSINGER, E. M. et al. Online coupling of capillaryelectrophoresis with mass spectrometry for theidentification of biomarkers for clinical diagnosis.

    Expert review of proteomics, v. 2, n. 5, p. 639-47, Oct

    2005.

  • 7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia

    11/11

    P g i n a | 11

    Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013

    WHEELOCK, C. E. et al. Application of 'omics

    technologies to biomarker discovery in inflammatorylung diseases. The European respiratory journal :official journal of the European Society for ClinicalRespiratory Physiology, Feb 8 2013.

    WURTZ, V. et al. Identification of platelet factor 4 and

    beta-thromboglobulin by profiling and liquidchromatography tandem mass spectrometry of

    supernatant peptides in stored apheresis and buffy-coatplatelet concentrates. Transfusion, v. 47, n. 6, p. 1099-101, Jun 2007.

    YUDITSKAYA, S.; SUFFREDINI, A. F.; KATO, G. J.

    The proteome of sickle cell disease: insights fromexploratory proteomic profiling. Expert review ofproteomics, v. 7, n. 6, p. 833-48, Dec 2010.

    YUDITSKAYA, S. et al. Proteomic identification ofaltered apolipoprotein patterns in pulmonaryhypertension and vasculopathy of sickle cell disease.

    Blood, v. 113, n. 5, p. 1122-8, Jan 29 2009.

    ZAHEDI, R. P. et al. Phosphoproteome of resting

    human platelets. Journal of proteome research, v. 7, n.2, p. 526-34, Feb 2008.

    ZHANG, P. F. et al. Identification of flotillin-1 as anovel biomarker for lymph node metastasis andprognosis of lung adenocarcinoma by quantitative

    plasma membrane proteome analysis. Journal ofproteomics, v. 77, p. 202-14, Dec 21 2012.

    ZHENG, C. X. et al. Proteomics-based identification of

    haptoglobin as a favourable serum biomarker forpredicting long-term response to splenectomy in patients

    with primary immune thrombocytopenia. Journal oftranslational medicine, v. 10, p. 208, 2012.