ANNO LISBOA, SEXTA-FEIHA, 5 DE AGOSTO DE 1910 N....
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40.8 ANNO LISBOA, SEXTA-FEIHA, 5 DE AGOSTO DE 1910 N.4 13:230
*u
PAULO OSORIO
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JV.° AVULSO 10 BEIS
PEDRO CORREIA DA SILVA
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HENRIQUE BARRUNCHO
Administrador
EXPEDIENTE
Prevcnlmof» o» nonoi eu-
«imavcis assi^iiances da pro-
vi xicfla de que mandamos pa-
ra cobrança* ás dilTerenles
estações poslaes, os recibos
das suas ansignatura* em
debilo.onde as poderão man-
dar satisfazer* para não te-
rem interrupção na remes-
sa do jornal.
Lembramos que a demora
ao pagameuto causa-nos
gravçs transtornos e obriga
a devolução dos recltbos* o
que vem augmcnlar a des-
peza das estampilhas.
Questão
de nome
Desde a primeira hora em que se cons-
lituiu esse bloco—que o Corieio da Noi-
te chama eleitoral, que o Correio da Ma-
nhã diz que terminará no proprio dia
das eleições, quando na urna cahir a
ultima lista, que A Liberdade quereria
fadado para mais altos destinos, sob a
egide do Summo Pontífice (consoante a
doutrina do seu grupo politico), e que
os correligionários do Algarve acredi-
tam em vésperas de constituir governo,
combinando e lirmando para a hypo-
these prevista as suas disposições—des-
de essa hora, dizíamos, que tal socie-
dade politica nos pareceu extraoha-
mente hybrida. Logo o dissemos, in-
numera8 vezes o temos repetido, e não
é por isso sem espanto que só agora
vemos o Correio da Noite discordar, com
graphico espanto, da denominação.
«A' coltigação monarchica—diz o or-
gão progressista—exclusivamente com-
posta de monarcbicos, chamam elles
uma coltigação hybridal»
E chamamos muito bem 0 facto de
todos os que a compõem serem monar-
cbicos não destroe a diversidade de
princípios que as diversas facções con-
tratantes de semelhante conluio repre-
sentam. Nem por serem monarcbicos, os
progressistas deixam de ter a respon-
sabilidade que lhes impõem as tradições
liberaes d'esse partido, tradições de
que aliás elles proprios, com o rotulo
de filhos de Passos, se vangloriavam
quando, de braço dado com os republi-
canos e n'uma cummunidade enterne-
cedora de intuitos e gravatas, iizeram,
em 95, a pittoresca propaganda da col-
ligação liberal. Nem por serem monar-
cbicos, pelo menos no actual momento
histórico (porque, em geral, conforme
elles proprios official mente declararam,
lhes é indifferente a fórma do governo)
os nacionalistas deixam de representar
na politica portugueza aquelles princí-
pios de ferrenho reaccionarismo contra
os quaes, ostensivamente, o partido de
Anselmo Braamcamp sempre comba-
teu. Nem por serem monarchicos, os re-
generadores-lib:raes deixam de ser 03
directos representantes d'esse partido
que, bem recentemente, no período agi-
tado da dicladura, scflreu os mais vio-
lentos ataques, as mais duras invecti-
vas, a campanha mais implacável, mais
facciosa, mais anti-patriótica e injusta,
d'esse mesmo progressismo que ao cami-
nho da dictadura o arrastou. Nem por
ser monarebico, o sr. Vilhena deixa de
ser o confesso e intimo alliado d'bon
tem d'esses mesmos dissidentes que, se-
gundo a opinião coliecliva do bloco, con-
taminam de suspeita o leálismo de quan-
tos, politicamente, ao de leve sequer, se
lhes aproximam.
N'essas condições a denominação de
hybrida é perfeitamente cabida a es9a
sociedade do odio, combinada em torno
da poltrona d'onde pretende diepôrd'es-
te paiz o mesmo homem publico que,
em muitos annos de bambochata e de
balbúrdia, dispo* da Companhia do
Credito Predial, e de que elle pre-
tende aproveitar-se para a rehabilitação
politica que é lodo o seu intuito, esta-
cando o seu combalido prestigio com o
d'aquelles de quem procura rodear-se e
que amanhã escorraçará sem dó nem
gntidão.
O que poróm lhe não podemos cha-
mar é colligacCio monarchica, desde que
a tal rotulo se queira atlribuir a signifi-
cação de que todos os monarchicos por-
tuguezes se acocoram deante do sr. José
Luciano, para que elle os maneje como
instrumento da sua vaidade ferida e dos
seus rancores insaciados. Isso não! O
partido que hoje occupa, por direito de
conquista, as cadeiras do poder é um
partido monarchlco, lealmente monar-
ebico, que jámais, quer do presente
quer no passado do seu chefe, faltou
deante da Coróa áquella consideração
que a todos cs monarcbicos sinceros e
em todas as contingências Ella deve
merecer. Foi contra esse partido que os
progressistas se aliiaram aos inimigos
das instituições, em 95. E, quando, no
período agudo da dictadura franquista^
08 marechaes monarcbicos despeitados
procuravam aitingir a Coróa nas suas
ostensivas manifestações de desagrado,
quando alguns d'aquelles que hoje ar-
dem em fervoroso lealismo recusavam
to Chefe de Estado as mais simples de-
monstrações de cortezia que, de resto, a
propria situação pesacal devia impor-
Ihes, o actual presidente do conselho,
vulto graduado d'um partido de oppo-
sição, não esqueceu nunca o que devia
áquelles princípios monarchicos que as
discórdias de partido em nenhum caso
devem destruir.
Tornar suspeito o lealismo d'esse
partido, que a Coróa aliás honra com a
sua confiança, accusando o para isso, sem
uma só prova, de alliaoças com os
adversários das instituições (absurda by-
pothese que jámais alguém poderá crer
de boa fé) é pôr em jogo uma mesqui
aha manobra eleitoral tão descabella-
da e tão frágil que nem sequer chega
a honrar a habilidade dos que d'ella
quiz^ram lançar mão.
Chame-se, pois, ao mesclado grémio
coltigação hybrida porque o é de facto;
coltigação eleitoral, se prevalecer a opi
nião dos.dois Correios; colligaçãode gover-
no se tiverem razão os homens do Al-
garve. Chamem lhe até, se quizerem ser
sinceros, coltigação dos Navegantes, em
homenagem ao seu patrono, ou colliga
ção predial, como allusão á sua origem
directa e aos seus claros fins. Mas colli
gação monarchica, com suas correlati-
vas pretenções de monopolio,—isso não!
A eleição de Lisboa
Ko Centro Regenerador*
que. eoiuo já UImmóiuo*. ealú
agora instullaiio na rua An-
tonio Maria Cardozo* £0* en-
coatrnua-ne todos os diaa* da
1 ha 3 horn da tarde e dam O
ua 11 da nolle, membro* da
commlan&o eleitoral* que
preatnrão ao* aeua correi!
gtonartoa oa eaelureciuien
toa que ellea deaejem* rece-
bendo egualmente iodam aa
tnformaçõea que intereaaem
ao acto eleitoral.
Echos
A «greve» do norte
Reproduzimos, em seguida, na inte-
gra, a portaria a que honlem íizémos
referencia e que vem publicada no Diá-
rio do Governo de hoje, louvando os go-
vernadores civis dos district08 do Porto
e de Braga e os outros funccionarios
que interviéram na malunenção da or-
dem publica por occasião das recentes
gréves do norte:
Sua Magestade El-Rei, a quem fôram
presentes as informações officiaes acer-
ca dos muito valiosos serviços presta-
dos pelos governadores civis do distri-
cto do Porto, conselheiro José Diogo Ar-
rovo, e de Braga, bacharel Francisco
Bo'teiho de Carvalho e Oliveira Leite,
pelos administradores dos concelhos de
Santo Thirso, Antonio Augusto de An-
drade da Fonseca e Castro, de Villa No-
va de Famalicão, bacharel João Macha-
do da Silva, e de Guimarães, bacharel
Pedro Pereira da Silva Guimarães Ju-
nior, e pelos officiaes do exercito, o ca-
pitão Alberto Salgado, inspector do cor-
po de policia do Porto, e o capitão de
infantaria n.- 29, João Maria Pereira do
Paço, peio tenente de infaoteria n.- 8.
Francisco Feio Valle, e pelo alferes dt
cavallaria o.* 9, Antonio de Freitas Tor
res, e dos regimentos de infaoteria n.-
6. João Coelho Teixeira, n.- 8, Mario
AntoDio Ferreira, e n.- 20, José Vieira
de Faria, os quaes, para a manutenção
da ordem publica por occasião das gré-
ves de muito avultado numero de ope-
rários das fabricas de fiação e tecelã
gem de Vizella e de Riba de Ave, com
a maior intelligence, zelo e cordura to-
maram e tornaram effectivas, acertadas
e efficazes providencias para segurança
das pessoas e propriedades, respeito das
leis e auctoridades publicas: ha por bem
determinar que, em seu real nome, se-
jam conferidos aos ditos magistrados e
officiaes os merecidos louvores por es-
tes ponderosos motivos e especialmente
por tôrem procedido de maneira que
obtiveram aquelle importante resultado
sem que da sua parle houvesse qual-
quer intempestivo rigor ou violência.
Paço, em 3 de agosto de 1910.— Anto-
nio Teixeira de Sousa.
As Novidades transcrevendo essa jus-
tíssima portaria consagram-ihe um arti-
go que termina por estas palavras:
«Assim deve proceder-se, sempre,
com a prudência, que não exclue a
energia, antes a valorisa, e com a bon-
dade, que não exclue a firmeza, antes
lhe dá realce maior. O procedimento de
todos os funccionarios civis e militares
que iuterviéram na gréve do norte foi
admirável exemplo e uma lição admi-
rável, — exemplo e lição que devem
fructificar para, de algum modo, resga-
tarmos a vergonha da nossa legislação
operaria em matéria de gréves e de
coalieões. E ao louvor official com que
a portaria de hoje, acima transcripta,
distingue esse procedimento, associar-
se-ha, por certo, todo o paiz, em cuja
alma reside um sentimento innato de
justiça.*
A8signatura regia
Partiu hontem á noite para o Bussa-
co um correio do ministério do reino
levando decretos de todas as pastas para
assigoatura regia.
Partido regenerador
Filiou-8e no partido regenerador o sr.
dr. Antonio Olympio Cajigal, que diri-
gia em Bragança o partiao progressista,
de cuja marcha discordou.
Trigo nacional
Pela pasta das Obras Publicas acaba
de Ber promulgado um importante de-
creto, admitlindo a concessão de war-
rants sobre os trigos que forem depo-
sitados no armazém Gera! Agrícola,
estabelecido no Beato. A abundante co-
lheita de trigo Eacion.l e a affiuencia
de lavradores que teem concorrido ao
manifesto no mercado central começa-
vam a inquietar os lavradores, pois sen-
do distribuídos á moagem apenas
16 000:000 de kilos mensaes, já estão
preenchidos os manifestos de agosto e
setembro, e vae em meio o manifesto
de outubro.
O período crítico do pagamento de
rendas e liquidação de outros encargos
obriga, porém, muitas vezes o lavrador
a realísar a v^nda das suas colheitas
antes do fim do anno, não podendo es-
perar a liquidação dos manifestos.
N'estas condições a providencia de-
cretada pelo sr. ministro das Obras Pu
blicas, permiUiado um fácil e rápido
descouto sobre os trigos no armazém
geral, representa um valioso serviço
prestado á lavoura dos cereaes.
E' sem duvida que este decreto re-
presenta um oplimo serviço prestado ao
Credito Agrícola, cedendo desde já á
agricultura algumas centenas de contos
de réis, que pela legislação dos cereaes
só pouco a pouco poderia haver o va
lor da a suas colheitas.
Esta medida tem sido apreciada com
enthusiasmo pela lavoura que vé n'ella
mais uma prova do desvellado interesse
que os problemas agrícolas estão mere-
cendo ao sr. conselheiro Pereira doa
Santos.
Incompetentes?!
Aos nossos presados collegas Novida-
des e Diário Popular agradecemos as pe-
uliorautes referencias que lhes mereceu
o artigo publicado com a epigraphe
d'esie echo.
Ainda a proposito do que n'esse arti-
go dissemos o Noticias de Lisboa saiu-
se hontem com esta:
«A afflrmação que o Correio da Noite ftz,
de que os actuaes ministros não eram ca-
pazes para o parlamento, poz em ponto
de rebuçado os collegas ministeriaes.
As Novidades protestaram vehemente-
mente; mas. ao exaltarem o valor dos mi-
nistros. rodeiaram a questão melindrosa
das preferencias citando os pela ordem
das pastas. Isto deu no goto ao Correio da
Manhã. Mas o Diário Jlluslrado. mais á
vontade que as Novidades, nâo quiz saber
da ordem das pastas e pôz resolutamente
o dedo na ferida:
«Chamar incompetente a um ministério
de que fazem parte políticos da enverga-
dura do seu chefe, parlamentares do qui-
late dos srs. ministros dos estranjeiros,
da justiça e das obras publicas, homeus
do mérito excepcional, notabilissimo, do
eminente economista e grande escriptor
que é o sr. Anselmo de Andrade, profes-
sores distinctissimos como os srs. minis-
tros da guerra e da marinha—6 definir,
involuntária mas evidentemente, a
sem-razào de uma causa e a inanidade
dos argumentos dos que procuram defen-
déf-a.»
0 sr. Fratel desce para segundo logar e
o sr. José de Azevedo sóbe para primei-
ro. O sr Pereira dos Sautos fica onde es-
tava; melhor para elle, que não gasta com
a mudança.
isto quanto a dotes oratorios.
Os menos dotados, Anselmo Andrade
Raposo Botelho. Marnoco e Sousa, man-
teem as posições, menos o segundo, que
o Diário Illustrado põe fóra do ministério.
Só falta ver o sr. Mello e Sousa, minis-
tro da guerra, e então o Correio da Noile
que diga se o ministério ainda lhe pare-
ce somenos.»
Ao Noticias de Lisboa esperamos de-
ver a fineza de nos explicar uma coisa
que verdadeiramente nos intriga. Como
é que, das palavras que transcreveu do
nosso artigo, o collega pôde concluir
que nós pomos fora do ministério o sr.
ministro da guerra?
Francamente lhe confessamos que
não conseguimos comprehender • •
Conselho de disciplina
Consta que o conselho superior de
disciplina militar reconheceu não ha-
ver fundamento para procedimento le-
gal contra o tenente Solano de Almei-
da. • -
Sendo assim, é bem differente a reso-
lução do conselho da que se suppunba
elle tivesse tomado, qual era reconhe-
cer-se incompetente para ajuizar do
caso.
O sr. ministro da guerra tinha man-
dado convocar o conselho antes do duel-
lo, para tomar conhecimento do facto
que depois motivou esse duoiio.
Os deputados do «bloco»
Do Imparcial:
«Andando para ahi todo o rrundo a
perguntar e a inquirir quantos depu-
tados levará o «bloco» ás camaras, e
sendo as opiniões as mais apaixonadas
e diversas, resolvemos hoje recorrer a
fonle certa, e por isso balemos ao ferro-
lho de madame Brouillaru.
A celebre adivinha recolheu-se por
alguns momentos, e n'um papel traçou
febrilmente a seguinte resposta, que of-
ferecemos á curiosidade dos nossos lei-
tores:
Julio de Vilhena
José Luc — ano
Jacintho Candido
Vasconcellos Por-Ho
Campos Hmnrique8
Deve estar certo: valente bruxa.»
Das Novidades:
«Segue a bicha.
Constou ao Correio da Manhã que o
governo, perante a reconhecida impossi-
bilidade de trazer á camara uma maio-
ria qualquer— lóma 1 — pretende elevar,
ditatorialmente, a 22 o numero de de-
putados pelas colonias, torcendo, para
isso, a interpretação do artigo 118 ° do
decreto de 30 de setembro de 1852. O
nosso illustre collega registra esse boa-
to extravagante na sua primeira Dota
politica de hoje, sob o titulo sensacional
de Golpe d'Estado ? gastando quasi uma
columna de prosa excellente a com-
mental-o. E termina assim:
«Pela insistência com qu* o boato tem
vogado, esperamos ver heje terminante-
mente desmentido nas Novidades esta ori-
ginalíssima blague dos deputados de galão
prelo.»
Esperou o Correio da Manhã muitíssi-
ma bem. O desmentido, aqui lb'o forne-
cemos, o m&is catbegorica e terminan-
temente possível. E' falso, falsissimo,
que o governo lenha pensado em aug-
mentar, de qualquer modo, o numero
de deputados pelas colonias. Esses de-
putados são sete, e sete continuarão a
ser.
Decididamente a phanlasia dos nossos
illuslres collegas é inexgotavel!»
«Noticias de Lisboa»
Deixou hontem de exercer a direcção
politica d'este nosso illustre collega o
sr. conselheiro Christovam Ayres, por
ter regressado a Lisboa e reassumido o
seu logar o sr. dr. Alberto Navarro.
Versos do povo
Estou rouca do meu peito,
Não é por comer azedo;
E' por falar ao amor
Pela manhã muito cedo.
DE BRUXELLAS
A cidade
Partimos de Paris, ás oito e dez da
manhã, com um ceu azul e um hello
sol que fazia brilhar as folhas verdes das
arvores; passámos em Saint-Quentin
(onde se afimira a magnifica caiuedral,
datada do século XIV), e ás onze e un«
quarto estávamos em Oaevy, fronteira
belga. Atravessando os campos france
zes, ia desapparecendo o sol; e na fron
leira mal fazia brilhar as foihas verdes
das arvores... Mas o espectuculo rnudá
ra, desde os aguerridos uniformes bel
gas até ao puro llamengo, misturado
com um francez que pronunciam muito
mais pausadamente. Aló Bruxellas não
ha accidente que proccupe a nossa al
tenção, e entrámos na «gare du Midi*
Realmente a impressão é fraca; mas, de
pois da sabida, se muda de scenario.
uma atmosphera mais limpa do que a
de Paris, uns sorrisos mais pronuncia
dos e um amor pela sua Bruxellas, de
monstrado a cada canto O belga ama a
sua patria, mas e é delicado para com
os estrangeiros. Não se encontrará aqui.
é certo, a «coquetterie» de Paris. Ila
egualmente «As entravées», os chapéus
da moda, mas tudo mais simples... Os
rostos são frescos, vivos, cheios de vida,
de felicidade... Este «Paris pequeno»,
é afinal nm «grande Paris».
Entrámos no Boulevard Ainpach. Por-
que Bruxellas também possue «les
grands boulevards», la Rue de la Ma-
deleine», «la Bourse», «le Scala», etc.
Passámos pelo Jardim Botânico, de-
pois fomos ao Palacio da Justiça, uma
das primeiras obras monumentaes do
mundo inteiro, ao soberbo Bureau Cen-
tral des Postes, ao Hospital São João, ao
Palacio do Rei e vimos na Grand Place
as tres celebres casas: «Ilôtel de Ville»,
«Maison du Roi» e «Musée Commu-
nal».
Por toda a parte, a mesma ordem,
uma tranquilidade encantadora; tudo se
faz sem precipitações, sem pragas; mas
com gestos serenos, palavras amaveis.
Hoje, domingo, áa 8 horas da manhã,
principiou a animação: excursões ao
campo, visita â Exposição, aos museus,
passeios aos «boulevards...» E é assim
que ouço agora, no «boulevard du Nord»,
uma magnifica e cadenciosa canção fla-
menga: mais de cincoenta pessoas,
«bras dessus bras dessous», que n'uma
união amiga se vão divertir serena
mente. E lá passam, tranquilos, feliz
por entre as aclamações do povo, olha
dos amigavelmente pelos «sergents de
ville», d'uma delicadeza extrema, que
só se pôde egualar... á dos emprega-
dos dos carros eléctricos... mas bel-
gas.
Que grande e sympathico povo!
Bruxellas, julho, 31.
Carlo* Cilia.
Presidente da Argentina
BOULOGNE-SUR-MER, 4, t.
Embarcou para o Rio da Prata o presi-
dente Saenz Pefia.
Serviço militar obrigatório
MADRID, 4, t.
0 conselho de ministros approvou as
grandes linhas do projecto de lei que es-
tabelece o serviço, militar obrigatório pa-
ra todos os hespanhoes.
A quentão religiosa
MADRID, 4.
0 g. verno oppôr se-ha ao transporte
dos manifestanies para San Sebastian e
deu instrucções n'este sentido ao gover-
nador civil e ao capitão-general da re-
gião. Em presença das affírmações dos
catholicos de que a manifestação se ha de
realizar, o governo enviará tropas para
vários pontos onde forem necessárias pa-
ra impedir que ella seja levada a e(feito.
0 sr. Canalejas, depois de dar estas infor-
mações, exclamou:
—Veremos se a manifestação se rea-
lisa!
0 governo apprehendeu varias armas
que, ao que parece, foram distribuídas
aos habitantes d'uma aldeia do norte. Foi
aberto inquérito para serem tomadas as
necessárias providencias.
SAN SEBASTIAN, 4.
As delegações caibolicas de Navarra,
Alava, Biscaia e Guipuzcoa organisa-
ram uma grande manilestação para do-
mingo proximo.
Decidiram protestar mais energica-
mente ainda contra a arbitrariedade do
governo e a pressão que esie exerceu
sobre as companhias de caminhos de
ferro, que. recusam pôr comboios espe-
ciaes á disposição dos manifestantes pa-
ra ir a San Sebastian.
Decidiram mais fazer a manifestação
dos catholicos das quatro províncias
supramencionadas, reunindo-se para
este effeito domingo ao meio dia por
todos os meios de que dispozerem, mes-
mo fazendo a caminhada a pé.
Decidiram, emflm, dirigir ao Papa
um telegramma de intensa adbeeão, e
outro ao rei Alfonso, protestando contra
a altitude do governo.
Este ultimo telegramma será enviado
de Bayonne, com receio de que seja
sustado sendo enviado de Hespanha.
Os orgaDisadores da manifestação ac-
clararam ao governador que respondem
pela ordem no decurso da manilestação
se não houver nenhuma provocação da
parte dos radicaes.
MADRID, 4.
O governo reiterou a sua recusa de
auctorisar a manifestação dos catholicos
no domingo em San Sebastian, e deci
diu prevenir por todos os meios, e, se
tanto fôr necessário, reprimir energica-
mente toda e qualquer perturbação da
tranquillidade publica.- (II)
MANUEL EAMAL1Í0
• *
£
Acabamos de receber o seguinte te-
legramma, expedido de Condeixa ás 5
horas e meia da tarde d'honlem:
«Diário Illustrado—Lisboa.
Falleceu Manuel Pereira Ramos Santiago
Azevedo Coutinho Ramalho, o vulto mais
eminente, o politico de maior destaque,
o cidadão mais prestimoso que teve a
villa de Condeixa. Dôr profunda e magua
intensíssima envolvem de crepes esta
villa.
(Correspondente),
Esse telegramma é eloquente. Traduz
bem o vivo pezar com que os seus con-
terrâneos vêem morrer ura homem de
grande mérito e de grande coração, que
foi o seu mais dedicado protector e o
seu melhor amigo.
Manuel Bamalno morreu no seu ma-
gnifico palacio de Condeixa, uma das
mais vastas e grandiosas casas solaren-
gas da província, e d'elle se pôde dizer,
d'elle podem dizer os seus conterrâneos
e podemos dizer nós, os seus amigos,
que é d'aquelies que fazem falta. Deu á
politica, lealmente, o melhor do seu es-
forço, da sua intelligencia e da sua
actividade, serviu-a com a formidável
força do seu prestigio e. no desempe-
nho dos seus cargos pu olicos de con-
fiança dos governos, houve-se com o
melhor tacto e a mais diligente e im-
peccavel correccão.
Foi um politico sincero e probo, um
coração magnânimo, um correligionário
dedicado, um amigo leal e certo. Re-
cordamo-lo como ura dever de gratidão
e de justiça na hora pungente em que
o seu corpo inanimado vae descer á
eterna paz do tumulo.
A' família do illustre extincto endere-
çamos a mais viva expressão do nosso
pezar.
HIGH-LIFE
Corte
0 Principe Real Senhor D. Aflcnso as-
sistiu ao espectáculo de hontem no Coly-
seu dos Recreios.
—Sua Alteza o Príncipe Real passeou
hontem de tarde, de automóvel, pela ci-
dade.
DiDlomatas
Parte hoje ptra Cascaes o sr. Marquez
de Villalobar, illustre ministro de Hespa-
nha na nossa corte.
—0 illustre ministro da Argentina sr
dr. Garcia Sagastume, oITereceu hontem
em Cascaes, onde está veraneando, um
jantar ao illustre escriptor hespanhol
Blasco Ibanez, que aqui está de passagem
para Buenos Ayres.
—Tem estado retido em casa, encom-
modado de saúde, o sr. dr. José Gonçal-
ves Teixeira, ministro plenipotenciário,
cnefe da Repartição do Expediente do Mi-
nistério dos Estranjeiros
—Partiu hontem á noite para a sua ca-
sa de Vizeu. em gozo de licença o sr. dr.
Vasco Francisco Caetano de Quevedo,
chancellor consular em serviço no gabi-
nete particular do sr. ministro dos Negó-
cios Estrangeiros.
Annitersarios
Fazem amanhã annos as sr.": .
Condessa d'Azevedo, Viscondessa de Fa-
ria, Viscondessa de Oiivã. D. Thercza Ma-
nuel de Vilhena e Saldanha (Alpedrinha).
D. Maria do Carmo Alves de Carvalho. D.
Maria da Luz Godair de Lacerda da <Go»ta
Pinto, D. Julia Piuto Barruocho e Vascon-
cellos, D. Joanna da Silveira Viegas, I)
Laura Ernestina da Fonseca Lemos, L).
Elisa Palmira dos Prazeres e Silva, D
Leonor Laura Dalhunty, D. Julia Emilia
ia
PKPi! Pi w PPIPHP Guilhermina Rosa Corsino Bentes, D. Zul
Feio Folque, D. Maria Augusta Ribeiro
Milne, D. Maria Augusta Peei da Costa. D.
mira de Jesus Fernandes Prata, D. Amelia
Matheus dos Santos, D. Eduarda Homem
de Vasconcellos de Almeida Serra, D. Eli-
sa Schiappa Pietra de Faria Machado Ro-
by.
E os srs.:
D. Francisco Paulo Macedô de Portugal
e Castro, Conde de Cascaes. Conde de
Mesquita, Conde de Castello Mendo, Cesa
rio Augusto Tinto, Antonio de Faria Gou
veia Zagallo, Arthur Urbano de Castro,
João Maria Manzoni, Jorge Xavier Rodii-
Eues, José Candido da Costa Reis, Alfredo
ayres da Silva Braga, Fernando Carlos
Moraes de Almeida, Henrique Gabriel da
Silva.
Partidas e chegadas
Partiram qara Espinho com seus filhos,
os srs. Viscondes de Almeida e das Can-
cellas.
—Está em Lisboa o sr. dr. Vaz Pereira,
illustre governador civil de Vianna co
Castello.
—Partiu para o estrangeiro a sr.» Vis-
condessa de Sarmento.
—Partiu para as Caldas da Rainha o sr.
dr. Joaquim Teixeirs de Sampaio.
—Partiu para Cascaes o sr. Luiz de Me-
deiros.
—Regressou de Liverpool o sr Pedro
Pinto Basto.
—Já está em Cintra com sua esposa, o
sr. Fernando Eduardo dc Serpa Pimentel
—Para o Vimieiro parte amanhã a sr.*
D. Luiza Desiandes Blanc.
—Partiram para as Pedras Salgadas, o
illustre escriptor sr. dr. > ugusto de Cas-
tro e sua esposa a sr.» D. Maria Emilia Bourbon de Sotto Mayor e Castro.
—Partem brevemente para a quinta dos
srs. Viscondes de Pernes, em Cofiares,
onde vão estar algum tempo, o sr. Pedro
Lobo d'Almeida de Mello e Castro (Gal-
veias) e sua esposa a sr.* D. Maria Ame-
lia Martens Ferrão de Mello e Castro.
—Acha-se na sua casa da Guarda a sr.»
D. Josepba da Cunha Pignaielly Telles de
Vasconcellos, mãe do sr. Joaquim Telles
de Vasconcellos, digno par do Reino.
—Regressaram á Guarda a mãe e irmã
do sr. dr. Amândio Paul.
—Regressou do Gerez á Guarda o sr. dr.
Leandro Homem d'Almeida, illustre advo-
gado n'aquella cidade.
—Regressaram á Guarda o sr. Ruy de
Orey e sua esposa.
Acompanhou s. ex.»-, sua irmã e cunha
da a sr • D. Maria José Calvet de Maga-
lhães Cardoso.
—Acha-se em Espinho com sua esposa
e filhos o dr. Antonio Corsiro Caldeira.
—Chegou a Lisboa o sr. Conde de Pa-
çô Vieira.
—Por noticias recebidas do Rio de Ja-
neiro, somos informados de ter alii che-
gado o sr. conego Senna Freitas.
—Está em Lisboa o sr. Visconde de Vil-
larinho de S. Romão.
— Regressou da Chamusca o illustre
ministro da Fazenda, sr. Conselheiro An-
selmo de Andrade.
—Partiu para Londres com sua família
o sr. dr. Domingos Pinto Coelho.
—Estão em Lisboa a sr.» Viscondessa de
Thayde, sua mãe a sr.» D. Augusta Salema
Garção de Araujo e sua irmã in.elle Lúcia
de Araujo.
—Parte boje para a sua casa no Campo
Grande, acompanhado de suas gentilissi-
mas irmãs, o sr. Fernando Luiz Bom dc
Sousa Roxo (Pernes).
—A distincta escriptora sr.» D. Olga Mo-
raes Sarmento da Silveira, parte no dia
10 d'este mez a bordo do «Astúrias», para
Cherbourg, d'onde se dirige depois a Pa- ris.
—Regressam hoje do Seixal a cr.» D.
Assumpção Perestrello e filha.
—Regressou a Cuba o uosso amigo e il-
lustre collega do «Jornal do Commcrcio»
o sr. Francisco Bandeira.
—Regressou de Liverpool o ar. D. Do-
mingos de Sousá e Holstein (Fayal), filho
mais novo dos nobres marquezes de
Fayal.
—Acompanhada de seu marido e de seu
filho Vasco, parte no dia 20 d'este mex
para uma longa digressão pela Italia e
França a sr.» D. Elvira Jara d Orey.
—Acompanhada de suas filhas e ilibo
Rodrigo, parte no dia 10 para a Figueira
da Foz a sr.» D. Elisa Georgina da Silvei-
ra e Oliveira.
—Parte brevememle para aquella praia
a sr.» D. Carlota Soma Castro Barradas. —Com sua gentilissima filha D. Beatriz
parte no proximo dia 10, a bordo do
«Astúrias», para Cherburgo, d'onde setrue
para Paris e Vichy, o sr. general Conde
de Sousa e Faro.
— Parte boje para Paris o sr. Visconde
de Acarez.
—Partiu para Cintra, acompanhado de
sua esposa a sr.» D Margarida Chaves dos
Santos e Silva, o sr. Américo dos Santos
e Silva.
—Partiu para o Bussaco, d'onde segue,
uo fim do mez, para uma digressão pelo
norte do paiz, a sr.» D. Esther Abecassis
Seruva e suas gentis (ilhas D. Lyce e D.
Julia.
—Partem, no fim do mez, das Caldas da
Rainha para a Foz do Arelho, o sr. Ale-
xandre de Castilho, sua esposa e interes-
santes filhas D. Maria das Dores e D. Ma-
rian na.
—Partem no sabbado das Pedras Salga-
das para o Porto, d'onde se dirigem á
Figueira da Foz. regressando d'ahi oara a
sua casa em S. João do Estoril, onde pas-
sam a época balnear, o sr. José Silvério
Ribeiro da Costa, sua esposa a sr.» D.
Amelia Ribeiro da Costa e gentíllssimas
filhas D. Maria Luiza e D. Isabel (daria.
—Parte na próxima segunda-feira para
a sua linda vivenda em Cascaes. acompa-
nhado de sua esposa a sr.» D. Thereza
Lobo d'Almeida de Mello e Castro (Gal-
véas) e suas gentilissimas filhas, o sr. dr.
Filippe de Vilhena.
—Parte hoje para os Açores, a bordo do
vapor «Funchal», o nosso amigo e col-
lega das «Novidades», o sr. Jayme de
Sousa.
—Encontra se nas Pedras Salgadas,
acompanhada de sua neta a sr.» D. Maria
Helena de Vasconcellos e Sou3a da Sil-
veira (Cabello Melhor), interessante filha
dos nobres Marquezes de CasteUo Melhor,
o sr. Bernardo da Silveira.
—Partiram hontem de manhã no «sud-
express» para o norte as sr.»» Condessas
da Ribeira.
—Também no mesmo comboio partiu
6ara o estrangeiro o sr. Castanheira de
oura.
—Partiu para S. Martinho do Porto, onde
vae passar uns dias em companhia de
sua mãe, que ali se acha veraneando, a
sr.» D. Ernestina Pimentel, esposa do sr.
dr. Carlos Pimentel.
—Parte brevemente para o Luzo com
sua filha o sr. dr. Barral Filippe.
—Vae brevemente paraCarcavellos, onde
Íassa a estação calmosa, o sr. dr Castro
oraes, illustre medico da armada, «ua
esposa e filhos.
—Está em Lisboa o distincto académico
da Universidade, sr. D. Raul da Camara
Leme, partindo brevemente para Cas-
caes.
—Parte brevemente para a Ericeira, com
sua esposa e filhinha, d'onde seguirá logo
para o seu tratamento de aguas, nas Pe-
dras Salgadas, o sr. Frederico Cortez de
Menezes.
Um jantar de despedida
Informa o «Imparcial» que uo dia 2 de
RMQIO ILLt'STRADO
corrente, os srs. drs. Ignacio Ferreira rou-se «ofíicialmente» a época balnear,
Marques, Ricardo Jorge (filho), Rodrigo de que de facto estava já ha bastante tempo
Azevedo Ayres de Magalhães, Rodrigo principiada.
Franco AÍTonso e Ruhen da Silva Leitão,
ultimamente formados, oIT.rcceram em
Coimbra, na Qiynta do Penedo dos Ven-
tos, um jantar de despedida aos seus
amigos.
Foram convidados os srs.:
Professores José Sobral Cid e Lobo
d'Avila Lima, drs. Manuel da Silva Gayo
e Guilhermino de Barros, Eduardo Santos
Moreira, Christovam Ayres (filho), Oscar
Salgado Zenha. Augusto Gonçalves e Sil-
va, dr. Domingos Fesás Vital, José de Me-
nezes Pitta e Castro, Eduardo Burnav, Al-
varo dos Reis Torgal, Pedro Joyce e Au-
gusto da Cunha Lamas.
Não assistiram por motivos de força
maior, os srs.:
Conde de Castro, professor Caeiro da
Matta. Manuel Gustavo Bordallo Pinheiro,
drs. Camillo Castello Branco, Manuel Car-
doso, Arthur Ricardo Jorge, Octávio da
Silva Leitão e Carlos Santos.
Real Associação Naval
Conforme a referencia da nossa secção
•Sports® damos hoje o nome de algumas
das embarcações e dos seus respectivos
proprietários que já se inscreveram para
o passeio de 16.
Ariel—Charles Bleck.
Hebe—DomiDgos Gomes.
Esvailarle — Luiz Borges Bandeira de
Mello.
FcUinilza—Hans Wimmer.
Maria Luiza— José Libanio Ribeiro da
Silva.
Toneca—Major João de Menezes.
Venus—^Gustav > Cabral.
Ilda—José Faria.
Mimi—Alvaro Gaya.
Vega— Capitão Fernando de Magalhães.
(Jueenie—José Leal Wintermantel.
Diário do Governo... mundano
Completamos as nossas informações so-
bre a moda feminina na preoente estação
estival, apresentando ás nossas gentis lei-
toras uma brevíssima resenha da ultima
ordenação decretada sobre a elegância e
distineção com que hão do calçar os seus
mimosos pésinhos, que por certo os re-
presentantes do sexo barbudo prefeririam
ver, ou antes «sentir,® revestidos de co-
bertura mais etherea e menos material
que as reluzentes pelles fluas que discre-
tamente os envolvem...
Declara a soberana Moda: os sapatos
claros parecem estar um pouco abando-
nados este erão; usa se muito o sapato
de polimento con- a pala em gamo cin-
zento ou o pequenino sapato americano de
verniz, bastante decotado e tendo apenas
uma fivela de madrepérola; é muito ele-
gante e distincto.
Com os vestidos leves, de «lingerie,®
vé-se muito o sapato preto de pellica ma-
te ou de polimento, e até se tem visto o
alegre contraste de vestidos muito ligei-
ros com o sapatinho de velludo, que pa-
rece querer voltar á moda. Algumas ele-
gantes usam o mesmo em passeio, com
saltos de côr, bronzeados ou vermelhos.
De resto, a moda do velludo pieto não
parece querer restringir-se este verão;
entra quasi na metade da confeccão dos
vestidos de «lingerie® e os chapéos tam-
bém o empregam em larga e.*cala. Vimos
n'este genero um cbapéo delicioso, cuja
copa era inteiramente de velludo preto,
com abas muito grandes, de renda bran-
ca, sem enfeite algum: era uma nota iné-
dita e encantadora. Mas em contraste com
alguns lindos modelos, quantos outros de
desproporcionada ousadia!
Uma mulher pôde ser elegante sem ser
exaggirada, e o estio não é, por certo, a
estaçao mais propria dos veiludos. Usem
os vestidos cuja brancura e leveza lhes
deem a sensação de frescura e guardem
para o inverno o quente conforto dos ro-
çagantes veiludos e dos damascos luxuo-
sos...
No «Mondego,® o mais antigo casino do
Bairro Novo, grande, e selecta concorrên-
cia assistiu no sabbado á noite ao concer-
to rea'isado pelo bello sextetto que alli
sc faz ouvir, dirigido peio distincto solis- ta D. Pedro Blanch, artLta já bem conhe-
cido e apreciado pelo nosso publico, ap-
plaudindo calorosamente as peças execu-
tadas, e acolhendo liiongeiramente a es-
treia dos pequenos e engraçados artistas
Mavy-Luis Amanhã devo alli estreiar se a
coupletista-transformista «La Rjgoiina »
O sumptuoso e vasto Casino Peninsula',
ab*iu homem as suas portas, havendo os
costumados concertos por um distincto
sextetto, de que fazem parte excellentcS
artistas, dirigidos pelo nosso compatrio
ta Ivo da Cunha e Silva, violinista de lar -
go futuro e que está fazendo brilhante-
mente em Paris o seu curso musical.
No Oceano exibe-se também um bom
sextetto composto d'artistas hespanhoes.
Funccionam também dois animatogra-
phos, o «Parque-Cinema» e o «Fallante « e
no salão High-Life exibe-se lambem uma
pequena companhia de operetta popular,
que alli representou com grado a peça
«Rosas de Nossa Senhora,® subindo hoje
á scena a revista «Scenas .la rua.»
Por esta simples ementa pôde avaliar-
se a animação do Bairro Novo, onde to-
das as noites se acotovela enorme multi-
dão, enchendo os estabelecimentos com-
merciaes, abancando nos cafés, frequen-
tando os casinos...
Ha muito por onde escolher este anno,
e não é á miugua de divertimentos que
os nossos hospedes se aborrecerão...»
Em breve começaremos a dar noticia
das diversões em projecto na liuda e mo-
vimentada praia.
Em Mondariz
Chegaram recentemente a Mondariz os
seguintes p0rtugue2.es, que alli estão em
tratamento, srs.:
Caetano Ferreira de Oliveira e esposa,
Constantino Tavares do Pinho, Antonio Gar-
rido e família, Nestor Sampaio e família,
José Mendonça de Freitas e familía, D.
Maria Catharina Pereira Correia, D. Hele-
na da Silva Salgado.
na do Oliveira Marques, no caminho do
Baixo da Penha, 24, 1.°, furtando-lhe
de dentro de duas inalas objectos de ou-
ro no valor de 47£700 réis. O «José das
gravatas® é casado com a Miqueliua,
com quem não vive ha tempos.
Dma hTsíorla If aniores
na Córsega
casar com o seu namorado: a Phiiome-
na é que está de peor partido, porque
tem de correr uma acção de divorcio.
Com respeito ao filho do implacável tio,
ignora se onde foi malhar com os os-
sos... Provavelmente está também a
gosar em casa da sua namorada, se é
que a tiniu.
No Rocio Palace
A empresa organisou para a sessão de
hontem um bello pregramma que foi mui-
to apreciado A concorrência era nume-
rosa, notando se bastantes senhoras da
sociedade elegante.
Vimos alli as sr.M:
D. Maria Leonor de Vasconcellos Guedes (Riba Tamega) e filhas, D. Maria Helena e
D. Maria da Conceição, melles Ramos Mon-
tero e Lascono, D. Maria Carolina Hearn
da Cunha e Meneze*. D. Luthegarda de
Caíres, D. Aurôra Eça Leal e filha D. Con- ceição, D. Suzanna Horta e Costa, mad.
Garção do Araujo e filha. D. Beatriz e D
Alice Lobo de Miranda Trigueiros, melie
Candida Cruz, melle Cunha Ramalho, etc.
E os srs:
D. Dionísio Ramos Montero e filho, D
Pablo Lascano, D. Luiz da Cunha e Mene-
zes (lumiares), dr. Caíres, dr. Alfredo
Martins. João Mendes de Vasconcellos
Guimarães (Riba Tamega), Alberto Batalha
Reis, Carlos Hearn, Francisco Mendes de
Vasconcellos Guimarães (Riba Tame"-1
Casimiro Ramalho, Luiz Trigueiros,
los da Motta Marques, etc.
Na feira de Agosto
Hontem, dia escolhido pela sociedade
elegante, que ainda se conserva em Lis
boa, para visita semanal áquelle recinto,
n'elle vimos, entre outras, as sr.**:
D. Maria da Conceição de Moraes Sar-
mento Cohen, D. Carolina Alves de Carva-
lho Pereira de Mello, D. Carlota Alves de
Carvalho, D. Francisca de Noronha (Para-
ty), D. Maria da Luz de Chatillon. D. Maria
Thereza Correia de Almeida (S. Januário),
mad. Sarti e filha D. Elisa, D. Palmyra
Cau da Costa Santa Rita e filhas D Amelia
e D. Guilhermina, D. Emiiia Veiga Ferrei-
ra, D. Maria Marques Ferreira, mad. Xa-
vier de Brito e filhas, m.elles Bon de
Sousa Roxo e Leite, etc.
ffi:
No Martinho
Em villegiatura
Nas Pedras Salgadas
Passou hontem o anniversario natalício
da sr.* D. Maria Felismina Franco, genti- lissima fi.ha mais nova dos srs. condes
de Restello. O dia de hontem foi de festa nas Pedras
Salgadas, onde os illustre titulares e suas
filhas se encontram, sendo oíTerecido á
sr.* D.. Maria Felismina Franco um ele-
gante almoço, aum dos pontos mais pit-
torescos do parque.
A mesa achava-se lindamente enfeitada
com lindas flores em cryst&es, pelas sr." condessa de Vinho e Almedina. D. Leonar-
ds Guedes da Costa e D. Assumpção Pes-
soa de Amorim.
O almoço começou ao meio-dia, prolon-
gando-se até depois da uma hora, reinan-
do sempre a mais franca alegria.
O logar de honra era occupado por D. Maria FePsmina Franco (Restello), sentan-
do se á sua direita o sr. Eduardo Valdez
Pinto da Cuaha, & sr.* D. Helena Rebollo
Valente e os srs. D Carlos de Sousa e Fa-
ro, Antonio Costa Gouveia o Cunha e Fer- nando de Brito (Ermida); e á esquerda o
sr. Ayres Valdez Pinto da Cunha. D. Maria
Leonor Franco Restello) e Marianno Car-
valho da Costa.
£m fr nte da sr • D.Maria Felismina (Res-
tello) sentòu se o sr almirante João Botto
qne dava a direita á sr.* condessa de Vi-
nhó e Almedina, o sr conde de Restello,
D. Elisa R bello Valente, D. Maria Thereza
Valdez Pinto da Cunha e o sr. José Maria
da Silveira Estrella; e a esquerda a sr.*
I). Leonards Guedes da Costa Gouveia e
Cunha, sr.* condessa de Restello, sr. José
Eduardo Pinto da Cunha, conde de Vinhó
e Almedina, D. Assumpção Pessoa de Amorim e o sr. Frederico Pinheiro Cha-
gas.
Ao toast levantou o primeiro brinde o
sr. almirante João Bj«to aos srs. condes de Restello e suas filhas, seguindo se um
outro em inglez do sr. José Estrella a D.
Maria Felismina (Restello) e outro a todas
as pessoas presentes e suas famílias; ter-
8SSS8. VSStífiSWWSt! fcgjj. iw «M*». n> * Cunha a Sua Majestade El-Hei. | 128£000 réis, pelo seu silencio com res
Findo o almoço os convivas foram pas- peito a uma certa questão.
O dia de hontem n'este majestoso Café
foi por assim dizer um verdadeiro «ren-
dezvous® das principaes famílias da
nossa primeira sociedade elegaute. No
jantar concerto vimos, entre outras, a?
seguintes pessoas:
D. Juan Remus e família, Pedro de Sá
Lima, Carlos Branco, Joáo Vieira da Sil-
va, dr. AfTonso Costa, conselheiro Petra
Vianna, AÍTonso Soares de Moura Quin-
lella, Fernando Dias Ferreira, Joaquim
Dias Ferreira, dr. Altmann, mr. llolde.
Manuel dos Santos, Joaquim Lima, At>i
lio Lima, dr. Frederico Cortez, S imuil
A. Ezagury. Oscár Xavier Alhadas
Eduardo de Castro, Manuel Pereira Re
go e esposa, Antonio Pereira U go, Pe
dro Lavado Barata e esposa, Anlonio
Pereira Rego Junior, esposa e lilhas, D.
Rachel Pereira Rego e filho, D. Guiltier
m:oa Sabrosa, etc.
Por cainA cTunia herança-
I in fio nmhtcioNO c calor-
rn-Umai Nobrlnha* ouao-
ro*a* e expedita» —I'm fllllio
."que e*l& por tudo—A in-
tervenção judicial que põe
fim ao romance — .xpotbco-
Pie: o amor trlumplin.
Na communa de Zonza falieceu ha
tempos, um individuo, viuvo, deixando
duas filha?, Rosa e Philomena, entre-
gues aos cuidados d'um tio, casado, e
com Hlhos. Esse tio, Julio Muzzi, lutor e
administrador dos bens das sobrinhas,
entendeu que era melhor deixar a he-
rança indivisa e, no propositi) de con-
servar a fortuoa na família, projectou
casar o filho com a Rosa. A priminha,
porém, tinha uma affeição. Mas o tio
tanto fez, tanto enredou, tramou e em-
brulhou, que o casamento ajustou-se, ar-
ranjou se a dispensa de parentesco, e
preparou-se o uinho para os noivos...
que nunca haviam de o ser.
No dia aprazado para o casamento, o
tio, o filho e os parentes convidados
para a cerimonia, eucaminharam-se pa-
ra a respectiva repartição do registo ci-
vil, onde primeiramente devia celebrar-
se o casamento. Lá estava o respectivo
funccionario com o Codigo, para a as-
signatura do competente regbto. Falta-
va, porém, a priminha. Corno elia se
demorasse um dos parentes foi a casa
dizer-lbe que se aviasse, que estavam á
espera. Mjs a encantadora Rosa... on-
de é que ella eslaria a essas horas! A
priminha linha fugido, com o outro, o
meço pallido que ella amava e ao qual
havia jurado pertencer!
Não se desconcertou o tio, que res-
pondeu com uma fleugma que a lodos
surpreheodeu: 1
—Não tem duvida... A Rosa fugiu,
mas ficou a PhilomeDa. Rapaz, varno-
nos embora. Has de casar com a ou-
tra • • •
Mas a Philoraenasinha não esteve pe-
les aulos. Chorou, allegou que não ama-
va o primo, que não queria casar com
elle, que gostava d'outro, que preferia
tudo menos contrahir matrimonio com
um rapaz que lhe era absolutamente in
differente.
O tio, porém, recalcitrou e respondeu
com a sua habitual fleugma.
—Has-de casar, e tenho dito.
Então a pequena, para se ver livre
do tio feroz que queria sacriíical-a, in-
ventou uma historia d'amores. Não po-
dia casar com o primo—porque, o'ura
momento de hallucinação, cahira nos
braços do seu namorado. Occultara sem-
pre a sua fraqueza, mas agora entendia
que devia revelar tudo- - -
O tio ouviu, deixou a sobrinha cho-
rar á vontade e, quando a viu mais se-
rena, acariciou-a, fez-lhe festas e, sem-
pre na sua irritante fleugma, respon-
deu:-
—Não tem duvida, não te afllijas...
Uma falta quem quer a tem -. - Casarás
com teu primo! '•
O rapaz, completamente dominado
pelo pae, disse que sim, que casaria,
que, ap »sar de tudo, receberia a prima
por sua legitima mulher, perante o seu
parocho. Arranjada a papelada, effe-
cluou-se o casamento.
Mas... na noite de núpcias, o noivo
deixou a esposa no seu quarto e foi dor
mir n'outro. Alta madrugada, abrindo
surrateiramente uma janella, safou-se ã
franceza. Pouco depois (ou pouco antes)
a noiva, que magicara o mesmo piaao,
abriu também da mansinho uma janel-
la, deixou se escorregar alé ao jardim,
e, galgando um pequeno muro, correu
a refugiar-se em caea do seu antigo na-
roôrado. um tal Jacques Guidicelli que
a esperava, tremulo d'amor.
mmm
CALENDÁRIO SE AGOSTO
Domingo.
Segunda.
Terça ...
Quarta ..
Quinta ..
Sexta ...
Sabbaúo-
o
3
4
5
6
8
9
10
11
12
13
14
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17
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19
•20
* i
22
23
24
25
2G
27
ts
29
30
31
Lua no- 9£GOO.
Companhia do Gaz, coup., G2£500 réis.
Companhia dos Tabacos, coup., 70£.VK).
Empresa Agrieola do Principe. 3£700.
Obrigações:
Compa- l.ia das Aguas de Lisboa, assent.,
ou port., bl£000
Companhia das Aguas de Lisb. coup.,
82 £300
Prediaes G 0(0, 74£000.
Prediaes 5 OjO, 69£000
Banco Ultramarino, assent, 71 £0 0.
Banco Ultramarino hypoth, 6 0|0, 89£300
Companhia dos Caminhos de Ferro Atra-
vez d'Africa. 8G£60G.
Companhia Nacional dos Caminhos de
Ferro, 2 * serie, 65£l00.
Companhia do Norte e Loste, 2.° grau,
52£700.
Companhia da Beira Alta, 20 grau,
17£100.
Companhia Carris de Ferro de Lisboa,
va em 4;
Q. cres
cente
12; Lua
cheia a
•20;
Q. min-
guante a
0 DIA RELIGIOSO
5 Sexta. Nossa Senhora das Neves. S.
Q&w&loo, Rei de Inglaterra. S. Emygdio,
Bispo. Martyr.
—Sé, ás 11, festa á Senhora do Soccor-
ro, por mutica: ás 12.30, vesperas. —Recolhimento de Lazsro Leitão, ás 11,
missa da reposição do Lauspercnne, por
musica.
—Socccorro, ás 12, festa á Senhora do
Soccorro. seu orago por instrumental,
orando o rev. Carlos Fragoso; ás 6,30,
sermão pelo rcv. José Pedro Soares, la-
dainha e «Te Deum», Lausnerenne.
—Caetanos, ás 7, terço, ladainha e ben-
ção do Santíssimo.
—Exposição de Passos nas egr'jas do
costume.
—Nossa Senhora do Monte do Carmo, ás
9, missa rezada e em seguida Exposição
do Santíssimo Sacramento; ás G, terço,
ladainha ° Benção.
—A' S. Louis des Français, à 8 h., Union
de Prières. Mess3 avec Instruction, Com-
munion générale. Ind. plén , et Exposi-
tion. A' 5 h. 112 du soir, Sermon en por-
tugais et Reposition.
o DIA MEIEREOLOGICO
i- o (Temperatura max... 21.5 Lisboa: 3 { ^ 16>5 min.
Tempo provável em Lisboa no dia 5:
Vento moderado ou fraco d'entre N\V.
e SW.
Ceu de algumas nuvens ou nublado.
Estado gerando tempo
Pequenas alterações barometricas rios
postos do reino, com accrescimo de tem-
peratnra e vento geralmente fraco do qua-
drante N\V
Registaram-se chuvas em alguns postos
do reino.
As pressões mais altas acham se indica-
das sobre os Açores e as mais baixas so-
bre a Irlanda. Faltam boletins de Angra,
Ponta Delgada e Funchal.
. 3,2 m. m. Dia 3
Evaporação
Ozor.e.. • • • • 6,5 gr.
CiYWVFAIVA
BO BEVOBTEB
Reuaiu hontem em sessão semanal a
Camara Municipal de Lisboa.
—Foi presente uma queixa no juizo
de instrucção criminal pelo director da
Escola do Exercito, cm consequência
de alli ter ha dias desapparecido uma
capsula de platina no valor de 60£000
réis, ignorando se quem a tivesse rou
bado
—O sr. Luiz Filipp* da Silva, resi
dente na rua Formosa, 67, queixou se á
policia de que uns i .dividuos desce-
aetr pelo formoso parque.—(C.).
Na Figueira da Foz
Dizem da Figueira:
«Com a abertura dos casinos inaugu
23—Folhetim do Diário lllnstrado
HISTORIA
DE
>OOOOOOOO<XXX><XX>O<xk><>OO<><>c<>O<
PARTE PRIMEIRA
—Pelo que respeita á sua soltura,
continuou Lescaut, uão é coisa táo fá-
cil como julga. Passámos hontem a
noite, eu e dois amigos meus, a obser-
var o exterior do edifício e julgámos
que, dando as suas jauellas para um
pateo circundado de habitações, como
bem deve ter visto, deve haver grande
difficutdade em o tirar d aqui. Demais
a mais está no terceiro andar e nào po-
demos introduzir cá deutro nem cor-
das nem escadas.
Portanto nào vejo o mais pequeno
recurso, da parte de fora; é, a meu
vêr, dentro de S. Lazaro que esta cha-
ve que o ha-de pôr ao ar livre.
-—Nào; repliquei-lhe, eu, tenho exa-
minado tudo c muito mais depois que
estou menos rigorosamente guardado,
—Foi hontem enviado a juízo José de
Oliveira da Silva Junior, o «José das
gravatas» e Raul da Molla, ambos resi-
dentes na calçada da Picbeleira. por te-
rem entrado na residência de Miqucli-
em virtude da indulgenc ado superior.
A porta do meu quarto não se fecha
á chave e tenho a liberdade de pas-
sear no claustro dos religiosos, mas
todas as escadas estào vedadas, por
expessas e fortes p rtas, que cuidado
sãmente se conservam fechadas tanto
de dia con.o de noite, de sorte que é
impossível executar o mais leve proje-
cto tendente a escapar-me.
EspiTe-continuei eu no emtanto, ten
do reflexionado alguma coisa: poderia
o senhor trazer-me uma pistola:
—Com toda a facilidade respondeu-
me Lescaut; mas quer matar alguém?
Assegurei lhe que tinha tanto essa
idéa, que não era necessário que a
pistola estiveste carregada.
Então traga-m'a amanhã e não se
esqueça achar-se defronte da porta
principal do edifício, com dois ou tres
dos nossos amigos ás onze horas da
noite.
Lescaut, promettendo-me lá estar,
instou commigo para que lhe dissesse
quaj era o meu desígnio; mas nào obte-
ve de mim outra resposta mais do que
-uma empresa tal qual cu a meditava
só poderia parecer rasoavel, tendo sor-
tido bom resultado. Pedi-lhe que abre-
viasse a sua visi.la, afim de que no dia
seguinte achasse facilidade em me tor-
nar a vèr. : - lj
No dia immediato, foi do mesmo mo-
Feito isto, tratou-se d'outro importan-
te assumpto: a questão da herança. Or;
ganison-se então uma verdadeira expe-
dição para obrigar o tio a entregará
.sobrinha a parte que lhe pertencia da
heraoça de seus piès. Um irmão de
Jacques, seu tio Caniom e outros mais,
araiadc s até aos dentes, foram ás pro-
priedades de Julio Muzzi e apoderaram-
se de metade das cabeças de gado que
lá pastavam.
Era uma divisáo violenta, mas violen-
to fô:a também o procedimento do tio
que, na sua cubiça, nào hesilou em fa-
zer a infelicidade das sobrinhas.
Ioterveiu então a Lei. Muzzi. quando
sòube o qua havia succedído, perdeu a
sua habitua! serenidade e jurou vingar-
*e. Para esse eíTeito escolheu o proces-
so mais simples: — queixou-se aos iri-
b-jnaes. Recebida a queixa e instaura-
do o competente processo, os réus com-
pareceram ha dias perante o respectivo
juiz, sendo todos condemnados: Jacques
Guidicelli, a 8 mezes de prisão; seu ir-
mão Antonio, o tio Gacioni e Philomena
a 3 mezes de prisão correccional, com
suspensão da pena. Os restantes que
compunham o bando foram egualmente
coQiíemnados a um e dois mezes de
prisão.
E aqui fica a historia: Agora, vão as
sobrinhas requerer que lhes sejam en-
tregues os sous bens, visto serem maio-
res e írecisarem de dinheiro para go-
vernar a vida.
A Rosa, que foi mais esperta, van
0 DIA FINANCEIRO
Câmbios
Londres cbeq. 49 5j8, 491(2; 90 div. 49
7i8; Paris Cheque, 576. 578; Italia 572,577; Allemanba, cheq., 236 1(2,237 1(2; Hollan-
ds. 401, 403; Madrid, 890, 800; New-York. 995. i0O5j Cambio Rio sjLon-
dres, 16 25(32; Londres sjPortugal, 49 3|1G,
49 1|!6; Madrid siParis, 790; Madrid s|
Londres, 2719; Paris á(Londres, 2520 1(2;
Berlim si Londres, 2045; Paris s(Berlini
123,25.
Desconto do Banco de Inglaterra, 3
0|0.
Desconto mercado livre, 2 1|4.
Desconto do Banco de Portugal, 6 0(0.
Libras, 4£850, 4J90O; Agio do ouro, 7
0(0, 9 0,0.
Isa de Londres
2 1(2 Gonsol. Inglez, 81.62; 3 0|0 Por- tuguez. 66,87; 4 OjO Ext. llespanhol. 92,
62; 5 0(0 Brazil 1907, 100; Rio Tinto, 65 3(4
Bolsa de Paris
3 0(0 Renda Franceza. 97,15; Portuguez.
00,00; 4 0|0 Ext. Hfspanhol, 94,25; Moçam-
bique, 28; Zambezia, 21.
Bolsa de Lisboa
Divida int. 3 0|0, assent, de' 1:000£000.
39 80.
Idem idem, coup., de 1:000£000. 39 45
Idem, idem, idom de 100£000, 39 90.
Obrigações: <
3 0|0, 1905 9£150.
4 0(0, 1888, 21 £700.
4 0|0 1890. assent. 51 £500.
4 0(0. 1890, Côup 51 £500.
4 OiO. 1888 89, assent . 59£50O.
4 0,0. 1888(89. coup., 59£0A>.
4 1(2, 1905. Gar., Caminhos de Ferro do
Estado. 81*50J.
5 GiO, 1909, Gar.. Caminhos de Ferro do
Estado, 82£C00, .<2£000.
3 0|0, externas, !.* sorie. réis G5£300.
Idem, idem. 2.* série 65£000.
Idem, idem, 3.* serie 69£200.
Acções:
Banco de Portugal, 178£500.
Banco Commercial de Lisboa. 140£000.
Banco Lisboa & Açores. 109£000 réis.
Banco Ultramarino, 95£500, 95£500.
Banco Economia Portugu za 17 / 500,
Companhia das Aguas, 95£500 90£500
Companhia do Assucar de Moçambique,
27£500.
Companhia do Cazengo, 1£G00, i£7C0.
Companhia do Luabo, 450, 500.
Companhia Nacional dos Caminhos de
Ferro, 5£ >50
Compauhia Nacional de Moagem, 84£000.
Companhia de Panificação, réis 19£O0O.
Companhia dos Phosphoros assent.
CG£C00.
Companhia dos Phosphoros, coup., réis
GG£5l0.
Compan. Norte e Leste, 70£000.
Companhia do Gaz. asst., réis 61 £000.
Companhia Nacional de Moagem réh
94£000.
Companhia de Panificação, 46/500.
47 £000.
Classes Inactivas, 92£500.
Companhia de Lanifícios de Arrentdla,
60£0G0.
Companhia União Vinicultorcs Portugue-
zes, 4£500.
Praso, fim de agosto:
Acções:
Companhia da Zambezia. 4£100.
Companhia Norte e Leste, 2.® grau. réis
53£0O0, 53£100.
Beira Alia, 2.® grau, 17£50O, 17£4Q0.
Praso, fim de setembro:
Acções:
Companhia do Assucar de Moçambique,
27*500.
Compan. de Moçambique. 5£35).
Companhia de Pauificação, réis 19£200,
19£150.
Companhia do Gaz, coup.. 62£5CO.
Beira Alta, 2.® grau, 17£G00, J17£550,
|7£500.
NECROLOGIA
Kusearte de Mendonca •
O nos<o querido amigo e estimável!
collega Zuzarte de Mendonça acaba de |
soffrer um dolorosíssimo golpe.
Sua extremosa esposa, um modelo de ]
virtude, d'abnegayão e de carinho, fal-
ieceu hontem, confoitida com os sacra-
mentos da egreja, apó3 uma tão longa
quanto dolorosa doença, como se se
quizesse pôr á prova aquella alma de
eleição.
Ainda ha dias, amigos dedicados de
Zuzarte de Mendonça, que os tem devi-
do ás suas altas e nobilíssimas qualida-
des, mandaram celebrar uma missa pe-
las melhoras da infeliz senhora.
Mas todos os recursos eram inúteis •
porque o mal, infelizmente, era d'aquel-1
les que não perdoam.
O funeral da desditosa realisa se hoje,
pelas 4 da tarde, sahindo o préstito do
largo do Espirito Santo, 21, em Bemtica,
para o Alto de S. João.
Ao nosso presado collega, em quem
sempre encontrámos uma extrema leal-
dade constiluindo um caracter no meio
jornalístico, abraçamo-lo na sua enorme
dôr e com um carinho todo fraterna!.
!>• Maria tias Dorcw Teixeira
da Gama Lobo da Coala
4*iodol|>liiiu.
Foi muito concorrido o funeral da sr.»
D. Maria das Dores Teixeira da Gama
Lobo Costa Godolphim, estremecida e
saudosa esposa do sr. José Cypriano da
Costa Godolphim, distincto publicista
Ao desolado viuvo bem como a toda a
família enlutada enviamos os nossos
sentidos pesemes.
—COVILHÃ, 4, t.
Fallecf u hoje o sr. José Claudino Gui-
marães, socio da firma Guimarães A Fi-
lho, industrial muito conhecido. Era ir-
mão do sr. Francisco Guimarães, do
Porto, e cunhado do sr. dr. João Neves,
presidente da Camara—(C)
Grande Casino
Lusitano
(Palacio Castello Melhor)
DAFUNDO
To «Ion on <llaa tia* 3 horas
tin (arde á mela nolle
Concerto pelo sextetto
CompoMlo por diminctON pro-
feiíorès
ã'n quinta*, domingo* e
tfiON NAntlflcadON bailCN* 6» O
lioraN da nolle*
MagniOco buflete
Aniinatographo
Uma obra de cai idade
Só recommendamos á benevolência
dos nossos leitores pessoas que verda-
deiramente necessitara do seu auxilio;
o'este caso está um antigo professor que
lucta hoje com a miséria, tendo a ag-
gravar a sua situação «que é dolorosís-
sima», o estado melindroso da saúde de
sua mulher. Ao coração doa que se
comprazem em enxugar lagrimas de
angustia entregamos a protecção d estes
desvalidos da fortuna, podendo affirmar
que é horrível o seu [sofTrimento. N'esta
redacção se recebe qualquer donativo
para este infeliz, que para maior des-
ventura não encontra eollocação, apesar
de sobejamente habilitado.
Perfumaria Rosa d-Ouro
R do Ouro, 281 Lisboa Telephone 2638
I hirtei: »/•:: eo V.i: Iki. criiti '
Sempre as ultimas novidades .
Professora
Inscripta no Conservatório, e diploma
d», leccioua musica, piano e bordados
Avenida D. Amelia. 39. rjc.
Ospcllos do rosto
E os que nascem nos ouvidos, desappa-
recem em poucos minutos e as raizes aos
cabellos deixam de existir para sempre
se se usar o Leite Verde. Não deixa o
mais leve vestígio na pelle. K' inoffensivo.
Preço, l£200 réis; pelo correio, 1£250.
Pharmacia Almeida, 134. rua da Magdale-
na, 136. Lisboa, para onde se devem di-
rigir todos os pedidos. Encontra-se á ven-
da no Porto, pharmac/a Moreno, e em
Coimbra, na drogarif Vil laça.
Professora franceza
Teiitlo leccionado nas prln-
clpaee canan de Liuboa, ex-
ce lenle methodo, leni algu-
ma* hora* dlNponiiel*. 12n*
Nina lambem plano e borda-
do*. ttua de N. «lodo da Mai-
la. 115. rez-do>fbâo.
Bordados
Borda ic a branco e a ouro
com a maxima perfeição.
Itua de H. João da Malla.
115. iez-do-rh;io.
do introduzido com tão pouca dillicul-
dade como no antecedente: o seu as-
pecto era grave; nioguem deixaria de
o tomar por um homem de honra e res-
peitável.
.: Àchando-me pois munido do instru-
mento da minha liberdade, não duvi-
dei do bom resultado da idéa que, com
franqueza, era biztrra e atrevida; mas
de que não seria eu câuàfc com a força
que me ímpellia? Tinha observado ha-
via já alguns dias, isto desde que me
era permiltido sahir do meu quarto e
passear nos claustros, que o porteiro
trazia, á noite, as chaves de todas as
portas ao superior e que momentos de-
pois o mais profundo silencio reinava
em todo o edilicio, sigual evidente de
que todos estavam deitados. Ora eu
podia passar sem o menor obstáculo,
do meu quarto para o do superior, por
umat galeria de communicação. A mi-
nha resolução era pois tirar-lhe as cha-
ves, assustando-o com a pistola, sepo-
zesse diíliculdade em m'as entregar e
servir-me il'ellas para me franquear a
sabida para a rua.
Esperei impacientemente as horas.
O porteiro veiu como de costume, á
mesma hora, isto ê alguns minutos de-
pois das nove. Deixei ainda passar
uma, para me assegurar de que todos
religiosos estavam deitad os 106 c os
c rcàdos adormecidos. Bati á porta do
padre mui devagar para o accordar sem
ruido. Ouviu-me á segunda pancada e
julgando que era algum religioso que
se achava mal e tinha lecesridade de
soccorro, levantou-se para me abrir a
porta. No emtanto antes de a abrir te-
ve a precaução de perguntar pelo bu-
raco da fechadura quem era e que lhe
queria. * 1' I*1
Vi me na necessidade de me nomear,
mas aflectei um tom lastimoso; como
para lhe fazer comprehender que não
estava bom.
—Àh sois vós, meu caro filho, ex-
clamou elle, ao abrir-me a porta. O
que o traz aqui tão tarde?
Entrei no quarto e levando o para o
lado opposto á porta, declarei-lhe que
me era impossível ficar por mais tem-
po cm S. Lazaro: que a noite era oc-
casião propicia para sahir sem ser vis-
to e que portanto esperava da suaami-
sade que consentiria cm me abrir as
portas, ou confiar-me as chaves, para
eu mesmo as abrir.
Um tal cumprimento devia sur-
prehendel-o. Ficou por algum tempo
attonito olhando para mim sem me res-
ponder: mas como eu nào tinha um
momento a perder tomei de novo a
palavra dizendo-!he, que estava sum-
mamente penhorado da sua bondade,
mas que sendo a liberdade o mais pre-
cioso Je todos os bens, sobre tudo pa_
TOUROS
rcNla de Manuel do* hfaiito*
Muitos dos amigos mais Íntimos do
bandarilheiro Manuel dos Santos, que
constituem a grande commissáo do
Club Taurino que tem o seu nome, pa-
ra lhe efieretier valiosos brindes no
dia da sua festa, que é no proximo do-
mingo, foram hontem ao Cartaxo assis-
tir ao enjaulamenlo das rezes do sr.
Duarte de Oliveira, destinados ã grande
corrida do domingo.
Os touros poderão sc r vistos por quem
quiz^r, na praça do Campo Pequeno,
áinanhá sabbado, das 4 ás 6 da tarde.
brindes serão expostos em ura es-
tabelecimento da Baixa.
DR. CORRÊA DIAS
Doenças de creaneas-Clinica geral
Consultas ás 4 horas
B. da Emenda (a Praça Luis
de Camõei). lio/l."
TELEPHONE n.° «iO-fl9
Condecorações
Frederico Gaspar da Costa
FABRICANTE
Fornecedor dos Ministério*.
Nocftedade de Cieograp ila,
InNiltuto de Coimbra» Heal
Academia da* Mclenclas»
Lftga Naval, Heal In*tltuto
de LlNboa. Cooperativa 'Af-
iliar. Sociedade Nacional
«le Horticultura. Sociedade
Lideraria Almeida Lar-
rett. etc.
Com ofOcion na rua de
M. «lullão, «IO, a.% onde
(em um eomplcto sorti-
mento no sen genero, e
J»ara onde deve ser dirigi-
la toda a correspondên-
cia. Telephone 1;1B6.
Nuccursal no Corto, R.
das Flores, 2«4 a «o»,
casa de Albino Coutinho.
\ 4 "■ TK" 4% das senhoras consiste em possuírem um rosto xj. infinitamente lindo. E' por isso que até as me-
nos pretenciosas usam o CREME D ARR0Z para conservação da foi-
mosurae do assetinado da pelle. Dá ao rosto hygiéne, frescura1 bs!- leza, mocidade e elegância. Deixa na cutis um perfume delicados
suave e tentador. Destroe os deíTcitos da pelle e tira-lhe as inflama-
ções, as borbulhas, as sardas e o péssimo effeito dos signaes das
bexigas. Compõe com a maxima perfeição a formosura das DAMA» sem deixnr vestígios vrtificiaes e é usado e recommeudado pelo que
ha de mais distincto na sociedade elegaute e até as próprias senho-
ras fraucezas o usam pelos seus finíssimos resultados e como per-
fume incomparável. Deposito geral, perfumaria Almeida, i:«4, rua
da foagdalena 136. Preço 800 réis e 500 réis. Remette pelo correio
por 850 6^0 réis. Ha também CREME D'ARROZ MORANGO, que restitue á pelle uma
côr de rosa finissii.a e natural. CREME MORANGO pelo correio, frasco grande l£O60
réis o frasco pequeno, 760 réis. Estes cremes também se vendem no Porto, Pharma-
cia Mereno em Coimbra, drogaria Villaça, .
ra mim, a quem tão injustamente a que avançavamos e que abria a porta,
roubavam, estava resolvido a procu- repetia-me suspirando:-Ah! meu filho!
£.
IITCIRIM âLtfflpA
n. iíc li»
LISBOA
ral-a esta noite mesmo, fosse qual fos-
se o preço por que a devesse obter; e
receiando que elle tivesse o capri-
cho de gritar para pedir soccorro, mos-
trei-lhe o respeitável motivo que o de-
via convencer de que o silencio era o
melhor.
—Uma pistola! exclamou elle. Pois
uc! meu filho, quereis tirar-mc a vi-
a em signal de reconhecimento pela 3
quem o teria julgado?
—Nada de barulho meu padre, re-
pelia eu, pelo meu lado, a todo o mo-
mento.
Emfim chegámos a uma especie de
barreira que está defronte da rua. Jul-
gava-me já livre e estava por detraz
do superior com a lanterna n'uraa mão
e a pistola na outra.
Emquanto elle iratava de me abrir
consideração em que sempre vos tive? a porta, ura creado que dormia n'um
-Deus me livre de tal, respondi- quarto visinho e a quem talvez o baru-
lhe. Tem meu padre, demasiado bom lho das fechaduras havia despertado,
senso, para me nào forçar a tal extre-
midade: mas quero estar livre e estou
tão resolvido a fical-o hoje, que se o
meu projecto falha por sua culpa, pode
despedir-se do mundo.
—Mas meu caro filho, interrompeq-
me o superior, pallido e assustado, que
vos fiz eu? que razão tendes para me
querer a morte?
— Não, repliquei eu cheio de impa-
ciência, não tenho tenção de o matar e
se quer viver abra-me a porta e sere-
mos os melhores amigos do mundo.
Tendo descoberto as chaves que es-
tavam em cima da mesa, agarrei-as,
pedindo-lhe me seguisse, fazendo o
menor ruido possível.
Que remedio teve elle, senão resolr
ver-se a acompanhar-me. A' medida
levantou-se e veiu passar a cabeça
pela porta do quarto, para vèr o que
era. O bom do padre julgou que este
homem seria capaz de me prender.
Ordenou-lhc assas imprudentemente
que viesse em seu soccorro.
Era um mocetão valente, que se lan-
çou a mim sem hesitar. Nào hesitei um
instante; disparei a pistola; a bala en-
irou-lhe no peito.
—Eis, meu padrp, de que sois cau-
sa, disse eu altivamente ao meu guia.
Mas que isto vos nào impeça de abrir,
ajuntei, impellindo-o para a ultima
porta. Não recusou abril-a.
Continua,
DIÁRIO ILLVISTRABO 3
M ESTSANfi&IBS
RELÍQUIAS
No mu8:*u da Opéra, de Paris, conser-
vam-se uns curiosíssimos cartazes do sé-
culo XVII. Demonstram que os mal fei-
tos annuncios das emprezas thealraes
não são d'bontem.
«Hoje, 1G de dezembro, se annuncia
um d'elles, o «Feint-Alcibiade», do sr.
Quinau!!. Nada mais accrescentarernos,
visto que conhecem a obra. Sexta feira
Íiroxima, sem nenhuma delonga, a «To
edane», eraquanto se ensaia o «Grand
Cyrus» E' probibida a entrada aos sol-
dados. Como as peças alegres agradam
sempre, parece-uos que se devertirão
proraettendo-lhes para ámanbã. terça-
feira, a interessante comedia «Jodelel
Maistre», do sr. Scarron, com uma dan-
3a que não pôde deixar dl lhes agradar
muito...»
Junto d'esle specimen, n'uma «vitri-
ne#,es!á urna tita multicôr, de 25 centí-
metros de comprido e larga como a pai
ma da mão, que Meyerbeer trazia na
banda do casaco Lé-se por baixo:
«O illustre maestro Meyerbeer, con-
decorado por todas as nações da Europa
e querendo lambem honrar todas, man-
dou fazer em Lyoa esta fita d uma seda
especial, alim "de usar as innumeras
cruzes que Ibe tinham sido conferidas»
Hão-de convir que aquelie que escre-
veu esta3 linhas era um malicioso.
em mm
A CORISTA OLYMP1A
Noticias vindas da Bahia dizem que
falleceu alh esia corista da companhia
Galhardo, considerada como uma das
melhores no seu genero.
Estivera no O. Amelia quando alii se
representou a «Vénus», e possuía ma-
gníficos brilhantes.
Parece que a victimou o «beri-beri»
ou a variola que está grassando n'aquel-
le estado, o que obrigará a companhia
a regressar mais cedo á capital.
EPHEMERIDES
1820— Nasce em Bemiica a grande
actriz Emilia das Neves.
1837=Nascimento, em Alcácer do Sal,
do honrado emprezario do lheatro lyri-
co, Antonio de Campos Valdez.
1855 — Nasce na Madeira o escriptor
theatral Freitas Branco.
1908 — Morre no Bio de Janeiro a ac-
triz Rosa Villiot, que representou na
Trindade em algumas operettas, escrip-
lurada por Sousa Bastos.
TRINDADE
Reabre no dia 12 do corrente eâte
lheatro com a peça «0 conselho de guer-
ra», baseada sobre a questão Dreyfus,
representada pela companhia do actor
Alves da Silva, sendo muito numeroso
o scenario e o guarda-rcupa.
A companhia compõe-se de bons ele-
mentos, entre os quaes se contam as
actrizes Adelina Nobre, Cecilia Neves, o
actor Araujo Pereira e outros.
RUA DOS CONDES
A peça da moda é incontestavelmen-
te a phanta8ia «O diabo que o carre-
gue», porque tem pilhas de graça, con-
servando o publico em permaneute gar-
galhada sem ser preciso usar da piada
com pornographia, podendo por isso «O
Diabo que o carregue» ser visto por
creanças, mu.hires e todas as classes
sociaes. *
ROCIO PALACE
O salão oinematographico do Rocio
Palace, fechou hontem com chave de
ouro as lindíssimas «soirées» da moda
da presente estação. Em attençáo ao
bello programma que constituiu o es-
pectáculo da noite, a nossa «élite» en-
cheu á cunha a elegante sala,
As lilás escolhidas foram de molde a
causa" uma impressão agradabilíssima
em todos os espectadores.
Para hoje o programma 6 variadíssi-
mo e escolhido. Prosegue a lindíssi-
ma exposição do museu ceroplastico que
estará aberto das 8 ás 11 da noite.
MUSC-HALL VV
Hoje temos n'este' hélio lheatro da
Praça dos Restauradores a celebre re-
vista «Ferros Curtos», que agora aug-
mentada com o quadro novo «Em casa
da tia» tem alcansado um êxito extra-
ordinário.
As enchentes no Music Hall repetem-
se todas as noites e hoje por certo o
mesmo acontecerá No sabbado.tem Io
gar uma festa exlraordinaria, dedicada
ao commercio.
«CHANTECLER CHALET»
Agradou immeuso bontem o espectá-
culo que a empreza dedicou á socieda-
de elegante.
Todas as sessõe& provocaram o maior
interesse, quer pela reproducçáo dos
assumptos comicos e dramáticos verda-
deiramente sensacionaes.
CHALET-AVENIDA
Lá temos hoje n'este bello theatro da
Feira de Agosto, inegavelmente o pro-
ferido pelo nosso publico, mais dois
bellos e surprehendentes espectáculos
com a celebre revista «Salada de Alfa-
ce».:
O Chalet-Avenida tem todas as t oites
extraordinárias enchentes.
Hoje por certo o mesmo succederá, o
que nào é para admirar pois que a «Sa-
lada de Alface» é inegavelmente o
«ciou» dos espectáculos da feira.
nas províncias
Recordam-8e os leitores que no Gym-
nasio uma das comedias que maior suc-
cesso obteve foi «Vinte dias á sombra».
E é assim que o «Correio de Moura»,
referindo-se á «tournée» Maria Falcão,
que tão grande successo tem obtido nas
províncias, escreve o seguinte:
«Subiu á scena a engraçadissima co-
media de Hennequim e Veber, traduc-
ção do sr. Portugal da Silva, «Vinte dias
á sombra».
A imprensa de Lisboa fez na epocha
passada a critica da peça, quando da
sua «prem èce» no theatro do sr. Valle.
Toda a geute que lé jornaes recorda o
pleno successo com que a imprensa a
recebeu.
E' uma comedia boa, aqui e em toda
a parle. Sem armar ao escândalo, sem
situações equivocas, muito decentesi-
nha, tem graça, tem alegria, tem espiri-
to. Espirito ! Santo Deus 1 Não sei se
véera bem ? E' Ião dillicil ter espirito
sem matter pornograpbia, que, quando
se apanha a geito uma peça espirituo-
sa, a gente chega a pensar se aquillo é
um phenomeno.
O desempenho não ha duvida que foi
bom. Maria Falcão, sóbria e correcta,
rouito bem; Palco Moniz de uma leveza
e de um detalhe impeccaveis. E' um ac-'
tor. |
Henrique d'Albuqucrque, muito á
vontade, n'um papel que, por diflicil, i
requer estudo e ainda mais: o estofo de
utn artista já muito experimentado. O
moço actor é novo em annos e no lhea-
tro. Mais valor tem o seu trabalho, por-
que representa a persistência d'um es-
forço em que nào ha hesitações nem
mornas tibiezas
Os restantes artistas muito bera, sa-
lientando-se gracilissimamente Adélia
Pereira, que muito nos agradou pela
alegria de que impregnou o ambiente,
pelo subtil relevo que imprimiu ás atti-
tudes e ainda e sobre tudo pela frescura
da voz,uma voz que canla,que chilreia,
que ... que... mais Dada »
obras publicas, uma representação pedin
' geral do Estado seja
3
do que no orçamento 1
incluída a verba necessária, aílm de os
equiparar aos demais seus collegas, que
vencem 15*000 réis mensaes, emquadto
ue elles vencem 10*000 réis, sujeitos a escontos.
O sr. Raul de Mendonça iicou de patro-
cinar o pedido junto do sr. conselheiro
Pereira dos Santos.
iiiNtriicçuo pubiicn-Despachos: Crean-
do escolas masculinas em S. Miguel do
Monte, concelho de Guimarães, e em La-
mas, Feira; e femeninas em Lage, Vianna
do Castello, e em Seixo de Anciães, Car-
razeda de Anciães.
Hoje novo e variado programma.
FR as d'arte, dramaticas, históricas, cómicas, estheticas,
panorâmicas, phaotasticas e a cores.
3 sessões permanentes 3
\'s 8 da noite
0 museu ceraplastico fecha ás 11 horas
0 crime myslerioso
ile Londres
\
FARINHA
LACTEA NESTLE
C? 9 I:bk
.Nulao «la Trindade—Sessões de ani-
matographo das 7 l|2 ás 11 1|2.
A'S 8 1)2—Rua «Iom Conde»
0 diabo que o carregue.
A'S 8 1|2 — CoIlNeo do» Recreio»
Companhia de variedades.
Mimic- all—Das 8 ás 12.
Ferros curtos.
Variedades.
8 1|2—■•araluo «le LI»I»oa
Water-chute, auimatographo, patinagem,
glissagem e tiro ao alvo.
Rocio Palace.
Todas as noites — 3 sessões permanen-
tes.
llMleplianâa Terra»»c— Arco do CegO
em frente dos eléctricos). Estreias quoti-
dianas.A's 8 1|2.
Casinos e animatographos:
Nuiuo Avenida, avenida da Liberdade
AiiluialoKraplio do Rocio. ArCO do Ban
deira. Chia«io-Tcrra»»e, rua Antonio Ma-
ria Cardoso. Malfto IM»niitu«lleo, rua
do Jardim do Regedor. Cirande saldo Foz, calçada da Gloria, halão ideai, rua
do Loreto, 15 e 17.
Feira d'Agoito
Chalet Avenida—A'S 8 1|2 e 10 1|2.
Salada de A face.
Chantecier-Ciiaict — Sessões animato-
graphicas todas as noites.
m f ^ Joaquim de Sousa, idem n'este coucelho, I M-f fy f* ** f\ 'promovido á 3.» c'.asse e collocado em
lOulidLUnS ; Lagôa, ilha de S. Miguel; Francisco d'AI- IIIIUI llluyuuv meida Sousa, iderr. n'este concelho, trans-
, ferido para o de Santa Cruz: Antonio José
■ ■ i • Nunes Sobreiro, idem neste concelho,
flnC míniCTOPine idem para o de Niza; Manuel Dias Leal,
UU 'J 11111 n 5 IGI I U O idem n'este concelho, idem para o das ! Lages do Pico; Luiz Guilherme Soares j
Reino—Foram auctorisadas as seguin-\ largas, nomeando 2 0 aspirante e colloca
tes substituições nos jurys de exames da dona repartição de fazenda -_e boure. 5.â classe do lyceu Camões: do professor I t-neyra—Nao é exacto que se pense em
Vieira Guimarães, pelo profrssor Accacio adnutlir alumnos na Kscola do Exercito,
Guimarães; da 3.» ciasse, do lyceu de Vi- além do numero prcscnpto pela lei. 0
zeu, do professor Francis-o Eduardo Pei- praso para se requerer a admissão termi-
xoto, pelo professor João Couceiro; da na 00 dia .0 do corrente,
mesma classe do lyceu de Draga, do pro- j Marinha—A Junta de Saúde do Ultra-
fessor Mathlas Moura, pelo professor Ve- mar. hontem reunida, arbitrou as seguin-
rissimo Guimarães. j tes licenças:
—0 sr. dr. Cosme do Carmo Cardoso, j 120 dias a Constantino dos Santos e Jo-
chefe de clin ca medica da Escola Medica sé de Moraes Leite; 90 aos presbyteros
do Porto, foi incumbido de, em missão João Bernardino de Sousa e João Maria
gratuita, estudar no estrangeiro as Gonçalves e Mauuel Dias Moreira; 60 ao
doenças de coração e do spparelno res- nr. Domingos de Sousa Ribeiro e Eugénio
piratorio. Jo?é Simões. juMiiru—Despachos: Exoueranio João Ju'gou aptos: Capitão Julio José Lage;
Antonio Cerqueira, de sub delegado do 2.° tenente Augusto dé Almeida Teixeira,
procurador régio de Almada; Francisco Carlos Maximiliano de Oliveira. Julio Gas-
P. nalva Figueiredo Rocha, idem de Ana par e Henrique dos Sautos; e por incapaz
dia; Manuel Mattos da Silveira, de juiz de Antonio Emygdio de Medina,
pai de Calheta, comarca de S. Jorge; no-j obra» publica»—A Associação Com-
meando Rodolpho Arthur Abreu, ajudante mercial de Guimarães convidou o sr. mi
do conservador de Taboa. jnistro das obras publicas a ir inaugurar Fazenda—\ folha cTíicial publica hoje no proximo sabbado a exposição agrícola
um decreto apjirovando a classificação que se realisa n'aquella cidade. 0 sr. cón-
dos concelhos districtaes da Horta, qu* 11 se heiro Pereira dos Santos, nào podendo
cam sendo os seguintes: 1.* ordem. Harta; sahir agora de Lisboa, faz-se representar
3 1 classes. Pico; 4 \ Lages das Flores, pilo sr. Ramiro Larcher Marçal, inspector Magdalena. Santa Cruz e S. Roqu3. | de agricultura.
—Despachos: j —Voltaram hontem a Lisboa os proprie-
Considerando sem efleito a collocação lar os dos vinhos da Figueira da Foz e Al-
uo concelho das Lages do Pico, do escri- j cobaça apprehendidos na região durien-
vâo de fazenda João Pinheiro Mourisca e se, alim de novamente instarem junto do
collocado em Santa Cruz; José Tristão da governo para que o assumpto seja resol-
Cunha, escrivão de faz nda n'este conce- vido com a brevidade que de ha muito
ho, transferido para o de Nordeste; José reclamam, pois se consideram lesados nos
seus legítimos direitos e interesses. A As-
sociação Commercial da Figueira da Foz
vae representar ao goveruo no mesmo
mesmo sentido, e a Cooperativa dos Viti-
cultores do Portugal também se vae diri-
gir outra ves ao governo recommeudando
aquellas reclamações.
—Consta que vae ser incluída no nume-
ro das estradas municipaes de Lisboa a
estrada de ligação da ponte das Lombas,
a Alcochete e ao Samouco.
—I struido Cnm o parecer do conselho
superior de obras publicas foi remettido
ao ministério do reino o processo de ex-
propriação requerida pela Camara Muni-
cipal de Lisboa, para rectilicação e ali-
nhamento da Avenida D. Amelia, respei-
tante ao prédio da rua dos Anjos, 50 e 54.
—Foram maudadas estudar as estradas
de Monsanto para Venda do Grave, distri-
cto de Santarém e de Semide para a esta-
ção do caminho de ferro»de Ceira, passan-
doqior Senhor da Serra, Coimbra.
—A Camara Municipal de Lisboa repre-
sentou ao governo pedindo que lhe se-
jam entregues os monumentos existentes
na cidade, alim de tratar da sua conser-
vação e limpeza.
—Os srs. Luiz Diogo da Silva e Teixeira
da Silva solicitaram hontem do sr. minis-
tro das obras publicas que se mande pro-
ceder á conclusão da construcção da es-
trada de Caneças a Queluz-Beílas.
0 pedido vae ser attendido.
—biversos proprietários da freguezia
dos Cortes, concelho de Leiria, vão repre-
sentar ao governo pedindo que se mande
proceder á construcção de uma serventia
da estrada de Castanheira de Pera pilo
Reguengo a Leiria e á Marinha Grande até
ao Rio Liz.
—Uma commissão de serventes das di-
recções externas do ministério das obras
publicas, nomeados posteriormente a 1901,
entregou hontem ao sr. Raul de Mendon-
ça. chefe do gabinete do sr ministro das
Prisão dos fugitivos
Crippen e Miss Le Neve foram presos
a bordo do «Montrose» pela policia ca-
nadiana, que os tem guardados á vis-
ta.
A sua identidade foi reconhecida sem
difiieuldade pelo inspector Dew.
Assim termina pois, por uma victoria
da policia de Londres, esta derrota
pbantastica de 4:800 kilometros através
do Atlântico.
Não ha iá duvida alguma que o falso
rev. Robinson e «Master» John, embar-
cados no «Montrose» em Anvers, ha
doze dias, são os crimino:os persegui-
dos.
A policia tomou todas as precauções
a lim d'impedir que Crippen lizesae uso
do revolver contra si ou coulra os agen-
tes que o iam prender. Effectuada a pri-
são, os fugitivos foram vigiados por
quatro agentes da policia canadiana e
por tres homens da equipagem do «Mon-
trose», designados pelo capitão Ken-
dall.
O inspector Dew tinha communicado
pelo telegrapho sem lio com ocomman-
dante do navio, para que manobrasse
de certa fórma, ao chegar a Fathes-
Poinl. As ordens do inspector foram ri-
gorosamente cumpridas, facilitando as-
sim a acção da policia.
Gomo fôra promettido a Dew, os cor-
respondentes dos jornaes conservaram-
se escondidos a bordo do rebocador
«Eureka», ao abordar ao «Montrose».
Tinha por fim esta medida não desper-
tar suspeitas nos fugitivos, cuja nervo-
sidade se accentuava ao passo que o
«Montrose» se approximava de Father-
Point.
Crippen fôra informado pelo capitão
Kendall, amigavelmente, n'uma conver-
sa, que viriam a bordo um piloto e al-
guns funccionarios aduaneiros. A' che-
gada do barco, Crippen nào ficaria,
pois, muito surprehendido.
Um intensíssimo nevoeiro envolvia
Father-Point e o golpbo. Pelas 7 horas
da manhã levantou um pouco; no em-
lanlo, ainda era muito denso quando se
apercebeu o «Montrose».
Essa espessa bruma foi uma grande
vantagem para os funccionarios aa po-
licia que tinham uma diflicil missão a
cumprir; assim os fugitivos julgavam-se
mais seguros e encobertos.
Pelas 8 horas ouviu-se a sereia do va-
por que subia o rio, respondendo á
trompa de alarme da Father-Point.
Uma immeu8a multidão, que passára
a noite em claro á espera do navio, agí-
tava-se pelo caes.
O inspector, pouco depois seguia n um
rebocador, acompanhado dos agentes
da policia e dos jornalistas. Vestindo de
piloto o seu aspecto era perfeitamente o
de ura velho lobo do mar. Os agentes
de policia apresentaram se caracterisa-
dos de funccionarios aduaneiros. O ver-
daleiro piloto ia no interior do barco
escondido juolamenlo com os jornalis-
mo Na ponte do rebocador só se viam
o «piloto» Dew e os quatro «emprega-
do* aduaneiros» muito embuçados nos
capotes, por causa do nevoeiro.
Quando o rebocador se approximou
do «Momrose» poude oDservar-se que o
qu j uiais tarde seria reconhecido como
Crippen se afastava dos outros passa-
geiros e passeava de um lado para ou-
tro Parecia muito inquieto. O reboca-
dor virou para encontrar o vapor, mas
Crippen não se juntou 303 outros pas-
sageiros para assistir á chegada a bor-
do; conservando se do outro lado.
£È'am quasi 9 luras quaudo o inspe-
ctor D» w e os agentes da policia subi-
ram a escada exterior do /«Montrose».
Então, D.w. acompanhado de Mac Car-
ty e dos outros agentes canadianos, di-
rigiu se para o lado do navio onde es-
tava Crippen, e aoencontrar-se com elle
face a face, disse-lhe com a maior cal-
ma:
-Desejo falar-lbe um momento, sr.
Crippée.
O assassino ficou terrível mente sur-
Alimento completo
para crianças e pessoas edosas.
prehendído. Conduzido immediatamen-
te ao camarote do capitão do navio, o
criminoso, Dew, voltando-se para o che-
fe da policia canadiana disse-lhe:
—Sr. Mac Carihy, é este o nosso ho-
mem.
O policia canadiano dirigiu se enião
a Crippen:
—O senhor é Hawley Crippen, accu-
sado d'assassinar sua mulher e ter-lhe
mutilado o cadaver. Tenho um manda-
do de prisão contra si.
Crippen foi levado immediatamente
pelos agentes da policia quasi desfalle-
cido aDte a terrível accusação. «Mias»
Le Neve foi egualmente presa, a seguir.
O inspector inglez Dew, telegraphou
logo para Scotland Yard.
Todos os jornalistas seguiram a bordo
do «Montrose» para Quifec, oudese rea-
lisará a scena hnal quando os dois fu-
gitivos comparecerem ante os magistra-
dos d'esta cidade.
Mac Carthy declarou que Crippen lhe
dissera:
— Sinto-me exlnusto. Estes quinze
dias pesaram formidavelmente sobre
mim.
Corria que Crippen fizera algumas
confissões; o inspector, porém, garante
que o preso até agora, se recusou a pres-
tar quaejquer esclarecimentos.
SPORTS
EM PORTUGAL
Fool ball.—Um livro da especia-
lidade.—Damos hoje á publicidade o
prefacio com que Gastoa Raynoud, se-
cretario geral do Racing CJub de França
honrou o livro de J. Mauclion, ha tempo
publicado em França e que brevemente
apparecerã entre nós, traduzido pelo
nosso collega Portugal da Silva e edi-
tado pela casa Guimarães «V C ", da R.
Larga de S. Roque, G8 e 70.
Prefacio
Tem se escripto muito a favor e con-
tra o jogo de «foot-bali». Violento em
si, transmitte enthusiasmos phreneticos
ou odios excessivos. Querem-lhe e amal-
diçoam-o apaixonadamente.
Ha vinte annos que se joga em Fran-
ça- Sob os seus dois similes: «Rugby» ou
Associação, couta milhares d'adeptos
Na escola e no quartel ha exercícios
diários. Desafios internacionaes attrahem
o publico sempre em progressão ascen-
deute. Um final de campeonato altera
um horário de caminhos de lerro. Com-
tudo estamos ainda n'um gráo muito
inferior aos inglezes, que nos batem, é
justo confes8al o, em cada desalio. Será
porque dó3, os francezes, aiuda não sa-
bemos jogar? Ou o jogo necessita ser
defendido contra os adversários d'outr'-
ora, da igaorancia, da imbecilidade, da
fraqueza? Nào ha duvida que precisa
ser explicado, animado, propagado en-
tre a mocidade que facilmente se seduz
pelos divertimentos descansados e as
alegrias passivas.
Este livro foi feito com esse intuito
por um dos promotores da renascença
afhletica era Frarçi. 0 sr. Joseph Man-
chou, jã em 1889, pertencia ao grupo
dos fundadores da Sociedade d'Exerci-
cios Physicos do Lyceu Gondorcet. Ca-
pitão no «Internos» e no «Cosmopoli-
tan» «clubs» que tiveram a eua aura,
em 1900 membro do jury para a secção
dos «<porls» na Exposição Universal, ia
em 1902 ao Collegió da Normandia, que
se estabelecera proximo a Rouen, orga-
oisar um ensino sportivo que recordasse
o de «Rugby» ou d'Harrow. Poucos ho-
mens em França teem um conheci-
mento tão completo, tão vasto, tão pra-
tico dos jogos e «sports» ao ar livre.
Esta obra revela a sua longa experiên-
cia como discípulo e como mestre, e o
sc-u interesse por todos que querem
aprender o que é o «foot-ball» ou se
interessam por elle.
Nào é apenas um manual tecbnico,
onde o joeo dissociação obtém a parte
do leão. E' também uma apologia na-
cional diste «sport» viril e fortilicante;
O auctor pertence ao grupo dos que
pensam que o esforço physico deve ser
para nós um meio, não um Um, e que
os jogos organisaàos são para a moci-
dade sedentária o melhor ensejo a de-
senvolver a sua energia pbysica.
Quem é que n'este terreno não o
acompanhará?
E' crivei que a gente que passa na
sombra (a dos escriptorios, bibliotbecas
e claustros não fazem mais do que um),
deduzirá que o «football» é um jogo de
selvagens; ficamos satisfeitos de os ver
manifestar com tanta ingenuidade a fú-
ria dos violentos.
E' verdade, o «football» é um jogo da
violentos. E é mesmo por isso que tan-
to amor lbe temos. Consideramos um
dever amar os violentos, aquelie rijo
temperamento energico, arrebatado mes-
mo, náo encontram um obstáculo senáo
no interesse dos seus companheiros. A
estes, o «football» ensina a dominar-
se, a experimentar a disciplina da
«équipe», a sacrilicar-se na vantagem
commum. E não queriam que estimás-
semos tanto, que não animássemos esta
manifestação da bella vitalidade juve-
nil como é esse jogo forte e disciplina-
do! Deixemos os queixumes para oa
fracos, as ironias para os desalentados,
os receios aos pusillanimes. E viva o
«football!»
Football, — Liga Portugueza de
Football. — Reúne hoje a assembléa de
delegados da Liga, ás 8,30, no Real Gym-
nasío, para tratarem de assumptos que
se prendem com a nova orientação que
tenciona dar-se â propaganda e desen-
volvimento do football entre nós.
Nautica.—O passeio da Real Asso-
ciação — O bello resultado que o pas-
seio ao Alfeite obteve animou a com-
missão, composta pelos srs. José Duar-
te, Nuno de Vasconcellos e João Lopes
de Figueiredo, a proseguir na organi-
sação de festas idênticas e assim já tra-
balha afanosamente para levar a effeito
um passeio no dia 15 a Paço d'Arcos,
n'u&i vapor do Sul e Sueste, passeio em
que se incorporarão todas as embarca-
ções registadas na Asociaçâo, algumas
das quaes publicamos boje na nossa
secção High life os seus nomes e os dos
respectivos proprietários.
Na bacia de Pnço d'Arcos realizam-se
corridas de natação de 100 e 500 metros
entre socios do club.
A bordo .?pguirá uma banda e servir-
se-ha ura five óclock tea fornecido por
uma das melhores casas de Lisboa, ha-
vendo tenção de organisar um concurso
photograpnico no vapor.
Os bilhetes começarão a ser distribuí-
dos na próxima semana.
Os socios eslão muito animados e é
de crêr que em nada este passeio irá
desmerecer do anteriormente realisado.
Vigilance.
Ian-la.—Resultado de hontem:
Noel venceu Justiniano.
Deriz venceu Laurent.
Hoje luctam:
Laurent coutra Noel.
Derioz contra portuguezes.
PASTA DENUFRICIA^
CELESTE
r0A AOS DEHTES UMA ALVURA DE HZVE
DESINFECTA A BOCCA E DEIXA UM ARÔMfl MUITO ftGPlWíAVEL
PliaTTvico Cyrfno âe 511 vo «R Diorio N0MCI05 115 LlSOOL J
l&siilulo Eleclro-Tlierapeulico
96, mua da Emenda, f.°
Hadame ftelda Potocka. especialista
diplomada no tratamento da peSIe,
cabello e electrolysis
ApplicaçOes eléctricas, banb03 uydrc-electricoa, coi -
rentes d'alta frequência e sinusoidaes, massagem elecír'-
ca. A electricidade, opporlunamente applicada, estimula a
circulação do sangue, restaura a força dos nervos e mús-
culos, restabelecendo o bom estado geral. Indicada no tra-
tamento do rheumatismo, perturbações nervosas, prisão de
ventre, nevralgias, insomnias, etc.
Raios X. banho» de lux geraes e locaes, no tratamento
d'inflammações, sciaticas, lumbago e outras variedades de
rheumatismo, doenças da pelle, gotta, obesidade, diabetes,
doenças dos rins e nervosas, etc.
As dôres intensas que acompanham algumas d'estas
rio \A/1 V UVUIIVVJ «VA» J M ^ a »VWJ MK'VUAAiUy f UV W -at-»
catarrno dos ouvidos, por meio de inhalações e insuflla-
çôes. Inhalada peia bocca ou pelas fossas nasaes, a substan-
cia activa penetra até aos bronchios e pulmões onde, pelo
seu poder antiseptico, destroe os germens productores da
doença.
Applicaçfles de correntes d'alta frequência no trata-
mento aa asterio-esclerose.
Conftultaa medicai di&rl&i
tratamento eipecial da peUe, destruindo pela electri-
cidade e pela luz as nodoas, impingens, sardas e rugas
Pelos mesmos processos se destroem os micróbios da cal-
vície, e outras doenças do cabello, fasendo-o crescer e evi-
tando que caia e embranqueça.
Extracção dos cabelíos do rosto por um processo novr
sem dor.
Oonaulta& todos os dia.»
No
Instituto Electro-Therapeutico
69 — Rna da Emenda — 1.°
"V
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MONT'ESTORIL
Villa de S. José, avenida Sa-
boya, Mont'Esloril
Concerto toda» a» noite» c
iiiatlnée» ao» «lomliigo»,
quinta» e «lia» nautlficn-
«lo» pelo «listinel» Mextctto
MoraeN l*almelro9 «le «|ne
far. parte o laureado tio-
llniain F»r»»inl
Nos lindos terraços do Ca-
sino Bestauranle
A mulher de sociedade ou a artista
completa a sua belleza, idealisando-a,
com o uso do
TCREME SIRENE"
& ifi^o producto de mais confiança, pois'não tendofgordura-
não fáz brotar o cabeis lo. Dã á pelle um sua-
ve encanto tornando
o collo, as espáduas e
os braços d'um en-
cantador tom nacara-
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carnes oerpassassem
ondas d'electricidade
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PÓ DE QUINA
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CARVÃO E RATARIA
INVENÇÃO E PREPARAÇÃO
DE
FRANCISCO MANUEL PEREIRA D ALMfíIDA
A limpeza, a alvura dos dentes e o Dalit mereceu sempre
a attençao de todas as pessoas, condições ispensaveis para
a conservação de tão precioso orgào.
Este poaeroso pó dentifrico limpa e conserva os dentes sem
lhes alterar o esmalte, é um grande tomeo das gengivas e da-
thes uma côr natural.
Os dentistas admiram-se de extrahirem muitos dentes e no-
tam mais que, guando tiram um, iá estão outros em principio
de arruinação aevido aos pós aciaos, opiatas e aguas uenti-
ricas, etc., qi . os estranjeiros nos mandam.
Os pós acn s branqueam, é verdade, mas também atacam
o esmalte e nediatamente os dentes apparecem arruinados.
As aguas c ntiíricas umas conteem ácidos deteriorantes,
taes como: acido sulfúrico, acido azotico e outros; estes áci-
dos é mui sabido queL lançados sobre qualguer corpo, cor-
rompem o tecido, e nao ha medicamento algum que destrua
os seus effeitos. Outros elixires estão expostos á venda em di-
versas perfumarias, que conteem chloroiormio, que opéra on
mesmos effeitos que os ácidos.
E se quereis conservar uira formosa dentadura de marfim
aconselho-vos o meu pó de quina cora carvão e ratada, bem
como o elixir hygienico da boca, únicos de verdadeira con-
fiança.
Pelo correio, preço de cada caixa 450 rôit
11VI»IENE DA BOCA* connervação dos
dente». ELIXIR Etliereo de Francisco Ma-
nuel Pereira d'Almcftda*
Se alguma cousa se junta ao ornato d'um bello rosto, é,
sem duvida, uma dentadura de marfim; é um encanto inapre-
ciável para o feliz confidente das damas, se elias teem ura
hálito puro.
Todas as pessoas que se descuidam da limpeza da boea
teem o desgosto de perder os dentes em pouco tempo.
Este elixir é anti-scorbutico, tonico e adstringente, precio-
so para todas as affecções da boca, dá ao hálito um cheiro
agradavel, cura as aphtas das çengivas; o emprego diário
d este elixir previne a carie dos aentea, as dôres e incoromo-
dos das gengivas lívidas e purulentas, moles e ensanguenta-
das; fortifica as gengivas dispostas á relaxação e ao escorbuto,
e segura os dentes descarnados; dissipa o mau clieiro da bo-
ca, e impede a accumulação do tartaro, gue é de onde pro-
cede a maior parte das enfermidades dos doentes e das gen-
givas.
Este elixir é muito, conveniente ás pessoas gue fumam por-
que lhes tira todo o mau cheiro da boca produzido pelo uso
confirmado do tabaco.
Preço 400 réis, pelo correio 750 róis
Pedidos á pliarmacia Almeida, 134, rua da Magdalena, 136—
Lisboa. Também se vendem estes artigos no Porto, pliarmacia
do dr Moreno e em Coimbra na drogariaViilaça.
AGL4S ROMANAS
Klvallsani com iodas
Nenhumas as egualam
Vena» Romana», incomparáveis para o estomago,
intestinos, ligados, rins e bexiga, etc.
v.na» Roma»»», insubstituíveis na regularisação
funccional do apparelho digestivo. Agua» Romana», são de todas as mais puras, mine-
ralisadns, gazosas e baratas.
Agua» Romana», possuem as primeiras installações
modelares (exclusivamente mármore e crystal). Agua» Romana», vão directamente à garrafa (isen-
tas em absoluto do contacto do ar.)
Agua» Romana», são bacteriologicamente muito
puras.
Agua» Romana», pedem confronto com todas, em
tudo sào superiores. Agua» Romana», quem as não bebeu não pôde di-
zer quaes são as melhores, quem as bebeu jámaís pôde
esquecer os benefícios recemdos (mesmo em casos ne-
gativos com outras aguas).
Agua» Romana», preferem-se, exigem-se e vendem-
se em toda a parte. Deposito, R. do Rato, 40.
Tk Anglo-Portuguese Telephone
Company Limited
(CONCESSIONARIA DO CIOVERNO) :
Rua da Conceição, 153, I.'
A Companhia faz sciente ao publico que está prompta à estabelecer communicações telephonicas da Rede Publica em
qualquer ponto fóra danovacircumvallação (comprehendendo
Caxias, Paço d'Arcos, Oeiras, Parede, Estoril, Cascaes, etc.)
aos preços da tabella muito reduzidos qtie ultimamente foi
approvada pelo governo, e que são:
Até ■* distancia de um kilometro, 20*000 réis, accrescefl-»
lando-se por cada kilometro a mais a quantia de 5*000 réis.
Além d'este preço de annoidade ha o pagamento de 100
réis por cada conversação de 5 minutos.
A distancia é contada entre a Estação mais próxima e a
residência do subscriptor. A subscripção é annual. Accrcs-
centa-se a taxa de installação de 15*000 réis, que é paga pc<r
uma só vez.
Estações de chamadas
Para o serviço entre urbano a taxa rá:
Por cada cinco (5) minutos, 200 rél®
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em qualquer localidade, desde que hajam subscriptores suf- ficiente».
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ufleamente
provado
que para
restaurar o vi-
gor dos orgãos
genitaes não ha como
um tratamento local,
suave mas penetran-
to, que sem causar
irritação ou prejuízo
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gestadc o Rei de Inglaterra
de especie alguma vá tonifi-
car directamente toda a re-
gião enfraquecida. Isto só se
consegue com o uso do sus-
pensório electro-magnetico
«lo celebre ineuico auiericauo
Dr. Scott cuja reputação está
uuiveisalmente conlirmada
Este illustre homem de
sciencia consumiu cerca de
30 annos em aturadas expe-
rieucias, chegando einíim
com a descoberta d'estes pro-
digiosos apparelhos á solução de tão importante pro-
blema.
Us suspensórios electro-magneticos estão per-
mauentemente carregados, não carecem de banhos,
sendo a sua acção por completo inoireusiva e verda-
deiramente útil.
Usam-se como os suspensórios commucs e du-
ram muitos annos- Sempre carregados.
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Preços } Forra extra.. 7 S00
» XXX.. 9 500 '
Para a província e ilhas mais 250 réis; Africa
405 réis. » '
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L. de N. «lulião. 19. 1."—Lisboa
£
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Manuel de Lemos Perei-
ra de Lacerda Santia-
go Ramalho
FALLECEU
Francisco de Lemos Ramalho « sua mulher D. Thoma- sia Pacheco de Lemos, D. Maria da Conceição de Lemos Ma-
galhães e seu marido Luiz Cypriano Coelho de Magalhães. D.
Mari* Joanna de Lemos. D. Maria da Piedade de Lemos oe Ma-
cedo Santos e «eu marido João A. de Macedo Santos. D. Maria
do Cardai de Lemos Magalhães de Lima e seu marido Jayme
Magalhães de Lima. D. ftiaria do Carmo de Lemos e seu ma-
rido José de Macedo Sotto Mrior, João de Lemos Pereira lia-
mos e sua mulher D. Aona de Lemos, participam aos seus pa
rentes e pessoas das suas relaçõsn que falleceu em Condeixa,
confortado com os Sacramentos da Egreja, seu pae, sogro, ir-
mão e cunbadj
Clarimundo V. Emilo
Consultório dentário, traba-
lhos de prothese com toda a
perfeição Praça dos Restaura-
dores, 33, 1 0 Consulta todus
os dias.
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Pelo joizo de direito da 2 ■
Vara Cível da Comarca de
Lisboa e cartório do escrivão
Freitas, correm éditos de 30
dias a coutar do ultimo no-
Tiuocio citando a Eduardo
de Carvalho Vieira, maior,
residente em Loanda para na
qualidade de legatário dedu-
zir os seus direitos no inven-
tario de maiores a que se
está procedendo por obito de
Antonio J J?é Cabral Vieira,
em que é inventariante D.
Carlota Arrobas de Carvalho
Vieira.
'Lisboa,To de julho de 1910
Veriliquei
0 Juiz de Direito da 2.» Vara
0/itwa Guimarães
OEscrívão
Luiz Maria de Freitas
Posto medico
DE
Garcia de Moraes
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Francisco de Campos
Rua de D. Estephcnia 147,149
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m. a ar
Professora
Antiga dis-jipula de Francis-
co Bahia, dá lições de piano,
em casa das discípulas. 6*000
réis mensaes; em sua casa. 4£0C0 réis. Carta á adminis-
tração d'este joruÀl ás lettras
Z. Z. Z.
K ■y ' ; . •' rm
4-t -r í'>V, ,ÇrjMF* • v>. i< J» A ■;V»i ,
l§ÍlfP*
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Para o Rio de Janeiro, Santos, Montevideu
e Buenos Ayres
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Este paquete só recebe carga.
A 15 de sigosto
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Recebendo passageiros de 1.® classe, intermediaria e classe.
Preço da passagem em 3.» classe para o Brasli, 49/J500 réis.
Para o Rio da Prata, 60J500.
Para Vigo, Boulogne, Paris,
Dover, Londres e Amster-
dam
A IO do agosto
0 paquete "Frisia,,
Recebendo passageiros de todas as ciasses. Ptn £» noooorrono trtfa.Po /«nm MWVVVVUUV UO UU VU U QO ao l
Para carga e passagens trara-se com
da agentes
Praça do Duque da Terceira. I. 1.°. LIMBOA
Telephone 415.
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Oampísch ifffahrts- Gesellschaft. | Snd-Amenk Wenst
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Para Londres
Directo
0 vapor
Dagíin
S&he a 8 de agosto
Para Londres
Directo
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Sabe a 15 de agosto.
Para carga trata-se no Caes
do Sodré, o4,1.*
Os agentes,
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15 de maio e fe-«
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Portugal. Desde 15 de maio até 30 de sotembj-c o «Sud- express» pára em Nei las
Paqneles a sahlr dc Lisboa para:
Madeira, PARA' e MANAUS
Bio Pardo, em 5 d'agosto.
Bio Xegro. em 22 de agosto.
MARANHÃO, Parnahyba, Ceará e Natal
.Santa Barbara, em 8 dc agosto.
Paranaguá, S. Francisco, Rio Grande do Sni,
Pelotas e Porto-Alegre
Manta Calbarina. em 20 de agosto.
tr-m em
H& bilhetes de banhos para estas tliermas. — Para esclarecimentos: Em Lisboa —
Bua do Aiecrim, 125—Rua de S. Julião, 80, 1 ^—Correspondência paraas Caldas da Figueira
do gereníe da Companhia do Grande Hotel. As aguas engarrafadas vendem-se nas pharmacia»
e drogarias e no deposito gorai—Pharmacic Andrada. Rua do Alecrim, 126.
Havre e Hamburgo
Bbaeiia. em 4 de agosto.
Paranagua. em 3 de agosto.
Bio Grande* em 17 de agosto.
Preços de passagens d<> Lisboa a - nv a n n n
Empreza Nacional de Navegação; Koninklijke Hollandsche Lloyd
Carreiras para a Africa Occidental e Oriental (jy|6|a Rea| Hollandeza)
Para o Rio de Janeiro, Santos, Montevideu
e Buenos Ayres
A 8 dc agosto
0 paquete "Amstelland,,
Recebendo carga para todos os portos.
Trata se com os agentes
0 paquete ZAIRE
Sahirá do Caes da Fundição no dia7do corrente, ao meio j
dia, para a Maceira, S. Vicente), S. Thiago, Principe, S. Tho-
mé, Cabinda, Ambriz, oanda, Novo Redondo, Lobito, Ben-
guella, Mossamedes, Bahia dos Tigres e Porto Alexandre.
Para Feinando Pó e vice-versa. recehem-se passageiros
corn trasbordo na ilha do Principe.
Este vapor sae do Caes da Fundição para o largo, no dia 3.
Para carga, passagens e quaesquer esclarecimentos diri-
gir-se aos escriptor.os da empreza,
»• fWAT* tit* LISIVA
Iscnptorio da Impreza
t*«« dê Ki-1* 85
*os agentes srs. li. Burmcs-
ter A C.«, rua do Infaute 0 Henri nu»
Tenerife
e Las Palmas
0 vaprr AVF.T0R0 é espera-
do a 11 de agoato.
Para curga. passageiros e
mais informações, com os
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Travessa do Corpo Santo 10,
Espera-se a ^desgosto
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aA Escripta Nacional», 2 a
edição, correcta, 1í5200 réis.
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co», completo, G00 réis.
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da, rua do Ouro, 132 a 138—
Lisboa.
Rio de janeiro
e Santos
OIRECTO
0 paquete inglez MILTON,
esperado em 18 do corrente.
Recebe carga.
Os ageutea,
Garland Lnxdley A C ■
v. do Corpo 8anto 10 2/
Para Charente
e Bristol
(tia Porto)
O vapor
SIR WALTER
Espera-se a 4 e sae a 6 do
corrente.
rara carga trata ae no Caes
do Sodré 64, 1.°
Os agentes
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desde 34,1500
desde 40*500 Lb. J-0—a
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Pará..desde Lb. 20—0—0 I Lb. 35—0—0 |
Manaus desde Lb. 24—0—0 | Lb. 42—0—0 l
Gavre Lb. 5—O-O I \
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Hamburgo... M. 160 | M. 280 | M. 75
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Praça do Duque «ia T rceira, 4, 1.
USiif
Paquete inglez ORATOK, es-
perado em 14 de agosto.
Recebe carga.
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Garland Laidley \ C.a
10. T. do Corpo Santo 2 •
CREOLE LINE
Para NEW-YORK, direclo
o vapor &«>|>erga. em 7 de agosto.
Para carga trata-se com
Henry Burnay A C.'
Rua dos Fanqueiros, 10. «°
COMFAGIMi^
V»-
\
H it
wr Hi***
Patjuetes correios para a
Madeira, Pará e Manaus
ANSEl.M, chega a 7 e sae a 9 de agosto.
RuWlFA E chega a 13 e. sae a 14 de agosto.
LANFRANC, chega a H e sae a 19 de agosto.
IQFITOS (via Pará e Manaus)
NAP0, chega a 14 e sae a 15 de agosto.
LelxOes, Vigo, Liverpool
com bilhetes directos para
Paris, Londres, Wova-lorE,
Boston, etc.
ANTONY (via Cherburgo e Fishguard) sae a 7 de agosto
AMBROSE (via Cherburgo e_Fishguard) sae a 18 de agosto.
Maranhão, Parnahyba
e Ceará
DUHSTAN, chega a 16 e sae a 16 de agosto.
T0S°8 pa(*uetes par* aceitam passageiros para IQCí-
A carga deve Ir para bordo no dia da chegada.
.. °f.T,p.?^8 atr?cam á 10 CAÍS Di ALCANTARA no
o..,0»™ RSK à.rísa.OT sfflRs os srs. passageiros vmdos do BRAZIL e embarcam de tarde o#
gne se destinam ao R0RTÍ DA EDR0PA.
DI8DI LISBOA A N0VA-T0RK EM 10 DIAS nos maiores vracf
res do munao pelo serviço combinado BOOTH CDNARL»
sendo as despezas de hospedagem nos portos intermedin*
nos, dos passageiros de 3.* classe, pagas pela companhia
Os paquetes d esta companhia trazem medico e enfermeira
a bordo e são a oitima palavra em luxo e eommodos para
passageiros de 1.* e 3.* classes. K
Para carga e passageiros com os Agentei
10, Travesssa do Corpo Santo, 2.*
Garland L&lâley d €»*
Tel n * 23 (seccão de carga».
Tel. tl° 2848 (Secção de passageo&k
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Santos,
Montevideo e Buenos-Ayres '
15 de agosto
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nos-Ayres. 464500 réis.
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No preço da* pa**ag«iia acba-.e ronaprehendido vinho e
ioda. a* reíelçAca, aerviço medico, criado, poringoeiea. ele.
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Os agentes
Sociedade Torlades