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Caderno de Estudos 7 – Deficiências Sensoriais e Motoras ESCOLA INCLUSIVA: Adaptar-se para incluir O processo educacional: de Anne Sullivan aos dias atuais! Conversando sobre o assunto. Permita-se vivenciar um momento de percepções e sensações. Solicite a alguém que leia o poema abaixo enquanto você permanecerá de olhos fechados imaginando cada cena descrita, quem sabe até ouvir... ...O SOM DO MAR No cheiro do mar sinto o sal da liberdade. Perfume de água com essência de pedra. O gosto do sangue transparente do mundo. E seu som, vasto como um trovão e tranquilo como um cochicho. Forte, e mais leve que a sombra de uma concha, Mais leve que a sombra da espuma, mais leve que a sombra da luz. Há cores no som do mar. Há branco e verde nas ondas e seus gritos para as pedras, água que desafia as pedras, desde o início de tudo, águas suaves, que moeram pedras através do tempo, Formando toda terra e areia do mundo, sólido. Grão. Som que acalma, e nunca descansa, Som mínimo, bolhas, pequenas coisas, detalhes de água na areia, Som do mar. Grande. Imenso, impensável, Incogniscível.

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ESCOLA INCLUSIVA:

Adaptar-se para incluir

O processo educacional: de Anne Sullivan

aos dias atuais!

Conversando sobre o assunto.

Permita-se vivenciar um momento de percepções e sensações. Solicite a alguém que leia o

poema abaixo enquanto você permanecerá de olhos fechados imaginando cada cena descrita,

quem sabe até ouvir...

...O SOM DO MAR

No cheiro do mar sinto o sal da liberdade.

Perfume de água com essência de pedra.

O gosto do sangue transparente do

mundo.

E seu som, vasto como um trovão e

tranquilo como um cochicho.

Forte, e mais leve que a sombra de uma

concha,

Mais leve que a sombra da espuma,

mais leve que a sombra da luz.

Há cores no som do mar.

Há branco e verde nas ondas e seus gritos

para as pedras,

água que desafia as pedras,

desde o início de tudo,

águas suaves, que moeram pedras através

do tempo,

Formando toda terra e areia do mundo,

sólido.

Grão.

Som que acalma, e nunca descansa,

Som mínimo, bolhas, pequenas coisas,

detalhes de água na areia,

Som do mar. Grande.

Imenso, impensável,

Incogniscível.

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E há vida no som do mar,

Milhares de seres em uma gota,

minúscula, microscópica, infinita.

Há um oceano por gota de oceano.

E peixes enormes, vagarosos, deslizantes,

despreocupados. E seu canto.

Grão.

Canto de peixe, voz do silêncio, do som

na água do som do mar.

Do som do mar que possui os mistérios do

vento,

Vento do qual nunca sabemos sobre seu

futuro,

Seu destino incerto, livre a cada segundo,

ágil...

...Ah! som do mar, música que nunca

envelhece, que nunca se repete,

Há milhões de anos compondo música que

nunca para,

Que me dá fôlego para viver.

Som do mar.

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A medida que o poema é lido, mentalmente conseguimos imaginar situações, resgatar

percepções e até mesmo lembranças. Uma pessoa pode imaginar o mar da Grécia, outra do

Brasil. Porém, como imaginar o som do mar sem por uma vez

tê-lo escutado? Imaginar os detalhes da água na areia, sem

nunca tê-la visto? Como dimensionar “um oceano por gota

de oceano”, para quem nunca o viu?

É neste momento, que trazemos a você a história de Anne

Sullivan, professora de Helen Keller. Helen nasceu em 1880 e

em dois anos estava cega e surda. Com recursos muito

escassos da época, Helen tornou-se uma criança reclusa e

violenta. Foi a persistência de seus pais que a levou a uma

escola especial, na qual havia a jovem Anne, professora

também com problemas visuais. A sensibilidade de Anne, em

explorar o tato, foi a base para a construção de uma longa

história que trouxe benefícios educacionais a inúmeras

crianças com deficiências sensoriais.

O poema O Som do Mar é ótimo para refletirmos educacionalmente, como explorarmos

aspectos ali presentes, com um aluno cego ou surdo, por exemplo. Abaixo destinamos um

espaço para que você transponha duas ou três partes do poema e desenvolva para elas

estratégias de trabalho para alunos em questão. Compartilhe com seus colegas do Grupo de

Estudo.

REFLEXÃO!

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Saiba Mais!!!

http://www.updateordie.com/2013/08

/19/a-incrivel-historia-de-hellen-keller-

e-anne-sulivan/

Neste link, você conhecerá um pouco

mais sobre a história de Helen Keller,

inclusive acesso a vídeos.

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ESCOLA INCLUSIVA:

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Neste momento de reflexão, trazemos a você o texto de Elaine de Souza: Como lidar em sala

de aula com crianças que têm perda de audição? (disponível em [email protected]).

A primeira coisa que o leigo deve saber em relação à educação de crianças com perda auditiva

é que existem orientações diferentes para professores de alunos surdos, que se utilizam da

Libras (Língua Brasileira de Sinais) como meio de comunicação, e para professores de crianças

com deficiência auditiva, que se comunicam pela linguagem oral graças ao suporte de

dispositivos eletrônicos como os aparelhos de amplificação sonora individual e o implante

coclear.

A equipe do Hospital Centrinho-USP, em parceria com a Fundação para o Estudo e Tratamento

das Deformidades Crânio-Faciais (Funcraf), ministra há 16 anos cursos de capacitação para os

dois perfis de professores.

No caso das crianças com surdez que se comunicam apenas pela Libras é indispensável a

presença do intérprete em sala de aula. Há ainda casos em que a criança com deficiência

auditiva não conhece nem a Libras nem foi beneficiada por um programa de reabilitação.

Nesses casos, a criança é encaminhada para algum recurso na comunidade que possa ajudá-la

a se comunicar, paralelamente ao trabalho desenvolvido no ensino regular. E o professor terá

de lançar mão de todos os recursos visuais, dando maior atenção a este aluno e tentando se

comunicar com ele por meio de gestos convencionais ou mímicas para garantir a compreensão

do conteúdo escolar.

Na empreitada da educação inclusiva, a participação da família também é fundamental. Aos

pais cabe o papel de acompanhar o desenvolvimento da criança e dar constantes respostas aos

professores no sentido de esclarecer as necessidades do filho e apresentar caminhos ao

educador, afinal para ele, esta também pode ser uma situação nova e desafiadora. Nesta

jornada, pais e professores passam a ser parceiros na meta de educar aquela criança que

apresenta diferenças linguísticas em virtude do distúrbio auditivo. É claro que isso dificulta o

acesso aos conteúdos escolares de forma igualitária em relação aos demais alunos que

desenvolveram a linguagem oral de forma natural, na convivência com outras crianças ou com

adultos.

Vamos relembrar que a forma usual de comunicação é a língua oral. Justamente a forma que

se apresenta como maior desafio para essa parcela de alunos. Ao ingressar na escola, as

crianças com deficiência auditiva podem trazer consigo a formação de conceitos espontâneos,

fragmentados, ligados à sua convivência na vida diária. Sob a mediação do professor, esses

conceitos poderão ser ampliados com a introdução dos conhecimentos formais. E, em casa, os

pais poderão contribuir para que esses conhecimentos sejam apreendidos e exercitados.

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Neste contexto, fica para o professor a responsabilidade de fazer flexibilizações curriculares,

sem diferenciar os alunos com deficiência auditiva dos demais alunos, e mudar as estratégias

em sala de aula para que o aluno possa se desenvolver apesar das limitações impostas pela

deficiência.

Vivências diárias

Explorar as vivências da criança com deficiência auditiva para ensinar novos conceitos e ideias

é uma ótima estratégia para o aprendizado das crianças em qualquer situação, especialmente

no caso daquelas que têm deficiência auditiva. Isso justamente porque o trabalho pedagógico

apropriado deve ter como ponto de partida os conhecimentos que o aluno já possui para que

possam ser ampliados e que novos conhecimentos sejam construídos. No caso específico

dessas crianças, o professor precisa estar atento ao que possui significado na vida delas. Usar

exemplos como o trajeto do ônibus ou o troco de uma negociação no supermercado são

recursos que enriquecem as explicações porque fazem associação com o que significa algo

para o aluno.

Essa prática é cotidiana entre a equipe do Cedau (Centro Educacional do Deficiente Auditivo),

unidade do Centrinho-USP que atua com essas crianças no horário contrário ao do ensino

regular. Datas festivas, passeios, acontecimentos familiares, tudo é motivo para a equipe

desenvolver atividades pedagógicas e adicionar conhecimento ao dia a dia da criança com

perda auditiva.

Dicas para a sala de aula

• É importante esclarecer aos demais alunos da classe sobre a deficiência auditiva e as

necessidades específicas da criança. Fale com eles sobre o assunto e responda às suas

curiosidades iniciais.

• É preciso antes de tudo tratar a criança com deficiência auditiva como uma criança. Elogie

suas qualidades e atributos e chame sua atenção quando necessário.

• Quando não compreender o aluno, o professor precisa demonstrar isso. É melhor do que

“fazer que entendeu”. Ao mesmo tempo, é preciso demonstrar muita vontade de

compreendê-lo. Com esta atitude a criança será estimulada a buscar formas mais eficazes para

se fazer entender.

• Estimule e incentive as iniciativas de interação entre a criança com deficiência auditiva e seus

colegas de classe.

• A criança com deficiência auditiva não deve ser cercada de privilégios. O que pode para ela

pode para todos. A intenção deve ser promovê-la perante o grupo através dos acontecimentos

naturais e rotineiros do ambiente escolar, que explorados corretamente, aumentarão as

oportunidades de integração entre todos os alunos.

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• Os professores devem trabalhar em equipe e de forma sintonizada com o professor do

atendimento educacional especializado (obrigatório no ensino regular para garantir a

igualdade de oportunidades por meio do acesso ao currículo e do reconhecimento das

diferenças do processo educacional) que atua na sala de recursos multifuncionais.

O perfil do professor

Com a inclusão, o professor do ensino regular tem uma diversidade cada vez maior de alunos

com necessidades específicas. São alunos cegos, surdos, com perdas auditivas leves ou

severas, alunos com déficit de atenção ou com hiperatividade... Tais características pedem um

professor cada vez mais apaixonado pela docência e preparado para todos os desafios

vivenciados em sala de aula. Ele precisa desenvolver habilidade, sensibilidade e competência

técnica em interações diárias e ter flexibilidade para fazer as adaptações necessárias para

favorecer o desenvolvimento da criança e o aprendizado do currículo em voga. É claro que

para isso ele precisa se capacitar, estudar, fazer cursos, tudo que o possibilite conhecer

profundamente as necessidades específicas de seus alunos. Toda a criatividade possível para

lidar com as mais diferentes estratégias pedagógicas será necessária.

É claro que o nosso leitor pode estar se perguntando “como isso é possível, se muitas vezes o

professor não tem dinheiro nem mesmo para comprar um livro?”. De fato, a realidade do

professor da escola pública no Brasil ainda é crítica. Mas estamos falando, aqui, do ideal.

Vamos lembrar que a criança com perda auditiva necessita de mais dedicação do professor. E é

disso que estamos falando. Acima das dificuldades, das carências e da falta de uma política de

valorização do educador em geral, ressaltamos o perfil de superação necessário para vivenciar

essa situação em sala de aula.

O aprendizado do aluno

No caso de criança com deficiência auditiva que está sendo acompanhada na abordagem auri-

oral, o professor deverá ter conhecimento de “como” e “o quê” falar. Ao falar, deverá dirigir-se

diretamente à criança, utilizando vocabulários e comandos simples e claros. Ele também

deverá prestar atenção ao utilizar linguagem figurada ou gírias porque precisará explicar ao

aluno o significado, assim como ao usar sinônimos. A palavra deverá estar sempre dentro de

um contexto significativo, e não isolada, permitindo à criança fazer relações e comentários que

possam dar ao professor informações adicionais para uma análise mais aprofundada do

desenvolvimento linguístico do aluno.

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Outra dica muito importante é que o professor garanta sempre a compreensão das ordens e

instruções das atividades de sala de aula. É comum os alunos não fazerem a tarefa por não

terem compreendido a instrução do professor.

Condições para o bom desempenho da criança em sala de aula:

• Localização do aluno na sala: O professor deve determinar o lugar da criança na sala,

garantindo a proximidade entre ambos. No caso de crianças usuárias de aparelhos de

amplificação sonora e/ou implante coclear é importante que o falante/professor esteja o mais

próximo possível do microfone do aparelho para uma melhor percepção dos sons da fala pela

criança;

• Para aprender, toda criança precisa de um ambiente silencioso, especialmente a criança com

deficiência auditiva usuária de dispositivos eletrônicos. Se possível a sala não deve ter janela

voltada para uma rua barulhenta. No caso dos usuários de aparelhos auditivos, o som é

amplificado e qualquer “amassar de papel” poderá se tornar um incômodo.

• Iluminação adequada: Assegure uma iluminação adequada na sala para facilitar a leitura

orofacial por parte da criança.

• Comunicação: É imprescindível que todos os colegas e os professores das crianças com

deficiência auditiva, usuária de dispositivos eletrônicos, conversem normalmente com elas. O

professor tem papel muito importante no acesso, na construção e no aprimoramento da

linguagem oral pela criança, por isso ele deve conversar, contar histórias, perguntar, explorar o

uso da linguagem oral na sala de aula e garantir a compreensão de tudo o que é dito na sala. O

professor deve exemplificar e mostrar para a criança com deficiência auditiva o que as outras

crianças estão falando. Assim, a criança com deficiência auditiva se sentirá mais segura para se

expor na frente de todos.

Para melhorar a comunicação, o professor deve:

• usar voz clara, em volume e articulação normais

• usar voz interessante e animada

• usar primeiro a voz para chamar a atenção

• estar sempre no campo visual dela ao falar

• reconhecer as tentativas de comunicação da criança

• não usar diminutivos em excesso nem fala infantilizada

• usar palavras-chaves para mudança de assunto ou uma explicação

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• dar oportunidade de a criança ser compreendida por todos da sala de aula, aceitando e

respeitando suas diferenças individuais.

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TRIAGEM AUDITIVA ATRAVÉS DE QUESTIONÁRIO

Esse tipo de técnica consiste na utilização, pelo professor, de um questionário que possa trazer

informação sobre a audição de seus alunos. O questionário serve como um roteiro de

observação, seguido das respostas esperadas para o “normal”.

Apresentamos como exemplo algumas perguntas de um questionário que pode ser aplicado na

população de escolares:

A criança pede com uma certa frequência para repetir as instruções recebidas?

Resposta esperada: não

A criança apresenta nasalização de voz?

Resposta esperada: não

A criança apresenta uma distorção nas palavras com sons sibilantes e chiantes?

Exemplo: salsicha, sábado etc.

Resposta esperada: não

A criança apresenta substituições ou emissões das consoantes que se distinguem pelo

traço distintivo* de sonoridade? Exemplos: vaca e faca, bato e pato, dado e tato, gato

e cato, jato e chato etc.

Resposta esperada: não

A criança apresenta problemas de ouvido, tais como dores, secreção, sensação de

ouvido tapado?

Resposta esperada: não

Compreende as ordens verbais em ambiente ruidoso?

Resposta esperada: sim

A criança fala com uma intensidade de voz “normal”, nem mais forte, nem mais fraca

que a maioria dos alunos?

Resposta esperada: sim

A criança fica irritada quando o ambiente é muito ruidoso? Ou quando aumenta o

ruído da sala?

Resposta esperada: não

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A criança olha prontamente para um objeto que tenha feito ruído? Ou seja, ela

consegue localizar de onde vem o ruído sem apoio visual?

Resposta esperada: sim

*Traço distintivo de sonoridade é o que diferencia a consoante surda (sem vibração da corda vocal) da sonora (com

vibração da corda vocal). Consoantes surdas: p,t,q,f,s,x, em oposição às sonoras: b,d,g,v,z,j.

A utilização do questionário tem como objetivo detectar crianças que potencialmente possam

apresentar perdas auditivas neurossensoriais; perdas auditivas condutivas e patologias

auditivas que ainda não evoluíram para uma perda auditiva irreversível.

Maria Cecília Bevilacqua, A Criança Deficiente Auditiva e a Escola, 1987.

PROPOSTA DE TRABALHO 01- Vídeo

As tecnologias representam hoje um grande aliado do professor no processo ensino –

aprendizagem, recursos que Anne Sullivan não possuía na época. Nossa proposta de trabalho

é no sentido de identificarmos uma situação em sala na qual a produção de um vídeo em libras

possa colaborar com esse processo, tanto para o professor quanto para o aluno. Convidamos

você a assistir o Vídeo Borboletinha de Natalia Romera (link abaixo). Esperamos que ele seja

inspirador, no sentido de pensarmos o que podemos produzir na própria escola.

Essa não é uma atividade obrigatória. Caso decidam por realizá-la, será necessário postá-la no

Youtube e enviar o link para o tutor. O mesmo será compartilhado no Blog.

https://www.youtube.com/watch?v=Y_SR5xydGPM

Mãos à obra!!!!

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Continuando a nossa conversa:

outras deficiências.

DEFICIÊNCIA VISUAL

Tipos de cegueira

A cegueira classifica-se dependendo de onde se tenha produzido o dano que impede a visão. Este pode

ser:

1. Nas estruturas transparentes do olho, como as cataratas e a opacidade da córnea.

2. Na retina, como a degeneração macular e a retinose pigmentária.

3. No nervo óptico, como o glaucoma ou os diabetes.

4. No cérebro.

A cegueira pode ser congênita ou adquirida. O dano que impede a visão pode ser causado no

nascimento, em algum evento ao longo da vida do indivíduo ou ainda no útero materno.

Deficiência visual é uma categoria que inclui pessoas cegas e pessoas com visão reduzida. Na definição

pedagógica, a pessoa é cega, mesmo possuindo visão subnormal, quando necessita da instrução em

Braille; a pessoa com visão subnormal pode ler tipos impressos ampliados ou com auxílio de potentes

recursos ópticos (Instituto Benjamin Constant, 2002)

A definição clínica afirma como cego o indivíduo que apresenta acuidade visual menor que 0,1 com a

melhor correção ou campo visual abaixo de 20 graus; como visão reduzida quem possui acuidade visual

de 6/60 e 18/60 (escala métrica) e/ou um campo visual entre 20 e 50 graus, e sua visão não pode ser

corrigida por tratamento clínico ou cirúrgico nem com óculos convencionais (Carvalho, M.L.B. - Visão

subnormal: orientações ao professor do ensino regular, 1994)Visão Normal20/12 a 20/251,5 a 0,8

Próximo do normal20/30 a 20/600,6 a 0,3

- Bifocais comuns

- Bifocais mais fortes

- Lupas de baixo poder

Baixa visão moderada20/80 a 20/1500,25 a 0,12

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- Lentes esfero-prismáticas

- Lupas mais fortes

Baixa visão profunda20/500 a 20/10000,04 a 0,02 - Lupa montada telescópio

- Magnificação vídeo

- Bengala

- Treinamento Orientação/Mobilidade

Próximo à cegueira20/1200 a 20/25000,015 a 0,008 - Magnificação vídeo livros falados, Braille

- Aparelhos de saída de voz

- Softwares com sintetizadores de voz

- Bengala

- Treinamento Orientação/Mobilidade

Cegueira total - sem projeção de luz - Aparelhos de saída de voz

- Softwares com sintetizadores de voz

- Bengala

- Treinamento Orientação/Mobilidade

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Deficiências Motoras

Deficiência motora refere-se à dificuldade ou até impossibilidade em mexer, controlar ou

coordenar algum tipo de movimento motor. Esta incapacidade pode ser transitória ou

permanente e pode ser congênita ou adquirida por acidente ou doença. Há vários graus de

incapacidade motora que é tanto maior quanto o nível de movimentos afetados.

O aluno portador de deficiência motora e a escola

Dentro da sala de aula:

• Deverão ocupar um lugar relativamente próximo do professor

• Aqueles que necessitem de usar cadeira de rodas, devem ter mesas adaptadas, mais alta do

que a dos colegas

• A incontinência é um dos obstáculos mais desagradáveis, o professor deverá estar a par do

problema e explicar aos outros alunos a situação.

• Deverá portanto ter em atenção os horários de evacuação da criança para que não surjam

situações embaraçosas

O papel do professor:

• Especialização por parte do professor;

• Pesquisa intensiva;

• Interajuda entre pais e professores;

• Ajudar na relação entre os alunos;

• Esclarecimento do problema do aluno;

• Estimular o aluno;

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“Lutar pelos direitos dos deficientes é uma forma de superar as nossas próprias deficiências”

J.F.Kennedy

A escola é muito importante para qualquer criança, tendo mais importância ainda, para uma

criança portadora de necessidades especiais. É na escola que aos poucos a criança adquire

confiança em si mesma.

Comportamentos que devemos evitar e que devemos promover nos alunos

com deficiência motora

• Devemos promover o máximo de independência no âmbito das capacidades e limitações do

aluno, mas atendendo sempre às necessidades inerentes a cada caso de deficiência, pois cada

caso é um caso e deve-se encontrar sempre uma solução específica adequada.

• Não se deve fazer de conta que estas pessoas não existem, pois se o fizermos vamos estar

ignorando uma característica muito importante dessa pessoa e, se não a virmos da forma

como ela é, não nos relacionaremos com a pessoa “verdadeira”, mas sim com outra pessoa

que foi inventada por nós próprios.

• Quando se conversa com um aluno em cadeira de rodas, devemos lembrar sempre que, para

eles é extremamente incômodo conversar com a cabeça levantada, sendo melhor sentarmos

ao seu nível, para que o aluno possa se sentir mais confortável.

• Sempre que haja muita gente em corredores, bares, restaurantes, shoppings etc e

estivermos ajudando uma pessoa em cadeira de rodas, devemos empurrar a cadeira com

prudência, pois ela poderá se sentir incomodada, se magoar outras pessoas.

• As maiores barreiras não são arquitetônicas, mas sim a falta de informação e os

preconceitos.

Existem tratamentos para a deficiência motora? Quais?

Os portadores de necessidades especiais de ordem física ou motora necessitam de

atendimento fisioterápico, psicológico a fim de lidar com os limites e dificuldades decorrentes

da deficiência e simultaneamente desenvolver todas as suas possibilidades e potencialidades.

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Porém, a prevenção pode contribuir para reduzir o percentual de brasileiros paraplégicos ou

tetraplégicos, ou com algum tipo de paralisia.

A prevenção tem duas vertentes: evitar acidentes (de automóveis, com armas, quedas e

mergulhos) causadores de lesões traumáticas, e doenças que podem levar à deficiência.

Como medidas preventivas pode-se ainda adotar:

- Maior conscientização das mulheres acerca da necessidade de fazer acompanhamento

médico, pré-natal.

- Melhor infraestrutura nos berçários para atender recém-nascidos e assepsia do local.

- Pessoal treinado para atendimento e resgate das vítimas nos acidentes de trânsito.

- Conscientização dos riscos de hipertensão e da diabetes.

- Adotar medidas de segurança no trânsito, no ambiente de trabalho e na prática de esportes.

Qual o papel das tecnologias assistivas na vida de uma pessoa com

deficiência física-motora?

Tecnologia assistiva é o nome utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços

que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com

deficiência e consequentemente promover sua independência e inclusão.

Fazemos uso constante de ferramentas que foram especialmente desenvolvidas para

favorecer e simplificar nossas atividades cotidianas, como os talheres, canetas, computadores,

controle remoto, automóveis, telefones celulares, relógio, enfim, uma interminável lista de

recursos, que já estão assimilados a nossa rotina e, “são instrumentos que facilitam nosso

desempenho em funções pretendidas”. De igual forma, também pessoas deficientes, utilizam

tais ferramentas, só que especialmente adaptadas para elas a fim de ampliar sua comunicação,

mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado e trabalho.

Proporcionando qualidade de vida e inclusão.

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Gostei de uma citação adaptada de Mary Pat Radabaugh que diz:

“Para as pessoas, a tecnologia torna as coisas mais

fáceis.

Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as

coisas possíveis”.

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Categorias de tecnologias assistivas:

Existem diversas categorias de tecnologias assistivas, porém como estamos falando de

deficiência motora, iremos abordar algumas que auxiliem este tipo de deficiência.

As informações contidas nos itens de 1 até 9, são de autoria de Rita Bersch / CEDI • Centro

Especializado em Desenvolvimento Infantil / Porto Alegre / RS / 2005.

1-Auxílios para a vida diária e vida prática:

Materiais e produtos que favorecem desempenho autônomo e independente em tarefas

rotineiras ou facilitam o cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas

atividades como se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades

pessoais. São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, roupas

desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro, recursos para transferência,

barras de apoio, etc.

2-CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa:

Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua

necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Recursos como as pranchas

de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros), letras ou palavras

escritas, são utilizados pelo usuário da CAA para expressar suas questões, desejos,

sentimentos, entendimentos. A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de

voz) ou o computador com softwares específicos, garantem grande eficiência à função

comunicativa.

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Caderno de Estudos 7 – Deficiências Sensoriais e Motoras

ESCOLA INCLUSIVA:

Adaptar-se para incluir

3-Recursos de acessibilidade ao computador:

Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o computador

acessível, no sentido de que possa ser utilizado por pessoas com privações sensoriais e

motoras.

São exemplos de equipamentos de entrada os teclados modificados, os teclados virtuais com

varredura, mouses especiais e acionadores diversos, softwares de reconhecimento de voz,

scanner, ponteiras de cabeça por luz entre outros.

4-Sistemas de controle de ambiente:

Através de um controle remoto, as pessoas com limitações motoras, podem ligar, desligar e

ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores, ventiladores, executar a

abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer chamadas telefônicas, acionar

sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e

arredores. O controle remoto pode ser acionado de forma direta ou indireta e neste caso, um

sistema de varredura é disparado e a seleção do aparelho, bem como a determinação de que

seja ativado, se dará por acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) que podem ser

de pressão, de tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz, etc.

5-Projetos arquitetônicos para acessibilidade:

Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas,

elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras

físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência.

6-Órteses e próteses:

Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo.

Órteses são colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor

posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob medida e

servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, utilização de talheres,

manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural, entre outros.

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Caderno de Estudos 7 – Deficiências Sensoriais e Motoras

ESCOLA INCLUSIVA:

Adaptar-se para incluir

7-Adequação Postural:

Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um bom

desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se está inseguro

com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto.

Um projeto de adequação postural diz respeito à seleção de recursos que garantam posturas

alinhadas, estáveis e com boa distribuição do peso corporal. Além destes objetivos, a

adequação postural buscará também o controle e prevenção de deformidades

musculoesqueléticas, a melhora do tônus postural, a prevenção de úlceras de pressão, a

facilitação das funções respiratórias e digestivas e a facilitação de cuidados.

Indivíduos cadeirantes, por passarem grande parte do dia numa mesma posição, serão os

grandes beneficiados da prescrição de sistemas especiais de assentos e encostos que levem

em consideração suas medidas, peso e flexibilidade ou alterações musculoesqueléticas

existentes.

Adequação postural diz respeito a recursos que promovam adequações em todas as posturas,

deitado, sentado e de pé portanto, as almofadas no leito ou os estabilizadores ortostáticos,

entre outros.

8-Auxílios de mobilidade:

A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, carrinhos, cadeiras de

rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro veículo ou equipamento ou estratégia

utilizada na melhoria da mobilidade pessoal. Um exemplo de estratégia seria a colocação de

pistas sensoriais facilitando a identificação do lugar, dentro de um espaço controlado como a

casa, escola ou trabalho.

9-Adaptações em veículos:

Acessórios e adaptações que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir um

automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para cadeiras de

rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo), rampas para cadeiras de

rodas, serviços de autoescola para pessoas com deficiência.

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ESCOLA INCLUSIVA:

Adaptar-se para incluir

Deficiente físico e inclusão: uma questão de direito.

Diante de tantas possibilidades e recursos tecnológicos, fica ainda mais evidente que o

deficiente motor, assim como todos os outros deficientes, pode e deve ser integrado cada vez

mais ao convívio social. Sendo que a influência familiar exerce papel imprescindível nesta

integração.

"Quanto mais integrada em sua família uma pessoa com deficiência for, mais esta família vai

tender a tratá-la de maneira natural ou "normal" deixando que, na medida de suas

possibilidades, participe e usufrua dos recursos e serviços gerais da sua comunidade;

consequentemente, mais integrada na vida social esta pessoa será. Paralelamente, quanto

mais ela estiver participando das atividades da comunidade e levando uma vida "normal"

equivalente à de outras pessoas da sua faixa etária, mais ela será vista pelos membros de sua

família como "igual aos demais". (Deficiência física, In: Cadernos da TV Escola, p. 83)

De igual modo, também a Escola tem papel importante, porque este é um dos espaços onde o

deficiente pode desenvolver seu potencial intelectual e interagir com outras pessoas em sua

faixa etária. Claro que serão necessárias adaptações, o uso de recursos especiais (tecnologias

assistivas), o conhecimento prévio da deficiência em questão... e cabe à família fazer esta

ponte, passando as informações necessárias referentes às necessidades especiais, os limites e

potencialidades deste indivíduo.

Segundo Maria Christina B. T. Maciel: "A sociedade, por sua vez, precisa aprender a conviver

com as diferenças individuais de cada um. O professor e toda a equipe escolar devem criar

uma relação de confiança com o aluno, descartando a hipótese de ele vir a ter medo ou

vergonha de não aprender imediatamente o que está sendo ensinado. Na verdade, a diferença

de ritmo pode acontecer com qualquer criança, portadora ou não de necessidades especiais.

Assim, é fundamental criar uma relação de confiança com todos os alunos.

A escola é muito importante para qualquer criança, mas é ainda mais importante para a

criança com deficiência. É na escola que a criança aprende a confiar em si mesma, percebendo

que é capaz de realizar a maioria das atividades, embora levando um pouco mais de tempo."

Embora sejam a Família e a Escola espaços ricos de convívio e aprendizagem, eles não são os

únicos. Existem muitos outros espaços onde a vida também acontece, mas a verdade é que

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ESCOLA INCLUSIVA:

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muitos deles foram feitos sem se pensar nas pessoas portadoras de deficiências, tornando-se

inacessíveis a elas. Está na hora das autoridades fazerem cumprir as leis, pois o direito de ir e

vir a todo e qualquer lugar é direito de todo cidadão, portador de deficiência ou não.

PROPOSTA DE TRABALHO 02- Texto

Após assistir o filme Turbo, produzam coletivamente um texto reflexivo sobre o papel das

relações interpessoais, entre os diferentes alunos de uma sala de aula, no desenvolvimento

em diferentes áreas: social, emocional, cognitivo...

Filme TURBO: www.turbo-ofilme.com.br/ animação, 2013 – 96 minutos, LIVRE.

Theo é um caracol de jardim que passa o dia com outros caracóis, colhendo tomates e

torcendo para não ser capturado por aves predadoras. Apesar da vida pacata, ele sonha em se

tornar extremamente veloz, como seu ídolo, o corredor campeão de Indianápolis, Guy Gagné.

A obsessão pela velocidade faz com que Theo seja ridicularizado pelos colegas. Um dia, no

entanto, ele cai acidentalmente dentro do motor de um grande carro de corrida, e um efeito

inesperado acontece em seu corpo, fazendo com que ele se torne extremamente veloz,

ganhando então o nome Turbo. O caracol encontra abrigo na casa do Tito que, surpreso com

sua velocidade, decide leva-lo à corrida de Indianápolis. Porém, depois de conhecer a

realidade do mundo, Turbo percebe que ninguém vence sozinho. Então ele decide ajudar seus

amigos a conquistar seus sonhos, antes de perseguir seu próprio sonho impossível: ganhar a

corrida Indy 500.

Proposta: o filme aborda diversos assuntos como por exemplo, o valor da amizade e a

realização dos sonhos. Poderá ser visto pelos alunos ou fazer uma dinâmica com os

professores.

OBS.: No Caderno 08 haverá outra atividade. Escolham apenas uma para realizar entre as duas

do caderno 07 e a do 08. Envie a atividade realizada para o seu tutor até o dia 10/12/2014

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ESCOLA INCLUSIVA:

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BIBLIOGRAFIA

Revista Mundo da Inclusão – A revista do educador

Publicação bimestral da Editora Minuano – SP

www.mundodainclusao.com.br

Revista IncluiЯ

Publicação bimestral da Editora Minuano – SP

www.revistaincluir.com.br

Jornal Inclusão Brasil – portal, rádio, TV – Sorocaba – SP

http://portalinclusao.com/jornal

Revista Sentidos

http://sentidos.uol.com.br/

www.saude.am.gov.br

www.entreamigos.com.br

http://inema.com.br

http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/ede/edetxt4.htm

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=19252

http://www.cedionline.com.br/artigo_ta.html

Cartilha de Tecnologia Assistiva nas Escolas – Recursos básicos-

http://www.itsbrasil.org.br/sites/itsbrasil.w20.com.br/files/Digite_o_texto/Cartilha_Tecno

logia_Assistiva_nas_escolas_-_Recursos_basicos_de_acessibilidade_socio-

digital_para_pessoal_com_deficiencia.pdf

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Equipe Escola Inclusiva

Cristiani Morais Ivane Castagnolli Jussara Misael Lúzia Alves Valéria Teixeira Vanessa Sálvaro Autoria material: Maristella Abdala Valéria Lopes Teixeira