Coninter-rodrigo - Corrigido - 08-10-13
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II CONINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades
Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013
O “NILISMO” E A ESCOLA PRIMÁRIA FLUMINENSE NA PRIMEIRA
REPÚBLICA (1900 – 1922)
RODRIGUES, RODRIGO ROSSELINI JULIO
Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF. Programa de Pós-graduação em
Políticas Sociais
Instituto Federal Fluminense – IFF. Coordenação de Ciências Humanas
RESUMO
Este trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado em andamento e apresenta uma reflexão sobre o
processo de escolarização primária no Estado do Rio de Janeiro entre os anos de 1900 e 1922,
período marcado pela hegemonia do grupo político liderado por Nilo Peçanha sobre o território
fluminense. Propomos identificar nas políticas destinadas a ―instrução pública‖ deste período, os
elementos que compõem o projeto civilizador do ―nilismo‖. Trata-se de um estudo documental
problematizando fontes oficiais, como as mensagens dos presidentes do Estado e os relatórios dos
secretários gerais, a legislação pertinente à escola primária, e também publicações diversas como
jornais, álbuns e almanaques, buscando compreender os impactos das reformas da educação
primária durante o período, desde as primeiras ações para a criação de grupos escolares na virada
do século XIX para o XX, passando pela reforma de 1911 que criou as escolas complementares, a
conversão destas em Grupos Escolares em 1915, a criação da Escola ao Ar Livre ―Wencesláo Braz‖
em Campos, atendendo aos preceitos higienistas que norteavam as idéias pedagógicas do início do
século XX, e a política de construção de prédios próprios para abrigar os Grupos Escolares no
governo Raul Veiga (1918 – 1922).
Palavras-chave: Escola primária. Primeira república. Rio de Janeiro.
A escola primária na primeira república
Entre os trabalhos que tratam da escola primária no Brasil durante a primeira
República, predominam aqueles sobre os grupos escolares, implantados à partir de 1893
inicialmente no Estado de São Paulo, como modelo de escola graduada que se disseminou
pelos Estados de maior prosperidade econômica e esteve nos planos de diversos políticos e
intelectuais que buscavam a modernização da educação pública de seus Estados (SOUZA,
2008b). Organizados a partir da reunião de várias escolas num mesmo prédio, contando
com a figura de um diretor, dividida em classes seriadas, regidas por diferentes professores
em cada série, utilizando o método simultâneo de ensino (SOUZA, 1998, p. 30-32), os
grupos escolares paulistas funcionaram como símbolos e divulgadores dos ideais
republicanos, por isso ―era preciso torna-los evidentes, exibi-los, solenizá-los‖ (SOUZA,
1998, p. 16). Os prédios escolares deveriam configurar ―Templos de Civilização‖.
No caso do Rio de Janeiro os trabalhos se concentram em estudos sobre as escolas
primárias cariocas, ou seja, da antiga Capital Federal, ou de Niterói, antiga Capital do
Estado. Deste modo, como afirma Schueler (2010),
―em que pese a riqueza dos debates e iniciativas dos governos
fluminenses no sentido de expandir a escola primária no interior do
Estado, esta não tem sido uma problemática presente nos estudos
de História da Educação. A própria memória dos grupos escolares e
das escolas primárias do período republicano permanece na
penumbra. A historiografia da educação não tem, em muitos casos,
sequer considerado relevantes as políticas de escolarização no
Estado, no que se refere à apropriação e à difusão do modelo de
escola graduada no âmbito de construção do ideário da chamada
modernidade republicana‖ (SCHUELER, 2010).
De modo geral os governos estaduais implantaram medidas de caráter liberal,
buscando a modernização da escola no novo regime, estabelecendo a laicização,
obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário, e buscando a ampliação das escolas e
matrículas. Era também uma preocupação dos governos estaduais a estrutura material das
escolas, como materiais didáticos, mobiliário, aluguel e construção de prédios adequados.
(SOUZA, 2008a).
Faria Filho e Vidal (2000), ao refletirem sobre as ―escolas monumento‖ destacam
também a sua adequação aos princípios higienistas do fim do século XIX. Salas de aula
com pé-direito alto, grandes janelas e portas e inspeções de higiene. Assim esse modelo de
agrupamento escolar contribuía para ―incutir nos alunos o apreço à educação racional e
científica, valorizando uma simbologia estética, cultural e ideológica constituída pelas luzes
da República‖ (FARIA FILHO e VIDAL, 2000).
A escola primária fluminense na primeira República
Neste trabalho será observado o período compreendido entre 1900 e 1922, marcado
pela formação e ascensão do ―nilismo‖ no governo do Estado, quando se consolidou o
modelo de escola primária predominante durante a maior parte do período conhecido por
Primeira República: as escolas isoladas e as escolas complementares que, a partir de 1916
foram convertidas em grupos escolares.
A primeira década republicana foi marcada por duas reformas na escola primária
fluminense. A primeira delas, em 1893 — mesmo ano da reforma Caetano de Campos em
São Paulo — estabelecia que a instrução primária seria gratuita, laica e obrigatória e dividia
o ensino em primário, profissional, normal e secundário. Obrigava também aos proprietários
de estabelecimentos industriais a manter escolas primárias para os seus ―menores
empregados ou filhos de empregados que não se utilisarem das escolas publicas para a sua
instrucção‖ (MENSAGEM, 1894, p. 18, apud SOUZA, 2001).
O decreto n. 588, de 25 de janeiro de 1900 tratava detalhadamente dos conteúdos a
serem ministrados por série, em todas as três modalidades, em cada uma das disciplinas, e
também regulava os tempos escolares, reservando as atividades que exigiam maior esforço
e atenção para o início das aulas, logo após o professor ter verificado ―o estado dos dentes,
orelhas, cabellos e unhas dos alumnos, fazendo observações Moraes e recommendações
uteis sobre a necessidade e a hygiene dos cuidados corporaes‖ (ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, 1901, p. 421, apud SOUZA, 2001).
Na virada do século XIX para o XX, o Estado do Rio de Janeiro ainda sofria a crise
financeira instaurada desde os anos 1880, decorrente da expansão do café para São Paulo,
agravada pela crise da mão-de-obra escrava. Em 31 de dezembro de 1897 Alberto Torres
assumia o governo fluminense. Herdeiro da tradição Saquarema, desenvolveu um
pensamento político baseado na crítica ao divórcio entre o institucionalismo político liberal e
a sociedade real, defendendo a necessidade de se compor uma nacionalidade a priori,
incorporando os elementos que compõem a diversidade geográfica, religiosa, cultural e
racial do Brasil, constituindo uma República social, baseada na organização do trabalho.
Torres defendia um pensamento agrarista, criticando o processo desenfreado de
urbanização, que prejudicava a exploração extensiva da terra, e produzia um proletariado
urbano, em suas palavras, ―maior do que deveríamos ter‖. Nesse ponto de vista, o
desenvolvimento das cidades consistiria num erro grave, que estaria invertendo a
normalidade social, fazendo com que o campo perdesse sua força (TORRES, 1914).
Marta Carvalho (2003) mostra como o republicanismo hiperdimensionou o papel da
educação na formatação de um país amorfo, na transformação de meros habitantes em
povo. A autora identifica como a elite intelectual, entusiasta da educação, identificava a
população brasileira, sobretudo a rural, como uma massa amorfa, diluída entre ―os signos da
doença, do vício, da falta de vitalidade, da degradação e da degenerescência‖, entregues à
indolência e à preguiça, ao passo que se desenvolvia uma população urbana alheia,
―resistente ao que era entendido como trabalho adequado, remunerador e salutar‖
(CARVALHO, 2003, p. 13).
Veiga (2011) ao analisar o federalismo na primeira república como um obstáculo
para a consolidação da tarefa de combater o analfabetismo e ―fazer brasileiros‖ através da
educação primária, cita a tese de Renato Lessa, que identifica um sentimento de
―antiurbanismo‖ por parte das elites brasileiras durante a primeira república, em decorrência
da alta concentração da população no meio rural, a vasta extensão territorial, mas também
uma ideia de república gestada ainda no Império, preocupada com os excessos políticos e
desordens populares. (LESSA, apud VEIGA, 2011).
Tanto a ideia de uma população amorfa e desprovida de identidade nacional,
entregue ao vício e à degradação, quanto a preocupação com a urbanização que
desvirtuaria a vocação agrícola brasileira, são centrais no pensamento de Alberto Torres
que, segundo José Murilo de Carvalho (1990), foi um dos primeiros a constatar que aquela
não se tratava da ―república de seus sonhos‖, ao concluir que ―Este Estado não é uma
nacionalidade; este país não é uma sociedade; esta gente não é um povo. Nossos homens
não são cidadãos‖ (TORRES, apud. CARVALHO, 1990, p. 33). Torres identificava no
federalismo um elemento que contribuía para a fragmentação da identidade nacional, e
defendia a atuação de um Estado pedagogo, promotor do civismo e do agrarismo como
vocação.
Estas características podem ser notadas em sua presidência no Rio de Janeiro entre
1897 e 1900 quando, apesar da crise econômica fluminense e das duras críticas da
oposição, que chegou a propor-lhe um processo de impeachment, implantou medidas
visando o desenvolvimento da agricultura e a permanência do homem no campo,
oferecendo instrução agronômica aos lavradores, ao mesmo tempo que instituiu o ensino
agrícola no currículo das escolas públicas primárias, com ―noções elementares de economia
rural e agronomia‖ (MENSAGEM, 1898, p. XI, apud SOUZA, 2011.
Em 1900 o Decreto 588, de 25 de janeiro, mantinha a divisão da escola primária em
ensino elementar, médio e superior sendo que as aulas das escolas elementares (rurais)
teriam uma hora a menos de duração, iniciando o turno à partir das 10h, permitindo que as
crianças trabalhassem na lavoura antes de ir à escola, visando combater a evasão. Ao
mesmo tempo, o Decreto 588, de 8 de fevereiro do mesmo ano, criou um grupo escolar em
Campos, dois em Niterói e um em Barra Mansa. Em sua mensagem de 1902 o presidente
Quintino Bocaiúva, diante da crise econômica, lamenta as condições precárias do ensino, e
apresenta a existência de 7 grupos escolares em todo o Estado. No ano seguinte anunciava
o fechamento de vários grupos escolares. O de Campos, por exemplo, que funcionava no
prédio do Liceu de Humanidades desde 1900, já não existia em 1904, visto que, como nos
mostra Boynard (2006), o Decreto nº 480, de 23 de janeiro de 1904, transferia uma
professora do ―extincto grupo escolar Barão de Tautphoeus‖ para a Escola Normal. Isso nos
mostra que, apesar de terem sido implantados no Rio de Janeiro em 1897, os grupos
escolares não vigoraram nos anos seguintes, devido principalmente à crise financeira.
Nos últimos anos do governo Alberto Torres, diante da crise econômica em que se
encontrava o Estado e, consequentemente a crise política, organizou-se o Partido
Republicano do Estado do Rio de Janeiro – PRRJ, para o qual migraram o presidente e
seus seguidores no momento das pressões pelo seu processo de impeachment. Entre os
partidários do presidente estava Nilo Peçanha, destacando-se por sua habilidade de
articulador político. Este partido se fortaleceu ao longo do governo de Quintino Bocaiúva,
ocupando parcela considerável dos assentos na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro – ALERJ. O Partido Republicano Fluminense - PRF tornara-se oposição.
Durante o governo de Quintino Bocaiúva houve um processo de pacificação política
e conciliação entre o PRRJ e o PRF. Esta conciliação contribuiu para a consolidação de Nilo
Peçanha no controle político do Estado, principalmente pela influência que este exercia
sobre o governo, sobretudo em decorrência de suas relações pessoais com o presidente,
seu padrinho de casamento. Segundo Marieta Ferreira (1989), ―a correspondência entre
ambos atesta a ascendência de Nilo sobre Quintino, que não tomava uma decisão
importante sem consultá-lo‖ (FERREIRA, 1989, p. 118).
Em 18 de setembro de 1903 foi aprovada uma reforma na constituição fluminense.
Partindo de Nilo Peçanha e seus colaboradores, a reforma proporcionava a centralização de
poder nas mãos do executivo estadual, sob o argumento de dinamizar a administração
pública na solução da crise financeira.
Entre as alterações mais substanciais da reforma estavam a ampliação do mandato
presidencial de 3 para 4 anos, e a fusão de algumas secretarias, visando a redução dos
gastos públicos. Com relação às administrações municipais houve uma alteração
importante: o poder executivo antes exercido pelo presidente da câmara, seria entregue a
prefeitos escolhidos pelo presidente do Estado, naqueles municípios onde o governo
estadual fosse responsável pelos serviços públicos ou fiador de empréstimos.
Enquadravam-se nesta situação os três mais importantes do estado: Petrópolis, Niterói e
Campos. Neste mesmo ano Nilo foi eleito presidente do Rio de Janeiro com maioria
esmagadora dos votos.
Nilo Peçanha implementou um plano de recuperação econômica dotado também de
um forte conteúdo político, retomando o programa de Alberto Torres, voltado para a
reorganização da estrutura fundiária e fiscal. Elevou a receita ao transferir o imposto
municipal sobre as indústrias e profissões para o Estado, e diminuiu os impostos sobre a
exportação, ao mesmo tempo implementando o imposto territorial, que forçaria a
dinamização dos latifúndios ou a sua divisão em pequenas propriedades. A crise do setor
cafeeiro, aliada à incapacidade da estrutura produtiva de atender as demandas do mercado
local de gêneros alimentícios básicos e à retração da capacidade de importá-los, despertou
não só o interesse do governo em promover uma política protecionista, como a consciência
de que cabia buscar na diversificação agrícola uma nova saída para a economia fluminense.
Tal convicção veio reforçar a crença então difundida de que o futuro econômico-financeiro
do estado do Rio de Janeiro estava atrelado ao desenvolvimento da lavoura.
Embora não tenha resolvido a estrutural crise econômica do Rio de Janeiro, Nilo
Peçanha reforçou seu poder e prestígio políticos, projetando-se inclusive na esfera federal
como um grande administrador. Em 1904 deu início às reformas administrativas com o
objetivo de sanar a crise financeira. Em relação à educação foram demitidos diversos
professores sem diploma, e transferidos para as escolas do interior muitos daqueles que, de
acordo com o presidente, sobravam nas cidades. Transferiu para o Estado a
responsabilidade sobre os aluguéis dos prédios escolares, que antes estava a cargo dos
municípios, e instituiu taxas de matrícula nas Escolas Normais, ao mesmo tempo que
tornava obrigatório cursá-las para o exercício do magistério.
Defendia um ensino menos teórico e mais prático e reivindicava ao ―legislador
flluminense voltar a sua attenção para as escolas profissionaes e agrícolas, em que
fizéssemos não um povo de letrados e de burocratas, mas uma sociedade de trabalhadores‖
(MENSAGEM, 1904, p.10, apud SOUZA, 2011).
Essas ideias vão de encontro ao pensamento de Alberto Torres e se consolidam nos
discursos nilistas dos próximos governos: o combate ao ‗bacharelismo‘ e a defesa de um
ensino prático, profissionalizante, agrícola, eficiente no propósito de manter a população no
campo, combatendo as ondas migratórias, atendendo aos princípios da política de
recuperação econômica através da diversificação das culturas e das alterações implantadas
com o imposto territorial.
Ao longo da década de 1910 o nilismo sofreu alguns golpes. O primeiro deles foi
provocado pelas medidas autonomistas do governo de Alfredo Backer (1907 – 1910), que
buscava fugir da influência de Nilo Peçanha e criar seu próprio grupo político. Através do
Decreto n. 1.603, de 27 de dezembro de 1907, já tendo rompido com o nilismo, fechou as
escolas profissionais de Campos e Petrópolis, alegando ser ―quase nulla a renda
proveniente de suas officinas‖.
Em 1911 iniciara-se o governo nilista de Oliveira Botelho. Em sua primeira
Mensagem ao legislativo lamentava o estado em que encontrou a escola pública,
―reflectindo (...) a anarchia geral da Administração‖, referindo-se ao governo Backer.
Revelava que os professores eram perseguidos e que o fechamento de muitas escolas se
devia a derrotas eleitorais ou às relações dos professores com lideranças políticas locais.
Denunciava ainda a ausência de inspeção, e de investimentos suficientes em livros e
mobiliário escolar.
Na mesma Mensagem anunciava a terceira reforma do ensino fluminense, a primeira
sob domínio nilista, promovida pelo Decreto n. 1200 de 7 de fevereiro, que regulamentava
as atividades dos professores em relação ao processo de seleção, licenças, faltas, bem
como, por exemplo, o estabelecimento de prêmios aos docentes que apresentassem
compêndios ou trabalhos didáticos escolhidos para serem adotados. Este decreto
reformulou também a inspeção escolar, e dividiu o ensino primário em apenas duas
modalidades: as escolas elementares e complementares.
As elementares eram escolas isoladas, predominantemente rurais, que previam um
número médio de 30 alunos naquelas situadas no perímetro urbano e 25 para as localizadas
em zona rural. Para a criação de uma escola complementar deveria haver a frequência
mínima de 100 alunos, e a cada 40 constituir-se-ia uma classe. Haveria um professor com
mais de 5 anos de experiência auxiliado por professores adjuntos.
O Decreto n. 1.213 de 15 de junho de 1911 estabeleceu a regulamentação do
programa para as escolas primárias, que compreendia as disciplinas de português, noções
de história pátria, aritmética, geografia, corografia do Brasil e noções de cosmografia,
instrução moral e cívica, lições de coisas, noções de higiene, caligrafia e desenho, música e
ginástica, e trabalhos de agulha e noções de economia doméstica nas escolas femininas. O
programa seria cumprido nas elementares rurais em 4 séries e nas complementares, nas
vilas e cidades, em 6 anos.
O regulamento definia ainda os conteúdos a serem trabalhados em cada disciplina,
divididos por séries, tanto nas escolas elementares quanto nas complementares. O Artigo 43
recomendava o método intuitivo e os objetivos a serem perseguidos em cada disciplina,
sempre ressaltando o aspecto prático e utilitário dos conteúdos. O ensino de história, por
exemplo, deveria valorizar ―ensinamentos uteis e exemplos dignos‖ para que o aluno
conhecesse os direitos e deveres do cidadão, além de reservar o tempo final das aulas em
vésperas de feriados para explicar a data comemorativa, afim de ―desenvolver-lhe o amor á
Pátria e o culto á memória daquelles que viveram para o engrandecimento della‖. (ESTADO
DO RIO DE JANEIRO, 1913, p. 626, apud SOUZA, 2011)
Foram criadas 26 escolas complementares em todo o Estado, difundidas entre
Niterói e as principais cidades. O presidente sugeria à ALERJ a criação de um
―aprendizado agrícola ao lado de cada escola complementar do
interior, onde os meninos, terminadas as aulas, possam aprender a
laborar a terra e familiarizar-se com o manejo dos instrumentos
agrarios, (...); e para as meninas, ensino profissional também, que
póde ser ministrado em dias determinados da semana, ou depois das
aulas, e que não consista apenas em trabalhos de agulha e sim
egualmente na pratica dos arranjos de uma casa, ensinando-se-lhes
a technica dos modernos apparelhos que permittem lavar e
engommar com perfeição, a arte culinária, a criação de aves
domesticas e tudo mais que possa contribuir para formar mulheres
laboriosas e honestas‖ (MENSAGEM, 1911, p. 22-23, apud SOUZA,
2011).
Em 1º de dezembro do mesmo ano foi criada a Lei nº. 1.059 que aprovou o decreto
1.200 de fevereiro, inserindo a obrigatoriedade do ensino de noções de agronomia nas
escolas elementares e autorizando o governo a criar estações agronômicas ―para o ensino
prático da agricultura e o manejo de instrumentos agrários, assim como pequenos postos
zootechnicos‖ nas escolas complementares. A tabela a seguir relaciona os municípios onde
foram criadas escolas complementares.
Escolas complementares por município - 1911
Nictheroy 14
Campos 3
Petropolis 2
Barra do Pirahy 1
Barra Mansa 1
Macahé 1
Rezende 1
S. Fidélis 1
Valença 1
Vassouras 1
TOTAL 26
Fonte: Mensagem presidencial de 1911.
Oliveira Botelho expandiu a subvenção às escolas particulares, julgando serem elas
mais eficientes para a ―diffusão do ensino, com reducção notável do coeficiente de
analphabetos‖. A subvenção também era justificada como um modo de amparar as escolas
particulares e de liberar o Estado de duas responsabilidades: o ―pagamento de alugueis de
prédios, no presente, e de crescentes aposentadorias no futuro‖ (MENSAGEM, 1912, p. 19,
apud SOUZA, 2011). Em 1914 35% das escolas primárias em funcionamento no Rio de
Janeiro eram subvencionadas.
Ao final de seu mandato, Oliveira Botelho se manteve fiel à política dos grandes
Estados apoiando a candidatura oficial de Venceslau Brás para a presidência da República,
enquanto Nilo adotou uma postura autonomista no processo de sucessão do Marechal
Hermes. O que provocou a cisão Nilo – Botelho, um segundo golpe no Nilismo (FERREIRA,
1989).
Em 1914 Botelho lançou a candidatura do prefeito de Niterói, Feliciano Sodré, à
presidência do Estado, contra a candidatura do próprio Nilo Peçanha. As eleições foram
conturbadas, os dois candidatos consideraram-se eleitos configurando um caso de
duplicidade, que só foi contornado com a intervenção do presidente Venceslau Brás em
favor de Nilo que, apesar de não ter apoiado sua candidatura à presidência da República,
aproximara-se do presidente logo nos primeiros momentos. Segundo Marieta Ferreira,
―quando do reconhecimento da eleição de Venceslau Brás, (...) Nilo o cumprimentara pela
vitória, manifestando confiança em sua capacidade para solucionar os problemas do país, e
desculpara-se por não ter colaborado na eleição‖ (FERREIRA, 1989, p. 199).
Em 31 de dezembro de 1914 Nilo Peçanha assumiu seu segundo mandato à frente
do executivo fluminense. Em sua primeira mensagem ao Legislativo criticava os gastos
excessivos de seu antecessor alegando ser o Rio de Janeiro ―o Estado que mais deve no
Brasil‖. Criticou duramente a política de subvenção a escolas privadas do governo anterior.
Segundo Nilo, ―o ensino subvencionado foi transformado em apparelho político e as
subvenções concedidas, com raras excepções, a indivíduos incompetentes que muitas
vezes nem residiam nos municípios para os quaes foram subvencionados‖ (MENSAGEM,
1915, p. 44). Em 1915 a Lei nº. 1.229, de 18 de janeiro suprimia a subvenção do ensino,
revisava os contratos de aluguéis dos prédios escolares e suspendia a inspeção escolar
remunerada.
Em sua Mensagem de 1916 Nilo Peçanha chamava a atenção para a necessidade
da construção de prédios escolares, pois a grande maioria era alugada e imprópria para o
ensino, sendo apenas 20 prédios próprios do Estado. Em geral os prédios alugados eram
―acanhados e escuros; falta[va]-lhes ar, luz e conforto; não raro, são desaceiados, tristes e
insalubres‖ (MENSAGEM, 1916, p. 24), impossibilitando a disciplina. Fazia-se necessária a
construção de prédios em todas as localidades ―cujas escolas [reunissem] um grande
numero de alumnos‖. Para minimizar os custos que isso implicaria para os cofres públicos, o
presidente aconselhava que a cada ano fossem erguidas entre dez e doze escolas que
deveriam ser compostas de
―um corpo principal para a direcção, vestiário, etc., e, em seguimento, um amplo barracão, dividido por septos moveis em salas que comportassem folgadamente 50 alumnos, amplamente illuminadas e arejadas, assoalhadas e cobertas de telhas francezas ou de asbestos. Um pateo para recreio e mais as necessárias installações sanitárias completariam o plano do edifício‖.
Aparentemente um projeto arquitetônico modesto, funcional, preocupado com as
diretrizes higienistas de então, mas que diferia do modelo suntuoso dos ―templos de
civilização‖ paulistas.
O presidente citava os exemplos de Miracema, onde a população construiu o prédio
para o grupo escolar, e São Gonçalo, onde o grupo fora construído pela prefeitura, como
algo que a ser seguido pelos demais municípios. Neste ano foram instalados grupos
escolares em Miracema e São Francisco de Paula (atual município de Trajano de Morais).
A partir de 1916 as escolas complementares figuram nas mensagens presidenciais
como grupos escolares, seguindo o estabelecido na Deliberação de 28 de julho de 1915 que
as converteu em grupos, mantendo suas denominações. Atendendo ao apelo de Nilo
Peçanha os governos municipais e a população, na figura de comerciantes e industriais,
colaboraram na construção de prédios. Em 1916 foi criada em Niterói a escola profissional
Visconde de Morais que, além da formação dos ―futuros operários‖, ofereceria também o
ensino primário. Foi a primeira das quatro escolas profissionais que estariam funcionando
até 1922.
Ainda no ano de 1916 foi inaugurado em Campos, no norte do Estado, um modelo
inovador de escola, atendendo aos preceitos higienistas que norteavam as ideias
pedagógicas do início do século XX. Era a Escola ao Ar Livre Wencesláo Braz.
Desde o século XIX, na esteira do iluminismo, a razão médica se consolidava como
saber científico por excelência, capaz de penetrar com mais eficiência na vida social, na
cidade e na família, através da medicina preventiva. Dessa forma os médicos passam a
interferir diretamente nos projetos urbanísticos e nos programas de ensino, definindo a
educação como instrumento fundamental na difusão de bons hábitos médico-higiênicos
(GONDRA, 2010). Nesse contexto várias medidas higienistas em relação a localização e ao
modelo arquitetônico dos prédios escolares se difundiam em novas experiências
pedagógicas, como a da ―Escola ao Ar Livre‖.
Este modelo de escola se espalhou por diversas regiões da Europa, como Holanda,
Hungria, Polônia, Dinamarca, França, Suíça , e também nos Estados Unidos no início do
século XX, assim como México, Cuba, Chile, Uruguai e Argentina, como forma de combate
à tuberculose (BENCOSTA, 2011; FARIA, 2010).
No Brasil é conhecida a experiência paulista, com o ―Parque Infantil Santo Amaro‖,
planejado por Mário de Andrade à frente do Departamento de Cultura na prefeitura de São
Paulo, ―construído dentro de um parque que ocupava um quarteirão, com pouquíssima parte
edificada, sem salas de aula, com árvores, sombra, água, ‗tanque de vadear‘, brinquedos
(FARIA, 2010; DALBIEN & DANAILOF, 2009). É também conhecida a escola ao ar livre
criada em Angra dos Reis no ano de 1919 pela professora Armanda Álvaro Alberto,
aplicando os métodos montessorianos, que se desdobraria em 1921 na Escola Regional de
Meriti (MIGNOT 1993, 2010). Tanto no caso de São Paulo quanto no de Meriti, as escolas
se destinavam às crianças pobres, filhos do operariado. No primeiro caso, havia não só a
preocupação higienista mas também em disciplinar os imigrantes italianos; e no segundo, a
escola era destinada aos filhos de pescadores.
Estudando a influência do discurso médico na organização do ensino em Minas
Gerais, Eliane V. de Carvalho (2011) mostra como a polícia sanitária mineira detalhava, em
seus relatórios de inspeção, as condições arquitetônicas dos prédios escolares, como a
altura e o formato de portas e janelas, ventilação das salas, etc., e aconselhava a instalação
de escolas ao ar livre para crianças ‗débeis‘ .
A construção da escola Wenceslao Braz em Campos fez parte de um conjunto de
obras de saneamento da cidade, que contou com ampliação e calçamento de avenidas,
ampliação e melhoramentos das redes de esgotos e de água encanada, praças e um
parque arborizado. Como comenta em sua Mensagem de 1916 o presidente Nilo Peçanha:
A cidade resentia-se da falta de um parque e por isso o Governo fez construir um na praça que se verificou ser a de maior área: a de S. Benedicto, que cobre uma superfície de cento e cincoenta metros por trezentos. Elle ficará dividido transversalmente, pela rua em frente á egreja que deu nome ou logradouro (...). Já foi iniciado na praça central do parque a construcção de um pavilhão de estylo grego, que se destina a uma escola ao ar livre (MENSAGEM, 1916, p. 31, apud SOUZA, 2011).
O prédio, sem paredes laterais, localizava-se ao centro de um grande parque
arborizado. A inauguração ocorreu num domingo, dia 5 de novembro, contando com a
presença do prefeito Luis Sobral, do governador do estado, Geraque Collet, Nilo Peçanha, e
o presidente da república Wenceslau Brás.
Vanessa Nofuentes (2006) destaca o surgimento da Liga Fluminense Contra o
Analfabetismo, também no ano 1916, em Niterói, seguindo a influência da Liga Brasileira
Contra o Analfabetismo, criada em São Paulo no ano anterior e que se espalhou por vários
Estados brasileiros. No Rio de Janeiro o objetivo era que, após seis anos, nas
comemorações do centenário da independência, os municípios fluminenses estivessem
livres do analfabetismo (NOFUENTES, 2006, p. 110). A estratégia era nomear comissões
escolares nos municípios com a intenção de criar cursos noturnos para a alfabetização de
adultos, utilizando os recursos das Caixas Escolares, dispositivo criado no governo Geraque
Collet. O governo do estado estimulava a criação das caixas nos municípios, por iniciativa
particular, constituindo fundos para o fornecimento de vestiário, alimentação e
medicamentos para os alunos pobres.
Após assumir a presidência do Estado em 1918, Raul Veiga ampliou a inspeção
escolar que deixaria de estar vinculada à Diretoria dos Negócios do Interior e Justiça para
constituir um órgão próprio, a Superintendência Geral do Ensino, formada por ―inspectores
remunerados, escolhidos no corpo de professores do Estado, e pelos Promotores Publicos e
seus adjuntos‖. Renovou o mobiliário escolar que passava a ser produzido, em parte, pela
Escola Profissional Visconde de Morais.
Segundo Alessandra Schueler (2010) ―foi no governo de Raul Veiga (...) que a
política de construção dos grupos escolares se tornava leitmotiv da ação governamental‖
(SCHUELER, 2010, p. 543). Em Niterói o antigo prédio da Escola Normal estava sendo
adaptado para abrigar um Grupo Escolar Modelo com ―jardim de infância ou escola
maternal‖ em anexo. Também seriam realizadas obras de adaptação para o funcionamento
de mais 3 grupos escolares na capital. Em Valença e Rio Bonito os prédios pertencentes ao
Estado também seriam reformados e transformados em grupos escolares. Em São Gonçalo
criaria melhores condições para o funcionamento do grupo escolar Nilo Peçanha e em
Macaé seria criado o grupo escolar Raul Veiga, num prédio estadual originalmente
construído para ser a Beneficência Portuguesa, cuja obra estava abandonada.
Anunciava ainda a construção em Petrópolis e Nova Friburgo de ―edifícios condignos
ao elevado grao de cultura d‘aquelles importantes centros fluminenses‖, para a instalação de
grupos escolares. Os prédios foram planejados pelo arquiteto Heitor de Melo, o mesmo que
projetou os monumentais prédios das câmaras municipais de Niterói e do Rio de Janeiro.
Nos distritos de Santo Antônio de Carangola e Natividade, ambos no município de
Itaperuna, também seriam construídos prédios imponentes, com arquitetura específica, para
abrigar grupos escolares . Em sua última Mensagem à Câmara, afirmava que
Dos edifícios [escolares] construídos (...), todos se podem apresentar, sem exagero, como modelos no gênero, e que hão de ficar como um attestado vivo, do grande interesse que dediquei á instrucção publica do meu Estado. Nas cidades onde estão construídos resaltam como os mais grandiosos edifícios locaes, pois com esse intuito mesmo, foram construídos, como monumentos (...)‖ (MENSAGEM, 1922, p. 34).
De fato foi a maior política de construção e adaptação de prédios próprios do Estado
a fim de abrigar grupos escolares, observando sua arquitetura imponente e transmissora do
civismo republicano. À partir do governo de Raul Veiga estavam lançadas as bases para a
expansão da escola primária que se verificou ao longo dos anos 1920, embora sem a
construção de novos prédios escolares até o fim da primeira República.
Com a vitória de Artur Bernardes sobre a campanha da ―reação republicana‖, que
defendia a candidatura oposicionista de Nilo à presidência da república, fortaleceu-se a
oposição ao nilismo no estado do Rio. Segundo Marieta Ferreira, ainda no governo Epitássio
Pessoa foi implantada uma política de desestruturação do nilismo. Foram nomeados novos
juízes ampliado o alistamento eleitoral, excluídos nomes nilistas da Comissão Verificadora
de Poderes e da Comissão de Justiça. Enquanto isso projetos aprovados na ALERJ
tornavam eletivos os cargos de prefeito.
Após essas medidas o candidato de Nilo Peçanha ao governo do Estado, Raul
Fernandes, obteve a maioria dos votos nas eleições que se realizaram em julho de 1922. Ao
mesmo tempo considerou-se eleito Feliciano Sodré, o que gerou mais um caso de
duplicidade, resolvido com a intervenção federal que nomeou o anti-nilista Aurelino Leal
como interventor, garantindo a eleição de Feliciano Sodré que assumiu o governo
fluminense em dezembro de 1923, pondo fim ao domínio nilista no Estado.
Considerações finais
É possível argumentar que, apesar de terem sido implantados no Rio de Janeiro em
1897, os grupos escolares não vigoraram nos anos seguintes, devido principalmente à crise
financeira, desaparecendo das mensagens presidenciais qualquer referência a algum
modelo de escola primária graduada até a reforma de 1911, que implementou as escolas
complementares, convertidas em grupos escolares à partir de 1916, consolidando o modelo
de escola graduada fluminense ao longo da primeira república.
Pode-se notar também que a crítica à subvenção de escolas privadas e os
movimentos para a construção de prédios próprios destinados às escolas primárias foi uma
característica marcante dos governos nilistas, sobretudo o de Raul Veiga (1918 – 1922).
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