DIVEMAG | Edição 51 | International Dive Magazine

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Turismo Fotografia Mergulho Técnico Naufrágios Cavernas Equipamentos Meio Ambiente Novidades ILHAS CAYMAN Naufrágios, recifes e muita diversão DIVEMAG International Dive Magazine www.divemag.org Feita por quem mergulha !! Edição 51 - 2016 DIVE EDITORA paixão pelo mar CARIBE TOTAL Os 15 melhores points + CAMPEONATO NACIONAL DE FOTOSUB 2016 Cobertura do evento da ABISUB em Cabo Frio

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Revista de mergulho mensal gratuita em formato PDF

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Turismo Fotografia Mergulho Técnico Naufrágios Cavernas Equipamentos Meio Ambiente Novidades

ILHAS CAYMANNaufrágios, recifes e muita diversão

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Feita por quem mergulha !!

Edição 51 - 2016DIVEEDITORA

paixão pelo mar

CARIBE TOTALOs 15 melhores points+

CAMpEONATO NACIONAL DE FOTOSuB 2016Cobertura do evento da ABISuB em Cabo Frio

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Divirta-se Informe-se Vivencie Experimente

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‘ S w o o o s h ‘by borhanmy

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Harlequin shrimp…by Randi Ang

TOp 05 MARÇO DE 2016

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Scalefin anthia (13)por Paul Flandinette

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MARÇO DE 2016

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by David Rehman

Reef Squidby Marcello Di Francesco

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Hexabranchus sanguineusby jeanmarie.gradot

MARÇO DE 2016

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DIVEMAGInternational Dive MagazineA DIVEMAG está disponível para ser visua-lizada em qualquer tablet ou smartphone com capacidade de ler arquivos em PDF, iPad, Android e outros. É simples e grátis: baixe a revista no seu device, entre no site da DIVEMAG selecione a edição e faça o donwload, assim que terminar, a revista será exibida no seu navegador e você po-derá optar por gravá-la em sua biblioteca de arquivos. Ex: iBooks ou similar depen-dendo da plataforma que você utiliza.

Agora é só aproveitar a sua edição da re-vista, colecionar ou enviar para os amigos, e o melhor: sem custo e sem limites.

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CONTEÚDO

SOCIAL

EDITOR KADU PINHEIRO

Feita por quem mergulha !!

>> Nesta edição <<

Prezados leitores, temos muitas novidades nessa edição: duas novas colunas estreiam em nossas páginas; a primeira comen-dada pelo Dr. Gabriel Ganme, que já é nosso colaborador e membro do conselho desde o príncipio da revista, e que agora vai compartilhar com vocês suas aventuras através de contos divertidos e ao mesmo tempo instrutivos.

A segunda coluna será encabeçada pelo mestre Alvanir Oli-veira o “Jornada” da NAUI que vai falar sempre sobre dicas importantes e assuntos relacionados a segurança e técnicas de mergulho.

Nessa edição temos matéria sobre as ilhas Cayman do nosso colaborador estreante Pedro Paulo Cunha, que nos conta um pouco do que é mergulhar nesse pico do Caribe.

E por falar em Caribe, Alcides Falanghe e Tatiana Zanardi se-lecionaram os 15 melhores pontos desse paraíso de ilhas, para que nossos leitores tivessem um guia completo dos melhores pontos de mergulho da região, na opinião de nossos ilustres colunistas !!

Cobertura total do primeiro campeonato nacional de fotosub, realizado pela ABISUB em Cabo Frio na semana passada !!

Quer ver primeiro? só aqui na Divemag !!!

Águas claras e boa leitura,

Kadu pinheiro>> Editor <<

13.ILHAS

CAyMAN

13 :: Ilhas Cayman >> Naufrágios e Recifes 36 :: Caribe total >> 15 melhores pontos 56 :: Aventuras do Dr. Gabriel Ganme 61 :: Meio Ambiente >> Informe Coral Vivo 64 :: Papo de mergulho com Jornada 67 :: Foto sub >> Campeonato Nacional 2016 82 :: Notícias do mercado

36.CARIBETOTAL

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PRESIDENTE: Flávio [email protected]

REDAçãO

DIRETOR DE PRODUTO E EDITOR: Kadu Pinheiro [email protected]

JORNALISTA RESPONSÁVEL:Kadu Pinheiro

Colaboraram nesta Edição: Pedro Paulo Cunha, Alcides Falanghe, Tatiana Zanardi, Fábio Freitas, Gabriel Ganme, Alvanir Oliveira, Reinaldo Alberti, Johnny

REVISãO FINAL: Carolina Fukuda

PUBLICIDADE: ALCIDES [email protected]

ATENDIMENTO AO LEITOR SAC: [email protected]

DIVEMAG é uma publicação on-line mensal e gratuita da Editora Dive Ltda.

Abril de 2016. Ar ti gos as si na dos não re pre sen tam ne ces sa ri a men te a opi ni ão da re vis ta.

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Conselho Editorial

O conselho editorial foi formado com o intuito de manter a revista alinhada com as melhores publicações de mergulho mundiais. Os membros do nosso conselho são referências junto ao mercado de mergulho, figuras publicamente conhecidas que representam nossa atividade perante a mídia e o trade.

Foto capa: Pedro Paulo Cunha

João paulo pavani Franco

Carolina Schrappe

Reinaldo Alberti

Alexandre Vasconcelos

EXPEDIENTE

ABRIL 2016

ED.51

[email protected]

ATENDIMENTO

Gabriel Ganme

Rodrigo Coluccini

Alcides Falanghe

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Mauritius Cabo Verde Austrália Tailândia Filipinas Maldivas Indonésia Wakatobi Seychelles Moçambique Mar Vermelho Micronésia Palau TahitiIlhas Fiji

O mundo é o seu destino! Consulte seu dive center.

OCEANIA

Fotos: Kadu Pinheiro

www.azulprofundo.tur.br

ÁFRICA

ASIA

CARIBE

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CAYMAN ISLANDTexto e Fotos: Pedro Paulo Cunha e Thaís Dib Frias

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No final de maio estávamos buscando um destino para uma viagem de mergulho, mas com apenas 6 dias de fé-rias, as opções foram ficando escassas. Foi aí que surgiu a ideia de irmos para as Ilhas Cayman, um destino que já foi bastante popular no Caribe mas que andou esquecido pelas operadoras nos últimos anos.

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O acesso à Cayman é relativamente fácil, via Miami e com pouca espera no aeroporto entre o voo no-turno do Brasil e um voo direto para Grand Cayman, o que torna possível até fazer um mergulho noturno no dia em que você chega e aproveitar o último dia para mergulhos em apneia ou passeios pela ilha, já que o voo da volta só sai à tarde. Nem todos os destinos do Caribe oferecem um acesso tão conve-niente e muitas vezes você acaba perdendo até 3 ou 4 dias apenas nos aviões e escalas.

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O arquipélago de Cayman é um território inglês que fica entre Cuba e Jamaica e é composto por três ilhas:

(Grand Cayman, Cayman Brac e Little Cayman), que são picos de uma cadeia de montanha submersa cobertos por corais que juntos totalizam 264 km2 de área.

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As ilhas tem um clima tropical, com uma estação chuvosa que vai de maio a outubro e um período de seca que vai de novembro a abril.

Nos dias em que estivemos por lá até enfrentamos alguma chuva, mas nada que atrapalhasse os passeios ou os mergulhos, embora o tempo estivesse nublado na maior parte dos dias.

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Cayman oferece todos os tipos de hos-pedagem – as opções vão de resorts de luxo como o Ritz Carlton a “condos” (apartamentos completos com serviço de limpeza) à beira da praia. Nesta via-gem, optamos pelo Aqua Bay Club, um condo “pé na areia” com apartamentos espaçosos e bem equipados a um cus-to relativamente baixo, principalmente se você levar em conta que pode fazer várias refeições no próprio apartamento após uma “sessão de compras” em um dos supermercados locais.

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Embora não seja essencial, é interessante alugar um car-ro. As operadoras de mergulho oferecem um serviço de vans para pegar os clientes nos hotéis, mas o carro lhe dá mais liberdade de horário, permite que você conheça atrações em terra, faça compras e tenha mais escolhas de restaurantes para jantar.

Atenção para um detalhe: por ter sido colonizada pelos ingleses, Cayman tem as mãos de direção invertidas, o que exige atenção redobrada ao volante.

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Mas o que queríamos mesmo era mergulhar e fotografar, e Cayman não nos decepcio-nou. As ilhas oferecem de tudo: de snorkeling com raias a naufrágios, de campeonatos de apneia a mergulho técnico, há operadoras e mergulhos para todos os gostos.

Nesta viagem, por só termos 4 dias inteiros para mergulhar e por não termos visitado as ilhas antes, preferimos nos manter no básico, ou seja: os mergulhos recreativos comuns.

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Nosso pacote incluía todos os mergulhos com a operadora Di-vers Down.

Os quatro dias seguiram mais ou menos a mesma programação: dois mergulhos embarcados du-rante a manhã, o primeiro em uma parede mais funda (30m a 40m por cerca de 35 minu-tos) e o segundo em um dos vá-rios pontos de corais mais rasos (10m-20m com quase uma hora de duração).

As tardes ficaram reservadas para as “atrações especiais”, como o mergulho com as raias em Stingray City e o naufrágio do USS Kittiwake.

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A água quente, cristalina – em geral com mais de 30m de visibilidade – e a ausência de correntes significativas permitem mergulhos bastante tranquilos nos paredões de corais, que começam a cerca de 20m e se estendem até centenas ou milhares de metros de profundidade.

A vida é abundante e pode-se encontrar várias espécies de peixe pequenos, raias e tartarugas. Mas o que mais impressiona nestes mergulhos é a diversi-dade de cores dos corais. Para aproveitar ao máximo estes mergulhos não se esqueça de levar uma boa lanterna e iluminação adequada caso você pre-tenda fazer vídeos.

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As paredes também estão recheadas de pequenas grutas, fendas e passagens que tornam estes mergulhos ainda mais interessantes.

O mergulho na parede do Wall Street Reef foi surpreendente, pois na subida você atravessa um “desfiladeiro” e, quando menos es-pera, “dá de cara” com o USS Kittiwake, inteirinho, como se estives-se pronto para navegar, naufragado ali a menos de 20m.

Para garantir a segurança, todos os mergulhos nas paredes são guiados por pelo menos um instrutor ou divemaster.

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O segundo mergulho de cada manhã era sempre em um ponto intermediário na navegação de vol-ta para a base em áreas de corais relativamente rasos, onde cada dupla podia fazer o mergulho da forma que quisesse, ficando estabelecida apenas a pressão de retorno para o barco (500 psi).

Estes eram os momentos para relaxar, observar a vida local e fotografar corais e peixes. O melhor destes que fizemos foi no naufrágio do Oro Verde, no Paradise Reef. Este é um navio desmantelado que está bastante raso (não mais que 16m) e que oferece boas oportunidades para fotografia.

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Duas atrações são imperdíveis para os mergulhadores em Cayman: o USS Kit-tiwake e Stingray City. Stingray City é uma pequena área no North Sound, uma grande baía fechada por recifes.

Há muitos anos navios de pesca entram nas águas abrigadas da baía por peque-na fenda nos recifes, parando logo em se-guida para jogar fora os restos de peixes que não seriam vendidos. Para as raias, isto é alimento de graça e elas agora habitam aquela região e convivem não só com os barcos de pesca mas com os diversos barcos que trazem diariamente mergulhadores para visita-las.

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Pode-se mergulhar com as raias com equipamento autônomo ou apenas de snorkel, em dois pontos diferentes. O mergulho com snorkel é em uma parte mais rasa do recife e pode ser uma alternativa caso você tenha crianças ou pessoas em seu grupo que não praticam mergulho autônomo. Nós fizemos o mergulho mais clássico, com equipamento SCUBA e demos o azar de pegar a água mais suja, esverdeada, por conta das chuvas.

Ainda assim valeu a pena – fomos instruídos a formar um semicírculo no fundo de areia, ficando de joelhos no fundo enquanto um divemaster fica no centro com uma caixa de iscas que são distribuídas para os mergulhadores para atrair as raias (neste caso “atrair” significa fazer com que elas venham comer na sua mão). Este é um mergulho bastante tranquilo e que também cria boas oportunidades para os fotógrafos. Um detalhe importante: os mergulhos em Stingray City são bastante concorridos e devem ser agendados com antecedência.

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Para nós, os melhores mergulhos da viagem foram os dois que fize-mos no naufrágio do USS Kittiwake (certamente teríamos feito outros se tivéssemos tempo). O USS Kit-tiwake foi um navio de resgate submarino da marinha america-na de 2.290 toneladas de deslo-camento e 76m de comprimento que permaneceu em serviço por quase 50 anos, entre 1946 e 1994.

Em 2008 ele foi vendido para as Ilhas Cayman para ser afundado como um recife artificial, o que acabou acontecendo em 2011 após um longo processo de lim-peza e preparação de seguran-ça, onde muitas obstruções foram removidas e algumas passagens abertas para facilitar a navega-ção dos mergulhadores.

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O Kittiwake é um excelente navio para quem está começando no mundo dos mergulhos em naufrágio, pois está relativamente raso (19m), em posição de navegação no fundo (facilitando a orientação) e permite penetrações relativamente simples e seguras.

Para os fotógrafos, ele é um verdadeiro paraíso pois a vida abundan-te, a ausência de sedimento no fundo e as diversas aberturas no cas-co fazem com que você tenha uma boa iluminação e visibilidade em todos os compartimentos.

Você pode visitar todo o navio (embora dificilmente você consiga fazer isto em um único mergulho) e alguns locais como a ponte de comando, o deck de mergulho (onde ficam as câmaras de descom-pressão para os mergulhadores) e diversos corredores são excelentes cenários para fotos.

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Como o Kittiwake está em um parque marinho, somente é possível mergulhar no local através das operadoras autori-zadas e pagando um taxa de visita.

O primeiro mergulho é sempre guiado por um instrutor mas a partir da segunda visita você já pode explorar o navio so-zinho, desde que todos os mergulhadores de cada grupo já tenham estado lá há menos de 6 meses.

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Em resumo, Cayman pode não ser um paraíso do mergulho como o Mar Vermelho ou Truk Lagoon, mas é uma viagem rela-tivamente simples e barata, para quando você não dispõe de muito tempo.

Também é um local onde você pode levar toda a família, mes-mo que eles não sejam mergulhadores, pois os hotéis e as praias tem atrações suficientes para todos se divertirem enquanto você faz dois ou três mergulhos por dia.

Se tivéssemos a oportunidade, voltaríamos à Cayman para fo-tografar e explorar outros pontos de mergulho que não tivemos tempo de conhecer nesta viagem, como os outros naufrágios e os mergulhos mais profundos (técnicos).

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INFORMAÇÕES ÚTEIS

Agência: Scuba Point TravelMoeda: Cayman Islands Dollar (KyD) (1 KyD equivale aproximadamente a 1.21 USD)Eletricidade: 110V, 60Hz com tomadas padrão americano

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BONAIRE Dá AS BOAS-VINDAS A FABIEN COuSTEAu

Internacionalmente reconhecido por produzir documentários sobre explorações nos oceanos, o neto de Jacques-yves Cousteau chega à ilha em abril para participar de atividades de conservação am-biental.

Entre os dias 07 a 13 de Abril, Bonaire terá o prazer em receber Fa-bien Cousteau. Será uma semana com muitas atividades em di-versos segmentos, entre eles, o dia da limpeza dos oceanos e da restauração de corais nos dias 9 e 10 de abril. Graças a todos esses esforços, Bonaire garante que seus preciosos recifes se permaneçam como tal, para o deleite dos mergulhadores e entusiastas marinhos que voltam ano após ano.

Fabien Cousteau, aquanauta, explorador do oceano, ambientalista e cineasta, passou seus primeiros anos de vida a bordo dos famo-sos barcos de seu avô, Calypso e Alcyone, e aprendeu a mergulhar com apenas quatro anos de idade. Hoje, Fabien continua a cumprir o legado de sua família de proteger e preservar as extensas e ame-açadas áreas dos habitats marinhos e a vida submarina. Ele é bem conhecido por seus estudos sobre tubarões. De 2000 a 2002, foi explorador da National Geographic e colaborou com o ca-nal na criação de um especial de TV que tinha como objetivo mudar o conceito do público sobre estes animais. A série foi chamada de “O ataque do tubarão misterioso”, baseada na série de ataques que ocorreram na costa de New Jersey no verão de 1916. Com a ajuda de uma grande equipe, criou um submarino chamado Troy, de 14 pés e 500 kg, que lhe permitiu mergulhar dentro do mun-do dos tubarões, providenciando aos espectadores uma visão rara destas criaturas misteriosas e muitas vezes incompreendidas. Ele de-senvolveu a ideia de um submarino em forma de tubarão baseado em uma ideia de infância: uma capa do livro francês “As aventuras de Tintin”.

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Em junho de 2014, com sua equipe de mergulhadores em-barcaram no Mission 31, a mais longa expedição científica em Aquarius, o único laboratório subaquático no mundo que fica a poucas milhas da costa da Florida a 19 metros de profundidade. A Mission 31 chegou a um novo nível de explorações oceânicas e honrou o 50º aniversário em que seu avô chegou ao fundo dos oceanos (Conshelf Two). Foi homenageado em 2015 pelo SeaKeepers Awards pelo seu esforço na Mission 31 e uma vida dedicada ao oceano.

Atualmente, está trabalhando em um documentário longa--metragem e livro que documenta as aventuras da Mission 31 e também está estabelecendo o Centro de Ensino dos Oceanos Fabien Cousteau na Florida. Este projeto ainda envolve mergulhadores, exploradores do oceano e biólo-gos marinhos através das mídias sociais e vídeos interativos.

Cousteau discursa em palestras, conferências ambientais e hídricas de âmbito regional e global, além de contar suas experiências em conferências no mundo dos negócios, in-cluindo: Google Zeitgeist, Semana da Mídia Social, SXSW, PNC, DLD, TEDx , Bloomberg, Rio+20, Carbon War Room, So-cial Innovation Summit e Fundação das Nações Unidas, en-tre outras.

Ele é frequentemente entrevistado e falou sobre explora-ção do oceano, conservação e iniciativas ambientais para grandes veículos ao redor do mundo. A semana da visita do neto de Cousteau será cheia de atividades. Faça parte você também desta oportunidade única de participar de seminários e projetos de conservação, que trarão o legado do mestre dos mares a Bonaire. (www.fabiencousteau.org) Apenas 60 milhas da costa da Venezuela, Bonaire é o pa-raíso dos mergulhadores avançados e amadores. A ilha é acessível saindo da Europa, América Latina, América do Norte e Caribe.

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NEWS | BONAIRE | BOAS-VINDAS A FABIEN COuSTEAu

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pontos de mergulho de Tobago.

Fotos: Kadu Pinheiro

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15 pONTOS DE MERGuLHO IMpERDíVEIS NO CARIBE, pELO pROJETO OCEANO VIVO. Texto e fotos: Alcides falanghe e Tatiana Zanardi

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1. ARuBA - NAuFRáGIO ANTILAAruba é famosa por seus naufrágios, principalmente por causa do Antila que é considerado um dos maiores e mais bonitos do Caribe. A história deste naufrágio é tão interessante quanto o mergulho entre suas ferragens re-torcidas. Em 12 de abril de 1940, sua tripulação ficou confinada no navio pelas autoridades locais devido a ameaça de guerra na Europa.

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No dia 10 de maio, a Alemanha invadiu a a Holanda e o governo holandês ordenou que todos os navios mer-cantes alemães que estivessem nas Antilhas Holandesas fossem confiscados e a tripulação presa. Para não deixar que o navio caísse na mão dos aliados, a tripulação inundou a casa de máquinas fazendo as caldeiras explodirem, e atearam fogo no navio que em pouco tempo foi ao fundo em frente a Malmok Beach no norte da ilha a uma profundidade de 24 metros, mas o naufrágio é tão grande que quase aflora a superfície.

Dicas de operadoras de mergulho:Jads – www.jadsaruba.com

Happy Divers Aruba – www.happydiversaruba.com

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CARIBE TOTAL | 15 pONTOS IMpERDíVEIS | pOR: ALCIDES FALANGHE E TATIANA zANARDI

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2. BAHAMAS - BIMINI SANDS, COM O GRANDE TuBARãO MARTELO DE BIMINIDe janeiro a março é a temporada dos grandes tubarões-martelos, que passam a maior parte de suas vidas solitários e se agregam em alguns lugares específicos como em Bimini.

Os mergulhos com os martelos são sempre a tarde, porque de manhã eles não aparecem. O tempo de viagem da marina até o local onde os martelos se concentram não leva mais de 10 minutos, é praticamente em frente ao Bimini Sands Resort & Marina. Neste lugar a visibilidade é estupenda, a profundidade é de cinco metros e o fundo é de areia grossa e muito branca. Para atraí-los, é colocada a meia-água uma caixa de alumínio perfurada cheia de carcaças de peixes. No primeiro dia esperamos cerca de 40 minutos antes do primeiro aparecer.

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CARIBE TOTAL | 15 pONTOS IMpERDíVEIS | pOR: ALCIDES FALANGHE E TATIANA zANARDI

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CARIBE TOTAL | 15 pONTOS IMpERDíVEIS | pOR: ALCIDES FALANGHE E TATIANA zANARDI

Descemos e nos posicionamos ajoelhados na areia alinhados ao lado de um pequeno naufrágio. O Neal Watson Jr, proprietário da operadora de mergulho Bimini Scuba Center, retirou algumas iscas da caixa e as espalhou na areia. Não demorou muito para uma fêmea imponente, magnífica e nada tímida, de cerca de 2,5 a 3 metros de comprimento aparecer, passar rente a nós, fazer uma curva fechada e pegar uma das iscas poucos centímetros a nossa frente.

Foi só o início do show, dominou o palco por quase uma hora, dando rasante em nossas cabeças e nos encarando de perto, quase que agra-decendo os petiscos que oferecíamos. Fora da época dos tubarões--martelos, Bimini também é espetáculo, possiblitando mergulhos com raias-manteigas, tubarões-caribenhos-de recife, golfinhos pintados sel-vagens, naufrágios e até mesmo e uma misteriosa estrada submersa, que dizem ser vestigio de Atlântida,

Dica de operadora de mergulho: Neal Watson’s Bimini Scuba Centerwww.biminiscubacenter.com

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3. BAHAMAS - DOG ROCK WALL, ExuMA CAYSO Dog Rock Wall é um dos trechos mais bonitos do imenso abismo submerso ao largo das Exu-mas Cays, um arquipélago com mais de 300 ilhas baixas, ilhotas, bancos de areia e recifes de corais, a sudeste de Nassau, a capital do país. Descemos direto para os quarenta me-tros, onde o cume de um pico submerso sobe direto das profundezas bem ao lado do abis-mo. Lá encontramos uma gigantesca e raríssi-ma árvore de coral-negro.

Subimos por um canyon, passando por um túnel onde há uma clarabóia no teto, que lembra uma capela submersa decorada por esponjas orelha-de-elefante laranjas. Um car-dume de xaréus está atacando uma nuvem de alevinos e causando o maior rebuliço. Um mergulho seria pouco para este lugar, por isto vale a pena fazer dois ou mais exatamente neste ponto.

Dica de operadora de mergulho: Liveaboard Aquacatwww.aquacatcruises.com

CARIBE TOTAL | 15 pONTOS IMpERDíVEIS | pOR: ALCIDES FALANGHE E TATIANA zANARDI

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4. BAHAMAS – SHARK WALL, NASSAuShark Wall, um dos famosos pontos para alimentação de tubarões. No início do mergulho nada-se livremente com eles ao longo de um belíssimo abismo sub-merso, para depois assistir a alimenta-ção ajoelhado no fundo de areia bran-ca a 15 metros de profundidade, em um local conhecido como “The Arena”.

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Nestes mergulhos encontros com tuba-rões-caribenhos-de-recife são gararanti-dos. Não só com um ou dois, mas com dezenas deles, uma vez que eles estão acostumados a serem alimentados nes-tes lugar. Assim no primeiro mergulho, a interação com os tubarões é mais natu-ral, enquanto que no segundo mergulho é a hora do show. Os mergulhadores des-cem primeiro e se posicionam em circu-lo no fundo, depois desce o alimentador vestido com roupa de malha de aço, ca-pacete, um arpão e uma caixa fechada de aluminio onde estão os pedaços de peixes que serão servidos um a um espe-tados no arpão na boca do tubarões. As-sim que o alimentador cai na água, de-zenas de tubarões nadam em direção na direção dele e o seguem até o centro do circulo formado pelos mergulhadores.

O alimentador chega a sumir entre os tubarões que se aglomeram ao redor da caixa das iscas. Para abri-la ele tem que afastar os tubarões, espetar o peixe e estender o arpão para longe de seu corpo para que um tubarão venha abocanhá-la. Isto repete-se durante todo mergulho, cada vez próximo a um dos mergulhadores que está no circulo, que é fotografado e filmado pelo pessoal da operadora.

A regra é permanecer na sua posição no circulo com os braços junto ao corpo para que suas mão não sejam confundidas com a isca. Isto acontece, no minimo uma vez por dia, pode chegar a quatro, durante praticamente todo o ano há mais de duas décadas. O número de incidentes é minimo e aci-dentes são praticamente inexistentes. Ou seja mergulhar com tubarões é estaticamente mais seguro do que atravessar uma avenida em São Paulo.

Dica de operadora

de mergulho:

StuartCove www.stuartcove.com

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5. BAHAMAS – GREAT CuT, SAN SALVADORA visibilidade é estupenda. Uma das melhores que pegamos até agora nestes cinco anos que estamos velejando pelo Caribe. Ultrapassa fácil os 60 metros na horizontal. Para baixo, os faixos de luz riscam o azul quase roxo e se perdem nas profundezas de um impressionante abismo submerso. Uma saliência avança em direção ao mar aberto, absurdamente decorada por corais de todas as cores e formas, além de esponjas imen-sas. Neste ponto há dois tuneis que conectam os dois lados do paredão, um aos 25 e outro aos 32 metros de profundidade. Entramos pelo mais fundo e voltamos pelo outro. Tubarões-caribenhos-de-recife patrulham o abismo e curiosos se aproximam dos mergu-lhadores sem o menor receio. Um deles se irrita com o som agudo que meu flash faz ao carregar e avança sobre ele. Nada grave, apenas uma pancada.

Vamos subindo devagar em um mergulho multi-nível obedecendo os limites para cada profundidade indicado pelos nossos computadores, quando vemos ao longe a silhue-ta de um grande tubarão-martelo se aproximando. Paramos e ficamos esperando que chegasse mais perto, mas ao notar nossa presença deu meia volta e sumiu no azul não dando a menor chance de ser fotografado. Poucos minutos depois, outro vulto vem ao encontro se tornando cada vez mais nítido. Desta vez é uma grande raia-manta que passa mais perto, mas totalmente indiferente a nossa presença segue viagem sem inte-ragir com os mergulhadores. Terminamos o mergulho brincando com as garoupas-de--nassau que nos seguiram o mergulho todo como cachorros de estimação. Na parada de segurança somos cercados por um grande cardume de xaréus e por barracudas que descansam sob a sombra do barco. Tudo em um único mergulho!

Dica de operadora de mergulho:

Seafari em Club Med Columbus Island – www.clubmed.com

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6. BONAIRE - SALT pIERAs colunas que sustentam o pier e os peixes que vivem entre elas são as grandes atrações deste mergulho. Barracudas, tarpões e cardumes de xaréus estão sempre ao redor. Esponjas em forma de cesta e árvores de corais-moles decoram as colunas. A luz do sol entrando através dos pilares cria um lindo visual para fotos grande-angulares. O mergulho noturno neste local também é excelente. Recomenda-se o mergulho com guia neste local, além de checar previamente a chegada de navios no pier.

Dicas de resorts de mergulho:

Bonaire Ocean Front Apartments – www.sunrentalsbonaire.comEden Beach Resort – www.edenbeach.comHarbour Village Marina & Resort – www.harbourvillage.comPlaza Resort – www.plazaresortbonaire.com

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7. CuRAÇAO – NAuFRáGIO SupERIOR pRODuCER O naufrágio do Superior Producer, um cargueiro que está praticamente intacto a 30 me-tros de profundidade em posição de navegação e recoberto por imensas esponjas tu-bulares é obrigatório. Vale a pena tanto o mergulho durante o dia como um noturno. É possivel explorar o naufrágio também por dentro, onde mora diversas espécies de peixe. Á noite o coral sol se abre e recobre de amarelo todo o navio, garantindo fotos espetacu-lares. Lagostas e polvos são frequentemente encontrados ao seu redor. Recomendamos ir até com uma operadora, pois é necessário prestar atenção a correnteza, e o ponto de descida não está bem demarcado. Deve-se tomar cuidado também com os navios que chegam no porto próximo ao naufrágio, o que neste caso impossibilita o mergulho.

Dicas de operadoras de mergulho: Goby Divers – www.goby-divers.comOcean Encounters – www.oceanencounters.com

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8. DOMINICA - SWISS CHEESEUm dos mergulhos mais famosos da Dominica é o Swiss Cheese, também conhecido como Scott’s Head Pin-nacle. A imersão começa em uma grande formação rochosa, o Swiss Cheese propriamente dito: um gran-de túnel repleto de peixes-soldados e corcorócas, que termina em um ro-chedo plano incrustado por corais e esponjas.

Chega-se então no pináculo, que se eleva até os dez metros de profundi-dade e forma uma passagem estrei-ta para o outro lado do recife, onde há um abismo que cai para dentro de uma cratera vulcânica com mais de 40 metros de fundo.

Esta parede é totalmente coberta por árvores de corais e gorgônias multi-coloridas. Vale lembrar que um grupo de baleias cachalote reside ao redor da Dominica e embora não seja possivel mergulhar com elas sem ter uma permisão do governo da ilha, avistá-las do barco já é um presente e tanto.

Dica de operadora de mergulho: Anchorage Hotel & Dive Centerwww.anchoragehotel.dm

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9. Grenada - Naufrágio Bianca CO ponto de mergulho mais famoso de Grenada certamente é o Bianca C, um imenso navio de cruzeiro com 180 metros de comprimento. É o maior naufrágio do Caribe e sua história é muito interessante. Foi construído no sul da França e foi para água em 1941 com o nome de Marechal Petain. Como ainda não estava pronto foi rebocado até um porto perto de Marselha onde foi torpedeado pelos alemães indo a pique. Foi içado, reformado como um navio de cruzeiro e entrou em serviço em 1949 com o nome de La Marseillai-se . Em 1957 foi vendido para Arosa Line Sky e rebatizado como Arosa Sky. Dois anos mais tarde foi vendido para a companhia italiana Linea C, refor-mado novamente e passou a navegar como Bianca C, nome de uma das filhas do proprietário. Na manhã do dia 22 de outubro de 1961, depois de uma travessia de 10 dias desde Nápoles, o navio estava atracado no porto de St.George quando ocorreu uma explosão na casa de máquinas.

Um tripulante morreu na hora e outros 8 ficaram feridos. Os 700 passageiros que havia a bordo abandonaram o navio antes que o incêndio se alastras-se e se abrigaram em um acampamento improvisado que foi armado na capital. Como na ilha não havia equipamento adequado para apagar o fogo, foi preciso esperar dois dias por um navio que veio de Porto Rico para debelar o incêndio. Quando o socorro chegou o navio estava prestes a ir a pique e poderia bloquear o porto. O que restou fazer foi rebocá-lo ainda em chamas para alto mar. Quando estava ao largo da praia de Grand Anse, pegou uma tempestade que rompeu os cabos de reboque e o levou ao fun-do ficando emborcado por boreste entre os 34 e 54 metros de profundidade.

Depois de 50 anos, o navio está começando a desmantelar e fazer penetra-ções é bastante perigoso. O mergulho turístico é feito com ar sobre o deck su-perior que está entre 34 e 40 metros de profundidade. O naufrágio é imenso, mas é possível percorrê-lo da popa até a proa, passando pela piscina e pela casa do guincho da âncora em um único mergulho com cilindro simples. Para parar e observar os detalhes e explorá-lo mais profundamente o ideal é mergulhar de rebreather ou com cilindros duplos com Trimix. Apesar do navio estar bem queimado, há muitas árvores de corais sobre suas estruturas e é freqüente a avistagem de raias-chitas e cardumes de xaréus e barracudas passando sobre o naufrágio. Só um mergulho é muito pouco por aqui.

Dica de operadora de mergulho: Aquanauts Grenada - www.aquanautsgrenada.com

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10. GuADALOupE - COuSTEAu NATIONAL pARK Quase colada a ilha de Gualoupe está Pigeon Is-land, onde fica o Cousteau National Park. Passa-mos dois dias mergulhando por lá. Sem dúvida um dos melhores mergulhos das ilhas do leste do Cari-be, com muita vida marinha no local, corais muito bem preservados e muitos cardumes de peixes pe-lágicos na área do parque. Um lugar muito apro-priado para homenagear Jacques Cousteau com uma estátua no fundo do mar.

Como em todas as ilhas francesas, os centros de mergulho são obrigados por lei a utilizarem cilindros de aço. A maioria das operadoras trabalha com lanchas pequenas ou botes infláveis que levam no máximo 10 pessoas e cada um carrega seu pró-prio cilindro a bordo. Lembra muito as saídas dos antigos clubes de mergulho com todo mundo se ajudando para tornar a operação possível.

Dica de operadora de mergulho: Atlantis Formation Plongéwww.atlantisformation-guadaloupe.com

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11. ILHAS VIRGENS BRITâNICAS - NAuFRáGIO RMS RHONEUm navio de propulsão mista – vela e vapor - que naufragou em 1867 ao colidir com o costão rochoso da ilha, quando tentava escapar de um furacão. O contato da água com as caldeiras causou uma grande explosão e o partiu em dois. A área do naufrágio é bem extensa, mas é possível em um úni-co mergulho conhecê-lo por inteiro, mas o ideal é pelo me-nos dois. O primeiro explorando a proa e o segundo a popa.

A proa está ainda está praticamente intacta a 24 metros de profundidade, deitada sobre o costado de boreste ain-da com um dos mastros. É possível penetrar em seus com-partimentos ziguezagueando até o porão, onde se abre um grande túnel com acesso ao mar aberto. Aqui foi filmado na década de 70 algumas cenas do filme “The Deep”, escrito por Peter Blenchey, o mesmo de autor de “Tubarão” e estre-lado por Jacqueline Bisset.

Além de uma sensual camiseta branca molhada, ela usou pela primeira vez uma máscara de silicone transparente, es-pecialmente desenvolvida para o filme e depois lançada no mercado. A sessão da proa está completamente incrusta-da por esponjas e corais. Basta ligar a lanterna para o navio ganhar um colorido espetacular. Tartarugas, lagostas, cardu-mes de alevinos e uma infinidade de peixes tropicais com-pletam o visual.

O hélice e o leme estão na parte mais rasa, quase atingindo a superfície e descendo até os 12 metros. Em um platô mais profundo encontra-se parte do casario, o segundo mastro, as caldeiras e um grande eixo. Os costados estão abertos e caídos na areia, neles há várias vigias, algumas delas com o vidro ainda intacto. Grandes barracudas estão sempre pre-sentes, assim como raias-chitas, cardumes de xaréus e atuns.

Dica de liveaboard de mergulho: Cuan Law – www.bvidiving.com

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12. MARTINICA - DIAMOND ROCKDiamond Rock, o melhor ponto de mergulho da Martinica é tam-bém um famoso marco histórico da ilha. Durante a guerra contra Napoleão Bonaparte, a Inglaterra tomou o rochedo e o comissio-nou como se fosse um navio com homens e canhões e a batizou de H.M.S. Diamond Rock. Durante dois anos os ingleses importuna-ram os navios franceses que chegavam pelo sul da ilha. Napoleão estava furioso com a incompetência de sua marinha que não con-seguia desalojar os ingleses, ainda mais sendo a Martinica o local de nascimento da sua esposa Josefina. Ordenou que o Almirante Villeneuve libertasse a rocha de qualquer jeito. Ele conseguiu furar o bloqueio naval inglês e conseguiu cumprir sua missão graças a contra-espionagem francesa, que fez chegar ao Almirante Nelson da marinha britânica, a informação que Villeneuve abasteceria seus navios na ilha Trinidad antes de atacar o rochedo. Os ingleses posicionaram sua frota nesta ilha, mas os franceses foram direto para a Martinica e supreenderam a tropa do navio-rochedo.

Mergulhamos em La Faille, que é uma grande fenda que permite a passagem de um lado para o outro deste rochedo. A visibilida-de é excelente, ultrapassa os 40 metros. Antes de chegar na falha, propriamente dita, passamos por uma plataforma onde as rochas formam grutas e túneis. Tudo muito colorido, com crinóides ama-relos, anêmonas enormes, gorgônias, esponjas e várias espécies de invertebrados e de peixes tropicais. Só este visual já valeria o mergulho, mas quando se chega a fenda percebesse que o lugar é realmente especial. É como entrar em uma grande catedral, ilu-minada por um forte azul riscado por uma belíssima cortina de luz. Uma grande tartaruga se alimenta em uma das paredes e nem liga para a nossa presença. Filmamos e a fotografamos a vontade. Sem dúvida, um dos melhores mergulhos que fizemos até agora. Voltamos para o barco admirando o reflexo da parte emersa da rocha na superfície, que mais parece um enorme queijo suiço.Dica de operadora de mergulho:

Acqua Sud – www.acquasud.com Marin Plongé – www.marinplonge.com

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13. SABA – pINNACLESOs pontos mais famosos e radicais da ilha de Saba ficam ao redor dos Pinnacles. Uma montanha submersa que sobe de mais de 300 metros até os 24 metros de profundidade a cerca de meia milha ao largo de Saba. Nesta area fica o Third En-counter, um platô a cerca de 30 metros de profundidade que despenca verticalmen-te para o fundo.

O paredão é salpicado pelo forte laran-ja das esponjas orelha-de-elefante. Entre elas, grandes gorgônias e árvores de corais de moles imensas. Garoupas-de-nassau e badejos em estações de limpeza são fá-ceis de fotografar neste local. Outro lugar muito bonito na area dos Pinnacles é Twi-light Zone. Uma série de picos se formam no topo do abismo.

A visibilidade é fantástica, assim como a quantidade de seres marinhos que habi-tam este local.

Dica de operadora de mergulho: Seasaba – www.seasaba.com

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14. TuRKS E CAICOS, GRAND TuRK – MCDONALD’SO mergulho em Grand Turk é impressionante pelo paredão que cir-cunda o lado oeste da ilha, que cai dos 15 metros de profundidade para quase 2 km! A água é tão clara e limpa que é preciso ficar mui-to atento para controlar sua profundidade e não ir pro fundo.

Entre janeiro e março ainda existe a possibilidade de encontrar uma baleia jubarte curiosa durante o mergulho. Elas vem para as águas rasas do banco próximo a Salt Cay para acasalar, dar a luz e ama-mentar os filhotes. Aqui é possível nadar com elas, se elas estiverem a fim de companhia.

Destacamos o ponto McDonald’s, que ganhou este nome por pos-suir um enorme arco que lembra o “M” da marca. Passamos no meio desse arco e flutuamos sobre quase 2.000 metros de profundidade. A visibidade da água é incrível, e o azul impressionante. Corais muito bem preservados, esponjas e gorgônias decoram o paredão, que de tão vertical chega a dar vertigem. Ao sair da água nos olhamos embasbacados de ter descoberto um dos melhores lugares para mergulhar no Caribe, que é tão pouco divulgado.

Dica de operadora de mergulho: Bohio Dive Resort – www.bohioresort.com

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15. Turks e Caicos, providenciales – Northwest pointNorthwest Point é outra parede de tirar o folego, onde fazemos dois verdadeiros vôos submarinos. O que não falta são barracudas, as menores em cardumes e algu-mas enormes descansando debaixo do barco durante as paradas de segurança.

No fundo, os corais ainda guardam a exuberância que existiu nas outras ilhas caribenhas há menos de uma dé-cada e que hoje cada vez mais deteriorados em função do aquecimento global e outros problemas ambientais causados por nós humanos.

Tubarões patrulham a parede e não precisam ser ali-mentados para se aproximar dos mergulhadores. O azul photoshop das águas de Provo nos fascinam, e é difícil resistir ao chamado do fundo. Considerando que o fun-do pode estar a 2km de profundidade, é bom controlar a flutuabilidade e a profundidade para voltar para a su-perfície são e salvo.

Dica de operadora de mergulho: Seafari Club Med Turquoise - www.clubmed.com

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SOBRE O pROJETO OCEANO VIVOAlcides Falanghe é capitão Amador, velejador, instrutor NAUI de mergulho autônomo e fotografia submarina, foi diretor de revistas de mergulho por quase 20 anos e foi pioneiro a frente da primeira operadora de turismo subaquático no Brasil.

Tatiana Zanardi é capitã amadora, velejadora, mergulhadora desde 1995, rescue diver NAUI, videografa submarina 3D, chef de cozinha e trabalhou por 20 anos com tecnologia e marke-ting em grandes editoras.

Mudaram para o catamaran Voyage de 43 pés Ocean Eyes em 2011 e desde então estão velejando, mergulhando e fa-zendo yacht charters pelo Caribe.

O projeto Oceano Vivo consiste na descoberta, documen-tação e divulgação de projetos sustentáveis e de pontos de mergulho ao redor do mundo. Faz parte da comunidade NAUI Green Diver e estimula mergulhadores a participarem da NAUI Green Diver Initiative. Tem o apoio da Cressi Sub, DAN e NAUI.

Quer velejar e mergulhar com eles no catamarã Ocean Eyes? Saiba como em: www.oceaneyesexperience.com

Diário de bordo no blog: www.oceanovivo.net.br

E nas redes sociais:www.facebook.com/projetooceanovivowww.instagram.com/blogoceanovivo

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O TuBARãO MARRENTO NO CRuzEIRO DAS ESTRELASDurante muitos anos, representei um barco liveaboard nas Ilhas Galápagos, o que me deu a oportunidade de fazer mais de 30 viagens para o arquipélago, sempre com lembranças incríveis. Curiosamente, em uma das viagens onde tive uma quantidade menor de encontros com a incrível fauna local, tive também uma das expe-riências mais interessantes, e talvez a mais assustadora.

A viagem ocorreu em março de 2010, no que foi chamado o ”Cruzeiro das Estrelas”, no bom sentido, pois eu tinha montado uma fam trip para apresentar o barco, e foram convidadas diversas feras do mergulho. Podemos mencionar os cinegrafistas e produtores, feras das produções sobre natureza Cristian Dimitrius e Lawrence Wah-ba, os excelentes fotógrafos profissionais Marcelo Krause e Kadu Pinheiro, a fotógrafa amadora, mas também fera Noeli Lara Ribeiro, o biólogo marinho Marcelo Szpilman, o instrutor de mergulho técnico João “Jony”Paulo Pavani Franco, a campeã e fera da apnéia Carol Schrappe e outras personalidades do mergulho esportivo.

Com grupo tão seleto, fizemos inicialmente um tour em Quito, e o ponto alto era a trilha básica do vulcão Coto-paxi, que apresenta um visual fantástico, com neve eterna no pico. O problema é que tudo começa aos 4000 metros de altitude, no “parqueadero”, onde estacionamos o ônibus e começamos a trilha. Aí a altitude já dá

o ar da graça, e algumas pessoas, sem tempo de adaptação, tendo ficado apenas 1 dia inteiro e uma noite nos 3000 metros de Quito, não se sentem bem.

Cristian Dimitrius desceu todo o equipamento de vídeo profissional, com tripé pesadíssimo, backpacks, câmaras, e ficou no estacionamento mesmo, pois começou a se sentir mal. Conheço o Cristian desde 1987, onde foi meu aluno de curso de instrutor PADI, sempre per-fecionista e bastante compenetrado. Por isto, decidiu fazer as imagens da base mesmo. Curioso, pois Cristian é um cara que sempre cuidou da forma física, e não se pode dizer que estava mal condicionado. Mais à frente mencionarei algo mais à respeito do Mal da Montanha.

Começamos a trilha, e o treinamento e excelente condicionamento da Carol Schrappe falaram mais alto, e ela chegou ao refúgio, nos 4500 metros, bem antes do resto do grupo, acompanhada da instrutora de mergulho da Mar a Mar de Belo Horizonte, Carolina Pessa-nha Loque. Cheguei uns 15 minutos depois, com os demais sobreviventes, e tomamos um belo chocolate quente, alías nem tão belo, mas dado o “imenso percurso”, de pouco mais de 500 metros, a bebida ficou saborosa. A altitude demanda muito do corpo, um assunto que estudo bastante na Medicina de Expedições.

Tiramos aquela foto típica de grupo, passeamos um pouco lá perto do refúgio, e fizemos a descida para almoçar num restaurante com uma vista incrível do vulcão.

Bom, depois de uma noite de descanso complicado, pois o sono é prejudicado nos primeiros dias na altitude, acordamos e fomos para o aeroporto de Quito, com destino à cidade de San Cristobal, numa das principais ilhas populadas do arquipélago.

As Aventuras doDr. Gabriel Ganme

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Usarei este texto para descrever apenas um pouco do roteiro, me limitando mais à fatos relevantes, e ligados ao nosso personagem principal, o tubarão lombo-preto (silky shark), de nome científico Carcharhinus falciformis, devido às suas nadadeiras em forma de foice.

Depois de um primeiro dia de check dives, e passeios em terra, partimos para a Ilha Wolf, onde o ponto alto é o mergulho com cardumes de tubarões-martelo, raias-chita, e muitos cardumes de peixes. O problema é que os mesmos estavam em águas mais fundas, na faixa de 30 metros. E depois do terceiro mergulho do dia, apesar de ser bastante conser-vador com os limites, passei a ter uma dor persistente no ombro esquerdo, e depois de um tempo decidi conversar com um dos divemasters, desconfiado que pudesse estar com um início de doença descompressiva. Com muita experiência prática e pouca experiência médica, o Nicolas tentou me convencer que a dor era causada pela minha mania de subir no bote inflável me puxando pelos braços, estilo “rambo”, ao invés de usar a escada. Não me dei por satisfeito, e pedi a unidade de oxigênio, que respirei por mais de uma hora, sem qualquer mudança do quadro, o que não costuma ser a evolução comum de uma DD. Então, tomei um analgésico e os sintomas sumiram completamente, o que corroborou o diagnóstico prático do Nico, e a partir daí, com a perda de um mergulho e nada mais (saiu barato), passei a usar a escada nos mergulhos subsequentes, e a pensar numa dieta.

No dia seguinte mergulhamos em Darwin, na minha opinião o melhor ponto de mergulho do mundo. Na época certa é comum encotrarmos tubarões –baleia desfilando numa área chamada “anfiteatro”, além de cardumes de tubarão-martelo, golfinhos, cardumes de peixes, afinal tem muuuuita coisa. Nesta semana, Darwin estava quase morto. Não haviam tubarões-baleia, haviam poucos martelos, e os únicos tubarões que nos visitavam eram os silky-sharks, na parada de segurança.

Com até dois metros, os tubarões lombo-preto levam à histórias e histórias de divemasters nas Galápagos, pois tem o hábito de ficar circundando os mergulhadores nas paradas de segurança, e com um hábito desagradável: você olha para o bicho, ele se afasta, você tira o olho, ele vem, mexendo com a sua cabeça.

Bom, debaixo do Deep Blue, o barco que nos conduziu no cruzeiro, com seus confortáveis cento e poucos pés, sempre haviam alguns lombo-preto, que ficavam esperando os restos da cozinha e tudo o mais que caísse do barco.

Numa dessas o grupo todo decidiu fazer um mergulho por alí mesmo, orientados pelo Nico a não pularmos do barco, mas sim sair de barco inflável, cair bem antes, e vir na direção dos mesmos com a corrente. Aí o Cristian me deu uma ideia meio sádica, pois acho que ele estava querendo se “livrar de mim”. Sugeriu que caíssemos com um filé de peixe no bolso do colete equilibrador, para que fizéssemos melhores imagens. Eu caí, e já levei umas “cacetadas de uns tubarões, na região do bolso. Rapidamente me livrei do filé e segui meu mergulho, que devido à forte correnteza, não durou muito.

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Bom, terminamos o dia e continuamos em Darwin, onde no pri-meiro mergulho, bem cedinho, não havia vida nenhuma. Estava um marasmo. Ai chamei o Jony, com quem eu estava de dupla, apontei para subirmos e na superfície falei que aproveitássemos o ar do cilindro e fóssemos só nois dois mergulhar com o os “mar-rentos” tubarões lombo-preto.

Amigo de muitos anos, formei o Jony instrutor no começo dos anos noventa, quando ele era basicamente um garoto, e muitos anos me acompanhando o Jony se tornou instrutor de mergulho técni-co e cavernas, sendo um expoente na modalidade. Um tipo sério no trabalho, brincalhão nas horas que dá, como eu precisando queimar uma gordurinha extra, o Jony não entendia muito de tu-barões, e aceitou de pronto a roubada.

O rapaz do barco inflável recolheu a gente, levou para o Deep Blue e até propôs nos levar para saltarmos antes do barco. Falei que era besteira, que ele fosse esperar os outros mergulhadores, e decidi pular do Deep Blue.

Bom, precisamos de detalhes. Primeiro passo, fui para a área de entrada, esperei que os “marrentos”se afastassem, me preparei e, pronto, comecei meu passo de gigante, “um pequeno passo para o homem, um grande passo para a boca dos tubarões”. Lembro da cena em slow-motion, assim que o primeiro pé saiu do barco, os “marrentos já começaram a se virar na minha direção”e só deu para pensar, huuum, tarde demais, já perdi o equilíbrio, vou cair mesmo.

O metro e meio de altura desta entrada me permitiu por a caixa--estanque da câmara fotográfica na frente do corpo, mas assim que entrei na água foi uma troca de cacetadas com os tubarões, e um deles chegou a rachar o frame da minha máscara. Bom, os tubarões decidiram, o que quase sempre é fato, que eu não era palatável e se afastaram, e eu tambem.

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E aí vi o Jony, pálido que nem um defunto, pronto para en-trar. Enquanto eu tentava falar para ele que não era uma boa ideia, Jony se encheu de lastros, voltou, e saltou, indo parar diretamente nos 20 metros de profundidade, onde os “marrentos não costumam ir”.

O mundo é pequeno, e a Roseny, esposa do biólogo ma-rinho, especialista em tubarões, Marcelo Szpilman, estava no solarium do barco e fotografou a cena em sequência!!

Grande aprendizado, muita conversa, à noite o Nico con-tou que num dos seus aniversários, a tripulação jogou ele “de sunga” para os silkies, e que precisou dar chute para todo o lado.

O cruzeiro continuou, todos se divertiram, tivemos mer-gulhos excelentes em Cape Marshall, com cardumes gi-gantescos de salemas, leões-marinhos e raias-manta, e terminamos a viagem com um belo jantar em Quito, de confraternização.

O QuE ApRENDI E QuERO pASSAR, COM ESTE RELATO:1. Não seja um rambo-diver, use a cabeça, não os braços. Mas mesmo assim, se algo estranho acontecer com você, converse com o divemaster a respeito, especialmente se houver probabilidade de um problema ligado diretamen-te à pressão

2. Respeite a altitude, as pessoas respondem em grau va-riado, mas sempre é necessário um período de adapta-ção. Quanto mais, melhor. O pico do mal da montanha ocorre entre 24 e 48 horas

3. Respeite o conhecimento dos divemasters sobre a fau-na local. Tubarões não se interessam por pessoas, a menos que nos façamos interessantes!!

Boas águas

As Aventuras do Dr. Gabriel Ganme

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pAN CORAIS SERá ExECuTADO ATé 2021Plano Nacional de Conservação tem coordenação geral do Cepsul/ICMBio e coordenação executiva do Coral Vivo Acaba de ser publicado no Diário Oficial da União o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ambientes Coralíneos (PAN Corais). Trata-se de um documento de pactuação entre mais de cem pesquisadores, técnicos, lide-ranças comunitárias, pescadores e empresários. Foram estabelecidas 146 ações distribuídas em dez objetivos espe-cíficos, que devem ser alcançados até 2021. Esse Plano tem a coordenação geral do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul - Cepsul/ICMBio - e a coordenação executiva do Coral Vivo. O texto publicado no Diário Oficial da União informa que o Plano abrange e estabelece estratégias prioritárias de con-servação para 52 espécies-foco e onze espécies beneficiadas, que serão realizadas em dezoito áreas prioritárias do Maranhão até Santa Catarina. Ele será monitorado anualmente. “Para a metade da vigência do PAN Corais, estabe-lecemos metas intermediárias, e para o final dos cinco anos metas mais ambiciosas”, explica Clovis Castro, coordena-dor geral do Projeto Coral Vivo, que é patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Dez objetivos específicos do PAN Corais

O PAN Corais tem como objetivo geral melhorar o estado de conservação dos ambientes coralíneos por meio da redu-ção dos impactos do homem, ampliação da proteção e do conhecimento, com a promoção do uso sustentável e da justiça socioambiental. Para ele ser alcançado, serão realizadas 146 ações distribuídas em dez objetivos específicos:

1 – “Promover a integridade e manutenção dos habitats, dos serviços ecossistêmicos e de populações das espécies foco e beneficiadas” – Esse objetivo está relacionado a ações para regulamentar o uso direto desses ambientes, como a criação, a implementação de unidades de conservação, a elaboração de planos de manejo e de zonea-mento do uso do mar.

2 – “Contribuir para o controle e monitoramento da atividade pesqueira nos ambientescoralíneos” – Engloba ações de ampliação de programas de monitoramento da pesca, geração de conhecimentos necessários para a avaliação da interface da pesca com a conservação no Brasil e o desenvolvimento de diretrizes e critérios de ordenamento da pesca em Unidades de Conservação federais de uso sustentável, por exemplo.

3 – “Promover a exploração sustentável dos estoques, adotando abordagem ecossistêmica” – Serão elaborados pro-gramas de sensibilização para o consumo responsável do pescado, moratórias, gestão da captura de espécies orna-mentais para aquarismo, programa para o pescado de escolas ser obtido em reservas extrativistas, com o intuito de beneficiar as comunidades tradicionais de pescadores, alteração ou complementação das medidas de regulamen-tação de tamanho mínimo e máximo de captura de recursos pesqueiros, entre outras ações.

Entre as especies beneficiadas esta o coral Mussismilia braziliensis - fotos Projeto Coral Vivo

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4 – “Aumentar o conhecimento sobre ambientes coralíneos ainda pouco investigados” – Entre as ações desse objetivo, estão: realização de mapeamentos, inventários de biodiversidade e distribuição de espécies, estudos populacionais para verificar a conectividade entre áreas para gerar melhores programas de conservação, dis-ponibilização das informações geradas para a sociedade, além de pensar como fomentar essas pesquisas junto a agências oficiais, por exemplo.

5 – “Minimizar os conflitos de uso e impactos negativos no espaço marinho-costeiro provocados por atividades e empreendimentos que afetem direta ou indiretamente ambientes coralíneos” – Para esse objetivo serão realizadas ações voltadas para o zoneamento ecológico e econô-mico do mar brasileiro, com o intuito de minimizar os impactos negativos de empreendimentos industriais como transporte marítimo, óleo, gás e mineração de calcário, por exemplo.

6 – Contribuir para o ordenamento da atividade turística nos ambientes coralíneos de maneira a minimizar seu impacto, considerando a socioeconomia local – Entre as várias ações propos-tas estão: sensibilização e divulgação do programa Conduta Consciente em Ambientes Reci-fais do Ministério do Meio Ambiente; caracterização, monitoramento e avaliação do impacto do turismo sobre os ambientes recifais; preparação dos atores que agem no turismo para que eles possam ter uma atitude mais sustentável na área deles, e outras.

7- “Prevenir a introdução e a disseminação de espécies exóticas e invasoras nos ambientes co-ralíneos e avaliar e mitigar os impactos nos ambientes já afetados” – Para esse problema mun-dial para a biodiversidade marinha, serão realizadas medidas para controlar as espécies que já se estabeleceram, e será avaliado o que fazer, como fazer e se as medidas estão dando certo.

8 – “Avaliar e minimizar poluição química, física, orgânica e biológica nos ambientes coralíne-os” – As ações desse objetivo estão voltadas para a adequação do zoneamento ecológico e econômico, compilação de informações, mapeamento de áreas de sensibilidade e de áreas de geração de poluentes, a interface com o saneamento básico, por exemplo.

9 – “Promover a revisão, integração, inovação e efetividade de políticas públicas considerando a perspectiva da sustentabilidade dos ambientes coralíneos, nos contextos social, ambiental e econômico, ampliando e fortalecendo os mecanismos de participação e controle social na gestão de territórios” – As ações beneficiam as reservas extrativistas, a gestão participativa de colegiados para discutir os temas relacionados, inclusão de conteúdos sobre conservação marinha nos materiais educativos utili-zados nas escolas públicas, entre outras.

10 – “Avaliar e destacar o papel dos serviços ambientais dos ambientes coralíneos para questões relacionadas às mudanças do clima e seus impactos, bem como elaborar estratégias para mitigação e adaptação desses am-bientes com base na construção de cenários específicos” – As ações incluem mapas específicos de projeção de mudanças climáticas, assim como o impacto dessas mudanças sobre a fauna marinha brasileira, divulgação dos problemas, entre outras.

Biodiversidade no Recife de Fora no Sul da Bahia uma das areas beneficiadas pelo PAN Corais

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SOBRE O pROJETO CORAL VIVOO Projeto Coral Vivo é patrocinado pela Petrobras por meio do Pro-grama Petrobras Socioambiental e trabalha com pesquisa, educa-ção, comunicação e políticas públicas para a conservação e o uso sustentável dos ambientes recifais do Brasil. Ele faz parte da Rede Bio-mar, junto com os projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Golfinho Rotador e Tamar.

Todos patrocinados pela Petrobras, eles atuam de forma complemen-tar na conservação da biodiversidade marinha do Brasil, trabalhando nas áreas de proteção e pesquisa das espécies e dos habitats relacio-nados. As ações do Coral Vivo são viabilizadas também pelo copa-trocínio do Arraial d’Ajuda Eco Parque, e realizadas pela Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN) e pelo Instituto Coral Vivo (ICV).

Mais informações na página:www.fb.com/CoralVivo e no site www.coralvivo.org.br.

Coral Mussismilia harttii está entre as especies beneficiadas pelo PAN Corais - Foto Projeto Coral Vivo

Cavalo marinho em Buzios RJ - especie e area que estao contemplados no Plano Nacional de Conservação - Foto

HERALDO CARVALHO

Anemona gigante Condylactis gigantea esta entre as especies

foco do Plano Nacional de Conservacao -Foto

Projeto Coral Vivo

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DIVEMAGInternational Dive Magazine EQuALIzANDO AS “ORELHAS”

Um dos problemas mais comuns para o mergulhador, principalmente os iniciantes, é que, devido ao aumento da profundidade e conse-quente aumento da pressão do ambiente, pode ser uma dificuldade na equalização das orelhas.

Apesar de muitos ainda usarem o termo “ouvido”, o correto é chamar de “orelha”. Este termo, foi adotado oficialmente desde o ano de 2001 pela Sociedade Brasileira de Anatomia para designar o órgão da audição eu sua totalidade. Em Portugal ainda mantém-se a deno-minação de ouvido em lugar de orelha.

A orelha está conectada à garganta pela tuba auditiva, que tem a função de dreno e de ventilação. A abertura na garganta, fica nor-malmente fechada. Músculos da garganta abrem-na quando a pes-soa engole. Durante o mergulho a tuba auditiva é usada para igualar a pressão da orelha média. Na descida ela é usada para transferir o ar das vias aéreas para a orelha média. Na subida, quando retorna-mos pasra a superfície, e a pressão do ambiente diminui, o processo é inverso, ou seja, permite que o ar sai da orelha média.

Quando não ocorre a equalização, o aumento da pressão na mem-brana timpânica, que é o limite entre o ambiente interno e externo, pode causar inchaço, dor, ou até mesmo a sua ruptura. Se há a de-mora para compensação da pressão durante a descida, pode acon-tecer o fechamento da tuba auditiva, o que vai dificultar ou mesmo impedir a equalização.

Alguns, de maneira incorreta, tentam superar este efeito executando a Manobra de Valsalva forte, mas a pressão aumentada na gargan-ta, ajuda a fechar ainda mais a tuba auditiva. A Manobra de Valsal-va, é uma técnica usada para a equalização, que consiste expirar suavemente com a boca fechada, e simultaneamente pinçar as na-rinas, facilitando assim, a passagem do ar das vias aéreas para a tuba auditiva.

Mexar a mandíbuila e engolir saliva, também ajudam na equaliza-ção. Mas, caso exista alguma dificuldade, é necessário diminuir um pouco a profundidade, e começar novamente os procedimentos de equalização.

papo de mergulho Alvanir Oliveira

“Jornada”

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Após um mergulho, durante o retorno para a superfície, o ar que está contido na ore-lha média, vai percorrer o caminho inverso, passando pela tuba auditiva e saindo pelas vias aéreas. Se algum problema acontecer neste processo, isso poderá causar um blo-queio reverso, e para evitá-lo é necessário retardar o retorno para a superfície, descen-do novamente um pouco até parar a dor, e retomar a subida muito lentamente, movi-mentando bastante a mandíbula, na tentativa de liberar a tuba auditiva para a saída do ar. Importante neste situação, é nunca realizar uma Manobra de Valsalva durante a subida, o que provocaria o efeito inverso, aumentando ainda mais a pressão na orelha, com possibilidades, inclusive, de ruptura do tímpano ou até mesmo da janela redonda.

O rompimento do tímpano, pode provocar a entrada de água na orelha média, o que causa o rápido resfriamento e uma vertigem imediata. A ruptura da janela redonda, pode causar a vertigem alternobárica, pelo aumento da pressão, o que implicará na perda do equilíbrio, não percebendo o mergulhador se está indo para o fundo ou para a superfície.

Uma regra básica é evitar mergulhar em caso de resfriado ou gripe, pois nestas situa-ções, a mucosa que recobre a tuba auditiva, ficará inflamada, e ocorrerá também a produção de sercreções pelo organismo, fatores estes que diminirão a possibilidade da passagem do ar das via aéreas para a orelha média, impedindo assim a equalização.

O uso de descongestionantes também não é uma boa idéia, pois, caso seu efeito pas-se durante o mergulho, poderá provocar uma situação de bloqueio reverso.

Curiosidades: A técnica descrita pelo anatomista italiano Antonio Maria Valsal-va(1666-1723), consistia em forçar a exalação contra a glote fechada, o que não equalizaria as orelhas. Na verdade, a técnica, que no mergulho chamamos de Mano-bra de Valsalva, foi desenvolvida pelo médico inglês Joseph Toynbee(1815-1866), que também criou, além deste, um outro procedimento chamado de Manobra de Toyn-bee, que consiste em engolir com a boca e com o nariz fechados.

Uma outra manobra alternativa usada para a equalização das orelhas, é conhecida como Manobra de Frenzel, que foi desenvolvida em 1938, para os pilotos alemães du-rante a Segunda Guerra Mundial. O mergulhador mantém o nariz e a boca fechados, contraindo os músculos da boca para abrir a tuba auditiva, e usando a língua como um pistão para empurrar ar nela. A Manobra de Frenzel, assim como a de Toynbee, são suaves, e deixam as mãos do mergulhador livres para outras tarefas.

Referência: Manuais de Mergulho da National Association Of Underwaters Instructors

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Médico inglês Joseph Toynbee(1815-1866)

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papo de mergulho com o Jornada

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Equipe Mergulho Técnico

Expedições e Turismo TechFilmagem e fotografia

Cursos e Treinamento:

• Reabrether,• Cave diving, • Trimix, • Formação de instrutores,

Disponibilidade para ministrar aulas em Escolas e Dive Centers no Brasil, EUA e México

João Paulo, Pavani Franco (Johnny) Instructor trainer e Full Tec Instructor

Contato: [email protected] + 55 (11) 98170-0130

MergulhoTécnico

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A ABISUB - Associação Brasileira de Imagens Subaquáticas - aportou em Cabo Frio no fim de Março para realizar seu primeiro Campeonato Nacio-nal de Fotosub.

Cabo Frio foi escolhida para sediar esta competição pela grande biodi-versidade de espécies marinhas, principalmente para macro fotografia, o grande desfaio dos fotógrafos subaquáticos.

Em sua primeira edição, o Campeonato Nacional da ABISUB 2016 contou com a participação de 43 mergulhadores dentre os quais 28 fotógrafos divididos nas categorias Master e Iniciantes e 15 assistentes. Foi a maior adesão de fotógrafos vista em competições desta categoria no Brasil. Competidores de 7 estados se encontraram para esta festa da fotosub. 67DIVEMAG

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CAMpEONATO NACIONAL DE FOTOGRAFIA SuBMARINA

Texto: Flávia MergulhãoFotos: Áthila Bertoncini, Flávia Mergulhão e Ulisses Turati.

ABISuB 2016

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A base foi a Pousada Porto Canal, e todo apoio logístico foi dado pela ope-radora Litoral Sub em parceria com as operadoras Over Sea e Deep Trip. Sim, foram necessários 3 barcos para aten-der a demanda.

A competição ocorreu em 3 dias, sendo um dia para treino e dois para competi-ção. Na categoria Master, cinco temas foram propostos: Close Up, Grande An-gular, Peixe ,Macro Temática ( Blenidios e Goblidios) e Criativa. Na categoria Ini-ciante os temas foram quatro: Close-up, Macro Temática ( mesma da categoria Master), Peixe e Grande Angular.

O clima ajudou bastante, foram dias de muito sol e uma água calma e com óti-ma visibilidade ,variando entre 20 /22°C, o que para Cabo Frio, pode ser consi-derado uma “agua caribenha”.

O clima entre os participantes também era positivo, uns ajudando os outros (dentro e fora d’agua), trocando ideias e experiências, emprestando equipa-mentos, solucionando problemas. Um ambiente de muita harmonia e solida-riedade.

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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ABISuB 2016

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FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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Na categoria iniciante a grande vencedora foi Fernanda Saldanha -RJ, con-quistando duas medalhas de Ouro e uma de Bronze. Fernanda demostrou ca-pacidade em encontrar os seres marinhos e grande habilidade em fotografá--los, com belíssimas composições e muita sensibilidade.

A categoria iniciante surpreendeu a todos com belas imagens, com destaque para os fotógrafos Peu Guerbas -MS, Eduardo Maris - BH, Celina Azevedo - SP e Livia Diniz - BA.

Na categoria Master o campeão foi Fábio Freitas, fotografo conhecido por sua criatividade e inquietude de sempre buscar algo diferente, conquistou o primeiro prêmio nas categorias Temática e Criativa, e a segunda colocação na categoria Grande Angular, levando o belo troféu de campeão para Niterói – RJ , sua cidade natal.

A categoria Master mostrou o alto nível que se encontra a Fotografia Suba-quática no Brasil. Com fotos de alta qualidade técnica, os fotógrafos fizeram bonito e mostraram com muita competência a beleza do universo marinho de Cabo Frio, lindas imagens foram apresentadas, porém algumas se sobres-saíram, como por exemplo a Grande Angular do fotógrafo Álvaro Velloso, que foi a foto mais bem pontuada da competição.

Além da competição, foi ministrada uma palestra pelo biólogo marinho Vini-cius Padula , doutor em biologia e que vem estudando a biodiversidade mari-nha de Cabo Frio, com ênfase em moluscos nudibrânquios, o “supra sumo” dos mergulhos nesta região. Vinicius informou que mais de 50 espécies diferentes já foram catalogadas nas ilhas de Cabo Frio e aguçou mais ainda o interesse dos fotógrafos em acharem os bichos. Também relatou a importância da fo-tografia subaquática como elemento auxiliar ao pesquisador na identificação e registro das espécies.

O corpo de jurados foi coordenado por Laercio Horta e contou com as par-ticipações de Denise Greco, Edson Acioli, Athila Bertoncini, Filomena Sá Pinto (Portugal), Adriana Basques, Joao Paulo Krajewski, Ary Amarante, Daniel Bote-lho ,Marcelo Krause, João Paulo Cauduro Filho, Paulo Boneschi e Kadu Pinhei-ro, todos fotógrafos com vasta experiência, que ficaram encantados com as imagens produzidas nesta competição.

Vamos aos vencedores e suas lindas fotos.

ABISuB

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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INICIANTE TEMáTICA

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OuROCelina Azevedo (SP)

BRONzEFernanda Saldanha (RJ)

pRATAPeu Guerbas (MS)

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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pRATACelina Azevedo (SP)

BRONzEEduardo Maris (MG)

INICIANTE pEIxEFOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

OuROFernanda Saldanha (RJ)

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OuROFernanda Saldanha (RJ)

BRONzEEduardo Maris (MG)

pRATALivia Diniz (BA)

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INICIANTE CLOSE up

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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OuROPeu Guerbas (MS)

BRONzELivia Diniz (BA)

pRATAEduardo Maris (MG)

INICIANTE GA

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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MASTER TEMáTICA OuROFábio Freitas (RJ)

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BRONzEBernardo Mello (RJ)

pRATAMarcelo Prim (DF)

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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MASTER CRIATIVA

OuROFábio Freitas (RJ)

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BRONzEFlavia Dalla Santa (RS)

pRATAMarcelo Prim (DF)

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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MASTER pEIxE

OuROJorge Louzada (SP)

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BRONzEBernardo Mello (RJ)

pRATARoberto Formiga (RJ)

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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MASTER CLOSE up

OuROJorge Louzada (SP)

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BRONzECarlos Montechi (SP)

pRATAAlexandre Ornellas (RJ)

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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MASTER GAOuROAlvaro Velloso (RJ) 79

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BRONzEFlavia Dalla Santa (RS)

pRATAFábio Freitas (RJ)

FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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A CLASSIFICAÇãOO GERAL pOR CATEGORIA FOI A SEGuINTE:Iniciante:

1°- Fernanda Saldanha (RJ)2°- Peu Guerbas (MS)3°- Eduardo Maris (MG)4°- Celina Azevedo (SP)5° - Livia Diniz (BA) 6° - Fábio Ludmer (SP)7° - Cleber Assumpção (RJ)8° - Paula Loque (MG)9° - Samantha Padilha (SP)10° - Vania Mello (RJ)

Master:

1°- Fabio Freitas (RJ)2°- Jorge Louzada (SP)3°- Marcelo Prim (DF)4°- Roberto Formiga (RJ)5° - Bernardo Mello (RJ) 6° - Álvaro Velloso7° - Flávia Dalla Santa (RS)8° - Alexandre Ornellas (RJ)9° - Carlos Montechi (SP)10° - Herculano Cunha (RJ)

O resultado completo desta competição pode ser visto em:

http://www.abisub.com.br/campeonatos.asp

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FOTOGRAFIA | CAMpEONATO NACIONAL ABISuB 2016

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INFO

RMA

TIVO

MEN

SAL | D

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NAuI BRASIL AGORA CONTA COM NOVO TECHNICAL COuRSE DIRECTOR

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Nos primeiros dias de abril, Reinaldo Alberti, já Course Director NAUI para o mergulho recreativo, esteve no Headquarter da NAUI Worldwide em Tampa, nos Estados Unidos, para completar um Workshop de Techni-cal Course Director, com Timothy O’Leary, Chairman da NAUI Technical Division. Foram 3 dias de trabalhos intensos para se formar Diretor de Cursos de Mergulho Técnico, e atualmente, o único para a língua por-tuguesa. Segundo o Reinaldo, “estes últimos 3 dias na sede da NAUI Mundial fo-ram apenas a conclusão de um projeto que se iniciou ainda em 2014, com muito trabalho, apoiado pela NAUI Brasil e seu Diretor, Alvanir “Jor-nada”, junto com o Diretor de Cursos Técnicos Daniel Millikovsky, no Encontro de Instrutores daquele ano, seguido por mais de 10 dias de treinamento em Bonaire no meio de 2015, e que terminou agora na Florida. E isso claro, sem contar nos anos de preparação com outros importantes Instrutores de mergulho técnico do Brasil e de fora do país, além da experiência como mergulhador técnico e formação de mer-gulhadores técnicos, para que esta decisão e os próximos passos fos-sem e sejam bem maduros”. A NAUI foi a primeira das grandes agências a desenvolver um com-pleto programa de treinamento para o mergulho técnico, entre 1992 e 1997, que resultou numa verdadeira evolução (para não dizer revo-lução) para que o mercado chegasse aos parâmetros de segurança que tem hoje. Agora no Brasil, Instrutores NAUI podem evoluir como mergulhadores e instrutores de mergulho técnico, em todos os níveis de caverna, nau-frágios e mergulhos descompressivos com diferentes misturas gasosas. Instrutores de outras agências também podem conhecer e se desen-volver nesta área dentro dos padrões de ensino NAUI, através de pro-gramas de crossover. Os materiais didáticos que ainda não tinham tradução no Brasil já estão em fase final de revisão, e a NAUI Bra-sil passa a oferecer programas com a maior consistência possível, marca registrada da credenciadora. Para saber mais contate o Reinaldo, através do e-mail [email protected], ou a própria agência no Brasil, com os con-tatos no site www.naui.com.br, que muito em breve lançará um site exclusivo para tratar exclusivamente de mergulho técnico.

Chaimam NAUI Technical Division Tim O’Leary e Reinaldo Alberti

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Comunicamos que o mais novo gerente regional da Região Sudeste da TDI / SDI passa a ser o João Paulo Pavani Franco “Johnny” que é natural de São Paulo e mergulhador desde 1984 e profissional desde 1987.

Tornou-se um dos mais valiosos profissionais de mergulho no Bra-sil. Pioneiro na criação do programas de sidemount em 2006, Johnny é um dos exploradores mais ativos, tendo explorado diversas cavernas e naufrágios. Têm mais de 3500 mergulhos e mais de 2000 alunos formados.

Jonnhy é um dos maiores formadores de instrutores do Brasil e participa ativamente na industria do mergulho, sendo também distribuidor de algumas marcas renomadas de equipamento de mergulho. Hoje, Johnny está como Gerente Regional da região Sudeste onde se dedica exclusivamente a desenvolver no Brasil um trabalho profissional e único.

Com toda a experiência comercial, Johnny com certeza fará diferença e o mercado irá crescer uma administração mo-derna, séria e competente com a perseverança de sempre. Quando não está no escritório, esta na água treinando suas habilidades de mergulho com rebreather e caverna.

Conte com o Johnny para ajudar na sua região!Telefone (11) 98170-0130 Email: [email protected]

TDI / SDI TEM NOVO GERENTE REGIONAL pARA A REGIãO SuDESTE

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