Edição n º 404 janeiro jornal novo almourol dig

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JANEIRO 15 | N°404 | ANO XXXIV | PREÇO 1,20 EUROS | MENSAL DIRECTOR LUIZ OOSTERBEEK Novo Almourol Os valores de Manuel Lourenço Sempre teve na escola a melhor parceira para o sucesso e sempre teve presentes os valores do trabalho, do empenho e das relações de confiança e do cumprimento dos seus deveres. Esses valores dão hoje valor à sua empresa Espaço Mecânico, e o valor é alto. Uma lição para os jovens empreendedores, e não só p10&11 CIMT apreensiva Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo mostra-se preocupada após analisar o Plano de Investimentos 2015-2020 e o Plano de Proximidade a Médio Prazo 2015-2019 da Estradas de Portugal. p16 p04e05 p05 Carta Arqueológica Uma obra há muito desejada e que tomou agora forma. É dedicada a José da Silva Gomes (1942- 2012) ao qual todos os que tomaram palavra na apresentação da Carta Galeria Arqueológico-Histórica do concelho de Vila Nova da Barquinha, no dia 13 de Dezembro de 2014, agradeceram e realçaram como um dos grandes impulsionadores da arqueologia na região. p15 Antigo edifício da Junta de VN Barquinha encerra e ganha novas funções Um dos melhores festivais portugueses mora na aldeia de Cem Soldos, em Tomar. Dezenas de milhar pediram e o que era um festival bianual passa a estar todos os verões a dar a melhor música a quem o visita. Cem Soldos já não espera dois anos e dá Bons Sons todos os anos a partir de 2015 Decisão de encerramento causou polémica recentemente mas já estava prevista no manifesto eleitoral do Partido Socialista para as eleições autárquicas de 2013. Poupança com encerramento e sua reconversão para servir a população de outras formas. A escassas centenas de metros, na Câmara Municipal, vai nascer gabinete de atendimento.

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A edição de Janeiro 2015 do Jornal Novo Almourol

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Janeiro 15 | n°404 | Ano XXXIV | Preço 1,20 euros | MensALDIRECTOR LuIZ oosTerBeeK

Novo Almourol

Os valores de Manuel Lourenço Sempre teve na escola a melhor parceira para o sucesso e sempre teve presentes os valores do trabalho, do empenho e das relações de confiança e do cumprimento dos seus deveres. Esses valores dão hoje valor à sua empresa Espaço Mecânico, e o valor é alto. Uma lição para os jovens empreendedores, e não só p10&11

CIMT apreensivaComunidade Intermunicipal do Médio Tejo mostra-se preocupada após analisar o Plano de Investimentos 2015-2020 e o Plano de Proximidade a Médio Prazo 2015-2019 da Estradas de Portugal.

p16p04e05 p05Carta arqueológica uma obra há muito desejada e que tomou agora forma. É dedicada a José da silva Gomes (1942-2012) ao qual todos os que tomaram palavra na apresentação da Carta Galeria Arqueológico-Histórica do concelho de Vila nova da Barquinha, no dia 13 de Dezembro de 2014, agradeceram e realçaram como um dos grandes impulsionadores da arqueologia na região.

p15

Antigo edifício da Junta de VN Barquinha encerra e ganha novas funções

Um dos melhores festivais portugueses mora na aldeia de Cem Soldos, em Tomar. Dezenas de milhar pediram e o que era um festival bianual passa a estar todos os verões a dar a melhor música a quem o visita.

Cem Soldos já não espera dois anos e dá Bons Sons todos os anos a partir de 2015

Decisão de encerramento causou polémica recentemente mas já estava prevista no manifesto eleitoral do Partido Socialista para as eleições autárquicas de 2013.Poupança com encerramento e sua reconversão para servir a população de outras formas. A escassas centenas de metros, na Câmara Municipal, vai nascer gabinete de atendimento.

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02 CURTAS & GROSSASNovoAlmourol

Janeiro 2015

Nélson de Carvalho no CRIA Nelson de Carvalho (PS) renunciou ao cargo de presidente da Assembleia Municipal de Abrantes numa carta entregue no dia 27 de Novembro de 2014 nos Serviços de Apoio da Assembleia Municipal de Abrantes. O ex-autarca invocou razões profissionais e pessoais colocando “um ponto final” na sua intervenção social e cívica na política local. Tal como havia confidenciado em entrevista ao Jornal NA de Outubro, Nélson de Carvalho pretendia trabalhar na área da economia social. Recentemente, no dia 6, foi eleito presidente do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) substituindo no cargo Humberto Lopes.

Comandante de VN Barquinha sai para TomarO actual comandante dos bombeiros voluntários de Vila Nova da Barquinha, Carlos Gonçalves, vai deixar o cargo para substituir Manuel Mendes no comando dos Bombeiros de Tomar. Manuel Mendes reformou-se e para o seu lugar estará já definido o comandante de VNB. Esta informação foi avançada pela imprensa regional em cima do fecho desta edição e apontava para a aceitação do convite efectuado por Anabela Freitas, presidente da autarquia tomarense. Gonçalves será coadjuvado por Vítor Taranta como 2.º comandante e pelos adjuntos Paulo Silva, Paulo Freitas e Vítor Bastos. Carlos Gonçalves é técnico superior no Município da Barquinha e é ainda o Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Santarém.

↑ rio acima

↓ rio abaixo

Novo Lar de idosos

A Santa Casa da Misericórdia de Constância inaugurou no dia 29 de Dezembro um lar residencial para idosos com capacidade para 40 utentes na freguesia de Santa Margarida da Coutada.(Pág.4)

Terror é terror

Não é importante se são jornalistas, cartoonistas ou polícias. Todas as pessoas, sejam de onde forem, façam o que façam, são iguais. A morte dos cidadãos franceses no ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo mostrou o hediondo e negro buraco a que nos remeteremos se cedermos ao medo e à intolerância. Que a Europa saiba reagir com valores democráticos.

Manuel Lourenço

O empresário - Espaço Mecânico - deixa nestas páginas várias lições de vida e bem fazer empresarial. Apostou nos estudos, nas relações, no trabalho e na honra dos compromissos. Prospera em Angola e gere os seus negócios desde Atalaia, Barquinha(Pág.10&11)

Transvase do Tejo autorizado

Independentemente de ter sido apenas durante o mês de Dezembro, a transferência de 20 hm3 (hectómetros cúbicos) do rio Tejo para o rio Segura, autorizada pelo Governo Espanhol, é um precedente e não há garantias de que de futuro a prática não seja regular. O Tejo chega a Portugal em menor quantidade e qualidade, adverte o movimento ProTejo

ITM Distinguido

O Instituto Terra e Memória, liderado por Luiz Oosterbeek, foi (mais uma vez) distinguido pelo seu trabalho, com a “Comenda Intendente Câmara”,entregue em Morro do Pilar, Brasil, durante um Seminário Internacional.

Nota para 2015:não adoecer

Os testemunhos e críticas acumulam-se com os serviços de urgências de hospitais do país a mostrar inadequadas condições, faltas de camas e tempos de espera para além do limite do suportável. Em Abrantes, os bombeiros queixam-se das horas de espera por falta de camas. Os utentes queixam-se. Os responsáveis dizem que é normal.

O arquitecto Duarte Castel-Branco, que trabalhou em planos urbanísticos em Lisboa, Porto e Abrantes, morreu dia 4 de Janeiro, aos 86 anos.

1.700 Número de crianças e jovens que perderam o di-reito ao abono de família entre Outubro e Novem-bro, mês em que foram registados 1.143.154 be-neficiários, segundo dados do Instituto da Segurança Social. O montante do abono de família varia de acordo com a idade da criança ou jovem e com o nível de rendimentos de referência do respectivo agregado familiar.

Pagamento de ex-scuts muda

O método de pós-pagamento nas ex-Scut deve acabar em 2015 e os actuais pórticos vão ser substituídos por um novo dispositivo que habilita os automobilistas a circular nestas auto-estradas. A ideia da Estradas de Portugal é cobrar antecipadamente a viagem com o pagamento a poder ser efectuado ou com um dispositivo electrónico que o habilita a circular nestas estradas ou passa a fazer um pré-pagamento da sua deslocação. O objectivo é potenciar receitas e reduzir custos de cobrança.

Natal de árbitros em Atalaia O evento organizado pelo Núcleo de Árbitros de Futebol do Ribatejo Norte realizou-se na Casa do Patriarca, em Atalaia, Vila Nova da Barquinha, no dia 12 de Dezembro e contou com a presença de Rui Manhoso, vice-presiden-te da FPF, Jorge Nunes, director do Conselho de Arbitragem da FPF, Paulo Lourenço, secretário-geral da FPF, e Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Barquinha. Pela Associação de Futebol de Santarém (AFS), estiveram presentes, para além do presidente Francisco Jerónimo, os vice-presidentes Amadeu Bernardes, Nuno Pedro e Luís Boavida e o director Alberto Mineiro, bem como Fernando Silva, presidente do Conselho de Arbitragem da AFS. No jantar, destaque ainda para as presenças de João Capela e Olegário Benquerença, árbitros internacionais que fizeram questão de se juntar à festa organizada pelo árbitro atalaiense André Gralha que juntou largas dezenas de pessoas.

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noVoALMouroL.worDPress.CoMNA PRIMEIRA PESSOA 03 Janeiro 2015

CVPérsio Basso 38 anosTécnico superior de ComunicaçãoVila nova da Barquinha

1994Início dos estudos na área da comunicação, Portalegre

1999Ingresso na Câmara Municipal de Vila nova da Barquinha

2007nascimento do primeiro filho,Francisco

2013nascimento do segundo filho, Guilherme

Sempre tive jeito para…Fotografar.

Três coisas a que nunca resistoA uma conversa interessante, à gastronomia portuguesa e a um bom vinho. Não podia viver sem...Viajar

Acredito...No trabalho, na amizade, na família.

Não acredito...Em falsas modéstias.

Se aprendemos com os erros porque temos medo de errar?Com a idade aprendemos a lidar com os erros, que afinal fazem parte do nosso processo de aprendizagem e de crescimento pessoal. Errar é perfeitamente natural. Todos erramos mas algumas pessoas não lidam bem com o assunto. Não existe ninguém perfeito.

Se pudesse dar um conselho a um recém-nascido qual seria?Faz amigos.

O que preferia ser: um génio preocupado ou um idiota contente?Como alguém disse “quando mais sabemos, menos hipóteses temos de ser felizes”.

Uma música como banda sonora da sua vida?“Alive” dos Pearl Jam, ou qualquer uma dos U2.

Todos erramos mas algumas pessoas não lidam bem com o assunto. Não existe ninguém perfeito.

2012Pós-graduação em Design editorial, Tomar

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04 SOCIEDADENovoAlmourol

Janeiro 2015

TEXTO&FOTOS riCarDo aLVeS

Na sessão da Assembleia de Freguesia de dia 12 de Dezembro a questão foi a dis-cussão no ponto 4, “Aprovação do encerramento do edifício da antiga junta de freguesia de Vila Nova da Barquinha (VNB)” e analisando a discussão ficou patente alguma controvérsia. A união das freguesias de VNB com Moita do Norte, ficando posteriormente a designar-se de VNB mas a funcionar nas insta-lações de Moita do Norte, ditou que o antigo edifício na vila, a escassas centenas de metros da Câmara Municipal, ficasse pra-ticamente esvaziado das suas funções.

O presidente da junta de Freguesia de VNB, João Ma-chado (PS) informou que o edi-fício recebia uma média de “um pedido de atestado por semana e poucos pagamentos de água”. O pagamento da conta da elec-tricidade já não se encontrava disponível depois da rescisão do contrato com a EDP para a prestação do serviço.

João Machado pediu aos deputados que “dissessem a ver-dade” e que o executivo é com-posto “por pessoas de bem”, isto depois de denunciar que pela população corria a informação de que o encerramento era ex-temporâneo e injustificado. Ma-chado respondeu com o mani-festo eleitoral do PS às eleições de 2013, “está aqui – mostrando o manifesto – isto não é de ago-ra, não é invenção minha!”.

No manifesto eleitoral esta-va prevista a celebração de um protocolo para criação em VNB de um gabinete de atendimen-to aos munícipes. “Já estamos a tratar desse assunto e será criado na Câmara Municipal em local a designar”, contou ao NA João Machado. Segundo o autarca, o assunto “nem precisava ir à assembleia, só foi para elucidar as pessoas, porque há memória curta”, acusou.

Não mudar as rotinas da po-pulação. “Decidimos não en-cerrar há mais tempo para não mudar rotinas à população”, alegou João Machado, argu-mentando que a fraca afluên-cia da população aos serviços e a criação de novas valências no edifício justificam por si só o encerramento.

A partir do dia 24 de Feve-reiro os munícipes podem tratar de assuntos relacionados com a freguesia no edifício da câma-

A decisão acontece agora mas já estava prevista no manifesto eleitoral do Partido Socialista às eleições autárquicas que o PS venceu com maioria absoluta para a Câmara e com votação ainda mais expressiva para a junta de freguesia de Vila Nova da Barquinha. Encerramento permite novas ideias e poupança de cerca de 3640 euros anuais

ra, bem como na sede da junta em Moita do Norte. Segundo os dados veiculados na sessão da junta de 12 de Dezembro, os custos anuais do antigo edifício ascendiam a cerca de 3640 eu-ros tendo em conta as despesas correntes de 120 euros mensais mais os encargos com o empre-gado do IEFP de cerca de 2200 euros.

A intenção do executivo da junta é fazer uma cozinha no 1.º andar e alargar a casa de banho para arrendar a habitação a uma família carenciada do concelho. No espaço inferior está a ser estudada a criação de gabine-tes para jovens empresários a preços reduzidos, objectivo que carece ainda da criação de um regulamento para fazer face a quaisquer intrusões no campo da concorrência desleal.

A proposta de encerramento do edifício foi aprovada com um voto contra do PS, um da CDU e uma abstenção do PSD.―

João Machado (em pé) lembrou que medida já constava no manifesto eleitoral de 2013

ConSTÂnCiaMisericórdia inauguroular de idosos

TEXTO na

A Santa Casa da Misericór-dia de Constância inaugurou no dia 29 de Dezembro um lar residencial para idosos na fre-guesia de Santa Margarida da Coutada. O novo equipamento tem capacidade para 40 utentes e custou 1,6 milhões de euros, uma obra iniciada em 2010.

António Paulo Teixeira explicou em declarações à An-tena Livre de Abrantes que o projecto visa “dar uma resposta efectiva a uma necessidade sen-tida” pela população mais idosa, já que a lista de espera da Santa Casa era grande. O responsável adiantou ainda que quer garan-tir “uma proximidade na assis-tência que anteriormente esta-va dificultada com os serviços apenas centralizados na vila de Constância”.

O provedor explicou ainda que haverá lugar a uma “rea-fectação” dos recursos humanos das actuais valências da Mise-ricórdia, nomeadamente no lar existente em Constância e no serviço de apoio domiciliário e que o novo equipamento levará à contratação gradual de 17 fun-cionários, consoante a admissão de utentes.

A Câmara Municipal de Constância cedeu o terreno para o novo lar que tem capacidade para 40 utentes em internamen-to e uma área total de constru-ção de 4.600 metros quadrados. O equipamento foi construído com um apoio de fundos co-munitários (75%) e contou com mais apoios da autarquia, no-meadamente os estudos e pro-jectos envolvidos e uma com-participação de 300 mil euros.

O lar tem ainda acordos fir-mados com a segurança social.―

Vn BarQUinHaAntigo edifício da Junta encerra e nasce gabinete de atendimento na Câmara

DiSTriToTribunal não anula eleições da Federação de BombeirosTEXTO na

O Tribunal de Abrantes não deu razão às associa-ções dos bombeiros voluntários de Santarém e de Constância, que interpuseram uma pro-vidência cautelar para anular as eleições na Federação dos Bombeiros do Distrito de San-tarém.

A providência cautelar ti-nha como base de argumen-tação a recusa por parte do presidente da assembleia geral em aceitar a lista liderada pelo comandante de Constância, Adelino Gomes pedindo a sus-pensão da deliberação.

A eleição acabou por de-terminar que o novo presidente da Federação Distrital é Carlos Gonçalves (comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila

Nova da Barquinha que deve-rá assumir as mesmas funções em Tomar. Ver pág. 2). Maria-na Cidade, a juíza encarregue da apreciação da providência, justificou a decisão do tribunal com a não invocação por parte dos requerentes dos danos para si ou para a federação e o facto de também não terem recorri-do para a assembleia de sócios, como determinam os estatutos da federação.

A questão prende-se, es-sencialmente, e segundo o des-pacho da juíza, do facto de os estatutos da federação ditarem que as decisões do presidente estão sujeitas a recurso hierár-quico obrigatório, o que não aconteceu, e que só após uma tomada de decisão interna da assembleia geral é que poderia ser objecto de anulação pela justiça.―

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noVoALMouroL.worDPress.CoM

CAMINHANDO 05Janeiro 2015

enTronCAMenToToMAr

Integração na ADIRNA Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte, aprovou a alteração dos seus estatutos no âmbito da sua área de acção, permitindo aprovar a adesão do concelho do Entroncamento à ADIRN, passando o território de intervenção desta associação a abranger 7 concelhos do Ribatejo Norte. Esta adesão permite a este concelho, a inclusão no novo quadro de apoio ao desenvolvimento rural, nomeadamente a possível integração no DLBC – Desenvolvimento Local de Base Comunitária.―

enTronCAMenTo

CiMTApreensão perante objectivos da Estradas de Portugal para a regiãoTEXTO na

A Comunidade Intermuni-cipal do Médio Tejo (CIMT) preocupada e apreensiva após conhecer o “carácter muito li-mitado” das intervenções pre-vistas entre 2015 e 2019 para a região, anunciadas pela empresa Estradas de Portugal (EP). O Plano de Investimentos 2015-2020 e o Plano de Proximidade a Médio Prazo 2015-2019 da EP não inclui, segundo Miguel Pombeiro, secretário executivo da CIMT, investimentos essen-ciais para a melhoria da mobili-dade” no Médio Tejo.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Pombeiro desta-ca a “ausência de uma estraté-gia” relativamente às passagens rodoviárias entre as duas mar-gens do rio Tejo, “ao arrepio do Plano Rodoviário Nacional” (PRN), e sublinhou o “carácter vago e impreciso” da referên-cia à Ponte Praia do Ribatejo – Constância Sul, onde apenas viaturas ligeiras podem circular.

“O Plano apresentado não resolve os problemas das aces-sibilidades na região e omite outros por completo, como seja a nova travessia sobre o Tejo, de ligação Abrantes a Ponte de Sor, no âmbito do IC9, e ins-crita há vários em PRN”, notou. Por outro lado, acrescentou, “surge no Plano uma verba de 5 milhões de euros para a pon-te da Praia, que une Constân-cia Sul à Praia do Ribatejo, em Vila Nova da Barquinha, mas não se explica onde e como vão ser investidos. Desconhecemos

quais as obras que se prevêem executar, se é para alargamento ou reforço para abertura a pe-sados, enfim, não se percebe a intenção”, destacou aquele res-ponsável.

O secretário executivo da CIMT lembrou ainda a impor-tância para o desenvolvimento económico da intervenção da ER 243, que estabelece a liga-ção da A23 ao Terminal Multi-modal de Riachos, tendo consi-derado “bastante prejudicial” o “arrastamento da actual situa-ção até 2018", altura em que o documento prevê a intervenção.

“É também com preocupa-ção que se vê adiar para 2017 a conclusão da requalificação da EN 361 (troço Amiais de Cima – Alcanena), previsto inicialmente para 2015, e es-tranhamos não haver qualquer referência à requalificação da Estrada Nacional 238, que liga o concelho da Sertã ao eixo Tomar-Lisboa-Litoral”, acres-centou.

Câmara de Abrantes contes-ta a ausência de investimen-tos estratégicos. Também a autarquia abrantina, presidida por Maria do Céu Albuquer-que – que acumula com as fun-ções de presidente da CIMT – contestou na última reunião de câmara a não inclusão de in-vestimentos como a ponte ro-doviária sobre o Rio Tejo entre as proximidades de Abrantes e Tramagal, prevista no Plano Rodoviário Nacional que, se-gundo a autarquia, “tem vindo a sofrer adiamentos sucessivos”.

Olhando para o trafego intenso e acentuado com a introdução do pagamento de portagens na A23, a autarquia renovou a sugestão apresentada já várias vezes. Em alternati-va à suspensão da construção do IC9, sugere uma interven-ção faseada, dando priorida-de à construção de uma nova travessia sobre o Tejo e, numa segunda fase, a construção do Itinerário.―

Miguel Pombeiro, Maria do Céu Albuquerque e José Farinha nunes

Quando eu era professor, dizia aos meus alunos no início do ano “não vamos estudar o livro”. eles olhavam para mim e para o livro, talvez a pensar que era dinheiro deitado fora, alguns talvez já a sentirem a dificuldade de estudar sem ter um livro adoptado… Mas eu acrescentava “Vamos estudar a vida, o mundo, o que se passa. e vamos usar o livro para estudar isso que precisamos de entender”.eles riam, respiravam de alívio, mas não disfarçavam a surpre-sa dessa “coisa” de não irmos estudar o livro, mas irmos estu-dar a vida, o mundo da vida.Poderia pensar-se que isso devia ser evidente e que as minhas palavras não passavam de senso comum, uma verdade de La Palisse. Mas não, e a sur-presa deles dizia que tinham sido apanhados desprevenidos.De facto, o que na escola se costuma estudar são os livros. os livros sagrados do saber escolar – feito, definido e definitivo – para “despejar” no teste. e se o que ficar no teste estiver igual ao que está no livro, o aluno tem vinte e todos ficam muito felizes, o aluno, o professor e os pais.Isto resulta de um processo de reificação ou de fetichização do objecto cultural, que passa a valer por si mesmo, indepen-dentemente de tudo o mais. É livro, é bom. Pode consumir. ou melhor: deve.os livros, assim pensados e sentidos, não falam do mundo; eles são o mundo. e os bons alunos sabem tudo desse mun-do em que lhes pedem para viver. Mesmo que saibam muito pouco do mundo outro em que sobretudo deveriam viver, saber viver.Por seu lado, os maus alunos são os que vivem no seu mun-do real e se dedicam pouco ao mundo dos livros, vá lá saber-

Marca d’ Água

o mundo da vida

Alves JanaConsultor

-se porquê…Livros, pinturas e esculturas, peças de teatro e danças clássicas ou modernas, artigos de jornal ou performances, canções ou… todos os pro-dutos culturais são gestos no mundo que fazem o mundo e nos apontam para o mundo, acerca do qual nos dizem alguma coisa e nos desafiam a tomar alguma posição.se “cultura é saber quais são os problemas do nosso mundo e quais são as soluções para eles”, e se no fim e no início do ano é habitual fazer-se o balanço do ano por setores, en-

Os livros, assim pensados e sentidos, não falam do mundo: eles são o mundo.

tão vale a pena olharmos para 2014 e percebermos o que na vida cultural do Médio Tejo, por exemplo, foi dito sobre os nos-sos problemas e que soluções foram apontadas ou sugeridas para eles. no fim de mais um ano, devemos estar mais escla-recidos e mais capazes de lhes fazermos frente, não?e vale também a pena pensar-mos quais são os problemas que temos entre mãos neste 2015 que se inicia, não só para os abordarmos no nosso trabalho cultural como para estarmos atentos ao que sobre eles nos dizem os trabalhos culturais que à nossa volta outros vão fazendo. Porque há sempre o perigo de cairmos no fetichismo cultural. e seria uma pena. uma perda.―

Alves Jana escreve segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico

Farmácias sem permanênciaDesde 1 de Janeiro que cada Farmácia no concelho do Entroncamento deixou de ter um profissional de saúde em permanência para atendimento a partir do horário de encerramento. Os clientes com receitas válidas, com data de emissão do próprio dia ou dia anterior terão de contactar telefonicamente, através de contacto exibido na porta das Farmácias, para que o profissional de saúde se desloque até à Farmácia para proceder ao atendimento. A alteração foi aprovada pela ARS de Lisboa e Vale do Tejo. .―

Queda MortalA queda de um ultraleve em Tomar, no dia 3 de Janeiro, causou um morto e um ferido grave. José Filipe Borga, 51 anos, empresário de Ourém, pilotava o aparelho e acabou por falecer no hospital de Abrantes não resistindo aos ferimentos. Um outro homem, de 43 anos, residente em Tomar, foi levado para o mesmo hospital onde ficou em observação. Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém, o acidente verificou-se cerca das 17h15, no campo de voo de Valdonas, concelho de Tomar.―

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06 ECONOMIANovoAlmourol

Janeiro 2015

nerSanT

Mentores ensinam como se faz

TEXTO na

Só os empresários detêm o verdadeiro conhecimento de como se gere um negócio. É com base nesta convicção que a NERSANT decidiu criar, no âmbito do seu programa de apoio ao empreendedorismo, o Sítio do Empreendedor, uma Bolsa de Mentores, onde mais de 50 empresários estão já ins-critos para ajudar os novos em-preendedores a conduzir os seus projetos.

De forma a dar maior pos-sibilidade de sucesso às iniciati-vas de novos empreendedores e proporcionar aos empresários já no terreno, o conhecimento de novos projetos, a NERSANT - Associação Empresarial da Re-gião de Santarém, criou e está a dinamizar uma Bolsa de Men-tores, constituída já por mais de 50 empresários da região com know-how na área da gestão e desenvolvimento de negócios

que podem, com a sua expe-riência, aconselhar e vir a con-tribuir para o desenvolvimento das ideias e novos projectos no Ribatejo.

A bolsa permite à NERSANT estabelecer relações de men-toria entre empresários e em-preendedores, facilitando, desta forma, a organização de sessões de networking, onde serão apre-sentados novos projectos, que deverão merecer a análise dos mentores, através da apresenta-ção de contributos e sugestões que potenciem o conhecimento dos empreendedores e dos seus próprios negócios. Estas sessões são ainda um espaço privilegia-do para o encontro de possíveis parceiros, sócios ou investidores nos novos negócios apresenta-dos.

Para os novos empreende-dores, a partilha de conheci-mentos e experiências por parte dos empresários, bem como as indicações, avisos e sugestões

Alunos ouviram atentamente os representantes do projecto depois de visitarem empresas e a Loja do Cidadão

que estas sessões lhes podem proporcionar, pode revelar-se um contributo fundamental para a maturação dos seus mo-delos de negócio e para o desen-volvimento das suas actividades.

A Bolsa de Mentores é um dos apoios disponibilizados no âmbito do Sítio do Empreen-dedor, programa de apoio à criação e desenvolvimento de novas empresas que acompanha os empreendedores desde a fase de maturação da ideia até ao primeiro ano pós-início de acti-vidade, passando pela definição do modelo de negócio, elabora-ção do plano de negócio, procu-ra de sistemas de incentivos e financiamento, e ainda consul-toria jurídica e fiscal para cons-tituição e início de atividade.

Todos os interessados pode-rão inscrever-se neste programa, cuja participação é gratuita, ace-dendo a ao portal deste projeto da NERSANT, em http://sitio-doempreendedor.nersant.pt/―

nerSanTMira Amaral e Augusto Medina em sessão de esclarecimentoTEXTO na

A NERSANT- Associação Empresarial da Região de Santarém e a AIP - Associação Industrial Portuguesa vão reali-zar no dia 22 Janeiro, em Torres Novas, uma sessão de esclareci-mento sobre as "Oportunidades de Negócio e Financiamento à Inovação e Internacionaliza-ção" para os mercados de An-

gola, Brasil e Cabo Verde. Mira Amaral e Augusto

Medina vão intervir na sessão que tem por objectivo dar a co-nhecer às empresas da região as oportunidades de negócio, bem como os mecanismos de finan-ciamento.

A participação na sessãoé gratuita, decorre na sede da NERSANT, em Torres Novas, no dia 22 de Janeiro, a partir das 09h30, podendo as em-

presas interessadas em marcar presença na sessão, fazer já a sua inscrição no portal da as-sociação empresarial, em www.nersant.pt

A sessão de abertura tem lugar às 09h30, com a interven-ção da Presidente da Direção da NERSANT, Maria Salomé Rafael, do Presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, e ain-da do Presidente da Comissão Executiva do Banco BIC Por-tuguês, Luís Mira Amaral.―

TanCoSPitoresco Bar, um mimo à beira do Tejo

TEXTO na

A inauguração decorreu no dia 3 de Janeiro, em Tan-cos, Vila Nova da Barquinha. O novo espaço é bi-facetado, sendo bar e loja de artesanato e produtos locais e nacionais (vinhos, licores, mel, artesanato, peças saudosistas portuguesas, enchidos e muitos mais).

O projecto agora inaugura-do é resultado do empreende-dorismo de um casal jovem do concelho, Rui Pereira e Tânia Fernandes, apoiado pelo Pro-grama de Desenvolvimento

Rural 2007-2013 da União eu-ropeia e o acompanhamento e apoio da ADIRN, Associação para o Desenvolvimento Inte-grado do Ribatejo Norte.―

TeCnoPoLoConcurso de Projectos EmpresariaisTEXTO na

Está a decorrer até 13 de Fevereiro o 3.º Concurso de Projectos Empresariais INOV.POINT, uma iniciativa do TA-GUSVALLEY – Tecnopolo do Vale do Tejo (Abrantes) e que pretende reforçar o tecido em-presarial da região e incentivar o surgimento de iniciativas em-preendedoras de base tecnoló-gica no Médio Tejo.

O concurso destina-se a ideias de negócios nos sectores Agro-alimentar, da Metalome-cânica, Energia e Tecnologias de Informação e Comunicação e a pessoas singulares, maiores de 18 anos, ou colectivas cons-tituídas há menos de três anos, com o objectivo de explorar um projecto inovador ou de base tecnológica com aplicabilidade no mercado e no Médio Tejo.

As candidaturas apresenta-das são sujeitas a uma primeira selecção, onde serão identifica-das as que passarão à segunda fase do concurso. Os promoto-

res dos projectos que integra-rem esta segunda parte do con-curso devem desenvolver uma estratégia de comunicação, os modelos de negócio e de finan-ciamento da ideia de negócio.

Os critérios de avaliação na primeira fase prendem-se com factores como o Curricula vitae académico e profissional dos concorrentes (com um peso de 20%); Interesse estratégico para a Região Centro (30%); dife-renciação do projecto relativa-mente às soluções conhecidas no mercado (este pontuado com 50%).

Serão premiadas as três me-lhores ideias com serviços de apoio e incubação no Tecnopo-lo do Vale do Tejo.

Para se candidatar ao 3º Concurso de Projectos Em-presariais deve ir ao sítio da In-ternet do TAGUSVALLLEY (www.tagusvalley.pt), preen-cher o formulário disponível e enviar ou entregar no Tecnopo-lo do Vale do Tejo juntamente com a documentação solicitada para esta acção.―

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noVoALMouroL.worDPress.CoM

PUBLICIDADE 07Janeiro 2015

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08 PUBLICIDADENovoAlmourol

Janeiro 2015

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PUBLICIDADE 09Janeiro 2015

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10 ENTREVISTANovoAlmourol

Janeiro 2015

enTreViSTa MANUEL LOURENÇO

"Em tempos de crise é que se afirmam os bons valores" Manuel Lourenço, empresário sediado em Vila Nova da Barquinha, é referência no segmento de equipamentos para a construção civil e obras públicas. A sua empresa, Espaço Mecânico, está também em Angola e apesar do sucesso as palavras do empresário de 64 anos são de paciência e visão estratégica ponderada. Com o arranque do projecto Empreendedorismo em Ambiente Escolar”, que na manhã do dia 26 de Novembro, levou os alunos das escolas do concelho a visitar as instalações da Espaço Mecânico, a entrevista revelou-se um verdadeiro manual de boas práticas, ao encarar as dificuldades e os sucessosTEXTO&FOTOgRaFIa riCarDo aLVeS

Que conselhos deu aos alunos do concelho?Quando eles cá estiveram houve um miúdo que me perguntou a razão de eu ser empresário. Isto não tem que ver com o momento avançado da nossa vida, tem de começar logo desde tenra idade, desde a escola porque cada um tem um objectivo e tem de conseguir resulta-dos, tem de ser empreendedor, determinado, organizado e disciplinado, lutar pelos objectivos. Se o faz enquanto aluno tem de dar continuidade a essa atitude também na vida profissional. É preciso uma “base” para ter sucesso?As pessoas reagem de maneira diversa perante as difi-culdades e eu acho que o empreendedorismo tem muito que ver com a atitude que temos perante elas. Há pes-soas que se deixam vencer facilmente e isso é o princípio do fim, não há nada a fazer. Está a falar por experiência…A vida de um empresário tem momentos difíceis e quando se está praticamente sozinho ou em empresas familiares, como é o meu caso, em que tenho a minha mulher que foi professora do ensino secundário e está reformada, uma filha que é licenciada em administração e gestão mas tem os negócios dela e vive em Lisboa, vejo-me muito isolado para resolver problemas, para lu-tar, e tem sido assim ao longo da minha vida, já lá vão 35 anos de vida empresarial. Olhando ao seu passado esta não é a primei-ra visita do FMI que experiencia…A primeira crise com o FMI foi em 81/82 e agora esta. Tive momentos, não de desespero, mas que eram mui-to difíceis em que não sabia se passados uns dias tinha condições para continuar com a empresa, e quando se começa com um projecto assumem-se responsabilida-des não só sociais como também económico-financei-ras, junto das entidades bancárias. É nesses momentos, não digo de pânico mas de muitas dúvidas, que temos de ter algum discernimento e perceber o que é que é possível fazer no meio das adversidades e agarrar-se a esses pontos positivos, fazer deles uma alavanca para seguir em frente. E passados uns dias, uma ou duas semanas, meses, olhava para trás e dizia, “afinal fiz ca-minho”, a vida de um empresário é feita desta atitude. É evidente que há momentos mais fáceis e momentos menos fáceis, mas fundamental é que nos momentos difíceis esta atitude exista, resista e vença.Consegue definir “um” momento de alavan-ca para se tornar empresário?Há sempre um clic… Eu sou do centro norte, do distri-to de Aveiro, e quando andei a estudar, nos anos 60, em 1961/62, saía da minha aldeia e até entrar na escola às oito da manhã demorava duas horas, entre andar a pé e de transportes públicos. O meu pai deu-me a possibili-dade de continuar a estudar e eu disse que sim. O meu pai disse que tinha de sair de casa às seis da manhã, quer chovesse, fizesse sol, fosse de noite ou de dia. E eu pen-

so que o primeiro momento foi esse. Eu queria, achava que era capaz. Por outro lado, os meus pais sempre es-tiveram ligados ao pequeno comércio de aldeia. E isso também me permitiu conhecer como se trabalhava com clientes, ouvir as pessoas, dar opinião. Há essa simbiose. Este contexto familiar e a vontade de estudar foi um primeiro momento. E na escola como era?Felizmente fiz um percurso sem chumbar. Fui crescen-do e fazendo a minha vida académica até que acabei o curso de engenheiro técnico electromecânico no Porto, no antigo Instituto Superior de Engenharia. Posterior-mente, esta formação académica correspondia a um bacharel e fui fazer um plano de estudos à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) - já casado - para fazer a licenciatura e optar por um dos ramos: ou electrotecnia ou mecânica. Fiz mecânica, com 22 anos, em 71/72.E quando se torna empresário?Na FCTUC tínhamos duas cadeiras, Economia 1 e 2, e o professor era o Engº Raul com quem estabeleci uma boa relação. Eu trabalhava na Metalúrgica Costa Nery em 1980 e um dia aparece-me lá um fulano aqui da região que andava a estudar engenharia mecânica em Coimbra e estava exactamente a fazer o trabalho para essas cadeiras. Disse-me que o Engº Raul lhe tinha re-ferenciado o meu nome para o ajudar no trabalho, um projecto de criação de uma empresa, uma central de bri-tagem para produzir inertes para as auto-estradas que nessa altura estava em boom em Portugal. Eu disse que estava disponível para o acompanhar e complementar. Na Costa Nery produzíamos exactamente esse tipo de equipamentos. Combinámos o dia e quando ele apa-receu trazia uma informação das necessidades em me-tros cúbicos para os próximos tempos para acabar de

Manuel Lourenço nas instalações do espaço Mecânico

construir a A1, entre outras auto-estradas. Eu começo a ver aquilo e dava uns milhões de metros cúbicos que transformados em escudos davam uma loucura! Acom-panhei o projecto, fiz-lhe o layout de uma central de britagem, os equipamentos necessários, o investimento, uma amortização, etc. Foi aí que se apercebeu que podia ter outro papel?Ao acompanhar o trabalho pareceu-me um grande negócio. Falei com algumas pessoas, um colega que também trabalhava comigo na Costa Nery e falei com mais uns empresários, um deles o Sr. Silveira Melo, e disse-lhes que havia um projecto interessante e se não queriam participar. Constituímos uma sociedade e fize-mos um investimento, na altura de 45 mil contos, muito dinheiro. Eu tinha uma posição muito interessante na Costa Nery, era até accionista, mas numa reunião com os sócios, quando colocámos o projecto no banco (Es-pirito Santo) e perante a necessidade de avançar se o financiamento fosse aprovado, era preciso um gerente. Numa longa reunião de sócios – a empresa chamava-se Britaire – precisávamos saber quem ficava na gerência. Eles dizem todos que tenho de ser eu. E após muito tentarem lá me convenceram. É evidente que quando eu digo que sim a alguma coisa, depois de ponderar, não volto com a palavra atrás. Foi assim que começou... Em 1981/82 comecei a gerir a Britaire e logo em 82/83 houve uma grande crise, com a vinda do FMI, e aí sim, foi o período mais difícil da minha vida...Como ultrapassou a situação?A crise começou em 83 e na altura tínhamos acabado a instalação e estávamos a arrancar. Uma empresa precisa de três anos para atingir a velocidade cruzeiro. Quando devíamos estar a entrar nessa velocidade aparece a crise que praticamente não nos deixou levantar voo. Mas re-

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ENTREVISTA 11Janeiro 2015

pito: foi um momento de teste absoluto. E muitas vezes tive momentos em que tinha dúvidas de como iria cor-rer. Mas sabe, há valores que nós nunca devemos deixar de lado: se temos um financiamento e aparece a crise, independentemente das entidades bancárias saberem o que está a acontecer, é preciso em tempo útil explicar o projecto e que estamos com dificuldade, mas que do ponto de vista do desempenho nós cá continuamos de uma forma responsável junto de todos os outros forne-cedores, junto dos trabalhadores, não temos é possibi-lidade de fazer amortizações, etc. Houve um momen-to em que estabeleci relações que se mantêm até hoje. Uma ou duas pessoas que estavam no Banco Espírito Santo. É nessas alturas de dificuldade, grandes proble-mas, que servem para que determinadas afirmações e valores possam persistir e serem evidenciados em mo-mentos de crise. Há muitos que simplesmente fogem e fazem como se não fosse nada com eles, isso é uma coisa que me ultrapassa. E como se processa a transição da Britaire para a Espaço Mecânico?Foi muito simples. Em 1989 apareceu em Portugal uma empresa chamada Terra Azul, uma holding que foi cria-da em Portugal e que tinha por trás a accionista Ciment Français - cimentos de França. Eles constituíram essa empresa no nosso país para tomar posição na área dos inertes, centrais de britagem, areeiros, centrais de betão, porque o país estava no princípio de um boom de cons-trução. Eles sabiam que se conseguissem tomar posição nas empresas que bem posicionadas podiam criar aqui uma base neste segmento de negócio. Se reunissem as pedreiras, tinham as britas, os areeiros, a areia dos rios, e se reunissem empresas na área do betão não ficavam com o monopólio mas ficavam com uma força muito grande para fazer negócio. A Britaire era uma das bem posicionadas?Bom, foi criado um gabinete que tinha por missão fazer um levantamento das principais empresas a nível nacio-nal. A partir do momento em que esta matriz era feita eles entravam em contacto com os empresários para sa-ber se eles queriam vender as empresas. A Britaire foi uma das seleccionadas. Nós vendemos. Foi um negócio interessante e uma das coisas que me pediram foi que durante dois anos eu continuasse a trabalhar com eles ficando num núcleo com a responsabilidade para a zona centro sul, não só para com a Britaire mas com as cen-trais de britagem daqui até ao Algarve. Ao fim de dois anos fui à minha vida. Fiz o meu melhor nesses dois anos mas também pensei no que fazer depois de acabar. A minha formação era na área da mecânica, equipa-mentos, máquinas e tudo mais. Comecei por fazer uma abordagem ao dealer da Caterpiller em Portugal, que era e é a STET. Disse que estava a pensar criar uma empresa e gostaria de ficar com um concessionário para o distrito de Santarém e mais, se fosse possível. Foi uma negociação que demorou mas eu tinha tempo, estava a trabalhar na Terra Azul. Ao fim de algum tempo dis-seram que estavam disponíveis para trabalhar comigo, para definir áreas e condições. Entretanto crio o Espaço Mecânico. A partir desse momento fiquei como con-

cessionário da STET, até que há três anos deixei de o ser para ser de outras marcas – Bobcat, Soosan, Cen-trocar, etc. Deixei de ser concessionário da STET mas continuo a ter peças, assistência pós venda, através de um protocolo. Mas na venda dos equipamentos, direc-tamente ao cliente, são eles que o fazem. Há pouco falou que há sempre um click. Qual foi o da internacionalização para Angola?É isso. Entretanto eu achei que não bastava ter mudado de marca, ter produtos mais apetecíveis em preço. Foi quando comecei a pensar na hipótese da internaciona-lização. Em 2008 fomos a Angola, Benguela, e temos agora uma empresa que é a Espaço Mecânico Angola, detida por maioria por nós -84% - e o parceiro local que tem 14%. Fazemos lá o mesmo que cá. Felizmente é uma empresa que está muito bem. Não quero que cresça mais. Mesmo assim factura o dobro desta. A empresa cá funciona para o mercado nacional e faz um trabalho de trading para a empresa de lá, ou seja, uma boa par-te daquilo que vendemos em Angola é comprado pela empresa de Portugal que depois exporta para Angola. Como é a relação entre empresas?Os equipamentos são comprados lá, mas as peças e lubrificantes é com Portugal. Trabalhamos muito com a Galp e estamos praticamente em toda a zona sul de Angola e enviamos contentores todos os meses. Resu-midamente, temos o consolidado que é a empresa de cá, que faz o seu negócio cá, que exporta para Angola, e a empresa em Angola que recebe os produtos e também compra no mercado local e faz os seus negócios. É este o quadro. E desejo que assim se mantenha, se assim for já não é mau (risos)Quantos trabalhadores estão envolvidos?

Posso dizer-lhe que entre aqui e Angola somos à volta de 35 portugueses e 40 angolanos.Voltando atrás, como surgiu no Centro de Ne-gócios de Vila Nova da Barquinha? Tínhamos instalações no Entroncamento e estávamos dentro do perímetro urbano e não estávamos bem. Co-mecei à procura de um espaço nas zonas limítrofes que me enquadrasse numa zona estruturada para o fim. E nessa altura comecei a falar com o então presidente da Câmara, Miguel Pombeiro. Recordo-me que em 2007 estava quase tudo reservado, que havia uma vontade enorme, lá consegui ficar com o terreno. Não queria sair muito deste perímetro e procurei nas áreas disponíveis. Há pouco disse que não queria que a empre-sa crescesse muito mais mas têm mais pers-pectivas de internacionalização?Vou-lhe dizer muito honestamente. Temos aqui um terreno ao lado e vamos ter que fazer uma construção para melhorar a logística com Angola, por mês envia-mos 3, 4 contentores e estamos limitados. Vou criar um novo pavilhão e dar resposta à saturação que temos em armazém. Se me pergunta sobres novos projectos, neste momento não. Pretendo manter as coisas a funcionar sob o ponto de vista profissional, social e económico, as vertentes que fazem uma empresa boa ou má, manter pelo lado positivo. Até um dia.Não quer dar um passo maior que a perna?Sim. Mas vou-lhe dizer algo que o vai surpreender. A internacionalização em plena crise foi, ao mesmo tem-po, sinónima dos melhores anos. É tão simples. Fomos para outro mercado que nos permite fazer negócio da-qui para lá, com algum negócio que façamos cá, o con-solidado, o resultado de ambas as empresas em conjun-to, tem sido interessante. O que interessa é manter bem o que está a acontecer. Não crescer mais… porque às vezes há uma tendência para crescer desmesuradamen-te. Em 2014, em Angola, fiz lá um investimento que não tinha previsto, de dois milhões de dólares. Entre-tanto se quisesse fazer mais um investimento eu podia fazê-lo, atendendo aos parceiros e clientes interessantes que temos. Mas eu já disse não. Acabou. Aos clientes expliquei isso de uma forma diplomática, e as pessoas acabaram por aplaudir e concordar connosco, disseram que vão continuar a trabalhar connosco nesta dimensão, tão bem ou melhor, mas não queremos crescer mais se não isto começa a criar algum desconforto e falta de capacidade de gerir. Não sobredimensionar mas à espreita de uma oportunidade?Exactamente. É assim que eu quero que as coisas se de-senvolvam. Continuar a fazer bem aquilo que se tem feito até aqui… até um dia. O que é um dia? Não sei. Sabe, isto em empresas familiares… (pausa) Eu tenho um sócio, que é o director geral da empresa em Angola, o Engº Alexandre, a quem eu reconheci mérito, e a dada altura ficou sócio da empresa, mas eu sou o socio maio-ritário e de certa maneira entendeu-se que seria por aqui que iria haver continuidade. Não sei. Eu próprio posso ter ideias mas uma coisa é aquilo que se pensa outra é o que pode acontecer. Vamos ver, sem forçar.―

“É nos momentos de muitas dúvidas que temos de ter algum discernimento e perceber o que é que é possível fazer no meio das adversidades e agarrar-se a esses pontos positivos, fazer deles uma alavanca para seguir em frente.„

em Angola encontrou um novo mercado que permitiu crescimento em tempos de crise

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oS PaSSoS De SÍSiFo

70 anos depois: entre a esperança e a guerraOpInIãO LUiz ooSTerBeek

A 24 de Outubro de 1945, cinquenta países criavam as Nações Unidas, sobre os es-combros da II Guerra Mundial e retomando as esperanças de cooperação internacional que haviam dados os primeiros passos com a criação da União Internacional de Telecomuni-cações (em 1865) e de outras agências de cooperação técni-ca e económica. Na memória recente estavam as esperanças geradas pela criação da Liga das Nações em 1919, que co-lapsara por não conseguir evi-tar a segunda grande guerra.

Os objectivos da ONU são, por esta ordem: prevenir novas guerras; defender os direitos humanos, a dignidade da pes-soa humana e a igualdade de direitos entre géneros e entre nações; promover tratados e o direito internacional; promo-ver o progresso e a qualidade de vida em liberdade.

É indiscutível que, nos seus 70 anos, se é verdade que desde cedo a ONU se revelou inca-

paz de conter grandes conflitos regionais (Coreia, Vietnam, …), é inegável que as Nações Unidas não apenas ajudaram a evitar a generalização desses conflitos mas promoveram, também, agendas internacio-nais ambiciosas, de que a mais relevante hoje é a temática da sustentabilidade.

É interessante perceber quais foram os instrumentos que, em 1945, a ONU escolheu para atingir os seus objectivos: tolerância, boa vizinhança, paz, segurança, recusa do recurso às armas, promoção do progresso económico e social dos povos. Conscientes das suas enormes divergências de interesses e perspectivas, os diversos gover-nos apostaram numa metodo-logia que reiterava princípios éticos e se apoiava num único instrumento material: a pro-moção das classes médias e o combate à pobreza. Ao assu-mir uma base tão “limitada”, a ONU recuperava a visão de Thomas Jefferson, em 1801, defendendo que seria o co-mércio e com ele a conjugação

de interesses convergentes que poderia promover a paz. Uma noção que esteve na base, tam-bém, do processo de conver-gência europeia, primeiro com o carvão e o aço (as bases ma-teriais da guerra), depois com o conjunto da economia (EFTA e CEE).

Quando a ONU definiu o seu programa, escolheu como instrumentos estruturantes a criação simultânea de dois organismos associados mas autónomos, a 16 de Outubro de 1945: a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO, para combater a pobre-za e promover o desenvolvi-mento) e a Organização para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, para formar novas lideranças numa agenda con-vergente de paz, em torno dos princípios éticos da ONU).

O mundo começa 2015 numa rota perigosa, que esqueceu as lições das guerras do século XIX e das duas guerras mun-diais, que deixaram claro para os protagonistas de há sete dé-cadas que tudo tem um preço,

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CULTO 13Janeiro 2015

"Em todos estes momentos recentes, os esforços de desenvolvimen-to e de convergência entre interesses diferentes foram substituídos pela retórica do pensamento único, pelas ameaças, pelo esmagamento das classes médias e, finalmente, pela guerra.“

DoM raMiro

Definitivamente, deixo de acreditar no Pai NatalOpInIãO CarLoS ViCenTe

Fazia o balanço do ano e reparei que dos pedidos ao Pai Natal, poucos se tinham concretizados… claramente aborrecido, pois os pedidos; não eram megalómanos, nem caros!!! Nem tão pouco (só) para mim. Uma lâmpada aqui, outra acolá, um pequeno por-tão, um pequeno armário para arrumações e outras pequenas e úteis “coisas” que deixariam outros ainda mais contentes do que eu. Por isso, definiti-vamente, deixo de acreditar no Pai Natal. Com certeza começou a olhar mais para o seu umbigo do que para aquilo

e que o preço da paz era uma maior cooperação, equidade e reforço da dignidade, com crescimento da classe média. Os discursos dominantes hoje, porém, tal como na década de 1930, ou antes dela na primeira década do século XX, ou ainda antes na década de 1870… e poderíamos remontar no tem-po. Em todos estes momentos recentes, os esforços de desen-volvimento e de convergência entre interesses diferentes fo-ram substituídos pela retórica do pensamento único, pelas ameaças, pelo esmagamento das classes médias e, finalmen-te, pela guerra.

Por estes dias, escutamos alguns afirmar que não faz mal a Grécia sair da União Euro-peia. São os mesmos que, inge-nuamente, pensam que a crise mundial está a ser superada, apenas porque o PIB cresce. E pensam que a Unesco e o ensi-no superior se devem reduzir a fábricas de montagem de ope-rários qualificados, cumprido-res e sem capacidade crítica.

Mas pensam pouco, mal e de forma perigosa.―

que fora “criado”, dar satisfa-ção nem que seja pela “força da época” (entenda-se em es-tado extremo) aos desencon-tros da vida.

Tivesse um ordenado maior e poria em vez de trocos, um valor maior, para resolução destes pequenos (grandes) de-sejos e consequente satisfação dos demais, que queremos ver felizes neste contexto de desi-lusão atroz e desconcertante, quase mundial como passamos a gostar de dizer, para não nos sentirmos sós, mas que corres-ponde à realidade.

Ainda existem paraísos no meio do caos, pois ainda existem HOMENS BONS e sábios por este mundo. Cada

vez mais raros, é verdade. Mas ainda existem alguns.

Vamos levar o Pai Natal a escrutínio?!! Se calhar seria

uma boa ideia para 2015, su-jeitar à vontade popular a sua existência ou não e a possibi-lidade de continuar a presen-

tear-nos.Também há quem diga que

o trenó avariou, vendo-se o Pai Natal na obrigação de se pre-sentear para não perder o di-reito de presentear no futuro… enfim, coisas que dizem… e que para o ano iria ele próprio pedir a outro Pai Natal, um trenó novo, topo de gama… assentos aquecidos etc… pois, está um frio do caraças..

Evidentemente avisarei o Pai Natal, que o Natal já não é o que era, e que o Pai Natal, já não dá presentes e que… en-fim, talvez tenha encontrado um Pai Natal de mau humor, pelas razões, pelas quais, os Pais Natais andam de maus humores…―

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14 PALAVRANovoAlmourol

Janeiro 2015

oPiniÃoContributo para a História da investigação arqueológica no concelho de Vila Nova da Barquinha IIITEXTO JúLio ManUeL Pereira*

A CRIAÇÂO INFORMAL DO NÚ-CLEO DE ARQUEOLOGIA DA BARQUINHA

A ideia da criação de uma asso-ciação dedicada à Arqueologia já andava há uns tempos a bailar no meu cérebro e a descoberta do meu filho, relatada no núme-ro anterior, (erroneamente atri-buída ao Zé Gomes na recente Carta Galeria Arqueológico Histórica de Vila Nova da Bar-quinha), contribuiu para acelerar a materialização desse projecto.

A sugestão foi bem aceite por todos; porém, antes da sua constituição analisaram-se os diversos cenários que se nos co-locavam:• Constituir uma associação independente;• Integrarmo-nos numa das co-lectividades de cultura existentes no Entroncamento;• Integrarmo-nos numa das co-lectividades culturais existentes na Barquinha.

O primeiro caminho teria sido mais fácil, mas foi rejeitado por mim porque entendi que não devíamos contribuir para dividir, mas antes para unir esforços da-queles que fazem da Cultura e do Património, a sua bandeira;

O segundo caminho era apetecível, não só porque não seria difícil cativar os apoios de uma câmara com recursos, mas também porque era possível contar com a receptividade da população de um meio urbano, mais culto e menos envelhecido. Além disso, parte dos elementos iniciais, a começar pelo Zé Go-mes, vivia no Entroncamento. Tinha contra si o facto de o En-troncamento ser um concelho de diminuta dimensão territorial.

A insistência minha, aca-bámos por optar pelo caminho mais difícil – a tentativa de cons-tituição de uma secção, com ele-vado grau de autonomia, dentro da Associação Histórico-Cultu-ral de Vila Nova da Barquinha, já existente – mas apenas com 10 sócios – criada essencialmen-te para captar fundos estrutu-rais e que, esgotada essa missão, precisava de ser dinamizada. Ao fazermos esta opção estávamos muito longe de adivinhar as re-

percussões que a mesma haveria de ter no futuro da Arqueologia na Barquinha.

Assim, iniciámos negocia-ções para nos integrarmos numa Associação a que desejávamos dar vida pois, pessoalmente, eu defendia que o concelho não era suficientemente rico nem tinha tanto capital humano que justificasse a existência de duas associações cujo objecto se so-brepunha parcialmente, posição que, mais tarde, me viria a isolar um pouco, pois os jovens que, entretanto, aderiram ao Núcleo, defendiam que, perante a inac-ção e as manobras dilatórias da-quela Associação, o melhor seria percorrermos uma via indepen-dente.

A associação que formámos foi batizada com o nome de Nú-cleo de Arqueologia da Barqui-nha, aproveitando o duplo sig-nificado da palavra Núcleo, que também tinha uma conotação arqueológica.

Entretanto, colocada a ques-tão de quem deveria presidir ao Núcleo, foi sugerida a minha pessoa - não sei se por cortesia, por ser o autor da ideia ou se devido à minha formação acadé-mica - sugestão que logo recusei, por me parecer que tal honra deveria caber ao Zé Gomes – o mais experiente nas questões da Arqueologia – e por uma outra razão de ordem prática: eu, tinha tomado posse como vereador da Câmara da Barquinha no iní-cio desse ano e, não seria muito curial ser eu a presidir ao Nú-cleo e, ao mesmo tempo, even-tualmente, vir a solicitar àquela edilidade qualquer apoio que fosse necessário, nomeadamente, quando se colocasse a questão de virmos a ter uma sede.

Não me recordo exactamen-

te da data da criação – ainda que informal - do Núcleo de Arqueologia, mas foi entre Ju-lho/1990 (data da publicação da descoberta do Rui Pereira) e Setembro/1990 (data da di-vulgação de nova descoberta arqueológica), de que falaremos a seguir.

Demos, assim, um impor-tante salto qualitativo e, em breve, o Núcleo de Arqueologia haveria de ser notícia por boas razões.

UMA DESCOBERTA INTERES-SANTE NA ZONA DA CAPELA DE NOSSA SENHORA DE RO-CAMADOR1

Em certa ocasião, o nosso as-sociado, Joaquim Murcela, ao passar pela Capela de Nossa Se-nhora de Rocamador (também conhecida pelas corruptelas Re-camador, Reclamador e Roque Amador), onde uma máquina tinha andado a nivelar o cami-nho de acesso à mesma, detectou a presença de um crânio quase à superfície e alguns outros restos osteológicos. Inicialmente su-pôs-se que tais ossadas estariam relacionadas com um cemitério que terá existido nas imediações da capela, no séc. XIX; porém, mais tarde, viemos a concluir que esses despojos, muito pro-vavelmente, seriam mais antigos, uma vez que, na sua vizinhança, eu tive oportunidade de recolher alguns ceitis – moedas de cobre de reduzido valor facial – cujas características eram semelhantes às cunhadas nos reinados de D. João II e D. João III que, usual-mente, eram depositadas simbo-licamente nas sepulturas, para os mortos pagarem a passagem para a outra vida.

Alertados pelo Joaquim

Murcela, realizámos uma pros-pecção de superfície nas ime-diações, tendo sido encontrados também um fragmento de faca espessa em sílex, uma pequena ponta de faca no mesmo mate-rial, lascas residuais e pequenos núcleos, igualmente em sílex.

Estávamos aqui em presen-ça de vestígios arqueológicos de épocas muito diferentes, que iam desde o Paleolítico à Idade Média, mas, certamente, com interesse. Por outro lado, a zona estava em perigo, porque então se previa a construção de um parque de campismo nesse local.

Informada a Câmara Mu-nicipal, foi solicitada por esta, a meu pedido, a visita à zona dos achados por parte de técnicos do então Instituto Português do Pa-trimónio Cultural.

Estiveram presentes o Dr. José Beleza Moreira, então Di-rector do Serviço Regional de Arqueologia da Zona Centro, a Arqueóloga Dr.ª Ana Leite da Cunha, o Sr. Padre Fernando (então pároco da Barquinha), eu próprio, na dupla qualidade de vereador e de membro do Nú-cleo de Arqueologia e o Zé Go-mes, na qualidade de Presidente do Núcleo.

Conforme relatámos na im-prensa, em texto de minha auto-ria, assinado, como de costume, pelos três, “os referidos técnicos, que tiveram palavras de muita simpatia pelo trabalho que tem es-tado a ser realizado pelo Núcleo de Arqueologia, ao qual se prontifica-ram a dar todo o apoio necessário, apresentaram algumas sugestões quanto à preservação daquela esta-ção arqueológica” 2.

No seguimento dessas su-gestões, valendo-me da situação de ser vereador, apresentei uma proposta na Câmara Municipal no sentido de, aquando da ela-

boração do caderno de encargos, referente ao arranjo do terreno e construção do parque de cam-pismo, se incluir uma cláusula, pela qual, a entidade adjudicante, ficaria obrigada a dar conheci-mento de quaisquer achados ar-queológicos no local e a permitir uma intervenção arqueológica de emergência, se tal se justifi-casse. A proposta foi aprovada, mas não teve consequências por-que a Câmara nunca chegou a materializar a construção do parque de campismo nesse local.

Por proposta minha, para evitar a destruição acidental de património arqueológico, foi também aprovada a instituição de formas de colaboração entre a Câmara e o Núcleo de Arqueo-logia, cabendo a este a indicação das zonas do concelho, em rela-ção às quais a Câmara Municipal deveria estabelecer uma cláusula semelhante, aquando da autori-zação de licenças de construção.

Revelara-se assisada a deci-são de não ter aceitado ser presi-dente do Núcleo, estando assim mais liberto para agir dentro da Câmara no tocante a estas ma-térias e, simultaneamente, lançar as bases para a colaboração en-tre o Núcleo de Arqueologia e a Câmara Municipal, que se have-ria de mostrar mutuamente van-tajosa no futuro, como veremos em próximos números.

1Também esta erroneamente atribuída ao Zé Gomes na recente Carta Galeria Arqueológico Histórica do Concelho de Vila Nova da Barquinha e considerada como tendo ocorrido mais tarde do que o foi efectivamente 2Vide jornais “Novo Almourol, de Se-tembro de1990; jornal “Notícias do En-troncamento” de 19 de Outubro de 1990 e jornal “O Ribatejo” de 23 de Outubro de 1990 ―Investigador de História LocalMestre em Pré-História e Arqueologia.

Alguns dos artefactos em sílex, ali recolhidos

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CULTURA 15Janeiro 2015

notícia sobre o caso da ambulância da Corporação de Bombeiros de Óbidos e da abordagem da Gnr em http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Por-tugal/Interior.aspx?content_id=4312442 :o comandante, Carlos silva, explica que tudo começou num transporte de uma doente com 80 anos. o estado de saúde complicou-se e a viatura teve de parar para dar assistência à idosa que acabou por morrer na berma da A8.os bombeiros que tripulam a ambulância do IneM garan-tem que por lei não podem movimentar um cadáver e por isso chamaram a Gnr. A ati-tude dos militares foi inespe-rada para os bombeiros: uma multa por estarem parados na berma da auto-estrada.o comandante dos bombeiros de Óbidos explica à TsF que só pararam para dar assistên-cia à doente. os bombeiros de Óbidos já pediram à tutela a anulação da multa que foi de imediato paga pelo condutor. 120 euros que os bombeiros querem ver agora devolvidos. o desempenho dos Bombei-ros foi adequado e inteligen-te. A atuação dos Militares, inesperada. A paragem foi necessária. A Brigada da Gnr cobrou os 120 euros sem pestanejar face problema concreto inerente ao pro-blema de movimentação de cadáver. não deve ter consi-derado o lema de “Vida por Vida”, timbre do quotidiano dos bombeiros portugueses, soldados da Paz. Incompreen-sível e lamentável.na sequência deste dispara-te, lemos em: https://www.google.pt/search?q=bombeiro+multado&oq=bombeiro+multado&aqs=chrome..69i57.6028j0j8&sourceid=chrome&es_sm=93&ie=uTF-8# a seguinte notícia:A Gnr arquivou a multa à ambulância parada na A8 por entender que afinal não foi cometida qualquer infração pelo IneM. É o final de uma multa polémica, passada esta terça-feira, quando a equipa de emergência fazia o trans-

Roteiro do Tejo: dos territórios, das pessoas e das organizações

38. a “Vida por Vida” e o perigo de interpretação dos regulamentos.

Luís Mota FigueiraProfessor Coordenador do instituto Politécnico de Tomar

porte de uma mulher com um enfarte do miocárdio.A meio da autoestrada, a ambulância parou para serem aplicadas manobras de reani-mação na doente, que acabou por morrer no local.A patrulha da Gnr multou o condutor da ambulância. o bombeiro, multado em 120 euros, recusou retirar o veículo da A8 justificando que o IneM não está autorizado a transportar cadáveres.

Entre uma e outra descrição está uma Vida. A insensibili-dade para com esta situação é tenebrosa..

Não concordo com o que dizes mas defenderei até a morte o direito de o dizeres. Voltaire

entre uma e outra descrição está uma Vida. A insensibili-dade para com esta situação é tenebrosa. Foquemo-nos na importância da Vida sobre a relevância dos regulamentos e sua respectiva Interpreta-ção: será que os protagonistas de autoria da Multa foram educados para os Valores da Vida? o valor da Vida foi se-cundarizado face aos Valores de função policial, no caso, incompreensíveis e inuma-nos na sua interpretação e aplicação! nem o espírito do natal resistiu à insensibi-lidade social que grassa na nossa sociedade. A reposição da normalidade, por parte do Comando, não apaga da nossa Memória esta estúpida e perigosíssima interpretação. ou conseguirá apagar? exce-lente 2015 para todos.

Tomar, 26 de dezembro de 2014―

Luís Mota Figueira escreve segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico

Recolha de SangueA Associação da Dadores de Sangue de Torres Novas vai realizar uma recolha de sangue (e de medula óssea) no dia 21 de Janeiro entre as 9h00 e as 13h00 horas, na Escola Secundária D. Maria II em Vila Nova da Barquinha. A recolha será efectuada por uma Brigada do Centro do Sangue e da Transplantação de Lisboa do Instituto Português do Sangue e da Transplantação. “Dá Sangue Porque Há Sempre uma Vida à Tua Espera – Dar Sangue é Ajudar, é dar Esperança, é Salvar a Vida de Alguém – Haverá Gesto Mais Nobre do Que Salvar Uma Vida?”, é o mote.―

Loja Social relocalizadaA Loja Social de Constância está agora sediada na antiga escola primária da vila. O espaço foi inaugurado no dia 17 de Dezembro com a presença de Tiago Leita, director distrital da Segurança Social. A autarquia informou que o objetivo desta valência social é minimizar as dificuldades que as famílias possam estar a atravessar disponibilizando diversos artigos como: vestuário, calçado, mobiliário, brinquedos, entre outros e ainda facultar apoio social a título gratuito. Aberta todas as quartas-feiras, entre as 10H00 e as 12H30.―

ConsTânCIA Vn BArQuInHA

Sporting Clube BarquinhenseO clube de Vila Nova da Barquinha vai realizar a Assembleia Geral Ordinária no dia 14 de Fevereiro pelas 14h00 na sede do clube. Na ordem de trabalhos constam, entre outros, a apresentação, discussão e votação das contas de 2014 e a Eleição dos Corpos Gerentes para o ano 2015. Para a eleição as listas candidatas devem ser entregues meia hora antes ao Presidente da Assembleia Geral.―

Vn BArQuInHA

Vn BarQUinHaConhecer para preservar, conhecer para divulgarTEXTO CiDÁLia DeLGaDoFOTO riCarDo aLVeS

Fernando Freire, presiden-te da Câmara Municipal, assina o prefácio da Carta-Ga-leria Arqueológico-Histórica do concelho de Vila Nova da Bar-quinha que principia referindo que “…só se ama aquilo que se conhece.” Dar a conhecer o pa-trimónio existente é o propósito desta carta que se encontra dis-ponível, on-line, no endereço: www.cph.ipt.pt e que foi apre-sentada ao público no dia 13 de Dezembro de 2014, no Centro Cultural.

Esta é uma obra já há mui-to desejada e que tomou agora forma. É dedicada a José da Sil-va Gomes (1942-2012) ao qual todos os que tomaram palavra agradeceram e realçaram como um dos grandes impulsionado-res da arqueologia nesta região. Um homem de grande paixão pelo património em geral, e pela arqueologia em particular, e que até ao fim da sua vida se dedicou a esta causa transmitindo aos outros todo o seu saber.

Segundo Ana Cruz esta car-ta foi elaborada para apresentar aos Barquinhenses e a todos os que se interessam pelos resul-tados científicos, o trabalho de anos no concelho de Vila Nova da Barquinha.

Esta Carta-Galeria está or-ganizada em dois grandes blocos

de informação: o primeiro que conta as Histórias das Mulheres e dos Homens que Construíram a Identidade do Território de Vila Nova da Barquinha e o se-gundo sobre o enquadramento descritivo dos Sítios Arqueoló-gicos e Históricos.

Vila Nova da Barquinha pode orgulhar-se de ter no seu território um rico património arqueológico que remonta ao Paleolítico Inferior, represen-tado pelo sítio arqueológico da Ribeira da Atalaia, mantendo uma continuidade cronológica de ocupação humana até aos dias de hoje.

A apresentação que teve como lema “Conhecer para pre-servar, conhecer para divulgar” contou com a presença de Fer-nando Freire, Presidente da Câ-

mara Municipal de Vila Nova da Barquinha; Ana Cruz, Di-rectora do Centro de Pré-His-tória do Instituto Politécnico de Tomar (IPT); Pierluigi Rosina, Docente do IPT; António Luís Roldão, Investigador da história local; José Manuel da Silva, an-tigo docente no IPT, Ana Gra-ça, Técnica Superior do Centro de Pré-História do IPT; Cidá-lia Delgado, Técnica Superior do Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo e Rita Anastácio, docente no IPT.

Esta iniciativa foi promovi-da pelo Município de Vila Nova da Barquinha, Centro de In-terpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo (CIAAR), Ins-tituto Politécnico de Tomar e Centro de Pré-História do IPT (CPH).―

José Manuel da silva, Fernando Freire e Ana Cruz

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16 CULTURANovoAlmourol

Janeiro 2015

ToMar

Já não é apenas o maior, é "o" Festival de Música Portuguesa e volta já no próximo Verão

TEXTO&FOTOS riCarDo aLVeS

O Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS) orga-nizou mais um dia aberto na aldeia do concelho de Tomar no dia 11 de Janeiro, com casa cheia para ouvir música, ver tea-tro, entregar prémios, conviver e saber o balanço das actividades da associação, que é também a organizadora do premiado fes-tival Bons Sons (FBS) que em Agosto de 2014 levou mais de 30 mil pessoas a viver a aldeia entre 55 concertos e muitas ou-tras actividades.

Mas o grande anúncio da tarde, e que pelo país deixou certamente milhares de pessoas satisfeitas, foi o de que o até agora bienal festival passaria a realizar-se todos os anos e que já em 2015 o novo modelo en-trará em cena. Assim, de 13 a 16

em 2014 cerca de 38 mil pessoas visitaram Cem soldos gerando cerca de 1 milhão de euros para a economia local

de Agosto de 2015, Cem Soldos volta a abrir os braços aos festi-valeiros.

Luís Ferreira, director ar-tístico do FBS e presidente do SCOCS, sob o olhar atento de cerca de 170 pessoas, entre as quais a presidente da Câmara Municipal de Tomar, Anabela Freitas, anunciou um virar de página no evento, “o FBS nun-ca mais será o mesmo”. Desde 2006 que o FBS tinha uma pe-riodicidade bianual mas a mais recente edição fecha um ciclo, e não só porque houve um lu-cro de mais de 45 mil euros, também porque o crescimento de público e os projectos que a SCOCS tem em marcha na al-deia assim o exigem.

“Deixamos de ser o maior festival de música portuguesa para sermos “o” festival de músi-ca portuguesa… e nós somos ”o” festival, não tenham o mínimo

de dúvidas sobre isso”, afirmou Luís Ferreira para satisfação dos presentes, e adiantou sobre a edição de 2015, “vamos ter mais parceiros, criação de postos de trabalho e menos concertos – em 2014 teve 55 e em 2015 passa a 40 - o que na verdade, com o FBS a realizar-se todos os anos, vai aumentar o número de concertos do festival", com-pletou.

A finalizar, o director artís-tico do FBS anunciou que as equipas “já estão a trabalhar em sigilo” e que a SCOCS já dis-põe “da moldura financeira que tivemos o ano passado e vamos muito mais confiantes”.

FBS: apenas quatro dias na vida da SCOCS. No dia aberto da SCOCS, tempo ainda para o balanço do ano e para confirmar que o FBS é apenas uma parte de um projecto maior. Em 2014

a associação, que a título de exemplo é quem paga as despe-sas do centro de saúde da aldeia ou que presta apoio às crianças e idosos, organizou a festa dos Santos Populares, um Inter-câmbio de jovens com a Norue-ga, conferências em Coimbra, Lisboa, Cacela Velha, teatro, workshops, entre outros.

Luís Ferreira, a face mais visível do projecto “Aldeia Cul-tural” que alberga o FBS, foi considerado uma das 14 perso-nalidades que mudou Portugal em 2014, eleito pelo Jornal i, e o FBS foi premiado com o pré-mio Festival mais sustentável no Portugal Festival Awards.

O também cronista do Jor-nal Novo Almourol, apontou os próximos três anos como o espaço temporal para ganhar ”autonomia financeira”, isto enquanto anunciava alguns dos números do SCOCS E FBS. “O Festival cresceu a olhos vis-to”, disse satisfeito. Em 2006 o FBS tinha entrada livre e rece-beu 15 mil pessoas e em 2014, com entradas pagas, mais que duplicou esse número com 38 mil, levando Luís Ferreira a di-zer que estão em “contradição, a crise nacional agudizou-se e nós crescemos”.

Com uma despesa perto dos 400 mil euros, o FBS teve este ano um saldo positivo de cerca de 45 mil euros e é nestes núme-ros que reside o maior destaque, concretamente na proveniência dessas receitas: apenas cerca de 14% são de origem estatal e 7% de privada com cerca de 80% a ser gerado pela SCOCS.

Acreditando numa “associa-ção mais humana”, é também na valorização da identidade local que a SCOCS vai apostar e em Dezembro, por exemplo, publicado o primeiro número do jornal “Cá da Terra”, para ser distribuído em todas as casas de Cem Soldos a cada dois meses com um balanço das actividades e as actividades futuras. Ainda antes da entrega dos prémios da SCOCS, tempo ainda para uma frase forte da tarde, “é o associa-tivismo que vai salvar o país”.―

Cerca de 38 mil pessoas estiveram em Cem Soldos durante o FBS 2014 e no ar pairava o desejo de haver edições todos os anos

Anabela Freitas marcou presença (à dir)

A partir de Agosto de 2015 pode viver-se a aldeia todos os anos e o anúncio foi feito junto dos que o tornam possível, aqueles que trabalham incessantemente para elevar o nome do Festival Bons Sons e de Cem Soldos: crianças, jovens, adultos e idosos "trabalham" em conjunto em clima de sorrisos para bem da sua aldeia

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noVoALMouroL.worDPress.CoM

CULTURA 17Janeiro 2015

Após doze anos de recessão e vertiginosas quedas nas receitas da indústria disco-gráfica a faturação da música supera finalmente a dos anos anteriores. Daniel ek, Ceo do spotify, diz que defende a audição gratuita de música fundamentando a afirmação com o facto de mais de 80% dos subscritores começarem pela opção de utilização gratuita. segundo os entendi-dos, é a ele e à sua organiza-ção que devem ser atribuídos os louros da maior cisão na forma de ouvir música desde a invenção do CD. está visto que o que interessa é poder ouvir música e não possuí-la. Mais de 27% das vendas de músicas têm origem noutros formatos que não os tradi-cionais, aqui a mobilidade oferecida pelos novos dis-positivos foi preponderante. segundo o jornal Guardian, na generalidade os serviços de streaming como o spotify oferecem aos artistas menos de 0,5 cêntimos por audi-ção, "o que significa que um milhão de audições geraria cerca de 4 400 euros, sendo que a maioria das canções é ouvida muito menos vezes". este pequeno grande por-menor provocou a revolta de muitos músicos e levou-os a retirar a sua música deste serviço. exemplos disso, Taylor swift ou Thom Yorke que chegou a dizer "os novos artistas não recebem dinhei-ro algum". o spotify reagiu a estas acusações dizendo que o objetivo é "fazer um serviço de música de qualidade que as pessoas gostem e com o qual se identifiquem, que eventualmente possam pagar para usufruir e que possa servir de suporte financeiro à indústria da música para investir em novos talentos. Queremos ajudar os demais artistas a estarem ligados aos seus fãs e seguidores, a descobrir novos públicos e a viver da música". e anunciou que já pagou perto de 400 milhões de euros por direitos musicais e que "grande parte dessa quantia monetária [que, antecipam, deverá atingir o milhar de milhão de dólares, cerca de 760 milhões de euros, até ao final do ano] está a ser aplicada na pro-moção e produção de novos

Crónica Musical

Spotify 2 / Pirataria 1 / Músicos 0,5

Humberto FelícioMúsico e Produtor

talentos e novas músicas". Mesmo assim, continuam a existir opiniões que acusam o serviço de ser "mau para a música nova", "entretanto, as editoras pequenas e os novos artistas nem conseguem ter as luzes acesas. simplesmen-te, não está correto. o strea-ming faz sentido para quem já tem um catálogo, mas não pode funcionar como forma de apoiar o trabalho de novos artistas. o spotify e serviços do género têm de falar sobre isso e mudar o modelo para as novas edições ou então os novos produtores de música têm de fincar o pé. esses serviços não têm poder sem música nova". É importante esclarecer que a atitude to-mada por Thom Yorke não se prende com o facto de querer ganhar mais dinheiro: "se não tentamos fazer com que as coisas sejam justas para os novos produtores musicais e artistas é a arte que vai sofrer. não tenham dúvidas: estes são os mesmos velhos da indústria a tentar manter uma trela estranguladora no sistema de distribuição”, "os novos artistas que encontram no spotify não vão receber nada. entretanto, os acio-nistas vão andar, em breve, a rebolar em dinheiro. É simples". Thom Yorke disse ainda que, com esta decisão "estamos a defender os nos-sos colegas músicos". Vários outros artistas defendem a decisão e Kieran Hebden (Four Tet) já disse mesmo: "mandei que tudo da minha editora fosse retirado do spotify. não quero fazer par-te desta porcaria". Canções dos Beatles e dos AC/DC não estão disponíveis no spotify e bandas como Led Zeppelin e King Crimson recusaram--se a ter a sua música em serviços de streaming. Certo é que hoje qualquer novo artista com um novo trabalho que não esteja disponível nos principais serviços de strea-ming dificilmente chegaram ao seu público alvo. Todos estes serviços fornecem ferramentas de marketing altamente eficazes e quem não as utilizar provavelmente morre na praia.

Humberto Felício escreve segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico

aLCanena“Em Casa” de Celina da Piedade no Cineteatro TEXTO anDré LoPeS

Celina da Piedade vai sen-tir-se “Em Casa” quando su-bir ao palco do Cineteatro São Pedro, em Alcanena, no dia 17 de janeiro, às 21h30. No con-certo, integrado nas Comemo-rações do Centenário do Con-celho de Alcanena, a cantora apresentará o seu primeiro disco em nome próprio, editado em setembro de 2012, espelhando um reportório variado, que vai desde composições originais a temas do cancioneiro popular, passando pelo fado até às desig-nadas músicas do mundo. Em 2014, depois de uma digressão por festivais e auditórios na-cionais, a compositora lançou o segundo disco a solo: “O Cante das Ervas”. Os projetos com ou-tros músicos são uma constante, destacando-se a participação na banda Cinema Ensemble de Rodrigo Leão, Mayra Andrade, Amor Electro, Gaiteiros de Lis-boa, António Chaínho, Samuel Úria, entre muitos outros.

No concerto em Alcanena, a Celina da Piedade na Voz e Acordeão, juntam-se Alex Gas-

Celina da Piedade brinda Alcanena

par, no Baixo e nas Percussões, Mike Simões, na Viola Brague-sa, Bandolim e Guitarra, e Tânia Lopes, na Bateria e no Metalo-fone.

A entrada no concerto é gratuita e a reserva dos bilhetes deverá ser efetuada na Câmara Municipal de Alcanena ou atra-vés do telefone 249889010.―

aBranTeS

Cinema comercial com sessões diárias TEXTO anDré LoPeS

Desde novembro passado que é possível ver cinema comercial em Abrantes. O Edi-fício Millenium, localizado na Urbanização Vale de Rãs, tem sessões diárias de cinema, às 18h e às 21h30, e, aos fins-de--semana, também às 15h30. A programação de janeiro con-templa vários géneros cinema-

Janeiro com agenda preenchida no edifício Millenium em Abrantes

tográficos a pensar em todos os públicos. “Invencível”, drama épico realizado por Angelina Jolie, inspirado na vida do atle-ta olímpico e herói de guerra Loius Zamperini, está em exi-bição em Abrantes de 8 a 14 de janeiro. Para os mais pequenos foi pensado o filme de animação “Abelha Maia”, em cartaz de 8 a 14, às 18h, e dias 17 e 18, às 15h30 e 18h.

“Os Caminhos da Flores-

ta”, de Rob Marshall, é exibido de 15 a 21 de janeiro, às 21h30, juntando vários clássicos como Cinderela, Capuchinho Ver-melho, João e o Pé de Feijão e Rapunzel. “Sniper Americano”, de Clint Eastwood, estreia a 22 de janeiro e está em exibição até 28.

O cinema de animação vol-ta ao Edifício Millenium com o filme “Os Pinguins de Mada-gáscar”, dias 24 e 25, às 15h30 e 18h. “A Teoria de Tudo”, de James Marsh, de 29 de janei-ro a 4 de fevereiro, e “Chefes Intragáveis”, de 31 de janeiro a 1 de fevereiro, completam a programação de janeiro. Para o próximo mês, a 12 de fevereiro, estreia em Abrantes “As Cin-quentas Sombras de Grey”.

Os bilhetes custam € 4,50 e com desconto mediante a apre-sentação de cartão de estudante, cartão jovem e para maiores de 65 anos fica pelo valor de € 3,50. A bilheteira abre às 20h30.―

Page 18: Edição n º 404 janeiro jornal novo almourol dig

018 AgENDANovoAlmourol

Janeiro 2015

De lá

"estou à espera de me ir embora"Bruno G. M. NetoFilantropo

Ainda o Cante e (que) sempre o Canteo Cante e a cultura comunitária da valori-zação do comum.Primeiro que tudo - não somos ocidentais. não sabemos o que é isso de separar as águas quando todos molhamos a broa no azeite no mesmo prato. não somos produtos, não fomos normaliza-dos pelo António Ferro nem nos conseguiram parar de cantar tudo aquilo que nos vai no âmago. Tentaram evangelizar-nos pela politica mas no fundo todos sabemos que nos estamos a cagar para os partidos, os partidos partem e não é isso que nos interessa, quere-mos é ter trabalho, ver comida na mesa, que os nossos filhos e filhas sejam homens e mulheres responsá-veis e atinados para a vida. A nossa base é o comum, e mesmo que seja a nossa vez de cantarmos sozinhos,

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sabemos que pouco depois temos um coro de vontades para nos lembrarmos que nunca estaremos sós. o Cante foi reconheci-do como património imaterial da huma-nidade, a gente já o sabia, não era preciso dizerem-nos lá de Paris, a gente sempre o can-tou e a gente sempre o sentiu, e quando a gen-te sente, a gente canta. Falou-se no Cante de serpa, mas a gente sabe que o cante não é só de serpa, o cante é de todos os homens e mulheres que cantam o que lhes vai na alma. o cante é diferente como as gentes o são. ouvir o cante de Moura, ouvir o cante em Cuba ou em selmes, em Grân-dola ou mesmo ouvir o Castelo de Beja numa tasca qualquer é um duro e lindíssimo cami-nho entre o eu e o nós, onde estamos todos. o cante deve ser valoriza-do pela sua individua-lidade existencial para

que todos os cantes so-brevivam e não sejam "normalizados" pela pressão dos otários. o cante é sentimento, é dor, é vida dura, é pai-xão e é amor pelo que nos liga e nos une para sermos mais puros, mais verdadeiros. Que o cante nos inspire a nos procurarmos a nós e a nos acharmos no meio dos outros.o cante não começou ontem, nem nunca terminará enquanto houver gentes que con-tinuem a acreditar que este mundo é de todos e no fundo só temos de aprender a partilhar. só assim sobreviveremos como espécie, só assim evitaremos o suicídio cultural e existencial, só assim seremos ho-mens e mulheres res-ponsáveis e atinados para a vida, tal como os nossos pais e avós nos ensinaram.Mais aventuras diárias em www.facebook.com/br1neto e sigam--me.―

TEXTO na

Em conferência de imprensa que teve lu-gar no dia 6 de Janeiro, o novo director artístico do Teatro Virgínia, Rui Sena, apresentou a programa-ção da nova temporada Janeiro a Março de 2015. A cerimónia contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, Pedro Fer-reira, do Vice-Presidente, Luís Silva e da Vereadora da cultura, Elvira Sequei-ra, e decorreu no foyer do Teatro Virgínia.

Rui Sena apresentou a 1.ª temporada do Teatro Virgínia, que pretende rea-firmar algumas das linhas a que se comprometeu, tais como dar continuidade à programação de qualidade que o Teatro generalizou na cidade de Torres Novas e na região, que o tornou uma referência a nível na-cional.

Os espectáculos vão reflectir uma diversidade que assenta também num equilíbrio entre as dife-rentes disciplinas artísticas. A importância que o Lab

António Zambujo

Criativo/Serviço Educati-vo tem na formação de no-vas sensibilidades desde o público escolar ao público em geral, nas suas diversas intervenções na comunida-de, tem igualmente a maior das cumplicidades, assim como o empenho no apoio às estruturas locais, sejam de música, teatro ou dança.

Da programação des-tacam-se algumas das propostas. Luísa Sobral apresenta dia 24 de Janei-ro o seu mais recente dis-co “Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa”, numa temporada que leva António Zambujo (28 de Fevereiro), com “Rua da Emenda” e Diabo na Cruz (21 de Março) com o seu 3º disco editado em finais de 2014 ao Teatro Virgínia. A Glenn Miller Orchestra, com concertos marcados para o CCB e Casa da Música, passa também pelo Virgínia a 14 de Fe-vereiro.

O Teatro, enquanto dis-ciplina artística, merece também especial destaque devido à comemoração em Março do dia mundial do teatro. E durante este mês será possível assistir a três

espectáculos que integram a Mostra de Teatro Bons Vizinhos que se iniciou em 2014 e a peça “As três (Velhas) irmãs”, de Mar-tim Pedroso a partir de Tchekov (28 de Março) e ainda o espectáculo de Dinarte Branco e Nuno Costa Santos, I Don´t Be-long Here (17 de Janeiro), e MIMA-FATÁXA (31 de Janeiro) de João Sousa Cardoso, que tem a par-ticipação da comunidade local.

A dança estará pre-sente com Leonor Keil (7 de Fevereiro), que nos apresenta 2 solos criados pelas coreógrafas Olga Roriz e Tânia Carvalho, e “Nostos” (7 de Março), de André Mesquita que conta com a participação musical do pianista australiano Si-mon James Phillips que se apresenta ao vivo.

Em destaque, também, a criação artística de Fi-lipa Francisco e Thorsten Gruetjen que cruza as lin-guagens do teatro de rua, do circo contemporâneo e da dança contemporânea, “Cheio”, solo para clown no dia 21 de Fevereiro.―

TorreS noVaSA primeira temporada de Rui Sena

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Janeiro “Indépendance Cha Cha” Exposição de Ângela FerreiraA partir de 24 de Janeiro | Entrada Gratuita Galeria do Parque, Vila Nova da BarquinhaA artista é a autora da escultura contemporânea "Rega" (2012) presente no Parque Ribeirinho da vilaMúsICA TeATro/DAnçA sABer CIneMA PATrIMÓnIo eTnoGrAFIA Ar LIVre GAsTronoMIA LITerATurA eXPosIção

noVoALMouroL.worDPress.CoM

NADA PARA FAZER 19Janeiro 2015

Celina da Piedade apresenta o

disco “Em Casa” 17 de Janeiro

Cineteatro São Pedro Alcanena

21h30 -

Concerto de Ano Novo pelo Coro do

Teatro Nacional de S. Carlos 17 de Janeiro

Igreja de S. VicenteAbrantes21h30

-

“Vidas Passadas” fotografia

de João Coelho Até 22 de Janeiro

Galeria Municipal do Entroncamento

Concerto de Ano Novo

pela Firmação 18 de Janeiro

Igreja Matriz de Mação 16h -

“Reino”exposição de Pedro Valdez

Cardoso Até 18 de Janeiro

Convento de Cristo,Tomar

-

À Conversa com…jovens

arquitectos Carla Figueiredo,

Luis Valente, Duarte Pape e

Ricardo Cabrita30 de Janeiro

Auditório do Centro Cultural

Elvino Pereira, Mação 21h -

Inauguração do Percurso

Pedestre “A Rota

do Javali”18 de Janeiro

Sardoal–

1 mês, 1 escritor Mostra

bibliográfica de Augusto

Abelaira Até 30 de JaneiroBiblioteca Municipal

de Vila Nova da Barquinha –

“Dom Quixote” pelo grupo

Fatias de Cá 31 de Janeiro

Partida do Hotel dos Templários,

Tomar, 11h11 33,33€

(viagem de comboio turístico, prova de vinhos e almoço)

Concerto de Dora Maria

Apresentação do disco

“Encontros”23 de Janeiro

Cineteatro São PedroAbrantes21h30 10€

Luísa Sobral em concerto

“Lu-Pu-I-Pi-Sa-Pa” terceiro disco de originais 24 de JaneiroTeatro VirgíniaTorres Novas

21h3012,30€

“Chaos” Magia com

Luís de Matos 31 de Janeiro

Cineteatro São Pedro, Abrantes, 21h30 – 10€

-

Teatro“I don't

belong here” de Dinarte Branco

e Nuno Costa Santos

17 de JaneiroTeatro Virgínia, Torres

Novas, 21h30 7,50€

-

4º Festival Gas-tronómico das

Migas Até 31 de JaneiroRestaurantes aderentes de Ferreira do Zêzere

Encontro com a escritora

Alice Vieira 19 de Janeiro

Biblioteca Municipal António Botto

Abrantes14h

“Hans Christian Andersen…o Rapaz que

queria ser actor, cantor

e bailarino…”Até 1 de Fevereiro

Paços do Concelho de Ourém, Museu Municipal

e Biblioteca Municipal de Ourém

-

VIII Feira de Velharias, Antiguidades

e Coleccionismo25 de JaneiroParque de Feiras

de Vila de Rei9h às 17h

-

“Galeria Aberta”

exposição colectiva

Até 23 de Janeiro QuARTel

Galeria Municipal de Arte de Abrantes

“Getas – 32 Anos de Teatro” 23 de JaneiroAté 7 de Março

Espaço Cá da TerraCentro Cultural de Sardoal

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20 POR AgORA É TUDO Janeiro 2015

Ano após ano desejamos a todos os nossos familiares, amigos e a quem nos rodeia um Bom Ano! renovamos votos de que todos tenham um Ano Feliz, com muita saúde, alegrias e Paz! Quando referimos a palavra Paz, normal-mente, fazemo-lo com significado mas com alguma ligeireza, de quem está habituado a ter paz… Quando nos deparamos com actos como o que aconteceu no dia 7 de Janeiro, sentimos que a ligeireza da palavra paz já não permanece. o ataque às insta-lações do jornal satírico francês Charlie Hebdo e as mortes que daí resultaram foram um verda-deiro atentado à democracia e à

Editorial

esperança em 2015

A direcção Jornal novo almourol

Padre julgado por abuso sexual António Santos, antigo padre da Golegã, acusado pelo Ministério Público de dois crimes de abuso sexual de criança agravados, vai começar a ser julgado no Tribu-nal de Santarém no dia 19 de Janeiro. O padre foi detido pela Polícia Judiciária em Dezembro de 2013 (libertado após pagar caução) por alegadamente ter abu-sado de uma menor numa tenda onde dormiam quatro jovens es-cuteiras e ainda de ter cometido os mesmos actos durante uma visita à Feira Nacional do Cavalo.

Moção contra violência A assembleia de freguesia de Nossa Senhora de Fátima, En-troncamento, aprovou no dia 16 de Dezembro uma moção apresentada pelo Bloco de Es-querda “Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”. A moção teve por objectivo Recordar e homenagear todas as mulhe-res assassinadas, apelar aos ci-dadãos e cidadãs para que se mobilizem contra este crime e recomendar à autarquia a elabo-ração de um Plano Municipal Contra a Violência de Género.

JusTIçAenTronCAMenTo

Pousadas da juventude 25 Pousadas da Juventude, mais de metade da rede de Pousadas actualmente, vão ser postas a con-curso até Junho para passarem a ser geridas por privados, segundo avançou Emídio Guerreiro, se-cretário Estado da Juventude e do Desporto. A pousada de Abrantes, refira-se, encontra-se encerrada no Inverno devido a menor afluência de visitantes, decisão tomada pela gestora Movijovem, apesar de a autarquia abrantina ter ponderado manter o espaço aberto a próprias expensas, algo que não avançou.

PAís

Título Jornal novo almourol propriedade Ciaar - Centro de interpretação de arqueologia do alto ribatejo Director Luiz oosterbeek Editor ricardo alves (CP-9685) Sub-Directora Cidália Delgado Chefe de Redacção andré Lopes Redacção Maria de Lurdes Gil Jesuvino, rafael Ferreira, Patrícia Bica, núcleo de Comunicação eSTa, Margarida Serôdio Opinião antónio Luís roldão, alves Jana, augusto Mateus, antónio Carraço, Teresa nicolau, João Gil, Luís Mota Figueira, Luís Ferreira, João Geraldes Marques, Joaquim Graça, Bruno neto, Humberto Felício, Tiago Guedes, Carlos Vicente, Miguel Pombeiro, rita inácio Edição gráfica Pérsio Basso e Paulo Passos Fotografia ricardo alves paginação ricardo alves publicidade novo almourol Departamento Comercial 249 711 209 - [email protected] Jornal Mensal do Médio Tejo registo erC nº 125154 Impressão FiG - indústrias Gráficas Sa Tel. 239 499 922 Fax. 239 499 981 Tiragem Média Mensal 3500 ex. Depósito Legal 367103/13 Redacção e administração Centro de interpretação de arqueologia do alto ribatejo - Largo do Chafariz, 3 - 2260-407 Vila nova da Barquinha Email [email protected] / [email protected]

Novo Almourol

Cine Teatro passa a TeatroEm 2015 o cineteatro São Pe-dro em Abrantes vai passar a chamar-se simplesmente Teatro São Pedro, uma vez que a au-tarquia decidiu concentrar a exi-bição de filmes no Edifício Mi-llenium, por melhor adequação. Também o cineclube EspalhaFitas, da Associação Palha de Abrantes e que trabalha no São Pedro há 13 anos, vai ser relocalizado com a decisão da autarquia que assim passa do centro histórico da cidade, onde está o São Pedro, para Vale de Rãs, onde se encontra o Millenium.

ABrAnTes

SaúDe

29.500 utentes sem médico de família no distrito TEXTO noVo aLMoUroL

O Agrupamento de Cen-tros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, no distrito de Santarém, tem 29.500 utentes sem médico de família, uma situação que só ficaria resol-vida com a colocação de 16 médicos, indicou a directora do ACES Agência Lusa.

A directora executiva do

ACES do Médio Tejo, Sofia Theriaga, revelou o número é extraído de um total de 228.000 utentes pertencentes a 11 conce-lhos, sendo os casos de Abrantes (12.000 utentes a descoberto), Ourém (8.100), Torres Novas (6.300), Sardoal (2.000) e Fer-reira do Zêzere (1.100) “os mais complicados”.

Relativamente ao surto da gripe, a diretora do ACES disse que implementará os mecanis-mos necessários face a qualquer

alteração da procura por parte dos utentes (nomeadamente alargamento do horário de aten-dimento), garantindo o acesso e prestação de cuidados de saúde à população.

Esta época, observou The-riaga, o ACES do Médio Tejo administrou até ao dia 10 de Janeiro, 29.376 vacinas da gripe.

Com área territorial de 2.700 quilómetros quadrados, o ACES Médio Tejo cobre os municí-pios de Abrantes, Alcanena,

liberdade de expressão. não há nada que justifique tais actos, nem crenças, nem religiões, nem políticas, nem opiniões divergentes. o que nos divide não se pode traduzir em actos terroristas e o respeito pelas opiniões de cada um deve prevalecer acima de tudo. uma onda de solidariedade para com as vítimas, como a que surgiu imediatamente, em muitos países serviu para reafirmar a liberdade de expressão mas também para unir as pessoas por uma causa que se traduz em duas palavras: respeito e paz.A direcção do novo Almourol faz votos de que 2015 seja um ano de alegrias, saúde e paz para todos os seus colaboradores, leitores e anunciantes e deseja que todos concretizem os seus projectos!um ano novo traz sempre a espe-rança de que seja um ano melhor. Haja esperança! Feliz 2015!

Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Tor-res Novas e Vila Nova da Bar-quinha, com 10 Unidades de Cuidados de Saúde Personali-zados, oito Unidades de Saúde Familiares e sete Unidades de Cuidados na Comunidade.

No total, o ACES tem 100 locais de atendimento, cerca de 228.000 utentes, 115 médicos (incluindo 5 médicos de saúde pública), e 188 enfermeiros.―

"(...) nada justifica tais actos, nem crenças, nem religiões, nem políticas, nem opiniões divergentes"