Guia Epam Mercados-e-Organizacoes Mar2015

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  • Tipos e espcies de planTas

    Guia paRa a pRodUo de planTas aRoMTicas e Medicinais em portugal

    As Plantas Aromticas e Medicinais esto num mercado em desenvolvimento a nvel comunitrio e mundial, para quase todos os tipos de utilizao. A necessidade de criar dimenso em Portugal para poder aceder a este mercado , pois, fundamental, para que o potencial existente possa ser uma realidade.(GPP, IPAM, As Plantas Aromticas Medicinais e Condimentares, Por tugal Continental 2012, 2013)

    Nas ltimas trs dcadas, verificou-se um aumento substancial do mercado das plantas aromticas e medicinais no Mundo. O incremento nas exportaes na ltima dcada e a reafirmao no seu uso em sistemas de sade alterna-tivos, mostra o interesse nestes produtos. um setor que movimenta um vasto volume financeiro.

    Por outro lado,o mercado europeu aparenta ser um grande consumidor deste produto, no entanto os dados exis-tentes so ainda limitados. De acordo com as infor-maes disponibilizadas pelo EUROSTAT, este era o panorama de 2004 a 2008, tendo-se verificado o in-cremento das produes e do volume de negcio.

    Como resultado da expan-so do interesse em plantas aromticas e medicinais, no-vas oportunidades de gerar negcio, esto disponveis para as populaes rurais.

    PRODUO

    Existem basicamente dois tipos de fontes de plantas aromticas e medicinais, que se enquadram no conceito de produo: Material silvestre e Material cultivado

    Material silvestre

    O material silvestre habitualmente colhido na natureza e sob vrias formas, dependendo das partes utilizadas, como por exemplo, folhas, flores, frutos, casca ou razes e, em diversos locais, como pastagens,em reas florestais ou mesmo ao longo da estrada.

    A maior quantidade de material comercializado, em todos os pases do mundo e em Portugal em particular re-sultado da recoleo silvestre e, s uma relativa quantidade de algumas espcies resultam de material cultivado.

    Informao sobre o volume de material vegetal recoletado e comercializado, no est disponvel, at porque ao nvel do comrcio no fcil distinguir uma tipologia da outra. Estes so normalmente colhidos por coletores con-tratados para esse efeito, que so na maior parte das vezes de fora da regio, onde ocorre a colheita ou ainda por produtores com reas reduzidas de terra para cultivar, podendo assim funcionar como complemento financeiro a atividade agrcola principal.

    Portugal tem uma reserva gentica de PAM que pode ser explorada pelas suas aptides de carcter medicinal e aromtico. At hoje o material espontneo tem tido uso quase exclusivo pela fitoterapia.

    Apesar de ser possvel fazer colheitas de uma forma sustentvel e com um baixo impato no ecosistema, na maior parte das situaes tal no acontece. Devemos sobretudo ter em ateno que muitos dos materiais utilizados so razes de plantas, que so as partes mais difceis de colheita duma forma sustentvel.

    MERCADOS E ORGANIzAoES NO SECTOR DAS PAM

    Ana Maria Barata, Violeta LopesBANCO PORTUGUS DE GERMOPLASMA VEGETAL / INIAV

    fIG.1

  • Guia para a PRODUO DE PLANTAS AROMTICAS E MEDICINAIS em Portugal

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    QUADRO 1 - ESPCIES MAIS RECOLETADAS EM PORTUGAL COM USO COMERCIAL

    ESPCIE NOME COMUM MERCADO (KG MS)

    Eucalyptus globulus Labill Eucalipto 48300Equisetum telmateia Ehrh. Cavalinha, rabo de gato, pinheirinho de gua 4450Pterospar tum tridentatum L. Willk. Carqueja 3300Centaurium erythraea Rafn fel-da-terra 1070Tilia platyphyllos Scop. Tlia 850Fraxinus angustifolia Vahl freixo 420Matricaria recutita L. Camomila 405Malva sylvestris L. Malva 310Sambucus nigra L. Sabugueiro, candelheiro, galacrista 195Chamaemelum nobile (L.) All. Macela, marcela, camomila-romana 90Olea europaea L. Oliveira 15Helichrysum stoechas (L.) Moech. Perptua das areias 6Hypericum androsaemum L. Hiperico do Gers 10Satureja montana L. Segurelha 10Vitis vinifera L. Videira 10Olea europaea L. Oliveira 15Thymus mastichina L. Tomilho bela-luz, manjerona-brava 30Chamaemelum nobile (L.) All. Macela, marcela, camomila-romana 90Vaccinium myr tillus L. Mirtilo, arando, uva-do-monte 95Sambucus nigra L. Sabugueiro, candelheiro, galacrista 195Salvia officinalis L. Salva, erva-santa 240Malva sylvestris L. Malva 310Foeniculum vulgare Mill. funcho 380Matricaria recutita L. Camomila 405Fraxinus angustifolia Vahl freixo 420Thymus vulgaris L. Tomilho 420Lavandula angustifolia Mill Alfazema, lavandula 430Mentha pulegium L. Poejo, hortel-dos-aores 620Gomphrena globosa L. Peptuas-roxas 760Echinacea purpurea (L.) Moench Equincea 780Tilia platyphyllos Scop. Tlia 850Cymbopogon citratus Stapf. Erva prncipe, erva caninha, erva cidreira 1020Centaurium erythraea Rafn fel-da-terra 1070Thymus x citriodorus Schreb. Tomilho limo 1480Mentha piperita L. Hortel pimenta 1560Olea europaea L. Oliveira 1850Melissa officinalis L. Erva cidreira, cidreira 2960Rosmarinus officinalis L. Alecrim 2960Pterospar tum tridentatum L. Willk. Carqueja 3300Lavandula stoechas L. Rosmaninho, rosmaninho lils 4200Equisetum telmateia Ehrh. Cavalinha, rabo de gato, pinheirinho de gua 4450Origanum vulgare L. Orgos 5160Lippia triphylla (L'Hrit.) O. Kuntze Lcia-lima, bela-lusa, limonete, doce-lima, verbena 13340Eucalyptus globulus Labill Eucalipto 48300Prunus avium L. Cerejeira

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    QUADRO 2 - ESPCIES MAIS RECOLETADAS EM PORTUGAL, SEM USO COMERCIAL ,

    COM USO TRADICIONAL

    QUADRO 3 - ESPCIES MAIS RECOLETADAS EM PORTUGAL PARA PRODUO DE LEOS ESSENCIAIS ,

    VALORES REfERENTES A 2010

    ESPCIES RECOLETADAS SEM USO COMERCIAL

    Arnica montana L.

    Asparagus acutifolius L.

    Asphodelus ramosus L.

    Foeniculum vulgare Mill.

    Fragaria vescaL.

    Gentiana lutea L.

    Hypericum androsaemum L.

    Ilex aquilifolium L.

    Lavandula stoechas L.

    Lavandula viridis LHr

    Melilitis melissophyllum L.

    Mentha cervina L.

    Origanum vulgare L.subsp. virens (Hoffm. & Link)

    Prunus lusitanica L.

    Ruscus aculeatus L.

    Thymbra capitata L.

    Thymus caespititius Brot.

    Thymus mastichina L.

    Tuberaria lignosa (Sweet) Samp.

    Vaccinium myr tillus L.

    ESPCIESPRODUO DE LEOS ESSENCIAIS (KG)

    Eucalyptus globulus Labill 12010Rosmarinus officinalis L. 715Lavandula stoechas L. 105Cistus ladanifer L. 60Pinus pinaster Ait. 60Thymus mastichina L. 8Chamaemelum nobile (L.) All.

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    QUADRO 4 - ESPCIES CULTIVADAS EM PORTUGAL, VALORES REfERENTES A 2010

    ESPCIE NOME COMUM MERCADO (KG MS)

    Lippia triphylla (L'Hrit.) O. Kuntze Lcia-lima, bela-lusa, limonete, doce-lima, verbena 13340Origanum vulgare L. Orgos 5160Lavandula stoechas L. Rosmaninho, rosmaninho lils 4200Melissa officinalis L. Erva cidreira, cidreira 2960Rosmarinus officinalis L. Alecrim 2960Olea europaea L. Oliveira 1850Mentha piperita L. Hortel pimenta 1560Thymus x citriodorus Schreb. Tomilho limo 1480Cymbopogon citratus Stapf. Erva prncipe, erva caninha, erva cidreira 1020Echinacea purpurea (L.) Moench Equincea 780Gomphrena globosa L. Peptuas-roxas 760Mentha pulegium L. Poejo, hortel-dos-aores 620Lavandula angustifolia Mill Alfazema, lavandula 430Thymus vulgaris L. Tomilho 420Foeniculum vulgare Mill. funcho 380Salvia officinalis L. Salva, erva-santa 240Vaccinium myr tillus L. Mirtilo, arando, uva-do-monte 95Thymus mastichina L. Tomilho bela-luz, manjerona-brava 30Hypericum androsaemum L. Hiperico do Gers 10Vitis vinifera L. Videira 10Satureja montana L. Segurelha 10Helichrysum stoechas (L.) Moech. Perptua das areias 6Tilia platyphyllos Scop. Tlia

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    O mercado interno, com a venda direta ao consumidor o principal canal de escoamento, mas o mercado externo est igualmente presente, sendo mais utilizado pelos produtores de material seco e biolgico, sendo por vezes o nico canal de escoamento.

    TIPOS DE EXPLORAO E AGENTES DO SETOR

    PAM fresco em produo convencional As maiores exploraes, isto , as que apresentam maior rea por espcie, trabalha normalmente sob contrato, abastecendo internamente a grande distribuio e enviando tambm produto para o exterior. As pequenas exploraes vendem, regra geral, diretamente ao consumidor, mas o pequeno comrcio e os intermedirios detm igualmente um peso importante nos seus canais de escoamento.

    PAM fresco e/ou seco em modo de produo BIO - As exploraes procuram vender para empresas associadas restaurao, que podem garantir encomendas a preos elevados e compensadores. Dada a pequena dimenso da produo, ela vendida essencialmente para o mercado interno, em feiras e casas da especialidade (bio), ou a empresas demarcadas das grandes superfcies. Por vezes, nos casos de maior sucesso, com capacidade de inovao, j o fazem para o mercado externo.

    Empresas armazenistas - Concentrao e aprovisionamento da matria prima que o sector necessita. Realiza o primeiro acondicionamento das plantas secagem, anlises de qualidade e preparao do material de acordo com a solicitao de mercado.

    Esto habitualmente localizadas, ou junto da origem da matria prima ou junto do destino do material, perto dos clientes.

    Estas empresas fornecem a indstriapara a1 transformao. Estes agentes tm vantagens e desvantagens no sector, so eficazes na venda, assumem o risco do armazenamento, tm maior capacidade de crdito e so eles que assumem o risco do mercado (flutuaes de preos), por outro lado trazem informao sobre a demandado mercado (espcies e volumes de material necessrio). Exigem grandes quantidades produo, pagam menos, importam bastante e assim podem baixar o preo ao produto nacional.

    Distribuio grossista So empresas mais ou menos especializadas em setores como seja o alimentar, a medicina, a cosmtica e a perfumaria). Tm por objectivo distribuir para os distribuidores de menor escala(assim se definem as marcas brancas).

    UTILIzAO

    muito diversificada a gama de produtos que incorpora PAM (ou seus derivados) na sua composio, genericamen-te, podemos dizer que so trs os usos fundamentais, a indstria agro-alimentar, farmacutica (incluindo-se aqui os produtos utilizados em medicina natural) e a cosmtica e perfumaria. Estas indstrias utiliza as PAM sob as formas mais diversas, como matria-prima em bruto, tais como razes, rizomas, folhas, frutos, sementes e cascas, ou como matria-prima para isolar substncias ativas ou extractos.

    Especiarias e condimentosAditivos alimentaresAlimentos funcionaisIndustria de licores

    Industria farmacuticafitoterapiaAromoterapiaHomeopatia

    INDSTRIA AGRO-ALIMENTAR

    COSMTICA E PERFUMARIA

    MEDICINAL E PRODUTOS HERBAIS

    MERCADOS E ORGANIzAoES NO SECTOR DAS PAM

  • Guia para a PRODUO DE PLANTAS AROMTICAS E MEDICINAIS em Portugal

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    Outros agentes que intervm na fileira:

    fornecedores de material vegetal param a instalao de novas exploraes ou j existentes; fornecedores de equi-pamento agrcola e instalaes; fornecedores de equipamento para destilao; Laboratrios de anlises; centros de investigao e empresas certificadoras.

    PROPOSTAS DE ORIENTAO NA ORGANIzAO DO SECTOR

    A criao de cooperativas ou associaes em pases da europa e do mundo, tiveram como objectivo de garantir me-lhores formas negociais e melhores preos do produto. Os custos de matria prima resultado de colheita silvestre, so normalmente menores, condicionando muitas vezes o valor final do material vegetal resultado da produo.

    1. Associaes interprofissionais (D. L. n. 123/97,Estabelece os critrios base para o reconhecimento de Organizaes Interprofissionais do setor agro-alimentar)

    So organizaes sem fins lucrativos, constitudas por estruturas representativas da produo, transformao e/ou comercializao, podendo ainda incluir representantes dos consumidores.

    Podem ter estatuto de pessoa coletiva de utilidade pblica (caso sejam de mbito nacional)

    Reconhecidas pelas Autoridades Competentes

    Regem-se por princpios de democraticidade e representatividade

    2. Organizao de produtores (D. L. 2. srie, 20 de Abril de 2010reconhecimento de organizaes de produtores e de associaes de produtores)

    As organizaes de produtores devem ter como objecto principala concentrao da oferta e a colocao no mercado da produo dos seus membros e desenvolver tambm, pelo menos, um dos seguintes objectivos:

    . Assegurar a programao da produo e a adaptao desta procura, nomeadamente em termos de qualidade e de quantidade;

    . Optimizar os custos de produo e estabilizar os preos na produo.

    As organizaes de produtores devem ainda ter como objectivo a aplicao de prticas de cultivo, tcnicas de produo e prticas de gesto dos resduos respeitadoras do ambiente, nomeadamente para proteger a qualidade das guas, do solo e da paisagem e para preservar ou fomentar a biodiversidade.

    3. Empresas de tipologia diversa

    MERCADOS E ORGANIzAoES NO SECTOR DAS PAM

  • financiamento

    Guia para a PRODUO DE PLANTAS AROMTICAS E MEDICINAIS em Portugal

    FICHA TCNICA

    GUIA PARA A PRODUO DE PLANTAS AROMTICAS E MEDICINAIS: UMA RECOLHA DE INFORMAO E BOAS PRTICAS PARA A PRODUO DE PLANTAS AROMTICAS E MEDICINAIS EM PORTUGAL | dezembro 2014Esta ficha resulta de um trabalho colectivo realizado no ambito do projecto Formar para a Producao de Plantas Aromaticas e Medicinais em Portugal promovido pela ADCMoura, coordenado por Joaquim Cunha, e foi realizado por Ana Barata, Ana Cristina Figueiredo, Armando Ferreira, Fernanda Delgado, Isabel Mourao, Joaquim Cunha, Joaquim Morgado, Jose G. Barroso, Luis Alves, Luis G. Pedro, Margarida Costa, Maria do Ceu Godinho, Maria Elvira Ferreira, Noemia Farinha e Orlanda Povoa

    MERCADOS E ORGANIzAoES NO SECTOR DAS PAM

    TTULOS DISPONVEIS 1. Tipos e Espcies de PAM (f. Delgado, O. Pvoa) | 2. Propagao de PAM (f. Delgado, O. Pvoa) | 3. Instalao das Culturas de PAM (J. Morgado) 4. Proteco das Culturas de PAM (M. C. Godinho) | 5. Colheita de PAM (M. E. ferreira e M. Costa) | 6. Secagem e Acondicionamento de PAM (A. ferreira) 7. Processamento de PAM Secas (L. Alves) | 8. Extractos de PAM (A. C. figueiredo, J. G. Barroso e L. G. Pedro) | 9. Mercados e Organizaes no Sector das PAM (A. Barata e V. Lopes)DISPONVEIS EM EPAM.PT/GUIA

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    ESQUEMA DE ORGANIzAO DO SECTOR, DO PRODUTOR AO CONSUMIDOR

    ARMAzENISTAS DE PLANTAS

    ARMAzENISTAS DE OLEOS ESSENCIAIS

    CONSUMIDORES

    PRODUO

    TIPO DE PRODUTO Cultivo PLANTA fRE SCA modo BIO

    PLANTA SECA modo convencional/BIO EXTRAO OLEOS

    Colheita silvestrePLANTA SECA modo convencional/BIO EXTRAO OLEOS

    INDSTRIA DE PRIMEIRA TRANSfORMAO

    MATRIA PRIMA (PLANTA fRESCA, SECA) Armazenistas de plantas PLANTA SECA TRANSfORMADA Industrias extractoras EXTRATOS MEDICINAIS/ALIMENTARES fabricantes de leosessenciais OLEOS ESSENCIAIS

    INDSTRIAS UTIL IzADORAS

    (PLANTA SECA TRANSfORMADA,EXTRACTOS, AROMAS, fRAGNCIAS, LEOS ESSENCIAIS)PRODUTOS CONSUMVEIS (medicamentos, cosmtica, perfumes, detergentes, condimentos, Laboratrios farmacuticos e dietticosalimentos, bebidas) Indstria cosmtica, perfumaria Indstria agro-alimentar

    DISTRIBUIO GROSSISTA

    Importadores/ exportadores Agentes comerciais nacionais

    DISTRIBUIO A RETALHO

    Comrcio controlado (farmcias, herbodietticas, supermercados, ...) Comrcio no controlado (outros estabelecimentos, venda directa, )

    INDSTRIA DE SEGUNDA TRANSfORMAO

    OLEOS ESSENCIAIS fABRICANTES DE AROMAS E ADITIVOS EXTRACTOSESSENCIAS