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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CURSO BACHARELADO EM ZOOTECNIA
CLEVERSON DE SOUZA
DESEMPENHO PRODUTIVO DE CODORNAS JAPONESAS (Coturnix
coturnix japonica) ALIMENTADAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE
Ganoderma lucidum NA RAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DOIS VIZINHOS
2011
CLEVERSON DE SOUZA
DESEMPENHO PRODUTIVO DE CODORNAS JAPONESAS (Coturnix
coturnix japonica) ALIMENTADAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE
Ganoderma lucidum NA RAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação,
apresentado ao curso de Bacharelado em Zootecnia,
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
câmpus Dois Vizinhos, como requisito parcial para
obtenção do Título de ZOOTECNISTA.
Orientador: Prof a Dra Sabrina Endo Takahashi
Co-orientador: Prof. MSc. Valter Oshiro Vilela
Dois Vizinhos
2011
A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curso de Bacharelado em Zootecnia
Câmpus Dois Vizinhos UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PR
DESEMPENHO PRODUTIVO DE CODORNAS JAPONESAS (Coturnix
coturnix japonica) ALIMENTADAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE
Ganoderma lucidum NA RAÇÃO
Autor: Cleverson De Souza
Orientador: Profa Dra Sabrina Endo Takahashi
Co-orientador: Prof. MSc. Valter Oshiro Vilela
TITULAÇÃO: Bacharel em Zootecnia
APROVADO em 21 de Novembro de 2011.
Prof Dr Ricardo Yuji Sado Prof(a) Msc. Lilian Regina Rothemayer.
(Orientador) Prof(a) Dra Sabrina Endo
Takahashi
( Co-orientador) Prof MSc. Valter
Oshiro Vilela
AGRADECIMENTOS
Primeiramente meu agradecimento vai a alguém que não está materializado e sim é
uma força que não vemos nem ouvimos, apenas sentimos, Deus.
Agradeço a minha família, meu pai Pedro de Souza, minha mãe Lidia de Souza e meu
irmão Cleison de Souza, que sempre me apoiaram em todas minhas decisões e não mediram
esforços para me auxiliarem nos momentos de necessidade.
Meus agradecimentos se estendem a minha orientadora Sabrina Endo Takahashi e meu
co-orientador Valter Oshiro Vilela, ao quais foram de fundamental importância na realização
deste trabalho, e por meio deles eu me reporto a toda a comunidade da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Dois Vizinhos.
E por último agradeço imparcialmente a todos os amigos e colegas que me auxiliaram,
e colaboraram para realização deste trabalho.
RESUMO
SOUZA, Cleverson de: Desempenho produtivo de codornas japonesas (Coturnix coturnix
japonica) alimentadas com diferentes níveis de Ganoderma lucidum nas rações, 2011, 17 f.
Trabalho (Conclusão de Curso) – Programa de Graduação em Bacharelado em Zootecnia,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2011.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da inclusão do cogumelo
Ganoderma lucidum na ração de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) sobre a
eficiência produtiva e alimentar, com intuito de utilização do mesmo como possível promotor
de crescimento. O experimento foi realizado nas dependências da UNEPE (Unidade de
Ensino e Pesquisa) de pequenos animais da UTFPR campus Dois Vizinhos. A ração
experimental que continha o cogumelo Ganoderma lucidum foi fornecida às aves, em um
delineamento inteiramente casualizado, com quatro níveis de Ganoderma: 0%, 0,5%, 1% e
1,5%, cinco repetições e oito aves por repetição, totalizando 160 aves no experimento. Foi
observada influencia dos níveis de G lucidum sobre o consumo de ração, nos demais índices
zootécnicos conversão alimentar, peso médio dos ovos e massa de ovos não foram observadas
diferenças estatísticas, nos parâmetros hematopoiéticos ocorreu diferença estatística na
percentagem de heterófilos, percentagem de linfócitos e relação heterófilo linfócito entre os
tratamentos. Conclui-se que a ração com maior nível de inclusão de G lucidum foi a que
apresentou o menor consumo de ração, e a menor relação heterófilo:linfócito, demonstrando
um menor grau de estresse das aves.
Palavras-chave: aves, cogumelo, desempenho zootécnico, postura
ABSTRACT
SOUZA, Cleverson de: Productive performance of Japanese quail (Coturnix coturnix
japonica) fed diets having levels of Ganoderma lucidum, 2010, 16 f. Trabalho (Conclusão de
Curso) – Programa de Graduação em Bacharelado em Zootecnia, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2011.
This study aimed to evaluate the effect of including the mushroom Ganoderma lucidum in
diet of Japanese quails (Coturnix coturnix japonica) on production efficiency and food, with a
view to possible use of it as a growth promoter. The experiment was conducted on the
premises of UNEPE (Teaching and Research Unit) on small animals UTFPR campus of Dois
Vizinhos. The experimental diet containing the mushroom Ganoderma lucidum was supplied
to the birds in a completely randomized design with four levels of Ganoderma: 0%, 0.5%, 1%
and 1.5%, five replicates and eight birds per repetition, total of 160 birds in the experiment.
Influence was observed in the levels of G lucidum on feed intake, the other biological indices,
feed conversion, egg weight and egg mass there were no statistical differences, in
hematopoietic parameters statistical difference in the percentage of heterophils, percent
lymphocytes and heterophil lymphocyte between treatments. It is concluded that the diet with
the highest level of inclusion of G lucidum was the one with the lowest feed intake, and lower
heterophil: lymphocyte, showing a lower degree of stress in birds.
Key-words: birds, live performance, mushroom, posture.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 9
2.1 Coturnicultura ...................................................................................................................... 9
2.2 Nutrição na coturnicultura ................................................................................................. 10
2.3 Ganoderma lucidum ........................................................................................................... 11
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 13
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 15
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 21
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 22
8
1. INTRODUÇÃO
A crescente ampliação da coturnicultura no Brasil faz com que aumente o interesse
dos pesquisadores em realizar trabalhos capazes de desenvolver o aperfeiçoamento e a
consolidação dessa cultura, tornando-a uma atividade rentável dentro do âmbito avícola
(Furlan et al., 1998). A coturnicultura é destinada tanto à produção de ovos quanto à de carne,
entretanto o consumo da carne é reduzido, devido a seu alto custo (Prioli et al., 2010).
O acréscimo do efetivo de aves fez com que as empresas buscassem o
aperfeiçoamento nos sistemas de criação, resultando na intensificação da produção e no
aumento na densidade de criação, o que eleva ainda mais os riscos de disseminação de
patógenos, devido ao sistema de granjas não permitir a criação de animais em ambientes
isentos de microrganismos (Santos et al., 2003). Assim torna-se indispensável à utilização de
aditivos que sirvam de promotores de crescimento, que tenham como propriedades reduzir o
número de microrganismos patogênicos e aumentar o desempenho animal.
Entre os promotores de crescimento, os antibióticos são largamente utilizados, sendo
os que apresentam melhores resultados, porém as atuais restrições impostas pela União
Europeia, à exigência dos consumidores por produtos livres de resíduos e a preocupação
relacionada à possibilidade do desenvolvimento de resistência bacteriana cruzada entre
humanos e animais têm levado produtores e pesquisadores à busca por alternativas aos
habituais promotores de crescimento (Otutumi et al., 2010).
Em substituição aos promotores de crescimento, estão sendo estudados a utilização de
substâncias bioativas, estas extraídas de fungos basidiomicetos, ou cogumelos medicinais
(Wong et al., 1994). As substâncias estudadas são polissacarídeos pertencentes ao grupo β-
glucanas, que tem como principal função a estimulação da atividade imunológica do usuário
(Mizuno et al., 1998).
Estudos revelam que o cogumelo medicinal Ganoderma lucidum tem exercido
importantes atividades farmacológicas, atuando principalmente como agente
imunomodulador, antitumoral, hipocolesterolêmico e antioxidante (Wachtel-Galor et al.,
2004).
Independentemente da forma de utilização dessas substâncias na tentativa de substituir
os antimicrobianos na avicultura, os resultados obtidos são cada vez mais promissores, isto
devido às substâncias produzidas por estes cogumelos influenciarem na microbiota do
intestino e auxiliar no sistema imunológico das aves (Machado et al., 2007).
9
Nesse aspecto o presente trabalho tem como objetivo avaliar o efeito da inclusão do
cogumelo G. lucidum na ração de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) sobre a
eficiência produtiva e alimentar das mesmas, com intuito de utilização do mesmo como
possível promotor de crescimento.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Coturnicultura
Atualmente a coturnicultura é uma atividade avícola em expansão, com sua cadeia
produtiva responsável pela geração de muitos empregos e renda em todos os setores da
mesma, ao mesmo tempo o principal produto da atividade, o ovo, é uma rica fonte de proteína
animal com alto valor biológico (Moura et al., 2010).
A criação de codorna japonesa (Coturnix coturnix japonica) destinada à produção de
ovos é predominante no Brasil e Japão, porém em países europeus a produção para
exploração da carne também tem uma grande importância. A codorna vem ganhando
popularidade graças ao seu crescimento rápido, maturidade sexual precoce, alta taxa de
postura e baixo consumo de ração, essas características fazem com que a ave seja utilizada
por grandes empresas e também por pequenas propriedades familiares (Murakami & Furlan,
2002).
Outro importante fator que colaborou para disseminação da atividade foi a grande
comercialização dos ovos em conserva no início da década de 90, gerando um valor agregado
ao produto, elevando desta forma o consumo do mesmo em bares, restaurantes e churrascarias
(Fujikura, 2002). Aliado a isso, a facilidade de manejo e o baixo investimento inicial na
atividade estimularam a criação de codornas por famílias rurais, que encontraram nessa
atividade uma fonte alternativa de renda na propriedade (Rizzo et al., 2008).
Paralelamente a expansão da coturnicultura está o aumento dos investimentos das
empresas na atividade, como modernização das instalações, na qualificação de mão-de-obra,
melhoramento genético das aves e na nutrição, objetivando aumentar ao máximo o potencial
produtivo da espécie (Moura et al., 2008).
Porém, desde a implantação da coturnicultura como atividade avícola econômica, a
mesma tem encontrado alguns empecilhos que dificultam ou tornam inviável a exploração
econômica da atividade, sendo um deles a falta de material genético (Prioli et al., 2010). O
10
outro fator refere-se a nutrição, que constitui 70% dos custos com a atividade, uma vez que o
principal ingrediente da ração, o milho, por se tratar de uma commoditie, tem seu preço
sujeito a variações cambiais acarretando desequilíbrio na oferta interna de insumos e,
forçando o produtor a buscar alternativas que melhorem o aproveitamento nutricional das
aves (Moura et al., 2010).
Já é constante a utilização de alimentos substitutivos na alimentação de galinhas de
postura e frangos de corte, porém, quando refere-se à nutrição de codornas, o mesmo não
ocorre, isto devido a essas aves apresentarem diferenças fisiológicas e comportamentais,
diferenciando-se das demais em produtividade e eficiência alimentar (Murakami et al., 2002).
2.2 Nutrição na coturnicultura
Assim como qualquer forma de exploração racional de animais, o sucesso da
coturnicultura dependerá da qualidade dos animais, controle sanitário, manejo e alimentação.
Entre os fatores que regem a criação de codornas a nutrição é um dos mais importantes
para a manutenção das boas condições físicas das aves, obtendo com isso um crescimento
normal otimizando à produção de ovos (Moraes et al., 2000).
Com relação à alimentação Murakami (1998) e Rostagno et al. (2000) afirmam que a
mesma constitui 60 a 70 % dos investimentos da criação, tornando-se necessário o
fornecimento de uma ração balanceada, com as proporções adequadas de nutrientes. Ainda,
de acordo com os autores a tecnologia de formulação de ração utilizadas são, praticamente,
todas baseadas em informações de composição de alimentos e de exigências nutricionais que
foram fundadas no exterior, principalmente Europa e Estados Unidos.
Na elaboração de um programa nutricional para as codornas, de corte, os nutricionistas
se baseiam nas recomendações do NRC (Nutritional Research Council, 1994), que foi
elaborado para suprir as exigências de codornas japonesas como peso corporal menor do que
as codornas de corte da atualidade.
Corrêa et al. (2007), relatam que essas exigências sugeridas são fruto de trabalhos
realizados há mais de 15 anos e em codornas com potencial genético muito inferior em
relação às que são produzidas atualmente.
Fridrich et al. (2005) ainda salientam que, no sentido nutricional, a criação de
codornas é muito deficitária, as recomendações nutricionais são controvérsias quanto aos
níveis, fases de crescimento e aptidão zootécnica das aves .
11
Corrêa et al. (2008) afirmam que outro problema no fator alimentação é que o
consumo em excesso de aminoácido, acarretando em um desperdício, pois os mesmos não são
armazenados pelo organismo das aves como ocorre com os lipídeos e carboidratos, mas são
catabolizados para produção de energia.
Além disso, a quantidade exigida de aminoácidos pelo organismo da ave muda de
acordo com sua idade, tendendo a diminuir em codornas de corte, para as quais o período de
maior deposição de proteína e água na carcaça acontece até os 21 dias de idade, reduzindo
gradativamente. Outro fator que afeta o balanço nutricional na coturnicultura é a passagem do
alimento pelo intestino que é rápida e com isso a digestibilidade da digesta é influenciada
(Sakamoto et al 2006).
Furlan et al. (1998) afirmam que uma série de variáveis estão relacionados a
digestibilidade dos nutrientes, sendo as mais importantes a composição e quantidade de
alimento ingerida pela ave, e o aspecto físico do alimento.
Além dos fatores mencionados, a utilização de antibióticos como promotores de
crescimento, também tem sido discutida. Isto devido à preocupação dos países em proibir a
utilização dos mesmos devido às moléculas desses aditivos apresentarem semelhanças com a
de antibióticos utilizados na terapêutica humana, induzindo, com o uso indiscriminado, a
seleção de bactérias patogênicas multirresistentes a essas drogas (Castanon, 2007).
Como alternativa para a substituição dos antibióticos na alimentação das aves, sugere-
se a utilização de outros compostos que tenham o mesmo efeito, porém de origem natural,
neste sentido surgem a utilização de substâncias extraídas de determinadas espécies de fungos
basidiomicetos, e também a utilização de probióticos, ácidos orgânicos dentre outros
(Azevedo et al., 2009).
Azevedo et al. (2009) trabalhando com composto exaurido de Pleurotus sajor caju em
rações de frangos de corte, observaram que a adição do composto não influenciou o consumo
de ração nem a conversão alimentar, mas teve efeito positivo no ganho de peso até os 21 dias
de idade das aves. Os mesmos autores observaram alterações na altura das microvilosidades
do intestino das aves.
2.3 Ganoderma lucidum
O fungo G. lucidum (Reino: Fungi, Classe: Basidiomycetes, Ordem: Ganodermatales,
Família: Ganodermataceae, Gênero: Ganoderma, Espécie: G. lucidum) (Seo et al.,2000), é um
fungo superior, é tradicionalmente utilizado como fonte de produtos medicinais e
12
nutracêuticos nos países asiáticos, incluindo Japão, Coréia e China (Wachtel-Galor et al.,
2004).
O G. lucidum é um cogumelo comestível, que possui muitos efeitos farmacêuticos e
tem sido utilizado no tratamento de várias doenças humanas, dentre elas hepatite, hipertensão,
bronquite, alergias, diabetes e doenças tumorais (Eo et al., 1999).
Kim et al. (1980) relatam que o G. lucidum possui polissacarídeos e proteínas ligados
as respostas antitumorais, também foi relatado que o cogumelo tem a capacidade de
diminuição de glicose no sangue (Hikino et al., 1985). Já a atividade antitumoral foi relatada
por Lei et al. (1992), que descreveu que a mesma era mediada pelo reforço dos mecanismos
de acolhimento, fruto do aumento na produção de IL-2 (interleucina 2), responsável pela
resposta natural do organismo à infecção bacteriana.
Estudos sobre o cogumelo ainda relatam que o mesmo proporciona estimulo de
linfócitos T, células de defesa NK (Natural Killer) (Won et al., 1989) e produção de
anticorpos (Kim et al., 1993).
Na corte imperial da China antiga, o pó seco do G.lucidum era usado como agente de
quimioterapia (Mizushina et al., 1998). Min et al. (2000), em experimentos realizados com
ratos, observaram que alguns triterpenos isolados do G. lucidum demonstraram citotoxidade
contra o sarcoma dos ratos e células de carcinoma de pulmão de rato in vitro. Miyazaki et al.
(1981), administraram em ratos por via intraperitoneal alguns polissacarídeos solúveis em
água isolados do G. lucidum e observaram que ocorreu a inibição do crescimento do sarcoma-
180 dos tumores sólidos.
Uma vasta quantidade de proteoglicanas e glucanas, desde homopolímeros até
heteropolimeros altamente complexos exibem ação antitumoral e imunomodulador, porém a
diferença das atividades esta relacionada com as diferenças físico-químicas distintas, como
configuração molecular, composição química, solubilidade em água, tamanho da molécula e
grau de ramificação (Wasser, 2002). Os polissacarídeos presentes em alguns cogumelos
medicinais podem ser denominados de substâncias modificadoras da resposta biológica
(MRB). As MRB auxiliam o organismo a se adaptar a situações de estresse, exercendo
atividade inespecífica sobre os diversos sistemas corporais e promovendo a homeostase
(Wasser, 2002).
Neste contexto, sugere-se a utilização do G. lucidum na alimentação animal como
possível substituto dos antibióticos na função de promotores de crescimento natural,
13
possibilitando uma fonte a mais de pesquisa com intuito de melhorar o desempenho
zootécnico das espécies criadas.
3. MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio experimental foi realizado nas instalações da UNEPE (Unidade de Ensino e
Pesquisa) de Pequenos Animais, do Curso de Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná-Câmpus Dois Vizinhos – PR, no período de junho a agosto de 2011.
Foram utilizadas 160 codornas de postura (Coturnix coturnix japonica), distribuídas
em um delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, cinco repetições e
oito aves por unidade experimental.
As aves com vinte e duas semanas de idade passaram pelo período experimental que
consistiu em três períodos de quatorze dias. O primeiro período experimental foi de 22 a 24
semanas de idade das aves. O segundo período experimental foi de 25 a 27 semanas de idade
das aves e o terceiro ciclo de 28 a 30 semanas de idade das aves.
No início do período experimental as aves foram pesadas e distribuídas
uniformemente, de acordo com o peso, em gaiolas medindo 25 x 40 x 16 cm totalizando uma
área de 1000 cm2 cada, perfazendo uma densidade igual a 125 cm² por ave. Cada
compartimento de gaiola estava equipado com bebedouros “nipple” tipo copinho e
comedouros tipo calha localizados nas extremidades das gaiolas. O programa de luz e manejo
foram os mesmos descritos por Albino e Barreto, 2003.
Durante todo o período experimental, a ração foi fornecida ad libitum, utilizando
quatro tipos de ração, que consistia nos seguintes tratamentos: T1 ração basal, T2 ração basal
com inclusão de 0,5% de G. lucidum, T3 ração basal com inclusão de 1% de G. lucidum e T4
ração basal com inclusão de 1,5% de G. lucidum. A ração basal está descrita na tabela 1.
Nos três períodos experimentais as rações foram fornecidas diariamente em dois
horários, às 07h00min e 16h00min horas, garantindo às aves consumo de alimento e água à
vontade, durante todo o período experimental.
14
Tabela 1. Composição percentual da ração basal.
Ingredientes Ração Basal
Milho 56,81
Farelo de Soja 33,32
Óleo de soja 2,860
Calcário 0,350
Sal 5,350
Fosfato Bicálcico 1,310
Suplemento Vitamínico e Mineral 0,300*
DL – Metionina 0,139
Total 100,00
Nutrientes
Proteína Bruta (%) 20,00
Energia Metabolizável (Kcal/kg) 2900
Cálcio (%) 2,500
Fósforo disponível (%) 0,350
Metionina (%) 0,450
Metionina + Cistina 0,760
Lisina (%) 1,070 NOTAS: *Composição por kg do suplemento vitamínico e mineral: Cu: 8.000 mg; Fe: 50.000 mg; Mn: 70.000
mg; Zn: 50.000 mg; I: 1.200 mg; Se: 200 mg; Veículo QSP: 1.000 g. Vit. A: 7.000.000 UI; vit. D3: 2.000.000
UI; vit. E: 5.000 mg; vit. K3: 1.600 mg; vit. B2: 3.000 mg; vit. B12: 8.000 mcg; Niacina: 20.000 mg; Ácido
Pantotênico: 5.000 mg; Antioxidante: 15.000 mg; Veículo QSP: 1.000 g.
A temperatura do galpão foi monitorada duas vezes ao dia, utilizando-se um
termohigrômetro, às 07h00min e às 16h00min horas. Para estimar a produção de ovos foram
coletados ovos diariamente das gaiolas, duas vezes ao dia, nos mesmos horários de
fornecimento de ração e a produção foi calculada de acordo com o número de aves alojadas
por unidade experimental.
O consumo de ração foi determinado diariamente considerando a quantidade de ração
consumida em cada unidade experimental e o número de aves por unidade experimental,
sendo então consumo de ração expresso em gramas de ração por ave/dia.
A conversão alimentar: foi calculada dividindo-se o consumo de ração pela produção
em dúzia de ovos (kg/dz) e pela massa de ovos (kg/kg). Para estimar o peso médio dos ovos:
foram coletados e pesados todos os ovos íntegros, por unidade experimental, nos três últimos
dias de cada período de quatorze dias.
Para a determinação da massa de ovos multiplicou-se o peso médio dos ovos do
período pelo número total de ovos produzidos no respectivo período, dividido pelo número
total de aves. Para obtenção do peso inicial e final todas poedeiras de cada repetição foram
pesadas ao início e final de cada ciclo para obtenção da variação de peso entre duas pesagens.
15
Para a avaliação das concentrações de linfócitos e heterófilos no sangue, foram
realizadas quatro coletas de sangue para confecção das lâminas com extensão sanguínea, a
primeira coleta foi feita no primeiro dia de experimento onde foram feitas uma lâmina de cada
repetição totalizando cinco lâminas por tratamento.
Para confecção das laminas era feita um pequeno corte com uma agulha de insulina na
veia Ulnar (veia da asa), após o corte realizava a extensão sanguínea, a mesma era levada ate
laboratório e corada com os corantes Giensa e May Grunwald, para posterior leitura em
microscópio.
As demais coletas foram feitas no décimo quarto dia de cada ciclo, que foram três no
total, totalizando oitenta lâminas lidas para avaliação das percentagens de heterófilos e
linfócitos, e em todas as coletas foram utilizadas as mesmas aves.
Os dados obtidos foram submetidos a análises estatísticas utilizando-se o programa
ASSISTAT versão 7.6 (2011).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos índices zootécnicos houve efeito significativo (P<0,01) dos níveis de G. lucidum na ração
sobre o consumo médio (Figura 1), no entanto não foi observado efeito significativo (P>0,05)
sobre a produção de ovos (Tabela 2), peso de ovos (Tabela 3) e conversão alimentar (Tabela
4) . Na avaliação do número de células heterofílicas e linfocíticas ocorreu diferença estatística
(P<0,01) na percentagem de heterófilos (Tabela 5) e linfócitos (Tabela 6) considerando esses
parâmetros celulares ocorreu diferença da relação heterófilo:linfócito entre os diferentes
tratamentos estudados (Tabela 7).
16
y = -0,596x + 22,962R² = 0,8667
21,8
22
22,2
22,4
22,6
22,8
23
23,2
0 0,5 1 1,5
Cons
umo
(g)
Ganoderma(%)
Figura 1: Gráfico representando o consumo diário (g) de ração em função da quantidade de G. lucidum
na ração
.
Na figura 1 observamos a resposta de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica)
ao aumento dos níveis de inclusão de G. lucidum. na ração, nota-se uma resposta linear
decrescente, ou seja, quanto mais se adiciona o produto teste na ração, menor é o consumo.
Sobre este aspecto Gracher (2005) relata que as proporções de fibras dietéticas contidas nos
cogumelos podem apresentar proporções que variam de 10 a 50%, com base no peso seco,
essa alta quantidade de fibra pode ter ocasionado uma diminuição na taxa de passagem do
bolo alimentar pela moela das codornas, reduzindo com isso o consumo.
Este fato, da porcentagem de fibras é narrado por Silva et al. (2002), que ao
trabalharem com níveis de farinha integral da vagem de algaroba (Prosopis juliflora), notaram
efeito quadrático com diminuição no consumo de ração pelas codornas, e relacionam essa
redução no consumo ao aumento da quantidade de fibra da ração.
Tabela 2: Produção de ovos por ciclo em percentagem.
Níveis 1° Ciclons 2° Ciclons 3° Ciclons CV%
0%ns
0,50%ns
1,00%ns
1,50%*
76
78,8
73,8
68,4b
79 80,6
71,6
74,2ab
82 88,4
81,4
83,2a
7.49 9.94
12.98
8.21
CV % 9.58 11.11 8.85
ns
Não significativo nas linhas e colunas, ao teste de Tukey a 5% probabilidade.
* Médias seguidas de diferentes letras diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
17
Diante dos dados obtidos observa-se que não ocorreu diferença estatística sobre a
produção de ovos nos diferentes tratamentos, ou seja, os níveis de inclusão do cogumelo não
influenciaram a produção de ovos, porém observa-se que o tratamento com maior inclusão de
G. lucidum apresentou diferença estatística entre os ciclos, demonstrando com isso que o
maior nível de inclusão atrelado ao tempo de consumo obteve influência na produção.
Para melhor análise desta variável no último tratamento (1,5%), é necessário que
novos estudos utilizem por mais tempo esse nível de inclusão, para verificação do ponto
máximo de exposição ao tratamento atrelado ao ponto máximo de produção de ovos. Esta
afirmativa é realizada, mas deverá ser levado em consideração a idade da ave.
Figura 2: Gráfico representando a produção de ovos em função do tempo de consumo de 1,5% de
G.lucidum na ração.
Diante dos resultados obtidos podemos inferir que o maior nível de inclusão de G.
lucidum foi o que apresentou influência na produção de ovos com o passar do tempo, esse
resultado pode ser fruto da possível necessidade de um longo tempo de exposição ao
tratamento e uma maior concentração de G. lucidum, onde os princípios ativos do cogumelo
necessitam de tempo para serem utilizados pelo organismo uma vez que seu efeito celular é
mais demorado por atuar de forma indireta nas reações imunes para apresentar resultados.
Jin et al (1997) afirmam que o aparelho digestivo das aves é o órgão que apresenta a
maior responsabilidade na formação da imunidade específica, já que as aves se diferenciam de
todas as outras espécies por não apresentarem linfonodos, e seus principais órgãos linfóides
18
estão ao longo do intestino e são conhecidos como placas de Peyer, tonsilas secais e a Bursa
de Fabricius que é uma invaginação da parte final dorsal do tubo digestivo.
Estes tecidos captam antígenos disponibilizados no trato digestivo, que estimulam as
células B, precursoras de IgA e células T, colaboradoras das placas de Peyer, para o
desenvolvimento de imunidade geral especifica e inespecífica. Através do estímulo
imunológico da mucosa, há produção de anticorpos tipo IgA que bloqueiam os receptores e
reduzem o número de bactérias patogênicas na luz intestinal (Jin et al, 1997). Denotando
assim a ação dos imunomoduladores nas aves.
Tabela 3: Peso médio dos ovos
Níveis 1° Ciclons 2° Ciclons 3° Ciclons
0%
0,50%
1,00%
1,50%
11.55 11.38
11.51
11.48
12.22 12.61
12.47
12.04
11.88 11.99
11.99
11.76
CV % 3.64 4.53 3.78
ns
Não significativo a teste Tukey a 5% de probabilidade.
Observa-se que não ocorreu diferença estatística no peso dos ovos (tabela 3)
durante todo o experimento, resultados similares sobre a utilização de imunomoduladores
foram encontrados por Matos (2007) que testou três níveis de probióticos, prebióticos e
fitoterápicos (extrato de babosa e confrei) adicionados à dieta das aves, e também por
Marques (2007) que avaliou o desempenho de codornas que receberam dietas suplementadas
com níveis crescentes de camomila.
Tabela 4: Conversão alimentar por dúzia de ovo (CA Kg/Dúzia), conversão alimentar
por Kg de ovo (CA Kg/KG), massa de ovos produzida (MO).
Variável Níveis 1° Ciclons 2° Ciclons 3° Ciclons Médians
CA (Kg/Dúzia)
CA (Kg/Kg)
MO
0%
0,50%
1,00%
1,50% CV %
0%
0,50% 1,00%
1,50%
CV % 0%
0,50%
1,00% 1,50%
CV %
0.37 0.35
0.37
0.40 9.84
2.67
2.63 2.73
2.91
10.88 7.82
8.01
7.59 7.01
10.39
0.35 0.35
0.39
0.36 12.62
2.55
2.47 2.78
2.69
13.83 8.67
9.08
7.98 7.99
12.87
0.38 0.36
0.39
0.36 10.38
2.94
2.69 2.96
2.83
11.39 8.87
9.37
8.39 9.05
7.86
0.37 0.36
0.39
0.38 9.22
2.72
2.60 2.82
2.81
10.74 8.46
8.82
7.99 8.02
8.54 ns
Não significativo a teste Tukey 5% probabilidade.
19
Ao analisarmos os dados de conversão alimentar e massa de ovos podemos observar
que não ocorreu diferença estatística em nenhum dos parâmetros zootécnicos avaliados.
Embora o consumo tenha apresentado diferença estatística e a produção não, quando
avaliamos a conversão alimentar esta não apresentou diferença estatística , isto se deve ao fato
que mesmo não apresentando diferença estatística as aves que consumiram mais ração
também produziram numericamente mais ovos, o que influenciou na ocorrência da não
significância da conversão alimentar.
Novamente ao compararmos com trabalhos que testam imunomoduladores com o
objetivo da diminuição do estresse nas aves, obtiveram resultados similares Silva (2006),
Marques (2007) e Gravena et al. (2009) que testaram o desempenho produtivo de codornas
em postura alimentadas com níveis crescentes de passiflora, camomila e valeriana (0, 250,
500 e 750mg/kg de ração) na dieta, e não observaram efeito dos fitoterápicos sobre a
conversão alimentar e viabilidade das aves.
A massa de ovos também não sofreu influência dos tratamentos, é importante ressaltar
que devido à ausência de estudos sobre o desempenho e qualidade dos ovos, submetidos a
tratamentos com cogumelos, não podemos com base na literatura, obter uma explicação mais
plausivel sobre como o G. lucidum pode agir nesse índice zootécnico.
Na tabela 5 estão apresentados os dados sobre a concentração de heterófilos
encontrados na leitura das lâminas de esfregaço sanguíneo.
Tabela 5: Percentagem de heterófilos encontrados na leitura do esfregaço sanguíneo.
Níveis Inícions 1° Ciclons 2° Ciclo* 3° Ciclo* Média*
0%
0,50%
1,00%
1,50%
26.80 27.09
24.55
25.91
32.70 35.64
34.59
27.01
34.01 ab 35.04 a
39.10 a
28.57 b
33.11 b 32.29 b
38.11 a
24.64 c
31.65 a 32.51 a
34.09 a
26.53 b
CV % 19.53 14.95 9.59 7.86 8.49 ns
Não significativo, na coluna, a teste Tukey 5% de probabilidade.
* Significativo na coluna a teste Tukey 5%de probabilidade.
A tabela 5 retrata os dados encontrados durante os ciclos experimentais, é importante
salientar que a coluna denominada início, é referente à primeira coleta de sangue para
esfregaço sanguíneo, onde ambos os tratamentos ainda não tinham recebido a ração, ou seja,
foi o ponto inicial.
Após o fornecimento da ração teste, observa-se que o primeiro ciclo não apresentou
diferenças estatísticas, mas no terceiro ciclo já observamos uma diminuição do número de
heterófilos no tratamento com maior inclusão de G. lucidum.
20
Um dos princípios ativos do G. lucidum são as beta glucanas, que apresentam a
capacidade de estimulação da interleucina 2 (IL-2). A IL-2 atua de forma autócrina
estimulando a proliferação dos linfócitos T, e potencializam a apoptose das células ativadas
por antígenos (PEDROSO 2009). Desta maneira acarretando a diminuição dos números
absolutos e relativos de heterófilos no sangue.
Tabela 6: Percentagem de linfócitos encontrada na leitura do esfregaço sanguíneo.
Níveis Inícions 1° Ciclo* 2° Ciclo* 3° Ciclo* Média*
0%
0,50%
1,00% 1,50%
55,8
59,57
57,47 58,16
55,52 b
54,52 b
52,96 b 65,16 a
54,11 b
57,46 b
52,87 b 64,65 a
57,01 b
55,01 b
52,11 b 67,99 a
55,61 b
56,64 b
53,85 b 63,99 a
CV % 9.47 8.54 4.63 5.58 4.31 ns
Não significativo, na coluna, a teste Tukey 5% de probabilidade.
* Significativo na coluna a teste Tukey 5%de probabilidade.
Na tabela 6 observamos que a percentagem de linfócitos diferiu estatisticamente entre
os tratamentos, onde o tratamento com inclusão de 1,5% de G.lucidum, apresentou uma maior
porcentagem de linfócitos, isto se deve ao fato já mencionado acima sobre estimulação da Il-2
pelas betas glucanas (PEDROSO 2009), e pelo fato das glucanas atuarem na ativação e
expansão clonal das células T, onde a interação do linfócito T com o antígeno desencadeia
uma cascata de reações bioquímicas e expressão genética, induzindo o restante das células T a
entrarem no ciclo celular, iniciando assim os processos de proliferação e diferenciação (KUO
et al 2002).
A determinação da relação heterófilo:linfócito está expressa na tabela 7.
Tabela 7: Relação Heterófilo:Linfócito.
Níveis Inícions 1° Ciclo* 2° Ciclo* 3° Ciclo* Média*
0%
0,50% 1,00%
1,50%
0.48 a
0.46 a 0.43 a
0.44 a
0.59 ab
0.65 a 0.66 a
0.41 b
0.63 a
0.61 a 0.74 a
0.44 b
0.58 b
0.59 b 0.73 a
0.36 c
0.60 b
0.62 ab
0.71 a 0.40 c
CV % 26.72 21.64 13.06 11.48 10.38 ns
Não significativo, na coluna, a teste Tukey 5% de probabilidade.
* Significativo na coluna a teste Tukey 5%de probabilidade.
Observa-se que os dados expressos na tabela 7 apresentam diferença estatística entre
os níveis de inclusão de G. lucidum, onde a partir do segundo ciclo do experimento (28 dias)
as aves que receberam maior nível de inclusão na ração foram as que apresentaram menor
relação heterófilo:linfócito,este fato deve-se à maior concentração de linfócitos, pelos motivos
já explanados anteriormente.
21
Alguns estudos com frangos de corte indicam que a relação entre heterófilos e
linfócitos pode ser uma forma de avaliar o estresse mais confiável que a cortisona (BORGES
et al., 2003; LANDERS et al., 2007). Isto se deve ao fato que em situação de estresse a ave
libera mais hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), resultando assim em aumento do número
de heterófilos circulantes, pois estes são a primeira linha de defesa do organismo, e
diminuição dos valores de linfócitos, consequentemente aumento da relação
heterófilo:linfócito (MACARI & LUQUETTI, 2002).
A relação heterófilo:linfócito (H/L) é considerada o indicador mais sensível de
estresse em aves, mais do que os níveis plasmáticos de glicocorticóides (DAVIS et al., 2008).
Segundo Macari e Luquetti (2002), a contagem diferencial de leucócitos no sangue de
frangos mostra que a proporção normal de heterófilos:linfócitos está em torno de 1:2. Com
base nisso as aves que receberam maior nível de G. lucidum, são as que apresentam uma
menor relação heterófilo:linfócito, evidenciando assim um menor estresse.
Com base no trabalho aqui realizado sugere-se que a utilização do G. lucidum pode
reduzir o nível de estresse das aves, pois ele propiciou aumento da percentagem de células de
defesa, linfócitos, porém devido à escassez de trabalhos com o G. lucidum, sugere-se a
realização de novos trabalhos com intuito de melhor explicar as indagações aqui encontradas.
5. CONCLUSÃO
Concluímos, que o tratamento com maior nível de inclusão de G lucidum foi o que
apresentou o menor consumo, possibilitando uma redução nos gastos com ração e mantendo
os mesmos níveis de produção de ovos que os demais tratamentos. Nos parâmetros
hematológicos, o maior nível de inclusão, apresentou uma melhora no percentual de linfócitos
e uma menor relação heterófilo:linfócito, demonstrando que as aves estavam com grau de
estresse menor que os outros tratamentos.
22
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