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“É tempo de cuidarda evangelização”

“Conheceis a generosidade de Cristo!” (2 Cor 8,9)

I – As coletas em tempo de pandemia

1. As diversas coletas e campanhas promovidas pela Igreja no Brasil são momentos de forte sensibiliza-ção e mobilização dos fi éis. Ocasião em que a Igreja chama atenção para a vivência da caridade no horizon-te da fé cristã. São sinais de co-res-ponsabilidade que manifestam o senso de pertença à comunidade ao mesmo tempo em que oferece os meios necessários para o alívio do sofrimento dos mais pobres.

2. Em 2020 o modo de realização das coletas foram impac-tados pela pandemia da covid-19. O mundo mudou mas nossa missão continua, agora, mais necessária do que nunca. As perspectivas para os próximos meses e anos não são animadoras: aumento da fome, da miséria, do desem-prego e de tantas outras situações diante das quais não po-demos agir com indifereça e omissão.

3. Por esta razão a Coleta da Solidariedade e também a Coleta para a Evangelização serão realizadas de modo di-ferente esse ano. Não somente estas coletas mas também as coletas para os lugares santos e óbulo de São Pedro so-freram alterações em seu modo de realização. O presente

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material que temos em mãos nos ajudará a refl etir e a nos preprar para a realização destas coletas a serem realizadas no segundo semestre de 2020 e que são de fundamental importância para toda a Igreja. Conscientes do momento difícil que vivemos em nossas comunidades, paróquias e dioceses, somos chamados a colaborar motivados pela ge-nerosidade de Cristo.

4. As novas datas das coletas são: *Coleta para os lugares santos: 13 de setembro * Óbulo de São Pedro: 2 de outubro * Missionária: 18 de outubro* Solidariedade e Evangelização: 21 e 22 de novembro.

5. É tempo de cuidar da Evangelização! Eis o tema da Campanha para a Evangelização deste ano que será realizada em conjunto com a Coleta da Solidariedade. Motivados pelo lema: “Conheceis a generosidade de Cristo.” (2 Cor 8,9) queremos renovar nossa co-responsa-bilidade na ação evangelizadora que também necessita de recursos. Como Igreja somos comunidade que cuida dos pobres; uma comunidade que cuida do anúncio da Palavra; uma comunidade que cuida da vida!

II - Uma Comunidade que cuida dos pobres, do anúncio da Palavra e da vida.

6. “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois pei-xes. O que é isso, porém, para tanta gente?” (Jo 6,9). Eis as palavras de André, irmão de Simão Pedro, diante da ques-tão apresenta a Filipe na cena da multiplicação dos pães. Jesus faz a Felipe um apelo a sua fé diante da multidão ne-cessitada de pão: “Onde vamos comprar pão para que estes possam comer?” A multidão que segue Jesus é também por Ele percebida em suas necessidades. Um contexto que re-vela não somente as difi culdades e carências dos irmãos e irmãs, mas também a força do sinal que Ele mesmo está

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prestes a realizar: realmente o pão é milagrosamente mul-tiplicado o que não nos impede de refl etir sobre o ensina-mento moral do milagre da multiplicação dos pães.

7. A princípio não há dinheiro sufi ciente que pudesse sanar por completo aquela realidade. É aqui que surge a fi gura de um menino com uma quantidade expressiva de alimentos em mãos enquanto muitos nada têm. O alimento concen-trado nas mãos de uma criança nos leva a refl etir que mui-tas vezes o problema da miséria e da fome está também no fato de retemos em nossas mãos aquilo que pode ser parti-lhado, e assim, multiplicado. Se nas mãos daquele menino talvez não houvesse o necessário para duas, ou três pesso-as, quando não seguramos em nossas mãos aquilo que te-mos e aprendemos a oferecer ao Senhor que nos interpela, a partilha acontece revelando o milagre do amor que mul-tiplica a solidariedade. Eis o aprendizado: o que em nossas mãos talvez não seja sufi ciente, se colocamos nas mãos de Deus ele multiplica e nos entrega de volta a fi m de também partilharmos generosamente com o próximo.

8. Assim age uma comunidade que cuida dos pobres: vive unida a seu Senhor e comprometida com gestos de carida-de vendo no irmão necessitado o próprio Cristo. Eis o ca-minho que a comunidade deve percorrer: ofercer, sentar, agradecer, partilhar, não desperdiçar. Sinal e compromis-so de um coração solidário que partilha e se faz partilha. Jesus nos ensina que a solução para o problema da fome e da miséria não está somente na quantidade de recursos fi -nanceiros que temos, mas sim no dom de partilhar, na vida fraterna e solidária. Como nos recorda o Papa Francisco, “No meio da crise, uma solidariedade guiada pela fé per-mite-nos traduzir o amor de Deus na nossa cultura globa-lizada, não construindo torres nem muros – e quantos mu-ros estão a ser construídos hoje – que dividem mas depois desmoronam, mas tecendo comunidades e apoiando pro-cessos de crescimento verdadeiramente humano e sólido. E nisto ajuda a solidariedade. Faço uma pergunta: penso

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nas necessidades dos outros? Cada qual responda no seu coração.” (Audiência geral 2 de setembro de 2020)

9. Deste modo, os recursos fi nanceiros que conseguimos, com honestidade e pela força do nosso trabalho, também devem ser partilhados. Ofertar também a partir de nossa pobreza, eis o convite. Os sentimentos de Cristo não conhecem a ga-nância e a indiferença. Viver em Cristo supõe gestos concre-tos de partilha e solidariedade que provêm de um coração semelhante ao seu: abundante em amor e generosidade.

10. Na carta que Paulo escreve aos Filipenses, encontramos uma das descrições mais belas que revela as consequên-cias do “viver em Cristo”(Ef 2,1-19). Sinais que devem ca-racterizar as relações entre os membros da comunidade cristã: conservar o mesmo pensar, o mesmo amor nutrindo na alma o mesmo sentimento. Mas, que sentimento é este?

11. “Nada façais por rivalidade ou van-glória, mas, com humildade, cada um considere os outros como superio-res a si e não cuide somente do que é seu, mas também do que é do outro. Tende entre vós os mesmos senti-mentos que havia em Cristo Jesus.” (Fl 2,3- 5). Só seremos capazes de cuidar uns dos outros, cuidar da evangelização, permitindo que nas-ça em nós os sentimentos de Cristo, sua generosidade transbordante de amor. Generosidade que conhecemos, que precisamos re-descobrir a cada dia e revelar ao mundo por meio do teste-munho daquele que concede vida em plenitude. (Jo 10,10)

12. É Deus que produz em nós tanto o querer como o fazer (Fl 2,13). Assim, o amor que Cristo dedica a cada pessoa desperta no coração de quem acolhe sua Palavra o dese-jo de fazer-se tudo para todos. O amor que caracteriza a

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vida cristã realiza o sentimento de Cristo na ação fraterna e solidária dos seus discípulos e discípulas, membros da Igreja, comunidade de amor.

13. Amar é fazer o bem. É ter os mesmos sentimentos e as mesmas ações de Cristo. É cultivar um só coração e uma só alma (At 4,32) não considerando como nossas as coisas que pensamos possuir, mas colocando tudo em comum. Aquilo que somos e o que temos. Amar é partilhar o pão com quem tem fome (Mt 25, 31-46). Amar é cuidar do outro encontrando nele o próprio Cristo. Amar é evangelizar os pobres (Lc 4,16), cuidar daqueles que estão feridos à beira do caminho (Lc 10,33-34). Amar é dar vida à fé. Como nos lembra São Tiago: “Assim também a fé: se não se traduz em ações, por si só está morta.” (Tg 1,17). Amor é decisão, ter-nura na ação, compromisso com a missão de construir um mundo novo.

14. A Igreja sempre procurou revelar o amor de Cristo por meio da caridade, essência da identidade cristã. Desse amor, nasceram ao longo da história inúmeras ações de cuidado tais como: hospitais, orfanatos, casas de acolhida, auxílio aos necessitados. Assim, a Igreja se torna presença concreta junto aos pobres, sendo uma voz profética, de de-núncia dos sinais de morte, característico de uma socieda-de marcada pela indiferença e egoísmo. E para melhor or-ganizar a caridade e servir a vida, em momentos de crise e calamidade, a Igreja sempre convoca todos os fi éis, e com eles homens e mulheres de boa vontade, a fi m de unirem--se em torno da solidariedade fraterna em vista daqueles que mais sofrem.

15. Este material não deseja outro fi m senão relembrar e re-despertar o caminho da caridade vivido pela Igreja e ao mesmo tempo estimular e dá continuidade a inúmeras iniciativas de amor ao próximo, promovidas por meio de duas importantes campanhas realizadas na Igreja do Brasil: Campanha da Fraternidade e a Campanha para a

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Evangelização. Dessas campanhas, nasceram dois gestos concretos: a coleta da solidariedade, realizada no domin-go de Ramos e a coleta para a Evangelização, realizada no 3º domingo do advento.

16. Em 2020, ambas as coletas foram repensadas a partir do cenário que se instaurou em nosso país e em todo o mun-do, devido à pandemia da Covid 19. Pedindo a Deus que nos livre dos males deste vírus. Como bem nos recorda o Cardeal José Tolentino Mendonça: “Livra-nos do vírus do pessimismo, pois, não nos deixa ver que, se não podemos abrir a porta, temos ainda a possibilidade de abrir janelas. Livra-nos do vírus do isolamento interior que desagrega, pois, o mundo continua a ser uma comunidade viva. Livra-nos do vírus doindividualismo que faz crescer as muralhas, mas explode em nosso redor todas as pontes. Livra-nos do vírus da impotência, pois uma das coisas mais urgentes a aprender é o poder da nossa vulnerabilidade.”

17. Mesmo tendo diante dos olhos tanta dor e tristeza, mesmo diante de todo cenário que despontou com a pandemia de 2020, somos chamados a revelar a força do amor de Deus que também se expressa por meio da solidariedade e da comunhão efetiva com aqueles que sofrem. É tempo de anunciar o amor de Cristo revelando a cada pessoa o cuidadoso amor de Deus. Por esta razão, contamos com a ajuda de todos para que, em 2020, possamos transformar a coleta da solidariedade e a coleta para a evangelização numa única e grande coleta: a coleta do bem!

18. A Coleta do Bem a ser realizada durante a solenidade de Cristo Rei (21 e 22 de novembro) será o grande gesto concre-to da Campanha “É tempo de cuidar da Evangelização” que tem como objetivo mobilizar a comunidade, os ho-mens e mulheres de boa vontade, a redescobrir a genero-sidade do amor de Cristo e revelá-la ao mundo por meio desse gesto concreto. Com esses recursos, a Igreja conti-nuará apoiando diversas iniciativas em favor da vida e da

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evangelização. Iniciativas que dão origem a belos proces-sos de solidariedade, aliviam sofrimentos e cuidam da vida em plenitude. É solidário o coração que ama. É solidário o coração que traz em si os mesmos sentimentos de Cristo. Generoso e solidário é o coração de quem não se cansa de fazer o bem.

Ver: “Senhor, aquele a quem amasestá enfermo.” (Jo 11,3)

19. Não há dúvidas de que o ano de 2020 fi cará marcado pe-las diversas situações e mudanças que foram provocadas também pela Covid-19. Uma doença infecciosa que nun-ca havia sido identifi cada desta forma em seres humanos. O vírus causa uma doença respiratória, muito semelhante a uma gripe, e tem sintomas como tosse, febre e, em alguns casos mais graves, pneumonia. Um mundo doente pela in-diferença acaba adoecendo a humanidade. Cessaram-se os abraços, o aperto de mão para que o coração também pudesse redescobrir o valor do encontro, o valor da vida humana, o valor da solidariedade.

20. Um mundo doente nos adoeceu. A dor da indiferença diante de tristes cenas fez com que a própria morte cau-sasse ainda mais medo diante dos fatos que ameaçam a vida. Contemplando as pausas que a pandemia nos forçou a estabelecer, redescobrimos a beleza do lar e também os desafi os que ali também se impunham a nós. Agora, ou-tra pausa se faz necessária. Na verdade, como o bom sa-maritano que interrompeu sua rotina para cuidar da vida ameaçada, é preciso cuidarmos daqueles que sofrem as consequências deste e de tantos outros vírus que impe-dem a vida em plenitude. É preciso lavar as mãos, lavando também o coração indiferente e não as lavar como Pilatos. Usando o álcool em gel para matar o vírus nas mãos e no ambiente ao mesmo tempo em que era preciso extirpá-lo

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de nossos olhares incapazes de perceber a dor e o sofri-mento do outro.

21. “À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos sur-preendidos por uma tempestade inesperada e colérica. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo, importantes e ne-cessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, nesse barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados ‘vamos perecer’ (Mc 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar es-trada cada qual por conta própria, mas só o conseguire-mos juntos.” (Papa Francisco)

22. O Papa Francisco, na benção urbi et orbi de 27 de março, diante do crucifi xo da Igreja de São Marcelo, afi rmava: “O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a espe-rança, capazes de dar solidez, apoio e signifi cado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma ân-cora: na sua cruz, fomos salvos.”

23. A Igreja, defensora da vida, tomou atitudes pontuais em vista de ajudar os fi éis e toda a sociedade a viverem o pe-ríodo quaresmal em quarentena. A CNBB, por diversos meios e formas, foi porta-voz do cuidado para com a vida exortando a todos a permanecerem em casa vivendo a Campanha da Fraternidade deste ano cuidando da vida, vivendo o recolhimento do lar, em profunda oração e co-munhão, por meio dos diversos meios de comunicação. Basta lembrarmos do “pacto pela vida e pelo Brasil”, da “Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil” que deu voz a diversas iniciativas de cuidado Brasil a fora.

24. Tal como Marta e Maria, irmãs de Lázaro, hoje, a humani-dade assume como sua, aquelas palavras que esta singular

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família faz chegar ao coração de Jesus: “Senhor, aquele a quem amas está enfermo.” (Jo 11,3). A humanidade que está doente e precisa de cuidados, e a generosidade do amor de Deus que pulsa em nós será também um especial remédio neste tempo que desafi a a fé e a solidariedade dos cristãos.

25. Com celebrações suspensas, rezando e vivendo a fé na Igreja doméstica, era inevitável que algumas iniciativas da Igreja no Brasil fossem adiadas. Dentre elas, não podemos deixar de mencionar a coleta da solidariedade, prevista para 5 de abril de 2020. Com estes recursos que a Igreja no Brasil estimula a solidariedade e apoia diversas e im-portantes iniciativas em favor da vida, sejam elas em cada diocese ou em todo o nosso país. Em 2019, foram 856 pro-jetos enviados ao FNS dos quais 238 foram apoiados.

26. A coleta da Campanha da Fraternidade, chamada de Coleta da Solidariedade, destina 60% dos recursos à cada (Arq) dioceses, prelazias que são chamadas a constituirem o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS); os 40% res-tantes são destinados ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). Desde a sua implantação em 1998, o FNS e os FDS vêm tentando implementar uma prática inovadora de ação de solidariedade através do apoio a projetos de enfrenta-mento das consequências da exclusão social (a fome, a mi-séria, as condições precárias de vida) a partir da promoção e da organização dos próprios grupos benefi citários.

27. Discernindo a partir realidade de diversas paróquias e dio-ceses, houve também um consenso de que a coleta para a evangelização também fosse adiada. Excepcionalmente neste ano, não realizaremos essa coleta na data previs-ta (13 de dezembro) pelas mesmas razões apresentadas. Tradicionamente esta coleta destina 45% dos recursos arrecadados para cada (Arq) Dioceses, prelazias; 20% para cada um dos regionais da CNBB e 35% para a CNBB. Neste ano está porcentagem de repasse também será re-vista tendo em vista a união destas duas coletas.É preciso

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encontrar caminhos a fi m de que nossa ação em favor da vida dos que mais sofrem não seja paralisada pelo vírus da comodidade e indiferença.

28. Recordando: com a Campanha para a Evangelização, todos os fi éis são chamados a adquirir uma consciência cada vez maior da sua participação na obra evangelizadora da Igreja como exigência da graça batismal e viabilizar esta partici-pação, seja nas atividades da obra evangelizadora da sua comunidade eclesial, seja pela oração, seja pela sua ofer-ta material que garante os recursos necessários para que a Igreja no Brasil possa realizar projetos evangelizadores.

29. O objetivo da campanha é despertar os leigos para o com-promisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais da Igreja no Brasil. A colaboração dos fi éis precisa repercutir em toda a Igreja, e é por isso que o resultado do gesto concreto de cada um será partilhado, solidariamente, entre os organismos na-cionais da CNBB, os seus 18 regionais e as dioceses, visan-do à execução das atividades evangelizadoras, programa-das nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora. Em um futuro próximo, pretende-se que essa campanha seja um instrumento de uma globalização solidária, com a Igreja no Brasil partilhando seus recursos com outras Igrejas mais necessitadas.

30. A Campanha para a Evangelização não se resume à coleta de recursos. A Evangelização precisa contar com a gene-rosidade de muitos que, como as mulheres do Evangelho, ajudem com os bens que possuem e ofereçam a força do apoio fraterno que anima e renova. Trata-se de mobilizar a Solidariedade na Evangelização. Signifi ca, primeiramen-te, dispor-se a ser evangelizado. Quem está em verdadeiro processo de Evangelização se torna evangelizador. A expe-riência do encontro vital com o Senhor modifi ca a vida da pessoa e impulsiona a anunciar a outros a feliz descoberta.

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31. Assim, neste ano, de forma extraordinária, nossa contri-buição para as ações de sustento para a evangelização na Igreja no Brasil também será ofertada juntamente com a coleta da solidariedade. Será realizada uma grande coleta, chamada “Coleta do Bem” porque amar é fazer o bem, é cuidar do próximo, é contribuir para o anúncio da Palavra, para cuidar dos pobres e a evangelização. A seguir apre-sentamos um pequeno esquema tendo como exemplo uma arrecadação no valor de R$ 10.000 mostrando qual o valor destinado a cada uma das coletas:

32. Será enviado a cada (Arq)Diocese e prelazia este mesmo arquivo em excel, via e-mail. O objetivo é perceber, de imediato, qual o valor a ser destinado a cada uma das ins-tâncias destinatárias da coleta do bem.

33. Ser solidário na Evangelização é perceber as necessidades da própria comunidade e fazer algo de concreto por ela: dispor-se para um serviço concreto: animação litúrgica, catequese, promoção dos pobres, como também oferecer sua colaboração fi nanceira - o dízimo - para a manutenção da infraestrutura da própria comunidade.

34. Ser solidário na Evangelização é cultivar a inquietação missionária de Jesus Cristo que não se deixou reter em Cafarnaum, dizendo que devia anunciar a boa nova do Reino para outras cidades, pois para isto fora enviado.

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Ou ter o impulso de Maria, que foi apressadamente à casa de sua prima Isabel para servi-la, mas também, com toda certeza, para partilhar a alegre notícia do iminente nasci-mento do Messias esperado.

35. Ser solidário na Evangelização é “ser universal”, ou seja, católico; ser “uma pessoa que tem responsabilidade não só sobre si, mas sobre o mundo inteiro, pelas suas opções, suas atitudes, sua consciência e seus compromissos. Numa época de globalização como a nossa, não é mais possível pensarmos somente em termos paroquiais, regionais ou nacionais. É preciso dilatar o coração. Cuidar do outro!

36. Assim, com o adiamento dessas coletas, tendo em vista a situação em que nosso povo se encontra devido as conse-quências econômicas e sociais causadas também pelo co-vid 19, conclamamos a todos para que possamos realizar uma grande coleta em favor da solidariedade, tal como as primeiras comunidades realizavam. A “Coleta do Bem” será realizada em todo Brasil nos dias 21 e 22 de novem-bro de 2020, solenidade de Cristo Rei. Sua participação e envolvimento são essenciais a fi m de que a Igreja cuide da Ação Evangelizadora.

Julgar: “Conheceis a generosidadede Cristo.” (2 Cor 8,9)

37. Desde os tempos apostólicos, os cristãos foram estimu-lados à generosa partilha dos próprios bens e a ajudar os irmãos e comunidades necessitadas. São bem conhecidas as campanhas de São Paulo em favor da comunidade de Jerusalém (cf. 1 Cor 8-9; Rm 15,25- 29). Usando o exemplo de generosidade dos Macedônios, Paulo lança um desa-fi o à Comunidade de Corinto para que se associassem a uma obra de cuidado em favor dos irmãos de Jerusalém. Os Macedônios oferecem desde sua pobreza, já que a pró-pria comunidade também tinha suas difi culdades.

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38. Ao mencionar os dons espirituais tão vigorosos entre os Coríntios, Paulo, na verdade, censura com um leve elogio provocando a sinceridade da caridade, sobretudo em situ-ações desafi antes. O amor é também solidariedade em ação. O desejo de auxílio fraterno, sobretudo em situações extremas, deve ser traduzido em ação. Jerusalém passa por necessidades, mas um dia poderá ser eles que passem pela mesma privação.

39. Tito e dois irmãos são enviados à Corinto para organizar a coleta. A coleta glorifi ca a Deus e manifesta a dispo-sição de Paulo em ajudar a comunidade de Jerusalém. Voltando- se para a atitude do doador, Paulo insiste em uma decisão pessoal tomada em total liberdade (2 Cor 8,8; Fm 9,14; Rm  12,8) a fi nalidade da riqueza é fazer o bem aos outros (Rm 14,7). Quem ajuda os pobres participa da justiça de Deus. A co-leta é uma demonstração de um amor autêntico e generoso para com outras pessoas em imitação a Cristo (2 Cor 5,15; 9,9). É a procla-mação existencial da obediência da fé. Paulo sabia que a coleta enviada a Jerusalém seria também um claro e evidente sinal de que os gentios eram cristãos como eles, em tudo.

40. É importante notar que o apóstolo das nações ainda afi r-ma que em tudo, a graça de Deus capacita a generosi-dade do amor. Uma comunidade que transborda na fé, no amor a Palavra, no conhecimento, é preciso também ser transbordante na obra de generosidade. Ocasião para provarmos a sinceridade do nosso amor.

41. O Apóstolo ainda lembra a comunidade a generosidade de Cristo. Assim ele exorta: “Certamente conheceis a gene-rosidade de nosso Senhor Jesus Cristo: de rico que era,

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tornou-se pobre por causa de vós, para que vos torneis ricos, por sua pobreza.” (2 Cor 8,9) Eis o seu conselho: participar de uma obra de generosidade: uma coleta em favor dos irmãos e irmãs de Jerusalém. “Não se trata de vos pôr em aperto para aliviar os outros.” (2 Cor 8,13), mas de edifi car um coração solidário, próximo, pois, “o que se de-seja é que haja igualdade.” ( 2 Cor 8, 13b)

42. “Sede vigilantes, permaneceis fi rmes na fé, sede corajosos, sede fortes. Tudo se faça, entre vós, no amor.” (1 Cor 16,13-14). Participando da “Coleta do Bem” podemos chegar a muitas famílias, a muitas pessoas que necessitam de um auxílio a fi m de viverem com dignidade, terem forças para recomeçar e apoio para continuar enfrentando os desafi os do dia a dia. Contribuindo apoiamos belas ações dos re-gionais da CNBB que, inclusive, mantêm missões na África e apoiam o projeto “Igrejas Irmãs”. É o amor em ação.

43. “Procuramos fazer o bem, não somente diante do Senhor, mas também diante dos outros.” (2 Cor 8,21) Assim nos exorta São Paulo. A comunidade deve se mobilizar, orga-nizar e priorizar a ajuda a quem mais necessita. Assim deve agir a Igreja nos dias atuais. “Que cada um dê confor-me tiver decidido em seu coração, sem pesar nem cons-trangimento.” (2 Cor 9,7)

44. A Igreja vive da generosidade dos seus fi éis, que contri-buem de diversas maneiras para a manutenção dos ser-viços necessários ao cumprimento da missão da Igreja. Essas contribuições são fruto da fé e da gratidão a Deus, bem como da compreensão dos deveres de todos os bati-zados em relação à vida da Igreja.

45. Sabemos que manutenção da Igreja no Brasil ainda depen-de, em boa parte, de recursos externos e da generosidade dos católicos de outros países. É necessário buscar sempre mais a auto sustentação, despertando a consciência de to-dos os católicos para o dever da partilha generosa dos bens.

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46. Assim, a Campanha “É tempo de cuidar da Evangelização” se expressa concretamente pela oferta de doações em di-nheiro na “coleta do bem”. É o gesto concreto de fraterni-dade, partilha e solidariedade, feito em âmbito nacional, em todas as comunidades cristãs, paróquias e dioceses. Tal oferta acontecerá em cada celebração Eucarística no fi m de semana da Solenidade de Cristo Rei, 21 e 22 de novembro.

47. Este ano teremos uma novidade. Além do tradicional modo de contribuição durante as celebrações foi criada uma página para doações que será disponibilizada pelas redes sociais. Eis a página: doe.campanhas.cnbb.org.br É a digitalização das campanhas. O doador fará um pequeno cadastro e escolherá a melhor forma de fazer a doação: via boleto ou cartão de crédito. O desejo é favorecer ao doador concedendo a ela uma possibilidade a mais de participar. Mas como será feito os repasses às (Arq)dioceses, prela-zias e regionais?

48. O doador identifi cará qual o município de onde estará efetuando a doação. Estas informações são processadas e vinvuladas ao SERVICO, sistema da CNBB que fará a identifi cação município-diocese. Feita a identifi cação será enviado um relatório a cada bispo apresentando os valo-res arrecados e de quais municípios vieram. Em seguida o setor fi nanceiro da CNBB fará o depósito devido a cada diocese e regional num prazo de até 21 dias após a doação.

49. Neste site encontraremos alguns testemunhos de onde os recursos estão sendo aplicados, bem como a prestaçaõ de contas de toda campanha. É um esforço em conjunto para divulgarmos as ações da Igreja no Brasil de forma trasnpa-rente a fi m de que todos possam participar mas também acompanhar as ações de cuidado evangelizador da Igreja Católica no Brasil.

50. A Campanha também visa despertar e nutrir o espírito co-munitário e a verdadeira solidariedade na busca do bem

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comum, educando para a vida fraterna, para a justiça e a caridade, exigências éticas centrais do Evangelho. Para isso, busca avivar a consciência sobre a responsabilidade de todos na promoção humana e na edifi cação de uma so-ciedade justa e solidária.

Agir: Cuida Dele! (Lc 10, 34)

51. Tendo ouvido o parecer do Conselho Permanente, atenta e sensível à realidade de nossas comunidades e compro-metida com o cuidado para com os pobres, a CNBB con-clama todos os fi éis, homens e mulheres de boa vontade, a fi m de nos unirmos nesta importante campanha, pois, “É tempo de cuidar da Evangelização”. Uma campanha de caráter extraordinário que une a coleta da solidariedade e a coleta para a evangelização em uma só coleta a ser re-alizada no dia 21 e 22 de novembro de 2020, em todas as comunidades paroquiais que terá como destino a compo-sição do FNS de 2020 e o apoio à evangelização, sobretudo dos pobres e daqueles que mais sofrem as consequências da pandemia do corona vírus.

52. A campanha “É tempo de cuidar da Evangelização” tem como lema “conheceis a generosidade de Cristo.” (2 Cor 8,9) O mundo conhecerá tal generosidade a partir da nossa participação, sensibilização e empenho nesta obra de amor tão importante e necessária no tempo presente.

53. ATENÇÃO! Não haverá um envelope específi co, porém, os envelopes enviados para a coleta da solidariedade que não foram utilizados, poderão ser distribuídos agora. Com isso, além de reforçarmos o cuidado ecológico reutilizando os envelopes da coleta da solidariedade, teremos uma eco-nomia signifi cativa e, com estes recursos, continuaremos as obras de cuidado da Igreja no Brasil. Participe conosco! É tempo de cuidar da Evangelização.

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Referências:

Bíblia da CNBB. 3ª Edição. 2019

Org. Raymond E. BROWN; Joseph A. FITZMYER; Roland E. MURPHY. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo (Novo testa-mento e artigos sistemáticos) Paulus. Acadêmia Cristã. 2011.

CNBB. Evangelizando e Mobilizando a Solidariedade: Manual de animação de Campanhas. Brasília, Edições CNBB, 2007.

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Oração para a Campanha da Evangelização 2020

Bendito sois, Deus da vida,auxílio dos pobres e vulneráveis,

amparo daqueles que esperam em vós.

Aju dai-nos a testemunhar a alegria da evangelização,em meio aos desafi os do tempo presente.

Batizados e enviados para anunciar a Palavra, cuidar da vida eevangelizar os pobres, vivendo

em comunidades eclesias missionárias,queremos renovar nossa responsabilidade com a missão da Igreja.

Renovai nossa esperança,fortalecei nosso chamado,

enviai-nos em missão.Por Jesus Cristo,

na força do Espírito Santo.Amém.

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HinoÉ tempo de cuidar

Dom Ricardo Hoepers – Letra e melodiaArranjos e interpretação – Francis da Silva Prates, Ângelo

Schenque e Emílio Piva

É tempo de cuidar,Olhar bem ao redor, Mover-se em compaixão.

É tempo de sonhar Um mundo mais humano, Fraterno, mais irmão.

É tempo de ser pão, Doar-se e repartir Com quem não tem mais nada.

Nos passos de Jesus,Ser alento e conforto Na escuridão, ser luz.

A VIDA É TÃO BELA, PRESENTE DE DEUS QUE NA CRUZ MORREU PARA NOS SALVAR.

SAGRADA E TÃO SINGELA, ESCOLHE, POIS A VIDA, É TEMPO DE CUIDAR!

SAGRADA E TÃO SINGELA,ESCOLHE, POIS A VIDA!A QUEM AMA, SEMPRE É TEMPO DE CUIDAR