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2018 Nome completo: Turma: Unidade: Ciências Humanas e suas Tecnologias DIA Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 90 Questões – Duração: 5h Dia: 11/08 – sábado 2º SIMULADO MODELO ENEM 2ª série - Ensino Médio Exame Nacional do Ensino Médio

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2018

Nome completo:

Turma: Unidade:

Ciências Humanas e suas Tecnologias

DIA

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

90 Questões – Duração: 5h

Dia: 11/08 – sábado

2º SIMULADO MODELO ENEM 2ª série - Ensino Médio

Exame Nacional do Ensino Médio

FORMA

ERRADA DEPREENCHIMENTO

FORMA

CORRETA DEPREENCHIMENTO

É PROIBIDO COLOCAR QUALQUER TIPO DE INFORMAÇÃO NESTE LOCAL

PREENCHIMENTO DO CARTÃO RESPOSTA

SOMENTE COM CANETA AZUL

ORIENTAÇÕES PARA APLICAÇÃO DO SIMULADO - 2º TRI

1. A prova terá duração de 5h.

2. Só será permitida a saída de alunos a partir de 2 horas de prova. 3. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro antes de 3 horas de prova. 4. O aluno não poderá levar a prova para casa. Favor colocar o nome na capa da prova. 5. O preenchimento do gabarito deve ser feito com caneta AZUL. NÃO É PERMITIDO O USO DE

CANETAS COM PONTAS POROSAS. 6. O preenchimento incorreto do gabarito implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito. 7. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis,

caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro. Não será permitido empréstimo de material entre alunos.

8. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida,

caso o mesmo venha a ser usado ou tocar. Caso não tenha bolsa, colocá-lo na base do quadro durante a prova.

9. O fiscal deve conferir o preenchimento do gabarito antes de liberar a saída dos alunos.

10. O gabarito da prova estará disponível no site a partir das 17 horas da terça-feira, dia 14/08.

11. O prazo máximo para conferir qualquer dúvida sobre o gabarito da prova encerra dia 24/08, sexta-feira. Isso deve ser feito diretamente com o professor ou com a Pedagoga da Unidade.

2018 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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QUESTÃO 1

O crack e a internação compulsória

Os episódios ocorridos no ano de 2012 (divulgados pela mídia) da ação da prefeitura do Rio de Janeiro

atuando nas ‘cracolândias’ provocaram a discussão acerca do acerto ou não da internação forçada dos usuários de crack. As classes média e alta, acuadas, defendem a política de internação municipal, sob o argumento de que tais pessoas, reunidas para se drogarem, constituiriam um perigo em potencial.

A municipalidade, por seu turno, fundamenta sua conduta sob o argumento da preocupação com a saúde daquelas pessoas que precisam de ajuda para se recuperarem. Por uma escolha pública, a ajuda eleita pelo Estado foi a internação involuntária para tratamento, ou seja, contra a vontade dos usuários. Deve ser esclarecido que, em tais episódios, não se realizou a chamada internação compulsória, mas sim a involuntária. Como visto, a compulsória é a requerida judicialmente e a involuntária é a realizada a pedido de pessoa diversa do paciente.

Assim, não houve um requerimento judicial de internação coletiva dos usuários de crack que estivessem nas ruas. Mas sim, segundo o noticiado pela imprensa, a internação dessas pessoas com base em laudo médico, que, supõe-se, existia no momento da internação. Tais argumentos não convencem.

Texto adaptado: COELHO, Isabel; OLIVEIRA, Maria Helena Barros de. Internação compulsória e crack: um desserviço à saúde pública. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v38n101/0103-1104-sdeb-38-101-0359.pdf.>. Acesso em 20/06/2017.

É o período que dá continuidade de modo coerente ao texto: a) É cristalino que o objetivo não é dar o melhor tratamento àquelas pessoas – sim, são pessoas! –, mas

‘higienizar’ a cidade para os futuros eventos internacionais. b) A ação efetivada, por meio da internação compulsória, garante o direito à vida. c) A gestão do SUS passa a ser responsabilidade da União, dos Estados e dos Municípios, agora entendidos

como os gestores do SUS. d) A internação compulsória que foi feita é uma saída individual que o Estado brasileiro assume, mantendo o

direito do outro de decidir. e) A sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o

meio ambiente. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto encerra-se com a afirmação de que “tais argumentos não convencem”. Ou seja, há um tom de deslegitimar os argumentos dados a favor da internação compulsória como uma prática de preocupação com o tratamento das pessoas. Assim, pode-se intuir que o texto não vê “honestidade” nessa prática. Logo, há outro interesse por trás, que pode ser justamente a “higienização” da cidade para futuros eventos internacionais.

QUESTÃO 2

O efeito de humor presente no cartum decorre, principalmente, da a) semelhança entre a língua de origem e a local. b) falha de comunicação causada pelo uso do aparelho eletrônico. c) falta de habilidade da personagem em operar o localizador geográfico. d) discrepância entre situar-se geograficamente e dominar o idioma local. e) incerteza sobre o nome do ponto turístico onde as personagens se encontram. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A imagem da torre Eiffel no plano de fundo e a fala do personagem permitem inferir que o problema não pode ser resolvido por um GPS, que fornece informações sobre espaço geográfico. A verdadeira dificuldade reside no fato de os personagens não poderem interagir com os habitantes locais por desconhecimento da língua francesa, ou seja, por não dominarem o idioma local, como se afirma em [D].

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

2018 – SIMULADO ENEM – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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QUESTÃO 3

Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à mão, que aborda a questão das atividades linguísticas e sua relação com as modalidades oral e escrita da língua.

Esse comentário deixa evidente uma posição crítica quanto a usos que se fazem da linguagem, enfatizando ser necessário a) implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, naturalidade e segurança no uso da língua. b) conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a obtenção de clareza na comunicação oral

e escrita. c) dominar as diferentes variedades do registro oral da língua portuguesa para escrever com adequação,

eficiência e correção. d) empregar vocabulário adequado e usar regras da norma padrão da língua em se tratando da

modalidade escrita. e) utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da variedade padrão da língua para se expressar

com alguma segurança e sucesso. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A língua escrita possui peculiaridades necessárias, diferente da oralidade.

QUESTÃO 4 TEXTO 1

Proibido para menores de 50 anos Nos últimos meses, em meio ao debate sobre as reformas na Previdência, um ponto acabou despertando a atenção. Afinal, existem empregos para quem tem mais de 50 anos? Pendurar as chuteiras nem sempre é fácil. Às vezes, pode significar uma quebra tão grande na rotina que afeta até mesmo o emocional. Foi a partir de uma experiência familiar nesta linha que o paulistano Mórris Litvak criou a startup Maturi Jobs. Trata-se de uma agência virtual de empregos, especializada em profissionais com mais de 50 anos.

(Revista Isto é Dinheiro. Mercado de Trabalho. Maio/2017. p. 6.) TEXTO 2

O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo, e precisa correr para poder atendê-los no que eles têm de melhor e mais saudável: o desejo de viver com independência e autonomia. [...] O mantra da velhice no século XXI é “envelhecer no lugar”, o que os americanos chamam de aging in place. O conceito que guia novas políticas e negócios voltados para os longevos tem como principal objetivo fazer com que as pessoas consigam permanecer em casa o maior tempo possível, sem que, para isso, precisem de um familiar por perto. Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: as residências não abrigam mais três gerações sob o mesmo teto e boa parte dos idosos de hoje prefere, de fato, morar sozinha, mantendo-se dona do próprio nariz.

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/brasillenvelhecer-no-seculo-xxi/>, 18 mar. 2016. Adaptado. Acesso em: 10 ago. 17.

É correto concluir que os textos 1 e 2 a) afirmam que o homem é capaz de superar todas as limitações da velhice. b) concordam que o envelhecimento não aflige mais a geração atual. c) julgam que as pessoas ainda sonham ser eternamente jovens. d) transmitem uma visão idealizada do envelhecimento nos dias atuais. e) focalizam aspectos diferentes do idoso em relação ao seu espaço na sociedade.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Ambos os textos apresentam o modo como os idosos permanecem inseridos em sociedade: no Texto 1, apresenta-se a necessidade de manter-se produtivo no mercado de trabalho, inclusive com a criação de uma startup; no Texto 2, apresenta-se a necessidade de manter-se independente e autônomo.

QUESTÃO 5 Em suas obras, Clarice Lispector aborda com frequência o lado psicológico do indivíduo, analisando os dramas existenciais, as angústias dos personagens, os questionamentos que se fazem, em resumo, sua intimidade. O fato interessa menos, pois mais importante é a repercussão que esse fato causa no indivíduo. Para explorar esses aspectos, usa o fluxo de consciência (mescla de raciocínio lógico com impressões pessoais momentâneas), o que se traduz por uma não linearidade da narrativa. O trecho em que essas características podem ser observadas com maior clareza é: a) “Inclino-me sobre a carne, perdido. Quando finalmente consigo encará-la do fundo do meu rosto pálido, vejo

que ele também se inclinou com os cotovelos apoiados sobre a mesa, a cabeça entre as mãos. E exatamente ele não suportava mais. As sobrancelhas grossas estavam juntas. A comida devia ter parado pouco abaixo da garganta sob a dureza da emoção, pois quando ele pôde continuar fez um gesto terrível de esforço para engolir e passou o guardanapo pela testa.”

LISPECTOR, C. O jantar. In: Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p.78.

b) “Então, como se todos tivessem tido a prova final de que não adiantava se esforçarem, com um levantar de ombros de quem estivesse junto de uma surda, continuaram a fazer a festa sozinhos, comendo os primeiros sanduíches de presunto mais como prova de animação que por apetite, brincando de que todos estavam morrendo de fome. O ponche foi servido, Zilda suava, nenhuma cunhada ajudou propriamente, a gordura quente dos croquetes dava um cheiro de piquenique; e, de costas para a aniversariante, que não podia comer frituras, eles riam inquietos.”

LISPECTOR, C. Feliz aniversário. In: Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 2009, p. 57.

c) “Ela não era bonita. Às vezes, como que o espírito a abandonava e então revelava-se o que, por uma vigilância sobre-humana - imaginava Otávio - , jamais se descobria. No rosto que então surgia, os traços limitados e pobres não tinham beleza própria. Nada restava do antigo mistério senão a cor da pele, creme, sombria, fugitiva. Se os instantes de abandono prolongavam-se e se sucediam, então ele via assustado a feiura, e mais que a feiura, uma espécie de vileza e brutalidade, alguma coisa cega e inapelável dominar o corpo de Joana como uma decomposição.”

LISPECTOR, C. Perto do Coração Selvagem. Rio de Janeiro: Rocco,1998, p. 94.

d) “A vida se vingava de mim, e a vingança consistia apenas em voltar, nada mais. Todo caso de loucura é que alguma coisa voltou. Os possessos, eles não são possuídos pelo que vem, mas pelo que volta. Às vezes a vida volta. Se em mim tudo se quebrava à passagem da força, não é porque a função desta era a de quebrar: ela só precisava enfim passar, pois já se tornara caudalosa demais para poder se conter ou contornar - ao passar ela cobria tudo. E depois, como após um dilúvio, sobrenadavam um armário, uma pessoa, uma janela solta, três maletas. E isso me parecia o inferno, essa destruição de camadas e camadas arqueológicas humanas.”

LISPECTOR, C. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 2014, p. 70.

e) “Nessa época encontrávamo-nos de noite em casa, exaustos e animados: contávamos as façanhas do dia, planejávamos os ataques seguintes. Não aprofundávamos muito o que estava sucedendo, bastava que tudo isso tivesse o cunho da amizade. Pensei compreender por que os noivos se presenteiam, por que o marido faz questão de dar conforto à esposa, e esta prepara-lhe afanada o alimento, por que a mãe exagera nos cuidados ao filho. Foi, aliás, nesse período que, com algum sacrifício, dei um pequeno broche de ouro àquela que hoje é minha mulher. Só muito tempo depois eu ia compreender que estar também é dar.”

LISPECTOR, C. Uma amizade sincera. In: A Legião Estrangeira. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 87. GABARITO: D COMENTÁRIO/ RESOLUÇÃO: Em todos os trechos excetuando o [D], vemos um aspecto muito mais descritivo e narrativo do que de fluxo de consciência. Eles tratam, sobretudo, de descrições físicas ou de ações, e pouco da repercussão disso no indivíduo. Já em [D], tem-se um lado psicológico muito mais trabalhado. A narradora descreve seu íntimo e suas reflexões, seguindo um fluxo de consciência. Nota-se que nesse trecho não há descrição de nenhuma ação, apenas daquilo que a narradora sente e reflete.

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QUESTÃO 6 É um hábito humano – muito humano – culpar e punir os mensageiros pelo conteúdo odioso da mensagem de que são portadores – nesse caso, das enigmáticas, inescrutáveis, assustadoras e corretamente abominadas forças globais que suspeitamos (com boas razões) serem responsáveis pelo perturbador e humilhante sentido de incerteza existencial que devasta e destrói nossa confiança, ao mesmo tempo que solapa nossas ambições, nossos sonhos e planos de vida. E embora quase nada possamos fazer para controlar as esquivas e remotas forças da globalização, podemos pelo menos desviar a raiva que nos provocaram e continuam a provocar, e despejar nossa ira, alternadamente, sobre seus produtos, ao nosso lado e ao nosso alcance. Isso, claro, não vai chegar nem perto das raízes do problema, mas pode aliviar, ao menos por algum tempo, a humilhação provocada por nossa impotência e incapacidade de resistir à debilitante precariedade de nosso lugar no mundo.

BAUMAN, Z. Estranhos à nossa porta. Trad.: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2017, p. 21-22. O autor do texto apresenta o hábito que os humanos têm de culpar e punir o mensageiro por causa do conteúdo da mensagem que conduzem. Para tanto, fundamenta seu ponto de vista a) nos mecanismos de apagamento das consequências das ações globais. b) na percepção do panorama gerado pelas forças da globalização. c) na precariedade de nosso lugar no mundo diante da crueza de nossa ira. d) no exemplo de como lidamos com os produtos da globalização. e) na humilhação provocada por nossa impotência diante das incertezas. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Para respaldar a ideia de que os humanos têm o hábito de culpar e punir o mensageiro por causa do conteúdo da mensagem que conduzem, Bauman explora o exemplo de que as pessoas podem desviar sua raiva das forças globais (que as deixam com sensação de impotência) e direcioná-la aos seus produtos (que estão mais próximos e, portanto, ao alcance delas).

QUESTÃO 7

Futuro incerto O futuro das inteligências artificiais – como está na literatura – pode ser desenhado e projetado, em grande

medida, por elas mesmas. O que vale dizer que elas poderão evoluir independentemente de nós. Se é capaz de aprender, tem êxito na primeira geração, retoma e otimiza a segunda geração, sem que nenhuma pessoa tenha tido influência alguma no processo. Desse modo vão se criando efetivamente organismos quase biológicos.

Sociologia, ed. 69, jun/17, p. 77. (Excerto). O texto revela uma análise sobre as inteligências artificiais. Um exemplo que ilustra a projeção descrita no texto é a) a invasão de sites de segurança máxima por hackers especializados. b) o processo de comunicação em rede que despreza fronteiras físicas. c) o armazenamento de dados humanos para o avanço da ciência. d) a propagação de discursos de ódio via sistema operacional invadido. e) o desenvolvimento de robôs capazes de tomar as próprias decisões. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Uma vez que as máquinas, em pouco tempo, farão tudo o que os seres humanos fazem, referência às inteligências artificiais.

QUESTÃO 8

Se o açúcar do Brasil o tem dado a conhecer a todos os reinos e províncias da Europa, o tabaco o tem feito muito afamado em todas as quatro partes do mundo, em as quais hoje tanto se deseja e com tantas diligências e por qualquer via se procura. Há pouco mais de cem anos que esta folha se começou a plantar e beneficiar na Bahia [...] e, desta sorte, uma folha antes desprezada e quase desconhecida tem dado e dá atualmente grandes cabedais aos moradores do Brasil e incríveis emolumentos aos Erários dos príncipes.

ANTONIL André João. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. São Paulo: EDUSP, 2007. Adaptado. O texto acima, escrito por um padre italiano em 1711, revela que a) o ciclo econômico do tabaco, que foi anterior ao do ouro, sucedeu o da cana-de-açúcar. b) todo o rendimento do tabaco, a exemplo do que ocorria com outros produtos, era direcionado à metrópole. c) não se pode exagerar quanto à lucratividade propiciada pela cana-de-açúcar, já que a do tabaco, desde seu

início, era maior. d) os europeus, naquele ano, já conheciam plenamente o potencial econômico de suas colônias americanas. e) a economia colonial foi marcada pela simultaneidade de produtos, cuja lucratividade se relacionava com sua

inserção em mercados internacionais.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto aborda produtos cultivados no Brasil do século XVIII, açúcar e tabaco, ambos comercializados em diversos locais do mundo, como se verifica em “todos os reinos e províncias da Europa” e “muito afamado em todas as quatro partes do mundo”. O autor também salienta os lucros gerados pelos produtos (“cabedal” e “emolumentos”). Textos para as duas próximas questões. Texto I

Língua portuguesa Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela (...)

(Olavo Bilac. Tarde. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Adaptado) Observação: Última flor do Lácio = Lácio é uma região na Itália central onde se falava latim. Muitas línguas derivam do latim, como o francês, o espanhol e o italiano; a última delas foi a língua portuguesa, conforme diz o poema, que também a caracteriza como inculta, ou seja, não lapidada, em comparação às outras também formadas a partir do latim. Vocabulário ganga = matéria inútil que se separa dos minerais vela = permanece de vigia

Texto II

[…] Fiquei pensando: “Mas o poeta disse sepultura?! O tal de Lácio eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem, disso eu entendia!”, repensei baixando o olhar para a terra. Se eu escrevia (e já escrevia) pequenos contos nessa língua, quer dizer que era a sepultura que esperava por esses meus escritos? Fui falar com meu pai. […] Olha aí, pai, o poeta escreveu com todas as letras, nossa língua é sepultura mesmo, tudo o que a gente fizer vai pra debaixo da terra, desaparece!

Calmamente ele pousou o cigarro no cinzeiro ao lado. Pegou os óculos. O soneto é muito bonito, disse-me encarando com severidade. Feio é isso, filha, isso de querer renegar a própria língua. Se você chegar a escrever bem, não precisa ser em italiano ou espanhol ou alemão, você ficará na nossa língua mesmo, está me compreendendo?

(Lygia Fagundes Telles. Durante aquele estranho chá: perdidos e achados. Rio de Janeiro: Rocco, 2002. p. 109-111. Adaptado)

QUESTÃO 9 No texto II, percebe-se que a narradora entendera o poema de Bilac (texto I) como um alerta e uma ameaça. O verso/trecho em que ela visualizou tal perigo foi a) “Última flor do Lácio, inculta e bela,” b) “És, a um tempo, esplendor e sepultura:” c) “Ouro nativo, que na ganga impura” d) “A bruta mina entre os cascalhos vela” e) “que na ganga impura” GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A narradora manifesta estranheza perante a palavra “sepultura”, comumente associada à imagem negativa da morte, que foi usada no verso para caracterizar a língua portuguesa (“És, a um tempo, esplendor e sepultura”). Desconhecia o seu significado metafórico, o latim que ia caindo em desuso, em contraste com a nova língua latina que começava a surgir (“esplendor”) e se expandia em território português.

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QUESTÃO 10 No trecho – “O tal de Lácio eu não sabia onde ficava, mas de sepultura eu entendia bem”,... – a expressão “O tal de Lácio” revela um uso de linguagem apropriado a) às situações de emprego da norma-padrão. b) às situações de fala, em conversas. c) à manifestação de respeito pelo local indicado. d) aos autores de literatura clássica. e) a um discurso em situação de extrema formalidade. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A expressão “O tal de Lácio” revela uso de linguagem coloquial para expressar com ironia algo que a narradora conhecia apenas superficialmente.

QUESTÃO 11

Mais claro e fino do que as finas pratas O som da tua voz deliciava...

Na dolência velada das sonatas Como um perfume a tudo perfumava.

Era um som feito luz, eram volatas Em lânguida espiral que iluminava, Brancas sonoridades de cascatas...

Tanta harmonia melancolizava. (SOUZA, Cruz e. “Cristais”, in Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995, p. 86.

São características simbolistas presentes no texto: a) Sinestesia, aliteração, sugestão. b) Clareza, perfeição formal, objetividade. c) Aliteração, objetividade, ritmo constante. d) Perfeição formal, clareza, sinestesia. e) Perfeição formal, objetividade, sinestesia. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A sinestesia é uma figura de linguagem que consiste em agrupar e reunir sensações originárias de diferentes órgãos do sentido: visão, tato, olfato, paladar e audição: “O som da tua voz deliciava...”. A aliteração é a figura de linguagem que consiste na repetição de determinados elementos fônicos: no poema em questão, há a repetição dos sons consonantais do fonema /l/: “Era um som feito luz, eram volatas/Em lânguida espiral que iluminava”.

Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades,

Mares, estrelas, tardes, natureza. Tudo se veste de uma igual grandeza

Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! Nesses silêncios solitários, graves,

que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?!

(CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993.)

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QUESTÃO 12 Os elementos formais e temáticos relacionados com o contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos. b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista. c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais. d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras. e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas

do cotidiano. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O sofrimento humano é um tema universal tratado de forma abstrata e metafísica no poema de Cruz e Sousa. A forma poética também demonstra refinamento, já que o soneto é uma forma consagrada pela Literatura clássica.

QUESTÃO 13 O simbolismo caracterizou-se por ser a) positivista, naturalista e cientificista. b) antipositivista, antinaturalista e anticientificista. c) objetivista e materialista. d) uma retomada aos modelos greco-latinos. e) subjetivista e racionalista. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As principais características do Simbolismo são: temática metafísica com um profundo interesse por temas filosóficos; conflito entre matéria e espírito e busca por elementos sinestésicos. Todos esses elementos contrariaram o cientificismo, uma vez que sondaram a transcendência espiritual e o mistério.

QUESTÃO 14 Movimento literário brasileiro que recebeu influências de vanguardas europeias, tais como o Futurismo e o Surrealismo: a) Modernismo b) Parnasianismo c) Romantismo d) Realismo e) Simbolismo GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Modernismo brasileiro foi extremamente influenciado pelas vanguardas europeias que eclodiram na Europa, no início do século XX. No Brasil, todas as manifestações artísticas inovadoras foram classificadas como modernistas, e, assim como aconteceu na Europa, aqui também não havia um projeto artístico bem definido, mas sim o desejo comum, tal qual o desejo dos artistas europeus, de renovar as artes em geral.

QUESTÃO 15 Um escritor classificou Vidas secas como “romance desmontável”, tendo em vista sua composição descontínua, feita de episódios relativamente independentes e sequências parcialmente truncadas. Essas características da composição do livro a) constituem um traço de estilo típico dos romances de Graciliano Ramos e do Regionalismo nordestino. b) indicam que ele pertence à fase inicial de Graciliano Ramos, quando este ainda seguia os ditames do

primeiro momento do Modernismo. c) diminuem o seu alcance expressivo, na medida em que dificultam uma visão adequada da

realidade sertaneja. d) revelam, nele, a influência da prosa seca e lacônica de Euclides da Cunha, em Os sertões. e) relacionam-se à visão limitada e fragmentária que as próprias personagens têm do mundo.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Letra a): Não. Esse é um caso singular, por isso chama tanta a atenção. A descontinuidade da obra tem muita relação com a descontinuidade da vida dos personagens de Vidas Secas. Letra b): Não. A fase inicial de Graciliano Ramos é marcada por romances de primeira em pessoa, em que havia um aprofundamento psicológico muito maior. Ex: São Bernardo, Caetés e Angústia. Letra c): Não. Esse recurso foi um pensado justamente para aumentar o caráter expressivo da obra. Letra d): Não, os estilos dos autores citados é completamente diferente. Os trabalhos de Euclides da Cunha eram tudo menos sucintos, pelo contrário, eram fruto de pesquisas de campo muito aprofundadas. Letra e): Sim! Perfeito!

QUESTÃO 16 Quando nos apresentam os homens vistos pelos olhos dos animais, as narrativas em que aparecem o burrinho pedrês, do conto homônimo (Sagarana), os bois de “Conversa de bois” (Sagarana) e a cachorra Baleia (Vidas secas) produzem um efeito de a) indignação, uma vez que cada um desses animais é morto por algozes humanos. b) infantilização, uma vez que esses animais pensantes são exclusivos da literatura infantil. c) maravilhamento, na medida em que os respectivos narradores servem-se de sortilégios e de magia para

penetrar na mente desses animais. d) estranhamento, pois nos fazem enxergar de um ponto de vista inusitado o que antes parecia natural

e familiar. e) inverossimilhança, pois não conseguem dar credibilidade a esses animais dotados de interioridade. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Tanto a junta de bois quanto o burrinho pedrês (Guimarães Rosa) e a cachorra Baleia (Graciliano Ramos) estranham a atitude dos homens, uma vez que estes se comportam de forma arbitrária e “desarrazoada”.

QUESTÃO 17 Graciliano Ramos faz parte da seguinte fase do modernismo brasileiro: a) Segunda fase do modernismo, destacando-se entre os poetas da geração de 1930. b) Geração de 1945, da qual também fez parte Clarice Lispector. c) Segunda fase do modernismo, em que se destaca a ficção regionalista. d) Primeira fase, também conhecida como fase heroica, da qual também fizeram parte Mário e Oswald

de Andrade. e) Pós-modernismo, momento literário em que também se destacaram nomes como Ferreira Gullar e Augusto

de Campos. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Graciliano Ramos foi o principal representante do romance regionalista da década de 1930. Suas obras colocaram-se a serviço da análise crítica de nossa realidade, em um momento em que o país e o mundo viviam profundas crises.

QUESTÃO 18

A obra de Graciliano Ramos alcançou o equilíbrio ao reunir duas linhas: a psicológica e a sociopolítica. A vertente sociopolítica de sua obra é exemplificada em: a) “Sim, não, sim, não. Um relógio tenta chamar-me à realidade. Que tempo dormi? Esperarei até que o relógio

bata de novo e me diga que vivi mais meia hora, dentro deste horrível jato de luz.” RAMOS, G. Insônia. 9. ed. São Paulo: Martins, 1971. p. 19.

b) “Era bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. Estava preso por isso? Como era? Então

mete-se um homem na cadeia porque ele não sabe falar direito? Que mal fazia a brutalidade dele? Vivia trabalhando como um escravo. Desentupia o bebedouro, consertava as cercas, curava os animais - aproveitara um casco de fazenda sem valor. Tudo em ordem, podiam ver. Tinha culpa de ser bruto? Quem tinha culpa?”

RAMOS, G. Vidas secas. 22. ed. São Paulo: Martins, 1969. p. 73. c) “Eu é que me podia considerar um sujeito feliz. Repetia isso maquinalmente, enquanto apalpava as caixinhas

de veludo. Soltei-as com raiva, ergui-me, esfreguei as mãos. O sentido das palavras que me dançavam no espírito tornou-se claro. Perfeitamente, um sujeito feliz. Que é que me faltava?”

RAMOS, G. Angústia. 12. ed. Rio de Janeiro: Martins, 1970. p. 93.

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d) “O que estou é velho. Cinquenta anos pelo São Pedro. Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada.”

RAMOS, G. São Bernardo. 40. ed. Rio de Janeiro: Record, 1983. p. 181. e) “Nesse tempo, em razão de culpas indecisas, costumavam prender-me algumas horas na loja. Sentenciavam-

me sem formalidades, mas o castigo implicava falta. E ali, no silêncio e no isolamento, adivinhando o mistério dos códigos, fiz compridos exames de consciência, tentei catalogar as ações prejudiciais e as inofensivas, desenvolvi à toa o meu diminuto senso moral.”

RAMOS, G. Infância. 9. ed. São Paulo: Martins, 1972, p. 112. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Em [B], vemos o narrador colocando vários questionamentos de ordem sociopolítica. Ele questiona a prisão de um homem que trabalhava “como um escravo”. Essa é justificada pela sua brutalidade, associada à falta de oportunidade de aprendizado. Assim, vemos uma crítica social, associada à política, nesse trecho.

QUESTÃO 19 Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Pode ela ser definida como a) a necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas. b) pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por

demais europeizadas. c) a necessidade de fazer crítica social, já que o realismo havia sido ineficaz nessa matéria. d) uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira. e) aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas

primeiras manifestações. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Embora ainda estivesse preso aos modelos do romance realista-naturalista e da poesia simbolista, o Pré-Modernismo apresentava notável interesse pela realidade brasileira, abordando assuntos do dia a dia através de obras de nítido caráter social.

QUESTÃO 20 Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranoia ou Mistificação: Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...). Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia.

O Diário de São Paulo, dez./1917.

Identifica-se na seguinte obra o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo: a) Acesso a Monte Serrat – Santos b) Vaso de Flores c) A Santa Ceia d) Nossa Senhora Auxiliadora e Dom Bosco e) A Boba GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Segundo Monteiro Lobato, Anita ainda carregava traços vanguardistas ligados a Picasso (cubismo).

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QUESTÃO 21

Nel Mezzo Del Camin Cheguei, Chegaste, Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada. E a alma de sonhos povoada eu tinha.

E paramos de súbito na estrada Da vida: lonos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha

Hoje segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo.

Olavo Bilac. Disponível em: <www.releituras.com/olavobilac_menu.asp>.Acesso em: 17

abr. 2014. No segundo verso da segunda estrofe, aparece o termo “presa”. Esse termo se refere indiretamente ao seguinte elemento e é a ordem direta da frase: a) “estrada”, “a estrada da vida presa à minha”. b) “mão”, “a tua mão presa à minha”. c) “vida”, “a tua vida presa à minha”. d) “vista”, “a tua vista deslumbrada presa à minha”. e) “anos”, não existe forma direta. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O elemento “presa” se refere à “mão”, e a ordem direta da frase é linguisticamente possível somente em “A tua mão presa à minha”. As alternativas A, C, D e E apresentam elementos que não possuem associações sintaticamente possíveis com o termo “presa”.

QUESTÃO 22

Língua portuguesa Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela... Amo-te assim, desconhecida e obscura. Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela, E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, em que da voz materna ouvi: “meu filho!”, E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac. Disponível em: <http://www.releituras.com/olavobilac_lingua.asp>. Acesso em: 27

jun. 2014.

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O texto acima, de Olavo Bilac, apresenta determinada visão do autor, que consiste em a) apresentar uma nova língua. b) referências e exaltações à região Nordeste do país. c) enfatizar a beleza da língua portuguesa em suas diversas expressões. d) criticar a “juventude” da língua e seu aspecto rústico. e) relacionar elementos naturais como uma crítica à exploração excessiva. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O poeta destaca a beleza da língua em suas diversas expressões, como em “Amo-te assim, desconhecida e obscura / Tuba de alto clangor, lira singela”. Olavo Bilac destaca ainda uma relação subjetiva entre o idioma novo, recém-criado.

QUESTÃO 23

ARDIDA COMO PIMENTA

A substância química que dá à pimenta o seu caráter ardido é exatamente aquela que possui as propriedades benéficas à saúde. No caso da pimenta-do-reino, o nome da substância é a piperina. Na pimenta vermelha, é a capsaicina. A pimenta-do-reino é uma frutinha do tamanho de uma miniervilha, que no início é verde, depois fica vermelha e finalmente preta. A árvore que lhe dá origem recebe o nome científico de Piper nigrum. A colheita se dá enquanto as frutas estão vermelhas. Em seguida elas amadurecem, secam e se transformam nos grãos de pimenta-do-reino preta que existem à venda. Sua versão branca é obtida através da remoção da casca preta da fruta seca. Ambas retêm a piperina, porém a pimenta branca, embora tão picante quanto a preta, possui bem menos aroma. A pimenta vermelha (que existe em vários tamanhos), assim como outras pimentas (ex: tabasco, habanero, jalapeño), são frutos de árvores do gênero Capsicum, que possui origem na palavra grega kaptos, que significa morder.

(adaptado da Revista Lupo. s.d.)

“Ambas retêm a piperina, porém a pimenta branca, embora tão picante quanto a preta, possui bem menos aroma.”

A alternativa que substitui adequadamente os conectivos em negrito, no trecho acima, sem que haja prejuízo de sentido são, respectivamente, a) no entanto – portanto. b) por isso – apesar de. c) no entanto – apesar de. d) e – logo. e) por isso – logo. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As locuções que poderiam substituir os conectivos destacados correspondem a “no entanto” e “apesar de”, pois estas expressões possuem, respectivamente, a mesma relação semântica que os termos em evidência, isto é, atuam como conectivos adversativo e concessivo.

QUESTÃO 24

Cientistas descobrem sistema planetário com sete ‘irmãos’ da Terra

Astros estão na órbita de uma estrela anã próxima e podem ter água líquida na superfície, condição para existência de vida; estudo foi publicado na Nature.

Cientistas anunciaram nesta quarta-feira, 22, a descoberta de um sistema composto por sete planetas de tamanho comparável ao da Terra, na órbita de uma estrela “vizinha” do Sistema Solar. De acordo com um estudo publicado na revista Nature, que descreve a descoberta, os seis planetas mais próximos têm temperaturas entre 0°C e 100°C – uma característica considerada indispensável para a eventual existência de vida. Segundo o estudo, o novo sistema planetário fica a 39 anos-luz da Terra.

“É a primeira vez que tantos exoplanetas desse tamanho são encontrados em um sistema planetário. Eles estão em órbita muito estreita entre si e muito próximas à sua estrela, mas ela é tão pequena que é fria, o que faz com que os planetas sejam temperados”, disse o autor principal do estudo, o astrofísico belga Michaël Gillon, da Universidade de Liège, na Bélgica.

Fábio de Castro, O Estado de S. Paulo, 22 fev. 2017.

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As ideias apresentadas no texto estruturam-se em torno de elementos que promovem o encadeamento de ideias e a progressão do tema abordado pela notícia. A esse respeito, identifica-se no texto que a) a expressão de acordo com, em “De acordo com um estudo publicado na revista Nature”, revela o aspecto

concessivo da informação. b) o vocábulo “vizinha” aparece entre aspas pela referência irônica à proximidade com o Sistema Solar. c) a palavra que em “que descreve a descoberta” retoma a expressão “revista Nature” e pode ser substituída

corretamente por “a qual”. d) a forma verbal “têm” em “os seis planetas mais próximos têm temperaturas entre 0°C e 100°C” está no plural,

pois concorda com temperaturas. e) a oração “mas ela é tão pequena que é fria” estabelece relação de finalidade com o exposto anteriormente. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A referência quanto a ser “vizinha” do sistema solar é irônica, pois se sabe que as distâncias no sistema planetário são medidas em anos-luz, e cada ano-luz é da ordem de 9,5 trilhões de quilômetros.

QUESTÃO 25

A campanha publicitária do governo de Pernambuco pretende sensibilizar o público-alvo, visando à diminuição do número de acidentes de trânsito no Estado. Analisando-se a estratégia argumentativa utilizada, percebe-se que a) as escolhas verbais associadas à imagem em nada guardam relação com os hábitos do cotidiano da

população pernambucana. b) há uma clara posição autoritária do governo do Estado ao utilizar o modo imperativo na mensagem verbal. c) o vocábulo “até” revela inclusão, pois sugere que a água do coco é saudável para o condutor e também

possibilita uma condução mais responsável. d) a expressão “bebida do verão” refere-se, apenas, a algo saudável (água de coco), não aludindo a nada que

prejudique o ato de dirigir. e) a rima no texto da propaganda entre verão e direção deve ser considerada acidental e não atende aos

objetivos da campanha. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O advérbio até pode ser substituído por “inclusive, também” confirmando os múltiplos benefícios da bebida do verão para aliviar a sede e para quem dirige, pois não contém teor alcoólico. Texto para as duas próximas questões.

UM TEMPO PARA PENSAR E UM TEMPO PARA CONCLUIR

Parece lógico: para tomar uma decisão certeira, é preciso pesar prós e contras e, eventualmente, entender as motivações (mais ou menos ocultas) das escolhas possíveis. Depois disso, a gente decide direito.

Tudo bem, admitamos que nem sempre o tempo para pensar e compreender seja útil para concluir e agir. Mas alguém perguntará: sem tempo para pensar e compreender, como e em nome de quais argumentos tomaríamos nossas decisões?

O balanço é previsível: há situações em que a ausência de um tempo para pensar leva ao desastre e outras em que, ao contrário, desastroso é o tempo para pensar. (...) As decisões tomadas num piscar de olhos não são irracionais ou “inspiradas”, elas se servem de informações complexas, que são recebidas e processadas sem que o sujeito se dê conta disso.

Em suma, existe um tempo para pensar que é longo, consciente e, sobretudo, procrastinador. E existe um outro tipo de tempo para pensar, que é rápido, encoraja a ação e não é consciente.

O diabo é que, frequentemente, quem quer encontrar argumentos que autorizem todas as suas escolhas transforma a vida numa série de extenuantes reflexões preliminares. Em resumo, parodiando Hamlet, o tempo para pensar nos torna, às vezes, um pouco covardes.

(Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo, 21/7/05.)

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QUESTÃO 26 Segundo o texto, o tempo para pensar é “procrastinador” quando a) dispensa longas ponderações. b) incapacita a pessoa para a ação. c) ajuda a decidir. d) provoca “extenuantes reflexões preliminares”. e) justifica a urgência de chegar a uma decisão. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Procrastinador é o que adia, demora, posterga.

QUESTÃO 27 Em “que são recebidas e processadas sem que o sujeito se dê conta disso”, a locução conjuntiva sem que é a) concessiva, podendo ser substituída por embora: embora o sujeito não se dê conta disso. b) causal, podendo ser substituída por porque: porque o sujeito não se dá conta disso. c) proporcional, podendo ser substituída por à medida que: à medida que o sujeito não se dê conta disso. d) final, podendo ser substituída por para que: para que o sujeito se dê conta disso. e) condicional, podendo ser substituída por desde que: desde que o sujeito não se dê conta disso. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A locução é concessiva porque constitui uma oposição ao fato anterior sem, no entanto, invalidá-lo.

QUESTÃO 28

O comportamento da personagem Jon, no primeiro quadrinho, não se mantém no terceiro. A conduta dele é, respectivamente, de a) brandura e desilusão. b) veemência e exaltação. c) vaidade e indiferença. d) humor e tristeza. e) entusiasmo e desânimo. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No primeiro quadrinho, Jon demonstra estar bastante entusiasmado e disposto a conquistar o mundo; no terceiro quadrinho, seu aspecto e sua fala demonstram hesitação e desânimo em relação à proposta inicial.

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QUESTÃO 29

Nas diferentes esferas de uso da nossa língua, há também distintas situações de comunicação. A “tiponite aguda” a que a tira se refere – ilustrada pelo falar do personagem – constitui, hoje, um exemplo de construção referente à variante linguística a) de caráter geográfico. b) de natureza histórica. c) de cunho social. d) ditada por fatores econômicos. e) contaminada por elementos regionais. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Frequente, principalmente, na fala dos jovens, o uso excessivo da palavra “tipo” assume características de gíria, constituindo, por isso mesmo, um exemplo de emprego da variante linguística social.

QUESTÃO 30

Comparando a fala do primeiro balão com a do último, é correto afirmar que a) há uma relação intertextual entre elas, embora haja diferenças de estrutura sintática entre uma e outra. b) sob o ponto de vista conceitual, a expressão “lei da selva” tem uma extensão mais ampla que “lei da

gravidade”, que tem sentido especializado. c) a forma verbal “Lamento” sugere a relação respeitosa que as personagens estabelecem entre si na tirinha. d) a conjunção “mas” poderia ser substituída, somente no primeiro quadrinho, por porém ou no entanto. e) a expressão “lei da gravidade” não pode ser entendida, devido ao contexto sarcástico, como um termo

técnico da Física. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A expressão “lei da selva” é uma gíria, um regionalismo brasileiro que remete à tese de que o mais forte pode impor sua vontade aos mais fracos. No último quadrinho, essa expressão é substituída por “lei da gravidade”, que pertence ao universo teórico da Física e, como tal, apresenta maior precisão conceitual.

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QUESTÃO 31 Os filhos de Anna eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas.

LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto. b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase. c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase. d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor. e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Nessa questão, o conectivo mas assume funções distintas em suas duas aparições. Na primeira, como indicador de oposição (“O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo...”). No segundo, assume caráter de adição (“Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas”). Logo, a opção E confirma essa função distinta do conectivo mas.

QUESTÃO 32

O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área.

No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.

Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado). O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, sendo que a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de cabeça. b) enquanto conecta duas opções possíveis para serem aplicadas no jogo. c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem cronológica

de ocorrência. d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola", ter dificuldade não é algo

naturalmente esperado. e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o Botafogo a

fazer um bloqueio. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A característica indicada por mesmo no texto que narra uma partida de jogo é de concessão, uma vez que “o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área” do adversário, apesar de ter “mais posse de bola”.

QUESTÃO 33

A partida

Acordei pela madrugada. A princípio com tranquilidade, e logo com obstinação, quis novamente dormir. Inútil, o sono esgotara-se. Com precaução, acendi um fósforo: passava das três. Restava-me, portanto, menos de duas horas, pois o trem chegaria às cinco. Veio-me então o desejo de não passar mais nem uma hora naquela casa. Partir, sem dizer nada, deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e de amor.

Com receio de fazer barulho, dirigi-me à cozinha, lavei o rosto, os dentes, penteei-me e, voltando ao meu quarto, vesti-me. Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da cama. Minha avó continuava dormindo. Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas palavras... Que me custava acordá-la, dizer-lhe adeus?

LINS, O. A partida. Melhores contos. Seleção e prefácio de Sandra Nitrini. São Paulo: Global, 2003.

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No texto, o personagem narrador, na iminência da partida, descreve a sua hesitação em separar-se da avó. Esse sentimento contraditório fica claramente expresso no trecho: a) “A princípio com tranquilidade, e logo com obstinação, quis novamente dormir”. b) “Restava-me, portanto, menos de duas horas, pois o trem chegaria às cinco”. c) “Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da cama”. d) “Partir, sem dizer nada, deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e amor”. e) “Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas palavras...”. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A vontade de partir do personagem narrador misturada à sua hesitação em separar-se da avó que ali ficaria é claramente demonstrada no final do trecho citado, como aponta a alternativa E. Com seu “desejo de não passar mais nem uma hora naquela casa”, o narrador escaparia silenciosamente (“Partir, sem dizer nada”); no entanto, hesita quanto a essa decisão, pensando em se despedir ou não da avó, o que se manifesta na passagem “Deveria fugir ou falar com ela? Ora, algumas palavras...”.

QUESTÃO 34

A gentileza é algo difícil de ser ensinado e vai muito além da palavra educação. Ela é difícil de ser encontrada, mas fácil de ser identificada, e acompanha pessoas generosas e desprendidas, que se interessam em contribuir para o bem do outro e da sociedade. É uma atitude desobrigada, que se manifesta nas situações cotidianas e das maneiras mais prosaicas.

SIMURRO, S. A. B. Ser gentil é ser saudável. Disponível em: http://www.abqv.org.br. Acesso em: 22 jun. 2006 (adaptado). No texto, menciona-se que a gentileza extrapola as regras de boa educação. A argumentação construída a) apresenta fatos que estabelecem entre si relações de causa e de consequência. b) descreve condições para a ocorrência de atitudes educadas. c) indica a finalidade pela qual a gentileza pode ser praticada. d) enumera fatos sucessivos em uma relação temporal. e) mostra oposição e acrescenta ideias. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A argumentação construída do texto mostra a oposição e acrescenta ideias, conforme o trecho: “Ela é difícil de ser encontrada, mas fácil de ser identificada, e acompanha pessoas generosas e desprendidas, que se interessam em contribuir para o bem do outro e da sociedade.”

QUESTÃO 35

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Os amigos são um dos principais indicadores de bem-estar na vida social das pessoas. Da mesma forma que em outras áreas, a internet também inovou as maneiras de vivenciar a amizade. Da leitura do infográfico, depreendem-se dois tipos de amizade virtual, a simétrica e a assimétrica, ambas com seus prós e contras. Enquanto a primeira se baseia na relação de reciprocidade, a segunda a) reduz o número de amigos virtuais, ao limitar o acesso à rede. b) parte do anonimato obrigatório para se difundir. c) reforça a configuração de laços mais profundos de amizade. d) facilita a interação entre pessoas em virtude de interesses comuns. e) tem a responsabilidade de promover a proximidade física. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Segundo o texto, o segundo tipo de amizade virtual é assimétrico, ou seja, você não precisa ser seguido ou adicionado pela outra pessoa para poder ver seu conteúdo e segui-la. Dessa forma, ainda segundo o texto, facilita-se a criação de laços e comunidades. Entende-se por comunidade um grupo de pessoas que partilham algo em comum. Portanto, a opção D ilustra a definição da base de uma amizade virtual assimétrica, porque afirma que ela facilita a comunicação entre pessoas com interesses comuns.

QUESTÃO 36 Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.

ATALIA, M. Nossa vida. Época . 23 mar. 2009. As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias. b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste. c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização. d) o termo “Também” exprime uma justificativa. e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no sangue”. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A questão aborda a coesão textual, mecanismo de organização das ideias que atua na construção do sentido de um texto. Dessa forma, a alternativa A está correta ao dizer que a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias. Isso significa que a expressão introduz mais ideias em convergência com as já ditas anteriormente.

QUESTÃO 37

Labaredas nas trevas Fragmentos do diário secreto de Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski

20 DE JULHO [1912] Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-me, prezado senhor, nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa que eu, ou outra pessoa, escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam da sugestão. [...] Dificilmente encontro alguém, agora, que saiba quem é Stephen Crane ou lembre-se de algo dele. Para os jovens escritores que estão surgindo ele simplesmente não existe.” 20 DE DEZEMBRO [1919] Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou reconhecido como o maior escritor vivo da língua inglesa. Já se passaram dezenove anos desde que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E parece que outros também não. The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação de um livro que, segundo eles, foi “um fenômeno hoje esquecido” e me pediram um artigo.

FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992 (fragmento).

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Na construção de textos literários, os autores recorrem com frequência a expressões metafóricas. Ao empregar o enunciado metafórico “Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal”, pretendeu-se estabelecer, entre os dois fragmentos do texto em questão, uma relação semântica de a) causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um texto, em que uma contém a causa e a outra, a

consequência. b) temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um texto, situando no tempo o que é relatado

nas partes em questão. c) condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes de um texto, em que uma resulta ou depende de

circunstâncias apresentadas na outra. d) adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta uma

orientação argumentativa distinta e oposta à outra. e) finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta o meio, por

exemplo, para uma ação e a outra, o desfecho da mesma. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Entre os dois fragmentos do texto, percebemos a relação estabelecida com o tempo, pois, nas partes em questão, o tempo localiza o que é narrado. A opção B confirma essa relação semântica de temporalidade.

QUESTÃO 38

Slow Food Slow Food describes a movement created “to fight against fast food and fast life, the disappearance of local food traditions and people’s dwindling interest in the food they eat, where it comes from, how it tastes and how our food choices affect the rest of the world,” according to the movement’s website. More broadly, it involves an emphasis on local and seasonal produce and an adherence to regional cultures. Its goals also include lobbying against the use of pesticides and genetic engineering of food.

Disponível em: http://www.ecomii.com. Acesso em: 30 set. 2011. O objetivo do movimento Slow food é a) tornar globais as tradições locais de alimentação. b) investir em pesticidas e engenharia genética de alimentos. c) incentivar o hábito de fast food e os efeitos negativos da vida agitada. d) unir interesse por alimentação e responsabilidade ambiental. e) transformar as culturas gastronômicas regionais. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A menção da responsabilidade ambiental é mencionada na última frase do texto: “lobbying against the use of pesticides..., ou seja, ser contra o uso de pesticidas...”

QUESTÃO 39 The record industry

The record industry is undoubtedly in crisis, with labels laying off employees in continuation. This is because

CD sales are plummeting as youngsters prefer to download their music from the Internet, usually free of charge. And yet it’s not all gloom and doom. Some labels are in fact thriving. Putumayo World Music, for example, is growing, thanks to its catalogue of ethnic compilation albums, featuring work by largely unknown artists from around the planet. Putumayo, which takes its name from a valley in Colombia, was founded in New York in 1993. It began life as an alternative clothing company, but soon decided to concentrate on music. Indeed its growth appears to have coincided with that of world music as a genre.

Speak Up. Ano XXIII, nº 275 (fragmento). A indústria fonográfica passou por várias mudanças no século XX e, como consequência, as empresas enfrentaram crises. Entre as causas, o texto da revista Speak Up aponta a) o baixo interesse dos jovens por alguns gêneros musicais. b) a compilação de álbuns com diferentes estilos musicais. c) a ausência de artistas populares entre as pessoas mais jovens. d) o acesso a músicas, geralmente sem custo, pela Internet. e) o aumento do número de cantores desconhecidos. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto fala sobre a queda da venda de CDs devido ao aumento de downloads das músicas pela internet, o que é mencionado na alternativa D.

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QUESTÃO 40

“Becoming an exchange student is an exciting way to enhance your life by living in another country. Being an exchange student does not require your family

to host a student in your house while you are away”. Source: <http://wep.org.au/info/student-exchange-intro>.

O leitor desse texto está provavelmente interessado em a) visitar seu país natal b) trocar de profissão c) fazer um curso no exterior d) se tornar um bom anfitrião e) trocar dinheiro GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na primeira frase do texto diz: “Becoming an exchange student”, que significa: “se tornar um estudante de intercâmbio”, ou seja, estudar no exterior.

QUESTÃO 41 TEXTO 1

TEXTO 2

Na sua produção, Goeldi buscou refletir seu caminho pessoal e político, sua melancolia e paixão sobre os intensos aspectos mais latentes em sua obra, como: cidades, peixes, urubus, caveiras, abandono, solidão, drama e medo.

ZULIETTI, L. F. Goeldi: da melancolia ao inevitável. Revista de Arte, Mídia e Política. Acesso em: 24 abr. 2017 (adaptado).

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O gravador Oswaldo Goeldi recebeu influências de um movimento artístico europeu do início do século XX, que apresenta as características reveladas nos traços da obra de a)

b)

c)

d)

d)

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O enunciado da questão está diretamente relacionado às características do Expressionismo, correspondente à alternativa da letra “A”.

QUESTÃO 42

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O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Picasso, representa o rompimento com a estética clássica e a revolução da arte no início do século XX. Essa nova tendência se caracteriza pela a) pintura de modelos em planos irregulares. b) mulher como temática central da obra. c) cena representada por vários modelos. d) oposição entre tons claros e escuros. e) nudez explorada como objeto de arte. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Observando o quadro de Pablo Picasso, percebemos a pintura de uma mesma figura em planos irregulares, característicos do cubismo. Essa inovação permitiu a ruptura com o modelo clássico, revolucionando a arte no início do século XX.

QUESTÃO 43 TEXTO 1

TEXTO II A existência dos homens criadores modernos é muito mais condensada e mais complicada do que a das pessoas dos séculos precedentes. A coisa representada, por imagem, fica menos fixa, o objeto em si mesmo se expõe menos do que antes. Uma paisagem rasgada por um automóvel, ou por um trem, perde em valor descritivo, mas ganha em valor sintético. O homem moderno registra cem vezes mais impressões do que o artista do século XVIII.

LEGÉR, F. Funções da pintura. São Paulo: Nobel, 1989. A vanguarda europeia, evidenciada pela obra e pelo texto, expressa os ideais e a estética do a) cubismo, que questionava o uso da perspectiva por meio da fragmentação geométrica. b) expressionismo alemão, que criticava a arte acadêmica, usando a deformação das figuras. c) dadaísmo, que rejeitava a instituição artística, propondo a antiarte. d) futurismo, que propunha uma nova estética, baseada nos valores da vida moderna. e) neoplasticismo, que buscava o equilíbrio plástico, com utilização da direção horizontal e vertical. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os textos I e II apresentam as características do Futurismo.

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QUESTÃO 44 O esporte de alto rendimento envolve atividades físicas de caráter competitivo, no qual os atletas competem consigo mesmos ou com outros, sujeitando-se a regras preestabelecidas aprovadas pelos organismos internacionais ou nacionais de cada modalidade. As grandes competições são reservadas aos grandes talentos e possibilitam a promoção de espetáculos que a) geram modelos de atletas, que passam a ser exemplos seguidos por jovens e crianças. b) permitem aos espectadores assistirem às partidas, fazendo parte de equipes. c) minimizam as possibilidades de participação e procura pelas práticas esportivas. d) incentivam o abandono das práticas esportivas, além do sedentarismo nos indivíduos. e) possibilitam aos espectadores desenvolvimento tático e participação nas equipes. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As grandes competições, como exemplo as olimpíadas, têm como objetivo caracterizar um modelo de esportista a ser seguido, de acordo com cada modalidade, de modo que são, a partir desse ponto, exemplo para os jovens que almejam ou não a mesma carreira.

QUESTÃO 45

No basquetebol, o drible é o fundamento de ataque com a bola onde o jogador se desloca pela quadra com a sua posse. Dessa forma, o procedimento da execução do drible no basquetebol deve ser efetuado a) com ambas as mãos ao mesmo tempo. b) conduzindo ou batendo na bola contra o chão. c) protegendo a bola, colocando na lateral do corpo correspondente à mão do drible. d) em deslocamento, driblar com a bola bem à frente do corpo. e) olhando para a bola e não para frente. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O drible é um fundamento que compreende o momento em que o jogador se desloca em quadra com a posse da bola, quicando-a sobre o solo com uma das mãos. Durante o drible, o jogador deve movimentar braços e pernas de forma sincronizada ao quique da bola, sendo possível a combinação de giros e fintas para facilitar seu deslocamento pela quadra. No drible alto, a bola é quicada lateralmente em frente ao corpo, por isso este tipo de drible é utilizado em situações nas quais o jogador se desloca em velocidade e não sofre marcação; no drible baixo, o jogador deve flexionar as pernas e proteger a bola com o corpo, sendo utilizado em situações nas quais a marcação está próxima. Não é permitido driblar utilizando as duas mãos ao mesmo tempo; quicar a bola colocando a mão por baixo dela; iniciar um drible, interrompê-lo e iniciar um novo drible. Esses casos são violações.

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QUESTÃO 46

Após a abdicação de D. Pedro I, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras crises: as diversas forças políticas lutavam pelo poder, e as reivindicações populares eram por melhores condições de vida e pelo direito de participação na vida política do país. Os conflitos representavam também o protesto contra a centralização do governo. Nesse período, ocorreu também a expansão da cultura cafeeira e o surgimento do poderoso grupo dos "barões do café", para o qual era fundamental a manutenção da escravidão e do tráfico negreiro. O contexto do Período Regencial foi marcado a) por revoltas populares que reclamavam a volta da monarquia. b) por várias crises e pela submissão das forças políticas ao poder central. c) pela luta entre os principais grupos políticos que reivindicavam melhores condições de vida. d) pelo governo dos chamados regentes, que promoveram a ascensão social dos "barões do café". e) pela convulsão política e por novas realidades econômicas que exigiam o reforço de velhas

realidades sociais. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Período Regencial (1831-1840) foi marcado por enorme convulsão política, econômica e social. Em todo o país eclodiram várias revoltas, como a cabanagem, a Sabinada, a Farroupilha, em que a população demonstrava enorme insatisfação com a ordem vigente. No campo político, a regência era alternada entre liberais moderados e exaltados que não conseguiam estabelecer a paz no país devido às suas lutas partidárias. No campo econômico, a expansão da lavoura de café fazia com que a nova elite cafeeira pressionasse o governo pela manutenção das velhas instituições como a escravidão.

QUESTÃO 47 O período em questão (Regencial) foi tachado de caótico, desordenado, anárquico turbulento e outros adjetivos conexos. Este era o discurso de parte dos grupos dirigentes da época, envolvidos nos embates de construção do Estado nacional brasileiro e buscando formas de legitimar o exercício do poder e de coerção. Tal postura fixou-se na pena dos historiadores monarquistas do século XIX, perpetuou-se em ramos da historiografia e ainda hoje pode ser lida e ouvida com certa frequência.

Adaptado de MOREL, Marco. O período das Regências (1831 - 1840). Rio de Janeiro Jorge Zahar, 2003. p. 7. Pode-se afirmar que a) os moderados, responsáveis por impor a d. Pedro I a abdicação, conseguiram manter o poder a muito custo,

considerando que, entre eles, estavam políticos com tendências democráticas, que questionavam a forma monárquica de governo.

b) os historiadores monarquistas estavam corretos ao interpretar as rebeliões regenciais como movimentos anárquicos, pois o anarquismo, enquanto teoria, predominava no pensamento de esquerda do período, no Brasil.

c) a maioria dos políticos do Brasil era monarquista, mas com diferentes enfoques sobre como essa monarquia deveria funcionar, principalmente em relação à maior ou menor centralização do poder nas mãos do Executivo.

d) os exaltados eram o grupo que mais defendia uma monarquia centralizada e forte, alguns até mesmo partidários da Restauração, ou seja, que d. Pedro I voltasse a ser imperador do Brasil.

e) a construção do Estado nacional brasileiro foi retardada pelas revoltas do período regencial, pois as rivalidades entre os elementos da elite política romperam o equilíbrio que o imperador d. Pedro I representa.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A grande questão não era ser ou não uma monarquia, mas ser ou não centralizada. Os defensores da descentralização foram os que forçaram a abdicação de d. Pedro I, principalmente os moderados, que tinham receio dos exaltados considerados republicanos. Entre os moderados, não havia quem defendesse o republicanismo, todos eram monarquistas, mas com ideais divergentes no que se referia à questão centralização X descentralização.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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QUESTÃO 48 No contexto histórico das transformações ocorridas no século XIX, que envolveram questões da identidade nacional e da política, no Brasil, após a abdicação de D. Pedro I, ocorreu uma grave crise institucional. As tentativas de superação por meio das Regências provocaram uma série de revoltas, como a Sabinada (BA), a Balaiada (MA) e a Cabanagem (PA). A superação da crise, que coincidiu com o fim do período regencial, deveu-se à a) antecipação da maioridade do príncipe herdeiro. b) consolidação da Regência Una e Permanente. c) formação e consolidação do Partido Republicano. d) fundação das agremiações abolicionistas. e) volta imediata de D. Pedro I às terras brasileiras. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O golpe da maioridade inaugurou um período de relativa estabilidade. A habilidade política de D. Pedro II, os mecanismos de conciliação e alternância de grupos rivais no poder e a repressão que marcou o processo de “pacificação” ajudaram a construir um panorama que é observado por alguns historiadores como uma superação das conturbações pelas quais o Brasil vivenciou durante o Período Regencial.

QUESTÃO 49

Esse esquema representa a situação política brasileira durante o II Reinado. Nesse momento, o sistema parlamentarista foi considerado "às avessas" porque a) a composição ministerial era indicada pelo Imperador, mas dependia da aprovação do Legislativo. b) o exercício do ministério estava limitado a um plano de ação imposto pelo Legislativo. c) os Ministros de Estado deveriam prestar contas de seus atos ao Imperador, e não ao Poder Legislativo. d) os Ministros de Estado eram escolhidos pelo Imperador, e não pelo Legislativo. e) os Ministros tinham prazo determinado para permanecer no poder, mesmo fazendo um bom governo. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No sistema parlamentar inglês, a condição básica para o funcionamento do gabinete era a confiança da Câmara. Entretanto, no Brasil, a reformulação do ministério cabia ao Imperador. D. Pedro II também assegurou para si o direito de dissolver a Câmara, com apoio do Conselho de Estado, constituído por políticos diretamente escolhidos pelo monarca.

QUESTÃO 50

"(...) visando aumentar a renda do Estado, em um momento de consolidação do sistema imperial, o liberalismo alfandegário foi abandonado em prol do protecionismo aduaneiro. (...) [O] ministro da Fazenda tinha em mente aumentar a carga fiscal do Estado, aspecto que foi bem recebido pela Câmara. A nova lei (...) estabeleceu que os tributos sobre os produtos de importação subiriam de 15% para 30% (caso não houvesse similar nacional) ou 60% (caso o artigo fosse produzido no país).

(Rubim Santos Leão Aquino et alii, "Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais") No contexto do Brasil Império, o trecho apresenta a) a Lei de Terras. b) o Tratado de 1827. c) a Bill Aberdeen. d) a Tarifa Alves Branco. e) a Lei Eusébio de Queiroz.

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GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Em 1844, foi decretada a Tarifa Alves Branco, que elevou significativamente as taxas sobre importações. Embora a política do ministro da Fazenda tivesse, primordialmente, o interesse de fornecer rendas ao Estado, acabou por favorecer e estimular a indústria nacional. Entre os empresários que mais se beneficiaram dessa tarifa, o mais importante foi, sem dúvida, o Barão de Mauá.

QUESTÃO 51 Negro, filho de escrava e fidalgo português, o baiano Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas de que havia nascido livre. Autodidata, advogado sem diploma, fez do direito o seu ofício e transformou-se, em pouco tempo, em proeminente advogado da causa abolicionista.

AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de História. Ano 1, nº 3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado). A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama exemplifica a a) impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma sociedade escravocrata, mesmo

sendo alfabetizado. b) extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse contexto e a utilização do Direito como canal

de luta pela liberdade. c) rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que inviabilizava os mecanismos de ascensão social. d) possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites dominantes, a um mestiço filho de pai

português. e) troca de favores entre um representante negro e a elite agrária escravista que outorgara o direito advocatício

ao mesmo. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A trajetória de Luis Gama, citada no texto, demonstra que, na sociedade escravista do Brasil monárquico, existia a possibilidade de ascender socialmente e conseguir a liberdade, apesar de mostrar a dificuldade sofrida pelos mesmos. Todavia, apesar de libertos, esses indivíduos não eram integrados à sociedade, e, por muitas vezes, sofriam preconceito ou eram marginalizados.

QUESTÃO 52

A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.

NABUCO, J. O abolicionismo (1883). Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado). No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra. b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais. c) optava pela via legalista de libertação. d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores. e) antecipava a libertação paternalista dos cativos. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Joaquim Nabuco foi um dos principais políticos que lutaram no período imperial pela abolição da escravidão no Brasil. Em seu texto, demostra sua argumentação de que a abolição deveria seguir um caminho legalista, ou seja, que fosse feita de maneira pacífica como concessão da elite, e não por uma via popular, como ocorreu no Haiti e na França.

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QUESTÃO 53

O primeiro recenseamento geral do Império foi realizado em 1872. Nos recenseamentos parciais anteriores, não se perguntava sobre a cor da população. O censo de 1872, ao inserir essa informação, indica uma mudança, orientada por um entendimento do conceito de raça que ancorava a cor em um suporte pretensamente mais rígido. Com a crise da escravidão e do regime monárquico, que levou ao enfraquecimento dos pilares da distinção social, a cor e a raça tornavam-se necessárias.

(Adaptado de Ivana Stolze Lima, Cores, marcas e falas: sentidos da mestiçagem no Império do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003, p. 109, 121.)

A partir do enunciado, podemos concluir que há um uso político na maneira de classificar a população, já que a) o conceito de raça permitia classificar a população a partir de um critério mais objetivo do que a cor,

garantindo mais exatidão nas informações, o que era necessário em um momento de transição para um novo regime.

b) no final do Império, o enfraquecimento dos pilares da distinção social era causado pelo fim da escravidão. Nesse contexto, ao perguntar sobre a raça da população, o censo permitiria a elaboração de políticas públicas visando à inclusão social dos ex-escravos.

c) a introdução do conceito de raça no censo devia-se a uma concepção, cada vez mais difundida após 1870, que propunha a organização e o governo da sociedade a partir de critérios objetivos e científicos, o que levaria a uma maior igualdade social.

d) no final do Império, a associação entre a cor da pele e o conceito de raça criava um novo critério de exclusão social, capaz de substituir as formas de distinção que eram próprias da sociedade escravista e monárquica em crise.

e) As teorias pseudo-científicas trazidas ao Brasil no final do século XIX, pelos imigrantes, permitiam uma melhor integração da sociedade, logo, a inclusão do critério racial no recenseamento foi uma medida “natural” desse processo.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A drástica redução da escravidão e a percepção de que ela acabaria determinou o surgimento de novas teses para justificar as diferenças sociais e a marginalização. Eliminou-se a distinção tradicional entre o “livre” e o “escravo” e se estabeleceu uma nova forma de distinção, envolvendo a ideia de “cor da pele”, destacando-se “aqueles que eram brancos” e “aqueles que eram negros”.

QUESTÃO 54

O suíço Thomas Davatz chegou a São Paulo em 1855 para trabalhar como colono na fazenda de café Ibicaba, em Campinas. A perspectiva de prosperidade que o atraiu para o Brasil deu lugar a insatisfação e revolta, que ele registrou em livro. Sobre o percurso entre o porto de Santos e o planalto paulista, escreveu Davatz: “As estradas do Brasil, salvo em alguns trechos, são péssimas. Em quase toda parte, falta qualquer espécie de calçamento ou mesmo de saibro. Constam apenas de terra simples, sem nenhum benefício. É fácil prever que nessas estradas não se encontram estalagens e hospedarias como as da Europa. Nas cidades maiores, o viajante pode naturalmente encontrar aposento sofrível; nunca, porém, qualquer coisa de comparável à comodidade que proporciona na Europa qualquer estalagem rural. Tais cidades são, porém, muito poucas na distância que vai de Santos a Ibicaba e que se percorre em cinquenta horas no mínimo”. Em 1867 foi inaugurada a ferrovia ligando Santos a Jundiaí, o que abreviou o tempo de viagem entre o litoral e o planalto para menos de um dia. Nos anos seguintes, foram construídos outros ramais ferroviários que articularam o interior cafeeiro ao porto de exportação, Santos.

DAVATZ, T. Memórias de um colono no Brasil. São Paulo: Livraria Martins, 1941 (adaptado). O impacto das ferrovias na promoção de projetos de colonização com base em imigrantes europeus foi importante, porque a) o percurso dos imigrantes até o interior, antes das ferrovias, era feito a pé ou em muares; no entanto, o tempo

de viagem era aceitável, uma vez que o café era plantado nas proximidades da capital, São Paulo. b) a expansão da malha ferroviária pelo interior de São Paulo permitiu que mão de obra estrangeira fosse

contratada para trabalhar em cafezais de regiões cada vez mais distantes do porto de Santos. c) o escoamento da produção de café se viu beneficiado pelos aportes de capital, principalmente de colonos

italianos, que desejavam melhorar sua situação econômica. d) os fazendeiros puderam prescindir da mão de obra europeia e contrataram trabalhadores brasileiros

provenientes de outras regiões para trabalhar em suas plantações. e) as notícias de terras acessíveis atraíram para São Paulo grande quantidade de imigrantes, que adquiriram

vastas propriedades produtivas. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A interiorização das ferrovias auxiliou a desconcentração da indústria, e também a investir em novos mercados, formando e fortalecendo cidades pequenas e médias que agora estarão diretamente envolvidas com a circulação de mercadoria e poderão também escoar sua produção por meio desse modal de transporte, aumentando também a demanda produtiva nos cafezais dessas regiões interioranas.

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QUESTÃO 55 A partir da segunda metade do século XIX, o Brasil viu surgir gradativamente o declínio da mão de obra escrava e a introdução da mão de obra livre do imigrante, que se dirigiu à lavoura cafeeira. Sobre a relação café – mão de obra, é correto afirmar que a) o café prosperou na Bahia, que já se destacava com o fumo e o cacau; a mão de obra utilizada era a do

imigrante espanhol, que logo se adaptou ao calor e costumes baianos, sendo assalariado. b) a lavoura cafeeira se estendeu do norte do Paraná até o oeste de Santa Catarina, sendo os alemães e

poloneses trazidos da Europa para trabalharem como meeiros ou terceiros. c) o café se instalou desde o Pará até São Paulo. Foi o responsável pela chegada dos japoneses, que tiveram

muita dificuldade de adaptação (dada a diferença da língua e dos costumes), logo superadas. São eles, os responsáveis pela instalação de sítios e chácaras no Brasil.

d) o café, produzido em latifúndios, se estendeu por todo o litoral brasileiro; a mão de obra escrava era responsável pelo plantio e a imigrante, alemã e italiana, pela secagem e descascagem, havendo harmonia no convívio entre os trabalhadores e os patrões.

e) a lavoura cafeeira, por se adaptar melhor às áreas temperadas, encontrou na zona da Mata (MG) e na província de São Paulo as condições ideais. Na região do Vale do Paraíba, a produção ocorreu de maneira tradicional, sendo utilizada a mão de obra escrava. Estendendo-se para o interior paulista, a mão de obra do imigrante italiano substituiu a escrava, inicialmente através da parceria e, depois, através do sistema de colonato.

GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Essa discussão é sempre viva nos meios acadêmicos e sugere a suposta “visão empreendedora” dos cafeicultores do oeste paulista, que perceberam antecipadamente as carências da utilização da mão de obra escrava e foram, pioneira e gradativamente, elaborando sua substituição. O sistema de colonato também se destaca.

QUESTÃO 56 TEXTO I Em todo o país, a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em relação à população de cor. A maioria já havia conquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias possíveis. No entanto, a importância histórica da lei de 1888 não pode ser mensurada apenas em termos numéricos. O impacto que a extinção da escravidão causou numa sociedade constituída a partir da legitimidade da propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras.

ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado). TEXTO II Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio de Janeiro se tornou mais numerosa e diversificada. Os escravos, bem menos numerosos que antes, e com os africanos mais aculturados, certamente não se distinguiam muito facilmente dos libertos e dos pretos e pardos livres habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que uma pessoa de cor seja provavelmente cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser encontrados em toda parte.

CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado). Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no Texto I que complementa os argumentos apresentados no Texto II é o(a) a) variedade das estratégias de resistência dos cativos. b) controle jurídico exercido pelos proprietários. c) inovação social representada pela lei. d) ineficácia prática da libertação. e) significado político da Abolição. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A abolição da escravidão não cria uma “inovação social”, visto que os negros continuaram à margem da sociedade. O que ocorre no Brasil é uma mudança, que é diferente de inovação, social e política.

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QUESTÃO 57

A tabela apresenta dados que podem ser explicados a) pela lei de 1831, que reduziu os impostos sobre os escravos importados da África para o Brasil. b) pelo descontentamento dos grandes proprietários de terras em meio ao auge da campanha abolicionista

no Brasil. c) pela renovação, em 1844, do Tratado de 1826 com a Inglaterra, que abriu nova rota de tráfico de escravos

entre Brasil e Moçambique. d) pelo aumento da demanda por escravos no Brasil, em função da expansão cafeeira, a despeito da

promulgação da Lei Aberdeen, em 1845. e) pela aplicação da Lei Eusébio de Queirós, que ampliou a entrada de escravos no Brasil e tributou o

tráfico interno. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A tabela mostra um grande aumento da entrada de escravos no Brasil, nos três anos subsequentes à decretação do Bill Aberdeen. É claro que a expansão da cafeicultura nesse período, embora significativa, nem de longe acompanhou o crescimento da importação de escravos. Seria mais correto, portanto, dizer que o aumento do tráfico deveu-se ao receio de que sua extinção ocasionasse uma dramática falta de mão de obra, levando os fazendeiros a formar um estoque de escravos.

QUESTÃO 58

A tabela mostra a expansão da rede ferroviária brasileira no século XIX e início do século XX, comparando o crescimento desta nas áreas que produziam café. Analisando a tabela e usando seus conhecimentos sobre o assunto, é possível afirmar que, a) no ano de 1854, o correu o maior desnível de expansão ferroviária entre as duas regiões. b) a expansão da rede ferroviária brasileira foi impulsionada pela imigração europeia, que trouxe para o Brasil

mão de obra especializada para o serviço. c) o maior agente patrocinador da expansão das ferrovias do período foi o empresariado do nordeste. d) os dados disponíveis não são plenamente confiáveis, uma vez que o governo brasileiro manipulava os

números a seu favor. e) a expansão da rede ferroviária brasileira do período esteve diretamente relacionada com a

economia cafeeira.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A tabela nos mostra como a região de produção cafeeira sempre contou com mais da metade do total de quilômetros de ferrovias de todo o Brasil, fato que comprova que a expansão da rede ferroviária brasileira do período esteve diretamente relacionada com a economia cafeeira.

QUESTÃO 59 Desde 1835, cogitava-se antecipar a ascensão de D. Pedro II ao trono. A expectativa de um imperador capaz de garantir segurança e estabilidade ao país era muito grande. Na imagem do monarca, buscava-se unificar um país muito grande e disperso.

(Adaptado de Lilia Moritz Schwarcz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 64, 70, 91.)

No período regencial, a estabilidade e a unidade do país estavam ameaçadas porque a) a ausência de um governo central forte causara uma crise econômica, devido à queda das exportações e à

alta da inflação, o que favorecia a ocorrência de distúrbios sociais e o aumento da criminalidade. b) o desenvolvimento econômico ocorrido desde a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro

levou as elites provinciais a desejarem a emancipação em relação à metrópole. c) a ausência de um representante da legitimidade monárquica no trono permitia questionamentos ao governo

central, levando ao avanço do ideal republicano e à busca de maior autonomia por parte das elites provinciais.

d) a expansão da economia cafeeira no sudeste levava as elites agrárias a desejarem uma maior participação no poder político, levando à ruptura da ordem monárquica e à instauração da república.

e) a expansão da economia cafeeira no sudeste levava as elites agrárias a desejarem uma menor participação no poder político, levando à manutenção da ordem monárquica.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Estendendo-se de 1831 a 1840, o governo regencial abriu espaço para diferentes correntes políticas, como a dos liberais, subdivididos entre moderados e exaltados, cujas posições políticas iam desde a manutenção das estruturas monárquicas até a formulação de um novo governo republicano e a dos restauradores, em sua maioria portugueses defensores de que a estabilidade só se daria com o retorno de Dom Pedro I. A existência de diferentes posições políticas, revelando a falta de unidade entre os integrantes da política nacional, gerou um quadro de disputas e instabilidade. Umas das mais claras consequências desses desacordos foram as revoltas deflagradas durante a regência. A Sabinada na Bahia, a Balaiada no Maranhão e a Revolução Farroupilha na região Sul foram todas manifestações criadas em consequência da desordem que marcou todo o período regencial.

QUESTÃO 60

Com relação à Guarda Nacional, criada durante o Império, é correto afirmar que a) fortaleceu os proprietários e senhores locais, pois eles passaram a poder, legalmente, utilizar a força armada. b) enfraqueceu o poder central por meio da extinção do Exército e da Marinha. c) representou o fim das revoltas regenciais, pois os proprietários puderam pegar em armas para vencer

os rebeldes. d) extinguiu o poder moderador, ao transferir para as elites locais o dever de controlar a população por meio

das armas. e) criou forças armadas sob o controle das elites locais, permitindo que as revoltas que se seguiram

tivessem sucesso.

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GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Com a Guarda Nacional, começa a se constituir no país uma força armada vinculada diretamente à aristocracia rural, com organização descentralizada, composta por membros da elite agrária e seus agregados. Os oficiais de alta patente são eleitos nas regiões e, para muitos historiadores, é um dos componentes fundamentais do coronelismo político – instituição não-oficial determinante na política brasileira e que chega ao apogeu durante a República Velha.

QUESTÃO 61

Tanto potencial poderia ter ficado pelo caminho se não fosse o reforço em tecnologia que um gaúcho buscou. Há pouco mais de oito anos, ele usava o bico da botina para cavoucar a terra e descobrir o nível de umidade do solo, na tentativa de saber o momento ideal para acionar os pivôs de irrigação. Até que conheceu uma estação meteorológica que, instalada na propriedade, ajuda a determinar a quantidade de água de que a planta necessita. Assim, quando inicia um plantio, o agricultor já entra no site do sistema e cadastra a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio, o espaçamento entre linhas e o número de plantas, para então receber recomendações diretamente dos técnicos da universidade.

CAETANO, M. O valor de cada gota. Globo Rural, n. 312, out. 2011. A implementação das tecnologias mencionadas no texto garante o avanço do processo de a) monitoramento da produção. b) valorização do preço da terra. c) correção dos fatores climáticos. d) divisão de tarefas na propriedade. e) estabilização da fertilidade do solo. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto mostra como os dados mais precisos podem gerar medidas mais eficazes (e com menos perdas) no processo agrícola, permitindo que o dono da terra possa monitorar suas atividades e gerir sua produção.

QUESTÃO 62 Na charge, há uma crítica ao processo produtivo agrícola brasileiro relacionada ao

AMARILDO. Disponível em: www.amarildo.com.br. Acesso em: 3 mar. 2013.

a) elevado preço das mercadorias no comércio. b) aumento da demanda por produtos naturais. c) crescimento da produção de alimentos. d) hábito de adquirir derivados industriais. e) uso de agrotóxicos nas plantações. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A charge fala sobre o “perigo” de consumir produtos agrícolas (frutas e legumes). A crítica ao modelo brasileiro que podemos relacionar com a mensagem da charge é o alto nível de agrotóxicos, que pode ser visto como um risco à saúde.

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QUESTÃO 63 Texto I

A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas.

Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado). Texto II

O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária.

LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolítico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado). Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente, à a) redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês. b) ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo. c) contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural. d) privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico. e) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os textos possuem posições diferentes relacionadas à reforma agrária. No texto I, o autor relaciona a concentração de terra no Brasil a uma origem histórica, em que desde o período colonial há uma formação de grandes latifúndios improdutivos nas mãos de poucos. Já o texto II, o autor está preocupado com o prejuízo do agronegócio, pois a utilização de pequenas propriedades somente gera prejuízos.

QUESTÃO 64

Disponível em: http://nutriteengv.blogspot.com.br. Acesso em: 28 dez. 2011.

Na charge, faz-se referência a uma modificação produtiva ocorrida na agricultura. Uma contradição presente no espaço rural brasileiro derivada dessa modificação produtiva está presente em a) expansão das terras agricultáveis, com manutenção de desigualdades sociais. b) modernização técnica do território, com redução do nível de emprego formal. c) valorização de atividades de subsistência, com redução da produtividade da terra. d) desenvolvimento de núcleos policultores, com ampliação da concentração fundiária. e) melhora da qualidade dos produtos, com retração na exportação de produtos primários. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Brasil apresenta uma grande contradição no seu espaço agrário. Enquanto ano após ano as safras batem recordes de produção, ainda há uma grande parcela da população com subnutrição. Os avanços na biotecnologia ajudaram na expansão das terras agricultáveis, mas não apagaram os problemas de desigualdade social no campo.

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QUESTÃO 65 No Estado de São Paulo, a mecanização da colheita da cana-de-açúcar tem sido induzida também pela legislação ambiental, que proíbe a realização de queimadas em áreas próximas aos centros urbanos. Na região de Ribeirão Preto, principal polo sucroalcooleiro do país, a mecanização da colheita já é realizada em 516 mil dos 1,3 milhão de hectares cultivados com cana-de-açúcar. BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a força de trabalho na agricultura brasileira no período de 1990-2000. Revista de economia

agrícola. V. 49 (1), 2002. O texto aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeconômica, que integram o processo de modernização da produção canavieira. Em torno da associação entre elas, uma mudança decorrente desse processo é a a) perda de nutrientes do solo devido à utilização constante de máquinas. b) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita. c) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo. d) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte. e) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A mecanização proporciona maior eficiência na produção, diminuindo as queimadas que geram problemas ambientais e as condições precárias dos boias-frias que trabalham nos canaviais.

QUESTÃO 66 Antes, eram apenas as grandes cidades que se apresentavam como o império de técnica, objeto de modificações, suspensões, acréscimos, cada vez mais sofisticadas e carregadas de artifício. Esse mundo artificial inclui, hoje, o mundo rural.

SANTOS, M. A Natureza do Espaço. São Paulo: Hucitec, 1996. Considerando a transformação mencionada no texto, uma consequência socioespacial que caracteriza o atual mundo rural brasileiro é a) a redução do processo de concentração de terras. b) o aumento do aproveitamento de solos menos férteis. c) a ampliação do isolamento do espaço rural. d) a estagnação da fronteira agrícola do pais. e) a diminuição do nível de emprego formal. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As transformações ditas no texto passam pelo avanço tecnológico, originado no pós Segunda Guerra Mundial e que foi implementado em diversos países do chamado “Terceiro Mundo”. A década de 60 foi marcada pela Revolução Verde, que inseriu novas tecnologias no campo como: fertilizantes, agrotóxicos, maquinários e técnicas como a de calagem – correção de solos ácidos típicos do Centro-Oeste brasileiro com o uso de calcário - levando a incorporação de terras, antes pouco férteis e nas quais agora há alta produtividade.

QUESTÃO 67 A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado.

AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996. Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é a a) expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras. b) difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas. c) construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do país. d) criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta. e) ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e estrangeiras. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O estudante precisa lembrar que tanto a mineração como a infiltração de artérias rodoviárias causam problemas ambientais. Entretanto, analisando-se em termos de aspectos econômicos, é a expansão da fronteira agrícola na Amazônia o principal vetor dos impactos ambientais. A floresta vem sendo devastada para dar lugar à pecuária extensiva e à agricultura moderna de grãos (especialmente soja).

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QUESTÃO 68

A maioria das pessoas daqui era do campo. Vila Maria é hoje exportadora de trabalhadores. Empresários de Primavera do Leste, Estado de Mato Grosso, procuram o bairro de Vila Maria para conseguir mão de obra. É gente indo distante daqui 300, 400 quilômetros para ir trabalhar, para ganhar sete conto por dia. (Carlito, 43 anos, maranhense, entrevistado em 22/03/98).

Ribeiro, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e conflitos. Araraquara: Wunderlich, 2001 (adaptado). O texto retrata um fenômeno vivenciado pela agricultura brasileira nas últimas décadas do século XX, consequência a) dos impactos sociais da modernização da agricultura. b) da recomposição dos salários do trabalhador rural. c) da exigência de qualificação do trabalhador rural. d) da diminuição da importância da agricultura. e) dos processos de desvalorização de áreas rurais. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Com a Revolução Verde na década de 60, a modernização agrícola acarretou no fenômeno do êxodo rural que, originado pela entrada das máquinas no processo produtivo agrário, levou à liberação da mão de obra das lavouras. Essas pessoas foram buscar melhores condições de vida nas áreas urbanas e empregos nos setores industriais e de serviços.

QUESTÃO 69

Entre 2004 e 2008, pelo menos 8 mil brasileiros foram libertados de fazendas onde trabalhavam como se fossem escravos. O governo criou uma lista em que ficaram expostos os nomes dos fazendeiros flagrados pela fiscalização. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, regiões que mais sofrem com a fraqueza do poder público, o bloqueio dos canais de financiamento agrícola para tais fazendeiros tem sido a principal arma de combate a esse problema, mas os governos ainda sofrem com a falta de informações, provocada pelas distâncias e pelo poder intimidador dos proprietários. Organizações não governamentais e grupos como a Pastoral da Terra têm agido corajosamente acionando as autoridades públicas e ministrando aulas sobre direitos sociais e trabalhistas.

“Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo”. Disponível em: http://www.mte.gov.br. Acesso em: 17 mar. 2009 (adaptado). Nos lugares mencionados no texto, o papel dos grupos de defesa dos direitos humanos tem sido fundamental, porque eles a) negociam com os fazendeiros o reajuste dos honorários e a redução da carga horária de trabalho. b) defendem os direitos dos consumidores junto aos armazéns e mercados das fazendas e carvoarias. c) substituem as autoridades policiais e jurídicas na resolução dos conflitos entre patrões e empregados. d) encaminham denúncias ao Ministério Público e promovem ações de conscientização dos trabalhadores. e) fortalecem a administração pública ao ministrarem aulas aos seus servidores. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As organizações que conscientizam os trabalhadores rurais tem um papel fundamental em comunicar as autoridades, como Ministério Público, sobre o trabalho escravo ainda presente no Brasil. Esse trabalho escravo se dá à partir da chamada servidão por dívida, onde muitos trabalhadores contraem dívidas em seu deslocamento para as fazendas, sendo obrigados a trabalhar em condições precárias para pagá-las.

QUESTÃO 70

A irrigação da agricultura é responsável pelo consumo de mais de 2/3 de toda a água retirada dos rios, lagos e lençóis freáticos do mundo. Mesmo no Brasil, onde achamos que temos muita água, os agricultores que tentam produzir alimentos também enfrentam secas periódicas e uma competição crescente por água.

MARAFON, G. J. et. al. O desencanto da terra: produção de alimentos, ambiente e sociedade. Rio de Janeiro: Garamond, 2011. No Brasil, as técnicas de irrigação utilizadas na agricultura produziram impactos socioambientais como a) redução do custo de produção. b) agravamento da poluição hídrica. c) compactação do material do solo. d) aceleração da fertilização natural. e) redirecionamento dos cursos fluviais. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As técnicas de irrigação utilizadas na agricultura produzem muitos impactos socioambientais como, por exemplo, o apresentado na alternativa E, ou seja, o redirecionamento dos cursos fluviais, como ocorre no oeste da Bahia e no Rio Grande do Norte, além da transposição do rio São Francisco.

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QUESTÃO 71

ZIRALDO. 20 anos de prontidão. In: LEMOS, R. (Org.). Uma história do Brasil através da caricatura (1840-2001).

Rio de Janeiro: Letras & Expressões, 2001. No período de 1964 a 1985, a estratégia do Regime Militar abordada na charge foi caracterizada pela a) priorização da segurança nacional. b) captação de financiamentos estrangeiros. c) execução de cortes nos gastos públicos. d) nacionalização de empresas multinacionais. e) promoção de políticas de distribuição de renda. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O período militar no Brasil é marcado pela grande captação de financiamentos estrangeiros, feita pelo governo. Supostamente, os juros seriam baixos e o pagamento só começaria em 10 anos, por isso a charge trabalha a ideia da criança ficando adulta e sofrendo com este cenário futuro. Na prática, sabemos que tudo foi bem pior, pois a primeira crise do petróleo desestabiliza o mundo em 1973, e o Brasil sofre com os juros flutuantes e a cobrança antecipada das dívidas.

QUESTÃO 72

Disponível em <hhtp://ig.com.br>. Acesso em: 23 ago. 2011 (adaptado)

No esquema, o problema atmosférico relacionado ao ciclo da água acentuou-se após as revoluções industriais. Uma consequência direta desse problema está na a) redução da flora. b) elevação das marés. c) erosão das encostas. d) laterização dos solos. e) fragmentação das rochas.

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GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Uma consequência do ciclo da água após as revoluções industriais está atrelada à redução da flora pela chuva ácida, pois, com o aumento da emissão de poluentes na atmosfera pelas fábricas e carros nos grandes centros, as chuvas tornam-se ácidas, e precipitam em rios, solos e montanhas, prejudicando o crescimento das vegetações e de animais marinhos dessas áreas.

QUESTÃO 73 Ao deflagrar-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se apresentava como se segue. A produção, que se encontrava em altos níveis, teria que seguir crescendo, pois os produtores haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento. Com efeito, a produção máxima seria alcançada em 1933, ou seja, no ponto mais baixo da depressão, como reflexo das grandes plantações de 1927-1928. Entretanto, era totalmente impossível obter crédito no exterior para financiar a retenção de novos estoques, pois o mercado internacional de capitais se encontrava em profunda depressão, e o crédito do governo desaparecera com a evaporação das reservas.

FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1997 (adaptado). Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi a(o) a) atração de empresas estrangeiras. b) reformulação do sistema fundiário. c) incremento da mão de obra imigrante. d) desenvolvimento de política industrial. e) financiamento de pequenos agricultores. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Antes mesmo da Revolução de 1930, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, o Brasil já percebia que uma nova postura deveria ser adotada no que se referia à economia, visto a crise de 1929 ter prejudicado tanto os tradicionais acordos do Convênio de Taubaté. Washington Luís, mesmo no final de seu mandato, proporciona algumas intervenções a fim de valorizar e incentivar a indústria nacional.

QUESTÃO 74

Na imagem do início do século XX, identifica-se um modelo produtivo cuja forma de organização fabril baseava-se na(o) a) autonomia do produtor direto. b) adoção da divisão sexual do trabalho. c) exploração do trabalho repetitivo. d) utilização de empregados qualificados. e) incentivo à criatividade dos funcionários. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na passagem do século XIX para o XX, diversas mudanças aconteceram no processo industrial. A imagem mostra o modelo taylorista/fordista, caracterizado pelo aprofundamento da divisão do trabalho e por consequência a alienação do trabalhador, priorizando o trabalho repetitivo e especializado com o uso da esteira no processo fabril. Essas transformações acarretaram também na alta produtividade do setor industrial e aumento do lucro das empresas pela mais valia, ou seja, pela diferença entre o valor produzido pelos operários e o valor vendido no mercado.

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QUESTÃO 75 A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. A produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se, sobretudo, para novas áreas do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte.

SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2002 (fragmento). Um fator geográfico que contribui para o tipo de alteração da configuração territorial descrito no texto é a(o) a) obsolescência dos portos. b) estatização de empresas. c) eliminação de incentivos fiscais. d) ampliação de políticas protecionistas. e) desenvolvimento dos meios de comunicação. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Com o desenvolvimento dos meios de comunicação, as sedes das empresas se desmembram das áreas de produção. Essas se desconcentram a partir do Sudeste indo em direção às outras regiões, em busca de isenções fiscais, mão de obra mais barata etc.

QUESTÃO 76

Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo ou injusto, e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de vista da verdade, que os homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio dos sentidos.

LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Brasília: Editora UnB, 1988. O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por a) desprezar quaisquer convenções e obrigações da sociedade. b) atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim da vida feliz. c) defender a indiferença e a impossibilidade de obter alguma certeza. d) aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança transcendente. e) agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o homem bom e belo. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O ceticismo é uma corrente de conhecimento que defende que o homem não é capaz de alcançar nenhuma certeza sobre a verdade, o que causa uma dúvida constante e uma incapacidade de conhecer qualquer tema.

QUESTÃO 77 Até hoje, admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.

KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Guibenkian, 1994 (adaptado). O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana da filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que a) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento. b) defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o ceticismo. c) revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a reflexão filosófica. d) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relação aos objetos. e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são ambas recusadas por Kant. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No livro Crítica da Razão Pura, o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) faz uma crítica à real natureza do conhecimento. Acreditava em uma primazia das ideias sobre os objetos para a produção do conhecimento, como é demonstrado no texto.

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QUESTÃO 78 Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida.

KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado) Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa a) a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade. b) o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas. c) a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma. d) a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento. e) a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Segundo o texto do filósofo prussiano Immanuel Kant (1724-1804), para alcançar a maioridade e assim sua autonomia, é necessário que o homem faça o uso da razão. Dessa maneira, no sentido de esclarecimento utilizado por Kant, somente a razão pode dar liberdade e autonomia ao homem.

QUESTÃO 79 Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá.

KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto a) assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa. b) garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra. c) opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal. d) materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios. e) permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Alternativa (C) [A falsa promessa de pagamento representada no texto] “opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal”. Immanuel Kant, em seus livros sobre ética, diz claramente que é um grande princípio o de que “toda ação do homem possa valer como norma universal”. Explicando melhor: de acordo com Kant, toda ação humana dever ser pautada na reflexão de que a ação de cada um(a) deve ser tão boa e tão ética de modo que ela possa valer, como princípio e prática, para todos os seres humanos. E por que Kant parte do indivíduo para o todo? Porque é em cada pessoa que residem valores e normas. O que uma pessoa não quer para si ela também não deve querer para os outros. O que ela não quer que pratiquem contra ela, também ela não deve praticar contra quem quer que seja. E o que quer para si (o bem) ela deve querer e praticar em relação a todos os outros. Portanto, a ação de cada pessoa deve ser tal que possa valer como norma (regra) universal (comum a todos).

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QUESTÃO 80

Hume – de onde vêm as ideias? Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar.

HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995. Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação. b) o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível. c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso. d) os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória. e) as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O britânico David Hume, um filósofo empirista, afirmava que os conteúdos intelectuais do homem têm origem na experiência, e que as ideias compostas são originadas da combinação das ideias simples.

QUESTÃO 81 Texto I

Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.

DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. Texto II

Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.

HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado). Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os autores possuem opiniões divergentes no que tange à natureza do conhecimento humano. Para Descartes, os sentidos não são confiáveis e a formação do conhecimento humano só pode ser baseada na razão; já para o filósofo, historiador e ensaísta escocês David Hume (1711-1776), eram os sentidos que determinavam o conhecimento, e as “impressões” eram mais fortes que os pensamentos e ideias.

QUESTÃO 82 Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e, impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.

CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2 n. 4, 2004 (adaptado).

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Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os pensadores Descartes e Bacon e os iluministas valorizam a razão como meio de libertação do homem, não somente das leis da igreja, mas também as leis da natureza. Nesse sentido, a ciência surge como meio de conhecer e dominar a natureza, e se torna principal meio para se chegar à razão e ao progresso humano. TEXTO I

Cidadão Tá vendo aquele edifício, moço? Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele pronto Olho pra cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado “Tu tá aí admirado Ou tá querendo roubar?" Meu domingo tá perdido Vou pra casa entristecido Dá vontade de beber E pra aumentar meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer.

BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento).

TEXTO II O mais trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor.

MARX, K. Manuscritos econômicos (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado).

QUESTÃO 83 Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é a) baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por novos postos

de emprego. b) fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da produção de bens

e serviços. c) estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata. d) instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária. e) derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Mais-valia é uma expressão do âmbito da Economia, criada por Karl Marx, que significa parte do valor da força de trabalho dispendida por um determinado trabalhador na produção e que não é remunerado pelo patrão. Também pode ser classificada como o excesso de receita em relação às despesas. A força de trabalho de um trabalhador (considerada também como uma mercadoria por Marx) possui o mesmo valor que o tempo que o trabalhador precisa para produzir o suficiente para receber o seu salário e garantir a subsistência da sua família. Apesar disso, muitas vezes, o valor desse tempo é menor que a quantidade de força de trabalho total. A diferença entre esses dois valores é conhecida como mais-valia. Essa teoria marxista é uma clara crítica em relação ao capitalismo, indicando a exploração capitalista dos trabalhadores, pois os salários pagos eram uma pequena porcentagem do valor equivalente ao que era produzido. Esta teoria foi usada por vários membros do proletariado com o objetivo de receberem melhores salários. Pode também ser qualificada como a diferença entre o salário recebido por um funcionário e o valor do trabalho que produziu. Em um sentido não relacionado com a Economia, mais-valia pode indicar algo ou alguém que é valioso, representando uma vantagem. Ex: Ele é um excelente jogador, é uma verdadeira mais-valia para o seu time.

QUESTÃO 84 As relações sociais, produzidas a partir da expansão do mercado capitalista ― e o sistema de fábrica é seu “estágio superior" ―, tornaram possível o desenvolvimento de uma determinada tecnologia, isto é, aquela que supõe a priori a expropriação dos saberes daqueles que participam do processo de trabalho. Nesse sentido, foi no sistema de fábrica que uma dada tecnologia pôde se impor, não apenas como instrumento para incrementar a produtividade do trabalho, mas, muito principalmente, como instrumento para controlar, disciplinar e hierarquizar esse processo de trabalho.

DECCA, E. S. O Nascimento das Fábricas. São Paulo: Brasiliense, 1986 (fragmento). Mais do que trocar ferramentas pela utilização de máquinas, o capitalismo, por meio do “sistema de fábrica", expropriou o trabalhador do seu “saber fazer", provocando, assim, a) a desestruturação de atividades lucrativas praticadas pelos artesãos ingleses desde a Baixa Idade Média. b) a divisão e a hierarquização do processo laboral, que ocasionaram o distanciamento do trabalhador do seu

produto final. c) o movimento dos trabalhadores das áreas urbanas em direção às rurais, devido à escassez de postos de

trabalho nas fábricas. d) a organização de grupos familiares em galpões para elaboração e execução de manufaturas que seriam

comercializadas. e) a associação da figura do trabalhador à do assalariado, fato que favorecia a valorização do seu trabalho e a

inserção no processo fabril. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Com a especialização do trabalho, o colaborador/operador não está familiarizado com todas as etapas do processo.

QUESTÃO 85 O mercado tende a gerir e regulamentar todas as atividades humanas. Até há pouco, certos campos — cultura, esporte, religião — ficavam fora do seu alcance. Agora, são absorvidos pela esfera do mercado. Os governos confiam cada vez mais nele (abandono dos setores de Estado, privatizações).

RAMONET, I. Guerras do século XXI: novos temores e novas ameaças. Petrópolis: Vozes, 2003. No texto, é apresentada uma lógica que constitui uma característica central do seguinte sistema socioeconômico: a) Socialismo. b) Feudalismo. c) Capitalismo. d) Anarquismo. e) Comunitarismo. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto descreve o modelo liberal clássico. Como o liberalismo é a base do capitalismo, não resta dúvidas sobre qual alternativa é a correta.

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QUESTÃO 86

Tendo como referência os condicionantes históricos do entreguerras, as medidas governamentais descritas objetivavam a) flexibilizar as regras do mercado financeiro. b) fortalecer o sistema de tributação regressiva. c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia. d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical. e) recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O new deal é uma consequência das crises econômicas de 1907 e 1929, sendo caracterizado pela intervenção estatal na economia.

QUESTÃO 87 TEXTO I

TEXTO II A eleição dos novos bens, ou melhor, de novas formas de se conceber a condição do patrimônio cultural nacional, também permite que diferentes grupos sociais, utilizando as leis do Estado e o apoio de especialistas, revejam as imagens e alegorias do seu passado, do que querem guardar e definir como próprio e identitário.

ABREU, M.; SOIHET, R.; GONTIJO, R. (Org.). Cultura política e leituras do passado: historiografia e ensino de história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

O texto chama a atenção para a importância da proteção de bens que, como aquele apresentado na imagem, se identificam como a) artefatos sagrados. b) heranças materiais. c) objetos arqueológicos. d) peças comercializáveis. e) conhecimentos tradicionais. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Questão de um tema muito querido pelo INEP e sempre presente no ENEM: Patrimônio histórico, natural e cultural. O patrimônio cultural pode ser material ou imaterial. Materiais são artefatos arqueológicos ou arquitetônicos, e os imateriais são os conhecimentos tradicionais de um povo, como receitas culinárias, danças e artesanato. A produção de um instrumento musical artesanalmente faz parte do patrimônio cultural imaterial de um povo.

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QUESTÃO 88 Texto I Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como “os brasis”, ou “gente Brasília” e, ocasionalmente no século XVII, o termo “brasileiro” era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos “negro da terra” e “índios” eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.

SCHWARTZ, S. B. Gente da terra brasiliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000 (Adaptado).

Texto II

Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte preconceito para com o outro, um indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por dominar da mesma forma povos tão díspares quanto os tupinambás e os astecas.

SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: contexto, 2005. Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladores da a) concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado. b) percepção de uma ancestralidade comum as populações ameríndias. c) compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados. d) transposição direta das categorias originadas do imaginário medieval. e) visão utópica configurada a partir de fantasias de riqueza. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Uma questão clássica no ENEM: interdisciplinar entre história e sociologia. Envolve a ideia de cultura e etnocentrismo que é a visão de superioridade de um grupo cultural sobre o outro. Os europeus tinham uma visão de superioridade sobre os nativos das Américas, que denominamos eurocentrismo.

QUESTÃO 89 Penso, pois, que o Carnaval põe o Brasil de ponta-cabeça. Num país onde a liberdade é privilégio de uns poucos e é sempre lida por seu lado legal e cívico, a festa abre nossa vida a uma liberdade sensual, nisso que o mundo burguês chama de libertinagem. Dando livre passagem ao corpo, o Carnaval destitui posicionamentos sociais fixos e rígidos, permitindo a "fantasia", que inventa novas identidades e dá uma enorme elasticidade a todos os papéis sociais reguladores.

DAMATTA, R. O que o Carnaval diz do Brasil. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 29 fev. 2012. Ressaltando os seus aspectos simbólicos, a abordagem apresentada associa o Carnaval ao(à) a) inversão de regras e rotinas estabelecidas. b) reprodução das hierarquias de poder existentes. c) submissão das classes populares ao poder das elites. d) proibição da expressão coletiva dos anseios de cada grupo. e) consagração dos aspectos autoritários da sociedade brasileira. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os sociólogos consideram que o Carnaval é uma das mais importantes manifestações da cultura popular brasileira. A festa carnavalesca permite que papéis sociais sejam invertidos; contudo, essa inversão da vida diária não se sustenta para além do período carnavalesco. Tem-se ainda um entendimento que o carnaval pode ser utilizado como instrumento de protesto.

QUESTÃO 90 Um volume imenso de pesquisas tem sido produzido para tentar avaliar os efeitos dos programas de televisão. A maioria desses estudos diz respeito a crianças - o que é bastante compreensível pela quantidade de tempo que elas passam em frente ao aparelho e pelas possíveis implicações desse comportamento para a socialização. Dois dos tópicos mais pesquisados são o impacto da televisão no âmbito do crime e da violência e a natureza das notícias exibidas na televisão.

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.

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O texto indica que existe uma significava produção científica sobre os impactos socioculturais da televisão na vida do ser humano. E as crianças, em particular, são as mais vulneráveis a essas influências, porque a) codificam informações transmitidas nos programas infantis por meio da observação. b) adquirem conhecimentos variados que incentivam o processo de interação social. c) interiorizam padrões de comportamento e papéis sociais com menor visão crítica. d) observam formas de convivência social baseadas na tolerância e no respeito. e) apreendem modelos de sociedade pautados na observância das leis. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os programas de televisão agem como orientadores de comportamento nas crianças. Sua influência pode atingir resultados muito negativos, dependendo do conteúdo da propaganda e de suas mensagens. Uma vez que as crianças ainda não desenvolveram senso crítico e capacidade reflexiva necessária para garantir sua autonomia de decisões e protegê-las da vulnerabilidade de seu estado infantil, a propaganda voltada para elas deve ser fiscalizada ou, como em alguns países, proibida.

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