A Comarca, n.º 383 (18 de abril de 2012)

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    2012.04.18

    Dr. Rui Rochano defende

    encerramentodo tribunal

    deFigueir

    "a expresso da nossa terra" a expresso da nossa terra" a expresso da nossa terra" a expresso da nossa terra" a expresso da nossa terra"

    Fundador: Maral Pires-TeixeiraDirector: Henrique Pires-TeixeiraDirector-Adjunto: Valdemar Alves

    SEDE E ADMINISTRAO:Rua Dr. Antnio Jos de Almeida, 41

    3260 - 420 Figueir dos Vinhos

    E-MAIL: [email protected] | Telef.: 236 553 669 | Fax : 236 553 692

    DAS COMUNIDADES DO PINHAL INTERIOR NORTE

    PORTEPAGO

    N. 38318 DE ABRIL2012

    Ano XXXVI2. SRIEBimensal1,00 Euros(IVAINCLUIDO)

    PUBLICAESPERIDICAS

    AUTORIZADO A CIRCULAREM INVLUCRO FECHADODE PLSTICO OU PAPEL

    PODE ABRIR-SE PARAVERIFICAO POSTAL

    TAXA PAGAPORTUGAL

    CCE TAVEIRO

    CUMPRIMENTCUMPRIMENTCUMPRIMENTCUMPRIMENTCUMPRIMENTO E CASTIGOO E CASTIGOO E CASTIGOO E CASTIGOO E CASTIGO

    Pg. 2

    PPPPPAMPILHOSA DAMPILHOSA DAMPILHOSA DAMPILHOSA DAMPILHOSA DA SERRAA SERRAA SERRAA SERRAA SERRA Pg. 3

    AREGA: MINISTRO INAUGURAAMPLIAO DO LAR

    TORNEIO CARLOS DAVIDTROUXE GRANDES

    PORTUGUESESA PEDRGO GRANDE

    POLMICA - ENCERRAMENTODE TRIBUNAIS

    EDIL DE ANSIO RESPONDE A ESTE JORNAL

    ltima pgina

    O caderno especial que se publica

    constitui uma sntese notvel de

    divulgao de vrias religies e resulta

    de uma adaptao feita pelo Dr. TZ

    Silva das cinco conferncias dadas

    pelo prprio sobre a matria. Ainsero no jornal est feita de modo a

    poder ser destacado com plena

    autonomia e assim conservado tal

    como pedido por inmeros leitores.

    ACADMICA JUSTA VENCEDORA Pg. 23

    Pg. 5

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    2012.04.182 PGINA DOISPGINA DOISPGINA DOISPGINA DOISPGINA DOIS

    MARIA ELVIRA PIRES-TEIXEIRA

    Nossos filhos de outros paisR ZES

    enho tido a felicidade defazer meus muitos dosamigos dos meus filhos.Amigos originados na

    idade escolar ou pr-escolar,amigos da tropa, colegas de

    trabalhoenfim, amigos. Eamigas. , pois, com muitasatisfao que percebo que nonos esquecemos uns dosoutros apesar da fria do tempoque corre e da distncia quenos separa. Desta vez, fuisurpreendida por um artigo narevista de domingo do jornal OCorreio da Manh onde onosso amigo Marques, com-

    Tpanheiro do meu filho Maralna guerra do ultramar, emMarara, Tete, Moambique,exalta a amizade pela famliaPires-Teixeira que o acolheu emNampula, em tempos de guerra.

    Marques foi um dos muitosrapazes que adoptmos nanossa concha familiar, muitoeducado, alegre, afectuoso etrabalhador. Fiquei rendida aocarinho que ele imprimiu nasconsideraes que me fez comopessoa. Mui to obrigad a,querido amigo Marques, muitoobrigada a todos os que lerama notcia e se fizeram ouvir ou

    ler, com igual satisfao. Parao Marques e para os outrosrapazes desse tempo que nsacolhemos, vai um grandeabrao com muita amizade. Namemria fica, tambm, a certeza

    de que vos amenizmos osofrimento de estarem a viveruma guerra sem sentido quevocs no pediram mas que asofreram na pele, uma guerrade irmos, fosse qual fosse acor, com tanto sofrimento,noites de pesadelos, tantaangstia e tantas lgrimas.

    Abenoados sejam nossosfilhos de outros pais.

    VALDEMAR ALVESDEVESABONS EXEMPLOS

    o passado dia 13, sexta-feira, desloquei-me lindavila de Gis, Capital doCeira, no sentido de parti-

    cipar na Assembleia Intermunici-

    pal da Comunidade Intermunicipaldo Pinhal Interior Norte (CIMPIN),na qualidade de Deputado Inter-municipal.

    Claro que aproveitei, j que alino ia h uns anitos, para visitar ocentro histrico. Maravilha! Bemconservado e com muito bom gos-to! E pelo que me apercebi, conti-nua a ser uma das preocupaesda senhora Presidente Lurdes Cas-tanheira, que acolheu magnifica-mente todos quanto participaramna Assembleia Intermunicipal.

    Aps a apreciao do relatrioe contas da CIMPIN, aprovadaspor unanimidade, no deixei de in-

    tervir apresentando algumas su-gestes de futuro administraoda Comunidade. Tambm elogiei asua gesto, que considero magn-fica. Foi realizada com uma eficciacapaz de provocar inveja ao Go-verno da Nao, que certamenteno faria melhor que o executivopresidido por Joo Marques, tam-bm Presidente da Cmara Muni-cipal de Pedrgo Grande. A ttulode exemplo, foi conseguida umaconteno de custos usando efi-cazmente a escala, ao estabeleceruma central de compras e uma bol-sa de seguros comum aos 14 muni-cpios que compem a CIMPIN.

    Sou pedroguense, tenho vaida-

    de nos meus conterrneos que, emcargos de administrao, nas maisdiversas instituies tm uma acti-

    vidade gestionria de sucesso, con-seguem uma fantstica engenhariafinanceira de resultados positivosque demonstram trabalho rduo,honestidade e competncia. o

    caso da CIMPIN que j referi, bemcomo da Santa Casa da Misericr-dia de Pedrgo Grande, igualmen-te sob a tutela de Joo Marques.

    As contas dos Bombeiros dePedrgo Grande e da sua parceiraPetroensino (detentora da EscolaProfissional) finalmente deramsaldo positivo em 2011. Em ambosos casos a administrao pedro-guense, sob a batuta do mdicoCarlos David Henriques.

    O jurista Antnio Toms Cor-reia, um autntico engenheiro fi-nanceiro, apresentou, nas contasdo banco Montepio Geral, um lucrosuperior a setenta milhes de

    euros. E a esta gesto de benstangveis, possvel somar aindaos valiosos resultados do bem-fazer que este pedroguenseefectua sem olhar a quem.

    A estes exemplos podemos cer-tamente juntar as melhores ges-tes empresariais de tantos outrosped rogue nses , atend endo quePedrgo Grande tem por essepas fora, e at no estrangeiro, em-presrios de sucesso. Mas estesso trs exemplos particulares detrabalho em prol do seu semelhan-te que conheo de perto, por saberdirectamente os resultados aoparticipar nas assembleias que osaprovaram. H bons exemplos de

    liderana e de gesto em Portugal.E so estes exemplos que impulsi-onaro Portugal.

    N

    Desde 1999 que o concelho deFigueir dos Vinhos realiza o con-curso Figueir Florido, de formaa celebrar a chegada da primavera.Assim, todos os anos pelas jane-las, varandas e jardins do concel-ho, promove-se a manuteno dos

    CHEGADA DA PRIMAVERA PROMOVECONCURSO PARA FLORIR FIGUEIR

    FIGUEIR DOS VINHOS

    espaos verdes, apelando suaconservao e tornando o con-celho mais agradvel vista.

    O concurso, que todos os anosregista grande adeso, j temas suas inscries abertas atao dia 11 de maio, e podem ser

    feitas no Posto de Turismo ouem qualquer junta de freguesiado concelho. A apreciao dojri ser feira entres os dias 17 e18 de maio, sendo a entrega dosprmios durante as Festas doConcelho no Jardim Municipal.

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    2012.04.18REGIOREGIOREGIOREGIOREGIO 3

    No passado dia 10 deAbril comemorrou-se oFeriado Municipal daPampilhosa da Serra, quecontou com a presena doSecretrio de Estado daAdministrao Local eReforma AdministrativaEng. Paulo Jlio, o Presi-dente da Cmara Jos BritoDias e o Presidente daCCDRC Joaquim NorbertoPires da Silva.

    Do campo cientifico con-tou com a presena do Rei-tor da Universidade deAveiro, Prof. Dr. ManuelAntnio de Assuno, doVice Reitor da UA ProfessorJos Alberto Rafael, doDirector do IT/UA Profes-sor Jos Neves, da Presi-dente da Comisso de Ges-to da Fbrica ProfessoraIvonne Delgadillo.

    Nesta comemorao, en-tre outros momentos, foiinaugurado mais um equi-pamento cientfico, o Teles-cpio Solar, e apresentadoo projecto europeu Han-

    ds-on Universe.A Universidade de Avei-

    ro, o Instituto de Telecomu-nicaes e a Fbrica CentroCincia Viva de Aveiro as-sociam-se Cmara Muni-cipal da Pampilhosa daSerra nas comemoraesdo feriado municipal destavila no mbito das parceriasestabelecidas para desen-volvimento de trabalho ci-entfico na rea das cinci-as do espao, bem como decandidatura elaborada peloMunicpio ao Programa deRegenerao Urbana, na sua

    componente astronomia.Por outro lado, o Institu-to de Telecomunicaesplo da Universidade deAveiro, atravs da coorde-nao do Doutor DomingosBarbosa, tem vindo a de-senvolver trabalho de in-vestigao na monitoriza-o do fundo da radiaocsmica do Universo, e tes-te de tecnologia aplicada stelecomunicaes. Estetrabalho originou a instala-o de um radio telescpiocom 9 metros de dimetro,que foi inaugurado no anopassado.

    Alm desta, a aquisiode dois telescpios port-

    CUMPRIMENTO... E CASTIGO

    PAMPILHOSA DA SERRA - 10 DE ABRIL, DIA DO CONCELHO

    teis para observao de cunoturno e a instalao deum telescpio solar, que aautarquia Pampilhosenseadquiriu no mbito da can-didatura PRU, componentede astronomia, fazem comque este concelho marqueem definitivo a sua presen-a no conhecimento cient-fico no mbito das cincias

    espaciais.A par da radio antena ser

    em breve instalada outracom o apoio do Centro deEstudos Geoespaciais daUniversidade do Porto, esob a orientao do DoutorDalmiro Maia, que vai per-mitir fazer estudos na reada Fsica Solar.

    Neste dia 10 de Abril foi da-do a conhecer atravs da asso-ciao NUCLIO, no mbito doprojeto europeu Hands-onUniverse, um segundo ra-dio telescpio de 3 metrosde dimetro, que pretende

    conectar as salas de aula Via Lctea. Este projetoenvolve formao de profes-sores e atravs das novastecnologias de informao,bem como os alunos dasescolas que podero utilizaro radio telescpio paramonitorizao do espao.

    O trabalho desenvolvidonos ltimos anos no concel-ho da Pampilhosa da Serraenvolve projetos de inves-tigao, liderados pelo IT/UA, na rea da radio astro-nomia, utilizando diversosequipamentos instaladospara o efeito e envolve ain-

    da o projeto de divulgaode cincia Cientistas na

    Serra, liderado pela F-brica de Cincia Viva deAveiro, com coordenaodo Dr. Pedro Pombo.

    No mbito desta parceriaapadrinhada pelo MAISCENTRO, desenvolveu-seum programa anual de pro-moo da cultura cientficae tecnolgica, neste ano fo-ram realizadas 33 ativida-

    des em 44 sesses nasquais foram envolvidos1195 participantes.

    Autarca reala

    preocupaes da

    populao

    Em dia de comemoraodo 704 aniversrio da au-tonomia da Pampilhosa oMunicpio distinguiu pes-soas e instituies do con-celho - das quais daremosespecial destaque na pr-xima edio.

    Depois de referir os pro-jetos a inaugurar durante odia - Acessos Zona En-volvente Escola de Pam-pilhosa da Serra, Rede deFibra tica, Rede Wireless/Guest, Rede escolar de In-fraestruturas Tecnolgicase a Componente de Astro-nomia da Ludoteca Criativa(inauguraes com desta-que na prxima edio)

    Mas, o momento tam-bm de preocu pa es eno pode valer tudo,principalmente face a umconcelho que cumpre asobrigaes e paga atempa-damente - afirmou Jos

    Brito. O Municpio de Pam-pilhosa, que honra todos os

    seus compromissos, obser-va todas as suas obriga-es, no tem responsabili-dades em atraso, sente que,em lugar de ser premiada porisso, ao invs castigadacomo qualquer infractor.Aproveitando a presenado Secretrio de Estado daAdministrao Local e Re-forma Administrativa, Pau-

    lo Jlio, o Edil exps algunsproblemas do seu concelho.

    Durante a sua interven-o Jos Brito afirmou quedadas as condies atuais,parece que se est a dizerclaramente aos pampilho-senses que deixam de teracesso justia.

    Outra preocupao do au-tarca prende-se com o acessoao sinal de televiso, afirman-do que por erro gravssi-mo do concurso lanadopela ANACOM, que deve-ria ter garantido em sinaldigital terrestre o que existia

    em sinal analgico, mais de50% deste concelho fiquesem televiso.

    Em resposta, Paulo Jlioreferiu que um dos proble-mas mais graves de Portu-gal a existncia de ns eeles, sempre em constanteconflito. Ns somos sem-pre magnficos, o problemaest sempre com o eleseste o problema de Por-tugal, h muitos ns emuitos eles isto comealogo com as administraespblicas, entre a central e alocal, passando por quem responsvel pelo nvel

    regional. Com estas dico-tomias temos vindo, cada

    vez mais, a cavar o proble-ma. No entanto, para fazerface a este problema, adi-

    antou que est j no terrenouma comisso avaliativados servios pblicos emtodo o territrio. umaequipa constituda por qua-tro secretrios de estadocom trs objetivos funda-mentais: fazer o mapeamen-to e o levantamento de toda

    76 anos ao76 anos ao76 anos ao76 anos ao76 anos aoSerSerSerSerServio davio davio davio davio daHotelariaHotelariaHotelariaHotelariaHotelaria

    a oferta de servios pbli-cos existentes em Portugal;levar a conselho de minis-

    tros uma proposta de umaviso integrada desta redede servios pblicos, paraque estes no findem sem-pre no mesmo territrio; e aidentificao de duplicaode funes entre a adminis-trao central e a adminis-trao local.

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    2012.04.184 REGIO -REGIO -REGIO -REGIO -REGIO - PPPPPAMPILHOSA DAMPILHOSA DAMPILHOSA DAMPILHOSA DAMPILHOSA DA SERRAA SERRAA SERRAA SERRAA SERRA

    DIAS 5 E 6 DE OUTUBRO

    MUNICPIO APOIA O 3CONGRESSO PAMPILHOSENSE

    O Centro de BTT de Pam-pilhosa da Serra foi inaugu-rado no passado dia 14 deAbril. A infra-estrutura,desportiva e turstica osegundo centro de BTT dopa s hom ologa do pe laFederao Portuguesa deCiclismo.

    O Centro de BTT de Pam-pilhosa da Serra, instaladoem Casal da Lapa, temquatro trilhos ciclveis comoutros tantos nveis de

    dificuldade, totalizando 122quilmetros devidamentesinalizados. Os percursospermit em aos vis ita nte sconhecer Aldeias do Xistoe reas naturais protegidas.

    Alm dos trilhos cicl-veis, o Centro BTT de Pam-pilhosa da Serra conta com

    todos os edifcios e equipa-mentos de apoio necessrios,como o caso dos balneri-os, sanitrios e estao deservio para bicicletas.

    A Federao Portuguesade Ciclismo certifica os cen-tros de ciclismo que solici-tem homologao desde

    que estes cumpram todosos critrios de seguranae de qualidade. o Casodo Centro de BTT de Pam-pilhosa da Serra, este s-bado inaug urado, e doCentro de BTT da Batalha,que abriu no dia 25 deMaro.

    O Villa Pampilhosa Hotel,unidade de quatro estrelasna Pampilhosa da Serra,cuja abertura est previstapara o prximo ms de Jun-ho, espera uma ocupao arondar os 35% ao longo doseu primeiro ano de activi-dade, revelou ao Turisver.com Alexandra Olivena,directora-geral do hotel.

    Neste primeiro ano deactividade, perspectivamosuma taxa de ocupao arondar os 35%, afirmou aresponsvel ao site www.

    turisver.com, explicando quea unidade pretende atrairtodo o tipo de hspedes ede todos os mercados.

    De acordo com a respon-svel, o facto de na zonada Pampilhosa da Serra noexistir uma grande ofertahoteleira, nomeadamenteda mesma categoria queesta unidade, levou a queo empresrio Rui Olivena,administrador da Macorlux,decidisse apostar nesta uni-dade hoteleira, que resultade um investimento de maisde 4,5 milhes de euros.

    O facto de no haver umaunidade hoteleira de qualida-de semelhante, foi uma das

    INAUGURADO O CENTRO DE BTT

    2 HOMOLOGADO NO PAS...

    ESPERA 35% OCUPAO NO PRIMEIRO ANO

    VILLA PAMPILHOSA HOTEL...

    principais motivaes que le-varam construo do Villa

    Pampilhosa Hotel. Paralela-mente a isto, o grande espri-to empreendedor e os laosafectivos que ligam o Sr. RuiOlivena, promotor do ho-tel, vila de Pampilhosa daSerra, levaram-no a investirna sua terra, querendo destaforma contribuir para o seudesenvolvimento, explicouAlexandra Olivena.

    Pela sua localizao, o VillaPampilhosa Hotel conta vir aoferecer algumas actividadese programas direccionadospara o turismo de natureza,estando tambm em contactocom operadores tursticoscom vista sua promoo ecomercializao.

    Por enquanto, revelouainda Alexandra Olivena,a promoo do hotel est aser realizada atravs do si-te oficial, alojado na mora-da www.villapampilhosahotel.com, bem como peloFacebook.

    ENCONTROS

    DEALDEIASNo culminar dosegundo ciclo dosEncontros de Aldeia,realizado ao abrigo doPrograma deInterveno Cvica dePampilhosa da Serra,resultante de umacandidatura aprovadano mbito daregenerao urbana aoPrograma Operacional

    Regional do Centro(Mais Centro), a CmaraMunicipal dePampilhosa da Serra irorganizar o Encontro deVila - Mostra dasFreguesias.Estes encontrosreforaram amobilizao dapopulao na definioe concretizao deaes adequadas,inovadoras eestruturantes para asFreguesias e para oConcelho dePampilhosa da Serra. Osucesso dos Encontrosde Aldeia na mobili-zao da cidadania e aspreocupaesdemonstradas pelaspopulaes ordenam arealizao de umencontro final, em quetodas as freguesias soconvidadas a participare a mostrar o seu melhor gastronomia e cultura.Este encontro realizar-se- no dia 29 de abrilde 2012, s 14h00, noEdifcio MonsenhorNunes Pereira,

    Pampilhosa da Serra.Venha participar nestemomento privilegiadode valorizao doConcelho!

    Tlm: 917 198 927 * Telf.: 236 553 470

    Rua Dr. Antnio Jos de Almeida, n 12 - 1. Esq.3260 - 420 FIGUEIR DOS VINHOS

    O 3. Congresso Pampilhosense, com realizaoprevista para os dias 5 e 6 de Outubro, vai contar com oapoio do Municpio de Pampilhosa da Serra.

    A garantia foi prestada pelo municpio pampilhosensea Joo Ramos, presidente da comisso organizadora doevento, no seguimento de uma reunio na qual estedirigente regionalista apresentou oficialmente autarquiaas linhas mestras da 3. edio do congresso organizadopela Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra.

    A relevncia dos assuntos que vo ser discutidos no

    3. Congresso Pampilhosense, referentes aos principaisproblemas com que se debatem as associaes, pesaramassim na deciso de um municpio que, para alm de dezFreguesias, encerra no seu territrio mais de uma centenade associaes de direito privado sem fins lucrativos.

    Para alm do apoio logstico e material a prestar pelaautarquia liderada pelo edil Jos Brito, o congresso arealizar em Outubro vai contar igualmente com acolaborao da Universidade Lusfona que a curto prazovai iniciar o seu trabalho de investigao junto das asso-ciaes pampilhosenses. Assim, prev-se a deslocaode alguns investigadores ao concelho de Pampilhosa daSerra com vista tomada do pulso da extensa e diversi-ficada realidade associativa, maioritariamente compostapor coletividades regionalistas.

    Entretanto, prossegue a bom ritmo o trabalhodesenvolvido pela comisso organizadora do congresso,a qual j conta inclusivamente com alguns pedidos de

    inscrio. Vrios oradores confirmaram entretanto a suaparticipao no 3. Congresso Pampilhosense, tal comodiversas associaes j manifestaram a suadisponibilidade para colaborarem na Mostra dasAssociaes e na exposio fotogrfica que vo decorrerparalelamente ao evento.

    Apesar da conjuntura financeira que se atravessa, acomisso organizadora deposita grandes esperanas naadeso dos pampilhosenses e dirigentes associativos aocongresso, estando a reunir todos os esforos no sentidode apresentar um ambicioso programa de discusso,debate e partilha de conhecimentos que possam levar auma melhoria na forma como as associaes pampilho-senses desenvolvem o seu trabalho dirio. Para aorganizao, o 3. Congresso Pampilhosense pretendecontribuir decisivamente para ultrapassar a apelidadacrise do associativismo por que atravessam todas as

    associaes, ao mesmo tempo que procura obter pistassobre a forma como realizar uma gesto simultaneamentemais eficiente e mais eficaz dos recursos destas entidades.

    Os interessados em participar no congresso poderodesde j efetuar a sua pr-inscrio pela Internet, atravsdo stio www.congressopampilhosense.org.

    Rua Luis Quaresma, 8 - 1.Tel. 236 552 286FIGUEIR DOS VINHOS

    EDUARDOFERNANDES

    ADVOGADO

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    2012.04.18REGIO -REGIO -REGIO -REGIO -REGIO - FIGUEIR DOS VINHOSFIGUEIR DOS VINHOSFIGUEIR DOS VINHOSFIGUEIR DOS VINHOSFIGUEIR DOS VINHOS 5

    MINISTRO INAUGUROU AMPLIAO DE LAR DE IDOSOS E CENTRO DE DIA

    AREGA - FIGUEIR DOS VINHOS

    A Comisso deMelhoramentos e ApoioSocial da Freguesia deArega, no concelho deFigueir dos Vinhos,inaugurou na passadatera-feira, dia 17 deAbril, as obras deampliao do Lar deIdosos e Centro de Dia.

    O ministro da Solidarie-dade e da Segurana Social,Pedro Mota Soares, pre-sidiu inaugurao destaobra que representa uminvestimento superior a 812mil euros, apoiados emcerca de 320 mil euros peloPrograma de Alargamentoda Rede de EquipamentosSociais (PARES).

    Jacinto Baio, presidenteda direo desta coletivida-de, realou a importnciado Programa Pares para eexecuo desta obra. Deseguida, lembrou ao minis-tro da Solidariedade e Se-gurana Social que sem po-

    lticas que fixem as popula-es estes investimentospodem ter os dias conta-dos. No podemos deixarde manifestar a nossa preo-cupao quanto ao futurodesta e de outras institui-es face desertificaoque se verifica no interiordo pas, pois corremos orisco de ficar sem habi-tantes e sem eles no have-r utentes, principalmentede apoio domicilirio. Estainstituio sem dvidauma mais-valia pois tem co-mo misso proporcionaraos idosos uma melhorqualidade de vida, almdisso uma das emprega-doras do concelho pelo queassim gostaramos que con-tinuasse por muitos anos.

    Visivelmente emocio-nado, Jacinto Baio ter-minou realando a impor-tncia da instituio paratoda a freguesia de Arega,considerando-a como Umamais-valia que tem co-mo misso proporcionaraos idosos uma melhorqualidade de vida, almdisso, uma das maioresempregadoras do concel-

    ho, pelo que gostaramosque assim continuasse por

    muitos anos concluiu.Para Rui Silva, presidente

    da autarquia de Figueirdos Vinhos, esta insti-tuio dignifica Arega,Figueir dos Vinhos, oPinhal Interior Norte e ato pas. O Autarca mos-trou-se satisfeito comampliao desta unidade eaproveitou para dar aoconhecer ao ministro, que

    existem outras instituies- na rea do Social - no con-celho, como o caso daSanta Casa da Misericr-dia, que apostam na diver-sidade. Adiantou a possi-bilidade de vir a ser criadoum Centro de Reabilitaopara toxicodependentes, oCAIS - Centro de Acolhi-mento e Integrao Social- numa parceria com a SantaCasa de Figueir dos Vin-hos. Temos j uma peque-na quinta, temos edifcios,temos projeto e queremosavan-ar com ele, assimcomo com o Lar para doen-tes de Alzheimer, tendo aSanta Casa j terreno eprojeto para tal - afirmouRui Silva que aproveitoupara agradecer a atitude ecoragem do ministro daSolidariedade e da Segu-rana Social em ter aumen-tado, ainda de forma ligeira,os montantes dos acordosde colaborao com asinstituies sociais.

    Quanto ao ministro daSolidariedade e SeguranaSocial, Pedro Mota Soares,referiu que o Governo es-t apostado em construir

    com as instituies sociaisum novo paradigma de

    apoio social, tendo, deseguida, elencado as prin-cipais medidas implemen-tadas pelo seu Ministrionos ltimos meses, nomea-damente, a inteno de criarpa rce rias com as aut ar -quias e instituies sociaisna definio do trabalhocomunitrio que deve serprestado pelos Benefici -rios do Rendimento Social

    de Insero (RSI).

    Equipamento apoia

    mais de uma centena

    de utentes

    Pretende-se assim ga-rantir o acompanhamento, afiscalizao e a atribuiodesta prestao. Os bene-ficirios devem poder pres-tar trabalhos que sejam tan-to extremamente necess-rios como atividades uteiss comunidades. Ns agoraqueremos estabelecer mui-tos protocolos com as C-

    maras Municipais, com asJuntas de Freguesia e comas Instituies Sociais, poiselas percebem muito bem,tem uma noo muito efe-tiva do que socialmentetil a estas mesmas comu-nidades e portanto sabemquais os trabalhos quedevem ser prestados.

    Quanto ao equipamentoque inaugurou em Arega,Pedro Mota Soares consi-derou-o como um bels-simo exemplo, investi-mento de referncia e umexemplo de excelncia.

    O Lar de Idosos e Centrode Dia de Arega est atu-

    almente a apoiar mais deuma centena de utentesnas valncias de Centro deDia, Centro Convvio,Apoio Domicilirio e Lar.As obras realizadas permiti-ram o alargamento da capa-cidade de resposta, em lar,

    em mais dez utentes. Poroutro lado, as alteraesefetuadas na legislaoatual permitiro que o laraumente a sua capacidadede oferta em mais dez porcento, albergando mais trspessoas, com o aumento de

    camas em trs quartos.Ainda assim, a capacidadecontinua a ficar aqum dasnecessidades, j que,segundo Jacinto Baio, ainstituio dispe de umalista de espera com cerca dequatro dezenas de inscritos

    esquerda, Jacinto Baio durante a sua emocinada inter-

    veno. Na mesa, o Preidente do Municpio Figueiroense,Rui Silva e o ministro Pedro Mota Soares. Em cima, oministro durante a visita, no momento em que a utente lhedizia: - faa alguma coisa por ns, sr. ministro...

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    2012.04.186 REGIOREGIOREGIOREGIOREGIO

    FERNANDO MANATAADVOGADO - Telm.: 917277096

    Rua Dr. Manuel Simes Barreiros, N 60 - R/C. 3260 - 424 FIGUEIR DOS VINHOSTelf./Fax: 236 551 095

    ANA LCIA MANATAADVOGADA - Telm.: 912724959

    JOS CARLOS LEITO

    ADVOGADO

    Rua Antnio Jos Almeida, 71

    3260 Figueir dos Vinhos

    - Telm.: 968 918 283

    O Municpio de PedrgoGrande est a promover aIV Viagem Snior, a rea-lizar dia 25 de Maio de 2012.

    O objetivo promover aconvivncia entre os pedro-guenses. Pretende-se que-brar o ciclo de solido e deisolamento que tantas vezesacompanha o quotidianodos idosos, fortalecendo asua auto estima e reconhe-cendo o seu contributo da-do sociedade.

    O passeio deste ano tertrs destinos. Da parte damanh ser visitado opar que temt ico Pia doUrso, na Batalha, sendoeste um espao reaprovei-tado, composto por paisa-gens atrativas e com espa-os interativos e ldicos. Oalmoo convvio entre osseniores pedroguenses se-r na Praia Fluvial de Olhosdgua, Nascentes de Alvi-ela (Alcanena), pois do-tada de parque de merendas,circuito de manuteno,entre outros. Da parte da

    tarde o parque BuddhaEden Garden ser o pontode passagem, onde sepode r observar um ex-

    tenso jardim oriental.No ato da ins crio

    obrigatrio a apresentaodo bilhete de identidade ou

    outro documento identific-ativo, at dia 11 de Maio,bem como, a entrega deuma cauo no valor de cin-

    co euros, que ser restitu-da a todos os presentes nodia 25 de Maio.

    Esta viagem destina-se a

    todos os seniores, maioresde 65 anos, residentes noconcelho de PedrgoGrande.

    O 1 Salo de Artedo Pinhal InteriorNorte (Pintura e

    outras tcnicas sobre

    tela) Miguel Leito

    de Andrada e a

    Lenda da Princesa

    PeraltaMiguel Leito deAndrada e a Lenda daPrincesa Peralta otema do 1 Salo de Arte

    do Pinhal Interior Norte,promovido pela Cmarade Pedrgo Grande.O 1 Salo de Arte DoPinhal Interior Norte uma mostraInternacional de Pinturaque se realiza na Vila dePedrgo Grande (Leiria Portugal) subordinadoao tema Miguel Leitode Andrada e a Lendada Princesa Peraltaaberto a todos oscidados, nacionais ouestrangeiros desde o dia12 de maro at ao dia

    31 de maio de 2012.A exposio serbaseada em obras depintura, a leo, acrlicoou outras tcnicas sobretela ou madeira.Cada artista podeparticipar com umnmero mximo de umaobra cujas dimensesno podero ultrapassaros 100x140cm (LxA). Asobras devem serentregues devidamentepreparadas com suporte,prontas a seremexpostas. Os suportesno devem ter materiais

    pontiagudos e/ousalientes.

    IV VIAGEM SNIOR A 25 DE MAIO

    PEDRGO GRANDEPEDRGO GRANDEPEDRGO GRANDEPEDRGO GRANDEPEDRGO GRANDE

    AQUABIKE PONTUVELPARA TAA DE PORTUGAL

    CASTCASTCASTCASTCASTANHEIRA DE PERAANHEIRA DE PERAANHEIRA DE PERAANHEIRA DE PERAANHEIRA DE PERA

    A Prazilndia Turismo e Ambiente, E.E.M. em conjuntocom a Federao de Triatlo Portugal realiza, no prximodia 29 de Abril de 2012, o segundo Aquabike, provapont uvel para o Taa de Port uga l PORt erra, umacompetio que certamente ser do agradado dos amantesdos grandes desafios.

    Esta 2 Prova de Aquabike ir proporcionar a todos umevento inesquecvel, que ter a partida instalada na Praiadas Rocas, um complexo de lazer, animao e divertimentosituado num lago com quase 1 km de extenso, bem nocorao de Castanheira de Pera e que inclui a maior piscinade ondas do pas.

    O segmento de natao (750 metros) arranca junto aoparedo e depois de 500 metros de natao os atletas sa-em da gua para correr 20 metros e entrarem na piscina deondas e ali cumprirem os cerca de 200 metros at ao final.

    O segmento de BTT ser disputado em linha numaextenso de 17Km, sempre em terra batida. Este segundo

    segmento da prova vai certamente marcar os participantes:por um lado, pela beleza da paisagem e, por outro, peloenorme desafio fsico que vai constituir, onde s os maisresistentes conseguem chegar ao Poos do Santo Antnioda Neve, a 1200m de altitude.

    BORDALO PINHEIRO NA CASA DO TEMPOCASTCASTCASTCASTCASTANHEIRA DE PERAANHEIRA DE PERAANHEIRA DE PERAANHEIRA DE PERAANHEIRA DE PERA

    Numa exposio patro-cinada pelo Museu BordaloPinheiro da Cmara Munici-pal de Lisboa, a Biblioteca

    Municipal apresenta naCasa do Tempo a Exposio"Rafael Bordalo Pinheiro" .Uma viagem ao homem,ceramista, pintor, crtico

    poltico e jornalista. Massobretudo um homem muito frente do seu tempo quenos legou um trabalho

    magnfico que agora a Casado Tempo apresenta a partirdo dia 25 de Abril.

    A Liberdade trazida pelarevoluo de Abril foi um

    dos ideais da Repblica e,quando falamos de liberda-de incontornvel falar deBordalo Pinheiro que pela

    sua crtica acutilante tor-nou-se uma figura intem-poral e por isso mesmo sem-pre atual.

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    2012.04.18 7ESPECIAL - COLABORAOESPECIAL - COLABORAOESPECIAL - COLABORAOESPECIAL - COLABORAOESPECIAL - COLABORAO

    JUDAISMO CRISTIANISMO ISLO HINDUISMO BUDISMO

    Este Caderno Especial faz parte integrante da edio 383 do jornal A Comarcade 18 de Abril de 2012, no podendo ser vendido separadamente.

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    2012.04.188 ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO - TZ SilvaQUEM DEUS?

    Que nome tem? Que nomes representam e significamF nos vrios cantos do mundo?

    Jav; Deus; Allah; Cristo; Brahman; Om; Nirvana;Paraso; Reino dos Cus; Alma; Anjos; Profetas; somuitas as denominaes ligadas ao mundo religioso.

    RELIGIO uma palavra de origem latina:a) Vem de relegere, que significa recolher, tratar com

    cuidado (em oposio de neglegere, deixar de lado,descuidar), porque o homem religioso zela, com o mximode empenho e profundo respeito, pelas coisas referentesao culto de Deus. Esta a etimologia que lhe d Ccero(106 43 a.C.: filsofo, orador, escritor, advogado e

    poltico romano).b) Outros autores, como Lactncio, S. Jernimo e S.

    Agostinho pensam que vem de religare, que significaligar, porque a religio tem, como base, os laos que unemo homem a Deus.

    O termo DEUS significa etimologicamente algo muitosimples: O Cu brilhante e no deixa de ser interessanteverificar como essa mesma palavra est presente na raizda principal divindade grega ZEUS, ou JUPITER (quesignifica literalmente o pai do cu). Deus ou Delos

    a luz que vem de cima.O homem, na sua singularidade mais genuna epro fun da, des tac a-s e de to da a nat ure za pel as sua scapacidades cognitivas, afectivas, estticas e religiosas. pouco provvel que qualquer outro animal possua a

    faculdade de se ligar ao sobrenatural transcendente, porexemplo, pela meditao, pelas atitudes de submisso,reverncia e adorao, atravs da orao.

    Estabelece-se uma relao do homem e divindade,atravs de cerimnias, louvando, invocando emanifestando sua gratido a Deus, estabelecendo destamaneira um contacto com o sagrado.

    Cada religio tem a sua essncia, o seu significado,estabelecendo um elo que liga a humanidade ao mundodivino.

    tambm atravs da religio que o homem buscarespostas e solues para os seus problemas existenciais,

    por isso a religio assume uma dimenso tica, a par coma divina.

    A orao e o sacrifcio esto estritamente ligados existncia e presena de Deus nas crenas, e, literalmente, f. O Homem dirige as suas preces, sobretudo, a partirda casa de Deus: a Sinagoga; a Igreja; a Mesquita; etemplos diversos (budistas, hindustas, xintostas, etc).

    A religio implica um conjunto de crenas e prticasligadas a sentimentos, que uma determinada comunidadede crentes manifesta e direcciona em relao ao divinoespecfico que cultua, obrigando-se a agir segundo os

    pri nc pi os e as le is pre sc ri ta s pel a re ligio, que

    voluntariamente deve professar.Cada religio defende um conjunto de valores quepret ende estende r a tod o o mund o. Tambm exis temreligies que concentram crenas e filosofias diferentesno seu ncleo divino.

    Apesar das diversasreligies do mundo se-rem diferentes entre si

    pos svel est abe leceruma caracterstica que comum a todas elas. To-das estruturam o seusistema religioso numconjunto de crenas queenvolve o sobrenatural,onde se movem divinda-des, deuses e demnios.As religies costumamtambm procurar narrar

    teorias sobre a origem do Universo, da Terra e do Homem,e at da vida para alm da morte. A maioria dos sistemasreligiosos acredita na vida aps a morte.

    Professar um credo religioso implica aderir a umaconduta, que o indivduo assume e adiciona sua vida,mediante 4 princpios tidos como fundamentais: acreditarnuma divindade ou num poder que est para alm dele;

    reger-se pela doutrina da sua religio; conhecer e acreditarnas histrias sagradas que constituem a sua religio;

    praticar os seus rituais religiosos.A religio, pela sua componente de autoridade, pela

    sua essncia de princpio moral, desempenha um papelfundamental na coeso e integrao de comunidades,convidando o indivduo a comungar em sentimentoscomuns, reafirmando-o no colectivo com o qual se iden-tifica e estrutura, integrando-o no universo socioculturalque o diferencia perante outras comunidades, outroscolectivos.

    na experincia da F, que o individuo se mede com omistrio em torno da sua prpria essncia e existncia.

    De seguida passo a explicar, embora de forma sucinta,os princpios bsicos das 5 maiores religies queactualmente se professam no nosso planeta: 3 religiesque tm origens comuns, consideradas ReligiesAbramicas e que abarcam cerca de 54% do total da po-

    pulao mundial (Judasmo, Cristianismo e o Islo) e 2religies consideradas Religies Indianas ouDrmicas e que somam cerca de 19% da populaomundial. As 5 religies juntas representam um universoque abrange cerca de 73% da populao mundial.

    JUDAISMO

    OS NOMES DA F II

    O Judasmo considerado a primeira religio monotestaa aparecer na Histria, isto , tem como crena principal aexistncia de apenas UM DEUS, criador de tudo.

    Ouve Israel, o Senhor nosso Deus o nico Deus!Verso da Escritura que usado nas oraes e que

    representa o mago do Judasmo.Para falar da religio de Israel, seria preciso resumir

    toda a histria do povo hebreu, que tem na religio o seu

    princip al factor de identidade e de coeso. (Hebreuvem da palavra hebraica ber, um dos descendentesde No. Porm, ber tambm pode ser interpretadocomo do Outro Lado ou do Oriente (alm do RioJordo). Da tribo de berteria surgido o povo He-

    breu ou Heberi tas. (Deacordo com a tradioislmica, ber nasceu 5geraes aps No).

    O vnculo da alianaentre Deus e o seu povocaracteriza a essncia dahistria do Judasmo.

    Deus intervm na his-tria do povo judeu con-tinuamente, revelando-lhe a sua determinaoe vontade; intervindo

    nos acontecimentos; colocando os Homens perante Ele,numa ligao constante, assumindo, por isso, a histriadeste povo um valor profundamente religioso.

    Isto , para os judeus, a sua histria uma ligao emanifestao divindade de Deus. O processo evolutivoda histria dos judeus est intimamente ligado tanto sua crena como reflexo religiosa em torno dela. Nao,povo e religio fundem-se!

    Das 3 grandes religies monotestas existentes nomundo, o Judasmo a que tem razes mais antigas. reconhecida como a primeira religio monotesta da

    humanidade e cronologicamente a primeira das 3 religiesoriundas do profeta Abrao, juntamente com oCristianismo e o Islo.

    O Judasmo , em sentido restrito, a religio dos antigoshebreus, hoje em dia chamados de JUDEUS e, num sen-tido mais amplo, compreende todo o acervo no s decrenas religiosas, como tambm de costumes, cultura eestilo de vida da sua comunidade, mantido em constnciae flexibilidade ao longo de 40 sculos de existncia.

    Segundo a tradio judaica, Abrao fundou os alicercesdesta religio por volta do sculo XVIII a.C. (h cerca de3700 anos), aps receber uma revelao de Deus, tendo-se estabelecido na terra de CANA (actual Palestina),onde Deus estabeleceu com ele uma aliana.

    Abrao, seu filho Isaac e o seu neto Jacob constituema linha patriarcal de referncia do povo judeu. Jacob ter

    recebido de Deus um novo nome ISRAEL (que significao que reina com Deus) e os seus 12 filhos tero dadoorigem s 12 tribos do povo judeu, os descendentes deIsrael, os filhos de Israel.

    A segunda etapa da Histria do povo judeu surge emconsequncia da escravido a que a descendncia deAbrao foi sujeita no Egipto, onde se tinham instalado,

    para suprir um grande perodo de seca. Por volta de 1300

    anos a.C., liderados porMOISS, descendente de Abrao,fugiram rumo Terra Prometida (Cana), aps 40 anosde peregrinao pelo deserto, com que Deus os quis

    purificar e penitenciar da idolatria.Foi durante esta

    passagem que Moi-ss recebeu as T-

    buas da Lei, colo-cando-as na Arcada Aliana. (AArca da Alianaera o smbolo da

    pre sena de Deusno meio do seu povoe constitua elemen-to de unio das 12tribos de Israel. Foramandada construir

    por Moiss e no seu

    Delos - A luz que vem de cima

    Orao

    Jupiter

    Abrao Arca da Aliana

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    2012.04.18ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO - TZ Silva 9

    OS NOMES DA F III

    Contudo e apesar de ser o povo mais perseguido doque qualquer outro povo da Histria, foi devido f que

    professa que manteve a unidade cultura l e religiosa. Aconscincia de pertencer a um povo nico e unido emtorno da mesma f permitiu uma certa homogeneidade no

    judasmo ao longo dos sculos. Somente em 1948, depoisde quase 2000 anos de exlio, que a dispora terminacom a criao do Estado de Israel. Chamo a este povo o

    povo da longa caminhada.Porm, o perodo mais negro da sua histria tem a sua

    pgina inscrita durante a 2 Guerra Mundial (1939-1945)sob a gide do nazismo, conhecido por HOLOCAUSTO,que ter exterminado cerca de 6 milhes de judeus.

    A ideia central e determinante a de que, para o Ju-dasmo, a eleio do povo de Israel e a promessa da TerraSanta - Terra Prometida so inseparveis. Os prpriosescritos judaicos reflectem esta melancolia e saudade faceaos xodos que separam este povo ao longo da sua hist-ria e que os afastaram da terra dos seus antepassados.

    sobre os elementos da natureza, ilimitado); omnisci-ente (criou o mundo; ensinou o Homem a viver em funodos seus deveres, ajudando e respeitando o prximo.

    No absolutamente fsico, um esprito sem corpo); e justo. Resumindo: Deus maior que todo o universo queele prprio criou, com todos os seus componentes ehabitantes. Assim sendo, a forma mais autntica de adorarDeus a imitao das suas virtudes divinas:

    - Se Ele MISERICORDIOSO, ento tambm o devemosser. Isto , o lao que liga Deus ao seu povo de naturezaafectiva. Deus o rei do universo mas tambm o pai miseri-cordioso, o que aceita o regresso dos seus fi lhos arrependidos;

    - Se Ele JUSTO, ento tambm devemos tratar comjustia o prximo;

    - Se Ele TOLERANTE , ento tambm devemos sertolerantes nos nossos julgamentos.

    Esta a relao que os crentes no Judasmo tm comDeus no seu dia-a-dia, de forma natural. Mas o seu dilogocom Deus tambm se faz atravs da ORAO, expressodos pedidos e da gratido humana. Tem que ser realizadacom convico interior, em determinadas alturas e ocasiese segundo determinadas regras: de manh; hora do almo-o e noite. Na orao o Homem conversa com Deus

    na sua sede de razo, discernimento e conhecimento.O CULTO RELIGIOSO

    constitui, sobretudo, olocal de culto que gira emtorno da TORA e quesegundo a tradio, cabeaos homens faz-la (eno tanto s mulheres). o ORADOR (e no oRABI) que assume um

    pap el espec ia l pa ra oculto. Contudo, o RABItem um papel especial noculto desde a Idade M-dia. No um eclesistico(como o o sacerdotecristo), no ocupa nen-hum lugar pblico mas

    detm grande autoridade como mestre e conhecedorprofu ndo das Escri tur as. ele tamb m que reali zacasamentos, funerais e as circuncises.

    CRENAS FUNDAMENTAIS DA F JUDAICAOs principais Artigos de F do judasmo, resumidos durante

    a Idade Mdia por um grande mdico e filsofo Judeu, so:1: Deus o criador e dirigente de tudo o que foi criado

    e a nica causa de tudo;2: Deus UNO e nada comparvel a Ele;3: Deus revela-se ao Homem por livre vontade;4: Deus comunicou os seus mandamentos (Leis)

    atravs de Moiss;5: As palavras dos Profetas so verdade;6: Deus conhece todas as aces do Homem;7: Deus faz bem aos que observam os seus mandamentos;8: Deus castiga os que os transgridem;9: Deus revelar a chegada do Messias por ele enviado;10: Deus revelar a ressurreio dos mortos.

    Na doutrina judaica no h distino entre a parte tica e

    a parte religiosa, isto , a doutrina tambm assume o carc-ter de LEI DE DEUSe porisso LEI DOS HOMENS.Existem 613 mandamen-tos, 248 afirmaes e 365

    proibies (tantas quan-tos os dias do ano).

    OsJUDEUS ORTODO-XOS crem que as leis deDeus foram reveladas a Moi-ss h mais de 3000 anosnos primeiros 5 livros daBblia Hebraica e queconstituem a TORA,includa no TANAKH(o seu contedo equiva-lente ao Antigo Testa-mento cristo mas com

    A outra ideia a reter uma das convices mais impor-tantes de todos os judeus, que Deus nunca abandonouo seu povo, apesar da sua disperso pelo mundo, da asua condio para aceitarem os constante exlios a queforam sujeitos ao longo da sua histria.

    A tarefa dos judeus no estrangeiro a de permaneceremfiis a Deus e nunca esquecerem a Terra Santa. esta

    parceria com Deus, este dilogo constante, esta disponi-bilidade interior do Homem para acolher a aco de Deus,

    que tem um papel fundamental no Judasmo.O Homem a imagem de Deus e como tal intrinseca-

    mente bom, e por isso amado por Deus e deve ser con-duzido salvao. Porm, responsvel pelas suas acese livre para as praticar mas ser sempre avaliado porelas. Assim, o princpio bsico da aspirao humana deveser a inspirao de Deus como regra de comportamento,o que no significa querer ser como Deus mas viver deacordo com os mandamentos divinos.

    assim uma aliana, que comeou por ser circunscritaapenas a uma famlia tribal, depois passou para um povointeiro e posteriormente a toda a humanidade. Alianainquebrvel, mesmo que o Homem no cumpra asexigncias divinas. Na religio judaica toda a vida dependede um nico Deus e tudo o que bom vem dele.

    Deus uma identidade viva e eterna (nunca deixar de exis-tir); infinito (est sempre presente e no se restringe aum lugar particular); omnipotente (tem um total comando Sinagoga

    Os 2 reinos

    interior guardavam-se as Tbuas da Lei, um pote comman e o cajado de Abrao. Desapareceu (at hoje)aquando da destruio do templo de Jerusalm pelo reida Babilnia Nabucodonosor em 586 a.C.).

    Chegados a Cana e com a reunificao das 12 tribos,foi estabelecido um reinado terrestre, tendo SAUL sidoungido como o primeiro rei do povo Hebreu. O seusucessor, DAVID, conquistou Jerusalm e transformou-aem capital do reino. Foi o filho de David, SALOMO,que construiu o primeiro templo de Jerusalm. Aps asua morte as tribos foram divididas em 2 reinos:

    - O reino de Israel, localizado ao norte e constitudo por10 tribos;

    - O reino de Jud, localizado ao Sul, constitudo por 2tribos, com capital em Jerusalm e que se manteve fiel stradies e religio.

    Foi nesta poca que surgiram os grandes profetas deIsrael: Elias, Amos e Isaas. A eles se deve a viso dahistria deste povo e a sua ntima relao com Deus.

    O reino de Israel devastado em 721 a.C. pelos Assrios(queda da Samaria) que deportam o seu povo para aAssria e no mais seria reconstrudo. Permanece o reinode Jud, que enfrentar toda a sorte de adversidades,como a escravido, guerras e invases sucessivas, emque se inclui a destruio do templo e o saque deJerusalm em 586 a.C. pelos Babilnios, conduzindo este

    povo a um novo exlio e dispersando-o do Egipto ndia.Atribui-se a este episdio a 1 dispora do povo judeu.(Dispora: palavra grega que significa disperso).

    Herdes

    Judeus a rezarem

    Holocausto

    Tora

    Em 512 a.C. o rei HE-RDES reconstri e am-

    plia o templo de Jerusa-lm. Esta restaurao

    religiosa e poltica ,para alguns estudiosos,a verdadeira origem daunidade espiritual do

    povo judeu sob a gidede ESDRAS, sacerdotedos judeus na Babilnia.

    Mais tarde, as insur-reies contra os impos-tos e as exigncias religi-osas de Roma, motiva-ram por parte dos roma-nos uma expedio

    punitiva, durante a qual, em 70 d.C. se destruiu novamenteo templo e grande parte de Jerusalm, que foi novamenteatacada e destruda em 135 d.C. Este facto iniciou adisperso dos judeus por todos os pases, naquela que considerada a 2 dispora judaica.

    Destruio de Jerusalm

  • 8/2/2019 A Comarca, n. 383 (18 de abril de 2012)

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    2012.04.1810 ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO - TZ Silvaoutra diviso). TANAKH a unio silbica de 3conjuntos de livros: TA (Tora); NA (Nevim - Escritosdos Profetas) e KH (Kethuvim - Escrituras).

    TANAKH o conjunto nuclear de livros sagrados econstitui o que se pode chamar de Bblia Judaica, que a principal fonte de estudo da religio hebraica antiga. tambm um documento histrico que reflecte as culturasantigas do Mdio Oriente e a sua transmisso para oOcidente. Tem tambm importncia na formao daslnguas modernas ocidentais. Para os judeus a Bblia um documento sagrado escrito por inspirao divina.Rene uma coleco de muitos textos que abrangetradicionalmente 3 grupos de livros:

    1 Grupo: OS LIVROS DA LEI (em hebraico Tora),que constituem os 5 livros de Moiss ouPENTATEUCO, a saber: O Gnesis, o xodo, OLevtico, Os Nmeros e o Deuternimo.

    2 Grupo: Os Livros dos Profetas, que abrangemdesde Josu at aos profetas maiores: Isaas, Jeremias eEzequiel; e os 12 profetas menores: Oseias, Joel, Amos,Abdias, Jonas, Miqueias, entre outros.

    3 Grupo: constitudo pelos Livros Histricos ouEscrituras (Escritos): salmos, provrbios, o cntico

    dos cnticos, lamentaes e J. Inclui tambm: Rute,Eclesiastes, Ester, Esdras, Neemias, a 1 e a 2 Crnicas eDaniel (a mais recente escritura do Antigo Testamento).

    De entre estes a TORA a referncia mais sagradapara os judeus. No representa somente a lei mas a dou-trina escrita, considerada Lei de Deus, transmitida atravsde Moiss ao povo de Israel, e por isso consideradaimutvel e insubstituvel.

    A Tora inclui tambm todas as normas de vesturio,alimentao e casamento.

    Outro livro sagradopar a os ju deu s oTALMUDE, que foicriado entre os sculosIII e V. A partir dos pri-meiros sculos da nossaera torna-se a base detoda a vida das comuni-

    dades judaicas, ao nvelRELIGIOSO, JURI-DICO e SOCIAL. (Nalegislao e no tribunaldominam os princpiosBblicos e Talmudistas).

    Isto , se a Toraconstitui a Lei Escrita,o Talmude fixa a Lei

    Oral, transmitida tambm a Moiss por Deus. Constituifundamentalmente um esforo por parte dos Rabis no sen-tido de adaptar os preceitos da Lei vida quotidiana do

    judeu, onde esto descritos , inclusiv amente, as prescri-es e proibies que estes devem observar. Por exemplo:

    - A circunciso dos rapazes no 8 dia de vida;- Alimentao: separao rgida entre animais puros e

    impuros (porco, cavalo, camelo, coelho). S se deve comercarne de animais ruminantes e de casco fendido.

    proibido consumir manteiga, leite ou queijo depois de ter

    OS NOMES DA F IV

    comido carne. Os animais que os judeus podem comertm que ser abatidos de forma especial a fim de garantirque a maior parte do sangue drenado. H a proibiointransigente sobre a ingesto de sangue; a ingesto decarne quando acompanhada por leite (s aps 6h) e arejeio de determinados pratos preparados de forma no

    judaica .- A maioridade religiosa atingida aos 13 anos para os

    rapazes, e aos 12 anos para as raparigas, facto que celebrado com uma festa especfica. A dos rapazes chama-se BAR MITZVAH: o rapaz apresentado aos anciosda comunidade e pode realizar a leitura da Tora naSinagoga.

    A aprendizagem religiosa um dever religioso e cvicoe no se aplica apenas aos eruditos judeus. O judasmo ea formao religiosa esto intimamente relacionados,competindo aos pais, sobretudo ao pai, transmitir os seusconhecimentos e a tradio aos filhos. O mestre tem no

    jud as mo um pap el imp ort ant e, ass im com o o Rab ienquanto mestre religioso na escola do Talmude. Aaprendizagem desde criana obrigatria e dedicadaespecialmente ao estudo da Tora. O ofcio religioso

    judeu tem uma dupla funo: orao mas tambm o ensino

    e o estudo.De salientar que os judeus consideram a sua casa como

    um santurio religioso. A famlia a fonte principal doseu culto, isto , o ritual tanto se destina ao LARcomo SINAGOGA, significando isso que a religio judaica tambm uma religio familiar.

    AS FESTIVIDADESJUDAICAS reflectem alonga histria deste

    povo, em que os aconte-cimentos mais importan-tes esto interligadoscom a sua religio. Assuas festas so disso re-

    pres enta tiva s. So diasfestivos de carcter reli-gioso-histrico todos osSbados (SHABATH); a

    Pscoa; o Penteco-stes e a Festa dos Ta-ber nc ulo s. Nos diasfestivos todo o trabalho

    proibido.- O SHABATH: celebra-se no 7 dia da semana. um

    dia de repouso, orao, meditao e tambm de alegria.Est associado ao descanso de Deus depois da criaodo mundo e, alm disso, memria da libertao de Israelda escravido dos Egpcios.

    - A PSCOA: uma celebrao familiar com uma amplaliturgia domstica e com mltiplos significados.Historicamente comemora a libertao dos judeus daescravido do Egipto e a sua formao como um povo,com uma religio e um destino comuns. celebrada noinicio da Primavera.

    - PENTECOSTES: festeja-se 7 semanas aps o 1 diada Pscoa. Comemora a entrega da Tora aos Hebreusno Monte Sinai.

    - TABERNCULOS : a data em que os judeusrelembram o perodo dodeserto, o caminho daTerra Prometida. Cele-

    bra-se no inicio do Outo-no no fim das colheitas.

    Existem entretanto ou-tras festas religiosas paraalm das que mencionei,estando entre as mais im-

    por tan tes as cha mad asGrandes Festas, queso o Ano Novo e oDia da Expiao (YomKippur).

    - ANO NOVO: ocorreem Setembro / Outubro. uma data de auto-reflexo sobre

    aces passadas e de mudana. Comemora-se tambm

    Deus como criador e rei. O ritual religioso inclui oraescom base no arrependimento e no perdo. Dura 10 dias etermina no Dia da Expiao.

    - DIA DA EXPIAO : segue-se aos dias dearrependimento (Ano Novo). um dia de jejum e repousorgidos, o dia da converso, do arrependimento e da

    expiao. considerado o dia mais sagrado do calendriojudaico.

    Tal como aconteceu em todas as grandes religies domundo, a evoluo do Judasmo ao longo do tempo, face dinmica civilizacional e do Homem, despoletousubdivises no seu seio, originando ramos diferentesdentro do seu universo religioso: Judasmo Conservador;Judasmo Ortodoxo; Judasmo Reformista e JudasmoReconstrucionista.

    Actualmente calculam-se que existam entre 12 a 14milhes de judeus em todo o mundo, representando 0,2%da actual populao mundial estimada. A f judaica

    praticada em vrias regies do mundo, porm, no Estadode Israel que se concentra um grande nmero de

    praticantes mas que representa apenas 38% da totalidadedos judeus. Actualmente, a maioria dos judeus vive emIsrael e nos Estados Unidos. Na Europa, a maiorcomunidade judaica encontra-se na Frana.

    Em Portugal calcula-se em 5000 o nmero de fiis eexistem 4 Sinagogas.

    Falta apenas referir que o clculo cronolgico do tempopara os judeus diferente do nosso. O ano crist o de1240 corresponde ao ano judaico de 5000. Em 2012estaremos no ano judaico de 5772.

    Bar Mitzvah

    Dia da Expiao

    O Selo de Salomo o maior smbolo do Judasmo.Tambm chamado de Estrela (ou escudo) de David.Representa os elementos do universo: gua, fogo, terra ear, sendo os seus smbolos variaes de um tringulo.

    Talmude

    Pentecostes

    Tabernculos

    Selo de Salomo ouEstrela (ou escudo) de David

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    2012.04.18 11ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO - TZ Silva

    O Cristianismo foi a 2 religio mundial a constituir-se ea sua histria est ligada de muitos povos, primeiro doMdio Oriente Europa e depois a muitos pases noeuropeus.

    OS NOMES DA F V

    sofrimento da existncia terrena; foi desprezado econdenado morte, assumindo com a sua ressurreioos pecados dos homens. Deus revela-se atravs de Cristono Esprito Santo.

    As fontes sobre a vida de Jesus so os 4 evangelhos eos escritos apcrifos (documentos que relatam a infnciade Jesus e que mais tarde foram excludos pela Igreja). Osevangelhos de S. Mateus, S. Marcos e S. Lucas, transmi-tem conhecimentos de ordem mais biogrfica e histricaacerca da vida de Jesus e so elaboraes gregas detextos mais antigos (aramaicos). O evangelho de S. Jootraa-lhe uma biografia mais potica, com descries deordem metafsica e salvficas (milagres, etc). Os evangel-hos so, sobretudo, fontes que provm, provavelmente,do crculo ntimo de Jesus.

    O que comeou por ser uma pequena e desprezadaseita religiosa numa remota provncia do Imprio Romano

    o Crist ianismo acabou por conquis tar esse mesmoimprio e at por lhe sobreviver.

    O Cristianismo espalhou-se rapidamente pelo mundoatravs dos canais do Imprio Romano, veiculadosobretudo por soldados deslocados, mercadores emarinheiros. As perseguies de que os cristos foramalvo por parte do poder de Roma, solidificaram e

    fortaleceram a f em Cristo.

    CRISTIANISMO

    Jesus pregando

    Cerca do ano 27 ou 28 da nossa era, um jovem carpinteirojudeu chamado Jesus deixou a sua casa em Nazar, naGalileia, para se consagrar prdica itinerante nacompanhia de um grupo de discpulos.

    Durante 3 anos percorreu essa regio pregando numalinguagem simples e clara, rica em imagens, utilizando

    parb olas e met fora s reti radas e ligadas ao contextocampons e artesanal dos seus ouvintes. Era, sobretudo,um homem do povo entre o povo.

    Proclamava que o reino de Deus estava prximo;ensinava um Evangelho (Boa Nova) prtico e activode amor ao prximo; dizia que a sua mensagem sedestinava a toda a humanidade e no apenas a um povoescolhido; doutrinava com uma forte atraco emocional,apelando no tanto razo mas generosidade e aocorao dos Homens.

    Alguns judeus viram em Jesus o Messias esperado eanunciado pelas profecias antigas, o Redentor do povode Israel, o Rei ungido que os uniria e conduziria

    prosp erid ade.Porm, a maioria dos judeus considerou tal ideia uma

    blas fmia. Isso , adic ionado ao fact o de que recu savaprestar culto aos deuses de Roma e ao imperador, fez comque fosse acusado de heresia, atesmo e chefe de umaseita de homens que aderiram a uma nova e perniciosasuperstio. A sua pregao terminou de forma brutalcom a sua crucificao no ano 30 da nossa era,aproximadamente. Historicamente o cristianismo inicia-se no momento em que Jesus ressuscita e envia osapstolos a pregar o Evangelho, a Boa Nova, por todo omundo e a toda a criatura.

    Jesus Cristo a personagem central, o centro dacristandade e tal como o seu nome indica. Para os cristosDeus encarnou como homem em Jesus Cristo (A Palavra

    fez-se Homem, Jo 1.14), assumindo voluntariamente o

    Jesus crucificado

    A SANTSSIMA TRINDADE um dos dogmas centraisda f crist. As trs identidades que formam a SantssimaTrindade constituem um s Deus em Trs Pessoasdistintas: o Pai, o Filho e o Esprito Santo, ambos com amesma natureza divina, a mesma grandeza, bondade esantidade. um grande mistrio, central da f crist,entender esta magnitude de Trs pessoas distintas que

    formam um s Deus. A Criao do mundo maisapropriada ao Pai, a redeno ao Filho e a Santificao,ao Esprito Santo.

    Duas geraes aps a morte de Jesus escreveram sobreele alguns discpulos annimos, que a tradio posterioridentificou como sendo os 4 evangelistas: Mateus,Marcos, Lucas e Joo.

    A compilao destes escritos constitui o NOVOTESTAMENTO (A Nova Aliana) que rene os ensina-mentos de Jesus, dados sobre a sua vida, morte e ressur-reio. O NOVO TESTAMENTO a base da teologiacrist e foi escrito entre os anos 42 e 100 da nossa era.

    O termo CRISTIANISMO (que no vem no NovoTestamento) parece ter sido usado pela primeira vez porSanto Incio de Antioquia (nascido no ano 35 e falecidono ano 110).

    CRISTO uma palavra grega, traduo da palavrahebraica Messias, significa o Ungido. No NovoTestamento o termo Cristo utilizado 560 vezes, sendo

    que Jesus chamado o Cristo do Senhor; o CristoSenhor e com frequncia Cristo Jesus, Jesus Cristoou simplesmente Cristo.

    Santissima Trindade

    Os 4 Evangelistas

    Igreja

    Pouco a pouco os seus seguidores foram organizandode forma duradoira a sua relao com o mundo existente,construindo templos, desde capelas humildes at s impo-nentes catedrais gticas, elaborando normas centrais deorganizao e de direito (nomeadamente atravs da reali-zao de conclios - conselhos), apoiados numa com-

    plexa estrutura hierrquica eclesisti ca: Papa, Cardeais,Patriarcas, Arcebispos, Bispos, Abades, Prelados (Padres,Vigrios, Monsenhores, Capeles, Cnegos), Presbteros,Diconos, Leigos e Consagrados.

    A organizao estabelecida considera-se representanteterrena da Igreja Celestial preexistente no cu e encaraCristo como o seu lder eterno, reivindicando falar em seunome.

    No contexto bblico, o termo Igreja pode designarreunio de pessoas, sem estar necessariamente associadoa uma edificao ou a uma doutrina especfica. Igreja (do

    grego ekklesia e do latim ecclesia) significa a assembleia-geral que rene todos os cristos. D-se tambm o nomede Igreja ao edifcio onde se celebram os ritos religiososcristos.

    O Papa em Roma considerado para os Catlicos osucessor de S. Pedro , reconhecido no Ocidente comochefe supremo da hierarquia eclesistica.

    Durante sculos os cristos estiveram unidos na mesmaIgreja. Apesar da variedade de grupos eles compartilharamuma histria e uma tradio comuns.

    Porm, esse Cristianismo primitivo foi ao longo dossculos alvo de cismas que o dividiram, chegando atns constitudo numa srie de correntes religiosas,igrejas, direces e seitas diferentes.

    A primeira diviso ocorre entre as famlias do Cristia-nismo Oriental e Ocidental aps a morte do imperadorTeodsio em 395, cujos herdeiros dividiram o imprio emduas metades: a oriental com capital em Constantinopla e

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    2012.04.1812 ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO - TZ Silva

    a ocidental com capital em Milo e mais tarde em Ravena.O Patriarca de Constantinopla torna-se o chefe da Igrejaortodoxa grega (Cristianismo Oriental), difundindo-se at Rssia e a toda a rea eslava.

    (regras morais ou religiosas) da f crist (Cnone vem dogrego Kanon: vara de medio, de regra). As SagradasEscrituras englobam os seguintes livros:

    a Pscoa, em que se jejua e evitam-se excessos, paralembrar os 40 dias que Jesus passou no deserto).

    - A Semana Santa, nomeadamente a Sexta-FeiraSanta (dia solene do ano cristo, que evoca acrucificao de Jesus) e que culmina na Pscoa (que

    celebra a ressurreio de Jesus, tendo o seu ponto mximono Domingo de Pscoa).

    - O Pentecostes (celebrada no stimo Domingodepois da Pscoa, a festa de Pentecostes relembra omomento em que os discpulos receberam o Esprito Santo,como smbolo da fundao da Igreja crist).

    - O Dia de Finados, ou Dia dos Fiis Defuntos(celebra-se no dia 2 de Novembro, data em que os cristosrelembram os mortos. Na Igreja Catlica, as oraes sooferecidas s almas no purgatrio. Visitam-se oscemitrios e enfeitam-se os tmulos dos mortos com florese decoraes).

    OS NOMES DA F VI

    Papa Bento XVI

    Destas duas famlias principais encontramos 3 grandesgrupos que se distinguem no Cristianismo: o CATOLI-CISMO (que tem no Papa o sucessor de S. Pedro e o che-fe supremo da Igreja); a ORTODOXIA (corrente surgidaem meados do sculo XI, que no aceita a autoridade doPapa, tendo no Patriarca Ecumnico de Constantinopla oseu chefe supremo); o PROTESTANTISMO (correntesurgida na Europa Central no sculo XVI em consequnciado movimento da Reforma. uma das principaisdivises do Cristianismo e surgiu como reaco sdoutrinas e prticas do catolicismo romano medieval).

    Outras correntes doCristianismo so: oA N G L I C A N I S M O(corrente instituda pelorei Henrique VIII deInglaterra, que em 1534decide separar-se deRoma e que tem no Arce-

    bispo de Canturia a suaautoridade mxima); asIGREJAS NO-CAL-CEDONIANAS (queengloba a Igreja Apost-lica Armnia e vriasIgrejas ortodoxas) e o

    NESTORIANISMO (Igreja Assria do Oriente).Seguem-se os grandes grupos ideolgicos (ou

    famlias denominacionais), como no caso do Protes-tantismo que tem os seguintes ramos: Anabaptistas,Baptistas, Congregacionais, Pentecostais, Luteranos,Metodistas, Presbiterianos e Igrejas Reformadas. Ainda

    podemos refer ir as Igrejas de Jesus Cris to dos Santosdos ltimos Dias (tambm conhecidos como Mrmon);as Testemunhas de Jeov; o Unitarismo e a IgrejaAdventista do Stimo Dia, entre outros ramos doCristianismo.

    O Sermo da Montanha constitui o ncleo da ticacrist: fala da obedincia em relao ao Deus do Amor.

    No tanto um apelo razo mas mais generosidade eao corao dos Homens. Apela renncia ao exercciodo poder e da violncia. Neste sermo, o amor a lei, ocumprimento da lei, tido como ideal divino.

    As SAGRADAS ESCRITURAS so os cnones

    Cristos Ortodoxos

    Rei Henrique VIII

    Sermo da Montanha

    - Os livros do ANTIGO TESTAMENTO (que tambmconstituem a base da f judaica);

    - Os livros do NOVO TESTAMENTO (constitudospelos 4 evangelhos j referidos);

    - E as 21 Cartas dos Apstolos (13 cartas de Paulo; 2 de

    Pedro; 3 de S. Joo; 1 aos Hebreus; 1 de Jacob e 1 deJudas).

    As festas crists mais importantes so:- O Natal (que assinala o nascimento de Jesus Cristo

    e que detm uma enorme carga simblica de paz, de alegriae boa vontade. Relembra aos cristos o fato de Deus terenviado terra o seu nico filho para trazer vida eterna humanidade).

    - O Domingo (dia em que Deus descansou depois decriar o mundo).

    - A Quarta-Feira de Cinzas (ocorre 40 dias antes daPscoa sem contar os domingos. o primeiro dia daQuaresma e ocorre um dia aps do carnaval. As cinzasque os cristos catlicos recebem neste dia so um smbo-lo para a reflexo sobre o dever da converso, da mudanade vida, recordando quo passageira, transitria, efmerae frgil a vida humana , sujeita morte.

    - A Quaresma ( o perodo de 40 dias que antecede

    A Celebrao da Eucaristia ou a Ceia do Senhor uma forma de manter a unio da comunidade crist,como memria da ltima ceia de Jesus antes de ser preso,com a exibio simblica do po e do vinho. Estacelebrao , depois do Baptismo, o 2 smbolo bsico doCristianismo primitivo.

    Calcula-se que o Cristianismo tenha cerca de 1 biliode seguidores, isto , cerca de 33% da populaomundial. Em Portugal existiro cerca de 8.800.000 de

    Catlicos; 250 000 Evanglicos e 150 000 Ortodoxos.As noticias mais antigas sobre a penetrao doCristianismo na Pennsula Ibrica so as de Irineu de Lio,no fim do sculo II, e de Tertuliano, do inicio do sculoIII. Nesses tempos to remotos j ambos do conta daexistncia de cristandades florescentes na Hispnia.

    Os primeiros cristos elegeram a cruz como smbolo dereconhecimento, transformando um instrumento de mortevergonhosa num sinal de vitria e adorao.

    Eucaristia

    Cruz, o simbolo

    A cruz tambm representa a Santssima Trindade : aextremidade superior representa Deus (o Pai) no Cu, aextremidade inferior representa Jesus Cristo (o Filho) naTerra e as duas extremidades horizontais representam oEsprito Santo. O smbolo usado pelo Cristianismoprimitivo era o peixe. O peixe faz lembrar a forma dochapu que o Papa, Cardeais e Bispos utilizam, que sechama Mithra. A forma da cruz vria de acordo com cadatradio, como a cruz latina, grega, cpta, de SantoAnto, lbaro etc.

    Novo Testamento

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    colaborao para dirigir as suas caravanas.Foi no mbito dessa profisso que conheceu uma viva

    rica, de nome Khadija, com quem viria a casar e que lhetrouxe alguma tranquilidade econmica.

    Maom tinha 25 anos e a esposa 40. Todos os bigrafosconcordam em sublinhar a terna devoo da esposaconfidente, a que correspondia a afeio sem complexosdo jovem esposo.

    O casal teve vrios filhos, tendo-lhes sobrevivido

    apenas trs.Como era na poca (h cerca de 1500 anos) a Arbia?A pennsula arbica era desde h muito povoada portribos semticas, os antepassados dos rabes actuais.Uma parte delas levava uma vida sedentria nos osis enas cidades, dedicando-se agricultura, ao artesanato eao comrcio; enquanto outra parte levava uma vidanmada, criando camelos, ovelhas e cabras.

    A regio arbica mantinha laos econmicos e culturaiscom os pases vizinhos: Mesopotmia, Sria, Palestina,Egipto e Etipia. Havia um intrincado mapa de rotascomerciais entre estes pases e que atravessavam a sia.

    OS NOMES DA F VII

    O Islo, juntamente com o Cristianismo e o Judasmopertence s chamadas religies Abramicas, nascidas na

    zona do crescente frtil (Mdio Oriente) e foi a ltimagrande religio mundial a constitui-se.

    Aqueles que professam o Islo acreditam que Al onico Deus e Maom o seu profeta.

    Por volta de 613 eaps vrias estaes de

    espera ansiosa, e enco-rajado pelo seu circulorestrito de seguidores,Maom comea a suafase de pregao pbli-ca da nova doutrinamonotesta e a qual seencontra reunida noALCORO (cuja tra-duo para portugussignifica A recitaoou A leitura).

    O ALCORO oprinc ipal livro sagrad odos muulmanos, domesmo modo que o

    Pentateuco o para os judeus e o Evangelho paraos cristos. O Alcoro tambm a mais importante fonte

    de estudo do Islo inicial e no foi estruturado como umlivro durante a vida de Maom. medida que o profetarecebia as revelaes, ele solicitava a jovens letrados(que integravam a sua comitiva), que transcrevessem ostextos.

    Estes textos foram preservados em materiais dispersose muito variados, tais como folhas de tamareira, pedaosde pergaminho, omoplatas de camelos, pedras e tambmna memria dos primeiros seguidores.

    Aps a morte de Maom (em 632) iniciou-se o processode recolha dos vrios textos e que foram compilados emlivro. O Alcoro est organizado em 114 captulos (Suras),divididos em livros, seces, partes e versculos.Considera-se que 92 captulos foram revelados ao profetaMaom em Meca e 22 em Medina. Os captulos estodispostos aproximadamente de acordo com o seutamanho e no de acordo com a ordem cronolgica darevelao. O Alcoro descreve as origens do universo eo Homem e as suas relaes entre si e Deus. Define leis

    para a sociedade, moralidade, economia e muitos outrosassuntos, entre os quais histrias dos povos passados.Regista tambm tradies religiosas e passagens doAntigo Testamento judaico e cristo. Foi escrito com ointuito de ser recitado e memorizado. Nenhuma palavradas suas 114 suratas (captulos) foi mudada no decorrerdos sculos. Os muulmanos consideram o Alcorosagrado e inviolvel.

    ISLO

    O Alcoro

    Cidade de Meca

    Caravana de camelos

    Maom

    Sermo da Montanha

    ISLO: uma palavra rabe que significa submisso;entrega e obedincia voluntria, isto , completasubmisso voluntria a Deus.

    O outro significado literal da palavra Islo PAZ,significando que s se pode encontrar paz fsica e mentalatravs da submisso e obedincia voluntria a Deus, osenhor do universo.

    MUULMANO: todo aquele que professa e pratica areligio do Islo de livre e espontnea vontade,independentemente da raa, da nacionalidade ou da suacultura.

    AL: a palavra rabeque significa Deus,usada pelos rabes, tan-to muulmanos comocristos.

    Segundo a religio doIslo, MAOM o maisrecente e ultimo Profetado Deus de Abrao, tendosido precedido por Je-sus, Moiss, David, Ja-cob, Isaac, Ismael e Abra-o.

    Os profetas destas re-ligies remontam a este profeta e patriarca, consideradosdescendentes directos dos dois filhos de Abrao (Maomdescende do primognito Ismael. Moiss e Jesusdescendem de Isaac).

    Maom, cuja transliterao mais correcta a partir dorabe Muhammad, no s deu forma ltima grandereligio fundada no nosso planeta, oferecendo ao povo

    rabe um duplo sentimento de unidade social e deunidade espiritual, como tambm pode ser visto como afigura poltica que unificou as tribos rabes, daquilo queviria a ser um imprio islmico que se estendeu da Prsia(actual Iro) at Pennsula Ibrica.

    No considerado pelos muulmanos como um serdivino mas sim, um ser humano, contudo visto (entreos fiis) como um dos mais perfeitos seres humanos.

    Mas quem foi este homem, que fundou o Islo e uniuum povo em torno da mesma f?

    Maom nasceu no ano 570 da era crist e era oriundode uma famlia empobrecida e humilde. Ficou rfo muitocedo e teve como tutor o av que o considerou como seufilho. Aps a morte deste, o tio encarregou-se da suaeducao, onde a formao escolar pouco lugar teve. Foio tio que o iniciou no comrcio de caravana, obrigando-o muito cedo aprendizagem das responsabilidades.

    Conheceu negociantes que lhe pediram a sua

    O osis de MECA, situado junto ao Mar Vermelho, cons-titua importante encruzilhada das rotas comerciais. Dessaforma, Meca, j era ento o centro religioso de todos osrabes, que reuniam nos santurios de Kaaba as imagenssagradas e os objectos de culto das diferentes tribos.

    Era, portanto, uma regio de encruzilhada onde se con-heciam e reconheciam adoradores de mltiplas e variadasdivindades. Celebrava-se, inclusivamente, uma peregrina-o anual que enchia Meca de peregrinos e entusiasmo.

    Foi neste ambiente, de anarquia religiosa, que se

    desenrolou a actividade pregadora de Maom, quecorrespondia tambm a uma necessidade de unio social,a par da espiritual.

    Durante o intervalo das suas viagens Maom tinha porhbito retirar-se para orar nos montes perto de Meca. Aocompletar 40 anos, tendo-se retirado conforme o seucostume para meditar, teve uma viso singular. O AnjoGabriel apareceu-lhe, vindo da parte do Altssimo ecomunicou-lhe que Deus o escolhera para transmitir aoseu povo uma revelao escrita; o nomeara como ultimo

    profe ta enviado humanidade; e que lhe tran smiti a aexistncia de um s Deus.

    As vises e as revelaes prosseguiram durante maisde vinte anos. No incio passou por perodos de terror,imaginando-se assombrado por alguma fora demonacaou julgando ter sonhado. A sua esposa, a quem contouas suas angstias, foi a primeira crente desta nova f,sustentando-lhe o nimo e inspirando-lhe confiana.

    A Sunna

    A SUNNA outra parte da literatura religiosa dosmuulmanos. Engloba as lendas sagradas ( Hadiths)sobre a vida, os milagres e os ensinamentos de Maom.Estes textos foram coligidos no sculo IX por telogosmuulmanos. Porm, e ao contrrio do Alcoro, nemtodos os muulmanos reconhecem a Sunna. Os partidriosdesta doutrina so conhecidos por SUNITAS econstituem a maioria dos muulmanos.

    necessrio salientar que Maom no teve vida fcilna pregao da nova religio, tendo encontrado granderesistncia e oposio. As tribos rabes seguiam at entouma religio politesta (de muitos deuses), com aexistncia de vrios deuses tribais diferentes. Iniciou a

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    2012.04.1814 ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO - TZ SilvaO retorno de Maom a Meca marca o incio da tradio

    da peregrinao a essa cidade, acto que todo o muulmano,dentro das suas condies materiais, deve realizar pelomenos uma vez na vida.

    Em que que os muulmanos crem?- Crem num nico e incomparvel Deus;- Nos Anjos criados por Ele;- Nos Profetas pelos quais Ele se revelou perante a

    humanidade;- No dia do juzo final e na prestao individual de

    contas pelas aces praticadas;- Na autoridade total de Deus sobre o destino do Homem

    e na vida aps a morte.Quais so os 5 pilares do Islo?- A F: que consiste aceitar Deus como nico e Maom

    como seu profeta;- A Orao: que consiste em orar obrigatoriamente 5

    vezes por dia nas horas estabelecidas: na alvorada; aomeio-dia; ao meio da tarde; ao crepsculo e noite.(Refira-se, que no Islo no existe uma estruturaeclesistica, as oraes so dirigidas por uma pessoaque conhece o Alcoro e escolhido na comunidade).

    - O interesse pelos necessitados (Zakat): consiste numimposto a favor dos pobres e que cada muulmano calculaindividualmente segundo os seus rendimentos. (Zakat um imposto de caridade a favor dos mais necessitados).

    - A auto-purificao: isto , o jejum anual durante o msdo Ramado em que todos os muulmanos jejuam, desdea alvorada at ao pr-do-sol, com algumas excepes:doentes, grvidas, lactantes, mulheres menstruadas eidosos. (A palavra Ramado est relacionada com a

    palavra rabe ramida, ser ardente) . A data em queocorre o Ramado varia de acordo com o calendrio lunarislmico. Em 2012 ocorre entre 21 de Julho e 19 de Agosto.

    - A peregrinao a Meca: obrigao somente paraaqueles que so fsica e financeiramente capazes deempreend-la. Os peregrinos vestem roupas simples, queeliminam as distines de classes e cultura, ficando todosiguais perante Deus.

    Quais so os locais sagrados do Islo?

    OS NOMES DA F VIII

    O Hindusmo a maior religio pertencente ao grupodas chamadas Religies Indianas ou Drmicas.

    sua pregao, primeiro em Meca, onde rejeitaram a suamensagem, obrigando-o, bem como aos seus poucosdiscpulos, a abandonar a cidade em 622, numa migraoforada conhecida por Hgira, facto que marca o iniciodo calendrio muulmano. Chegado a Medina bemacolhido e reconhecido como lder religioso, tornando-se a o chefe da primeira comunidade muulmana.

    Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribosrabes a radicadas, arregimentando grande nmero deseguidores. Seguiram-se anos de confrontos militaresentre os habitantes de Meca e Medina, que se saldaramna vitria de Maom e dos seus discpulos. A organizaomilitar criada durante estes confrontos foi usada paraunificar, sob a bandeira da nova religio, a maior parte daArbia. Por altura da sua morte, Maom tinha unificado

    praticamente o territrio rabe sob o signo do Islo. Estaaco contra os poderosos de Meca recebeu o nome deJihad (que significa sacrifcio).

    Hgira

    Para os muulmanos existem trs locais sagrados:- A cidade de Meca: onde fica a Pedra Negra,

    conhecida por Kaaba;- A cidade de Medina: local onde Maom construiu a

    primeira mesquita (templo religioso para os muulmanos);- A cidade de Jerusalm: cidade onde o Profeta subiuao cu e foi ao Paraso para se encontrar com os outrosProfetas.

    A morte de Maom em 632 em Medina deu origem auma grande crise entre os seus seguidores. Essa disputahaveria de se consumar no grande cisma dos anos 655-661, que dividiu o Islo em duas faces principais:

    - Os SUNITAS: querepresentam 90% dosmuulmanos;

    - Os XIITAS: que re-presentam 9.8%. Destesa maioria encontra-se noIro (80%);

    - A estas duas facesainda se pode acrescen-tar a faco dos KHA-REJITAS, mas com pou-ca expresso (0.2%).

    Ainda podemos falarno movimento SUFInascido no sculo VIII.

    Os CALIFAS (do rabeChalifa, que significa representante, seguidor) so ossucessores do Profeta e representantes de Deus na Terra.

    Actualmente o Islo tem cerca de 1.300 bilies deseguidores (21% da

    popu lao mund ial )espalhados pelo M-dio Oriente, Norte defrica, sia Central,Sul da sia, fricaOcidental, Arquip-lago Malaio, comgrandes comunida-des na frica Orien-

    tal, Blcs, Rssia eChina, Europa eAmrica.

    No territrio portu-gus a presena rab e -mu u lman a

    durou mais de quatro sculos, de 714 a 1247. Esta presenamarcou profundamente a nossa cultura, a nossa histriae a nossa lngua, existindo mais de 1200 palavras comorigem rabe.

    Calcula-se que em Portugal existam cerca de 45000 a50000 seguidores desta religio e existem 35 mesquitas elocais de culto.

    O smbolo do Islo a Lua Crescente com uma Estrela.

    O simbolo

    Orao

    Califa

    HINDUISMOO Hindusmo no pode ser considerado como uma

    religio una. antes um conjunto de religies muitodiferentes, que tm a sua gnese no III milnio a.C. (5000anos), numa cultura que floresceu na bacia do Rio Indo.

    Caracterizam o hindusmo a diversidade religiosa , aexistncia de numerosas seitas e a fragmentao social,numa composio variegada de castas, que espelha umacomplexa e extraordinria estrutura de relaes de classes,a heterogeneidade nacional e racial da populao indiana.

    Porm, a grande variedade do nmero de deuses edeusas so considerados como manifestaes de ummesmo esprito divino supremo: BRAMAN.

    Apesar da fragmentao religiosa, em torno de muitosdeuses e deusas, existem alguns dogmas obrigatrioscentrais para os hindustas:

    - O reconhecimento da autoridade dos textos sagrados(os Vedas);

    Kaaba (Meca)

    Praticante Hindu

    - A doutrina sobre o Karma;- A transmigrao das almas;- A crena de que a sociedade dividida em castas foi

    estabelecida por um esprito divino para ordenar o caosdo universo.

    Pode-se tambm dizerque o hindusmo semprese distinguiu pela tole-rncia religiosa e aomesmo tempo por umagrande capacidade deabsorver os cultos es-trangeiros e de os inte-grar no seu sistema religi-oso bastante variado.

    Dito isto, resta apenasexplicar como evoluiuSustica Hindu

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    2012.04.18 15ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO - TZ Silvaa ordem do cosmos, em que era essencial a prtica dosacrifcio e em que o fiel conferia s divindades um influxovital que as sustentasse.

    Criaram-se tambm nesta altura as bases do regime de

    castas que at hoje o trao caracterstico da vida socialna ndia.O sistema de castas

    foi consagrado noCdigo de Manu,colectnea criada h 2500anos. Nele descrita deforma clara a estrutura decastas da sociedade in-diana, estrutura que consolidada e consa-grada pela religio. Notexto hindu mais antigo(o RIGVEDA) o siste-ma de castas surge comoinstituio divina, im-

    posta pelo deus originalcsmico BRAMAN, quesanciona inclusivamente

    esta ordem social.Nes ta po ca out ro deu s apa rec e, sup eri or, sup ra

    pessoa l, acima de todos os outro s deuses , um espr itodivino concentrado num deus supremo, regulador da leiuniversal e que simboliza a alma de todo o universo:BRAMA.

    Com a imposio deste deus, a casta que se tornardominante ser a dos BRAMANES , isto , a dos

    sacerdotes, que deveri-am ocupar os lugaresmais supremos e honro-sos na terra, vistos e ti-dos quase como deuses.

    Inicia-se aqui o 2perodo da religio dandia: O BRAMANIS-MO, h cerca de 3000anos.

    O desenvolvimento dafilosofia bramnica con-siste na unio de duasconcepes:

    - A BRAMAN : querepresenta a essncia domundo, o principio douniverso, o principiosupremo de tudo, emsuma, a prpria identi-dade do mundo, emtodos os seus pormeno-res, a alma universal, omundo;

    - E o ATMAN, querepresenta a essncia doHomem, a identidade doser, a alma que est emcada um de ns, o espri-to, a conscincia que

    pod emo s ter da nos saprpria existncia.

    O objectivo da religioBramnica consiste emestabelecer a identidadedestes dois princpios, asua relao e unio, isto, a fuso da alma e douniverso, uma vez quetodo o mal advm do fac-to da nossa conscinciaestar separada do univer-so, sentindo-se distintadele.

    O BEM consiste nabusca do que UNE forado ser que divide, que

    OS NOMES DA F IX

    esta religio antiqussima (ou sistema religioso - filosfico)ao longo do tempo.

    A histria da religio da ndia geralmente divididaem 3 perodos: VDICO; BRAMNICO e HINDUISTA.

    1 Perodo VDICO:tem as suas origens mui-to remotas, tendo surgi-do h cerca de 5000anos., no seio de uma flo-rescente civilizao, novale do Rio Indo e doGanges: a civilizaoDravdica (os Drvidas).

    - Os Drvidas eram ade-ptos de uma fi losofia delouvor natureza; de umacultura matriarcal; devenerao a divindadesfrteis ligadas terra etambm ao culto do falo.

    Possuam tambm alguns smbolos religiosos, comopor exemplo a sustica como smbolo do sol. Cr-se, quea adorao de animais sagrados tambm teve origem nestacultura.

    - H cerca de 4000 anos., invasores de pele clara deorigem indo-europeia - os Arianos - penetraram na ndia,dominando os vales frteis das bacias dos rios Indo eGanges.

    - A mistura destes dois grupos humanos (os Drvidas eos Arianos), to diferentes, iria culminar numa religioque se tornaria comum a ambos, surgindo a religioVDICA (nome que provm dos seus livros sagrados:OS VEDAS), constituindo assim o 1 perodo da religioda ndia.

    personaliza, que se distancia do universo.Deste fantstico esprito divino universal, nico ser

    original na sua actividade de criador, preservador edestruidor do universo, surgem 3 novos deuses que se

    tornam as figuras dominantes do panteo indiano :BRAMA, VIXNU e XIVA:- BRAMA: o deus criador, que participa de forma

    determinante na criao do mundo;- VIXNU: deus que representa o principio protector e

    preservador, que se identifica com diferentes divindades,que encarna diversos heris, sob a forma animal ouhumana. tambm considerado o heri da fertilidade, dagraa e da benevolncia. Tem tambm como misso

    preservar a vida at que o universo termine;- XIVA: deus que representa o principio destruidor e

    libertador, cujo nome significa o misericordioso. Estedeus tem duas cabeas, representado por diversasfiguras e encarnaes, personificando simultaneamenteas potncias criadoras e destruidoras do cosmos. adivindade mais diversificada e multifacetada desta religio. o deus da tempestade, da doena e da morte, mastambm aquele que cura. (No hindusmo actual, este deus,tanto representado com forma masculina como feminina).

    Nes te per od o BRAMN ICO o cul to torna- serigorosamente aristocrtico, isto , o povo simples no

    participava no culto, nem existiam templos pblicos. Nohavia cerimnias e sacrifcios pblicos. A oferenda,considerada como o principal acto de culto, era assuntode cada um mas sobretudo das classes sociais maiselevadas da ndia.

    Os deuses adquiriram carcter de deuses de castas. Porexemplo, BRAMA, como deus supremo, deus dosBramnes, a casta mais importante da ndia. Os rituaisganham uma srie de componentes mgicas e elaboram-se ideias mais complexas acerca do universo e da alma,como por exemplo:

    - O predomnio da lei da transmigrao das almas: aalma do Homem no morre com o corpo do homem mastransmigra para outro corpo em que se encarnar erenascer. A qualidade da vida seguinte depende doKARMA da alma, isto , da qualidade dos actos praticados

    durante a vida (bons ou maus) e tambm da observnciadas regras da casta;-Ummau Karma retar-

    da a entrada do Homemno NIRVANA, isto , na

    beati tude absol uta;- O caminho para o

    NIRVANA passa porprticas religiosas, pelasoraes e pelo ioga.Muitos hindus adoptamtambm dietas vegetari-anas e o ascetismo, isto, a renncia aos bens e

    prazeres materiaisNo perodo bramnico

    ganha bastante influn-cia a literatura filosfica-religiosa, entre os quais ostratados denominados

    UPANISHAD, onde esto reflectidos os primeiros esforospara resolver em termos racionais os problemas da nature-za do universo, da origem e dos destinos do Homem.

    O IOGA um dos sistemas filosficos criados nesta

    Deusa Mitra

    Vedas

    Drvida

    - Os Vedas so coleces de textos pertencentes avrias pocas e reunidos em 4 colectneas, sendo a maisantiga o RIGVEDA, o livro dos hinos.

    - Os preceitos mitolgicos desta antiga religio so umtanto confusos. Comportava uma histria do mundo umtanto imprecisa, em que as divindades encarnavam asforas da natureza, como por exemplo:

    Indra: o rei dos deuses, o governador do cu, deus dotrovo e da energia;

    Mitra (Surya): o deusdo sol;

    Varuna: deus do cunocturno, das guascelestes e terrestres;

    Dyaus: deus do cudiurno;

    Agni: deus do fogo, omensageiro dos deuses;

    Parjanya : deus dasnuvens e da tempestade,senhor da chuva quefecunda a terra;

    Pushan: deus do calorsolar (protector do gadoe dos homens);

    Soma: deus do filtro da imortalidade;Auins: deuses gmeos, da alvorada e do crepsculo.Isto , uma pliade de deuses que garantiam a ordem

    mundial eterna, que se reflectia na natureza, noscostumes e nos ritos, como foras criadoras, que geriam

    Xiva

    Vixnu

    Cdigo Man

    Upanishad

    Bramane Prtica do Ioga

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    2012.04.1816 ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO -ESPECIAL COLABORAO - TZ Silva

    OS NOMES DA F X

    poca e que tem um significado especial no desenvolvi-mento ulterior da religio da ndia: trata-se de umadoutrina asctica, de aplicao prtica dos princpiosreligiosos e filosficos para o aperfeioamento de simesmo, com o objectivo de conservar a pureza do corpoe aperfeioar a alma. Ligado aos primeiros iguis est a

    palavra OM, que representa o poder de deus, o som dacriao, o som que se entoa antes da meditao.

    Com o avano do budismo, que entre os sculos III a.C.e o sculo II da era crist se tornou a religio oficial do estadoindiano, os brmanes reagiram com o objectivo de conser-var o regime de castas e o seu domnio religioso, iniciando-se aqui o 3 perodo da religio da ndia: o HINDUISMO.

    H quem defenda que o termo Hindusmo foi introdu-zido pelos muulmanos que avanaram sobre a ndia h cer-ca de 1200 anos, para designar todos os indianos que nose convertiam ao Islo, tendo a sua origem no rio Indo.

    O bramanismo modifica-se, abandona o seu carcterestritamente aristocrtico e adapta a doutrina e o culto snecessidades e apetncias espirituais do povo, para podercompetir com o Budismo.

    Assim, o culto aos deuses na ndia democratizou-se econceberam-se novos mtodos para cativar o povo,

    permitindo que este pudesse participar no culto, organizarcerimnias, rituais, santurios, templos, locais deromagem pblicos, etc.

    Organizaram-se cerimnias e procisses solenes. Den-tro e fora dos templos erguem-se esttuas colossais dosdeuses, algumas so levadas pelas ruas durante as

    proci sses solenes.As imagens inacess-

    veis dos deuses celestes,as quais apenas os brma-nes lidavam, pouco diziamao povo. Foi necessrioaproximar os deuses smassas populares, crian-do imagens popularesdos deuses e apresent-los como deuses terres-tres, capazes de guiarem

    e salvarem os homens.Surgiu ento uma teo-ria peculiar sobre os AVATARES (encarnaes), isto ,cada deus celeste pode ter o seu avatar (a sua encarnao)na terra, junto dos Homens. Alguns deles tornaram-sedivindades populares, entre os quais KRISNA salvador,que uma das encarnaes de VIXNU.

    Este culto das divindades salvadoras d origem ainmeras seitas. O SECTARISMO torna-se ento o traodominante da religio da ndia, tal como hoje ainda

    persiste. O nmero destas seitas no pode ser calculadocom preciso. sua frente esto os GURUS, homenssantos e mestres religiosos.

    Os GURUS no so s intermedirios entre os homense os deuses mas tambm uma quase encarnao dadivindade. A palavra do Guru lei sagrada para todos osseus discpulos.

    Desenvolve-se tambm o culto das divindadesprotectoras das castas, das profisses e at de localidadesconcretas (aldeias, etc).

    Cada casta tem os seus deuses protectores. Cadacomunidade rural adora os seus dolos.

    Alguns cultos tm ca-rcter mstico e uma ex-

    press o ert ica. So osSAKTI , cultos do ele-mento feminino. Com

    base no culto de XIVA,surgem cultos orgacose frenticos, relaciona-dos com terrveis divin-dades do amor e da mor-te, a principal das quaisera KALI , esposa deXIVA.

    As seitas dividem-seem dois grupos prin-cipais: VIXNUISTAS eXIVAISTAS, de acordocom o deus principal do

    panteo hindu que reconheam (Vixnu ou Xiva).Quanto a BRAMA, reconhecido como deus suprem