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C) II©II\© Aalpmc Periódico de comunicacao da Associaçao Brasileira ,4f/j/C de Psicoterapia e Medicina Comportamental N°8 Junho/1 995 EDJTORL4L A Diretoria está se empenhando na programaçâo do IV Encontro a ser realizado em setembro. Muito nos orguihamos da vinda dos professores Sidmart e Kohlenberg, que, prontamente, aceitaram o convite para nos dar cursos nos dois dias que antecederão o Encontro. A programação completa Ihe seré enviada dentro de mais alguns dias corn toda a orientaço para sua inscriçao. Contamos corn seu apoio e presença em Campinas. Esta ediçao traz uma visão geral da proposta de trabalho do prof. Kohlenberg: Functional Analytic Psychotherapy (FAP). Publicamos também urn interessante artigo da Profa. Margareth Vaughn corn o objetivo de apresentar ao leitor aspectos do conceito de comportamento governado por regras e, assim motivã-lo a se introduzir no estudo do comportamento verbal. Realmente, poucos estudiosos da Terapia Comportamental estão suficientemente famliarizados corn a proposta de Skinner sobre comportamento verbal: area complexa, amplamente aberta a pesquisa e essencial para o trabalho clinico. Voltamos a lembrar nossos associados que este é 0 ano de eleição de nova Diretoria da ABPMC. Gostariamos de incentivar as articulaçaes no sentido de serem apresentados candidatos aos cargos eletivos: Presidente, Vice-Presidente, Primeiro, Segundo e Terceiro Secretanos, Primeiro e Segundo Tesoureiros. Seria importante divulgar no IV Encontro as chapas candidatas e desencadear, então, 0 processo eleitoral, que deverâ se encerrar corn a eleicâo propriamente dita em outubro. Os interessados podern entrar em contato corn a Diretoria. Diretoria Presidente: Hélio José Guilhardi Vice Presidente: Maria Luisa Guedes Primeiro Secretáno: André Luis Jonas Segundo Secretário: Maly Delitti Terceiro Secretário: Roberto Alves Banaco Primeiro Tesoureiro: Maria Beatriz Barbosa Pinho Madi Segundo Tesoureiro: Laiz Helena de Souza Ferreira o (1UC é a FAP (Functional Analytic Psychotherapy) Psicoterapia Anal Ilica Fllncional* Kohlenberg é, reconhecidamente, urn dos psicOlogos clinicos que ernpregou em seu trabalho a terapia comportamental corn suas inümeras técnicas. E tarnbérn conhecido como urn antigo behavionsta radical e, portanto, alguern que em seu trabalho como clinico, mariteve-se fazendo análise funcional e aplicando conceitos do behaviorismo radical de B. F. Skinner. Em suas observaçoes clinicas considerava evidente que o progresso do cliente ultrapassava, muitas vezes, os objetivos e as técnicas ernpregadas na terapia. Como analista de comportamento, verificcu que a relaçao terapeuta-cliente, quando intensa, provocava mudanças. Explicou teoricamente essa relaçâo através do behaviorisrno radical e estabeleceu passos para repeti-la e provocá-la. Surgiu a FAP - Psicoterapia Analitica Funcional, que salienta aspectos da relaçäo terapeuta-cliente, propondo-a como fator primordial de mudança. A relação terapeuta-cliente é considerada o meio social capaz de evocar e mudar determinados aspectos do comportamento problerna, e nesse sentido, os problemas do cliente, que ocorrem na sessão são CRB (Clinically Relevant Behaviors), ou seja, comportamentos clinicos relevarttes. Os CRB, são dessa forma diferentes dos comportamentos relatados pelo cliente no contexto terapêutico por constituirern interaçôes reais e dar em oportunidade de produzir mudancas terapêuticas quando analisados, evocados e reforçados em certos aspectos, pelo terapeuta. 0 contexto em que o comportamento , ocorre e as contingéncias responsáveis pela sua manutenção, são pontos centrais da FAP. Para urn terapeuta FAP, o mesrno comportamento em dois contextos diferentes tern significado diferente. De fato, para a FAP a aprendizagem de novos comportamentos na sessão não tern sentido, a menos que o contexto da sessão seja relevante para a vida diana. Por exemplo, do ponto de vista da FAP urn cliente corn problemas de assertividade tern maior possibilidade de aprender a ser assertivo quando na sessão ele se recusa a fazer os exercicios de assertividade. A presença desse CRB é uma indicação clara do contexto de vida e permitirã a anàlise do comportamento e tarnbém fomecer consequências.

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C) II©II\© Aalpmc Periódico de comunicacao da Associaçao Brasileira

,4f/j/C de Psicoterapia e Medicina Comportamental

N°8 Junho/1 995

EDJTORL4L A Diretoria está se empenhando na programaçâo do IV

Encontro a ser realizado em setembro. Muito nos orguihamos da vinda dos professores Sidmart e Kohlenberg, que, prontamente, aceitaram o convite para nos dar cursos nos dois dias que antecederão o Encontro. A programação completa Ihe seré enviada dentro de mais alguns dias corn toda a orientaço para sua inscriçao. Contamos corn seu apoio e presença em Campinas.

Esta ediçao traz uma visão geral da proposta de trabalho do prof. Kohlenberg: Functional Analytic Psychotherapy (FAP). Publicamos também urn interessante artigo da Profa. Margareth Vaughn corn o objetivo de apresentar ao leitor aspectos do conceito de comportamento governado por regras e, assim motivã-lo a se introduzir no estudo do comportamento verbal. Realmente, poucos estudiosos da Terapia Comportamental estão suficientemente famliarizados corn a proposta de Skinner sobre comportamento verbal: area complexa, amplamente aberta a pesquisa e essencial para o trabalho clinico.

Voltamos a lembrar nossos associados que este é 0 ano de eleição de nova Diretoria da ABPMC. Gostariamos de incentivar as articulaçaes no sentido de serem apresentados candidatos aos cargos eletivos: Presidente, Vice-Presidente, Primeiro, Segundo e Terceiro Secretanos, Primeiro e Segundo Tesoureiros. Seria importante divulgar no IV Encontro as chapas candidatas e desencadear, então, 0 processo eleitoral, que deverâ se encerrar corn a eleicâo propriamente dita em outubro. Os interessados podern entrar em contato corn a Diretoria.

Diretoria

Presidente: Hélio José Guilhardi Vice Presidente: Maria Luisa Guedes

Primeiro Secretáno: André Luis Jonas Segundo Secretário: Maly Delitti

Terceiro Secretário: Roberto Alves Banaco Primeiro Tesoureiro: Maria Beatriz Barbosa Pinho Madi

Segundo Tesoureiro: Laiz Helena de Souza Ferreira

o (1UC é a FAP (Functional Analytic Psychotherapy)

Psicoterapia Anal Ilica Fllncional*

Kohlenberg é, reconhecidamente, urn dos psicOlogos clinicos que ernpregou em seu trabalho a terapia comportamental corn suas inümeras técnicas. E tarnbérn conhecido como urn antigo behavionsta radical e, portanto, alguern que em seu trabalho como clinico, mariteve-se fazendo análise funcional e aplicando conceitos do behaviorismo radical de B. F. Skinner.

Em suas observaçoes clinicas considerava evidente que o progresso do cliente ultrapassava, muitas vezes, os objetivos e as técnicas ernpregadas na terapia. Como analista de comportamento, verificcu que a relaçao terapeuta-cliente, quando intensa, provocava mudanças. Explicou teoricamente essa relaçâo através do behaviorisrno radical e estabeleceu passos para repeti-la e provocá-la. Surgiu a FAP - Psicoterapia Analitica Funcional, que salienta aspectos da relaçäo terapeuta-cliente, propondo-a como fator primordial de mudança. A relação terapeuta-cliente é considerada o meio social capaz de evocar e mudar determinados aspectos do comportamento problerna, e nesse sentido, os problemas do cliente, que ocorrem na sessão são CRB (Clinically Relevant Behaviors), ou seja, comportamentos clinicos relevarttes. Os CRB, são dessa forma diferentes dos comportamentos relatados pelo cliente no contexto terapêutico por constituirern interaçôes reais e dar em oportunidade de produzir mudancas terapêuticas quando analisados, evocados e reforçados em certos aspectos, pelo terapeuta.

0 contexto em que o comportamento, ocorre e as contingéncias responsáveis pela sua manutenção, são pontos centrais da FAP. Para urn terapeuta FAP, o mesrno comportamento em dois contextos diferentes tern significado diferente. De fato, para a FAP a aprendizagem de novos comportamentos na sessão não tern sentido, a menos que o contexto da sessão seja relevante para a vida diana. Por exemplo, do ponto de vista da FAP urn cliente corn problemas de assertividade tern maior possibilidade de aprender a ser assertivo quando na sessão ele se recusa a fazer os exercicios de assertividade. A presença desse CRB é uma indicação clara do contexto de vida e permitirã a anàlise do comportamento e tarnbém fomecer consequências.

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Geralmente os CRB acontecem na medda em que as variáveis de controle do comportamento ocorrem durante a sessão. 0 contacto com as variáveis controladoras pode evocar comportamentos, tanto operantes como respondentes ou ambos simultanearnente. Oé comportamentos emocionais, CRB de amor, ódio, medo, desapontamento, podem set

evocados por urn terapeuta que apresente uma gama de estimulos interpessoais, que geralmente acontecern em relacionamentos significativos. Assim, uma reaçao natural ou

as vezes ampliada do terapeuta, pode set urn primeiro agente de mudanca. Nesse sentido a transferência (tao citada na literatura de psicologia) é urn comportamento operante que ocorre pela semelhanca entre a situação (terapeuta e relacão terapêutica) e outras que o cliente experienciou.

Ao criar uma relaçao terapêutica de cura através da FAP, Kohlenberg e Tsai, 1991, explicam o processo terapêutico através do behaviorismo radical. Para

compreender essas explicaçoes o leitor precisa ter como pré requisito essencial o conhecimento dos principios bésicos de

análise do comportamento. Ao explicar cogniçães do ponto de vista comportamental, evidenciar o papel das emocöes e da memória, ressaltar a necessidade do terapeuta estar observando, classificando e fornecerido consequéncias aos comportamentos clinicos relevantes (CRB) o autor ernprega as análises do comportamento verbal, de Skinner, 1957.

Kohlenberg considerou que os CRB são variáveis fracas para controlar a observaçao do terapeuta que necessita suplementacâo do comportamento verbal para aurnentar sua

sensibilidade e insight. A anãlise do comportamento verbal permite descrever as afimiacoes do cliente e detectar os CRB. Considero que Kohlenberg emprega em sua ariálise de variáveis de controle os conceitos de mando e tato, de comportamento governado por regras e por contingências e de causaçao mültipla. Encontramos ainda em seus escritos o conceito de metâfora, de comportamento intraverbal como forma de explicar vários termos conhecidos na literatura de psicoterapia. Como aluno ou leitor, o conhecimento prévio

desses conceitos citados neste ültimo parãgrato facilitam a compreensao e emprego da FAP, proposta pelo terapeuta.

Referências:

Kohlenberg, R. J. e Tsai, M. (1991) Functional Analytic Psychotherapy: creating intense and curative therapeutic relationships. New York: Plenum.

Skinner, B. F. (1957) Verbal Behavior. Englewood Cliffs: Prentice - Hall. Traduçâo brasileira de Maria Penha Villalobos - São Paulo: Editora Cultrix em colaboracão corn

a Universidade de São Paulo.

*Colaboraçao da Profa. Dra. Rachel Rodngues Kerbauy

Comporiamento Governado por Regras e Processos Menials

Su periores*

Margareth Vaughn

0 comportamento atualmente denominado governado por regra (rule-governed) foi primeiramente discutido por Skinner quando ele fez suas famosas conferéncias na Harvard University em 1947 (William James Lectures). Seu tema foi comportamento verbal, corn ênfase no comportamento do narrador (speaker). 0 comportamento do ouvinte (listener) também foi discutido, mas apenas corn vistas a explicar o comportamento do narrador. Assim, Skinner (1957) escreveu:

comportamento do ouvinte não é necessariarnente verbal em nenhum sentido especial. Ele não pode, de fato, set distinguido do comportamento em geral, e uma descncão adequada do comportamento verbal so precisa abranger aqueles aspectos do comportamento do ouvinte necessãrios para explicar o comportamento do narrador' (p.2). Assim, apenas uma pequena secçao em suas conferèncias e, posteriorrnente, uma sessSo no Verbal Behavior (1957), foi devotada ao, como ele chamou então, condicionamento do ouvinte.

Foi sornente em 1965 que Skinner se referiu pela primeira vez a este comportamento como governado por regra (1966). Ao faze-b, ele enfatizou urn aspecto diferente do comportamento do ouvinte. Ele nao mais fabou sobre condicionamento do comportamento do ouvinte; mebhor, falou sobre os efeitos pràticos deste processo de condicionamento. Esta rnudanca em ênfase trouxe novo significado ao conceito e, mais irnportante, o comportamento do ouvinte estava sendo considerado em si mesmo.

Agora, vinte anos mais tarde, 0 comportamento governado por regra está emergindo como uma classe importarite de comportamento ao se analisar comportamento hurnano complexo. 0 poder descritivo do conceito é especialmente esclarecedor (e atraente) quando se analisa algumas das atividades, as quais os psicologos cognitivistas se referem como processos mentais superiores (Lachman, Lachman e Butterfield, 1979). Pois, sob estas condicoes esse comportamento é colocado no âmbito de uma ciência do comportamento, sujeito a rnensuração em ternios quantificáveis.

Este capitubo é uma tentativa para esclarecer como regras funcionam para facilitar comportamento. Uma vez que

comportamento verbal é a base do comportamento govemado por regra, a primeira secção Ira resumir brevemente seu papel. A seccao seguinte delineará, por razães práticas, dois tipos de comportamento verbal operante, modelado por contingência (contingency-shaped) e governado por regra (rule-governed), sem deixar de assinalar o fato importante de que o ültimo se baseia no prirneiro. Em assim fazendo, faz-se uma distinçâo entre comportamento sob o controle de uma regra e comportamento sob o controle de outras forrnas de estimulos verbais. Finalmente, o comportamento govemado por regra será analisado em

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termos de urn envolvimento individual em algumas das atividades frequentemente mencionadas como aquelas que mostram processos mentais supenores. Espera-se que esta análise ilustre a crescente eficácia e parcimônia deste conceito em relaçao as formas, atualmente em moda, de se falar sobre comportamento radonal.

0 Papel do Comportamento Verbal

0 livro de Skinner de 1938, The Behavior of Organisms, formalmente iniciou a ciência da análise experimental do comportamento e a filosofia do behavionsrno radical. A base de uma ciência do comportamento foi a sistematizaçao da regularidade (lawfulness) encontrada no comportamento de organismos. 0 titulo do livro não foi urn equivoco, nem pretendia ser pretensioso (Skinner, 1979. p.231). Skinner acreditava aue as relaçOes ordenadas relatadas no livro viriam a se constituir em amostras representativas dos organismos que se comportam, corn uma possivel excecao: a comportamento verbal humano. Em The Behavior of Organisms Skinner escreveu:

'se é possivel justiflcar ou não a extrapolação, não é possivel decidir neste momento. E possivel que haja propriedades do comportamento humano que exigirao urn tipo diferente de tratamento. Não podemos nem aflrrnar, nem negar a descontinuidade entre Os campos hurnanos e não humanos, na medida que conhecemos muita pouco sobre ambos. Se, no entanto, se espera do autor de urn livro deste tipo, que se exponha publicamente, fazendo uma conjetura, eu diria que as Unicas diferenças que espero ver reveladas entre o comportamento do rato e do hornem (deixando de lado as enormes diferenças de complexidade) repousarn no campo do comportamento verbal."(p.442).

Talvez, esta afirmação tenha sido escrita de uma maneira urn tanto modesta, pois Skinner tinha comecado a escrever Verbal Behavior quatro anos antes da publicaçao do The Behavior of Organisms (Skinner, 1957, p.457), E rnuito clara, a partir de vãnas partes do Verbal Behavior, especialmente a ültimo parágrafo do livro (p.452), que Skinner via a linguagem como uma parte de urn campo maiar. Verbal Behavior foi escrito como uma extensão dos pnncipios bâsicos de comportamento delineados no The Behavior of Organisms. Foi urn exerciclo na análise do comportamento humano complexo e mostra que as principios bãsicos do comportamento não verbal erarn suflcientes para explicá-lo.

Ao distinguir este sub-campo do comportamento Skinner (1957) aflrma que o comportamento não verbal "altera o ambiente através de acao mecânica (direta) e suas propnedades ou dimensães freqUentemente, se relacionarn de uma maneira simples corn Os efeitos produzidos"(p.l). Comportamento verbal, por outro lado, refere-se a comportamento que "atua apenas indiretamente sobre a arnbiente de onde emergem as consequências ültimas do cornportamento"(p.l). Seu primeiro efeito é sobre outra pessoa. Especiflcamente, é deflnido como "comportamento reforçado através da mediação de outras pessaas'(p.2).

Tanto comportamento verbal como não verbal são

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prdutos de contingências. Comportamento não verbal é modelado e rnantido pelo mundo mecânico imediato; comportamento verbal e modelado por contingências estabelecidas pela comunidade verbal. Mas, corn comportamento verbal uma nova classe de comportamento pode emergir. Via instruçôes (regras), uma pessoa pode comportar-se adequadamente diante de urn novo conjunto de condiçOes sern ter sido exposta a elas antenormente. 0 longo processo de modelagem por cantingência pode ser, então, desprezado. "A evoluçao do comportamento verbal tomou possivel a formulaçao de regras e, como consequência, a emergencia do homem como urn animal racional" (Skinner, 1983, p.284).

Distincao entre Comportamento Itlodelado por Contingéncia e Comportamento

(jiovernado por Rera

Comportamento modelado por contingência é aquele que foi diretamente modelado por suas consequências. Atualmente, poucos psicolagos (Skinnerianos ou não) negam a srnpartância das consequências na rnodelagem e manutençao de comportamento não verbal (corn a exceçao geral do comportamento respandente). A emergência do behavionsmo cognitivo como urn campo é urn exemplo caracteristica (por exernpla, Bandura, 1974).

Fazernos a que fazemos por causa do que se segue quando a fazemos. Quando crianças, gradualmente aprendemos como alcançar e agarrar objetos apropriadamente devido as consequências das tentativas anteriores. Observar uma criancinha aprendendo a apanhar uma ervilha cozida pode ser frustrante, mas muita instrutivo. Cada nova tentativa mostra sutis evoluçães sobre a anterior. Eventualmente, a criança e capaz de capturar a ervilha intacta, mas apenas apôs vánas , talvez enlarnbuzadas, tentativas.

Para urn psicólogo Skinnenano - e aqui é onde, frequentemente nos diversiflcamos de outras ramos da psicalagia - comportamento verbal é aprendido de mado semethante. A mesrna criancinha aprende a dizer "mama" por causa das consequências reforçadoras que seguem a comportamento. Parece que formas simptes de comportamento verbal padem ser explicadas em termas de cantingências modeladoras diretas. Mas, devido a caracteristica especifica do comportamento verbal de naa requerer suporte ambiental (por exempla, você pode falar sobre sua bicicleta na ausência dela), a comportamento verbal complexo, mais elaborado.

Além disso, Skinner (1957) afirma: "como uma funçao do comportamento verbal você pode ampliar tanta as poderes sensoriais do ouvinte, que pode agora responder ao comportamento de outras ao invés de faz&lo diretamente a caisas e eventos, quanta a pader de acãa do narradar, que pode agora falar ao invés de fazer"(p.432). Skinner esta aporitando para as beneficios naturais de as estimubos verbais adquirirem controle sobre o comportamento verbal ou não-verbal do auvinte. Mas, urn estimulo verbal, ou mais especificamente, um tipo especial de estimulo verbal, pode

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fazer mais. Além do controle que os estimulos verbais exercem sobre o comportamento, da mesma maneira que os estimulos discriminativos tradicioriais, alguns podem também funcionar, por causa de uma longa história de condicionamento, como estimulos que alteram repertono (repertoire-altering stimuli) - alterando a probabilidade futura de outro comportamento, evocado por contingéncias diferentes (para uma discussão mais ampla da distinçao entre efeitos evocativos e alteradores de repertOrio dos estimulos ver Michael, 1982).

Alguns exempbos desta distinção podem ser üteis. Suponha que, ao andar por uma determinada rua, voce ye urn veiho amigo. Vocé pára. 0 amigo funciona como urn estimulo discriminativo não verbal para parar, sendo a consequéncia urn bongo e saudoso abraco. Da mesma forma, se vocé estiver andando pela mesma rua e uma pessoa desconhecida the perguntar 'por favor, você poderia me ajudar a encontrar urn restaurante?" voce para. Aqui o estimulo discriminativo, no entanto, é verbal e, talvez mais complicado, mas, como no outro exemplo, ebe funciona como urn estimulo evocativo; você está respondendo a rnudança de estimulo resultante do comportamento verbal da pessoa desconhecida. Estes dois exempbos podem ser contrastados corn o que se segue. Você está andando pela mesma rua e urn policial lhe diz: "quando você chegar na Rua da Matriz, por favor, pare e dé passagem para o cortejo funebre". Neste caso, vocé nao pãra, mas acena "sirn" corn a cabeça. Mas, quando você chega na Rua da Matriz vocé pãra. 0 estimulo verbal neste caso alterou seu comportamento em relaçao a Rua da Matriz. Ao emparelhar urn estimulo verbal ("Rua da Matriz") corn urn estimulo ("pare") que ja demonstra algurn controle sobre uma resposta, nôs alteramos o comportamento futuro do ouvinte corn relaçao ao primeiro estimulo. Isto e, o comportamento adequado a "pare" é colocado agora sob o controle de "Rua da Matriz". Ocorre via ernparelhamentos estimulo-estimulo (Skinner, 1957, pp. 357-62).

Dada a histOria necessária, a pessoa responde apropriadarnente não apenas a solicitaçOes ou ordens, que servern como estimulos verbais discriminativos (por exemplo, "por favor, ponha seus pratos sujos dentro da pia"), mas tarnbérn a conselhos e instruçOes que são estimulos verbais que alterarn repertório (por exemplo: "se vocé quiser evitar o congestionamento na Avenida A para chegar ao Aeroporto, use como altemativa o Viaduto Y"). E este ültimo caso que define comportamento govemado por regra (é importante lernbrar que alguns exernplos comumente usados para ilustrar comportamento govemado por regra não se encaixarn facilmente nesta distincão).

Quando o narrador descreve uma deterniinada situação (urn estimulo verbal), o ouvinte pode agora se comportar diferentemente (e idealmente, de modo mais apropriado) para aquela situação. sem ter tido contato direto corn ela. Isto é, o narrador pode alterar o comportamento do ouvinte via urn estimulo verbal e, assirn, evita 0 longo processo de contingência de modetagem. E claro, que tat processo é possivel apenas por causa de uma bonga e cornplicada histôria de condicionarnento. Sem dCivida, tais estimulos preparam urn organismo para urn futuro diferente do

seu passado. lnfelizrnente, o futuro nâo pode ser demasiadamente diferente do passado, pois o processo é limitado pela amplitude da rnudança exigida (ver Skinner, 1957, pp. 365-67).

Em seu artigo, "Uma Análise Operante de Soluçâo de Problema" (1966), Skinner afirma que uma regra é "urn estimulo que especifica contingéncia ... urn objeto no ambiente". Qu seja, é urn estimulo verbal que descreve alguma contingéncia e, ao faze-b, pode eficazmente alterar comportamento corn respeito aquela contingência descrita.

Ao comparar comportamento govemado por regra corn aquele modelado por contingéncia, Skinner (1976 pp. 138-9) aponta trés vantagens do prirneiro:

regras podem ser aprendidas mais rapidarnente que o comportamento modebado pelas contingéncias que as regras descrevem (por exemplo, aprender a dirigir urn carro corn cámbio);

regras tornam mais fácil se beneficiar das sernethanças entre contingéncias (por exemplo, ele pode ser dirigido como urn Monza).

regras sao, particularrnente, valiosas quando contingências são complexas ou pouco claras (por exemplo, uso das regras de uma lingua diferente).

Ernbora seja apenas urn corneço, a anãlise de comportamento governado por regra parece ser ütil para esciarecer alguns exempbos de comportamento humano cornplexo. lrifelizrnente, esta análise tern sido negligenciada pela rnaioria dos psicologos cognitivistas. Corno urn resultado, eles tern considerado a psicologia Skinneriana incapaz de dat conta dos exernpbos de comportamento que irnplica atividade mental superior (Bandura 1974: Chornsky, 1959; de Vibliers e de Villiers, 1977).

A anábise de comportamento governado por regra aqui apresentada cobriu apenas o comportamento de narradores e ouvintes separados. Ernbora, tais interaçöes sejam irnportantes no desenvobvirnento e manutençao de atividade hurnana complexa, dão conta apenas de uns poucos ternas envobvidos em alguns processos cognitivos. Para olhar para outras formas de atividade rnental superior, ternos que considerar 0 narrador e o ouvinte dentro da mesma pele. Ao fazer isso, ha necessidade de se fazer uma rnudança que nos coboque ainda mais proxirnos de uma compreensão mais parcirnoniosa do comportamento, racional.

Comportamento o'wernado por ltegras e Processos Ientuis Superiores

Quando os repertôrios separados de narrador e ouvinte surgern em urn rnesrno organismo, existe a oporturiidade para aquete organismo se engajar em formas de comportamento cornplexo, frequentemente, charnado de soluçao de problerna ou, mais genericarnente, comportamento racionab. Isto não significa que urn organismo que atue simubtanearnente como narrador e como ouvinte, pode se engajar em comportamento que, não seja possivel, para narradores e ouvintes separados.

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Apenas significa que, ate o grau em que nosso comportamento encoberto (covert) é verbal, nos falamos para nôs mesmos da mesma maneira que falamos corn outros e respondemos ao produto de nosso comportamento verbal, exatamente como o fazemos ao produto do comportamento verbal dos outros.

Durante todo a dia conversamos corn nos mesmos a respeito de várias coisas. Falamos sobre o que estamos fazendo, o que fizernos, e sobre o que faremos. A major parte disto não é, provavelmente, nada mais que urn relato corrido - comportamento colateral - de nossa atividade, sern nenhum efeito seja para evocar, seja para alterar nosso comportamento.

Alguns estimulos verbais auto-gerados podem, no entanto, evocar comportamento - comportamento que, ou nãO tern comprometimento, ou é uma parte de uma contingência fraca. Urn estimulo verbal - urn produto da resposta de dizer alguma coisa para si mesmo - pode ser urn estimulo discriminativo mais poderoso para algum comportamento não verbal, que a estimulo não verbal que evoca o comportamento verbal. Par exemplo, dizer para si mesmo "você tern que começar a preparar o jantar já", pode servir como o estimulo necessáno que evoca a comportamento de cozinhar.

Não parece tao dificil entender porque alguém começa a falar para si mesmo sobre as contingéncias prevalescentes e, como resultado, altera a força de algurn comportamento. Parece razoável urn comportamento que envolva energia minima e clarifique ou acentue o comportamento necessârio para satisfazer uma contingência. A resposta é mais breve, mais definida e, enfim, como produto da resposta, pode produzir urn estimulo discriminativo mais nitidarnente deflnido.

A questão relevante aqui é: urn individuo pode também emitir comportamento verbal, servindo o produto da resposta como urn estimulo verbal que altera seu (dele/dela) prôprio repertório corn respeito a outras contingéncias? Isto é, pode urn individuo gerar seu (dele/deta) próprio comportamento governado por regra?

Tern sido sugendo por alguns autores (por exemplo, Zettle e Hayes, 1982; Catania, 1983) que esta questãa é impassivel de ser respandida, pelo menos ate a presente, porque é virtualmente impossivel determinar se a regra auto-gerada foi, na verdade, modelada por contingência. Isto é, a regra auto-gerada pode não ser nada mais que urn elo verbal em uma cadeia de comportamento bern estabelecida, nao responsável pelo comportamento em questão. No entanto, dada a presente análise de como as regras funcionam, a resposta a questao parece ser "sirn". Ao descrever alguma contingéncia, tatvez uma contingência não clara, e, portanto, explicitanda-a, urn organismo pode ser mudado em termos de se engajar em comportamento mais eficaz em relação a eta. Se a tendéncia de alguem de descrever a contingéncia foi modelada por contingência ou instruida não parece ser a ponto relevante. Tudo, eventualrnente, se reduz a comportamento modelado por contingências de reforçamento, incluindo seguir regras (rule-following) ou propor regras (rule-stating). 0 irnportante é que atgum estimulo verbal, o produto da resposta de falar para si mesmo, pode alterar o comportamento futuro de alguém corn respeito a alguma outra contingéncia. A distinçao entre

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estimulos evocativos e Jteradores de repertório torna-se menos clara quando a narrador e ouvinte são a mesma pessoa, rnas a vantagem prática de fazer a distinç.ão ainda parece Citil.

Exemplos deste tipo de comportamento podem ser encontrados no dia a dia. Ao dizer para Si mesmo 'se eu não you chegar em casa antes das 4:00 horas da tarde amanhã, é rnelhor tirar a came do congeladar logo de rnanhã, assim eta estará pronta para ser cozida quando eu chegar em casa', attera seu repertOrio na rnanhã seguinte e em relaçao a came. Da mesma forma, planejar a seu dia de forma a dar conta de todas as suas incumbéncias, adquire as caracteristicas de regra. "Se eu sair do trabatho as 3:45 horas, POSSO parar no correio e no supermercado e ainda pegar o ônibus para casa as 4:45 horas". Seu repertário agora foi alterado corn relação a hora 3:45, a correio e a superrnercado. Isto e, atgum dos comportarnentos relevantes para Os correios e supermercados foi agora colocado sob a contrale de 3:45 horas.

Nestes dais casos as atividades em que, em ültima análise, se engajaram, poderiam ter acorrido antes da ernissão da regra, mas a possibilidade de tal comportamento era, sern düvida, baixa. Agara, no entanto, como função de emitir a regra, urn repertório foi alterado corn relaç.ao aos estimulos que, de outra forma, teriam pequena ou nenhuma tendéncia para evocar a comportamento necessàno.

Tomada de decisão envolve urn processo sernelhante. Se urn estudante persiste em darrnir durante as aulas, a decisão sobre a acao apropriada requer uma análise das opçOes da pessoa e as vârias cansequencias de cada uma. A opcao em particular, adotada, pode ter sido modelada por contingéncia (foi usada corn sucesso anteriormente) ou gavernada por regra (por exemplo, alguém recornendou que quando esse tipo de problema surgisse se fizesse uma pergunta ao estudante), rnas a rnudança resultante no repertório de alguém, corn relacão a prôxima vez em que este estudante adorrneça durante a aula, e governado por regra.

A tentativa de predizer algurn evento futuro, ou de hipotetizar sobre a que vocé fará dada urn possivel conjunto de circunstâncias, tarnbém exernplifica comportamento auta-govemado, auto-gerada. Par exemplo, sabendo que 0

dólar amencano é uma moeda forte e que o pals está testernunhando uma alta na Balsa, você retira seu dinheiro da poupança para comprar açoes na Wall Street como forma de rnelhorar suas reservas. A descriçâo destas várias contingéncias (mesmo que, tatvez, cam inexatidão) attera seu repertOria corn relaçao as açoes e investirnentos.

Urn exemplo mais camplicado de salução de problemas envolve saber o que alguém sabe. Se por alguma razão urn estimulo é incapaz de evocar comportamento apropriado, quatquer comportamento que clanflque as condiçães de estimulo (e consequenternente as contingéncias) serã Util e, assim, refarçador. E possivel se apraxirnar mais do objeta ou maniputé-lo de alguma rnaneira. Mas, ao falar sobre a objeto cansigo mesmo, estimulos adicionais suplementares podem ser produzidos, de modo a alterar a seu próprio repertôria cam retaçâo ao abjeto. Por exemplo, "esse quadra é de urn Madigliani ou urn Cezanne?" pode ser respandida, se a pessoa foi instruida sobre ambos as artistas, e é capaz de descrever as caracteristicas definidoras

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INFORMATIVO ABPMC

de cada urn. Este exercicio não altera o que a pessoa sabe, mas altera a extensão ate onde ela sabe. Como resultado, todo comportamento apropriado a Cezanne é colocado sob o controle da nova pintura e a questão é resolvida.

A literatura do desenvolvimento infantil, embora não seja analisada nestes termos, está repleta de pesquisas que parecem dar apoio a afirmaçáo que falando para si mesmo pode alterar o repertôrio da pessoa corn respeito a algumas contingéncias (por exemplo, Kendler e Kendler, 1962; Kuenne, 1946; Luria, 1961; White, 1965). E, embora, seja uma area relativamente nova de investigaçâo dentro do campo da análise experimental do comportamento, ha, atualmente, alguma literatura comportamental a respeito (Catariia, Matthews e Shimoff, 1982; Lowenkrown, 1984; Vaughn. 1985; ver também Zettle e Hayes, 1982 para uma análise em termos de terapia comportamental cognitiva).

Sniiiaru

A discussão acirna interpreta em termos comportamentais alguns aspectos de cogniçâo ou comportamento intelectual do dia a dia. Tern havido relativamente pouca menção de comportamento não verbal, que é também uma parte da atividade intelectual (por exemplo, a percepcao). Por outro lado, tern sido enfatizado o comportamento verbal, corn atertção especial ao comportamento governado por regra. Isto tern sido feito por duas razöes relacionadas. Primeiro, parece que a rnaior parte da pesquisa cognitiva e da teoria tern negligenciado cornpletamente o papel do comportamento verbal na facilitaçâo da atividade intelectual (Fischer, 1980) ou o tern tratado como apenas urn cornponente de uma garna de atividade cognitiva, ao invés de considerà-lo urn veiculo para a maioria da atividade cognitiva (Lachrnan, Lachman e Butterfield, 1979). Ironicarnente, no entanto, e esta é a segunda razão, a rnaior parte da pesquisa em psicologia cognitiva e pesquisa sobre comportamento verbal e as contingências que o modelarn e o rnantérn. Mais especificamente, a maioria das pesquisas envolve instruçao - dar regras e seguir regras (por exemplo, ver Estes, 1972; Koslyn, 1980; Tversky e Kahneman, 1981).

Os psicologos skinrierianos tern começado a estudar atividade cognitiva. Ao faze-b, eles descobriram a importância da instrução e auto-instruçâo para clarificar estimubos fracos, fortalecer comportamento fraco e gerar novas configuraçöes de comportamento. Psicólogos cognitivistas tern estudado atividade cognitiva por rnais tempo. lnfelizmente, eles não tern reconhecido o papel do comportamento verbal e das contingéncias das quais ele é funcao. Corno consequência, eles tern rnoldado suas análises em termos de processos nao rnensuráveis fora do árnbito de uma ciência de comportamento.

Referéncias

Enviaremos referências mediante solicitação

*ModgiI S. e Modgil, C. (Eds.) (1987) B.F. Skinner - Consensus and Controversy, New York: Falmer Press.

IV Encontro Brasileiro (Ic I'sicoterapia e Medicina

(1on, I)Ortafllefltal

A programação do IV Encontro está pronta e a estaremos distribuindo nos prôximos dias. As principais novidades serão as dois cursos:

20 de Setembro (Quarta-feira) e 21 de Setembro (Quinta-feira)

9-12h: FAP (Functional Analytic Psychoterapy)

Psicoterapia Funcional Analitica Professor Robert J. Kohlenberg

14-17h: Applied Behavior Analysis: Back to Basics Professor Murray Sidman

Total de horas de cada curso: 6 horas / Traduçao em sequéncia.

Será fornecido Certificado / Nümero lirnitado de vagas.

A inscricão para os cursos é independente da inscricao no IV Encontro

Preços em reals

Categoria Urn curso JDois cursos I IV encontro

Sôcio Profissional 60,00 100,00 100,00

SôciaEstudante 40,00 60,00 60,00

Profissional 70,00 120,00 + 140,00

Estudante 50,00 80,00 80,00

lnscricöes:

Aguarde o prospecto corn a programação do IV Encontro e informaçöes para inscrição.

ABPMC Rua Sampainho, 73- CAMPINAS - SP - CEP: 13.025-300

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N08 junho/1995