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1 II Colóquio de Letramento Linguagem e Ensino “Letramentos múltiplos: desafios da formação de professores e do aluno da Educação Básica” CADERNO DE RESUMOS GRUPO DE PESQUISA FALE Colégio de Aplicação João XXIII

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II Colóquio de Letramento Linguagem e Ensino

“Letramentos múltiplos: desafios da formação de professores e do aluno

da Educação Básica”

CADERNO DE RESUMOS

GRUPO DE PESQUISA FALE Colégio de Aplicação João XXIII

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Rua José Lourenço Kelmer, s/n - Campus Universitário Bairro São Pedro - CEP: 36036-900

Juiz de Fora – MG

Grupo de Pesquisa FALE www.ufjf.br/fale

[email protected]

COLÉGIO DE APLICAÇÃO JOÃO XXIII Rua Visconde de Mauá, 300

Bairro Santa Helena – CEP: 36015-260 Juiz de Fora – MG

Os resumos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino (2. : 2013: Juiz de Fora,

MG).Caderno de resumos [do] II Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino “Letramentos múltiplos : desafios da formação de professores e do aluno da Educação Básica, Juiz de Fora, MG, 20 a 22 de junho de 2013. – Juiz de Fora: Grupo de Pesquisa FALE/Colégio de Aplicação João XXIII/UFJF, 2013.

76 p

Tema: “Letramentos múltiplos: desafios da formação de professores e do aluno a Educação Básica. Linguagem – Estudo e ensino. 2. Formação de profesores. 3. Linguística – Estudo e ensino. I. Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino. II. Universidade Federal de Juiz de Fora. III. Grupo de Pesquisa FALE. IV. Colégio de Aplicação João XXIII.

CDU 800.1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Reitor Henrique Duque de Miranda Chaves Filho Vice-Reitor José Luiz Rezende Pereira Diretora da Faculdade de Educação Diva Chaves Sarmento Diretor do Colégio de Aplicação João XXIII José Luiz Lacerda COMISSÃO ORGANIZADORA Carmen Rita Guimarães Marques de Lima Lúcia Furtado de Mendonça Cyranka Tânia Guedes Magalhães Terezinha Barroso Vanessa Sousa Silva COMISSÃO CIENTÍFICA Abigail Guedes Magalhães Andreia Vassalo Fagundes Begma Tavares Barbosa Denise Barros Weiss Elza de Sá Nogueira Erika Kelmer Mathias Hilda A. Linhares Micarello Ilka Schapper Santos Liliana Mendes Luciane Aparecida de Souza Luciane Manera Magalhães Lucilene Hotz Bronzato Maria Cristina Weitzel Tavella Marta Cristina da Silva Miriam Raquel Piazzi Machado Patrícia Nora de Souza Patrícia Fabiane Amaral Cunha-Lacerda Rossana Goretti Villaverde Suzana Lima Vargas Vânia Fernandes e Silva

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APRESENTAÇÃO

O grupo FALE – Formação de Professores, Alfabetização, Linguagem e Ensino – é um grupo de pesquisa integrado ao NEEL (Núcleo de Estudos em Educação e Linguagens) da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Seus membros desenvolvem pesquisas e ações diversas relativas ao ensino de língua portuguesa, à formação de professores e às implicações daí decorrentes.

Criado em 2004, o grupo vem realizando, há quatro anos, eventos que permitem ampliar o debate e as discussões acerca do ensino de linguagem na escola básica, como minicursos, seminários e colóquios. Em 2010, realizamos o I Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino, que contou com a participação das professoras Dra. Marildes Marinho (UFMG) e Dra. Cecília Goularth (UFF). Participaram do evento professores e pesquisadores da Faculdade de Letras da UFJF, do Colégio de Aplicação João XXIII e da Faculdade de Educação, além de alunos de diversos cursos de graduação da UFJF e de outras instituições de ensino superior de Juiz de Fora e região. Além disso, contamos com a presença de professores de ensino básico das redes pública e particular de Juiz de Fora. O II Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino, realizado em parceria com o Colégio de Aplicação João XXIII, com o tema “Letramentos múltiplos: desafios da formação de professores e do aluno da educação básica”, tem o objetivo de promover um debate em torno dos desafios relativos ao ensino de línguas nas escolas brasileiras. Os trabalhos aqui apresentados em forma de resumos refletem as experiências que têm sido realizadas nas salas de aula de variados níveis de ensino e nas pesquisas acadêmicas, abarcando um leque de temas pertinentes às reflexões sobre a complexa relação existente entre linguagem e escola. Tratando de temas como alfabetização, letramento, gêneros textuais, oralidade, leitura e escrita, materiais didáticos, variação linguística, avaliação e ensino de gramática, os autores revelam suas preocupações, análises e possibilidades de transformações da escola da atualidade. Acreditamos que o II Colóquio de Letramento, Linguagem e Ensino possa impulsionar o debate em torno de significativas abordagens sobre a linguagem, propiciando novas perspectivas para a educação de nosso país.

Organizadoras

Ariane Alhadas Cordeiro

Tânia Guedes Magalhães

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SUMÁRIO POR AUTORES Pesquisa Adriana Rocha Bruno...................................................................... 08 Adriana Teixeira ............................................................................ 09 Agnes Priscila Martins de Morais ...................................................... 10 Amanda Isabela Santos Celestino da Cunha ...................................... 11 Ana Cláudia Osório Martins ............................................................. 12 Ana Elisa Ribeiro ........................................................................... 13 Angélica Magalhães Neves .............................................................. 14 Áquila de Souza Toledo ................................................................. 11 Bianca Alves Malvaccini .................................................................. 15 Bruna Loures de Araújo Barroso ...................................................... 16 Carla Geralda Leite Moreira ............................................................ 17 Danielle Cristine Silva .................................................................... 18 Débora Ribeiro de Almeida ............................................................. 19 Elivan Aparecida Ribeiro ................................................................. 10 Elizabeth Orofino Lucio .................................................................. 20 Fabiana Correia Justo .................................................................... 21 Fabiano Santos Saito ..................................................................... 22 Gilberto Paulino de Araujo .............................................................. 14 Giliard Dutra Brandão .................................................................... 23 Giovane Silveira da Silva ................................................................ 24 Helena Maria Ferreira .................................................................... 25 Hércules Tolêdo Corrêa .................................................................. 27 Heyde Ferreira Gomes ................................................................... 28 Izabella Batista de Oliveira ............................................................. 28 Jéssica Kellen da Silva.................................................................... 29 Joseli Rezende Thomaz................................................................... 30 Josieli Almeida de Oliveira Leite....................................................... 31 Juliana Ribeiro Lima....................................................................... 32 Jussara Franco de Assis.................................................................. 33 Laura Silveira Botelho.................................................................... 34 Lauriê Ferreira Martins................................................................... 19 Lorene Dutra Moreira e Ferreira ...................................................... 35 Luana Conceição Miranda Picoli........................................................ 36 Luana de Araújo Carvalho............................................................... 27 Lucia Furtado Mendonça Cyranka..................................................... 16 Lúcia Helena Schuchter................................................................... 08 Marta Cristina Silva........................................................................ 34 Mauriceia Silva de Paula Vieira......................................................... 37 Miriam Raquel Piazzi Machado.......................................................... 38 Natália Aparecida da Silva Artur....................................................... 39 Octávio Henrique Sales de Abreu...................................................... 26 Patrícia Nora de Souza.................................................................... 22 Paula Rita Alves da Silva................................................................. 37 Priscila Pinto Herculano................................................................... 40 Rosângela Márcia Magalhães........................................................... 41 Sabine Mendes Lima Moura............................................................ 32 Silvane Gomes............................................................................... 09 Thays Viana Munck......................................................................... 33

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Vanessa Lacerda da Silva Rangel...................................................... 42 Vanessa Titonelli Alvim................................................................... 43 Vívian de Almeida Rodrigues Aguiar.................................................. 31 Viviane Alves de Matos................................................................... 36 Relatos Aida do Amaral Antunes.................................................................. 45 Aline de Assis Augusto.................................................................... 46 Aline Esperança de Souza Cruz........................................................ 47 Ana Cláudia Peters Salgado............................................................. 48 Analina Alves de Oliveira Muller........................................................ 49 Andrenna Scafi Nobre da Silva Oliveira.............................................. 50 Andressa Christine Oliveira da Silva.................................................. 51 Anna Carolina Santos Reis Dalamura ............................................... 52 Ariane Alhadas Cordeiro ................................................................. 53 Azussa Matsuoka .......................................................................... 54 Bruna da Silva Campos .................................................................. 55 Bruna dos Anjos da Costa Crespo .................................................... 53 Camila de Araujo Perucci Vieira ....................................................... 56 Carolina Garcia de Carvalho Silva .................................................... 57 Daniela Rodrigues Dias .................................................................. 58 Denise Tamaê Borges Sato ............................................................. 59 Emili Barcellos Martins Santos ......................................................... 60 Fernanda Baldutti .......................................................................... 61 Fernanda Bichara da Silva .............................................................. 62 Fernanda Cristina Ferreira .............................................................. 63 Fernanda Pascoalini Frias ............................................................... 64 Gina Carla Costa ........................................................................... 65 Hélcio Carlos de Oliveira Silva ......................................................... 66 Ingrid Pereira Cerqueira ................................................................. 67 José Ribamar Lopes Batista Júnior ................................................... 59 Julia da Rosa Silva ........................................................................ 68 Júlio César Souza de Oliveira .......................................................... 69 Leticia Macedo Kaeser.................................................................... 70 Liliana Mendes............................................................................... 71 Lívia de Oliveira Thomaz................................................................. 72 Márcia Mariana Santos de Oliveira ................................................... 62 Márcia Patrícia Barboza de Souza .................................................... 73 Maria Rosana do Rego e Silva ......................................................... 74 Marina Silva Maximiano ................................................................. 48 Michele Cristina Ramos Gomes ....................................................... 63 Neli Edite dos Santos...................................................................... 75 Raissa Macedo Lima....................................................................... 71 Rosimeri Paulino Lopes de Araújo..................................................... 76 Sara Ribeiro Saider........................................................................ 54 Susana Lima Vargas....................................................................... 45 Tania Regina de Souza Romero........................................................ 55 Terezinha Toledo Melquíades de Melo................................................ 49 Vanessa Almeida Stigert................................................................ 52 Vanessa Rocha Campos.................................................................. 67

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Pesquisa

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O IMPRESSO E O DIGITAL NA ESCOLA: PROMOVENDO LETRAMENTOS?

ADRIANA ROCHA BRUNO [email protected]

LÚCIA HELENA SCHUCHTER [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora Este artigo configura-se a partir de uma pesquisa que buscou compreender como interagem, dentro da escola, a Biblioteca Escolar e o Laboratório de Informática, enquanto espaços de diferentes letramentos. São trabalhadas as concepções de leitura, letramentos, gêneros de discurso, apresentadas por autores, tais como: Bakhtin, Bruno,Chartier, Coscarelli, Freitas, Lévy, Marcuschi, Ramal, Soares.Buscou-se fundamentação metodológica na pesquisa qualitativa de abordagem histórico-cultural, respaldada por Lev S. Vygotsky e Mikhail Bakhtin. O campo de pesquisa se constituiu de duas escolas públicas situadas na cidade de Juiz de Fora/MG. A investigação se desenvolveu por meio dos instrumentos metodológicos: entrevistas semiestruturadas com dois bibliotecários, uma professora responsável pelo laboratório de informática, três professores regentes e duas coordenadoras pedagógicas; análise de documentos; observação e questionário. A análise de dados está organizada em duas categorias: (a) letramentos nas escolas e (b) os sujeitos e a formação continuada: repensando a prática pedagógica. Esta pesquisa aponta que possíveis interações entre estes espaços e sala de aula devem ser promovidas, pois formar alunos leitores e escritores, hoje, não se restringe somente ao impresso ou ao digital. Para que isso ocorra, não basta a existência de livros e computadores; é premente promover a formação para o uso técnico e pedagógico das tecnologias a toda comunidade escolar. Considerando a diversidade encontrada entre esses profissionais, pode-se pensar numa formação continuada na modalidade a distância. A escola, a universidade e o poder público devem corresponsabilizar-se pela promoção de letramentos nos docentes e discentes e garantir o acesso desses leitores às novas mídias.

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA E A NECESSIDADE DE MULTILETRAMENTOS

ADRIANA TEIXEIRA [email protected]

SILVANE GOMES

[email protected]

Universidade Federal de Minas Gerais

Este artigo apresenta uma discussão antiga, porém atual, a respeito da necessidade de letramentos múltiplos que os professores necessitam ter para exercerem sua prática pedagógica tendo as várias tecnologias digitais como aliada ferramenta de disseminação do conhecimento. Toma como base um grupo professores de Língua Portuguesa que utilizaram e-mails durante um processo de avaliação online de provas discursivas de alunos concluintes do ensino médio. Tal pesquisa buscou verificar como a ferramenta tecnológica mediadora dessas interações colaboraram para a emergência de uma comunidade de prática (CoP) segundo a teoria de Jean Lave e Etienne Wenger (1998). A fim de dar resposta às questões que surgiram , desenvolveu-se uma pesquisa exploratória e descritiva que teve como método o modelo e categorização do conteúdo das interações. Ainda destacou aspectos relacionados a interação (Primo, 2007) e a colaboração (Braga, 2007); ao uso da tecnologia (Buzato, 2004) e aos multiletramentos (Rojo, 2012) que a presente era exige do professor em suas muitas práticas pedagógicas. Evidenciou a necessidade de revisão dos currículos de formação de professores (Gatti, 2009) e a necessidade de capacitação contínua (Marinho, 2004) àqueles que se formaram sem a possibilidade de treinamento para o uso das tecnologias digitais da informação e da comunicação – TDIC. Concluiu-se que a utilização de e-mails durante aquele processo permitiu a construção de uma comunidade de prática que apoiou e transformou o trabalho de avaliação realizado por estes professores no ano de 2008. Além disso, o uso da mesma permite a manutenção do sigilo, da ética e da confiabilidade que esses processos requerem. E ainda, é uma ferramenta de avaliação que pode trazer excelência para o sistema de ensino brasileiro, pois se constatou que ao utilizarem a ferramenta tecnológica para customizarem a prática docente, esta preserva a isonomia e a equanimidade exigida em processos de avaliação de grande escala.

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INFLUÊNCIA DOS GÊNEROS DIGITAIS NA PROFICIÊNCIA NA LÍNGUA

ESCRITA

AGNES PRISICILA MARTINS DE MORAIS [email protected]

ELIVAN APARECIDA RIBEIRO

[email protected]

Universidade Federal de Lavras O presente trabalho ocupa-se de um estudo acerca dos gêneros textuais que circulam nas redes sociais como mensagens de facebook, salas de bate-papo etc. A questão eleita para discussão direciona-se para as seguintes indagações: Quais são as características dos gêneros textuais mencionados? As variações linguísticas presentes nesses gêneros podem ser consideradas como um incentivo à produção escrita ou devem ser concebidas como um prejuízo ao desempenho linguístico dos alunos no que diz respeito à norma culta? O presente estudo contempla dois tipos de pesquisa: o de cunho bibliográfico, pautado em Marcuschi (2002); Souto e Silva (2008), entre outros. O segundo tipo constitui-se em uma análise de conversas em âmbito virtual (facebook, salas de bate-papo) de estudantes, com vistas a analisar as características do “internetês” apontadas pelos autores pesquisados. A partir do estudo realizado concluiu-se que a linguagem das mensagens de bate-papo e postagens pode ser considerada como um estímulo à produção textual. No que tange aos prejuízos ao desempenho linguístico dos alunos, constatou-se que as produções gráficas disponíveis nesses suportes podem constituir-se em objeto de estudo nas aulas de língua portuguesa, de modo a evidenciar um tipo de escrita específico dessa situação de produção. Assim, torna-se necessário que os docentes adentrem nesse novo universo descubram métodos didáticos para o ensino e busquem alternativas para intervenção.

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AS REPERCUSSÕES DO BILHETE DO PROFESSOR NA REESCRITA DO TEXTO PELO ALUNO

AMANDA ISABELA SANTOS CELESTINO DA CUNHA [email protected]

ÁQUILA DE SOUZA TOLEDO

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora Este trabalho analisa as influências do bilhete orientador do professor no processo de revisão e rescrita textual pelo aluno. Trata-se de um estudo de caso, de cunho qualitativo, com um aluno de 5º ano de escola pública, cujo corpus foi constituído por escritas, bilhetes do professor, reescritas e gravações em vídeo das interações entre o professor e a criança. Assumimos a concepção de linguagem como forma de interação social (GERALDI,1996) e de texto como uma unidade de sentido tomada pelos usuários da língua (falante/ escritor;ouvinte/ leitor), em uma dada situação de interação, preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão. (MARCUSCHI, 2001). Os dados analisados revelam que o bilhete do professor se constitui como espaço para discutir as adequações ao gênero solicitado na tarefa de escrita, revisões quanto ao uso de elementos coesivos e correções dos aspectos gramaticais (pontuação, paragrafação, ortografia). As reflexões promovidas pelo professor por meio do bilhete estimulavam os comportamentos escritores do aluno ao analisar os segmentos incoerentes do texto e buscar outras possibilidades do dizer que garantissem o aprimoramento do texto. Concluímos que a adoção da abordagem textual-interativa no trabalho de correções e revisões de textos proporcionam retextualizações qualitativamente produtivas na formação de jovens escritores.

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PROALFA: AVALIAÇÃO E PROPOSTA PEDAGÓGICA

ANA CLÁUDIA OSÓRIO MARTINS [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Em 2004, após a instituição do Ensino Fundamental de 9 anos em Minas Gerais, foi implantado, no Estado, o PROALFA (Programa de Avaliação da Alfabetização) que tem como finalidade avaliar o nível de alfabetização dos alunos das escolas públicas mineiras. A presente pesquisa tem como questão central avaliar o impacto dos resultados dessa avaliação no ambiente escolar. Como aporte teórico a respeito das concepções de linguagem, buscamos Bakhtin (2002); Rojo (2009); Bortoni-Ricardo (2006 e 2009); Kleiman (1997); Mortatti (2004) e Soares, (2006, 2012). Para analisar a avaliação nesse contexto, recorremos às produções de Franco (2007), Freitas (2007) e Sousa e Oliveira (2010). Destacamos os trabalhos já produzidos sobre o PROALFA, a saber: as dissertações de Silva (2005), Falci (2005) e Carvalho (2010); as publicações em periódicos de Monteiro (2010) e Carvalho e Macedo (2010). A partir da observação de resultados dos boletins do PROALFA, houve a escolha das escolas a serem pesquisadas: três escolas, que melhoraram nos índices, e duas que tiveram queda no resultado. Na pesquisa de campo, foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas com a participação de diretores, coordenadores e professores que atuaram nos últimos anos no terceiro ano do Ensino Fundamental. Foram entrevistados também e profissionais responsáveis pela idealização, construção e implantação do PROALFA em Minas Gerais. Como resultado da pesquisa, constamos que o PROALFA é uma avaliação que tem alterado a prática dos professores, coordenadores e gestores das escolas públicas estaduais de Minas Gerais quanto ao aspecto do ensino na área da alfabetização e do letramento.

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LETRAMENTO, MULTIMODALIDADE E PRODUÇÃO DE TEXTOS

ANA ELISA RIBEIRO [email protected]

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Universidade Estadual de Campinas Todo texto, quando composto, carrega em si um projeto de inscrição, isto é, sua materialidade ajuda a compô-lo, instaurando uma existência desde a origem multimodal. A ideia de que todo texto é multimodal está em Kress e Van Leeuwen (1998) e foi adotada neste trabalho. Também foram adotadas concepções de letramento, em Magda Soares (2002); multiletramentos, em Rojo (2012); estudos em produção de infografia e o “pensar visualmente”, em Teixeira (2010); além da clara defesa de Chartier (2002) a respeito da inextricável ligação entre o texto e o suporte que o materializa. Com base nesses autores, construí uma pesquisa que visava a (1) conhecer os tempos e espaços em que jovens estudantes de Ensino Médio de escolas públicas aprendiam a ler infografia (quando, em que disciplinas escolares, em que condições fora da escola, etc.); e (2) verificar a habilidade de pensar visualmente em situações oferecidas aos jovens, isto é, ter contato com as questões de linguagem envolvidas em tarefas potencialmente multimodais. Em grupos focais e em entrevistas individuais, por meio de debates e de testes de produção textual, obtivemos dados sobre como os jovens de terceiro ano do Ensino Médio de escolas públicas, em Belo Horizonte, leem infográficos jornalísticos e produzem textos de potencial multimodal. Os resultados apontam para interessantes questões de letramento, letramento visual e expressão gráfica. Os resultados apresentados pelos jovens parecem sugerir uma espécie de “desaprendizagem” da expressão multimodal, ao longo da vida escolar.

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PROVA BRASIL E SAEB: A APRENDIZAGEM DA LEITURA NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO

ANGÉLICA MAGALHÃES NEVES [email protected]

Faculdade LS; Universidade Católica de Brasília - DF

GILBERTO PAULINO DE ARAUJO e-mail: [email protected]

Faculdade LS; PPGL/UnB - Brasília - DF O presente estudo aborda como o sistema educacional brasileiro tem traçado estratégias para acompanhar o desenvolvimento da leitura dos estudantes do ensino fundamental e do ensino médio (de escolas públicas e privadas) a partir do desempenho destes alunos nas avaliações em larga: Prova Brasil e SAEB. Discute de que forma estas avaliações têm contribuído com as instituições de ensino para a formação de leitores capazes de compreender os textos que circulam nos diversos contextos sociais (perspectiva do letramento e dos gêneros textuais). Para a constituição da pesquisa, foram utilizados os resultados da Prova Brasil e do SAEB nas aplicações de 2005 a 2011 aos alunos da 8ª série /9º ano do Distrito Federal. No que diz respeito à investigação das habilidades de leitura, os dados revelam que os estudantes estão concluindo a primeira etapa do ensino fundamental com dificuldades em localizar informações explicitas e implícitas de um texto, fazer inferências, identificar o tema, a tese e as relações de causa e consequência. O estudo também apresenta, com base na revisão bibliográfica, algumas propostas metodológicas que podem ser adotadas pelos docentes para melhor subsidiar o trabalho pedagógico voltado para o desenvolvimento da competência leitora e,

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LINGUAGEM COMO IDENTIDADE: UMA CONDIÇÃO PARA O SUCESSO ESCOLAR

BIANCA ALVES MALVACCINI

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho apresenta uma pesquisa teórica-prática que nasceu do projeto “A Pedagogia da Variação Linguística na Escola”, desenvolvido no grupo de pesquisa FALE (Formação de professores, alfabetização, linguagem e ensino), da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). A pesquisa tem como objetivo principal investigar a possibilidade de implementação, na escola, de uma pedagogia da variação linguística que leve os alunos ao reconhecimento de sua identidade dialetal, valorizando-se como cidadãos falantes da língua portuguesa de um determinado grupo social, mas que necessitam aprender também as variedades consideradas cultas, de modo que possam buscar posições melhores na sociedade. Trata-se, portanto, de uma proposta de expansão das competências em relação ao uso das modalidades oral e escrita da língua, levando-os à reflexão sobre a necessidade de adequação do uso da língua ao contexto (BAGNO, 2009). O método adotado é a pesquisa-ação, com caráter qualitativo, e se realiza em turmas do 5° ao 8° ano do Ensino Fundamental de uma escola pública, que adota o projeto de aceleração dos anos finais do ensino fundamental e que tem como proposta uma pedagogia libertadora. Pretende-se que os alunos reflitam sobre as variedades linguísticas a partir de gêneros textuais, com atividades reais de uso, fazendo uma ligação com seu próprio cotidiano. A pedagogia culturalmente sensível (BORTONI, 2004) vê essa adequação como indispensável para o sucesso escolar. O projeto encontra-se na fase de reconhecimento das ações escolares, porém já se pôde notar que a maior parte desses alunos têm grande dificuldade de interpretação, o que se revela na sua grande carência no uso da língua oral e escrita. Toda variedade linguística é, antes de tudo, um instrumento de construção de uma identidade de um determinado grupo. Reconhecer-se como falante legítimo e obter esse reconhecimento é fator de integração e ascensão social.

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“MINHA LÍNGUA TAMBÉM É CHIC” COMO TRANSFORMAR O ENSINO DE LINGUAGEM NUMA PROPOSTA DE

INCLUSÃO SOCIAL?

BRUNA LOURES DE ARAÚJO BARROSO

[email protected]

LÚCIA FURTADO DE MENDONÇA CYRANKA [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho investiga, por meio de pesquisa-ação (THIOLLEN, 2000) a possibilidade de se construir, com alunos falantes de variedades linguísticas desprestigiadas, atitudes linguísticas favoráveis à ampliação de sua competência em direção ao domínio das variedades cultas da língua portuguesa. Trata-se de alunos de séries finais do ensino fundamental de uma escola pública de Juiz de Fora e que possuem, em seu histórico escolar, pelo menos três anos de reprovação. Consequentemente, esses alunos estão situados numa faixa etária entre 13 e 17 anos. Por pertencerem a bairros periféricos desse município, são falantes de uma variedade linguística própria, que precisa, no entanto, ser respeitada. Torna-se, portanto, urgente conscientizá-los quanto às diferentes variedades linguísticas, a fim de que possam, monitorando seu próprio estilo, tornarem-se usuários das variedades cultas de sua língua materna, fator indispensável para conseguirem sua inclusão social por meio da linguagem (BORTONI-RICARDO 2004). Apesar do quadro adverso devido à resistência desses alunos às práticas escolares, os resultados têm apontado para a possibilidade de se desenvolver, utilizando estratégias sugeridas pela Sociolinguística Educacional, uma pedagogia culturalmente sensível (ERICKSON, 1987) favorável à construção de atitudes indispensáveis a sua adesão ao processo de ampliação de competências.

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VAI TER QUE SER UMA AULA NORMAL?

CARLA GERALDA LEITE MOREIRA [email protected]

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

A educação mediada pelas novas tecnologias ainda gera muitos questionamentos na sociedade contemporânea. De um modo geral, algumas dúvidas ainda permeiam o dia a dia do professor, com relação ao uso de ferramentas tecnológicas. Seguindo essa linha de pensamento, a partir das considerações de Buzato (2006; 2007); Coscarelli e Ribeiro (2005); Kleiman (2007) e Soares (2002), o objetivo deste estudo é averiguar como é a relação docente com as ferramentas digitais. Com relação à metodologia, iremos examinar a concepção de apropriação tecnológica nos modos de dizer de uma professora de português, que leciona em uma escola particular de Belo Horizonte e, ainda, como essa profissional faz uso das ferramentas tecnólogicas em suas aulas. As análises desenvolvidas partirão de um conjunto de dados coletados, a partir de entrevista e observação não participante realizada com a docente descrita acima. De natureza interpretativa, no exame dos dados, utlizaremos a Análise de Conteúdo (Bardin, 1977) a fim de tentar compreender nas entrelinhas a concepção do uso das tecnologias. A partir das análises percemos que a professora utiliza as TIC’s no seu cotidiano, no entanto muitas vezes não tem consciência que suas práticas de ensino comtemplam esse universo digital. Categorias semânticas foram criadas e verificamos as escolhas lexicais mais recorrentes para chegarmos a conclusões sobre como é sua apropriação tecnológica em sala de aula.

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A PROFICIÊNCIA LEITORA: INVESTIGANDO O DOMÍNIO DE HABILIDADES DE LEITURA NO ENSINO MÉDIO

DANIELLE CRISTINE SILVA [email protected]

Universidade Federal de Lavras

A presente comunicação visa socializar resultados de uma pesquisa de cunho qualitativo que buscou analisar qual a percepção que os alunos do ensino médio de uma escola pública possuem sobre a leitura e quais habilidades de leitura dominam. Tradicionalmente, a leitura foi considerada como uma atividade mecânica de decodificar palavras e de garimpar sentidos prontos no texto (KLEIMAN, 1993). Hoje, já se sabe que a leitura é uma atividade complexa, em que o leitor produz sentidos a partir das relações que estabelece entre as informações do texto e seus conhecimentos. Na pesquisa em questão, parte-se do entendimento de que ler é uma atividade cognitiva, social e que está ligada às tecnologias disponíveis. Entende-se, ainda, que o ensino de Língua Portuguesa precisa estar ancorado em uma perspectiva que privilegie os gêneros textuais como objetos de ensino/aprendizagem e que a proficiência dos alunos na leitura dos mais diversos gêneros está intimamente ligada a um trabalho sistematizado por parte do professor. A análise baseou-se em um diagnóstico de leitura individualizada, do qual participaram trinta estudantes da rede pública de ensino. As atividades propostas contemplaram o gênero notícia e questões que buscavam verificar as habilidades de leitura concernentes à (ao) (i) reconhecimento do gênero textual, sua finalidade e estrutura; (ii) realização de inferências; (iii) compreensão global; (iv) construção e checagem de hipóteses e (v) identificação de informações explícitas). Na construção do quadro teórico foram utilizadas as contribuições de Bakhtin (1992), Marcuschi (2010), Solé (1998), Koch (2002) e Dionísio (2002). Os resultados indicam que os estudantes dominam as habilidades de construir uma representação global do texto e de localizar informações explícitas. Indicam a premência de um trabalho que contemple as demais habilidades elencadas. Observou-se, ainda, que a concepção de leitura que subjaz à percepção dos estudantes é a de que todos os sentidos se encontram prontos no texto.

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O TRATAMENTO DA HOMONÍMIA E DA POLISSEMIA NO ENSINO DE

LÍNGUA PORTUGUESA

DÉBORA RIBEIRO DE ALMEIDA [email protected]

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

LAURIÊ FERREIRA MARTINS [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora O presente trabalho tem como objetivo investigar os fenômenos semânticos homonímia e polissemia nos livros didáticos de Língua Portuguesa. Nesse sentido, procuramos responder às questões: (a) aspectos semânticos da língua são abordados nos livros didáticos? (b) se são, como os fenômenos homonímia e polissemia são tratados? (c) há uma regularidade no tratamento desses fenômenos nas séries finais do ensino fundamental e/ou no ensino médio? (d) os exercícios propostos promovem a reflexão acerca das relações de homonímia e polissemia e de sua relevância para o processo de construção de sentido, de modo geral? Para uma análise qualitativa dos dados coletados nos livros didáticos, assumimos a perspectiva da Linguística Cognitiva (SALOMÃO, 1999; MIRANDA, 2001), bem como tomamos a contribuição de estudiosos dos fenômenos focalizados (LYONS, 1987; ILARI, 2002; PERINI, 2005; SILVA, 2006). Os resultados apontam que, nos livros didáticos analisados, (i) o espaço reservado a questões semânticas continua sendo restrito, (ii) o predomínio do trabalho com a homonímia revela cada vez mais dificuldade por parte dos alunos de lidarem com os processos de significação, (iii) não há uma regularidade no tratamento desses fenômenos nas séries finais do ensino fundamental e/ou no ensino médio, (iv) os autores nem sempre exploram a contribuição de outros elementos linguísticos e extralinguísticos para o processo de construção de sentido, (v) não é possível verificar a apresentação da polissemia como um recurso linguístico largamente explorado em diversos gêneros textuais, (vi) apenas uma coleção fala de polissemia ao abordar a homonímia, embora todos os teóricos pesquisados relacionem os dois fenômenos e afirmem a dificuldade de delimitação entre os mesmos.

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CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO INSCRITAS NA PESQUISA FORMAÇÃO: ENTRE A PEDAGOGIA DA RESPONSIVIDADE E A PEDAGOGIA DA

RESPONSABILIDADE

ELIZABETH OROFINO LUCIO [email protected]

UFRJ/PPGE/LEDUC

Este trabalho tem como objetivo apresentar resultados parciais de uma pesquisa de doutorado que investiga os saberes (TARDIF,2007) dos formadores (ANDRADE, 2010) de professores de leitura e escrita brasileiros, analisando eventos de formação da pesquisa-formação, As (im) possíveis alfabetizações de alunos de classes populares na visão de docentes da escola pública, realizada pelo Laboratório de Estudos de Linguagem, Leitura, Escrita e Educação/ LEDUC da FE da UFRJ. O estudo toma como pilares as contribuições da perspectiva Bakhtiniana de linguagem para dialogar com os discursos advindos de um dos desdobramentos da pesquisa, os Encontros de Professores de Estudos sobre Letramento, Leitura e Escrita / EPELLE. Busca-se compreender os processos discursivos entre pesquisadores-formadores e professores das redes públicas, em formação continuada, sobre as concepções de alfabetização e sua prática pedagógica, focalizando-se os discursos (BAKHTIN, 2003), apresentados e endereçados aos docentes nos eventos de formação continuada e os saberes dos formadores de professores em relação às concepções de alfabetização e o processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita. A análise permite concluir que os discursos de ambos os sujeitos refletem e refratam distintas posições teóricas e experiências acerca dos processos de ensino e aprendizagem dos alunos, corroborando para a constituição de docentes e formadores como sujeitos de discursos, através de uma relação de alteridade, contribuindo para uma pedagogia da responsividade e da responsabilidade na formação continuada docente.

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PRÁTICAS DE LETRAMENTOS E FORMAÇÃO DE IDENTIDADES DISCENTES: ESTUDO DE CASO DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS EM OURO

PRETO E MARIANA, MG

FABIANA CORREIA JUSTO [email protected]

Universidade Federal de Ouro Preto

Este trabalho apresenta os resultados obtidos na pesquisa Letramento e inclusão social nas escolas públicas de Mariana e Ouro Preto: a implementação da Lei 10639/03. Objetivou-se analisar se os estudos sobre letramento, devido às suas perspectivas sociais de se pensar a linguagem, poderiam legitimar a implementação da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura africana e afro-brasileira no ensino regular e superior. Ao propor este questionamento, nos baseamos na relação entre Linguagem e Identidades (Moita Lopes, 2002; Silva, 2011), na discussão racial no Brasil (Munanga, 2005), nos estudos sobre Letramentos Múltiplos (ROJO, 2009) e demais estudos sobre Multiletramentos e Letramentos Sociais. Realizamos um bimestre de observação participativa e coleta etnográfica em duas escolas públicas nas cidades de Ouro Preto e Mariana, MG. Investigamos também as políticas públicas desenvolvidas pelas Secretarias Municipais de Educação das duas cidades para a legitimação dessa lei no currículo escolar das escolas da região, bem como os Projetos Político Pedagógicos (PPPs) das duas escolas. No que diz respeito aos eventos de letramentos pertencentes às identidades socias, participamos de reuniões semanais do grupo cultural intitulado “A Rede”, o qual é composto por jovens de uma das escolas investigadas, pertencentes ao movimento cultural HIP-HOP. A pesquisa foi qualitativa utilizando da perspectiva de paradigma indiciário de Guinzburg(1981). Procuramos verificar nos materiais encontrados e nas aulas observadas alguma referência à diversidade afro-brasileira/africana tanto nas práticas de letramentos quanto nas políticas educacionais desenvolvidas pelas SME’S. As práticas de letramento das escolas investigadas desconsideram as demais práticas de letramentos que estão na base da construção das identidades de seus alunos e alunas. Encontramos nas escolas resultados que apontam para o fato de que, as práticas de letramento realizadas nas aulas de Língua Portuguesa das escolas pouco contemplam as concepções de ensino de língua materna, que levam em consideração a construção identitária dos/as alunos/as.

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(MULTI)LETRAMENTO(S) DIGITAL(IS) E AS METÁFORAS DE IDENTIDADE DOCENTE EM CONTEXTO DE USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: COMO PROFESSORAS DE UMA ESCOLA PÚBLICA SE POSICIONAM NA ERA DIGITAL

FABIANO SANTOS SAITO [email protected]

PATRÍCIA NORA DE SOUZA

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora O objetivo deste trabalho é analisar as práticas discursivas de três professoras que se relacionaram com as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) no processo de ensino-aprendizagem, na tentativa de compreender como elas identificam a si e aos alunos nesse contexto. Para tanto, utilizaremos o aporte teórico sobre as práticas sociodiscursivas da Era Digital ou (Multi)Letramento(s) Digital(is) (SOARES, 2002; BUZATO, 2007, 2009; SELBER, 2004; SAITO, 2011), a Teoria do Posicionamento (HARRÉ e VAN LANGENHOVE, 1999), no que concerne à tomada de posição através do discurso; o trabalho de Prensky (2001) sobre a identidade docente e os estudos de Lakoff e Johnson (1980) sobre as metáforas que usamos no cotidiano e que auxiliam na compreensão do mundo em que vivemos. Esta é uma pesquisa de abordagem qualitativa, cujo principal corpus é constituído pela transcrição de entrevistas e pelos dados gerados na dissertação de mestrado de Saito (2011). As conclusões apontam que através de metáforas conceituais que emergem no discurso, as professoras assumem uma posição ou identidade de imigrantes digitais, o que, ao mesmo tempo, coloca os alunos em uma posição de nativos digitais, o que explica, em parte, as dificuldades de as professoras se adaptarem ao uso das TDICs em sala de aula e a dificuldade no percurso de sua formação docente para atingir uma fluência digital (grau de conforto em utilizar as TDICs) para o exercício de práticas efetivas de ensino mediado pelas TDICs.

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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PROFESSORES SOBRE O LETRAMENTO DIGITAL

GILIARD DUTRA BRANDÃO [email protected]

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Este trabalho objetiva apresentar e tecer análises acerca das representações de professores de língua portuguesa sobre o letramento digital. Para isso, utilizou-se de pressupostos teóricos dos Estudos Culturais Hall (2006), da Psicologia Social Moscovici (1978, 2007) e, a fim de legitimar as discussões a respeito do letramento e letramento digital, serão inseridas perspectivas teóricas de Kleiman (1995), Soares (2003), Rojo (2004) e Ribeiro (2008). Os recursos metodológicos estão ancorados em Bardin (1988), Abric (1994) e Alves-Mazzoti (1994, 2004). A pesquisa tem caráter qualitativo interpretativista. Foram utilizados os métodos para coleta de dados da Associação Livre de Palavras (ALP), Triagens Hierarquizadas Sucessivas (THS) e Análise de Conteúdo. Discutir sobre as representações de professores é oportunizar o diálogo entre o discurso e a educação, visto que as áreas favorecem interlocuções por tornarem representativos os dados discursivos proferidos por eles. Os resultados apontam para as seguintes representações: i) a escola com enfoque globalizador e inclusivo; ii) paradigmas da comunicação: informacional e o relacional e iii) leitura, hipertexto e letramento digital. O objetivo deste trabalho é o de avaliar se as representações estão adequadas ou inadequadas, certas ou erradas, mas proporcionar possibilidade de reflexão de questões que cerceiam os processos da aquisição do letramento digital, nas perspectivas dos professores.

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ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICO-ARGUMENTATIVASNO GÊNERO CARTA DO LEITOR

GIOVANE SILVEIRA DA SILVA [email protected]

Universidade Federal de Lavras

Esta comunicação ocupa-se em apresentar os resultados de uma pesquisa que teve por meta investigar e descrever as estratégias linguístico-argumentativas, que compõem o gênero textual carta do leitor. Na tentativa de favorecer a discussãodo objetivo proposto, foi desenvolvida uma pesquisa teórica, a partir de autores como Marcuschi (1992), Antunes (2007), Eleodoro (2013), Citelli (2002) e Perelman; Olbrechts-Tyteca (2002). Tais autores subsidiaram a análise das estratégias linguísticas apresentadas em cinco cartas de leitores, inseridas em revistas de grande circulação. O gênero “cartas do leitor” caracteriza-se pela participação dos leitores em revistas ou jornais, como meio de aproximar o leitor da reportagem e dar a ele uma voz de participação concernente ao assunto anterior. O leitor-autor ao expor sua opinião não almeja apenas apresentar um ponto de vista, mas também convencer os demais leitores. Simultaneamente, analisou-se a organização do discurso argumentativo, explorando estratégias linguístico-argumentativas. Tais análises revelaram que, a argumentação na carta do leitor,coerentemente, se deu através de várias técnicas persuasivas, apresentadas pelos teóricos.As cartas, aleatoriamente selecionadas, apresentaram grande número de articuladores argumentativos, objetivandoo confronto entre os estudiosos e permitindo uma abordagem qualitativa sobre tal gênero. Nessa perspectiva, o estudo contribuiu para a capacidade de perceber criticamente aspectos próprios de gêneros argumentativos.

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REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA ORALIDADE EM SALA DE AULA

HELENA MARIA FERREIRA [email protected]

Universidade Federal de Lavras

A temática eleita para reflexão direciona-se para a investigação da oralidade concebida como objeto de ensino-aprendizagem. A metodologia utilizada se circunscreve no campo de uma pesquisa teórica, pautada em autores representativos, entre os quais destacam-se: Castilho (1998), Preti (1999) e Evaristo (2006). Essa reflexão foi motivada a partir do questionamento sobre os estudos acerca da oralidade e as questões ligadas ao ensino. Desse modo, os estudos empreendidos sinalizaram para a necessidade de uma discussão conceitual e metodológica do que seja “ensinar a língua oral”. Essa discussão compreende uma distinção entre termos como oralidade, língua falada e fala. Além disso, implica analisar abordagens da oralidade como objeto de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, os resultados desvelam a necessidade de um redimensionamento de concepções e de metodologias que ultrapassem a posição de que o ensino da oralidade se pauta no ensino-aprendizagem de uma estrutura, de sua apreensão em níveis de análise linguística, de léxico e vocabulário, de aspectos fonéticos e fonológicos. Trabalhar com a oralidade em sala de aula não pode implicar apenas ensinar uma gramática do oral, nos moldes do ensino tradicional de língua, pautado na normatividade aplicada à escrita e que deveria ser transportada para as manifestações faladas, como sinônimo de aprendizagem e domínio da língua, ou como base para uma descrição abstrata das estruturas, que isoladamente pouco tem a contribuir na formação dos sujeitos. Nesse sentido, ensinar e aprender oralidade deve contemplar necessariamente, como um de seus objetivos, o de fornecer elementos para que os sujeitos sejam capazes de analisar e de mobilizar estratégias discursivas mais adequadas para cada situação de interação social. Assim, ao analisar a oralidade a partir do construto teórico aqui adotado pode-se entender a relevância de se promover um deslocamento de posturas tradicionais que adotam a polarização entre oralidade e escrita.

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ORALIDADE E LETRAMENTO: DIMENSÕES CONCEITUAIS E IMPACTOS NO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA

OCTÁVIO HENRIQUE SALES DE ABREU [email protected]

Universidade Federal de Lavras A presente comunicação tem como objetivo socializar discussões sobre oralidade e letramento. A metodologia utilizada se circunscreve em uma pesquisa teórica, pautada em autores como: Castilho (1998), Preti (1999), Evaristo (2006), Soares (2008), Tfouni (1995) e Kleiman (1995). Essa reflexão foi motivada a partir do questionamento sobre oralidade e letramento e suas implicações nas práticas de ensino. Os estudos empreendidos sinalizaram para a necessidade de uma discussão conceitual dos termos oralidade e letramento como um conjunto de práticas sociais e culturais interdependentes. A partir do estudo realizado, constatou-se que esses dois termos favorece a incorporação da fala e da escrita num contexto que integra os usos dessas práticas linguísticas no cotidiano. Essa inserção permite o deslocamento do ensino centrado no estudo do código para um ensino integrado às práticas sociais. Além disso, favorece a construção de uma nova concepção de língua e de texto, questões substanciais para a prática educativa. Os resultados desvelam que a oralidade e o letramento impactuam um redimensionamento de concepções e de metodologias que ultrapassem a posição de que o estudo da língua se pauta no ensino-aprendizagem de uma estrutura, de sua apreensão em níveis de análise linguística, lexical e vocabulário, de aspectos fonéticos e fonológicos. A direção apontada pelos autores estudados sinaliza que a fala e a escrita ao serem concebidas em suas realizações concretas, inseridas num contexto sócio-histórico e cultural, dialogando com todas as outras linguagens presentes na interação poderá emprestar contribuições substanciais para uma participação ativa dos interlocutores. Nessa direção, trabalhar com essas modalidades em sala de aula requer o domínio de diversos gêneros, das inter-relações fala e escrita.

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MULTILETRAMENTOS E USOS DE TDIC NA EDUCAÇÃO BÁSICA

HÉRCULES TOLÊDO CORRÊA [email protected]

LUANA DE ARAÚJO CARVALHO

[email protected]

Universidade Federal de Ouro Preto O grupo de pesquisa “Multiletramentos e usos de tecnologias digitais de informação e comunicação na Educação Básica” tem por objetivo realizar pesquisas teórico-conceituais e de campo abrangendo os chamados multiletramentos e os novos letramentos, bem como as possibilidades de promoção das diferentes modalidades de letramento com o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação em espaços escolares e até não escolares, embora de alguma forma relacionados com a educação formal. No âmbito do grupo, há pesquisadores envolvidos com diferentes projetos, tais como: a) investigação sobre formação de leitores e formação de professores; b) letramento e uso de tecnologias digitais por parte de alunos e de professores; c) letramento literário e outros letramentos estéticos de alunos de ciências exatas; d) letramentos locais não escolares. Nossos aportes teóricos-metodológicos consistem nas discussões acerca dos novos e multiletramentos, bem como de conceitos oriundos da sociologia e da antropologia, como habitus e hibridação culturais. Neste evento, apresentaremos especificamente um trabalho de pesquisa realizado com graduandos do curso de Pedagogia da UFOP. Por meio da análise de memoriais de leitura produzidos por graduandos de Pedagogia, modalidade EaD do CEAD-UFOP, identificamos uma formação precária de leitores na educação básica, o que reflete também na precarização da formação acadêmica inicial. Alguns depoimentos menos frequentes e honrosos apontam para uma formação de leitura consistente e um empenho na formação profissional inicial.

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REFERENCIAÇÃO E PROGRESSÃO TEMÁTICA: ANÁLISE DE TEXTOS

PRODUZIDOS POR ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO

HEYDE FERREIRA GOMES [email protected]

IZABELLA BATISTA DE OLIVEIRA

[email protected]

Universidade Federal de Lavras É comum percebermos as dificuldades encontradas por alunos de diferentes níveis de escolaridade ao produzir um texto. Essa dificuldade reflete no trabalho do professor que, muitas vezes, parte de uma proposta de ensino centrada na reflexão estrutural da língua, preocupando-se apenas com as questões ortográficas e gramaticais. Nesse caso, o conteúdo e a forma como ele é apresentado acabam se situando em segundo plano e o processo de construção de ideias do indivíduo não é priorizado. Tendo em vista esse fato, procura-se neste estudo mostrar, a partir de uma comparação entre contos produzidos por alunos dos ensinos fundamental e médio, as estratégias usadas por eles no que diz respeito à referenciação.Como suporte para as discussões apresentadas, utiliza-se a abordagem teórica feita por autores como Bentes (2005), Koch (2004), Cavalcante&Dubois (2003) e Mondada (2005), a fim de verificar como tem sido feita a introdução e retomada de elementos referenciais nos textos analisados. A importância da ortografia e da gramática na produção textual é indiscutível. Mas é através do processo de referenciação que se percebe o grau de conhecimento do sujeito e a forma como ele o organiza no espaço textual. A partir das reflexões feitas, é possível afirmar que os problemas encontrados nos textos dos alunos ultrapassam os erros de concordância e grafias equivocadas.

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A ESCRITA NA ESCOLA: UMA ANÁLISE DE PROPOSTAS DE PRODUÇÕES DE TEXTO

JÉSSICA KELLEN DA SILVA

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Universidade Federal de Lavras

Esta comunicação tem por objetivo socializar os resultados de um estudo realizado no grupo de formação integrante do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/ UFLA /Letras. Nesse sentido, propõe-se a analisar propostas de produções de texto, elaboradas por professores e aplicadas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, com vistas a compreender como tais propostas se organizam e em que medida contribuem para o desenvolvimento da escrita dos alunos. Para a análise foram verificadas a presença das seguintes categorias: (i) etapas da produção textual: planejamento, escrita e reescrita/revisão e (ii) condições de produção tais como: gênero, objetivo, público alvo/leitor, estilo de linguagem, meio de circulação. Na construção do quadro teórico foram considerados, dentre outros, os estudos de Costa Val (2005, 2006), Geraldi (1997) e Antunes (2003) que postulam que o trabalho com a produção textual precisa considerar a escrita como prática social. As análises apontam que (i) a despeito dos diversos avanços nos estudos sobre o tema, há, ainda lacunas no processo de ensino/aprendizagem da escrita; (ii) que a produção textual configura-se como um escrever somente para se corrigir alguns aspectos formais, tornando-se artificial e inexpressiva e (iii) que o aluno não consegue, muitas vezes, estabelecer um sentido e um objetivo para escrever um texto. Evidenciam, por fim, uma prática que dissocia a produção escrita das atividades de leitura. Acredita-se que este trabalho pode contribuir para a divulgação de conhecimentos necessários à formação docente, visando a formar profissionais mais críticos acerca do processo de elaboração de propostas de produção textual, capazes de investir, qualitativamente, no processo de ensino.

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A PEDAGOGIA DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA ESCOLA

JOSELI REZENDE THOMAZ

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho está centrado numa investigação a respeito da viabilidade de se trabalhar na escola com a pedagogia da variação linguística (FARACO, 2008), uma proposta que tem sido colocada para fazer face à equivocada tradição escolar que centra as atividades de estudo de língua materna na apresentação da gramática normativa e na memorização de regras e conceitos, pressupondo que o estudo da metalinguagem possa garantir o domínio da língua nas mais diversas situações em que é produzida. A partir da concepção dialógica da linguagem (BAKTIN, 2006), desenvolvemos uma pesquisa-ação com alunos do 7° ano de uma escola da rede particular de ensino da cidade brasileira de Juiz de Fora (MG), usuários de uma das variedades urbanas prestigiadas da língua portuguesa. Desse modo, os alunos são levados a perceberem a língua como entidade cultural e política e não somente linguística, estando as diferentes formas de falar, por isso mesmo, condicionadas aos valores de prestígio social da comunidade de fala. Para tanto, faz-se necessário compreender o conceito de norma, bem como a distinção entre norma padrão e norma culta (FARACO, 2008). Tendo em vista que a norma é um conjunto de fenômenos linguísticos que são comuns, corriqueiros numa dada comunidade, é possível concluir que não há uma única norma. Embora usuários de uma das variedades prestigiadas, muitos desses alunos ainda não desenvolveram recursos linguísticos-discursivos compatíveis com o nível de escolaridade em que se encontram, cabendo à escola levá-los a ampliar competências e torná-los usuários competentes tanto na modalidade oral quanto na escrita de gêneros que exigem maior monitoração. Os resultados têm demonstrado a adesão dos alunos à proposta, levando-os a se empenharem na pesquisa linguística na sua comunidade de fala e, como consequência, a compreenderem que a aprendizagem de sua língua exige reflexão sobre os diferentes usos, e não apenas, uma irracional submissão a regras e descrições penosas estéreis.

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CONSTRUINDO UMA MEMÓRIA PARA O ENSINO DO ORAL EQUACIONADO AO ENSINO DE VALORES

JOSIELI ALMEIDA DE OLIVEIRA LEITE [email protected]

VÍVIAN DE ALMEIDA RODRIGUES AGUIAR

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora Tomando como ponto de partida um percurso argumentativo que justifica a importância de se inserir nas aulas de Língua Portuguesa o ensino sistemático dos gêneros orais públicos somado à educação de valores (MIRANDA, 2005; LIMA, 2009; SCHENEUWLY E DOLZ, 2004; MARCUSCHI, 2010; FREIRE, 1996; GNERRE, 1998; FRIDMAN, 2000; OLSON, 1997), este trabalho apresenta o resultado de uma pesquisa desenvolvida no curso de Especialização em Ensino de Língua Portuguesa da UFJF, assim traz a criação de uma sequência didática para séries iniciais da educação básica, de um gênero institucional oral (a aula) que leva em consideração, também, a inclusão da educação de valores. Vinculado ao projeto “Práticas de oralidade e cidadania” (SHA APQ 02 405 – FAPEMIG), (MIRANDA, 2007), que investiga a crise nas práticas de oralidade em instâncias públicas e seu rebatimento em sala de aula, o objetivo foi construir uma memória desta área do saber que sirva de suporte para professores com interesse em trabalhar com o conteúdo em sala de aula, ampliando a concepção de educação linguística para além do ensino restritivo da gramática normativa.

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“ESSE VÍDEO É UM TAPA NA CARA”: IDENTIDADES SEXUAIS E DE GÊNERO NARRADAS EM

UM EVENTO DE LETRAMENTO VIDEÁTICO

JULIANA RIBEIRO LIMA

[email protected]

SABINE MENDES LIMA MOURA [email protected]

Universidade Veiga de Almeida

Este trabalho apresenta uma pesquisa realizada na sala de aula de língua inglesa, com alunos do nono ano de uma escola estadual localizada no município de Nova Iguaçu, região metropolitana do Rio de Janeiro, no ano de 2012. O objetivo principal desta pesquisa é estudar a perspectiva pela qual os alunos concebem os gêneros e as sexualidades, observando essas construções como múltiplas e representativas da sociedade atual. Para isso, foi analisado o modo como os adolescentes constroem discursivamente identidades sexuais e de gênero durante um evento de letramento mediado por videoclipes. Consideramos, assim, a noção de letramentos como práticas sociais de uso da linguagem e a concepção de letramento crítico, pelo qual os sujeitos podem agir socialmente e produzir conhecimento acerca de si mesmos e do mundo que os circula. Os posicionamentos adotados pelos adolescentes foram analisados para que se pudesse entender que visões de mundo estão presentes em suas leituras dos videoclipes e, consequentemente, da sociedade. Esses posicionamentos emergiram em suas narrativas sobre os videoclipes e sobre situações do seu cotidiano. Por meio da análise dessas narrativas, foi possível observar que os jovens, ainda hoje, apresentam posicionamentos normativos, que estabilizam visões do senso comum a respeito dos gêneros e das sexualidades. Este trabalho traz uma reflexão sobre o papel das atividades de letramento nas aulas de língua inglesa, já que saber ler é muito mais do que saber uma língua.

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O ENSINO DA LEITURA DURANTE O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

JUSSARA FRANCO DE ASSIS [email protected]

THAYS VIANA MUNCK [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Durante as últimas décadas, a leitura como processo de compreensão, tem ocupado um espaço bastante significativo e de grande relevância nos estudos da Linguística. É consenso, hoje, entre professores, pesquisadores, instituições e, sobretudo, documentos oficiais que o processo de ensino-aprendizagem da leitura durante o processo de alfabetização focalize os usos e as funções da língua, tomando-o como processo de interação. A luz dos estudos teóricos de autores renomados como CAGLIARI (1989), KATO (1988), KLEIMAN (2010- 2009), KOCH (2010-2008), MARCUSCHI (2008), traçamos ao longo deste trabalho um percurso reflexivo acerca da necessidade urgente de um trabalho sobre a leitura que possibilite aos alfabetizandos uma formação mais significativa e prazerosa, pensado em termos de desenvolvimento de capacidades, habilidades e ações voltadas à Linguagem. Sendo assim, este estudo tem por objetivo principal provocar uma reflexão sobre o ensino e aprendizado da leitura no inicio da alfabetização, explicitando as concepções de língua e leitura que guiam a atividade de leitura. Na direção desse movimento, temos a finalidade de apresentar questões relevantes em relação ao leitor, ao texto e aos materiais utilizados para a promoção da leitura. Dessa forma, desenvolvemos essa pesquisa de caráter bibliográfico, para ampliar os estudos do processo de aprendizagem da leitura.

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UMA ANÁLISE DOCUMENTAL DE MANUAL DE ORIENTAÇÃO DE MONOGRAFIA: REFLEXÕES SOBRE LETRAMENTO ACADÊMICO

LAURA SILVEIRA BOTELHO [email protected]

MARTA CRISTINA SILVA [email protected]

Universidade Federal de Juiz dez Fora

Trabalhar as habilidades leitoras e escritoras dos alunos ainda é um desafio para os professores, mesmo quando os alunos estão no ensino superior. Gêneros textuais específicos circulam no meio acadêmico e são frequentemente lidos, escutados e produzidos por alunos, professores e pesquisadores. No presente trabalho, realizamos uma análise documental de um livro de português instrumental no qual há orientações para a elaboração da monografia. Portanto, objetivo geral foi investigar como o gênero monografia é trabalhado nesse manual. Já os objetivos específicos foram: a) investigar qual a concepção teórica que o embasa; b) verificar se há uma perspectiva de letramento nesse livro; c) averiguar se há uma abordagem adequada no trabalho com os gêneros textuais. Como embasamento teórico, nos apoiamos nas abordagens de Swales (1990) e sua concepção de gênero e de propósito comunicativo; os conceitos de Bakhtin (2010) sobre compreensão responsiva ativa e dialogismo, o Interacionismo Sociodiscursivo de Bronckart (2007) e suas contribuições pedagógicas (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004) e, ainda, Street (2003 e 2010) com seus estudos sobre letramento acadêmico. Os resultados de nossa análise apontam para uma abordagem de gênero insuficiente para a contribuição do letramento acadêmico do aluno . Além disso, no manual, há ausência de um paradigma teórico explícito e uma perspectiva equivocada no trabalho com a monografia.

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O OLHAR SOCIAL DOS ALUNOS DA 8ª SÉRIE DA EJA SOB A PERSPECTIVA DA FOTOGRAFIA E DE OUTRAS MÍDIAS INTEGRADAS

LORENE DUTRA MOREIRA E FERREIRA

[email protected]

Universidade Federal de Ouro Preto

Esta comunicação tem como objetivo apresentar resultados de pesquisa sobre o usos das mídias na educação básica, por meio da qual explorou-se a fotografia, em uma turma de 8ª série da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal Professora Haydée Antunes em Cachoeira do Campo, Ouro Preto, Minas Gerais, no ano de 2011. Estudou-se a unidade Capitalismo e Consumismo sob a lente da fotografia, analisando-se o olhar social desses alunos sobre o tema. Para nossa surpresa, houve grande extrapolação da mídia fotográfica, que passou a integrar outras mídias e linguagens. Partimos da fotografia, mas a ela foram integrados o CD, a música, o Bluetooth, o PowerPoint, vídeos, a internet, entre outras. Apurou-se que os sujeitos da pesquisa desenvolveram maior interesse tanto pelo conteúdo estudado, quanto pelas mídias integradas como meio para se explorar os conteúdos da disciplina e na produção de textos. Observou-se também que, em relação às mídias atuais, muitos alunos foram além do propósito da pesquisa, utilizando outros recursos, propondo novas formas de utilização das diversas mídias em sala de aula. O estudo permitiu ainda a reflexão sobre a necessidade de formação de professores para a Educação de Jovens e Adultos e o entendimento de que as mídias podem propiciar melhorias metodológicas nessa modalidade de formação.

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PELA IMPLEMENTAÇÃO DE UMA PEDAGOGIA DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NA ESCOLA

LUANA CONCEIÇÃO M IRANDA PICOLI [email protected]

VIVIANE ALVES DE MATOS [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho objetiva investigar problemas comuns da fase escolar do ensino fundamental, relativos à variação linguística e suas consequências no desenvolvimento de competências dos alunos no uso das variedades cultas da língua, nas modalidades oral e escrita, dentre eles, a crença equivocada de que só é correta a variedade da língua ensinada pela escola, devendo os alunos, nesse caso, reconhecerem-se como maus usuários de sua própria língua e aprenderem o que a escola ensina através de regras e de classificações (FARACO, 2008). Com alunos usuários de uma variedade linguística desprestigiada, o problema é mais grave, devendo-se, então, adotar uma pedagogia culturalmente sensível (BORTONI-RICARDO, 2004), que reconheça a legitimidade dos padrões culturais da comunidade a que pertencem. A pesquisa-ação vem sendo desenvolvida em turmas do 6° ao 8º ano de uma escola pública de Juiz de Fora (MG), Centro Educacional de Referência Herval da Cruz Braz, que acolhe alunos oriundos de periferias com sucessivas reprovações e defasagem nas competências de leitura e escrita. Estes vivem em quase permanente situação de risco e recebem, por essa razão, cuidados especiais da administração da escola e dos professores. Apesar disso, ainda apresentam certa rejeição ao ambiente escolar, pelo passado difícil nas instituições de ensino de onde provieram. A inserção nas práticas de letramento tem sido feita através de atividades com gêneros textuais. Estamos na fase de reconhecimento das ações escolares, auxiliando as professoras no processo de ensino/aprendizagem. Observou-se que esses alunos ainda não dominam as normas do código escrito e, na maioria dos casos, não conseguem ler e escrever pelo menos razoavelmente. Que sejam, ao final do projeto, competentes usuários da sua língua, entendendo-a como instrumento para o sucesso em suas atividades escolares e também em outros setores da vida.

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O GÊNERO INFOGRÁFICO : CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES

MAURICÉIA SILVA DE PAULA VIEIRA UFLA

[email protected]

PAULA RITA ALVES DA SILVA [email protected]

Universidade Federal de Lavras

Este trabalho socializa resultados parciais de pesquisa, realizada com apoio da FAPEMIG, e investiga a leitura do gênero infográfico. A evolução tecnológica tem trazido mudanças na relação entre os indivíduos e a linguagem. Cada vez mais se exige dos leitores uma maior proficiência na capacidade de leitura e de compreensão de gêneros que circulam socialmente. O infográfico é um dos gêneros multissemióticos de grande circulação e pode ser compreendido como “uma criação gráfica que utiliza recursos visuais (desenho, fotografias, tabelas etc.), conjugados a textos curtos, para apresentar informações jornalísticas de forma sucinta e atraente” (RABAÇA & BARBOSA, 2001, p.388). O fato de conjugar imagens e textos curtos deixa o gênero mais dinâmico e possibilita modos diferenciados de leitura. Assim, os objetivos do trabalho são: conceituar o gênero infográfico, identificando suas características, seu funcionamento social e seu estilo de linguagem; e investigar em que medida o livro didático de Língua Portuguesa se apropria desse gênero textual oriundo das tecnologias digitais. A metodologia fundamenta-se em pesquisa bibliográfica a partir de estudos de Dionísio (2008), Marcuschi (2008) e Teixeira (2007). Encontra-se em desenvolvimento, uma pesquisa de campo com vistas a analisar os livros didáticos de Língua Portuguesa - 6° ao 9° ano -, aprovados no PNLD, a fim de identificar se esse material explora o infográfico e em que medida o faz. Foram analisadas quatro coletâneas e os resultados parciais apontam para uma discreta presença do gênero. Ressalta-se, porém, que essa presença não indica um trabalho sistematizado com vistas ao desenvolvimento da competência leitora pelos alunos.

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LETRAMENTO E LETRAMENTO LITERÁRIO: FUNÇÕES E USOS DA LITERATURA INFANTIL

MIRIAM RAQUEL PIAZZI MACHADO [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Colégio de Aplicação João XXIII Este trabalho é um recorte da Dissertação de Mestrado em Educação da UNESP Presidente Prudente, intitulada “Alfabetização e Letramento Literário no 2° ano do ensino fundamental de nove anos: funções e usos da literatura infantil”, defendida em abril de 2011, vinculada à linha “Infância e Educação”, resultado de uma pesquisa qualitativa, estudo de caso, realizada em uma escola pública do município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Alfabetização e letramento são conteúdos importantes da prática pedagógica, que se somam a outros conteúdos de igual relevância para a criança nos anos iniciais. Nessa perspectiva, é que se encontra esta pesquisa, não apenas realçando o papel da alfabetização e letramento, mas aliando a essa tarefa uma outra, a do desenvolvimento integral do aprendiz, que se constrói dialogando com sua cultura, num processo ativo de aprendizagem. Assim sendo, a investigação destaca o papel da literatura na perspectiva de formar o futuro leitor e contribuir para uma aprendizagem significativa. Tomando-se como base o conceito de alfabetização, letramento e letramento literário foram feitas entrevistas semiestruturadas e observações de aulas, buscando-se verificar e analisar como a literatura infantil era utilizada por três professoras do 2º ano do ensino fundamental. Os resultados mostraram que as professoras diferenciam alfabetização de letramento, utilizam a literatura infantil em sala de aula, muitas vezes como pretexto para alfabetizar e letrar. As professoras empregam outros portadores de texto: rótulos e trabalham com gêneros textuais. Observou-se também que a escola oferece meios para a formação do leitor, através de um trabalho na biblioteca escolar, de oficinas literárias, incluindo em seu calendário a Feira do Livro. Entretanto, há que se investir na formação inicial e continuada dos professores no sentido de que possam compreender e utilizar o letramento literário na sala de aula para a constituição de uma comunidade de leitores ativos e autônomos.

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O TRATAMENTO DADO AO ENSINO DA GRAMÁTICA EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA: PERSPECTIVA

SOCIOCOGNITIVISTA E INTERACIONISTA X TRADIÇÃO GRAMATICAL

NATÁLIA APARECIDA DA SILVA ARTUR [email protected]

Universidade Federal de Lavras

O presente estudo tem como proposta refletir sobre o ensino e aprendizagem da gramática em livros didáticos do Ensino Médio, tendo em vista a contribuição dos estudos linguísticos desenvolvidos nas últimas décadas. Para dar suporte às análises apresentadas, foram selecionados autores que tratam do ensino de gramática e que trazem propostas de inovação, interação e reestruturação do ensino de língua portuguesa nas escolas, tais como: Possenti (1996), Travaglia (2002), Neves (2003), Antunes (2003). O enfoque deste trabalho é auxiliar os professores em uma análise crítica do material didático que utiliza em sua prática docente e auxiliar os alunos a se posicionarem linguisticamente nas diversas situações de interação, bem como mostrar quais os critérios a serem seguidos para o ensino produtivo de língua portuguesa. Para tanto, partiu-se de uma proposta de estudo em que buscou-se analisar o ensino tradicional da gramática e o tratamento dado por essa proposta aos diferentes usos da língua e às variantes não padrão, a partir de uma reflexão sobre as contribuições dos estudos linguísticos para o ensino de língua materna e sobre as orientações apresentadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais e no Programa Nacional do Livro Didático. As análises mostraram que o ensino tradicional não leva em consideração a variação linguística e as regras gramaticais internalizadas. Em relação ao material didático analisado, constatou-se que a maior parte dos livros inscritos no PNLD apresenta uma proposta de estudo condizente com os PCN’s e o PCNEM, no que diz respeito ao objeto de ensino na base gramatical dos gêneros escritos, embora não dê um tratamento adequado à oralidade, mesmo que sejam encontrado em grande parte das coleções alguns tópicos com orientações e reformulações da linguagem coloquial para a norma padrão.

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USOS DE RECURSOS DA REPETIÇÃO: ANÁLISES DE TEXTOS PRODUZIDOS

POR ALUNOS DE ENSINO FUNDAMENTAL

PRISCILA PINTO HERCULANO [email protected]

Universidade Federal de Lavras

O presente trabalho consiste em uma análise do recurso da repetição em textos produzidos por alunos do ensino fundamental de escolas públicas. Para fundamentar a discussão proposta, foi realizado um estudo bibliográfico embasado em Antunes (2005), Ferreira (2010) e Koch (1998). A partir desse estudo, foi possível constatar que a repetição constitui uma maneira de voltar o que já foi dito anteriormente. Além disso, a repetição está presente tanto em textos orais, bem como em textos escritos. De acordo com Koch (1998 apud FERREIRA, 2010), “os textos que produzimos apresentam uma grande quantidade de construções paralelas, repetições literais enfáticas, pares de sinônimos ou quase-sinônimos, repetições da fala do outro e assim por diante”. Dessa forma, este estudo parte da análise de três modalidades da repetição: a) a ênfase, que tem como objetivo ressaltar ou enfatizar palavras; b) a repetição por marcação de contraste entre dois segmentos, que tem por objetivo destacar e fazer distinções entre palavras e, por último, c) repetição por meio da correção que tem por finalidade corrigir palavras já escritas no texto. Para esta pesquisa, são analisadas redações com o intuito de identificar o estatuto da repetição. A análise empreendida evidencia que o recurso da repetição é muito utilizado por alunos do ensino fundamental, que visando a um texto coesivo, enfatizam, contrastam e corrigem suas produções escritas.

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O QUE MUDA QUANDO MUDAM OS NOMES: OS PROCESSOS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO COM CRIANÇAS NO

ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS

ROSÂNGELA MÁRCIA MAGALHÃES [email protected]

Universidade Federal de Ouro Preto

Vivemos em uma sociedade que valoriza o conhecimento e a prática da língua escrita. Sendo assim, torna-se imprescindível, diante das atuais exigências sociais, que o indivíduo saiba fazer uso da escrita de maneira eficiente em diferentes contextos. Uma das mudanças mais recentes no campo das políticas públicas educacionais no Brasil foi a inserção de crianças de seis anos no primeiro ano da escolaridade obrigatória. Na contemporaneidade, percebe-se que a palavra letramento tornou-se abrangente, perpassando vários espaços da sociedade, presente nos discursos entre os professores, em documentos oficiais de instituições escolares, em artigos de revistas pedagógicas, em avaliações nacionais e internacionais. O presente trabalho discute o conceito de alfabetização e letramento e suas especificidades, pois, no Brasil, ambos fazem parte da história do ensino da leitura e da escrita nos anos iniciais de escolarização. Esse estudo encontra-se em andamento no Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado) da Universidade Federal de Ouro Preto, sob a orientação do Prof. Dr. Hércules Tolêdo Corrêa. A partir deste “novo” Ensino Fundamental de Nove Anos, esta pesquisa tem como objetivo geral investigar e ampliar o diálogo sobre o que muda efetivamente na prática pedagógica e na sala de aula quando se passa a falar em alfabetizar letrando. Para fundamentar essas questões recorreremos a pesquisadores que, nas últimas décadas, têm se dedicado a estudá-las, como Kleiman, Mortatti, Rojo, Soares, Street, Tfouni, dentre outros. Dessa forma, considera-se que pesquisas a respeito de fenômenos sociais e cognitivos como a alfabetização e o letramento são de suma importância e dão margem para vários outros estudos. Metodologicamente, a pesquisa está sendo desenvolvida por meio da observação de sala de aula de uma turma de seis anos de uma escola pública da cidade de Ouro Preto/MG, utilizando-se a abordagem etnográfica. Dados já coletados apontam para práticas situadas de leitura na turma observada.

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O SÉCULO XXI E A LÍNGUA NAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE ITABORAÍ: ENTRE O VELHO E O NOVO

VANESSA LACERDA DA SILVA RANGEL [email protected]

Universidade Federal Fluminense

Este trabalho tem como objetivo analisar a influência das ações do Estado brasileiro na Educação Básica no século XXI, em particular, no ensino do português, em resposta aos altos índices de fracasso escolar. Analisando os princípios que regem as práticas educacionais do município de Itaboraí - RJ, discriminados nos Referenciais Curriculares adotados em 2013, deseja-se compreender as divergências entre o que se considera importante ensinar e o que se trabalha diariamente nas instituições de ensino do município. Sob a orientação do quadro teórico-metodológico da História das Ideias Linguísticas (AUROUX, 2002), num entrecruzamento com a Análise do Discurso (PÊCHEUX, 1988), buscamos evidenciar de que maneira a legislação educacional e os saberes metalinguísticos influenciam a formulação e a elaboração dos sentidos que a língua tem para os sujeitos, nas condições de produção atuais. Dentre as diferentes ações do Ministério da Educação, a criação da Prova Brasil e dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em especial, impulsionaram a reformulação dos Referenciais Curriculares, para elevação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Nesse contexto, analisando os Referenciais Curriculares e o depoimento de alguns professores durante um curso de formação continuada (março/2013), portanto, percebe-se que a língua é um corpo simbólico-político, determinado numa relação com o sujeito e a história, evidenciado nas práticas pedagógicas da atualidade (ORLANDI, 2007). Nessa tensão entre o que é preciso ensinar e o que de fato comparece nas aulas de português, nota-se um conflito resultante de uma memória do que era a língua antes das ações do MEC, no final do século XX, e atualmente, com a introdução de conhecimentos científicos, por meio dos estudos linguísticos, modificando-se os saberes institucionais, a fim de se construir uma escola pública de qualidade, fundando-se, assim, uma outra memória do que seja o ensino de língua no país.

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“RESPONDA ORALMENTE”: AS DIFERENTES CONCEPÇÕES DO ENSINO DA ORALIDADE EM EXERCÍCIOS DE LDLP DO EF

VANESSA TITONELLI ALVIM [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Podemos verificar, por meio de pesquisas de diversos autores que se dedicam aos estudos da oralidade, que essa temática é recente. Porém nos últimos anos, alguns trabalhos vêm sendo realizados visando apresentar e discutir o lugar/espaço do ensino do oral, focando, sobretudo, os Livros Didáticos de Língua Portuguesa (LDLP) e os documentos oficiais (PCN e PNLD). Apesar desses avanços, percebemos que trabalhar com a oralidade em sala de aula ainda é visto pelos professores como um grande desafio. Esse fato se verifica em Ávila et al (2012), que atribui insegurança e desconhecimento dos docentes, decorrente de uma formação inicial repleta de lacunas.Nesse sentido, pretendemos com esse estudo apresentar, através de uma análise qualitativa, as diferentes abordagens de questões, consideradas orais, tendo como corpus para o estudo, uma coleção de LDLP do EF aprovado no PNLD 2013. Nosso objetivo é analisar as diferentes interpretações partindo sempre das questões cujo enunciado era “Responda oralmente”. Para desenvolver essas reflexões, o trabalho está focado em uma compreensão da linguagem com base na abordagem interacionista, embasada em autores que defendem a linguagem como uma forma de interação humana, realizada nos usos e funções sociais. Defendemos também a concepção de oralidade do sociolinguista inglês Michael Stubbs, que define que: “o termo (...) é usado para referir habilidades na língua falada. Compreende tanto a produção (a fala como tal) quanto à audição (a compreensão da fala ouvida).” (1986, apud MARCUSHI, 2007).Através desse estudo percebemos, portanto, que alguns dos desdobramentos presentes nos exercícios analisados referem-se a questionamentos que visam a uma reflexão fonológica, a emissão de opiniões, a relatos de vivências, levantamentos de hipóteses, apresentações de experimentos e observação de cenas/lugares e espaços. Com base na análise de tais exercícios, pudemos verificar as diferentes concepções e interpretações que os autores adotam sobre a oralidade.

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Relatos

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LABORATÓRIO DE ALFABETIZAÇÃO: UM ESPAÇO PARA A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA COMO MANIFESTAÇÃO INDIVIDUAL

AIDA DO AMARAL ANTUNES [email protected]

SUZANA LIMA VARGAS [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora é realizado um trabalho visando o aprendizado da leitura e da escrita de alunos com histórico de fracasso escolar, considerando-se os usos e as funções de diversos gêneros discursivos (MARCUSCHI, 2005; ROJO, 2000). O Projeto Laboratório de Alfabetização (LABOALFA) é desenvolvido em uma sala de aula planejada para atender um grupo de dez alunos, regularmente matriculados em uma escola de periferia, situada no entorno do campus. Esses alunos são selecionados pelas professoras da escola em função do atraso no processo de aprendizagem da leitura e da escrita e são encaminhados para atendimentos pedagógicos semanais, coordenados por bolsistas do curso de Pedagogia. Observou-se que os alunos apresentavam enorme vontade de aprender a ler e a escrever, se mostravam curiosos diante de livros e outros suportes textuais e demonstravam grande interesse em interagir por meio da escrita, compartilhando a construção de saberes a respeito dos diversos usos e funções sociais da leitura e da escrita. Neste trabalho, discuto de que maneira os atendimentos pedagógicos influenciaram de forma significativa o aprendizado da leitura e da escrita dos alunos e realizo uma reflexão a respeito das práticas de ensino da escrita. A análise das causas da repetência escolar dos alunos do LABOALFA aponta que, em muitos casos, o não aprendizado da leitura e da escrita faz parte de um conjunto articulado de circunstâncias desfavoráveis ao processo de aquisição do código alfabético, também passíveis de serem verificadas nas práticas escolares, como dentre outras: metodologias desvinculadas da natureza linguística do objeto a ser ensinado-aprendido; falta de reconhecimento da capacidade cognitivo-linguística do aprendiz das camadas populares; autoestima do aluno afetada em decorrência das discriminações linguísticas e culturais e a desestrutura no ambiente familiar que também compromete a aprendizagem (PATTO, 1999; MOYSÉS, 2003).

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O PAPEL DA FACULDADE NO REPENSAR DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

ALINE DE ASSIS AUGUSTO [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente relato é o resultado de uma experiência vivida por mim, no Centro Educacional Horas Mágicas, Colégio Fundamentos Básicos, em 2011. Eu já possuía formação de nível técnico (Magistério) e atuava pela primeira vez no segundo ano do Ensino Fundamental. Ao ingressar no curso de Pedagogia da UFJF, tive a oportunidade de cursar disciplinas dedicadas aos temas de alfabetização e letramento. Alcançando uma melhor fundamentação teórica, pude meditar sobre meu trabalho e tomar ações no sentido de melhorá-lo. A partir dos estudos realizados na faculdade, de leituras e discussões em sala de aula, alguns autores e documentos passaram a nortear minha prática. Como Magda Soares (2003), com suas reflexões sobre alfabetização, e o material do Pró-letramento (BRASIL, 2007), em que são listados os eixos e as capacidades linguísticas que devem ser trabalhadas com os alunos.Antes de repensar a prática pedagógica, eu pedia constantemente aos alunos para produzirem textos sobre o que quisessem, sem nenhuma motivação real para a produção textual e, menos ainda, uma reflexão sobre o processo de escrita. Além disso, solicitava cópia de textos e leitura de palavras isoladas. Após a aquisição de novos conhecimentos, ocorreu uma virada pragmática:passei a ler semanalmente para os alunos, solicitar produções de textos contextualizadas e a inseri-los no universo das práticas de letramento. Algumas situações citadas, podem ser ilustradas com o caderno dos alunos.

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RECITAL DE POESIA: PONTE PARA A ORALIDADE LETRADA

ALINE ESPERANÇA DE SOUZA CRUZ [email protected]

Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade Em 2012, lecionando para três turmas de sexto anos na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, dediquei-me a um projeto com gêneros orais, o qual culminou em um recital de poesia. Tal projeto nasceu da necessidade do ensino da oralidade letrada e de ampliar o conhecimento e o domínio dos diversos gêneros textuais pelos educandos em sua situação de uso. O PCN de Língua Portuguesa é claro quanto a escola ser um instrumento democrático de inclusão social e cultural. Além disso, a pedagogia do oral é essencial para que essa democratização seja desenvolvida. Assim, dar aos alunos a oportunidade de conhecer a diversidade de gêneros textuais que circulam na sociedade e dominá-los é responsabilidade da escola. Marcuschi (2003) afirma que um ensino que vale a pena na educação básica é o estudo da língua e suas possibilidades. Portanto um ensino efetivo de Língua Portuguesa amplia o repertório de gêneros e apresenta novas maneiras de comunicação para os alunos. O recital aconteceu em novembro, mas a preparação começara em março. Desde então, aconteceram em classe atividades orais com intervenção: orientação de planejamento (texto escrito), postura corporal, facial, volume de voz e de escuta (postura da plateia), simulações, ensaios sistemáticos. O recital consistiu na apresentação de 16 poemas, sendo 12 deles criação dos alunos sobre o livro “Odisseia” (versão de Ruth Rocha) com 48 participantes. Cada grupo de três alunos recitou o mesmo poema, e o melhor intérprete foi premiado. Esse projeto repercutiu em todas as disciplinas, pois professores comentaram sobre o amadurecimento dos alunos em apresentações de trabalhos.

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POR UMA EDUCAÇÃO BILÍNGUE NA ESCOLA PÚBLICA

ANA CLÁUDIA PETERS SALGADO [email protected]

MARINA SILVA MAXIMIANO

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho tem como objetivo relatar nossa experiência (de início em 2011 e ainda em andamento) em uma escola pública de Juiz de Fora, a Escola Municipal José Calil Ahouagi. O projeto, que conta com bolsistas de iniciação científica, bolsistas PIBID e mestrandos, tem como título Ensino de línguas para crianças na escola pública: abordagem CLIL, sob orientação da professora Ana Cláudia Peters Salgado e apoio da FAPEMIG. A abordagem CLIL – Content and Language Integrated Learning – (MEHISTO at al., 2008) não se trata de um ensino de língua inglesa, mas um ensino de conteúdos diversificados ministrados em língua inglesa. De início, nossas intervenções ocorriam apenas o 2º ano do Ensino Fundamental (turma de alunos que ainda acompanhamos atualmente, a que hoje é 4º ano) e, posteriormente, a pedido da escola e com o apoio do PIBID, tivemos a oportunidade de expandi-las a outras turmas. A implementação dessa abordagem na escola permitiu que as crianças tivessem a oportunidade de aprender, em língua inglesa, conteúdos de matemática, biologia, geografia etc. Podemos notar que o projeto vem modificando o olhar de outros profissionais e alunos da escola em relação à disciplina “inglês”, tradicionalmente pouco valorizada em relação à outras disciplinas. É, portanto, dada aos alunos envolvidos, a chance de se tornarem bilíngues e alcançarem maior acesso ao mundo globalizado.

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: POSSIBILIDADES A PARTIR DE UM

LIVRO INFANTIL

ANALINA ALVES DE OLIVEIRA MULLER

[email protected]

TEREZINHA TOLEDO MELQUIADES DE MELO

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Nos últimos tempos, a alfabetização sofreu inúmeras modificações tanto no que tange às questões teórico-metodológicas, quanto às práticas em sala de aula. Em determinado momento contávamos com os métodos apoiados em textos sem sentido e, em outro, o construtivismo que mudou substancialmente a alfabetização, mas trouxe um distanciamento de atividades específicas com o sistema de escrita alfabético devido a incompreensões. Atualmente, conforme Morais & Albuquerque (2010) e Soares (2008), compreende-se que a criança necessita conviver com textos autênticos, mas é fundamental que ela reflita sobre os princípios do sistema para que se alfabetize. Nesse sentido, o presente relato traz uma experiência pedagógica realizada no ano de 2012, com uma turma do 1° ano do Ensino Fundamental, em uma escola da rede municipal em Juiz de Fora/MG. O objetivo do trabalho é apresentar uma sequência de atividades desenvolvias com o livro infantil “Picote o menino de papel” de Mário Vale. As atividades foram elaboradas com o propósito de despertar o gosto dos alunos pela leitura, envolvendo-os com os personagens, com a história, com as ilustrações e com a ludicidade que a própria literatura apresenta e, ao mesmo tempo, trabalhar com os princípios do sistema de escrita alfabético tomando como referência palavras-chave oriundas deste livro. Com o desenvolvimento deste trabalho pode-se observar o envolvimento dos alunos com o livro, possibilitando o despertar do gosto pela leitura como também o interesse em realizar as atividades propostas com o sistema de escrita alfabético. A elaboração destas atividades foi gerada a partir das discussões e reflexões do grupo de pesquisa ALFABETIZE e contribui para a (re)elaboração de práticas pedagógicas que visam alfabetizar na perspectiva do letramento.

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O CONTO PARA A SALA DE AULA: A NEGRINHA, DE MONTEIRO LOBATO ENCANTA OS ALUNOS.

ANDRENNA SCAFI NOBRE DA SILVA OLIVEIRA [email protected]

Instituto Federal do Pará

A partir do trabalho desenvolvido em sala de aula na Escola Santana Marques através do projeto Mais Educação no qual ministrei aula de Língua Portuguesa/Letramento no ano de 2012, desenvolvi o interesse dos alunos de 6º série sobre o conto “A Negrinha” de Monteiro Lobato e sua identidade social na literatura. Visando proporcionar ao aluno um amplo tema de discussão sobre assuntos sociais e linguísticos abordados no conto. Trabalhei com a leitura do conto em grupo e uma breve discussão sobre a recepção dos alunos. Todos os alunos sentiram prazer na leitura, muitos relataram raiva da personagem D. Inácia e sentiram pena da Negrinha. Discutimos sobre a linguagem usada por Monteiro Lobato, os alunos questionaram certos termos antigos que são pouco conhecidos hoje e marquei para aula seguinte que levássemos dicionários para que eles possam procurar os significados das palavras não conhecidas. Na aula seguinte, alguns alunos levaram dicionário e fizeram duplas com os alunos que não tinham dicionário e todos listaram as palavras que não conheciam e palavras semelhantes, já conhecidas por eles. Uma aluna se manifestou em produzir uma peça teatral sobre o conto e apresentarmos em um evento de final de ano da escola. Os outros alunos aprovaram a ideia e dividimos os personagens para ensaiarmos. Não conseguimos apresentar no evento de final de ano pois o tempo foi curto para a preparação mas vamos amadurecer a ideia e faremos neste novo ano.

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O ENSINO DE INGLÊS INSTRUMENTAL NO ENSINO MÉDIO E TÉCNICO

ANDRESSA CHRISTINE OLIVEIRA DA SILVA [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O meu objetivo é relatar uma experiência que começou no ano de 2012, no Instituto Federal de Educação Tecnológica de Juiz de Fora. Nesta instituição, faço estágio docência em língua inglesa, sendo que esta é a minha primeira oportunidade de estar ensinando em uma sala de aula. Possuo turmas do ensino médio e do ensino técnico modular. Ao ensinar inglês nesta escola,me deparei com turmas frequentadas por muitos alunos e percebi que tinha pouco tempo para lhes ensinar tudo sobre a língua inglesa. Então, tive que preparar as minhas aulas de forma que elas atendessem as necessidades específicas desses alunos (VILAÇA, 2003, p. 57), levando em conta as suas reais possibilidades, pois eu tinha alunos em diferentes níveis de conhecimento da língua. Vi que a abordagem do inglês instrumental atenderia a essas demandas. Por ser uma professora inexperiente e nunca ter tido oportunidade de trabalhar com o inglês instrumental, de início, senti dificuldade ao preparar as minhas aulas. Conversei com professores mais experientes no ensino instrumental e fiz um estudo do que seria fundamental neste tipo de abordagem, usando Vilaça (2010). Nas minhas primeiras aulas senti que eu desvinculava o texto da gramática e focava somente na interpretação textual, o que dificultava a aprendizagem dos meus alunos e tornava as minhas aulas improdutivas.Sentindo que a minha abordagem instrumental estava incompleta, procurei criar aulas mais voltadas para a junção do texto a gramática, obtendo mais sucesso. Essa experiência está sendo muito produtiva para mim, pois estou tendo a oportunidade de praticar a docência antes de terminar a graduação. No início foi difícil por eu estar descobrindo o que é ser um professor na prática e como lidar com a abordagem instrumental de uma língua, a qual eu considero efetiva no ensino médio e técnico.

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POSSIBILIDADES E DESAFIOS: RELATO DE UM TRABALHO COM O GÊNERO TEXTUAL “BILHETE”.

ANNA CAROLINA SANTOS REIS DALAMURA [email protected]

VANESSA ALMEIDA STIGERT [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora O presente resumo tem por objetivo expor o trabalho da análise de produção textual do gênero bilhete, a revisão dessa produção e sua reescrita. Logo, essa experiência foi feita em Juiz de Fora, no ano de 2012 e teve como mediação intervenções de duas graduandas do curso de Pedagogia junto à participação de uma criança do segundo ano do Ensino Fundamental, aluna de uma escola pública. O objetivo da pesquisa foi evidenciar a importância do trabalho com o gênero textual trabalhado de forma a levar a aluna envolvida na pesquisa a refletir por meio das correções disponibilizadas sobre sua própria escrita. Fizemos com a aluna uma breve explicação do processo ao qual passaríamos. Levamos para ela diversos tipos de bilhetes, afim de que a aluna tivesse conhecimentos prévios sobre o bilhete e o tipo textual relatar. Depois partimos para o tipo de correção denominado de “texto interativo”. Após isso, fizemos junto à aluna uma correção classificatória. Por fim, elaboramos um quadro com as palavras escritas ortograficamente erradas e as palavras como elas são escritas no dicionário. Essa seria então, uma correção resolutiva a criança. Após ter tido acesso às fichas de correções textuais a aluna teve a oportunidade de revisar e reescrever o bilhete. Após ler as fichas de correção a aluna releu a situação que escolheu e reescreveu seu bilhete. Em sua segunda produção notamos que os erros ortográficos foram corrigidos, a organização das informações do texto melhorou, houve algumas inclusões de pontuação, de palavras e retirada de algumas informações. O texto da aluna diminuiu, mas a discente fez com que o gênero fosse mais bem constituído. Como aporte teórico tivemos MARCUSCHI (2003), DOLZ e SCHNEUWLY (2004), PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCNS) DE LÍNGUA PORTUGUESA (1998), PRÓ-LETRAMENTO (2008), GERALDI (2006), BAKHTIN (1986), LUIZ CARLOS TRAVAGLIA (2001), POERSCH (1991) e outros.

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O ENSINO DE LÍNGUA MATERNA ATRAVÉS DOS GÊNEROS TEXTUAIS: SEQUÊNCIA DIDÁTICA COM ENTREVISTA

ARIANE ALHADAS CORDEIRO [email protected]

BRUNA DOS ANJOS DA COSTA CRESPO

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora Apresentamos, neste trabalho, os desdobramentos do subprojeto Letramento inserido no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), financiado pela Capes. Esse subprojeto é composto por uma coordenadora, professora da Faculdade de Educação da UFJF, uma professora de Língua Portuguesa da rede de ensino da cidade de Juiz de Fora – MG e cinco bolsistas, alunas de graduação do curso de Letras UFJF. Tais integrantes participam de reuniões semanais de planejamento pedagógico, acompanham as aulas de língua materna e fazem intervenções em turmas de 7º ano em uma escola da rede estadual do município de Juiz de Fora – MG. Trata-se de uma proposta de inserção do aluno em práticas de linguagem reais por meio do trabalho sistemático com gêneros textuais (MARCUSCHI, 2003). Desse modo, pretendemos, através da aplicação de sequências didáticas (SCHNEUWLY e DOLZ, 2010), ampliar as habilidades de leitura e escrita dos alunos. Para tanto, pautamo-nos nos pressupostos teóricos do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2009) que concebe a linguagem como uma atividade social, discursiva e interativa. Assim, utilizamos a metodologia colaborativa (IBIAPINA, 2008) que propõe, por meio de ações coletivas, ricas trocas de experiências e reflexões críticas sobre nossa própria prática pedagógica. Entre outras atividades desenvolvidas até o presente momento, fizemos a sistematização e a produção do gênero textual entrevista, que será apresentada neste trabalho. O objetivo final das atividades é a produção de uma revista, que será composta pelas diversas produções textuais dos alunos, cujo tema é música. Assim, este projeto fomenta a utilização da linguagem em situações sociais concretas de uso e a ampliação das habilidades de leitura e escrita dos discentes.

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AMPLIANDO O ESPECTRO DAS AULAS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

AZUSSA MATSUOKA [email protected]

SARA SAIDLER

[email protected]

Prefeitura Municipal de Juiz de Fora/ UFJF/ PIBID-Capes A presente atividade foi desenvolvida durante as aulas regulares de Língua Inglesa na turma de 8º ano da Escola Municipal José Calil Ahouagi. O objetivo dessa foi a conciliação do estudo da língua estrangeira ao aprendizado e/ou consolidação do conhecimento em outras áreas, no presente caso, da matemática. O foco gramatical da atividade foi o ensino das formas afirmativas e negativas do verbo LIKE. Utilizamos o vocabulário e conhecimento de mundo relativo a tipos de filmes (como exemplo, comédias, dramas, ação, etc) e apresentamos falas curtas, em inglês, contendo frases do tipo I like/ I don’t like type of movies. A partir desses textos, fizemos uma pesquisa na sala sobre as preferências dos alunos que foi listada em forma de tabela no quadro negro da sala. Posteriormente, fizemos a contagem dos votos de cada categoria de filme e após essa contagem, solicitamos aos alunos que construíssem um gráfico das preferências daquela classe. Para o gráfico, na linha horizontal foram listadas as diversas categorias e na linha vertical o número dos alunos representados por quadrados. Observamos que muitos alunos apresentaram “falhas” na construção do gráfico. Em muito gráficos, os quadrados não foram desenhados do mesmo tamanho ou padrão e/ou as categorias também não foram colocadas na mesma linha horizontal. Essas “falhas” sinalizam uma possível dificuldade na compreensão da verdadeira utilidade de uma representação gráfica e na compreensão da possibilidade de análise comparativa que oferece essa configuração. Nas aulas subsequentes e na avaliação trimestral pudemos explorar a apropriação desse conhecimento. Acreditamos que atividades desse tipo permitem associar a aquisição do conhecimento em língua estrangeira à aquisição e/ou consolidação do conhecimento em outras áreas do saber e à exploração do conhecimento de mundo dos alunos. Agradecemos à CAPES pelo apoio financeiro através do PIBID.

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O USO DE CORPUS NA ELABORAÇÃO DE GLOSSÁRIOS NO ENSINO-

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA

BRUNA DA SILVA CAMPOS [email protected]

TANIA REGINA DE SOUZA ROMERO

[email protected]

Universidade Federal de Lavras Em aulas para um grande número de alunos de distintas áreas na mesma classe, o desafio enfrentado pelo professor de Inglês para Fins Acadêmicos alcança grande complexidade, dentre as quais a principal é manter o interesse e envolvimento do pós-graduando que necessita de resultados rápidos para cumprir com sua carga de leitura em língua estrangeira. Considerando-se que o propósito do ensino-aprendizagem, particularmente no caso de leitura de textos acadêmicos, é instrumentalizar cognitivamente o estudante de modo que desenvolva sua autonomia (Scharle e Szabó, 2000; Romero, 2011), desenvolvemos uma abordagem que vai ao encontro desse fim. Relatamos e discutimos a experiência de dois anos (2010 - 2011) na Universidade Federal de Lavras com a utilização de um processador de textos de uso livre que auxilia não apenas a compreensão de textos acadêmicos, mas também o desenvolvimento léxico e gramatical que potencialmente possibilita a redação de resumos. No caso de áreas acadêmicas, o processador de textos Ant-Conc 3.2 é utilizado para a elaboração de glossários compostos de vocábulos frequentes no campo específico do estudante, o que o aproxima do campo lexical mais utilizado por seus pares. Nesse simpósio, as apresentadoras explicarão a abordagem passo a passo, desde como o trabalho é proposto, como textos relevantes são selecionados, como o processador é introduzido e como o glossário é elaborado, assim como ainda serão mostrados exemplos dos glossários. Entendemos que essa ferramenta não serve somente para este fim, mas também envolve e co-responsabiliza o estudante em todo o processo, constituindo-se em insumo de real valor por toda sua vida acadêmico-profissional

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A SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO: UM

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO

CAMILA DE ARAUJO PERUCCI VIEIRA

[email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Discuto a experiência da construção de uma sequência didática do gênero textual artigo de opinião, ligado a ordem do argumentar e sua aplicação em uma turma de 5º ano do ensino fundamental de uma escola municipal de Juiz de Fora, no ano de 2013. A produção das atividades e materiais concretos baseou-se nos pressupostos da sequência didática, conforme apontado por Dolz, Noverraz e Schneuwly(2004). As atividades foram definidas de acordo com os eixos do ensino de língua propostos nos PCNs de Língua Portuguesa e na Proposta Curricular de Língua Portuguesa da Prefeitura de Juiz de Fora. Para o estudo do tipo textual argumentativo lancei mão das pesquisas de Souza (2003), Leal & Morais (2006) e também do Caderno do Professor Pontos de Vista, da Olimpíada de Língua Portuguesa (2010). Analiso o meu percurso de construção da sequência didática e suas várias etapas, quais sejam: estudo dos aspectos discursivo-linguísticos predominantes no tipo textual argumentativo e no gênero artigo de opinião; levantamento de exemplares do gênero estudado; definição dos módulos; elaboração de materiais concretos; atividades e exercícios variados, orais e escritos, distribuídos entre tarefas de sala, para casa, individuais e em grupos. Os resultados obtidos com o desenvolvimento da sequência didática revelaram a construção de conhecimentos sobre o gênero artigo de opinião, sobre os suportes onde são veiculados e sua finalidade comunicativa. As produções orais e escritas feitas pelos alunos indiciam um aprimoramento na capacidade argumentativa e um aumento da confiança com relação à exposição de seus pontos de vista.

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ANÁLISE DE REDAÇÕES DE ALUNOS PRINCIPIANTES DO ESPANHOL: O USO DOS ARTIGOS DEFINIDOS

CAROLINA GARCIA DE CARVALHO SILVA [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Os dados coletados para este relato foram obtidos no meu trabalho como professora-bolsista do Projeto de Universalização de Línguas Estrangeiras (PU), da Universidade Federal de Juiz de Fora, nos anos de 2011 e 2012. No PU, cada língua estrangeira é oferecida em três módulos, totalizando um ano e meio de curso. Na presente análise, selecionamos redações de alunos dos módulos I e III do Espanhol Instrumental, ou seja, no início e no final do curso para fins de comparação. No espanhol, os artigos definidos podem ser de três gêneros: masculino (lo, los); feminino (la, las) e neutro (lo). Analisando os textos produzidos pelos estudantes, encontramos dois tipos de erros mais frequentes. O primeiro se refere ao uso inadequado dos artigos antes de nome próprio, como em: "Él es amigo de la María" - o correto seria "de María". O segundo tipo de erro é o uso do artigo neutro lo em lugar do masculino el: "lo amigo"; "lo texto". Tais erros são típicos dos estudantes brasileiros de espanhol e ocorrem por interferência da língua materna. Vale ressaltar que os erros no uso dos artigos definidos tendem a se fossilizar, ou seja, aparecem com muita frequência até mesmo na fala e na escrita de estudantes de nível avançado (DURÃO, 2004). Assim, neste relato, pretendemos mostrar como o número de erros pode diminuir consideravelmente na comparação entre as produções dos alunos do primeiro e do último módulos do curso ministrado no PU, sendo necessária, para isso, uma metodologia que focalize evitar a fossilização desse tipo de erro.

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MULTILETRAMENTOS E A CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS ATRAVÉS DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

DANIELA RODRIGUES DIAS [email protected]

Universidade Federal de Ouro Preto

Atualmente, com a presença das tecnologias digitais de informação e comunicação, observamos a criação de novas possibilidades de expressão e comunicação, o que nos faz refletir sobre as exigências dos multiletramentos no mundo contemporâneo. Diante do exposto, faz-se necessário à escola trabalhar com uma diversidade de textos que circulam socialmente, que fazem parte da vida do aluno, salientando que o letramento não pode ser responsabilidade somente do professor de Língua Portuguesa, mas de todos os professores que trabalham com leitura e escrita. O presente trabalho objetiva relatar a experiência e os resultados obtidos no desenvolvimento de um projeto com o uso das tecnologias digitais, realizado no 1º Ano do Curso Técnico em Informática do Colégio e Faculdade Kennedy da cidade de João Monlevade - MG, vinculado ao Programa de Educação Profissional, no período de outubro de 2012 a março de 2013. O Projeto teve como objetivo incentivar e despertar habilidades empreendedoras dos alunos, levando-os a se tornarem usuários funcionais, criadores de sentidos, analistas críticos e transformadores. Para tanto, utilizou-se uma fundamentação teórica que foi capaz de explorar conceitos associados aos multiletramentos como letramento digital, letramento crítico e letramento metamidiático, segundo pesquisadores como Rojo, Lemke, Cope & Kalantzis, Canclini, Coscarelli, Soares, Xavier, dentre outros. Importa salientar que o interesse sobre os estudos dos Multiletramentos surgiu a partir da disciplina isolada “Multiletramentos e Formação de Professores”, ministrada pelo professor Dr. Hércules Tolêdo Corrêa, do Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado em Educação da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP e também a partir das discussões do grupo de pesquisa “Multiletramentos e usos de tecnologias digitais de informação e comunicação na Educação Básica”. Enfim, esta experiência mostrou-se desafiante e enriquecedora, em que os alunos tornaram-se protagonistas na construção de significados e produtores de textos ativos nas culturas digitais, locais e globais.

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LINGUAGENS, TECNOLOGIAS E PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NO ENSINO MÉDIO PROFISSIONALIZANTE

DENISE TAMAÊ BORGES SATO

[email protected]

JOSÉ RIBAMAR LOPES BATISTA JÚNIOR [email protected]

Universidade Federal do Piauí

Neste trabalho, buscamos a reflexão sobre as potencialidades do uso das novas tecnologias e das redes sociais como recursos didático-pedagógicos, tendo em vista o amplo engajamento dos jovens nessas práticas de letramento que permeiam os espaços virtuais e escolares. Para tanto, baseados nos conceitos dos Novos Estudos do Letramento e de prática social (Steet, 1994 e Barton 2007) desenvolvemos algumas atividades no Colégio Técnico de Floriano (UFPI), voltadas para o Ensino Médio Profissionalizante, no período de 2010 a 2013. Utilizando o espaço virtual da internet e das redes sociais foram propostos os seguintes projetos: i. Discussão de temas atuais - drogas, violência doméstica, eleições e Enem; ii, RECICAF repensando a reciclagem; iii. Pipoca Cultural: trabalhamos com produtos culturais - CD, DVD, filme e livro; iv. Polêmicas em Debate; v. Projeto Redescobrindo os Clássicos e, por fim, vi. Leitura em Cena. A metodologia adotada nos projetos compreendeu a vivência de novas práticas e experiências nas quais os/as alunos/as assumiram papeis protagonistas, que compreendiam a reconstrução identitária dos mesmos. As atividades de leitura, discussões de textos; elaboração, correção e reescritura de diferentes gêneros textuais, criação de blogs, de canal no YouTube e perfis no Facebook, Twitter, e no Flickr; realização de enquetes; apresentação e publicação das atividades nas redes sociais; e avaliação (oral e escrita) dos projetos permearam as atividades propostas. Os resultados demonstraram uma melhoria significativa dos alunos enquanto leitores eficientes, críticos e atuantes, indicando que os usos didático-pedagógicos das redes sociais podem favorecer e facilitar o ensino, quando partimos de práticas já consolidadas entre os jovens, ressignificando seu papel e a visão da informática/Internet, pela ampliação da competência argumentativa e da expressão oral.

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RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO DE LÍNGUA FRANCESA PARA

SECRETÁRIAS EMILI BARCELLOS MARTINS SANTOS

[email protected]

Universidade de São Paulo

Este relato de experiência tem como objetivos descrever, analisar e discutir uma experiência de ensino/aprendizagem de francês voltada para profissionais de secretariado, indagando se um curso de Francês com Objetivos Específicos propriamente dito seria viável a aprendizes com pouco ou nenhum conhecimento do idioma já inseridos no mercado de trabalho ou se seria necessário iniciar a formação por um curso geral de Francês Língua Estrangeira. O curso experimental foi ministrado na sede do Sindicato das Secretárias do Estado de São Paulo de março a novembro de 2009 e contou com a participação de trezes secretárias. A partir da observação dos dados coletados e dos resultados obtidos ao longo da realização deste curso, pareceu-nos fundamental acrescentar à reflexão contida neste trabalho outra perspectiva: trata-se de um curso de FOS propriamente dito ou de um curso de FLE com orientação secretarial? Entre os autores que orientaram a concepção desse curso, destacamos Porcher (1976), Besse (1985), Germain (1993), Lehmann (1993), Challe (2002), Mangiante e Parpette (2004). A maioria das alunas matriculadas classificou a aprendizagem do francês como uma necessidade profissional futura, uma vez que o conhecimento deste idioma significaria um diferencial no currículo e, consequentemente, geraria melhores oportunidades no mercado de trabalho. Ao final da experiência, podemos afirmar que, apesar da reduzida carga horária desta formação, os resultados obtidos foram bastante positivos. Esta experiência revela o cerne do trabalho do professor: o de ser o responsável pela concepção de formações linguísticas que aliem protocolos de concepção e procedimentos de FOS a uma orientação para a área secretarial.

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O DEBATE DE OPINIÃO: UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR NO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA

FERNANDA BALDUTTI [email protected]

Escola Estadual Sebastião Patrus de Sousa

O presente trabalho tem como objetivo relatar como se desenvolveu a experiência com o gênero oral “debate de opinião”(Dolz, J.; Schneuwly, B. e De Pietro, J.-F, 2004), realizada com alunos do 3º ano do Ensino Médio, a partir de um projeto interdisciplinar, intitulado “Ética e Cidadania” (Hartmann, A. Mª e Zimmermann, 2007), realizado na Escola Estadual Sebastião Patrus de Sousa, no ano de 2012. O referido projeto contou com a participação de um grupo de professores de diferentes disciplinas (Português, Biologia, História, Geografia, Sociologia e Filosofia) que lecionam no Ensino Médio da escola. Esse grupo de professores, do qual faço parte, tem se preocupado em promover projetos na escola sob uma abordagem interdisciplinar (Hartmann, A. Mª e Zimmermann, 2007), que contemplem temas atuais e cotidianos, os quais possam colaborar para uma aprendizagem integrada e também possam levar os alunos a se comunicarem melhor e a enfrentarem problemas de diferentes naturezas de forma mais reflexiva e crítica, conforme preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2002). Optamos pelo trabalho com o gênero “debate de opinião”, pelo fato de acreditarmos que ele é um gênero oral fundamental para poder ampliar as capacidades linguística (técnicas de argumentação, que incluem reformulação, retomada e/ou refutação do discurso do outro), cognitiva (capacidade crítica) e social dos alunos, além da capacidade individual (como se posicionar criticamente frente a um ponto de vista, possibilitando a construção de sua identidade). Diante do trabalho realizado ao longo do ano, o qual contou com mais de um debate por turma e com temas variados, foi possível observar que os alunos foram se apropriando, gradativamente, do gênero “debate de opinião”. Desse modo, julgamos ter alcançado um dos objetivos fundamentais do trabalho interdisciplinar, que é a integração dos conteúdos curriculares, proporcionando um ensino significativo, que contribua para a dimensão social do processo ensino-aprendizagem.

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A IMPORTÂNCIA DAS AVALIAÇÕES DIAGNÓSTICAS

FERNANDA BICHARA DA SILVA [email protected]

MÁRCIA MARIANA SANTOS DE OLIVEIRA

[email protected] Universidade Federal de Juiz de Fora

As reflexões aqui desenvolvidas a respeito da importância das Avaliações Diagnósticas partindo da concepção de se analisar o que o aluno sabe, valorizando seu conhecimento prévio seja ele informal ou formal fazem parte do Projeto PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Nossa primeira inserção na Escola Municipal José Calil Auaghi aconteceu no mês de outubro de 2012 e a primeira necessidade que percebemos ao desenvolver atividades com as crianças foi saber que conhecimentos relativos à alfabetização e à apropriação da leitura e da escrita elas já haviam aprendido e o que ainda precisava ser trabalhado mais especificamente com algum grupo de crianças, que se encontravam no 2º ano do Ensino Fundamental. Desenvolvemos então uma avaliação diagnóstica que se configura como mecanismo de suma importância para a prática docente e que desempenha um papel fundamental de possibilitar que o professor conheça em que nível se encontram seus alunos em determinados conhecimentos, o que eles conseguiram assimilar no ano anterior, qual trabalho deve-se realizar diante do conhecimento de tais características e de onde partir para prosseguir, dando início a um novo trabalho e/ou e aprendizado dos mesmos. Esta avaliação foi estruturada com a professora da turma e com a orientadora do programa na UFJF, tendo como apoio os cadernos do CEALE e os estudos desenvolvidos por Magda Soares que falam sobre a Alfabetização e o Letramento, e fora aplicada em 20 crianças da turma. Neste breve relato trazemos algumas reflexões e resultados desta avaliação e como procedemos com os trabalhos que vão ser desenvolvidos na turma a partir de nossa análise.

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GÊNERO TEXTUAL RESENHA: EXPERIÊNCIA EM UM 6º ANO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE JUIZ DE FORA

FERNANDA CRISTINA FERREIRA

[email protected]

MICHELE CRISTINA RAMOS GOMES [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de aplicação de uma sequência didática (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004) do gênero textual resenha em duas turmas de 6º ano do Ensino Fundamental de uma Escola Estadual de Juiz de Fora – MG, no ano de 2012. A sequência foi aplicada como parte do Projeto de Iniciação à Docência (PIBID) de Língua Portuguesa da UFJF, cujo foco principal é a ampliação do Letramento do aluno (SOARES, 2001), além do desenvolvimento de sua competência discursiva (TRAVAGLIA, 2000). O Projeto tem o objetivo de, ao final, realizar a publicação de uma revista com textos dos próprios alunos de modo que eles possam ter acesso aos vários gêneros textuais produzidos ao longo do Projeto. Isso possibilita o contato com os gêneros no âmbito social e faz com que o ensino de Língua Portuguesa seja o mais próximo possível de situações reais de utilização da língua. Para isso, desenvolvemos, em sala de aula, atividades que se enquadram na concepção discursiva de linguagem (BAKHTIN, 1992; TRAVAGLIA, 2000). Assim, a aplicação da sequência da resenha deu-se em etapas planejadas anteriormente a cada aula. Dessa forma, primeiramente apresentamos o gênero resenha aos alunos - objetivos do gênero, linguagem, meios de circulação, domínio discursivo. Posteriormente, selecionamos filmes que foram exibidos para que os estudantes escrevessem resenhas sobre eles. Para tanto, foi realizada escuta ativa com eles e posterior produção da resenha. Finalmente, os alunos fizeram a reescrita e tivemos a produção final. A aplicação de cada etapa da sequência nos leva a concluir que é indispensável planejamento e clareza das habilidades que desejamos que o discente desenvolva a cada momento para avançar para a fase posterior.

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OS MÉTODOS DE ENSINO E DE CORREÇÃO DE PRODUÇÃO TEXTUAL

FERNANDA PASCHOALINI FRIAS [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Discutimos os métodos de ensino e de correção da produção escrita adotados nos atendimentos pedagógicos semanais, realizados no ano de 2012, no Laboratório de Alfabetização da Faculdade de Educação/UFJF. Assumimos a concepção de linguagem como forma de interação e de escrita como trabalho, conforme definidas por Fiad (2009); Geraldi (2010); Spolders e Yde (1991). Quanto aos métodos de correção, destacamos as contribuições de Ruiz (2001) acerca da correção textual-interativa mediada por bilhete. As situações didáticas de produção textual foram organizadas a partir do roteiro da escrita pautado nas etapas do processo de escritura: planejamento, rascunho, revisão e reescrita/editoração. Analisamos os diferentes instrumentos de correção utilizados em sala de aula e o tipo de mediação requerida nas interações em torno da reescrita de textos: correção individual ou em duplas, com apoio de grades de correção; mediada pelo professor (resolutiva e por bilhetes); correção coletiva. Concluímos que as grades de correção precisam ser ajustadas à medida que as crianças se tornam escritores mais competentes, pois visávamos fazer com que percebessem que a reescrita envolvia mais do que a correção de erros na superfície textual. Tratava-se de um momento reflexivo, para encurtar e ligar, para tornar a linguagem mais “enxuta”, para colocar em ordem os pensamentos e para escutar a poesia e o ritmo do texto que escreviam. As professoras-bolsistas do Laboratório de Alfabetização se mostraram interlocutoras na compreensão de que a tarefa de revisar implicava o ajustamento do seu texto ao leitor, negociando sentidos e analisando as escolhas dos recursos linguísticos. Os pensamentos, as palavras e as novas ordenações se instauraram através desse diálogo, que ecoaram de maneiras diferentes ao longo da construção do texto escrito e da constituição dos alunos enquanto escritores proficientes.

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HISTÓRIA DO MENINO QUE FUGIA DAS LETRAS (E DE COMO TODOS SE ENVOLVERAM NUMA NARRATIVA INVENTADA POR ELE)

GINA CARLA COSTA

[email protected]

Escola Municipal José Calil Ahouagi

O presente trabalho tem por objetivo relatar a construção do filme “Zumbilândia” por um grupo de crianças nesta escola no ano de 2012. A ideia do filme surgiu da demanda de uma turma do 2° ano do ensino fundamental em relação às brincadeiras de faz-de-conta. Numa dessas situações, enquanto alguns brincavam de restaurante uma das crianças propôs fazer “um filme no restaurante”. Frente a esta demanda sugeri, enquanto professora da turma, que ela escrevesse os nomes dos colegas e dos personagens que cada um representaria naquela narrativa. Minha expectativa era oportunizar a todos os alunos da turma uma experiência de linguagem consistente e, ao mesmo tempo, prazerosa e criativa. As referências teóricas e metodológicas para conduzir o trabalho vieram das reflexões sobre cultura, linguagem e experiência de VIGOTSKI e WALTER BENJAMIM. Neste trabalho relato a experiência de produção do referido filme, em que o diálogo e a construção coletiva foram privilegiados. Como resultado registro o trabalho com diferentes gêneros textuais, a escrita de narrativas de contos de fadas, a construção de cenários, a caracterização de personagens e, enfim, a produção do filme .

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A GRAMÁTICA DA PALAVRA ATRIBUINDO SENTIDO AO TEXTO HÉLCIO CARLOS DE OLIVEIRA SILVA

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Esta comunicação visa a apresentar um modelo de aula, realizado no Colégio Universitário Geraldo Reis (COLUNI-UFF), em 2012, cujo centro do trabalho foi o texto. Dotado de um potencial semiótico bastante superior às frases forjadas, o texto, atualmente, é trazido como ponto de partida para as aulas de língua portuguesa. Isso se dá por se considerar que os textos reais, provenientes de situações comunicativas verdadeiras e contextualizadas, acionam a gramática da língua fazendo com que ela deixe de ser uma mera abstração para tornar-se concreta, conjecturada e à disposição do falante. Assim, a partir do texto informativo que consta na embalagem das “Bisnaguinhas Golden Vital” (gênero textual escolhido), a sequência didática é composta desde o primeiro contato com o gênero, inferência de informações adicionais, propósito comunicativo, interlocutores envolvidos até os aspectos da gramática da palavra constitutivos no informativo. Isso feito, os estudantes puderam perceber que a gramática da palavra está a serviço dos textos e que, consequentemente, contribui para a construção do sentido previsto (ou não) pelo produtor.

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A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

INGRID PEREIRA CERQUEIRA [email protected]

VANESSA ROCHA CAMPOS [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho apresenta reflexões sobre a contribuição do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - para a formação docente de estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Juiz de Fora. Este programa tem como objetivo promover a inserção de estudantes de licenciaturas no contexto de escolas públicas e neste caso, essa inserção está em andamento, acontecendo em uma turma de 21 alunos de uma escola municipal de Juiz de Fora, Minas Gerais. O estudo aqui descrito, logo, caracteriza-se como um relato de experiência, cujo objetivo é refletir sobre a possibilidade de os licenciandos olharem e pensarem as questões dos alunos como docentes. Quanto a isso, Pimenta (2002) apresenta três etapas para auxiliar os discentes na constituição de sua identidade docente. São elas: ver-se como professor; discutir os conteúdos estudados no contexto da contemporaneidade; e conhecer a realidade dos alunos e escolas através de observações, trabalhos, projetos, com a intenção de olhar e pensar a escola não mais como alunos, mas sim como professores. Com isto, percebemos a importância deste programa que oportuniza o contato e a inserção na escola, bem como o planejamento e execução de ações e/ou atividades voltadas para a turma, o que possibilita aos licenciandos olhar e pensar as questões dos alunos e da escola como docentes.

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CONTRIBUIÇÕES DO TRABALHO COM O GÊNERO DEBATE EM SALA DE AULA

JULIA DA ROSA SILVA [email protected]

Universidade Federal de Lavras

O presente trabalho tem por escopo socializar uma experiência vivenciada no âmbito do PIBID de Letras da Universidade Federal de Lavras. Tal experiência compreende uma atividade envolvendo o gênero debate e sua contribuição na formação linguística e crítica de alunos do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Cinira Carvalho (Lavras, MG). Inicialmente, foi realizado um estudo teórico sobre os gêneros orais pautado em Marcuschi (2001), PCN (1997) e Dolz; Schneuwly (2004) e, posteriormente, de modo mais específico, sobre o gênero debate (DOLZ, SCHNEWULY; PIETRO, 2004). Em seguida, foi elaborada uma sequência didática segundo os critérios de Dolz, Schnewuly e Pietro (2004). Na primeira etapa da atividade, foram distribuídos para as turmas textos sobre o tema “sustentabilidade” e os alunos foram divididos em três segmentos: empresários, jovens e ambientalistas. Na segunda etapa, foi feita uma apresentação contendo as regras do debate, os objetivos e as contribuições inscritas na abordagem desse gênero. Na etapa seguinte, iniciou-se o debate com questionamentos dos moderadores com vistas a provocar os alunos para que houvesse alguma manifestação; após a exposição dos argumentos dos alunos foi proposto que eles pensassem em formas de conciliar as necessidades de cada segmento com a preservação dos recursos naturais. Na penúltima etapa, foi realizado o fechamento do debate, no qual os alunos reconheceram os problemas e dificuldades enfrentados pela sociedade, no que tange ao desenvolvimento sustentável, e sugeriram formas de amenizar as consequências do impacto ambiental. Por fim, todos escreveram um comentário a respeito da atividade realizada sendo possível perceber, por meio desses comentários e da análise realizada posteriormente, que essa atividade proporcionou o aperfeiçoamento de habilidades linguístico-discursivas, o aprimoramento de técnicas de argumentação e o conhecimento e a conscientização a respeito do tema, possibilitando um posicionamento crítico e reflexivo dos alunos.

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SEMIÓTICA GREIMASIANA: UMA PROPOSTA PARA A FORMAÇÃO DISCURSIVA DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS

JÚLIO CÉSAR SOUZA DE OLIVEIRA

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Universidade Federal de Juiz de Fora Este trabalho apresenta-se como uma contribuição, destinada aos professores de Língua Portuguesa, para o aprimoramento das práticas leitoras escolares desenvolvidas no segundo segmento do Ensino Fundamental. Erige-se a partir do acompanhamento da leitura da obra juvenil “A casa” (Editora FTD), da escritora Mirna Pinsky, realizada durante dois meses em uma turma do 8º ano de unidade escolar da rede particular de ensino do Rio de Janeiro, sob a coordenação da professora regente. A resposta inicial dos alunos e seus responsáveis diante da mencionada obra, avaliada por eles com o uso de adjetivos desabonadores (“esquisita”, “sem pé nem cabeça”), revelou a perplexidade de pais e alunos diante de um livro que, um tanto fora dos padrões clássicos de narrativa, organiza-se, precipuamente, não sobre “o que se diz”, mas, sim, sobre “o modo como se diz”. A análise dos documentos (exercícios escolares, avaliação) referentes ao livro paradidático escolhido para aquele bimestre revelou, sintomaticamente, a pertinência de se facultar aos professores de Português uma fundamentação teórica que lhes possibilite aprimorar as competências leitoras dos aprendizes, sobretudo no que tange aos procedimentos discursivos, os quais, ignorados, subtraem das obras literárias efeitos de sentido essenciais a uma leitura proficiente. Naturalmente, a base teórica para o cumprimento de tais objetivos encontra-se nas teorias do texto e do discurso. Para este trabalho, optou-se pela Teoria Semiótica do Discurso, formulada pelo lituano Algirdas JulienGreimas, a qual, como teoria estruturalista da significação, destina-se a “explicar, sob a forma de uma construção conceitual, as condições da apreensão e da produção do sentido” (Greimas e Courtés, 2008: 455) inscritas em textos das mais diversas naturezas (verbais, imagéticos sincréticos), tendo, em sua formulação clássica, a literatura como “locus” de aplicação mais recorrente.

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SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NA AMPLIAÇÃO DO LETRAMENTO DO ALUNO

LETICIA MACEDO KAESER [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

O presente trabalho tem como objetivo relatar os desdobramentos do subprojeto Letramento, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), financiado pela Capes (2012/2013). Tal programa tem como meta promover a formação de professores para a educação básica, além de atuar como mecanismo para a transposição de teorias em práticas pedagógicas por meio do contato entre universidade e escolas da rede pública. O subprojeto Letramento conta com a participação de cinco alunas de graduação que acompanham as aulas do 7º ano de Língua Portuguesa (LP) de uma professora da rede estadual do município de Juiz de Fora – MG, sob a coordenação de uma professora da Faculdade de Educação da UFJF. O objetivo específico do subprojeto tem como foco a ampliação do letramento do aluno através da aplicação de sequências didáticas que permitem, por sua vez, sua inserção em práticas comunicativas de usos reais da língua. Para tanto, utilizamos a metodologia colaborativa (IBIAPINA, 2008), uma vez que esta possibilita a construção coletiva de conhecimentos através de reflexão, crítica e ação. Baseamo-nos no aporte teórico do Interacionismo Sociodiscursivo que reconhece a língua como um fato social (SCHNEUWLY e DOLZ, 2004; BRONCKART, 2009) e defende que o ensino de língua materna deve estar pautado em práticas discursivas reais. Logo, os gêneros textuais constituem-se como objetos e instrumentos ideais para o ensino de língua portuguesa quando aplicados em sequências didáticas. Desse modo, trabalhamos com a aplicação de sequências didáticas que tem por objetivo final a produção de uma revista cujo tema é música. Até o presente momento, trabalhamos com a sistematização e posterior produção textual dos gêneros resenha, sinopse, entrevista e verbete, que irão compor o corpo da revista. Nesse contexto, ampliando as habilidades de leitura e escrita dos alunos, acreditamos que os capacitaremos para o uso da linguagem em suas diversas manifestações sociais.

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PARA ALÉM DA DIDATIZAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS: NOVAS

POSSIBILIDADES DE TRABALHO COM A LEITURA E A ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

LILIANA MENDES [email protected]

RAISSA MACEDO

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Colégio de Aplicação João XXIII As instituições de ensino, já há algum tempo, vêm buscando orientar seu currículo em torno do estudo dos gêneros textuais, possibilitando aos alunos a leitura e a produção de textos que circulam na sociedade. No entanto, entendemos que a ênfase do ensino da leitura e da escrita não deve ser o texto e os gêneros textuais em si mesmos, mas a compreensão das suas formas e seus usos, de maneira que a leitura e a escrita de textos diversos consistam em práticas sociais, conforme preconiza KLEIMAN (1995), que referencia este trabalho. Isso implica em assumir uma concepção de língua escrita que tenha como fundamento uma concepção de linguagem que privilegie as interações verbais. O presente relato descreve o trabalho desenvolvido com alunos do terceiro ano do ensino fundamental do Colégio de Aplicação João XXIII em 2012, no qual o currículo de Língua Portuguesa organizou-se em torno de projetos de trabalho sustentados por eixos temáticos. Estes consistiram, ao mesmo tempo, nos pontos de partida e de chegada das atividades de leitura e de escrita em sala de aula. Desta forma, ler e escrever textos dos mais diversos gêneros não eram fins em si mesmos, mas os meios para refletir, discutir, relatar, interagir, produzir e aprender sobre o tema estudado. Um trabalho como esse vai muito além da exploração das características fragmentadas de cada gênero textual. Requereu, portanto, a apropriação de uma nova concepção das práticas escolares de leitura e de escrita e desembocou na construção de uma nova proposta didático-metodológica a partir da reorganização dos conteúdos do currículo de Língua Portuguesa, da proposição de uma nova didática em sala de aula e da utilização de diferentes recursos didáticos.

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A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA RELACIONADA À TEORIA: REFLEXÕES DE UMA ALFABETIZADORA

LÍVIA DE OLIVEIRA THOMAZ [email protected]

Universidade Federal de Juiz de Fora

Este trabalho traz o relato de minha prática pedagógica enquanto professora alfabetizadora, no ano de 2012, em uma escola da rede particular de Juiz de Fora, MG. Por já trabalhar na escola como ajudante da professora do 1o ano que, surgiu a oportunidade de substituí-la e como eu cursava a faculdade de pedagogia pela UFJF este trabalho me foi confiado. Através do contato com disciplinas relacionadas à alfabetização durante a graduação, conheci as concepções de Soares (2003) e Carvalho (2004), que me mostraram para o sentido de uma alfabetização aliada ao letramento. Tais teorias, paulatinamente, foram me dando embasamento e contribuíram para que sofresse consideráveis mudanças, as quais, apresento neste relato. Neste sentido meu objetivo é apresentar as reflexões por mim vivenciadas neste processo e o trabalho didático desenvolvido junto com os alunos a partir do livro "Chapeuzinho Amarelo" de Chico Buarque que me propiciaram o repensar de minha prática e de minha metodologia em sala de aula. Ressalto a importância de trabalhos como este, pois permitem compreender como a teoria pode ser aplicada à prática e colaborar para o desenvolvimento tanto dos alunos quanto dos professores.

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PRODUZINDO MEMÓRIAS ATRAVÉS DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

MÁRCIA PATRÍCIA BARBOZA DE SOUZA [email protected]

Prefeitura Municipal de Juiz de Fora – E. M. Ver. Marcos Freesz

O presente trabalho apresenta o desenvolvimento de uma sequência didática (SD) para produzir o gênero memórias, com uma turma de 7º ano, da E. M. Ver. Marcos Freesz, entre os meses de abril e agosto de 2012, tendo como pano de fundo a Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP). O trabalho desenvolvido na OLP propõe contribuir para que escolas e professores revejam os métodos convencionais de ensino da escrita e utilizem outros que possam mobilizar os alunos para a produção e aperfeiçoamento de textos. Para essa SD foi utilizada a “Coleção da Olimpíada”, contendo Cadernos do Professor no gênero Memórias Literárias, aliados ao livro didático de Língua Portuguesa “Tudo é Linguagem”, materiais que ajudaram no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Esse modelo de desenvolvimento de produção textual ancora-se na concepções de Schneuwly e Dolz (2004), que ressaltam a importância de se criar contextos de produção que possibilitam o ensino da oralidade e da escrita, atividades múltiplas que permitirão aos alunos se apropriarem do gênero estudado; também está em consonância com os PCN (1998) e com a nova proposta curricular de Língua Portuguesa da Secretaria de Educação de Juiz de Fora – SE/JF. O gênero foi apresentado aos alunos, primeiramente, através da audição de textos de memórias; em seguida foram trabalhadas características gerais do gênero, levando-os a compreender o modo de se obter dados das lembranças de alguém; assim, ao longo da SD, outros gêneros permearam as oficinas, como a entrevista e o relato oral de uma professora convidada. Esse trabalho mostrou que organizar o ensino da língua utilizando a sequência didática, leva o professor a perceber o que seus alunos conhecem do gênero estudado, quais aspectos precisam ainda ser explorados e/ou desenvolvidos, até a etapa da produção final, na qual os alunos se mostram mais seguros quanto ao gênero trabalhado.

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CONTANDO HISTÓRIAS

MARIA ROSANA DO REGO E SILVA

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Universidade Federal de Juiz de Fora O presente relato, apresenta experiências vivenciadas em um projeto de contação de histórias realizado em um berçário de uma Creche Pública de Juiz de Fora no ano de 2012 apoiada em Abramovich, Barbosa e Reyes. As histórias foram contadas utilizando-se diferentes recusos como: livros, cineminha, luvas, avental, flanelógrafo, varal e almofada de história. Como estratégia para que a contação se tornasse uma prática, foram adotadas algumas ações como local fixo e um instrumento sonoro para marcar a hora da “Roda de Histórias”que se tornou uma atividade muito apreciada pelas crianças. O projeto procurou envolver todos os familiares através de uma “maleta viajante” na qual a cada final de semana uma criança levava um livro para ser lido com seus familiares. Dentro da maleta, além do livro, havia um caderno de registro para que as famílias registrassem a experiência de contar histórias para os filhos e/ou como eles estavam vivenciando essa experiência. Alguns familiares também foram à creche para contar histórias para os bebês. Essas ações foram importantes para aproximar família/creche, tornando-os parceiros no projeto, além de conscientizá-los da importância da literatura fazer parte da vida das crianças desde a mais tenra idade. Assim como os familiares, outros funcionários da instituição e a comunidade também foram envolvidos neste projeto.

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LUTAR COM PALAVRAS

NELI EDITE DOS SANTOS [email protected]

Universidade Federal de Uberlândia

A experiência que proponho relatar decorre de minha atuação como professora de Língua Portuguesa e Literatura na Educação de Jovens e Adultos, na Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia, durante o ano letivo de 2012. Trata-se de um trabalho realizado na contramão da corrente que insiste em tirar dos alunos o direito de se expressarem, sob a alegação de que não conseguem “escrever certo”. Um trabalho que vem tentando provocar os alunos a entrar na brincadeira com as palavras, em uma atitude de experimentação de combinações de sons, tons, sabores, cheiros, texturas. Trata-se de uma prática de ensino que convida os alunos a também lutarem com a palavra, ao mesmo tempo em que lutam pelo direito de dizer de si, do outro, de sua história, de sua infância, de seus amores e temores. Nesse sentido, o texto poético, lido e ousado, vai fazendo parte da brincadeira. O relato apresentará o que temos conseguido com esta perspectiva resultante de apropriações que tenho feito, ao longo de minha trajetória profissional , de Antonio Candido ( A literatura e a formação do homem e O direito à litetura), Gilles Deleuze (A literatura e a vida), Carlos Drummond de Andrade (O lutador) e João Cabral de Melo Neto (Catar feijão).

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LEITURA, PRODUÇÃO E INTERAÇÃO COMUNICATIVA: PRÁTICAS DE PRODUÇÃO TEXTUAL COM BASE EM GÊNEROS DISCURSIVOS

ROSIMERI PAULINO LOPES DE ARAÚJO [email protected]

Colégio Cor Jesu – Rede Sagrado - Brasília - DF

Com base na sociolinguística interacional, letramento como prática social e gêneros discursivos, o presente trabalho apresenta o relato de experiência de estratégias empregadas em aulas de produção textual pela professora de língua portuguesa. O contexto de realização desta prática pedagógica é de ensino fundamental e médio em escola particular do Distrito Federal. Além do relato de experiência, o estudo faz uma abordagem dos conceitos referentes aos gêneros discursivos, sua funcionalidade e inter-relação com o letramento e as práticas sociais. No decorrer do relato de experiências, são descritas as atividades realizadas durante o primeiro semestre do corrente ano letivo. O trabalho também discute a necessidade de (re)significação das aulas de língua portuguesa com foco na produção textual, uma vez que estas, geralmente, voltam-se para a escrita de redações desvinculadas do mundo real, isto é, textos não aplicáveis e/ou pertencentes às situações comunicativas do cotidiano linguístico social. Busca-se também ressaltar como o uso de materiais pedagógicos diversificados e aplicados aos diferentes contextos discursivos podem propiciar aos alunos o desenvolvimento de suas habilidades discursivas, bem como a ampliação do conhecimento e do uso dos diversos gêneros textuais que circulam no meio social, como evidenciam os resultados em pauta.