Trabalho de grupo

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Escola D. Manuel I 2012/2013 5.º D Os Descobrimentos Portugueses O Caminho marítimo para a Índia e o Brasil Trabalho realizado por: Gustavo Nunes n.º 7 João Monteiro n.º 13 Lourenço Venâncio n.º 15 Rodrigo Cardoso n.º 24

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Escola D. Manuel I 2012/2013

5.º D

Os Descobrimentos

Portugueses

O Caminho marítimo para a

Índia e o Brasil

Trabalho realizado por:

Gustavo Nunes n.º 7

João Monteiro n.º 13

Lourenço Venâncio n.º 15

Rodrigo Cardoso n.º 24

Foi o navegador Bartolomeu Dias que em 1438 dobrou o cabo da boa esperança. Foi encontrada a relação entre o Atlântico e o indico tornando-se assim possível chegar á Índia por mar.

A concretização do grande sonho de D. João II estava cada vez mais próxima. Entretanto este monarca morre e o seu sucessor irá concretizar o seu projeto preparando a armada cujo objetivo era chegar á Índia, a terra das especiarias.

As especiarias eram, desde sempre,

consideradas o ouro das Índias. A canela, o

gengibre, o cravo, a pimenta e açafrão eram

produtos difíceis de obter, pelos quais se

esperavam caravanas e mercadores

experientes vindos do Oriente.

canela gengibre cravo açafrão pimenta

Dos mercados de Veneza e Génova só então eram

espalhadas para toda a Europa estas especiarias,

acrescidas imensamente no seu custo, e sem chegada

garantida. O proveito dos portugueses em estabelecer

uma rota marítima, portanto praticamente isenta de

assalto — não obstante, coberta de perigos no mar —,

mostrava-se recompensador e esboçava no futuro um

grande rendimento à Coroa. Portugal iria ligar

diretamente as regiões produtoras das especiarias aos

seus mercados na Europa.

O plano de viagem teria então que prever a

segurança da rota. Para isso seria necessário

instalar feitorias ao longo do caminho, e criar

fortalezas. A missão caberia ao capitão da

armada que ia munido de muitos presentes e

equipamento para desbravar os mares e

atestado de diplomacia e perseverança para

criar elos com os monarcas desconhecidos que

eventualmente encontrasse pelo caminho.

Sabe-se, por Damião de Góis, que durante a

viagem foram colocados cinco padrões: São

Rafael, no rio dos Bons Sinais; São Jorge, em

Moçambique, Santo Espírito, em Melinde; Santa

Maria, nos Ilhéus, e São Gabriel, em Calecute.

Estes monumentos destinavam-se a afirmar a

soberania portuguesa nos locais para que outros

exploradores não tomassem as terras como por

si descobertas.

Exemplos de alguns padrões deixados pelos Portugueses nas suas descobertas.

Como se pode imaginar preparar uma armada

que enfrentasse uma viagem tão longa e tão

cheia de perigos envolvia enormes gastos e uma

cuidada organização. Muitas tarefas havia a fazer:

desenhar novas cartas náuticas a partir de

roteiros já existentes, reunir os instrumentos de

navegação e construir sólidos navios. A azáfama

nos estaleiros do Tejo foi enorme. Além de uma

caravela construíram-se dois navios maiores: as

naus. Estes barcos possuíam velas redondas.

Caravela Latina no Museu de Arte Antiga. Crê-se que a mais fidedigna representação da caravela Latina.

Caravelas

A caravela foi aperfeiçoada durante os séculos XV e XVI. Tinha inicialmente pouco mais de 20 tripulantes. Era uma embarcação rápida, de fácil manobra, capaz de bolinar e que, em caso de necessidade, podia ser movida a remos. Com cerca de 25 m de comprimento, 7 m de boca (largura) e 3 m de calado deslocava cerca de 50 toneladas, tinha 2 ou 3 mastros, convés único e popa sobrelevada. As velas latinas (triangulares) permitiam-lhe bolinar (navegar em ziguezague contra o vento. É de salientar que a caravela é um desenvolvimento dos portugueses.

Se bem que a caravela latina se tenha revelado

muito eficiente quando utilizada em mares de

ventos inconstantes, como o Mediterrâneo,

devido às suas velas triangulares, com as viagens

às Índias, com ventos mais calmos, tal não era

uma vantagem, já que se mostrava mais lenta que

na variação de velas redondas. A necessidade de

maior tripulação, armamentos, espaço para

mercadorias fez com que fosse substituída por

navios maiores – as Naus.

As Naus

Nau é uma denominação genérica dada a navios de

grande porte até o século XV usados em viagens de

grande percurso. Em vários documentos históricos

a nau surge com a denominação de nave (do latim

navis), termo utilizado quase sempre entre 1211 e

1428. Opõe-se-lhe o termo embarcação, aplicado a

barcos de menores proporções, utilizados em

percursos pequenos. Que foi muito utilizada em

meados do século XV e XVI.

As naus tinham ainda uma tonelagem maior que

as caravelas que permitia levar mantimentos,

muitas mercadorias para troca, material de guerra

e ainda um elevado número de tripulantes. A

escolha deste tipo de embarcação mostra bem a

escolha que os portugueses já possuíam em

relação á circulação dos ventos e das correntes

marítimas no atlântico sul.

Quem integrou então essa armada?

Para além do capitão Vasco da Gama seguiram entre outros,

experimentados, pilotos e marinheiros, alguns escrivães, que

relatavam os acontecimentos de bordo, artesão

especializados na reparação dos navios e ainda soldados,

médicos, padres e até condenados.

Vasco da Gama

Finalmente no dia 8 de Julho de 1497 partiu do Restelo em

Belém a armada de Vasco da Gama. Entre lágrimas e

tenebrosas profecias os barcos fizeram-se ao mar. A

armada era constituída por quatro navios - a nau S.

Gabriel, a nau S. Rafael, a nau Bérrio e uma embarcação

com mantimentos. A viagem até Cabo Verde correu a

bom ritmo e aí se abasteceram de carne, água e lenha.

Porém, à medida que avançavam mais para sul as

dificuldades iam sendo cada vez maiores.

A circulação dos ventos e das correntes marítimas levam

os barcos a afastarem-se muita da costa. Na zona do

Golfo da Guiné os ventos dominantes obrigam a uma

navegação cada vez mais ao largo, foi por isso que a

armada de Vasco da Gama ao dirigir-se para sul se

afastou tanto da costa ocidental africana. Durante três

longos meses navegaram sem avistar terra. Frio e calor,

fome e sede, doenças e tempestades tornaram esses

meses quase insuportáveis. Os astros eram então os seus

únicos guias.

Exemplos das correntes marítimas e

das variações climáticas que

afetaram o percurso de Vasco da

Gama.

Em novembro, cansados e doentes, chegaram os

portugueses á Baía de Santa helena. Aterra firme

deu-lhes um novo ânimo para continuar.

Abasteceram-se novamente de água, carne e lenha

e prepararam-se para uma nova etapa: passar o

Cabo da Boa Esperança e entrar no desconhecido- o

Oceano Índico.

Na costa oriental de áfrica surgiram novas dificuldades resultantes da

influência comercial dos muçulmanos, foi o que aconteceu na ilha de

Moçambique e depois em Mombaça. Porém em Melinde Vasco da

Gama teve melhor sorte além de receber presentes o rei cedeu-lhe um

piloto muçulmano muito experiente na navegação no Oceano Índico,

que era difícil devido ao regime de ventos que sopram neste oceano.

Com este auxílio os portugueses atingiram a Índia em Maio de 1498,

Calecute – um posto comercial muito importante da costa ocidental da

Índia. Contudo, também a í a influência dos mercadores muçulmanos

dificultaram os nossos objetivos comerciais não se alcançando os

resultados que se previam. No entanto, havíamos chegado á Índia,

mostrávamos ao Mundo uma nova rota marítima.

• Em meados de 1499 após uma longa e difícil viagem de

regresso, a armada aporta em Lisboa. Não se conhece, porém, a

data exata da chegada de Vasco da Gama a Portugal. Além de, a

bordo, se terem determinado latitudes por observações solares,

o que já não era novidade, supõe-se que terá sido na armada de

Vasco da Gama que se usaram tábuas quadrienais solares pela

primeira vez.

No caminho perdera-se um barco e metade da população

morrera. A experiência adquirida iria permitir em viagens

posteriores estabelecer contactos mais vantajosos no comércio

das especiarias, pedras preciosas e outros artigos de luxo.

A descoberta do caminho marítimo para a Índia

permitiu que se estabelecesse uma nova rota a

ligar diretamente as regiões produtoras das

especiarias aos mercados europeus. Dominada

pelos portugueses até meados do século XVII, a

Rota do Cabo possibilitou um grande

desenvolvimento económico da metrópole.

Para selar o sucesso da viagem de Vasco da Gama do

descobrimento do caminho marítimo para a Índia - que permitia

contornar o Mediterrâneo, então sob domínio dos mouros e das

nações italianas, o Rei D. Manuel I apressou-se em mandar

aparelhar uma nova frota para as Índias. Uma vez que a

pequena frota de Vasco da Gama tivera dificuldades em impor-

se e comercializar, esta seria a maior até então constituída,

sendo composta por treze embarcações e mais de mil homens.

Com exceção dos nomes de duas naus e de uma caravela, não se

sabe como se chamavam os navios comandados por Cabral.

Estima-se que a armada levasse mantimentos para cerca de

dezoito meses.

O seu comandante Pedro Álvares Cabral irá seguir a rota

de Vasco da Gama no oceano atlântico, porém, passado

o arquipélago de Cabo Verde, rumou um pouco mais

para ocidente o que levou á descoberta de uma nova

terra, no dia 22 de Abril de 1500, chamada de Vera Cruz –

mais tarde designada por Brasil. Esta foi uma das

descobertas mais importantes da História dos

Descobrimentos Portugueses.

Pedro Álvares Cabral Rei D. Manuel I

No dia 24 de abril, dois dias após a chegada, ocorreu o

primeiro contato entre os indígenas brasileiros que

habitavam a região e os portugueses. De acordo com os

relatos da Carta de Pero Vaz de Caminha foi um encontro

pacífico e de estranhamento, em função da grande diferença

cultural entre estes dois povos.

Ao perceber que tinha feito uma descoberta tão importante,

o capitão-mor enviou uma nau para o reino com a boa

notícia. Os restantes homens ficaram no Brasil até Julho de

1501.

Antes de regressarem a Portugal a Armada passou por

Calecute, na India, para cumprirem os objetivos da viagem.

Até hoje, não se sabe se este descobrimento foi obra do acaso

ou se os portugueses já sabiam da existência do continente

americano, mas parece que a segunda hipótese é a mais

provável.

Em pouco menos de um século os portugueses descobriram e

deram a conhecer ilhas e continentes, mares e oceanos,

povos e culturas, animais e plantas, novos astros. Podemos

dizer que os portugueses do século XV alargaram as fronteiras

do mundo.