Textos de Psicologia Da Aprendizagem
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Gesto Escolar e Coordenao Pedaggica
Ps-Graduao a distncia
Bases Biopsicossociais da Aprendizagem
Prof. Dr. Altiere A. Carvalho
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Sumrio
1. Desenvolvimento Moral/Social ........................................................................... 3
1.1: Aspectos Psicossociais da Infncia e da Adolescncia ..........................................................4
2. Aprendizagem .................................................................................................. 4
2.1: Aprendizagem e Desempenho .........................................................................................5
2.2: Transferncia de Aprendizagem .......................................................................................6
2.3: Aprendizagem e Motivao .............................................................................................6
3. Teorias da Aprendizagem ................................................................................... 7
3.1: Aprendizagem e o Condicionamento Clssico e Operante .....................................................8
3.1.1: Ivan Petrovitc Pavlov .................................................................................................................8
3.1.2: Skinner ..................................................................................................................................8
3.1.3: Thorndike ................................................................................................................................8
3.2: Aprendizagem e o Insight ...............................................................................................9
3.3: Aprendizagem e o Ensaio e Erro ......................................................................................9
3.4: Aprendizagem e o Modelo Social ......................................................................................9
4. Modelos tericos na Psicologia da Aprendizagem ............................................... 9
4.1: A Teoria Cognitiva de Piaget A Epistemologia Gentica .................................................... 10
4.2: A Teoria Histrico-Cultural de Vygotsky ........................................................................... 11
5: Outras teorias e componentes da aprendizagem ............................................... 12
5.1: Bandura e a Aprendizagem Social ................................................................................... 12
5.2: Noam Chomsky e o conflito behaviorista de Skinner .......................................................... 12
5.3: Psicomotricidade e a Aprendizagem ................................................................................ 12
5.4: Memria e Aprendizagem .............................................................................................. 13
5.5: Pensamento, Linguagem e Aprendizagem ........................................................................ 14
5.6: Grafismo e Aprendizagem .............................................................................................. 15
Referncias Bibliogrficas: .................................................................................. 18
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Bases Biopsicossociais da Aprendizagem
o que compe um processo que no se restringe infncia,
mas perdura pela vida adulta.
O cotidiano se apresenta como uma realidade interpre-
tada pelos homens e subjetivamente dotada de sentido para
eles na medida em que forma um mundo coerente. Por esse
motivo, a personalidade uma entidade reflexa, que retrata
as atitudes tomadas pela primeira vez pelos outros significa-
tivos com relao ao indivduo. preciso que se entendam
outros significativos. O indivduo se torna o que pela ao
dos outros que para ele so significativos. Este processo im-
plica numa dialtica entre a identificao pelos outros e a
auto-identificao.
Segundo Berger e Luckmann (1991: 173) ... o indivduo
no nasce membro da sociedade, nasce com a predisposi-
o para a sociabilidade e torna-se membro da sociedade....
Portanto, preciso que o indivduo passe pelo processo de
socializao, onde ocorre a internalizao (apropriao) do
mundo social, com suas normas, valores, modos de repre-
sentar objetos e situaes que compe a realidade objetiva.
Este processo de constituio da realidade subjetiva se
forma a partir das primeiras relaes do indivduo com o meio
social. Cada indivduo possui uma sequncia temporal no cur-
so da qual induzido a tomar parte na dialtica da socie-
dade. O ponto de partida deste processo a interiorizao,
que consiste na apreenso ou interpretao imediata de um
acontecimento objetivo como dotado de sentido.
A socializao primria a primeira socializao que o in-
divduo experimenta na infncia, em virtude da qual se torna
membro da sociedade, normalmente so responsveis pela
socializao primria a famlia, ou pessoas muito significa-
tivas e prximas, como ocorre em orfanatos, por exemplo.
A socializao secundria qualquer processo subsequen-
te que introduz o indivduo, j socializado, em novos setores
do mundo objetivo de sua sociedade. Em geral, a socializao
primria tem para o indivduo um valor maior que a socia-
lizao secundria e a estrutura bsica da socializao se-
cundria deve assemelhar-se socializao primria. Parece
correto atribuir socializao primria, na qual se percebe
a presena marcante da famlia, um papel fundamental na
formao do indivduo.
A socializao primria interioriza uma realidade apre-
endida como inevitvel. Esta interiorizao pode ser julga-
da bem sucedida se o sentimento de inevitabilidade estiver
presente na maior parte do tempo, pelo menos enquanto o
indivduo ativo no mundo da vida cotidiana. Os fatores de
legitimidade e inevitabilidade so fundamentais para o suces-
so e a sedimentao da socializao primria, uma vez que a
1. Desenvolvimento Moral/SocialMesmo antes de nascer, a pessoa j recebe, indiretamen-
te, uma enorme carga de expectativas. O homem sofre cerce-
amentos internos e externos no meio cultural em que vive. Os
padres de sentimentos, pensamentos e aes adotados por
determinada cultura tm como objetivo formar o homem da
melhor maneira possvel dentro da mentalidade desta.
O homem internaliza, num processo individualizado, os
elementos de sua cultura. Em outras palavras, o homem como
personalidade individual integra-se aos objetivos globais da
cultura em que nasceu. Vale lembrar, entretanto, que cultura
e personalidade interagem reciprocamente. O que o homem
vive na mais tenra idade, coloca os fundamentos da persona-
lidade adulta na viso prpria da gerao que o educa.
Porm, fundamento no significa obra terminada ou, no
caso, personalidade acabada. Integrar-se ou no cultura h
de depender significativamente de experincias posteriores,
no decorrer da existncia. A educao apenas contribui para a
formao da personalidade desejada, no esquema de valores
cultivados, deixando livre o homem para segu-los ou no.
Para Freud a aquisio tanto da moralidade como de va-
lores e atitudes est substanciada no desenvolvimento do su-
perego, dentro da personalidade da criana, atravs de um
processo de identificao que se d inicialmente com os pais.
Freud entende por identificao a internalizao de valores
dos modelos, os pais. O indivduo se forma pelas identifica-
es que deixam um sedimento na forma de valores e metas.
Erich Fromm, psiclogo culturalista, tambm compartilha
da importncia da famlia na formao da criana. Segundo
Fromm, o carter da criana modelado por sua famlia, mas
esta constitui a agncia psquica da sociedade. Ao ajustar-
se a situao da famlia, a criana adquire a espcie de car-
ter que leva a querer fazer o que tem que fazer, no intuito de
funcionar com alguma eficcia social.
Erich Fromm e Sigmund Freud.
A socializao pode ser considerada um processo pelo
qual os indivduos atingem as expectativas de papel, valores
e atitudes da sociedade por meio das relaes interpessoais,
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Bases Biopsicossociais da Aprendizagem
socializao no completa e definitiva e os seus contedos
so constantemente ameaados.
Outro ponto a ser considerado que as relaes com os
outros no se limitam aos conhecidos e contemporneos, mas
tambm com predecessores e sucessores. As relaes com
os sucessores so ainda mais annimas, os filhos de meus
filhos ou as geraes futuras.
Como foi visto os contedos inevitveis interiorizados pe-
los indivduos so transmitidos por aqueles que assumem o
papel na sua socializao primria e, na maioria dos casos,
dos pais esta responsabilidade tendo a linguagem como o
mais importante contedo e o mais importante instrumento
de socializao.
Entretanto, importante destacar que na adolescncia a
socializao secundria assume um importante papel na vida
do indivduo, uma vez que os valores incontestveis recebidos
ao longo da socializao primria sero agora testados frente
aos valores fornecidos pelo grupo de amigos e demais grupos
em que o indivduo passa a integrar.
1.1: Aspectos Psicossociais da
Infncia e da AdolescnciaA cultura ocidental contempornea tem grande interesse
na infncia e na adolescncia, por esse motivo o processo
do desenvolvimento e do crescimento humano tem sido am-
plamente estudado, discutido e teorizado em seus aspectos
biolgicos, psicolgicos e sociais.
Estes aspectos esto interligados de forma complexa e
pode-se dizer que muitos fenmenos psicolgicos e sociais
decorrem das mudanas anatmicas e fisiolgicas ao longo da
infncia e, em especial, durante a adolescncia. Alm disso,
grande parte dos tericos parece concordar que os aconteci-
mentos e vivncias do incio da infncia afetam o ajustamento
psicolgico e social futuro.
Tanto na infncia quanto na adolescncia, existem dife-
rentes faixas etrias que apontam comportamentos psicos-
sociais comuns que evoluem e se transformam. Durante a
infncia h o predomnio da socializao primria marcada
pela forte presena e interferncia dos pais. As experincias
sociais e psicolgicas evidenciam gradativos avanos em dire-
o autonomia e superao da dependncia dos adultos.
Durante a adolescncia, o grupo de amigos tende a ga-
nhar importante papel, o que faz com que a socializao se-
cundria aumente seu poder de influncia sobre os adoles-
centes. Na adolescncia o processo pela busca da identidade
e da conquista da autonomia se consolida, partindo das ex-
perincias trazidas do ncleo familiar e da contraposio das
experincias vividas fora da famlia, onde comea a demar-
cao do seu papel no mundo em direo transio para a
vida adulta.
Certamente, todo esse dinamismo psicossocial da infncia
e da adolescncia marcado por angstia e dificuldades en-
tre pais e filhos. De uma maneira geral, as dificuldades esto
presentes em ambas as etapas, sendo marcadas por intensi-
dade e foco especfico; mas uma coisa certa, se as coisas
no forem bem durante a infncia, possivelmente no sero
melhores durante a adolescncia. Muitos pais tm dificulda-
des em estabelecer limites, direcionar afeto e conduzir uma
relao baseada no respeito e na confiana.
A relao com os filhos construda diariamente desde
a mais tenra idade. A forma de relacionamento que se esta-
belece desde os primeiros anos de vida, provavelmente, ter
reflexos no futuro. As crianas testam seus pais a todo o mo-
mento e so capazes de perceber suas fraquezas e vulnerabi-
lidades, tirando proveito dessa condio.
Na adolescncia h uma tendncia repetio do pro-
cesso imitativo, nesta fase porm, a inspirao procurada
fora da famlia. Um auto-conceito, ou auto-estima, favorvel
essencial para a felicidade pessoal e para o funcionamento
efetivo tanto da criana, como do adolescente e do adulto.
Em todas as fases o comportamento resultado da inte-
rao entre indivduo e meio, das suas exigncias internas e
seu encontro com a sociedade. Porm na infncia e na adoles-
cncia o significado desse processo psicolgico e social reside
no fato de ser o momento em que o indivduo sedimentar
conceitos e experincias que sero decisivos para seu ajusta-
mento e conduta na vida adulta.
2. Aprendizagem Quando se pretende caracterizar o fenmeno aprendiza-
gem se percebe que inmeras condies o influenciam. Estas
condies podem ser biolgicas (maturao), a motivao,
psicossociais e as pedaggicas.
Pode-se se dizer que a maturidade ocorre quando o orga-
nismo est pronto para a execuo de determinada atividade.
comum se associar a maturidade chegada da vida adulta,
o que constitui um erro. A maturidade se d em qualquer fase
da vida e pode se identificada como maturidade fsica, men-
tal, social e emocional.
A maturidade est relacionada evoluo dos atributos do
intelecto, psquico e social, assim como no desenvolvimento
motor definido como as mudanas progressivas resultante
do crescimento e do desenvolvimento biolgico e comporta-
mental. A maturidade varia de forma considervel entre in-
divduos dentro de um sistema biolgico especfico. O nvel
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es, ao aprendizado de uma tarefa motora. Durante alguns
dias os grupos tendem a continuar apresentando o mesmo
resultado. Porm, num determinado dia, o grupo A no pode-
r descansar durante noite, ou seja, os componentes deste
grupo estaro sujeitos a um estado de fadiga, enquanto os
componentes do grupo B podero descansar noite, ou seja,
no estaro sujeitos a uma condio de fadiga.
No dia seguinte, ao se solicitar que os grupos realizem a
tarefa motora a que esto acostumados, pode-se perceber
que, provavelmente, os componentes do grupo A, cujo de-
sempenho nos dias anteriores era igual aos componentes do
grupo B, apresentaro um resultado alterado. Se isto aconte-
cer pode-se referir a um desempenho inferior devido s con-
dies (variveis) a que foram submetidos, ou seja: o estado
de fadiga.
O exemplo descrito neste experimento leva compre-
enso de que aprendizagem e desempenho so fenmenos
diferentes, pois os componentes do grupo A executaram sa-
tisfatoriamente a tarefa motora durante vrios dias. Isto leva
a inferir que houve aprendizagem. Entretanto, o desempenho
ficou comprometido devido varivel imposta ao grupo.
Aps essas consideraes iniciais sobre aprendizagem,
podem-se estabelecer, ainda, algumas caractersticas e com-
preender que a aprendizagem um processo dinmico, con-
tnuo, global, pessoal, gradativo e cumulativo. Como segue:
Processo dinmico: a aprendizagem no um
processo de absoro passiva, pois a caracterstica mais
importante a atividade daquele que aprende. evidente
que no se trata apenas da atividade externa fsica, mas,
tambm, de atividade interna, mental e emocional, porque a
aprendizagem um processo que envolve a participao to-
tal do indivduo. Esta participao pode envolver os aspectos
fsicos, intelectuais, emocionais e sociais individualmente ou
em conjunto.
Processo contnuo: A aprendizagem acontece des-
de a infncia, na juventude, na idade adulta e da senescncia.
Processo global ou compsito: A maioria dos
comportamentos humanos global. Podem incluir aspec-
tos motores, emocionais e ideativos ou mentais. Portanto,
a aprendizagem envolve mudana de comportamento e exi-
ge a participao global do indivduo, para que os aspectos
constitutivos da personalidade entrem em atividade no ato
de aprender, a fim de que seja restabelecido o equilbrio vital,
provavelmente rompido pelo aparecimento de uma situao
problemtica.
Processo pessoal: Ningum pode aprender por
outra pessoa. A aprendizagem intransfervel, de um indi-
vduo para outro. A maneira de aprender e o prprio ritmo
de maturidade no acontece necessariamente em paralelo
idade cronolgica e amplamente determinado pela herana
biolgica. Em geral, existe uma correlao positiva entre nvel
de maturidade e rendimento fsico e intelectual, especialmen-
te no menino durante a adolescncia.
A relao entre maturidade e rendimento fsico com-
posta por uma unio entre a idade cronolgica e as altera-
es no tamanho, propores e composio corporal. Existem
tambm efeitos que combinam presses sociais e psicolgicas
que acompanham durante perodo da adolescncia.
Algumas pessoas podem utilizar os termos aprendizagem
e conhecimento como sinnimos, o que constitui um erro,
porque por meio do processo de aprendizagem se adquire
conhecimento. Ou seja, aprendizagem o processo, o conhe-
cimento o produto.
comum as pessoas atriburem aprendizagem uma
conotao moral, apenas aos comportamentos socialmente
ajustados ou moralmente sancionados pela sociedade. Entre-
tanto, deve-se considerar que no processo de aprendizagem
podem ser adquiridos tanto bons quanto maus comportamen-
tos, adequados e inadequados.
Aprendizagem a mudana de comportamento resultante
de prtica ou experincia anterior. Quando uma pessoa inicia
o aprendizado da natao, por exemplo, pode no conseguir
flutuar, seus movimentos de ps e mos podem ser desco-
ordenados e a respirao pode estar irregular. Todavia, aps
algumas semanas de prtica ou treinamento, esse quadro se
modifica, a pessoa aprende a flutuar, seus movimentos ficam
coordenados e a respirao acontece de forma a facilitar o
ato.
A analogia acima compara a situao inicial e a final, e
mostra claramente uma notvel mudana de comportamento,
ocorrida durante o tempo, resultante de prtica ou experin-
cia anterior. Pode-se dizer ento que o indivduo aprendeu a
nadar. Inmeros outros exemplos poderiam ser citados, para
elucidar esse processo, como aprender a andar de bicicleta,
aprender a ler e escrever.
2.1: Aprendizagem e DesempenhoA definio de aprendizagem e o exemplo mencionado
anteriormente costumam ser confundidos com desempenho.
A aprendizagem um evento interno, no-observvel. J o
desempenho diz respeito a um comportamento observvel.
Por isso, embora a aprendizagem possa ser deduzida pela
observao do desempenho, no sinnimo de garantia de
aprendizagem.
Suponha que dois grupos de sujeitos grupo A e grupo
B sero submetidos repetidamente, em igualdade de condi-
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como se nada que foi visto anteriormente tivesse relao com
o novo contedo.
Na verdade, isso contraria o que deveria de fato ocor-
rer na atividade pedaggica, na qual as experincias ante-
riores deveriam favorecer a aprendizagem do momento, as-
sim como a aprendizagem do momento deveria favorecer s
aprendizagens futuras.
2.3: Aprendizagem e MotivaoOutro aspecto relevante e indissocivel do processo de
aprendizagem a motivao, que se refere ao reconhecimen-
to pelo indivduo de que aprender algo representa satisfao
de necessidades atuais ou futuras. A motivao tambm pode
ser vista como um processo psicolgico em construo.
A motivao humana deve ser compreendida na relao
entre os aspectos cognitivos e afetivos da personalidade,
ambos largamente dependentes do meio social. A motivao
est ligada autoconscincia do indivduo seus ideais, pro-
jetos, viso de mundo e tambm aos aspectos inconscien-
tes de sua personalidade.
Pode-se dizer que uma pessoa motivada para aprender
constri o conhecimento mais prontamente do que uma sem
motivao. Na base da motivao encontram-se tantas ra-
zes de ordem geral como aquelas de natureza especfica:
vontade de aprender, necessidade de realizar-se, desejo de
receber determinada recompensa ou de evitar certa punio.
Naturalmente, a aprendizagem controlada por recompen-
sas obter satisfao pessoal ou elogios da professora, por
exemplo prefervel quela realizada apenas para no re-
ceber castigos dos pais, para no repetir o ano, ou para evitar
crticas da professora.
De igual modo, se aprende melhor quando se espera al-
canar sucesso do que quando se tem expectativa de fracas-
so. Neste caso, a criana tende a no investir energia sufi-
ciente para poder realizar adequadamente a tarefa.
O prazer deve vir da prpria aprendizagem, do sentimento
de competncia pessoal, da segurana em ser hbil para re-
solver problemas. Convm ressaltar que o trabalho intelectu-
al feito sobre materiais ou contedos significativos sempre
mais produtivo do que aquele que envolve contedos ou ma-
teriais sem nenhuma significao para quem aprende.
Motivao denota a predisposio por parte do indivduo
para certo comportamento desejvel naquele momento. Mo-
tivao pressupe o encontro com os motivos pessoais. Os
motivos levam o indivduo a uma atividade na tentativa de
satisfazer suas necessidades. Qualquer necessidade gera ten-
so, desequilbrio. A tenso impulsiona o comportamento na
direo de um objetivo que permita o restabelecimento do
de aprendizagem variam de indivduo para indivduo, face ao
carter pessoal da aprendizagem. Ao ouvir esta afirmativa,
se pode questionar o fato de se poder ensinar algo a algum.
O processo de ensino consiste no empenho de se transmitir
algum conceito, conhecimento ou idia. O processo de apren-
dizagem pode ocorrer ou no, depende do aprendiz.
Processo gradativo: A aprendizagem um proces-
so que acontece por meio de operaes crescentemente com-
plexas, porque, a cada nova situao, maiores nmeros de
elementos podem estar envolvidos. Cada nova aprendizagem
acresce novos elementos experincia anterior, sem idas e
vindas, mas numa srie gradativa e ascendente.
Processo cumulativo: Com um sentido de pro-
gressiva adaptao e ajustamento social, ao se analisar o ato
de aprender, verifica-se que, alm da maturao, a aprendi-
zagem resulta de atividade anterior, ou seja, da experincia
individual. Ningum aprende seno por si e em si mesmo,
por auto-modificao. Desta maneira, a aprendizagem cons-
titui um processo cumulativo, em que a experincia atual se
aproveita das experincias anteriores. Estas modificaes de
comportamento, resultantes da experincia, podem levar a
frustraes e a perturbaes emocionais, quando no se d a
integrao do comportamento, isto , a aprendizagem.
Quando a aprendizagem se realiza, surge um novo com-
portamento, capaz de solucionar a situao problemtica en-
contrada, o que leva o aprendiz adaptao, ou integrao
de sua personalidade, ou ao ajustamento social, ou a todos
estes fatores em conjunto. A acumulao das experincias
leva organizao de novos padres de comportamento, que
so adquiridos e incorporados pelo sujeito. possvel afirmar
que quem aprende modifica o seu comportamento.
2.2: Transferncia de
AprendizagemAo se defrontar com uma nova situao que apresenta
certa dificuldade, as pessoas, depois de alguma reflexo,
percebe que uma soluo utilizada anteriormente, num outro
contexto, pode ser tambm a alternativa para a resoluo do
problema do momento ou ser adequada a ela. Isto transfe-
rncia de aprendizagem.
Muitas transferncias ocorrem naturalmente, ao se trans-
por e aplicar numa dada situao, conhecimentos, habilida-
des, mtodos, ideais, valores, hbitos e atitudes adquiridos
em outros setores, ou situaes de vida.
No universo escolar, o professor deve apontar ao estudan-
te as inmeras oportunidades em que se pode utilizar esse
procedimento, de modo a beneficiar a aprendizagem. Muitas
vezes os alunos iniciam um novo contedo partindo do zero,
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Bases Biopsicossociais da Aprendizagem
Necessidade de Amor e Partici-
pao: expressa o desejo de todas as
pessoas de se relacionarem efetiva-
mente com os outros, de pertencerem
a um grupo.
Necessidade de Segurana: mani-
festa-se pelo comportamento de evitar
o perigo.
Necessidades Fisiolgicas: oxignio,
lquido, alimento e descanso;
Na teoria de Maslow, a hierarquia das necessidades fun-
damental. As necessidades que esto no topo da pirmide s
surgem e podem ser satisfeitas na medida em que se satisfa-
zem as que esto na base da pirmide.
3. Teorias da AprendizagemAprendizagem a mudana de comportamento que ocor-
re pela prtica, experincia ou treino. Tanto os comportamen-
tos aprendidos como os no aprendidos tm como objetivo
a adaptao. Os reflexos e os instintos so comportamentos
no aprendidos, so inatos.
Existem por outro lado, diversas formas de aprendizagem,
desde as mais simples at as mais complexas. O imprinting,
ou estampagem, a forma mais primitiva de aprendizagem
que possui muito de comportamento instintivo. Lorenz ob-
servou este comportamento em filhotes de patos: Os filhotes
formam um vnculo com uma figura de me. Normalmente,
esta figura a sua me real, mas eles podem formar vnculo
com objetos mais variados, desde que se movam, e trat-los
da em diante como me. Ao contrrio de outras formas de
aprendizagem, a estampagem irreversvel e restrita a um
breve perodo sensvel, que ocorre logo depois da sada do
ovo e que a escolha de uma me tambm afeta a escolha da
companheira sexual quando a ave fica adulta.
O estudo da aprendizagem perpassa pela compreenso
de teorias que ajudam a compreender seu mecanismo. As
principais teorias psicolgicas do sculo XX, como a teoria
behaviorista, por exemplo, fornecem grandes subsdios para
se compreender a o comportamento humano.
Para os behavioristas as experincias passadas represen-
tam um fator fundamental na forma com a qual os indivduos
se comportam no presente. As teorias do condicionamento
clssico e operante so fundamentais para a compreenso do
processo ensino/aprendizagem, assim como a aprendizagem
por insight, por ensaio e erro, e social.
equilbrio. Os motivos mantm o organismo ativo at que a
necessidade seja satisfeita e a tenso desaparea.
Motivo, necessidade, impulso e instinto so constructos,
processos internos hipotticos que parecem explicar o com-
portamento, mas no podem ser diretamente observados ou
medidos. Referem-se a um estado de tenso, uma impulso
interna, que inicia, dirige e mantm o comportamento voltado
para um objetivo.
Este objetivo , muitas vezes, chamado incentivo. Os mo-
tivos dirigem o comportamento do indivduo para o objetivo
mais adequado para satisfazer a necessidade. No basta que
o organismo esteja ativo, preciso que sua funo se dirija
para um objetivo adequado.
Os motivos selecionam e acentuam a resposta correta.
As necessidades humanas so numerosas, especialmente as
psicolgicas, e muitas delas continuam insatisfeitas. A ques-
to da motivao tem sido bastante estudada pelas diversas
linhas tericas existentes em Psicologia:
Teoria do Condicionamento: a motivao atravs
do reforo ou recompensa.
Teoria Cognitiva: Considera que, como ser racio-
nal, o homem decide conscientemente o que quer ou no
quer fazer.
Teoria Humanstica: Abraham Maslow, um dos te-
ricos humanistas, aceitou a ideia de que o comportamento
humano pode ser motivado pela satisfao de necessidades
biolgicas e ento esquematizou uma hierarquia conjuntos de
motivos/necessidades, conhecida como a Pirmide das Ne-
cessidades, conforme a seguir:
Necessidades Estticas: esto
presentes em alguns indivduos e se
manifestam atravs da busca con-
stante da beleza.
Necessidade de Conhecimento e
Compreenso: abrange a curiosidade,
a explorao e o desejo de conhecer
novas coisas, de adquirir mais conheci-
mentos.
Necessidade de Realizao: ex-
pressa a tendncia de transformar em
realidade o que se em potencial, a
realizar planos e sonhos, a alcanar
objetivos.
Necessidade de Estima: leva
procura de valorizao e o reconheci-
mento por parte dos outros.
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Bases Biopsicossociais da Aprendizagem
tmulo (alimento) foi o reforador para a emisso da respos-
ta condicionada (pressionar a barra). O alimento funcionou
como um reforador positivo para o fortalecimento da respos-
ta esperada: pisar na alavanca. Portanto, o reforo positivo
o estmulo cuja apresentao fortalece o comportamento.
Posteriormente, nesta mesma gaiola, foi adicionado ao
piso um choque eltrico. O rato executou movimentos na ten-
tativa de escapar do choque, o que o levou, novamente, a
esbarrar na alavanca e pressionar a barra incidentalmente. O
problema inicial (retirada do choque eltrico no piso) fez com
que o rato repetisse a resposta (pressionar a barra), uma vez
que esse procedimento afastava o estmulo do choque. Nes-
te caso, o choque funcionou como um reforo negativo para
fortalecimento da resposta esperada, pisar na alavanca. Por-
tanto, reforo negativo o estmulo, cujo afastamento fortalece
o comportamento.
Este processo pode ser resumido da seguinte forma:
operante porque implica na realizao de uma ao, que
levaria resposta esperada para obteno de um refor-
o.
Em outras palavras, enquanto no condicionamento cls-
sico, o estmulo incondicionado (alimento) e o estmulo con-
dicionado (campainha) antecedem a resposta (salivao), no
condicionamento operante, a resposta (pressionar a barra)
antecede ao aparecimento do estmulo (alimento) ou ao de-
saparecimento do estmulo (choque eltrico) que vai assumir
o papel de reforo para a emisso da resposta condicionada
de pressionar a barra.
Quanto ao conceito de reforo, em linguagem comum,
corresponde a recompensa. Para Skinner, qualquer estmulo,
cuja apresentao ou afastamento aumenta a probabilidade
de uma resposta, um reforo. preciso no confundir re-
foro negativo com punio. No caso do reforo negativo, um
comportamento se instala para evitar um estmulo desagra-
dvel. No caso da punio, um determinado comportamento
eliminado por meio de um estmulo aversivo.
3.1.3: ThorndikeThorndike tambm era um behaviorista que apoiava o
conceito de condicionamento como processo de aprendiza-
gem. Seu experimento consistia em um gato em uma caixa
com ferrolho e o alimento do lado de fora, que o gato podia
perceber por um visor. Por ensaio e erro, acidentalmente, o
animal abriu o trinco e alcanou o alimento. Na medida em
que a exposio se repete, cada vez mais o gato abandona os
movimentos desordenados, exploratrios e impulsivos. Sua
atividade se tornava cada vez mais restrita at que, finalmen-
te, ao ser colocado de novo na caixa, o gato dirigia-se imedia-
3.1: Aprendizagem e o
Condicionamento Clssico e
OperanteA Teoria Behaviorista, tambm conhecida como Teoria
Comportamental usa o modelo do condicionamento, que
um tipo de aprendizagem que acontece ao longo da vida nas
mais diversas circunstncias e pode ser dividido em condicio-
namento clssico ou respondente e condicionamento operan-
te.
3.1.1: Ivan Petrovitc PavlovO Condicionamento clssico de autoria de Ivan Petrovitc
Pavlov, chamado condicionamento clssico para distinguir-se
do condicionamento operante. o condicionamento de na-
tureza fisiolgica e estabelece uma relao entre estmulo e
resposta, como segue.
Primeiro Pavlov observou as reaes inatas ou reflexos,
que podem ser definidas como reaes imediatas, fixas e
no-aprendidas de um msculo ou glndula, em face de um
estmulo sensorial. O organismo que dotado de uma srie
de respostas, tendncias ou reaes, na presena de estmu-
los apropriados, naturais incondicionados, entra em ao e
produz uma resposta.
Baseado nesta premissa, Pavlov realizou o seguinte ex-
perimento: Ele colocou um cachorro em uma caixa dotada de
uma lmpada e um alarme sonoro. O experimento consistia
em apresentar ao cachorro um pedao de carne ao mesmo
tempo em que soava a campainha e se acendia a luz. Ao ver
o bife o cachorro salivava. Vale frisar que sempre que havia a
apresentao do bife para o cachorro se fazia soar o alarme e
o acender da luz. Aps vrias apresentaes, Pavlov fez soar
a campainha e acender a luz, mas no apresentou o bife para
o cachorro, que mesmo assim, salivou.
3.1.2: Skinner O Condicionamento Operante se refere ao condicionamen-
to proposto por B. F. Skinner. Ele chegou a esta teoria base-
ado no seguinte experimento: colocou um rato numa gaiola
dotada de uma alavanca que ligava o seu interior a um re-
servatrio de alimento ou gua, localizado na parte externa.
Aps o rato ter sido adaptado gaiola, Skinner o privou
de alimento. O rato percorreu toda a gaiola insistentemente
procura de alimento. Durante esta busca, em um dado mo-
mento, o rato esbarrou na alavanca incidentalmente, que, ao
ser pressionada liberou alimento na gaiola.
O rato passou a repetir a ao de pressionar a barra. Este
procedimento se tornou a resposta condicionada para o seu
problema inicial (ausncia de alimento) e desta forma o es-
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o indivduo, que obrigado a produzir diferentes respostas
at resolver o problema. No deve ser identificada com mera
atividade ao acaso, na qual as respostas corretas so feitas
ao acaso. Deve ser reconhecida como uma aprendizagem di-
rigida para algum objetivo, na qual cada passo do processo
planejado.
3.4: Aprendizagem e o Modelo
SocialNem toda a aprendizagem proveniente do condiciona-
mento, ensaio e erro ou insight: a aprendizagem tambm
pode acontecer por imitao, pela observao direta da con-
duta de outras pessoas, ou seja, aprender segundo um mo-
delo. Os pais, normalmente, so modelos significativos para a
criana. Mas a escolha do modelo pode estar ligada a muitos
fatores como: ao poder reforador que este exera, ao status
por ele ocupado, sua atratividade, sua importncia no imagi-
nrio de quem est imitando, dentre outros fatores. Muitos
estudos tm indicado que condutas agressivas tambm po-
dem ser aprendidas por modelos, assim como as preferncias
estticas, os juzos morais e outros comportamentos.
A imitao percebida por quem imita como uma maneira
de se obter ateno, segurana, aceitao e prestgio, mes-
mo quando o contedo do que imitado no adequado. De
modo geral, nas situaes do cotidiano as tendncias imitati-
vas so recompensadas e a no imitao castigadas.
Os tipos de aprendizagens vistos at aqui fazem parte de
um tipo de aprendizagem mais complexo, conhecido por ra-
ciocnio. O raciocnio um processo anlogo ao ensaio e erro,
mas de natureza mental, isto , as pessoas ensaiam e erram
mentalmente, para s depois tentar resolver efetivamente os
problemas.
O processo de raciocinar inicia-se a partir de uma motiva-
o, da necessidade de resoluo de um problema. Segue-se
uma anlise para determinar em que consiste exatamente a
dificuldade e formulam-se hipteses para a soluo. Por fim,
as hipteses so estudadas, verificam-se quais as implicaes
de cada uma delas, seleciona-se a mais adequada, e ento
h a verificao da hiptese, ou seja, a aplicao do procedi-
mento escolhido.
4. Modelos tericos na Psicologia
da AprendizagemO desenvolvimento intelectual ou cognitivo acontece como
um processo individual interativo de vrios fatores internos
como biolgicos e hereditrios e externos. Esta ideia de
interao deu origem concepo interacionista do desenvol-
tamente para a porta, abria o trinco e saa. O gato aprendeu
por ensaio e erro.
Thorndike estabeleceu a Lei do efeito: quando um ato
causa satisfao ou seguido de recompensa, tende a ser re-
petido. Ele sugere que a punio tem efeito inverso, ou seja,
quando um ato seguido de um estmulo aversivo (punio),
este ato tende a ser evitado. Ainda, relata que a prontido
importante, e que s possvel reforar comportamentos
possveis de serem realizados. Foi o primeiro terico a ressal-
tar o papel da moderao.
muito conveniente ressaltar o conselho de Thorndike
de nunca orientar um exerccio pessoas ou animais que no
estejam aptas a faz-lo.
A Teoria do Condicionamento recebe frequentes crticas,
entretanto, no se pode negar que o condicionamento um
componente marcante no cotidiano, pois constitui um dos ti-
pos de aprendizagem.
3.2: Aprendizagem e o InsightO fenmeno do insight integra os estudos da Teoria da
Gestalt. Traduzida do alemo de modo aproximado, a palavra
Gestalt significa padro ou configurao. A teoria gestltica
do comportamento baseia-se em percepo, experincia e
uma orientao definida para meta. Os psiclogos da Gestalt
acreditam que uma pessoa percebe uma situao inteira, ao
invs de seus elementos individuais. Assim, o todo mais do
que meramente a soma dos elementos, porque as pessoas
tendem a organizar os elementos de uma situao e depois
acrescentam os elementos da experincia passada, dessa for-
ma torna a experincia maior do que a soma das percepes
individuais.
O insight um tipo de aprendizagem que ocorre quando o
sujeito, diante de uma situao problemtica, apresenta um
discernimento sbito. uma aprendizagem inteligente, inter-
pretativa e integrativa. Ocorre quando o indivduo consegue
perceber as relaes existentes em uma situao problem-
tica, formar uma estrutura, integrar os elementos e, subi-
tamente, compreende a situao. O termo insight pode ser
resumido como uma compreenso imediata. Para que se d
o insight, h uma necessidade de uma srie de experincias
prvias, a soluo aparece repentinamente quando tudo pas-
sa a ter sentido.
3.3: Aprendizagem e o Ensaio e
ErroOutro tipo de aprendizagem ocorre por ensaio e erro. Este
processo conhecido como a seleo de respostas bem su-
cedidas e surge quando a situao problemtica difcil para
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modificao para atender s novas exigncias do ambiente
psicobiossocial. Acomoda-se ou aprende-se quando ocorre
mudana nos esquemas mentais a partir de objetos ou infor-
maes desconhecidos.
Em suas observaes com crianas, Piaget verificou que
a natureza e a caracterizao da inteligncia mudam signifi-
cativamente com o passar do tempo e enunciou a sua teoria
Epistemologia Gentica com os seguintes estgios, conside-
rando que as idades mencionadas no so rgidas, e que pode
haver grande variao individual:
1 estgio sensrio-motor 0 a 2 anos: A
criana percebe o ambiente (natureza sensorial) e age sobre
ele (natureza motora). Da ser muito importante a estimula-
o ambiental essencial que o beb manipule uma grande
variedade de objetos, que tenha liberdade para se movimen-
tar, que receba estimulao visual, auditiva, tctil etc. Em
princpio o beb utiliza seus reflexos (comportamentos ina-
tos), depois coordena reflexos com respostas j aprendidas,
aperfeioando os primeiros, e inicia o processo de adaptao
(assimilao e acomodao). Movimenta mos e pernas. Al-
cana objetos, os pega e os chupa. Deixa cair objetos para
observar a queda. A criana no dispe ainda da capacidade
de representar eventos, de evocar o passado e de se referir
ao futuro. Est presa ao aqui e agora, ou seja, no construiu
ainda a noo de tempo e espao. Para aprender utiliza os
recursos dos esquemas sensorial e motor.
2 estgio pr-operacional 2 a 6 anos: Per-
odo marcado pelo aparecimento da linguagem oral. A criana
comea a desenvolver a capacidade simblica, a usar smbo-
los mentais, imagens ou palavras que representam os objetos
que no esto presentes o pensamento independente da
percepo. H exuberante exploso lingustica. Aos 2 anos, o
vocabulrio da criana possui cerca de 270 palavras, aos 3 j
fala aproximadamente 1.000 e compreende outras 2.000 ou
3.000 palavras. Nesta poca o pensamento infantil tem vrias
caractersticas como:
Egocentrismo: incapacidade de se
colocar no ponto de vista do outro.
Centralizao: consegue perceber ap-
enas um dos aspectos de um objeto ou
acontecimento
Animismo: Empresta alma s coi-
sas e lhes atribuindo sentimentos e
intenes prprios dos seres humanos.
Realismo nominal: Pensa que o
nome faz parte do objeto.
vimento que se apia na idia de interao entre organismo
e meio e v a aquisio de conhecimento como um processo
construdo pelo indivduo durante toda a vida, que no est
pronto ao nascer, nem adquirido passivamente graas s
presses do meio. Ainda, experincias anteriores servem de
base para novas construes que dependem, nesse sentido,
da relao que o indivduo estabelece com o meio. Piaget e
Vygotsky representam duas correntes do interacionismo.
4.1 A Teoria Cognitiva de Piaget
A Epistemologia GenticaJean Piaget (1896 1980) nasceu na Sua e, embora te-
nha se formado em cincias naturais, tornou-se uma autori-
dade em Psicologia, pelo reconhecimento da importncia de
sua teoria para a compreenso do desenvolvimento cognitivo.
Ao deixar a Sua, Piaget foi trabalhar no laboratrio de
Binet que, por volta de 1905, dedicava-se a elaborar um teste
para medir a inteligncia das crianas que freqentavam as
escolas francesas, o teste de inteligncia Binet-Simon (Teste
de Quoeficiente de Inteligncia QI). Ao analisar as respos-
tas das crianas no teste, Piaget comeou a se interessar pe-
las respostas erradas, salientando que as crianas erravam
porque as respostas eram analisadas a partir do ponto de
vista do adulto.
A criana possui uma lgica de funcionamento mental que
a difere qualitativamente dos adultos. Seu desenvolvimen-
to um processo de equilibraes sucessivas num processo
contnuo, caracterizado por diferentes fases. Cada etapa
um momento de desenvolvimento ao longo do qual a criana
constri suas estruturas cognitivas.
As respostas infantis seguiam uma lgica prpria. Esse
foi o ponto de partida para que Piaget desenvolvesse sua te-
oria, que sugere que o indivduo, ao longo do seu desenvol-
vimento, realiza um processo contnuo de trocas entre o seu
organismo vivo e o meio. A aprendizagem e o desenvolvimen-
to interagem constantemente. Enquanto aprende, a criana
desenvolve novas habilidades e aumenta suas possibilidades
cognitivas, do mesmo modo se desenvolvem estruturas que
do oportunidades a novas aprendizagens.
Para Piaget, a aprendizagem tem por finalidade adapta-
o. Ao realizar trocas com o meio, o indivduo est em cons-
tante adaptao com a finalidade de alcanar equilbrio. A
adaptao o equilbrio entre a acomodao e a assimilao,
que por sua vez levam ao ajustamento ao meio. Como essa
uma dinmica contnua, o desenvolvimento cognitivo ocorre
por meio de constantes desequilbrios e equilbrios.
A assimilao a incorporao dos objetos ou dos acon-
tecimentos aos esquemas existentes e a acomodao a
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Segundo Vygotsky, o pensamento se forma a partir da
histria social do indivduo e atravs da linguagem. A for-
ma como fala utilizada na interao social com adultos e
colegas mais velhos. O pensamento infantil amplamente
guiado pela fala e pelo comportamento dos mais experientes.
Gradativamente adquire capacidade de se auto-regular. Por
meio da linguagem, a criana internaliza o modo de vida de
sua cultura.
Em seu entender a criana j nasce num mundo social e,
desde o nascimento, forma uma viso desse mundo por meio
da interao com adultos ou crianas mais experientes. Ao
se variar o ambiente, tambm se varia o desenvolvimento. O
processo desenvolvido a apropriao ativa do conhecimen-
to disponvel na sociedade em que nasceu. preciso que a
criana aprenda e integre o conhecimento de sua cultura em
sua maneira de pensar
Para Vygotsky, o desenvolvimento mental o processo ou
apropriao da experincia acumulada pela humanidade no
decurso da histria social. As conquistas do desenvolvimento
social foram gradualmente acumuladas e transmitidas de ge-
rao em gerao. Desde o nascimento a criana cercada
por um mundo criado pelo homem, ou seja, alimentos, vestu-
rios, instrumentos e linguagem que reflete conceitos, idias
e, consequentemente, o desenvolvimento mental. A criana
se adapta ao mundo dos objetos humanos e aos fenmenos
que a circundam e se apropria deles. O processo de apropria-
o muito diferente do processo de adaptao.
Por adaptao entende-se uma mudana dos comporta-
mentos e capacidades em funo das exigncias do ambiente.
Por apropriao compreende-se e um processo que tem como
consequncia a reproduo, pelo indivduo, de qualidades,
capacidades e caractersticas humanas de comportamento.
A nfase no ambiente se reflete em toda a sua teoria, as
interaes com os mais experientes facilita a aprendizagem,
uma vez que surge uma Zona de Desenvolvimento Proximal
ou Potencial. Vygotsky usou esse termo para se referir dis-
tncia entre o nvel de desenvolvimento atual ou real, que
determinado pela capacidade de soluo de problemas sem
ajuda, e o nvel de desenvolvimento proximal, medido pela
capacidade de soluo de problemas sob a orientao ou em
colaborao com crianas mais experientes.
Em outras palavras, zona de desenvolvimento proximal
o espao dinmico de sensibilidades, na qual as pessoas pre-
sentes ou em memria esto afetadas umas pelas outras, na
qual o desenvolvimento cognitivo pode avanar. Assim, con-
figura-se uma importante redefinio epistemolgica quando
Vygotsky defende que a aprendizagem estimula o desenvolvi-
mento na medida em que o contedo aprendido incorpora-
Classificao: Aps o quinto ano a
criana consegue agrupar os objetos
com base no tamanho, cor ou forma.
Incluso de classe: tem dificuldade
de entender que uma coisa possa pert-
encer a duas classes ao mesmo tempo.
Ex.: ser carioca e brasileiro.
3 estgio operacional concreto 7-11 anos:
ressalta o carter coordenado das operaes, coordenao
que permite que as crianas nesta etapa realizem infern-
cias e dedues muito mais complexas do que crianas me-
nores. Enfocam um problema de forma muito mais completa,
com articulao de diferentes dimenses, considera aspectos
anteriores e virtuais que a ajuda a resolver problemas mais
complexos. Reconhece a estabilidade lgica do mundo fsico.
Tem a percepo de que os elementos podem mudar ou se-
rem transformados, e que esses elementos podem conservar
muitas de suas caractersticas originais, alm de compreen-
derem que tais mudanas podem ser revertidas.
4 estgio operacional formal 12 anos em
diante: No depende mais da realidade efetiva, as operaes
lgicas so realizadas entre idias, expressas numa lingua-
gem qualquer (palavras ou smbolos). O pensamento formal
hipottico e dedutivo, isto , capaz de deduzir as concluses
de puras hipteses e no somente atravs da observao real.
O adolescente raciocina cientificamente, formula hipteses e
as comprova em pensamento. Imagina possibilidades, analisa
logicamente, formula hipteses a respeito de resultados pos-
sveis.
4.2: A Teoria Histrico-Cultural de
VygotskyA concepo interacionista tambm foi adotada pelo russo
Lev Seminovitch Vygotsky (1896 1934). Assim como Piaget,
Vygotsky concebia a criana como um ser ativo, atento, que
constantemente interage com o seu ambiente. Para Vygotsky,
o processo de formao de pensamento despertado e acen-
tuado pela vida social por meio da constante comunicao
que se estabelece entre crianas e adultos, a qual permite a
experincia de muitas geraes.
Nos trabalhos de Vygotsky, encontram-se justificativas
para a aquisio da linguagem a partir de uma forte ligao
entre o ser e o ambiente social. A partir do ambiente em
que vive, o indivduo tem acesso a instrumentos fsicos como:
vassoura, mesa, faca e simblicos como: a cultura, valores,
crenas, costumes, tradies e conhecimentos desenvolvidos
pelas geraes precedentes.
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5.2: Noam Chomsky e o conflito
com a teoria behaviorista de
SkinnerSkinner, como mencionado anteriormente, tentava expli-
car a aprendizagem lingustica baseado na teoria de estmu-
los-respostas e leis de reforo com animas. Chomsky, com
base nos trabalhos de Descartes, Plato e Immanuel Kant,
argumentou que a interpretao do mundo baseia-se em sis-
temas representacionais que derivam da estrutura da prpria
mente e, segundo ele, no refletem de nenhuma maneira di-
reta a forma do mundo exterior.
Chomsky apregoava a linguagem como uma herana bio-
lgica do ser humano, que capaz de adquiri-la e desenvol-
v-la por meio suas competncias e habilidades inatas, ou
seja, o homem nasce com herana gentica para desenvol-
vimento da linguagem, e dotado de estruturas gramaticais
universais, por isso capaz de formular sentenas na lngua
me na dependncia da intuio e criatividade: o inatismo.
Segundo o inatismo um dos fatos notveis a possibili-
dade de, aos cinco ou seis anos, as crianas serem capazes
de produzir e entender um nmero indefinidamente grande
de elocues das quais no tinham tido prvio conhecimento.
Tambm criticou a teoria da imitao, pois as crianas,
que no conseguem imitar devido a prejuzo neurolgico ou
fsico, ainda conseguem entender a linguagem e a comunicar-
se.
Vrios pesquisadores sugerem que, nos dois ou trs pri-
meiros meses de vida, os nens emitem todos os sons que a
voz humana pode produzir. Porm, depois de alguns meses
de contato com os falantes de seu pas, as crianas abando-
nam os sons inteis para a sua lngua.
Do mesmo modo em que os bebs nascem biologicamente
dotados de todos os fonemas que o ser humano pode produ-
zir de forma universal, Chomsky elucida a possibilidade da
posse de uma gramtica universal.
5.3: Psicomotricidade e a
AprendizagemA aprendizagem ocorre em conseqncia de uma cont-
nua organizao e reorganizao da experincia que permite
a compreenso global da situao e a percepo dos seus
elementos mais significativos. No h comportamento poss-
vel sem o conhecimento do meio ambiente. A percepo se
impe ao organismo.
Segundo a psicomotricidade, isto acontece de acordo com
as leis do desenvolvimento psicomotor que uma conquista
que amplia a capacidade da criana de adaptar-se s neces-
do como um instrumento da atividade mental, reorganizado e
permite que essa reestruturao represente um impulso para
o desenvolvimento.
O convvio com crianas mais experientes funciona como
um mediador de aprendizagem e quanto mais aprendizagem,
mais desenvolvimento. Assim, Vygotsky via a inteligncia
como habilidade para aprender e desprezava as teorias que
concebem a inteligncia como resultante de aprendizagens
prvias, j realizadas. Para ele, as medidas tradicionais de
desenvolvimento, que utilizam testes psicolgicos padroniza-
dos, focalizam apenas aquilo que as crianas so capazes de
realizar sozinhas.
5: Outras teorias e componentes
da aprendizagem
5.1: Bandura e a Aprendizagem
SocialBandura era behaviorista. Segundo ele a aprendizagem
acontece por meio da imitao e pelos contatos com as pesso-
as. Durante as alteraes sociais, o indivduo pode modificar
o seu comportamento como resultado da observao direta
de como as outras pessoas reagem. Nem todas as aprendiza-
gens ocorrem como resultado do reforo direto.
O reforo Vicariante consiste na mudana do comporta-
mento dos observadores como uma funo do testemunho
das conseqncias quando acompanham o desempenho do
outro. A punio vicariante se d quando a observao das
conseqncias negativas reduz a tendncia dos indivduos a
se comportarem de forma igual ou semelhante.
As novas respostas podem ser aprendidas por meio da
observao dos outros. O comportamento aprendido gros-
seiramente antes de ser desempenhado. O estmulo modera-
dor transmite a informao que reproduzida e aperfeioada.
Esta observao de modelos ocorre, principalmente du-
rante o processo de aquisio de linguagem. Crianas que
vivem em lares com alto nvel cultural so mais adiantadas e
precoces no seu desenvolvimento verbal do que crianas de
lares com nvel scio-econmico-cultural baixo ou de insti-
tuies.
A relao de comportamentos aprendidos por imitao
infinita, inclusive as respostas indesejveis. Uma criana
pode aprender a tornar-se agressiva, mentirosa ou desonesta
tambm por imitao de modelos.
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5.4: Memria e Aprendizagem Aprendizagem a mudana de comportamento que
ocorre pela prtica, experincia ou treino. Tanto os comporta-
mentos aprendidos como os no aprendidos tm como objeti-
vo a adaptao. Os reflexos e os instintos so comportamen-
tos no aprendidos, inatos.
Existem diversas formas de aprendizagem, desde as mais
simples at as mais complexas. O imprinting, ou estampa-
gem a forma mais primitiva de aprendizagem e que possui
muito de comportamento instintivo. Filhotes patos so os me-
lhores modelos para exemplificar este tipo de aprendizagem:
estes filhotes formam um vnculo com uma figura de me.
Normalmente, esta figura a sua me real, mas eles podem
formar vnculo com objetos mais variados, desde que se mo-
vam, e trat-los da em diante como me. Ao contrrio de
outras formas de aprendizagem, a estampagem irreversvel
e restrita a um breve perodo sensvel, que ocorre logo depois
da sada do ovo e que a escolha de uma me tambm afeta
a escolha da companheira sexual quando a ave fica adulta.
Pavlov enunciou o condicionamento clssico quanto estu-
dava o reflexo salivar dos ces e o chamou de estmulo con-
dicionado, como j demonstrado anteriormente, que possui
uma estreita ligao com a memria.
Outra forma de condicionamento se d sem esta asso-
ciao de um estmulo incondicionado a outro condicionado.
Neste o animal mais ativo e apresenta explorao do ou
comportamento apetitivo, durante o qual desempenha ati-
vidades tais como farejar, andar, olhar etc. Se uma destas
atividades for seguida por reforo e a associao for repetida
diversas vezes, o animal aprende a desempenhar a atividade
regularmente na situao. Esse tipo de aprendizagem cha-
mado de ensaio e erro.
Memria consiste nos mecanismos pelos quais uma apren-
dizagem permanece disponvel durante certo perodo de tem-
po. O sujeito no passivo. Suas motivaes e reaes afe-
tivas modulam o funcionamento da memria. Outros fatores
que interferem na memria so a familiaridade que o material
tem para o sujeito, a organizao que o sujeito d ao material
ou nele consegue discernir e certas propriedades do material.
A memria pode ser classificada de acordo com o sentido
envolvido, a memria depende do grau de desenvolvimento
do crebro e comum ao homem e aos animais. O homem
tem a memria visual mais acurada que os ces, em contra-
partida, o co tem centros auditivo e olfativo mais desenvolvi-
dos que o homem, e, consequentemente, a memria auditiva
e olfativa.
H trs tipos de memrias:
sidades comuns. Para que haja uma boa integrao com o
meio numa comunicao mais ampla, trs aspectos precisam
ser cuidados:
1. Percepo: tem papel fundamental
para o desenvolvimento harmonioso da
criana. Existem diferenas marcantes.
Cada criana tem o seu prprio ritmo.
2. Esquema corporal. o conhecimento
do prprio corpo, questo pessoal de
elaborao da relao indivduo-meio.
3. Linguagem: A base de toda comu-
nicao social que requer evoluo
normal do sistema nervoso, funciona-
mento dos rgos sensoriais, motores
e de articulao, e mais maturao.
A partir da vigsima semana de gestao a me j pode
sentir os movimentos do filho, ou seja, o desenvolvimento
motor comea na vida intra-uterina. Neste perodo todos os
movimentos natos so reflexos. O beb j capaz de ouvir.
O primeiro ano de vida uma poca de maturao inten-
siva dos movimentos. As mos, os ps e depois todo o corpo,
passam a ser um brinquedo fascinante para a criana que
aprende e apreende seus prprios movimentos e se diverte
em experiment-los. Alm disso, a criana descobre uma s-
rie de rudos produzidos pelo seu prprio corpo.
Aos quatro meses de idade a criana aprende a segu-
rar brinquedos e perceb-los como um prolongamento do seu
corpo, o que permite diversificar os rudos do seu corpo.
No decorrer do primeiro ano, o auto-conhecimento con-
tinua. A criana brinca de esconder as coisas e de fazer com
que os mais variados objetos apaream, desapaream, rea-
paream, o que de acordo com Freud, seria uma forma de
ensaiar o controle emocional diante das inmeras situaes
de ausncia e presena da me e do pai. A criana comea a
aprender a lidar com seus sentimentos.
Durante o segundo e terceiro anos, a fantasia ganha maio-
res propores. O faz de conta que comanda as situaes,
dando-lhes vida. Desta forma, pela ao, a criana assimila
as coisas do mundo.
Durante a escolarizao o escrever combina motricidade
com percepo. Na adolescncia h o crescimento longitudi-
nal e a diferena sexual. Uma vez adulto, a pessoa sai em di-
reo ao mundo e aprende a viver em sociedade. Na velhice,
diminui a fora muscular em funo dos elementos conjunti-
vos armazenados nos msculos. o momento de aprender a
contemplar.
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Bases Biopsicossociais da Aprendizagem
linguagem para se apropriarem das experincias significati-
vas das geraes precedentes. A linguagem um fator de
interao social e aprendizagem, pois permite a comunicao
entre indivduos, a troca de informaes e de experincias.
Os seres humanos aprendem a ser humanos pela linguagem.
Quando, por volta dos dois anos de idade, uma criana
comea a falar as pessoas sua volta, normalmente, no
percebem que algo fantstico est acontecendo. Em geral, os
adultos ficam fascinados com os esforos que as crianas fa-
zem para nomear algo presente em seu ambiente, divertem-
se com as confuses e trocas que inevitavelmente ocorrem.
Normalmente se passa despercebido um fato fundamen-
tal que se refere, justamente, ao impacto que a aquisio da
linguagem tem sobre a vida da criana e daqueles que inte-
ragem com ela. Foi mostrado, anteriormente, como ocorre
o desenvolvimento do pensamento em Piaget e Vygotsky e
como so significativas as sucessivas conquistas das crianas,
assim como habilidades inatas descritas por Chomsky.
Conhecer as fases do desenvolvimento da linguagem re-
presenta uma excelente ferramenta utilizvel para se esta-
belecer recursos que auxiliem o processo de aprendizagem
das crianas, para tanto, segue um descritivo da Linguagem
expressiva:
1. Palavra frase - entre o dcimo primeiro e o dci-
mo segundo ms: as primeiras palavras pronunciadas tm
o sentido de uma frase, representam uma idia, uma ao.
Podem ter diferentes significados de acordo com a modulao
do som e os gestos que as acompanham.
2. LinguagemTelegrfica- dezoito meses: Apresen-
tam frases curtas com expresses egocntricas. Fala na ter-
ceira pessoa. As oraes geralmente so afirmativas.
3. Linguagem designativa ou Denominativa - dois
anos: a criana descobre que cada coisa tem o seu nome:
surge a conjuno [e], comea a usar o possessivo [meu].
Faz esforo para conjugar os verbos. Comeam as perguntas.
Conversa com objetos e brinquedos.
4. Linguagem oracional - trs anos: oraes com-
pletas, curtas e simples - surge o pronome [eu]. Surgem os
plurais. Participa do mundo exterior.
5. Linguagem Melomtica - quatro anos: a criana
descobre o futuro do indicativo [amanh].
6. Linguagem ergstica - sete anos: fase da aprendi-
zagem sistemtica.
7. Linguagem somtica - quatorze anos: comea a
se referir ao passado remoto. Faz planos, a linguagem do
adulto.
A linguagem e o pensamento esto intimamente ligados.
Por pensamento se entendem as atividades mentais variadas,
1. Memria de Trabalho: Dura de segundos a minu-
tos.
2. Memria de Curto Prazo: Pode durar vrios dias.
3. Memria de Longo Prazo: Dura, geralmente, a
vida inteira.
5.5: Pensamento, Linguagem e
Aprendizagem O pensamento da criana construdo paulatinamente
num ambiente que histrico e em essncia social. Por inter-
mdio da fala, a criana progressivamente se introduz no seio
da vida social e adquire uma variedade de outras ferramentas
culturais.
Linguagem => Pensamento => Vida Social => Cul-
tura
A fala funciona como ferramenta na construo do pen-
samento da criana, por meio da qual a criana organiza,
modifica e integra vrios aspectos de seu comportamento,
tais como percepo e memria. Tambm por meio da fala a
criana aprende o significado das atividades de sua cultura,
seja pela experincia vivida com os outros, seja com os obje-
tos que sintetizam as atividades de geraes anteriores.
Assim a aprendizagem pressupe uma natureza social
especfica e um processo interativo. A criana no aprende
por si prpria, mas, essencialmente com os outros, atravs
de sua relao com eles. De acordo com Vygotsky o coletivo
recuperado como espao de constituio e apropriao do
conhecimento.
A pessoa ativa desde que nasce e suas aes so pro-
gressivamente internalizadas, a partir de um processo inter-
pessoal que, posteriormente se torna interpessoal. Todas as
funes do desenvolvimento da criana aparecem duas ve-
zes. Primeiro, no nvel social e, depois, no nvel individual.
O papel daqueles que interagem com a criana o de for-
necer informaes, apresentar desafios, estimular a construir
hipteses e a avanar, isso difere totalmente de analisar e
realizar snteses para a criana.
As pessoas possuem capacidades cognitivas extraordin-
rias, mais obviamente a capacidade para pensamento e lin-
guagem. Conquanto os seres humanos no sejam somente
criaturas que pensam e se comunicam, inquestionavelmente
so os mais sofisticados e habilidosos pensadores e comu-
nicadores deste planeta. Neste sentido, a linguagem , sem
dvida, um fenmeno que diferencia os homens dos animais.
O homem adquire informaes por meio do contato direto
com o ambiente. No entanto, so capazes de fazer uso da
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de alfabetizao globais, embora possam facilitar criana que
no apresentam qualquer tipo dificuldade, podem ser com-
plexa para crianas com distrbios perceptuais.
O registro sobre uma superfcie provocado por um objeto
que trace caracteriza o grafismo, que para a criana, o re-
sultado de uma tendncia natural, expressiva, representati-
va, que revela seu mundo particular.
Crianas do mundo inteiro desenham com muito peque-
nas variaes, as mesmas coisas, da mesma forma e na mes-
ma idade. As casas, por exemplo, mostram as mesmas pare-
des, as mesmas portas e janelas, os mesmos tetos e so os
mesmos o complementos que as circundam: flores, rvores,
animais, sol. Isto ocorre porque na evoluo do desenho in-
fantil embora obedecendo a um ritmo pessoal existem
caractersticas comuns que possibilitam a sua diviso em es-
tgios. Como segue:
Estgio da Rabiscao: fase da garatuja 2/4
anos: no qual o desenho um prolongamento do gesto, sem
significao intencional.
Estgio de incio de figurao: fase pr-esque-
mtica - 4/7 anos: no qual surgem as primeiras formas reco-
nhecveis.
Estgiodefiguraoesquemtica: fase esque-
mtica 7/9 anos: corresponde a um realismo no qual a
criana desenha o que sabe.
Estgio de figurao realista: fase do realismo
lgico 9/12 anos; Fase do realismo visual 12 em diante: a
criana se esfora em representar o que v.
Esta sequncia corresponde, apenas de maneira sumria,
ao que se manifesta com todo exemplo concreto, porque cada
criana se detm numa fase particular por perodos diferentes
de tempo. Pode ser tambm que seu desenvolvimento no
atravesse etapa alguma ou que vrias fases se combinem de
acordo com um modo particular, segundo a personalidade do
indivduo e a influncia exercida pelo meio.
Tambm no existe uma relao fixa entre a idade da
criana e a etapa a ser alcanada pela sua forma de repre-
sentao, pois assim como a idade mental no a mesma
para crianas com a mesma idade cronolgica, a etapa indi-
vidual de desenvolvimento grfico s pode ser revelada pelos
desenhos.
De qualquer forma, importante que o profissional co-
nhea essa evoluo a fim de realizar sua tarefa educativa
tendo em mente que a expresso da criana geralmente varia
com a idade, o meio, o estmulo e as oportunidades ofereci-
das; o grafismo lhe ser til como instrumento de avaliao
e o mtodo a adotar relativamente s atividades artsticas
tais como raciocinar, resolver problemas e formar conceitos.
As pessoas caracterizam seus pensamentos como uma fala
interior abrupta.
Pensar provavelmente depende de diversos tipos de ima-
gens, linguagem, memria, dentre outros. Entretanto, surge
uma importante questo: O que surge primeiro, o pensamen-
to ou a linguagem? Segundo Piaget, o pensamento aparece
antes da linguagem, que apenas uma das suas formas de
expresso. Por um lado, a formao do pensamento depende,
basicamente, da coordenao dos esquemas sensoriomoto-
res e no da linguagem. A linguagem s ocorre depois que a
criana alcana um determinado nvel de habilidades mentais
que se subordinam aos processos de pensamento.
A linguagem possibilita criana evocar um objeto ou
acontecimento ausente na comunicao de conceitos. Piaget,
todavia, estabeleceu uma clara separao entre as informa-
es que podem ser transmitidas por meio da linguagem e os
processos que no parecem sofrer qualquer influncia dela.
Este o caso das operaes cognitivas que no podem ser
trabalhadas por meio de treinamento especfico feito com o
auxlio da linguagem. Por exemplo, no se pode ensinar ape-
nas usando palavras, a classificar, a seriar, a pensar com re-
versibilidade.
J para Vygotsky, pensamento e linguagem so proces-
sos interdependentes desde o incio da vida. A aquisio da
linguagem pela criana modifica suas funes mentais supe-
riores: d uma forma definida ao pensamento, possibilita o
aparecimento da imaginao, o uso da memria e o plane-
jamento da ao. Neste sentido, a linguagem, diferente da-
quilo que Piaget postula, sistematiza a experincia direta das
crianas e, por isso, adquire uma funo central no desenvol-
vimento cognitivo, e reorganiza os processos que esto em
andamento.
5.6: Grafismo e AprendizagemA aquisio da linguagem define um salto qualitativo no
desenvolvimento do ser humano. A aprendizagem e a lingua-
gem constituem formas complexas de comportamento que
exigem a integridade de certas reas do crebro consideradas
fundamentais para a hierarquia da linguagem, principalmente
na passagem da aprendizagem da lngua falada aprendiza-
gem da lngua escrita.
A escrita a simbolizao da linguagem verbal. A leitura e
a escrita, dois processos distintos, costumam fazer-se simul-
taneamente, entretanto, a leitura precede a escrita.
A leitura e a escrita exigem que a interiorizao da lingua-
gem tenha concludo a sua evoluo que j ocorra o pensa-
mento lgico, com generalizaes de abstraes. Os mtodos
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ta a traduo concreta e direta da forma percebida. Aquela
forma circular que desenhou no representa exclusivamente
algo redondo, mas sim a sua linha envolvente, a densidade
do objeto e da a pluralidade de interpretaes posteriores.
Por essa razo sem sentido perguntar a uma criana
nesta fase, o que vai fazer ou mesmo o que fez: o desenho
tem valor para ela enquanto o est fazendo, e no como pro-
duto final. Tambm nesta fase, e como conseqncia natural
do desenvolvimento pelo qual est passando, a criana passa
a trabalhar mais o seu desenho, e demorar mais, perdendo
aquela caracterstica de produo intensa.
J a, no incio da figurao, parece que a criana desen-
volve o que poderamos chamar de um estilo e por isso pais
e professores podem, entre vrios, descobrir os desenhos de
tal ou qual criana, embora isso parea at magia a olhos
desavisados.
A repetio e a prtica enriquecem e diversificam os sm-
bolos que a criana usa. Dois smbolos constantes nos de-
senhos de todas as crianas so as mandalas e as figuras
humanas.
Mandala uma palavra snscrita que significa crculo
mgico. um dos mais velhos smbolos mgicos usados em
rituais religiosos. Por sua simetria central, no particulari-
zando nenhuma direo, o crculo constitui a estrutura visual
mais simples. Mandalas foram desenhadas pelo homem des-
de milhares de anos atrs e aparecem nos desenhos de todas
as crianas, no mundo inteiro.
A mandala em sua forma mais simples um crculo e uma
cruz lembra o sol, mas este s aparece, realmente quando
os raios emergem. Este sol no se contenta em aparecer no
cu: ele surge na figura humana, logo depois, por um quase
processo evolutivo. Observam-se como os primeiros bonecos
infantis so um sol que teve seus raios alongados. E o sol re-
aparece ainda nas mos, e mais raramente nos ps.
A descoberta do sol, com seus mltiplos raios, outro
passo importante dado pela criana. A figura humana, em
geral, aparece logo depois da mandala e do sol. Segue abai-
xo um resumo que associa a fase de grafismo com o tipo de
forma impressa:
1) Na Rabiscao:
1.1 Garatuja desordenada:
Os primeiros traos no tm sentido, variam em di-
reo e pode haver repetio.
comum fazer os traos sem olhar
No h inteno de representar o ambiente em que
vivem.
ter como base o conhecimento do desenvolvimento grfico
da criana.
O momento em que a criana capaz de empunhar um
instrumento qualquer (at o prprio dedo) que deixe um trao
no espao marca o incio da Rabiscao. uma atividade apa-
rentemente ldica, que alguns autores comparam ao desen-
volvimento da linguagem (o rabisco corresponde ao grito). O
rabisco para olhos adultos no avisados parece sem sentido.
Poucos pais e professores guardam rabiscos, no entanto, o
alicerce de toda a evoluo grfica futura.
Atualmente, reconhecem-se vrias espcies de rabiscos,
alguns mais complexos, mas nenhum sem sentido. Existem
20 rabiscos bsicos, alguns em linhas verticais, outros ho-
rizontais, e mais diagonais, circulares, curvos, enovelados,
pontuados.
Para a criana pequena, rabiscar to natural como brin-
car. Normalmente ela adora faz-lo. Embora seu relaciona-
mento figura/fundo seja ainda bastante primitivo, j demons-
tra uma constncia de direo e posio nos rabiscos.
As crianas parecem eleger, desde o incio, como que uma
localizao pessoal no alto, no centro, no meio da folha.
O importante a observar que esta localizao primitiva, a
eleio do seu canto favorito, permanece depois, como uma
espcie de ponto de atrao ali sempre se estabelece o ele-
mento central do desenho feito.
Os progressos que aos poucos se incorporam rabiscao
surgem sem que a criana abandone por completo as formas
iniciais da atividade. O que a criana representa no ain-
da reconhecvel, mas a fabulao intensa que acompanha a
atividade comunica o valor significativo dos desenhos. As for-
mas quase no se diferenciam: o mesmo registro pode servir
a diferentes interpretaes.
Enquanto rabisca, a criana descobre formas internas:
crculos, retngulos, cruzes, x, do rabisco, portanto, surge
a forma. Estas formas, quando descobertas, trazem grande
satisfao criana, principalmente porque, ao descobri-las,
sente que o adulto v alguma coisa em seus desenhos e
ganha sua aprovao.
Aos 3/4 anos, a criana no movida por uma inteno
de desenhar to ou qual o objeto, no planejando antes o que
vai fazer. o que poderia chamar-se de estgio no inten-
cional. To logo a criana descobre a forma, da um grande
passo no caminho do desenvolvimento grfico. Ela passa a
dar nome ao que faz um nome, contudo, extremamente
verstil e malevel, pois o que antes era uma casa pode ser
um carro ou bola.
Nesta fase, a criana aprende que as linhas se combinam
para dar, em resultado, superfcies. O que desenha represen-
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A cor muito relacionada com o conceito emocional e
visual (cor subjetiva).
5) Realismo visual:
Despertar da independncia social conscincia
progressiva do mundo real, cheio de emoes, planos e recor-
daes tendncia a se agrupar (patota). A criana se sente
mais forte em grupo.
Preocupao com detalhes de indumentria, diferen-
ciando os sexos. Figuras rgidas, estticas criticam os dese-
nhos da fase anterior.
Comeam a se preocupar com o produto, o resultado
(lado esttico).
Relao rgida entre cor e objeto.
A linha de base desaparece e substituda pela re-
presentao de planos aparecimento da linha do horizonte
(indicao de perspectiva).
1.2 Garatuja controlada:
Descoberta da ligao entre seus movimentos e o
trao (controle visual)
No tira o lpis do lugar, porm os traos tm dire-
o imprevisvel.
J relaciona o ambiente em que vive.
1.3 Garatuja com nome:
D nome aos desenhos, embora no se possa reco-
nhecer.
Aparecimento do pensamento imaginativo
Desenha com inteno
Descrio verbal do desenho que se torna um impor-
tante meio de comunicao.
2) Pr-esquemtica:
Aparecem as primeiras figuras humanas que redu-
zem a um crculo para a cabea e dois filamentos para as
pernas.
Busca de um conceito de forma
Os smbolos grficos mudam constantemente (figu-
ras, casas, rvores).
Os mesmos smbolos na vertical significam pessoas,
na horizontal, animais.
Relacionamento espacial dependendo de razes
emocionais. Por exemplo: eu e o meu carrinho.
A cor no tem relao com a realidade emocio-
nal.
3) Esquemtica: incio da escolaridade.
Repetio do smbolo grfico, desde a origem, d
origem ao esquema.
Os desvios do esquema representam novas experi-
ncias.
A percepo significa muito mais que o simples co-
nhecimento visual do objeto, inclui a interveno de todos os
sentidos.
Estabelecimento do primeiro conceito de espao a
linha de base incio da socializao.
Esquema de cor repetio da mesma cor para o
mesmo objeto.
4) Realismo lgico:
Processos grficos. Transparncia, rebatimento, mu-
danas de ponto de vista, projeo dos objetos sobre o solo.
O desenho expressa uma experincia de sensao
corporal.
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