Comportamento Organizacional Patricia Gomes de Souza

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FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Área de Concentração: Administração COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL INTERESSE MÚTUO – os funcionários e a organização Artigo Científico apresentado ao Centro Universitário Álvares Penteado da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado como parte dos requisitos para avaliação de graduação em Administração de Empresas na matéria de Metodologia Científica PATRICIA G. DE SOUZA ORIENTADOR: PROF. JÉSUS DE L. GOMES São Paulo 2002 PDF created with FinePrint pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

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  • FUNDAO ESCOLA DE COMRCIO LVARES PENTEADOCENTRO UNIVERSITRIO LVARES PENTEADO

    CURSO DE ADMINISTRAO DE EMPRESAS

    rea de Concentrao: Administrao

    COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL E RESPONSABILIDADESOCIAL INTERESSE MTUO os funcionrios e a organizao

    Artigo Cientfico apresentado aoCentro Universitrio lvaresPenteado da Fundao Escola deComrcio lvares Penteado comoparte dos requisitos para avaliaode graduao em Administraode Empresas na matria deMetodologia Cientfica

    PATRICIA G. DE SOUZA

    ORIENTADOR: PROF. JSUS DE L. GOMES

    So Paulo2002

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  • RESUMO

    As questes sociais esto em evidncia: investimentos em aes beneficentes,

    assistncia comunidade, voluntariado na empresa, polticas ambientais, entre outras,

    difundem-se continuamente. Principalmente, na empresa nota-se, cada vez mais, a conduta

    socialmente responsvel.

    Considerando a responsabilidade social importante tanto para a empresa quanto

    para as pessoas que apreciam este compromisso, o artigo pesquisou sobre a possibilidade

    da existir um relacionamento mtuo. Verificou o impacto da implementao da

    responsabilidade social sobre o comportamento organizacional.

    Analisou em que medida existe maior comprometimento dos funcionrios em relao

    empresa quando a mesma est administrativamente envolvida em polticas responsveis.

    Estudou a existncia de um interesse mtuo que possa alterar o comportamento

    organizacional de forma a melhorar o comprometimento dos funcionrios em relao a sua

    prpria empresa. E verificou se os empregados ao perceberem as atitudes responsveis de

    sua empresa procuram melhorar os seus prprios desempenhos.

    Baseando-se nas atitudes ambientalmente responsveis, bastante utilizada pelas

    empresas como as polticas ambientais, procurou evidenciar esta questo.

    O que o artigo pretende ampliar o conceito da responsabilidade social, para que ela

    possa agregar maior valor empresa, como ferramenta de gesto e tambm auxiliando na

    melhoria do comportamento organizacional.

    PALAVRAS-CHAVE: comportamento organizacional, responsabilidade social,polticas ambientais.

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  • SUMRIO

    1. INTRODUO......................................................................................................................4

    2. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL .........................................................................6

    3. RESPONSABILIDADE SOCIAL..........................................................................................9

    4. O PAPEL DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NA CONSTRUO DO INTERESSEMTUO...................................................................................................................................13

    CONSIDERAES FINAIS...................................................................................................16

    BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................17

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  • 1. INTRODUO

    Responsabilidade social tornou-se em anos recentes uma temtica que as empresas

    no podem mais ignorar. Presses generalizadas se encaminham para as empresas, seja

    por parte de governantes e organizaes ambientalistas, ou ainda, presses difusas que se

    originam no interior da sociedade.

    As empresas esto cada vez mais preocupadas com a responsabilidade social. Ter

    iniciativas que ultrapassem o que cobrado pela lei e atenda a sociedade, passa a ser uma

    atitude correta e desejada pelas pessoas e organizaes. Ento, estudar a responsabilidade

    social e o comportamento organizacional oportuno, para compreenso do inter-

    relacionamento destas duas reas de atuao.

    Na sociedade contempornea, as empresas esto entre as entidades mais

    poderosas, seja pela sua capacidade de influenciar decises polticas e sociais, seja pelo

    seu poderio econmico, ou pelo volume de conhecimento que detm. Nesse sentido, as

    empresas nunca passam imunes crtica social, podendo ser ou no admiradas,

    estabelecendo-se para os pblicos externo e interno como modelos de comportamentos

    aprovados ou rejeitados.

    Desse modo, alm do impacto que as prticas de responsabilidade social podem

    exercer nos pblicos externos, o artigo pesquisa se elas podem tambm influenciar o

    comportamento do pblico interno, ou seja, dos funcionrios.

    Considerando-se as atitudes dos funcionrios como fundamental na administrao

    das empresas, para qualquer tipo de empresa, de qualquer ramo de atividade (e cada vez

    mais importante, num futuro prximo, analisando-se as tendncias gesto de pessoas),

    torna-se relevante verificar o impacto da responsabilidade social sobre o comportamento do

    funcionrio. O objetivo do artigo verificar a relao entre a responsabilidade social utilizada

    na empresa e o comportamento dos funcionrios dentro deste sistema.

    Pretende-se verificar em que medida existe maior colaborao dos empregados em

    relao empresa quando a mesma est administrativamente envolvida em polticas

    responsveis. Ser que existe um interesse mtuo, j que as empresas esto, cada vez

    mais, socialmente responsveis, e as pessoas, de maneira geral, apreciam este tipo de

    compromisso? Ou melhor, em que medida as estratgias de responsabilidade social

    interferem no comportamento organizacional?

    Em hiptese, o estudo acredita que as pessoas apreciam o trabalho eticamente

    correto. Querem ser teis em esforos empresariais responsveis, sobretudo na sua prpria

    empresa. E que este tipo de relacionamento altera o estado motivacional das pessoas em

    relao ao servio. O artigo sugere tambm que, se a direo das empresas adotarem uma

    postura responsvel em relao ao social e acionalizarem polticas com esta prtica, estaro

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  • influenciando seus funcionrios no sentido de compromet-los em relao ao seu prprio

    trabalho.

    Por exemplo: uma empresa que utiliza polticas ambientais nos seus processos ser

    apreciada por seus funcionrios, que se sentiro dispostos a trabalhar seriamente e

    corretamente, pois sabem que sua empresa est respeitando o meio ambiente e,

    provavelmente, tero prazer em se dedicar com grande comprometimento. Esta atitude

    poder influenciar o clima organizacional e melhorar o dia-a-dia das pessoas nas

    organizaes, motivando-as para o trabalho.

    A reciprocidade existente nesta relao um fato, mas o estudo pretende verificar a

    profundidade deste relacionamento. Sem, obviamente, considerar a utopia deste bom

    relacionamento, mas enaltecendo aspectos positivos como o prspero comprometimento do

    funcionrio com o seu servio e sua empresa. Pois ambos desejam contribuir para a

    melhoria da qualidade social.

    Mesmo com a escassez de obras e trabalhos dentro deste assunto, espera-se que

    esta questo seja confirmada, porque poder contribuir para melhoria das relaes no

    trabalho, na execuo do servio, no relacionamento entre os pares, no relacionamento

    entre os gestores, auxiliar na funo dos recursos humanos e aumentar o emprego da

    responsabilidade social nos negcios.

    O presente trabalho se justifica na identificao de maior valor responsabilidade

    social, para que ela possa ter ampla aplicao na empresa, como ferramenta de gesto e

    tambm auxiliando na melhoria do comportamento organizacional.

    Para elaborao deste estudo foram pesquisadas 13 obras. Est dividido em trs

    sees. Na primeira procurou definir comportamento organizacional, comentar a sua

    atuao, seus benefcios e enfoques. Na segunda seo definiu responsabilidade social,

    sua atuao e algumas consideraes. E na terceira seo, fez um paralelo entre a

    responsabilidade social aplicada pela empresa, como as polticas ambientais, e o

    comportamento dos funcionrios.

    Para este estudo, a motivao ser conseqncia de um recproco relacionamento

    organizacional. No pretende definir, focalizar e tampouco se aprofundar no estudo da

    motivao organizacional. O trabalho no entrar no mrito do amplo campo da

    responsabilidade social. Apenas pautar esta varivel como instrumento de influncia sobre

    o comportamento organizacional. Tambm, no far referncia s organizaes filantrpicas

    e religiosas que possuem carter motivacional ligado a unio de ideologias e valores

    especficos, (trabalho pela causa) de seus colaboradores.

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  • 2. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

    Esta seo definir comportamento organizacional e seu desenvolvimento na

    empresa. Pretende visualizar a dinmica deste relacionamento enfocando o grupo. Discutir

    o compromisso da organizao perante a sociedade e a contribuio do comportamento

    organizacional para o desenvolvimento das prticas sociais.

    Nos primrdios da administrao, o comportamento do ser humano dentro do

    contexto organizacional era considerado perfeitamente previsvel. Gradativamente, as

    escolas em administrao, foram pesquisando sobre psicologia e matrias sociais para

    melhor entendimento do comportamento humano, pois na realidade so complexos e

    envolvem uma sria de variveis.

    Para DAVIS (1992: 5) o comportamento organizacional o estudo e a aplicao do

    conhecimento sobre como as pessoas agem dentro das organizaes. Ele cita os elementos

    fundamentais do comportamento organizacional, como sendo as pessoas, a estrutura, a

    tecnologia e o ambiente no qual a organizao opera.

    As pessoas so seres que esto vivendo, pensando e sentindo que trabalham na

    organizao para atingirem a seus objetivos. O ambiente meio onde a empresa interage

    (DAVIS, 1992: 5). Focalizou-se, neste estudo, as variveis ambientais, o que na empresa

    como uma ao que envolve o campo social pode refletir no comportamento do funcionrio

    no trabalho.

    As organizaes diferem umas das outras quanto qualidade do comportamento

    organizacional que desenvolvem. Essas diferenas so substancialmente causadas pelos

    diferentes modelos de comportamento organizacional que dominam o pensamento

    administrativo em cada organizao (DAVIS, 1992: 28).

    O Comportamento organizacional est interessado no estudo do que as pessoas

    fazem numa organizao e como este comportamento afeta o desempenho da organizao.

    O artigo concentra-se nas pessoas e trabalha com o elemento ambiente que no caso ser a

    responsabilidade social praticada pela empresa.

    Como explica BERGAMINI (1982: 31) as variveis que afetam o comportamento,

    podem ser subdivididas em individuais e ambientais. As variveis de ordem individual

    dizem respeito a toda bagagem inata, mais as experincias adquiridas ao longo das vrias

    fases evolutivas, tais como a infncia, a adolescncia e a fase adulta de cada um. J as

    variveis de ordem ambiental abrangem todos os possveis eventos extrnsecos ao

    indivduo, tais como grupo social, cultura, fatores do meio ambiente fsico propriamente dito

    e muitssimos outros. O comportamento do homem influenciado pelas variveis

    ambientais.

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  • Outra definio que auxilia na compreenso a de ROBBINS (1999: 6):

    Comportamento Organizacional (CO) - um campo de estudo que investiga o impacto que

    indivduos, grupos e a estrutura tm sobre o comportamento dentro das organizaes com o

    propsito de aplicar este conhecimento em prol do aprimoramento da eficcia de uma

    organizao. Assim, explica que a relao entre o indivduo e sua organizao, deve ser

    desenvolvida para o alcance de um melhor relacionamento organizacional.

    A discusso objetiva DAVIS (1992: 180) considera que: As pessoas so o maior

    potencial nas organizaes. O desenvolvimento deste potencial se chama comportamento

    organizacional. o seu estudo de aplicaes. Ele ajuda as pessoas, a estrutura, a

    tecnologia e o ambiente a se combinarem num sistema operacional eficaz. O resultado um

    sistema de recompensa que serve aos objetivos humanos, organizacionais e sociais.

    Ento, entende-se que o resultado deste relacionamento pode ser conduzido

    tambm para reas sociais. As organizaes tendem a atender compromissos de ordem

    social.

    O professor DONAIRE (1999: 13) visualiza as organizaes como uma instituio

    sociopoltica, ou seja, contribuem tanto para o desenvolvimento econmico como para a

    melhoria das condies sociais.

    Ajudar a sociedade a resolver alguns de seus problemas sociais, muitos dos quais

    as prprias organizaes ajudaram a criar (DONAIRE, 1999: 20).

    Ainda no mesmo sentido a sociedade deve compreender as organizaes e fazer

    delas um uso adequado porque so necessrias para que se atinja os benefcios da

    civilizao. Elas so necessrias para a paz mundial, para o sucesso do sistema de ensino,

    bem como para outros objetivos benficos que as pessoas perseguem. Enfim o progresso

    da nossa sociedade depende de organizaes eficazes (DAVIS, 1992: 4).

    As organizaes existem para servir s pessoas, em lugar das pessoas existirem

    para servir s organizaes (DAVIS, 1992: 5).

    Verificamos o carter superior da organizao. Apenas por isso, provavelmente, j

    possvel compreender a potencial dedicao das pessoas ao servio. Porm, na realidade,

    fato, que o relacionamento puramente contratual na maioria dos casos. Os funcionrios

    so remunerados para desempenharem determinada funo. E gostando ou no, em muitas

    situaes so obrigados, por questes de sobrevivncia, a trabalharem dentro de polticas

    empresarias desrespeitosas e desmotivadoras.

    Entretanto compreende-se, atravs das pesquisas j realizadas, que a motivao

    fator fundamental para o bom desempenho das pessoas no trabalho. A motivao

    essencial para o funcionamento organizacional.

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  • No importa quanta tecnologia e equipamento uma organizao tenha, essas coisas

    no podem ser colocadas em uso a menos que sejam liberadas e guiadas por pessoas que

    estejam motivadas (DAVIS, 1992: 11).

    Tambm j foi verificado que quando os funcionrios consideram o grupo tendem a

    se dedicar mais ao trabalho. DAVIS (1992: 34) explica que os empregados produzem um

    trabalho de qualidade no porque a administrao diz a eles para fazerem isso ou porque

    um inspetor vai peg-los se no o fizerem, mas porque sentem dentro de si mesmos uma

    obrigao de passar aos outros essa alta qualidade. Sentindo-se responsvel, os

    empregados se disciplinam a si mesmos em termos do seu desempenho no grupo.

    No trabalho de equipe as pessoas encontram maior satisfao quando existe

    cooperao. Quando elas esto aprendendo, crescendo e contribuindo, a organizao tem

    maior sucesso porque ela opera mais eficazmente (DAVIS, 1992: 17).

    Sendo assim esta relao entre a responsabilidade e o trabalho de grupo tende a ser

    positiva no sentido do comprometimento e dos resultados.

    Em relao ao enfoque contingencial do comportamento organizacional, para cada

    situao diferente, uma prtica diferente deve ser aplicada na busca da eficincia

    comportamental (DAVIS, 1992: 14). O entendimento dos funcionrios sobre as aes

    responsveis praticadas por sua empresa poder levar a melhoria da qualidade do

    comportamento deles na empresa.

    Ento, relacionar as questes deste trabalho seria como atender a uma contingncia.

    No se trataria de um fato secreto da empresa, seria uma ao bem intencionada que

    possivelmente teria um retorno inesperado, o comprometimento dos funcionrios. O

    empregado estaria mais disposto a colaborar, porm precisaria estar ciente do que ocorre

    na empresa.

    O enfoque social reconhece que aquilo que acontece fora da empresa influenciar as

    prticas do comportamento organizacional dentro da empresa. Tambm, aquilo que

    acontece dentro da empresa influenciar a sociedade. A administrao deve

    constantemente estar alerta a isso e responder ao ambiente externo, porque isso representa

    uma importante influncia sobre as operaes internas (DAVIS, 1992: 183).

    O enfoque sistmico refora a idia explicando que um evento que parece afetar um

    indivduo ou um departamento, na verdade pode ter influncias significativas em qualquer

    outra parte da organizao. Isto significa que os administradores ao agirem devem olhar

    alm da situao imediata para determinarem os efeitos no sistema mais amplo. Quando o

    comportamento organizacional analisado com o enfoque sistmico, ele cria um sistema de

    recompensa tripla no qual os objetivos humanos, organizacionais e sociais so colimados

    (DAVIS, 1992: 16).

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  • Talvez o maior beneficirio do sistema de recompensa tripla seja a sociedade em si

    mesma, porque ela passa a ter melhores produtos e servios, melhores cidados, um clima

    de cooperao e progresso. O comportamento automaticamente influenciado pelas aes

    empregadas dentro da empresa (DAVIS, 1992: 17).

    O comportamento organizacional pode contribuir para os desenvolvimentos sociais

    que vo muito alm dos limites de qualquer organizao. Ele deveria produzir uma

    qualidade de vida mais elevada na qual existe ampla harmonia dentro de cada pessoa, entre

    as pessoas e entre as organizaes do futuro (DAVIS, 1992: 193).

    Nesta seo, o comportamento organizacional foi conceituado e discutido.

    3. RESPONSABILIDADE SOCIAL

    Nesta seo a responsabilidade social ser definida. Discutir-se- a percepo do

    funcionrio em relao a sua empresa. Assim como a sua postura, sua atitude e seus

    valores. Enfocando tambm a atitude socialmente responsvel adotada pela empresa.

    O artigo acredita que, para as sociedades contemporneas, sobre a discusso do

    que realmente, socialmente responsvel, em sntese o que ultrapassa as normas e as

    leis de conduta da empresa. Considera que a responsabilidade social so aes superiores

    que as organizaes podem desempenhar para atender a sociedade.

    No , por exemplo, simplesmente, produzir um bem, ter noo do ciclo de vida

    deste produto. Quando ele no tiver mais uso, como ser descartado sem prejudicar o meio

    ambiente? este tipo de questionamento que envolve, profundamente, a responsabilidade

    social.

    Pela definio de SROUR (1998: 294) responsabilidade deve ser entendida como

    orientao para os outros. Reflete tanto um sentimento de realidade quanto um olhar para o

    futuro. Dobra-se a mltiplas exigncias: relaes de parcerias entre os clientes e os

    fornecedores; produo com qualidade ou adequao ao uso com plena satisfao dos

    usurios; contribuies para o desenvolvimento da comunidade, investimento em pesquisa

    tecnolgica; conservao do meio ambiente, participao dos trabalhadores nos resultados

    e nas decises da empresa; respeito aos direitos dos cidados; no discriminao de

    gnero, raas, religies, etc; investimento em segurana do trabalho e em desenvolvimento

    profissional.

    Alm destes aspectos, outros socialmente responsveis podem estar sendo

    aplicados e ainda outros podem surgir. CHIAVENATO (2002: 594) explica que a

    responsabilidade social est voltada para atitude e comportamento da organizao em face

    das exigncias sociais da sociedade em conseqncia das suas atividades. Ocorre quando

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  • depois de cumpridas as prescries de leis e de contratos, constitui uma resposta da

    organizao s necessidades da sociedade.

    Para CORULLN e MEDEIROS (2002: 35) a idia de responsabilidade social tem

    sido ampliada para incluir tambm a atuao da empresa em assuntos de interesse pblico,

    ligados ou no ao mbito de seus negcios.

    Em sntese SROUR (1998: 295) explica que a responsabilidade social remete a

    constituio de uma cidadania organizacional no mbito interno da empresa e

    implementao de direitos sociais no mbito externo.

    DONAIRE (1999: 20) explica que a justificativa para o sentido de responsabilidade

    social por parte da empresa fundamenta-se na liberdade que a sociedade concede

    empresa para existir. como se houvesse um contrato social. Como outras organizaes

    legtimas, tm a liberdade de existir e trabalhar por um objetivo legtimo. O pagamento

    dessa liberdade a contribuio da empresa para com a sociedade. A respeito da

    responsabilidade social diz que implica um sentido de obrigao para com a sociedade.

    Contudo, alm dos esforos da empresa para o relacionamento proposto pelo artigo

    funcionar, o funcionrio precisa perceber que a sua empresa age corretamente. Entende-

    se, conseqentemente, que precisa haver boa comunicao, troca de informaes e

    dilogos no dia-a-dia.

    A percepo, segundo SOTO (2002:65), refere-se ao processo ativo de perceber a

    realidade e organiz-la em interpretaes ou vises sensatas.

    Outra explicao de ROBBINS (1999: 62) que define a percepo como um

    processo pelo qual os indivduos organizam e interpretam suas impresses sensoriais a fim

    de dar sentido ao seu ambiente. Por exemplo, possvel que todos os empregados numa

    firma possam v-la como um grande lugar para se trabalhar condies de trabalho

    favorveis, tarefas interessantes, bom pagamento e gerncia compreensiva e responsvel

    mas, sabe-se que muito difcil achar uma concordncia desse tipo.

    A percepo importante no comportamento organizacional, j que costuma fazer

    com que diferentes pessoas tenham diferentes interpretaes ou vises, inclusive

    contraditrias, do mesmo fato ou pessoa (SOTO, 2002:66).

    Por isso, o que um funcionrio percebe como socialmente responsvel dentro da

    empresa, pode no ser percebido por outro funcionrio. Ou, o que uma pessoa percebe

    como comportamento socialmente responsvel, pode no ser percebido por outra.

    O artigo atenta para este tipo de complexidade, tanto do indivduo como do

    comportamento do grupo, como percepo, motivaes, valores e atitudes. O funcionrio

    passa a maior parte do seu dia no ambiente do trabalho, sendo assim, um grande nmero

    de variveis afetam o seu comportamento e a sua percepo, tornando difcil o estudo,

    devido complexidade que envolve suas atitudes e aes no trabalho.

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  • O artigo defende a idia de que se a responsabilidade social for aplicada pela

    empresa e, consequentemente, alterar o comportamento organizacional dos seus

    funcionrios, incrementar o comportamento do grupo; que, como explica SOTO (2002:

    179), garantir que os membros possam encontrar um enfoque comum para suas

    atividades, adotem expectativas compartilhadas com relao aos comportamentos

    indicados, assumam papis funcionais dentro do grupo e se comuniquem com eficcia.

    Segundo ROBBINS, (1999: 87) Valores so importantes para o estudo do

    comportamento organizacional porque formam a base para o entendimento de atitudes e

    motivaes e porque influenciam as percepes. Se o indivduo percebe a responsabilidade

    social como um valor, mais facilmente ser influenciado por ela. Transpondo este conceito

    para o grupo, provavelmente, ocorra o mesmo.

    Segundo BERGAMINI (1982: 108) a motivao um sintoma de vida psquica que

    se move em busca de algo e geralmente empregado como sinnimo de foras

    psicolgicas, desejos, impulsos, instintos, necessidades, vontade, inteno etc. Na busca de

    razes verdadeiras para as aes do comportamento humano.

    Seguindo o mesmo raciocnio, caso o grupo perceba a responsabilidade social e a

    tenha como valor, certamente se motivar. Sentiro correspondncia entre o que sentem

    sobre responsabilidade social e o que sua empresa est realizando neste sentido.

    Os fatores motivacionais tornam as pessoas felizes com seus servios porque

    atendem necessidade bsica e humana de crescimento psicolgico; uma necessidade de

    se tornar mais competente (BERGAMINI, 1982: 124).

    Os fatores motivacionais de Herzberg (Teoria dos dois fatores alicera sua teoria

    no ambiente externo e no trabalho do indivduo) que realmente levam formao de

    atitudes positivas no trabalho, ou seja, os fatores que motivam os indivduos, so aqueles

    que possibilitam a satisfao da sua necessidade de auto-realizao no trabalho (AGUIAR,

    1992: 301).

    Caso o empregado sinta-se auto-realizado, trabalhando em conjunto com sua

    empresa socialmente responsvel, provavelmente estar mais satisfeito e

    conseqentemente mais motivado em relao ao seu servio e a sua empresa.

    Os padres organizacionais de motivao so tambm instrumentos psicolgicos

    que buscam tornar um indivduo um meio para a busca dos fins definidos pela organizao.

    (AGUIAR, 1992: 89) A empresa estaria atingindo dois alvos: a responsabilidade social e o

    comprometimento dos seus funcionrios.

    E tambm ROBBINS (1999: 92) explica que as atitudes so constataes

    avaliadoras tanto favorveis quanto desfavorveis em relao a objetivos, pessoas ou

    eventos. Elas refletem como algum se sente em relao a algo. A atitude, neste caso, a

    prpria demonstrao da percepo dos empregados em relao responsabilidade social.

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  • Para DONAIRE (1999: 59), em relao ao comprometimento do pessoal, explica que

    ter empregados interessados, dedicados e comprometidos depende tambm de uma

    imagem institucional positiva. A responsabilidade social constitui um fator organizacional

    positivo.

    Para a organizao segundo BERGAMINI (1982: 49) algumas empresas, cada vez

    mais, evidenciam sua preocupao com o profissional. Procuram criar um clima que facilite

    o trabalho e leve ao conseqente bem estar, planejamento de trabalho, exame de condies

    fsicas e ambientais, formao de grupos de tarefas, estudo de sistemas de comunicaes e

    toda uma gama enorme de assuntos, que hoje j comporta alto grau de especializao do

    profissional, chegando-se mesmo atribuio de funes de assessoramento da cpula

    administrativa, na determinao de objetivos organizacionais e no planejamento de normas

    e polticas para atingi-los.

    Considera tambm que, BERGAMINI (1982: 50), lidar com pessoas dentro das

    organizaes deixou de ser atividade de simples bom-senso, para investir-se de um carter

    administrativo sistemtico que abrange tcnicas especiais capazes de diagnosticar

    situaes que realmente merecem ateno especial. Neste caso, haveria necessidade de

    avaliar o impacto de aes responsveis no comportamento do funcionrio.

    Os objetivos pessoais dos funcionrios, s vezes, conflitam com os objetivos das

    empresas, mas provavelmente ambos busquem a maior produtividade, dependendo de seus

    pontos de vista e peculiaridades, e por formas que possam auferir maior conforto e

    satisfao (BERGAMINI, 1982: 127).

    Sendo assim, o interesse pela a responsabilidade social, pode ser tratado

    mutuamente entre a organizao e seus funcionrios. Provavelmente, possam buscar, tendo

    a mesma inteno, pela responsabilidade social, como por exemplo, desenvolvendo

    trabalhos com pessoas idosas da sociedade e empenhando-se em aes voluntrias.

    Esta noo de cumplicidade possvel e claramente evidenciada por BERGAMINI

    (1982: 127): Se, por acaso, for constatado, em uma organizao qualquer, que os objetivos

    dos seus trabalhadores so opostos aos objetivos da empresa, de duas uma: ou a empresa

    est poltica e organizacionalmente desorganizada e carente de maiores recursos, ou o

    trabalhador est pessoalmente desajustado e individualmente infeliz.

    Segundo AGUIAR (1992: 111) a organizao d-se o direito de exigir de seus

    membros que assumam os valores definidos por ela, bem como tenham sentimentos

    coerentes com aqueles desejados por ela.

    Tratando-se de responsabilidade social, provavelmente no exista esta imposio.

    Porque, pelo senso comum, sabe-se que agir corretamente uma boa ao. evidente,

    que, se o relacionamento entre empregados e empresa, for precrio, mesmo aceitando a

    responsabilidade social como valor o funcionrio poder no interagir com a situao.

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  • A idia central est alicerada na firme convico da essncia da natureza humana:

    o ser humano inteligente e livre. Isto quer dizer que a organizao, de um lado, e os

    indivduos, de outro, no tentaro relacionar-se na expectativa de levar vantagens um sobre

    o outro, mas, antes, buscar um consenso em que ambas as partes portanto, capital e

    trabalho, declarem seus interesses, necessidades e demandas (AGUIAR, 1992: 113).

    Por isso as boas aes praticadas, atravs da responsabilidade social, pelas

    empresas, certamente, sero bem vistas por seus funcionrios. E estes provavelmente

    sentir-se-o bem atuando dentro deste contexto.

    neste processo de argumentao e contra-argumentao que o capital e o

    trabalho se do conta de que h uma interdependncia e que nessa interdependncia no

    h lugar para vantagens unilaterais, ou seja, para a explorao e para a dominao

    (AGUIAR, 1992: 114).

    Esta parte analisou a profundidade da conceituao da responsabilidade social. E a

    interdependncia do relacionamento entre os funcionrios e a organizao para sua

    atuao.

    4. O PAPEL DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NA CONSTRUO DOINTERESSE MTUO

    Nesta seo, o artigo procura evidenciar a reciprocidade existente no relacionamento

    entre a empresa e os funcionrios. O interesse mtuo. Idealiza-se confirmar a questo de

    pesquisa e a possvel melhoria das condies de vida das pessoas no trabalho, como

    conseqncia. Para tal, utilizando um dos aspectos da responsabilidade social, as polticas

    ambientais, analisou-se a construo do interesse mtuo.

    As organizaes tm objetivos humanos. Elas so formadas e mantidas em bases

    de algum interesse mtuo entre os seus participantes. As pessoas vem as organizaes

    como um meio de ajud-las a atingirem os seus objetivos, enquanto as organizaes

    necessitam das pessoas para ajudarem na consecuo dos objetivos organizacionais

    (DAVIS, 1992: 12).

    Os objetivos que os funcionrios possuem como os seus objetivos e os objetivos

    organizacionais podem ser amplos e coincidentes como, por exemplo, o respeito pela a

    sociedade e a preocupao em executar prticas sociais. O que formaria um objetivo

    comum, um interesse mtuo.

    O interesse mtuo promove um objetivo superior que integra os esforos dos

    indivduos e dos grupos (DAVIS, 1992: 12).

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  • Provavelmente, um funcionrio sabendo que sua empresa aplica um responsvel

    programa social benfico a muitas pessoas, considerando apenas este aspecto, proceder,

    pelo menos, de forma mais consciente e responsvel em relao a seu trabalho ou

    possivelmente em algum momento crtico, quando esta elucidao se fizer pertinente,

    lembrar ... mas, a minha empresa faz isso, se preocupa com aquilo....

    Para solidificar a hiptese do estudo, articulou-se, nesta ltima seo, a construo

    do interesse mtuo que provavelmente possa acontecer na prtica com a utilizao das

    polticas ambientais, pois elas so bastante abrangentes, possuem carter social e

    econmico. Contextualizando:

    Os problemas ambientais so efeitos inesperados do modelo de desenvolvimento

    econmico dominante (capitalista industrialista), que se legitima atendendo as demandas

    de consumo da populao, e que por sua vez continua aumentando dentro de um planeta

    com capacidade de sustentao limitada (LEIS, 1998: 16).

    Segundo ASHLEY (2002: 63) o intenso processo de discusso do futuro da

    humanidade no planeta, ganhou fora a partir dos anos de 1960 e 70, com a intensificao

    da conscincia ambiental.

    No mundo globalizado, as conseqncias do rpido avano tecnolgico criou uma

    ameaa ambiental at ento no vivenciada pela humanidade, criada pelo prprio

    desenvolvimento tecnolgico, portanto criado pela ao humana. A informao generalizada

    deste fato mobilizou a criao de organizaes de defesa ambiental e de protestos

    (AGUIAR, 1992: 26). Assim comea a expanso das polticas ambientais na empresa.

    Segundo TIBOR & FELDMAN, (1996: 69) as variveis que podem propiciar

    justificativas e motivaes para a adoo de polticas de gesto ambiental pelas

    organizaes podem ser classificadas em externas e internas. As variveis externas so:

    governo, legislao ambiental, pblico consumidor, acionistas, movimentos ambientais e

    instituies financeiras. Entre as variveis internas esto: economias de custo via reduo

    de desperdcios ou reciclagem, menor consumo de energia e substituio de insumos.

    A partir da dcada de 80 as mudanas nos hbitos de consumo cresceram, como os

    programas educacionais e de conscientizao ecolgica, estmulo ao hbito de devoluo

    de embalagens reciclveis (ASHLEY, 2002: 66).

    E, uma empresa que implementa aes ambientalmente responsveis, est inserida

    num contexto maior que o da responsabilidade social em sentido amplo, caso realize algo

    alm das exigncias legais.

    Para AKTOUF (1996) apud ASHLEY (2002: 64) a renovao da administrao como

    campo de conhecimento e interveno (gesto) nas organizaes passa fundamentalmente

    pela construo de novas bases para a relao da empresa com o meio ambiente, a fora

    de trabalho e a cultura organizacional.

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  • Um sistema de gesto ambiental eficiente deve articular diferentes reas daorganizao, como marketing, produo, recursos humanos, jurdico, financeiro e pesquisa

    e desenvolvimento BACKER (1995) apud ASHLEY (2002: 67).

    CORULLN e MEDEIROS (2002: 36) ao explicarem a responsabilidade social para o

    contexto ambiental citam os seguintes itens: gerenciamento dos impactos, responsabilidade

    sobre o ciclo de vida dos produtos e servios, investimentos em compensao ambiental,

    educao ambiental voltada aos empregados e comunidade. Estes itens tambm so

    utilizados pelo Instituto Ethos que os relaciona para medir o grau de responsabilidade de

    uma empresa.

    E tambm reciclagem de materiais, reaproveitamento ou venda de resduos,

    desenvolvimento de novos processos, novos produtos, economia de consumo de energia e

    de gua.

    O setor de recursos humanos tem como meta levar a cabo planos de formao e de

    construo do comportamento ambiental. Com o crescimento da preocupao ambiental,

    as pessoas no querem trabalhar em organizaes consideradas como poluidoras do meio

    ambiente (DONAIRE, 1999: 59).

    As organizaes, cada vez mais esto envolvidas em campanhas de reciclagem e

    voluntariado, o que envolve os funcionrios. CORULLN e MEDEIROS (2002: 40): O

    interesse pelo voluntariado empresarial tem crescido permanentemente e est diretamente

    ligado questo da responsabilidade social da empresa. Estes participam provavelmente

    porque percebem uma identificao de idias.

    Diretamente para CORULLN e MEDEIROS (2002:41) O certo que no existe

    responsabilidade social sem a participao do pblico interno. So os funcionrios que vo

    expressar na prtica as atitudes da empresa, sejam elas responsveis ou no.

    E mesmo quando, a iniciativa da responsabilidade social praticada voltando-se

    para fora da empresa, os funcionrios tambm percebem e possivelmente tambm sentem

    considerao.

    Existe grande possibilidade deste fato estar diretamente ligado com o

    comportamento organizacional, como fator importante para a melhoria dos relacionamentos

    organizacionais. Segundo SOTO (2002: 18) a questo da produtividade humana e est

    relacionada lealdade, ao compromisso mediante uma capacitao eficaz, a identificao

    pessoal com o xito da empresa. A responsabilidade social implementada pela empresa

    pode ser considerada como um xito e, possivelmente, pode ter a produtividade ou a

    motivao como resultado.

    Os administradores esto compreendendo estas noes, como ROBBINS (1999: 11)

    explica, eles (os administradores) esto criando e distribuindo cdigos de tica para guiarem

    os empregados atravs de dilemas ticos. O gerente de hoje precisa criar um clima tico

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  • saudvel para que seus subordinados possam fazer seu trabalho de forma produtiva e

    sejam confrontados por um grau mnimo de ambigidade em relao ao que constitui um

    comportamento certo e um errado.

    DAVIS (1996:146) explicando sobre qualidade de vida no trabalho diz que a proposta

    bsica desenvolver ambientes de trabalho que sejam to bons para as pessoas como para

    a sade econmica da organizao. Afirma que o empregado trabalha melhor, tem mais

    satisfao no trabalho e se realiza mais, sendo, capaz de participar em todos os seus papis

    sociais com maior eficcia. E para empresa a eficcia afetada pelas sugestes sociais

    recebidas pelos funcionrios (DAVIS 1996: 150). Claramente, identifica-se a relao de

    mtuo compromisso, objetivo desta seo.

    Os benefcios da aplicao das polticas ambientais segundo DONAIRE (1999: 59)

    so vrios e abrange todas as reas da empresa como o aumento de produtividade,

    comprometimento do pessoal, melhoria da imagem institucional, melhoria das relaes de

    trabalho, economia de custos, incremento de receitas e participao dos funcionrios. E

    tambm a construo do interesse mtuo atravs do entendimento e percepo das

    pessoas pelas aes responsveis da empresa.

    Contudo, a boa comunicao seria essencial para interligao e compreenso destas

    idias. Pois auxiliaria o funcionrio a perceber e entender este aspecto em sua empresa.

    CONSIDERAES FINAIS

    O assunto abordado possui uma grande importncia para o progresso do

    comportamento organizacional, eficincia das empresas e desenvolvimento da parceria,

    funcionrios e empresa, que caminhe unida e prspera para maior atuao da

    responsabilidade social.

    Na primeira seo, o artigo procurou se concentrar no estudo do comportamento

    organizacional e no papel da organizao; na segunda discorreu sobre a responsabilidade

    social e o que percebido pelo funcionrio e na terceira seo, hipoteticamente, transcorreu

    sobre um possvel plano de ao de responsabilidade social como as polticas ambientais

    que obtm a participao, a construo do interesse mtuo e o entendimento das pessoas

    na empresa, resultando em maior produtividade, comprometimento e motivao dos

    funcionrios.

    O trabalho visualizou alguns aspectos, e tendo como base a pesquisa realizada,

    comprova cientificamente, ainda que parcialmente a questo de pesquisa. A

    responsabilidade social empregada pela organizao pode interferir no comportamento

    organizacional e gerar interesse mtuo entre funcionrios e empresa.

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  • O artigo realista e prudente ao verificar que ainda falta alcanar um nvel

    considervel de evidncias que confirme profundamente essa questo. Provavelmente, por

    no ter conseguido explorar o que realmente o funcionrio consegue perceber em relao

    s atitudes responsveis de sua empresa. Falta uma investigao mais elaborada que

    vislumbre o inter relacionamento entre o comportamento organizacional e a postura da

    empresa.

    Tambm no esclarece totalmente a relao entre o que o funcionrio sente e o seu

    maior comprometimento com o servio e com a empresa que implementa a

    responsabilidade social. Entretanto, para comprovar, realmente esta questo, por causa do

    seu carter atual, o ideal seria realizar uma pesquisa de campo que questionasse este

    aspecto diretamente ao empregado. Atravs do questionrio ele poderia fazer

    consideraes sobre o que percebe em relao a sua empresa e o que isto influencia em

    seu comportamento dirio. Ou o desenvolvimento de um estudo de caso.

    Com base nas reflexes apresentadas neste estudo, pensa-se ter deixado claro que:

    possvel um empregado acreditar que sua empresa socialmente

    responsvel e por causa disto se empenhar mais no servio;

    possvel o funcionrio adquirir respeito por sua empresa, caso ela

    se interesse e acionalize aes sociais;

    possvel que a responsabilidade social realizada pela empresa

    impacte sobre o comportamento dos seus funcionrios;

    Provavelmente haver alterao positiva no comportamento do

    funcionrio ao perceber a postura de sua empresa em relao s

    polticas sociais;

    O relacionamento mtuo que pode conduzir a melhora da qualidade

    do comportamento organizacional.

    Boas polticas de responsabilidade social, alm de atender s carncias da

    sociedade, servir a empresa por causa de uma srie de razes, tambm pode servir como

    um instrumento gerador de interesse mtuo entre a empresa e seus empregados alterando

    o comportamento organizacional. Mas, evidente, que precisa haver, por parte da

    organizao, correto entendimento sobre o conceito da responsabilidade social.

    O estudo procurou romper com o paradigma de que os funcionrios s se importam

    com seus salrios e bem-estar, mesmo porque esta idia, h muito tempo, no condiz com

    a realidade e acredita que para se ter maiores esclarecimentos necessrio entender bem o

    que significa responsabilidade social praticada pela empresa tambm na viso dos

    funcionrios. Contudo a boa comunicao seria essencial para interligao destas idias e

    compreenses.

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  • Ento, a responsabilidade social, tambm pode, de forma implcita (porque, em tese,

    no seu objetivo principal), desencadear uma mudana no comportamento das pessoas

    no ambiente interno da empresa.

    BIBLIOGRAFIA:AGUIAR, Maria Aparecida Ferreira de. Psicologia aplicada administrao: teoria crtica e a

    questo tica nas organizaes. So Paulo : Excellus Editora, 1992.

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    DAVIS, Keith. NEWSTROM, John W. Comportamento Humano no Trabalho. 1 Vol. So

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    DONAIRE, Denis. Gesto Ambiental na Empresa. 2 ed. So Paulo : Atlas, 1999.

    LEIS, Hctor Ricardo. Ambientalismo: um projeto realista-utpico para a poltica mundial. In:

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    Paulo : Cortez; Florianpolis; Universidade Federal de Santa Catarina, 1998.ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 8 ed. Rio de Janeiro : Pretice Hall,

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